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Contrato de prestação de serviços

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Doutrina
Contrato de prestação de serviço
Autor:
VILIC, Márcia Regina Franulovic
RESUMO
O objetivo deste trabalho é conceituar Contrato de Prestação de Serviço, distinguir as características e versar sobre o objeto, forma, remuneração, consequências da ausência de habilitação para a prestação de serviço, prazo do contrato (especificando o aviso prévio e contagem de tempo), extinção (especificando direito a certificação e extinção antecipada), aliciamento de mão de obra, alienação de prédio agrícola, concluindo com breve distinção em relação ao contrato de trabalho.
INTRODUÇÃO
Pode-se considerar Contrato como a figura jurídica mais importante de todo o Direito Civil e a espécie mais importante de negócio jurídico, pois consiste na força motriz das engrenagens socioeconômicas do mundo.
Relata ARNOLD WALD que:
"poucos institutos sobreviveram por tanto tempo e se desenvolveram sob formas tão diversas quanto o contrato, que se adaptou a sociedades com estruturas e escala de valores tão distintas quanto às que existiam na Antiguidade, na Idade Média, no mundo capitalista e no próprio regime comunista"[1]
O Contrato dinamiza a circulação dos bens e riquezas na sociedade, se adaptandoa época e a conjuntura social em que é celebrado.
CONCEITO DE CONTRATO
O Contrato representa uma espécie do gênero negócio jurídico. E a diferença específica entre ambos consiste na circunstância de o aperfeiçoamento do Contrato depender da conjugação da vontade de duas ou mais partes.
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
1. CONCEITO
O art. 594 do Código Civil define a prestação de serviço como:
"Art. 594 - Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição".
Para PABLO STOLZE:"O contrato de prestação de serviços é o negócio jurídico por meio do qual uma das partes, chamada prestador, se obriga a realizar uma atividade em benefício de outra, denominada tomador, mediante remuneração".[2]
2. CARACTERÍSTICAS
Trata-se de um contrato típico além de nominado, utilizado nas relações civis, comerciais, consumeristas e administrativas.
Em relação à classificação, o contrato de prestação de serviço tem natureza jurídica de:
- Contrato bilateral, sinalagmático, pois as partes são credoras e devedoras entre si. Assim, o prestador é credor da remuneração e devedor do serviço e o tomador é credor do serviço e devedor da remuneração;
- Oneroso, pois calcado na remuneração; Não admite a modalidade gratuita. Diferente do Código Civil português, que também a admite sem remuneração.
- Consensual, que se aperfeiçoa com a vontade dos contratantes;
- Comutativo, pois as partes já têm conhecimento de quais são as suas prestações;
- Informal, já que não é solene, não sendo exigida nem mesmo a forma escrita para sua configuração.
- Individual e, em regra, personalíssimo. Por exceção, o prestador de serviço, com a anuência do tomador, poderá se fazer substituir.
Trata-se de um serviço especializado, com objeto lícito e realizado com liberdade técnica e sem subordinação.
Pode ser celebrado na modalidade paritária ou na por adesão.
Pela função econômica, consiste em um contrato de atividade, mediante a qual se conseguirá uma utilidade econômica.
E, por não depender de outra avença, é um contrato principal e definitivo.
3. OBJETO
O objeto do contrato de prestação de serviço é a atividade humana lícita, podendo ser material (manual) ou imaterial (intelectual), conforme prevê o art. 594 do Código Civil.
O art. 601 do Código Civil dispõe sobre os limites da prestação de serviço:
"Art. 601 - Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e condições".
Assim sendo, o contrato poderá estabelecer a prestação certa e determinada. Mas caso isso não aconteça, a prestação não será ilimitada e sim delimitada pelas características inerentes à sua condição.
Como também não pode o tomador exigir que o prestador faça o que seu físico ou intelecto não suporta.
Por outro lado, o prestador de serviço não poderá se recusar a prestar o serviço pelo qual foi contratado.
4. FORMA
Depreende-se do art. 595 do Código Civil:
"Art. 595 - No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das partes não souber ler, nem escrever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas."
Sendo um contrato não solene, conforme já descrito, poderá ser escrito ou verbal.
Como visto, a lei estabelece que em caso de forma escrita e contratantes analfabetos, serão necessárias duas testemunhas, com o objetivo de comprovar a declaração de vontade dos mesmos.
5. REMUNERAÇÃO
A prestação de serviço faz surgir o direito a uma retribuição, que é uma obrigação do tomador de serviço.
Essa retribuição ou remuneração também é chamada de honorário, preço, salário.
A expressão salário, apesar de utilizada por diversos doutrinadores, atualmente é adequada apenas para a retribuição realizada dentro do Contrato de Emprego.
As partes podem pactuar a forma que se dará a remuneração que poderá ser paga em sua integralidade ou parcelada. Após a execução do serviço ou eventual adiantamento.
Normalmente o serviço é pago após a sua realização. Todavia as partes podem modificar essa regra.
É o que prevê o art. 597 do Código Civil:
"Art. 597 - A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações."
O meio pode ser diverso, normalmente se dará mediante a entrega de dinheiro, mas poderá ser pactuado que se dará mediante a entrega de vestuário, alimentação, transporte, moradia etc.
Não havendo previsão entre os contratantes, não sendo estabelecido previamente a forma e valor da remuneração, essa será determinada por arbitramento, observando-se o costume local, o tempo de serviço e a qualidade. Conforme prevê o art. 596 do Código Civil:
"Art. 596 - Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade."
5.1. AUSÊNCIA DE HABILITAÇÃO PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
Sendo a remuneração um elemento obrigatório no contrato de prestação de serviço, deverá estar presente mesmo que o prestador não possua habilitação ou requisitos específicos para o serviço contratado.
Segundo a previsão do art. 606 do Código Civil:
"Art. 606 - Se o serviço for prestado por quem não possua título de habilitação, ou não satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá quem os prestou cobrar a retribuição normalmente correspondente ao trabalho executado. Mas se deste resultar benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem o prestou uma compensação razoável, desde que tenha agido com boa-fé.
Parágrafo único - Não se aplica a segunda parte deste artigo, quando a proibição da prestação de serviço resultar de lei de ordem pública."
Trata de situação de serviço irregular, por quem não tem habilitação legal ou regularização para a atividade. Por exemplo: corretores não credenciados, técnicos não diplomados, prestadores informais como encanadores, eletricistas, pedreiros, mecânicos etc.
Tal dispositivo visa evitar o enriquecimento injusto ou ilícito.
Ressalta-se ainda que o prestador não habilitado legalmente deverá ter agido de boa-fé e deve ter havido benefício para o tomador do serviço.
Tratando-se de um dispositivo novo, surge um questionamento sobre o parágrafo único: quando a proibição da prestação de serviço resultar de lei de ordem pública.
6. PRAZO DO CONTRATO
O contrato de prestação de serviço tem o prazo determinado, conforme prevê o art. 598 do Código Civil:
"Art. 598 - A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de quatro anos, embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine à execução de certa e determinada obra. Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o contrato, ainda que não concluída a obra."
Assim, a leilimita a duração do contrato em quatro anos, ainda que a "obra" não esteja concluída. (O termo "obra" utilizado no Código destina-se mais adequado para o contrato de empreitada. Melhor seria que fosse utilizado o termo "tarefa pactuada").
Admite-se como suficiente o prazo de quatro anos para a execução e conclusão da tarefa pactuada. O que não impede que findo esse período, caso seja de interesse das partes, novo contrato seja firmado por outro período.
Essa limitação de prazo, mas com a possibilidade de renovação, permite que as partes possam rever a relação pactuada.
E ainda, caso o prazo pactuado tenha se excedido, o contrato não será nulo, mas apenas ineficaz o prazo exorbitante.
O que não impede que haja a contratação por prazo indeterminado. Nesse caso, as partes têm direito à resilição unilateral.
Assim, embora haja um prazo máximo (quatro anos) estipulado em lei, as partes podem renovar o pactuado um número ilimitado de vezes, de acordo com a autonomia de suas vontades, ou, até mesmo, celebrar um contrato por prazo indeterminado.
6.1. AVISO PRÉVIO
Nos contratos de prestação de serviço de prazo determinado, os contratantes estão vinculados à avença até o termo final estipulado. De outro modo, no contrato por prazo indeterminado, as partes estariam vinculadas até o momento da denúncia.
Assim, em ambos os casos, durante a vigência do contrato de prestação de serviço, torna-se possível o seu desfazimento, através da resilição unilateral, mediante a utilização do aviso prévio.
Aviso prévio é a comunicação prévia de que a prestação de serviço não prosseguirá, de forma que a outra parte se prepare para a extinção do contrato.
O atual Código Civil prevê e disciplina o aviso prévio no art. 599:
"Art. 599 - Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato.
Parágrafo único - Dar-se-á o aviso:
I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais;
II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena;
III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias."
Conforme se depreende, o prazo do aviso prévio varia conforme o prazo de vigência do contrato.
Ainda, no caso da pactuação da prestação de serviço sem a estipulação expressa de prazo, poderá esse ser adotado segundo os costumes locais ou em decorrência da sua natureza.
6.2. CONTAGEM DO TEMPO
O contrato será considerado suspenso, portanto, sem direito à pagamento, o tempo em que o prestador deixou de prestar o serviço por culpa sua.
Regra estabelecida no art. 600 do Código Civil:
"Art. 600 - Não se conta no prazo do contrato o tempo em que o prestador de serviço, por culpa sua, deixou de servir."
Essa previsão favorece, à princípio, o tomador do serviço, já que o prestador não poderá cobrar retribuição de período em que por sua culpa deixou de servir.
Ocorre que se pode afirmar que o tempo em que o prestador não prestou serviço sem culpa sua, deverá ser computado e remunerado no caso de estipulação de retribuição de forma global. Diferente será o caso de retribuição estipulada por dia efetivamente disponibilizado, em que o tomador não será obrigado a remunerar pelo período não prestado.
Ainda poderá ocorrer o caso em que o dono de serviço remunere pelo tempo em que o prestador não trabalhou por culpa do tomador. Essa matéria é de exame das circunstâncias fáticas.
No caso de não haver pactuação específica (onde ocorreria a autonomia da vontade das partes), a interpretação do art. 600 deveria ser restritiva, haja vista não se tratar de contrato trabalhista e sim contrato civil, onde o risco da atividade econômica é do prestador de serviço, este não deveria ser remunerado do período em que deixou de prestar o serviço.
Assim, salvo previsão específica, a remuneração será devida apenas do serviço realmente prestado e não do prazo estipulado.
7. EXTINÇÃO DO CONTRATO
A extinção do contrato é prevista no Código Civil vigente, no art. 607:
"Art. 607 - O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior."
Assim, a extinção ocorrerá:pela morte de qualquer das partes;pelo término do prazo de contratação;pela conclusão da tarefa para a qual o prestador foi contratado;pela resilição unilateral;pelo inadimplemento de qualquer das partes;pela impossibilidade de continuação do contrato decorrente do advento de força maior, pelo distrato (pela vontade das partes);pelas nulidades e anulabilidades.
7.1. DIREITO À CERTIFICAÇÃO
Extinto o contrato, resta aos contratantes o direito a quitação.
Nesse sentido, o art. 604 do Código Civil:
"Art. 604 - Findo o contrato, o prestador de serviço tem direito a exigir da outra parte a declaração de que o contrato está findo. Igual direito lhe cabe, se for despedido sem justa causa, ou se tiver havido motivo justo para deixar o serviço."
Esse dispositivo tem inspiração na lei trabalhista. Daí a menção somente ao prestador de serviço, pois é certo que normalmente é desse o interesse em obter a quitação, seja para assegurar-se e eximir-se da responsabilidade e também para exigir o pagamento da remuneração.
Mas sendo um contrato bilateral, apesar da norma prever apenas o interesse do prestador, pode também o tomador exigir a quitação do prestador, seja como um recibo do pagamento efetivado, seja como prova dos serviços realizados.
7.2. EXTINÇÃO ANTECIPADA
Poderá haver a extinção antecipada do contrato de prestação de serviço, mas com o respeito a regras de justa compensação.
Em geral, o contratante que der causa a extinção antecipada, causando perdas e danos ao outro, responderá pelos prejuízos.
O Código Civil vigente, nos arts. 602 e 603, já prevê a indenização devida, caso a iniciativa da antecipação seja do tomador:
"Art. 602 - O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por obra determinada, não se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido o tempo, ou concluída a obra.
Parágrafo único - Se se despedir sem justa causa, terá direito à retribuição vencida, mas responderá por perdas e danos. O mesmo dar-se-á, se despedido por justa causa."
"Art. 603 - Se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, a outra parte será obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do contrato."
Prevê que, caso o prestador de serviço seja despedido sem justa causa, ou seja, caso haja a extinção antecipada imotivadamente do contrato, o tomador deverá pagar por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do contrato.
Também nesse caso, por tratar-se de um contrato bilateral, estende-se o disposto a ambos contratantes, e, no caso de extinção por justa causa, tanto causada pelo tomador, quanto causada pelo prestador de serviço, correto que deva a parte que não deu causa à ruptura, ser ressarcida pelos eventuais danos sofridos.
8. ALICIAMENTO DE MÃO DE OBRA
Modalidade de responsabilidade para aquele que aliciar pessoas que prestam serviços a outrem.
Prevista no art. 608 do Código Civil:
"Art. 608 - Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos."
Essa disposição legal tem por finalidade combater a concorrência desleal, com o aliciamento de mão de obra.
O Código Civil vigente amplia o enquadramento desse aliciamento, englobando, não apenas o serviço agrícola, como o Código de 1916, mas qualquer que seja a natureza da prestação de serviço.
Ainda traz outra modificação, prevê que a prestação de serviço advenha de um contrato escrito, tornandoassim mais objetiva a possibilidade de indenização.
Caso ocorram situações em que não haja o contrato escrito, essas deverão ser resolvidas com argumentação prática e com orientação de julgados.
9. ALIENAÇÃO DO PRÉDIO AGRÍCOLA
O art. 609 trata do direito à continuidade contratual na alienação de prédio agrícola:
"Art. 609 - A alienação do prédio agrícola, onde a prestação dos serviços se opera, não importa a rescisão do contrato, salvo ao prestador opção entre continuá-lo com o adquirente da propriedade ou com o primitivo contratante".
O sentido desse dispositivo é proteger o prestador de serviço caso haja alteração da titularidade do imóvel onde é realizada a atividade contratada.
Caso ocorra a mudança de titularidade do imóvel, o prestador poderá escolher entre continuar com o novo adquirente ou permanecer com o primitivo contratante.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a conceituação e classificação do contrato de prestação de serviço fundamentado no Código Civil, importante destacar que se trata de contrato de caráter residual, pois compreende apenas àqueles que não estão elencados e regulados por leis especiais, tais como o Código de Defesa do Consumidor e principalmente os contratos trabalhistas (regulamentado pela CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas).
Assim, o contrato de prestação de serviço não pode ser confundido com o contrato de trabalho, por dois elementos essenciais: o objeto do contrato (prestação de uma atividade ou pelo proveito econômico de um resultado), e pelo relacionamento entre as partes (autonomia na prestação de serviço e subordinação no contrato de trabalho).
E sendo contratos diversos, a lide envolvendo o contrato de prestação de serviço será de competência da Justiça Cível Comum, enquanto que a lide discutindo um contrato de trabalho será de competência da Justiça do Trabalho.
REFERÊNCIAS
[1] Arnold Wald. O Contrato: Passado, Presente e Futuro, Revista Cidadania e Justiça: 1º Semestre de 2000, Rio de Janeiro: Publicação da Associação dos Magistrados Brasileiros, p.43.
[2] Pablo StolzeGagliano e Rodolfo Pamplona Filho, Novo Curso de Direito Civil- Contratos em Espécie, 9. ed. São Paulo: Saraiva, v.4, p. 275.
BIBLIOGRAFIA
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, v.3, 24.ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
GAGLIANO, Pablo Stolze. FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil, v.4, 9. ed.São Paulo:Saraiva, 2013.
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil, v.3.30.ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil, v.3.13.ed. São Paulo: Atlas, 2013

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