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Parasitologia Parasitas: seres que se associam a outros organismos para sobreviverem (apenas o parasita tem vantagem com essa relação e há prejuízo para o hospedeiro) Hospedeiro definitivo: abriga parasita em fase de maturidade e/ou sexuada Hospedeiro intermediário: abriga parasita em fase larvária e/ou assexuada Vetor biológico: além de transmitir a doença de um hospedeiro para outro, o parasita se desenvolve ou multiplica-se no vetor Vetor de transporte: vetor serve apenas para transporte de um hospedeiro para outro Infestação: desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo ou vestes (pediculose, escabiose, dermatobiose) Período de incubação: tempo decorrente entre o tempo de infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas clínicos Portador assintomático: hospedeiro infectado, transmite para outros, mas não manifesta sintomas Pródomo ou prodrômico: sinais ou sintomas que antecedem as manifestações típicas de uma doença (febre antes das lesões exantematosas do sarampo, coceira, irritação, formigamento, etc.) Patognômico: sinal ou sintoma característico de uma doença (sinal de Romaña/chagoma chagas; coriorretinite na toxoplasmose; manchas de Koplick no sarampo) Fômites: objetos, utensílios ou substâncias que podem transmitir doenças (roupa íntima, toalhas, talheres, etc.) Morbidade: número de doentes com relação a população Mortalidade: número geral de óbitos em determinado período de tempo e com relação a população Relação parasita-hospedeiro As relações entre os seres vivos tendem ao equilíbrio. Quando se sentem ameaçados, os parasitas liberam toxinas. Ação patogênica dos parasitos: Ação esfoliativa dos parasitas: absorção de nutrientes ou sangue do hospedeiro (por esse motivo, parasitas podem ocasionar anemia). A maioria dos parasitas são sideróforos, ou seja, dependentes de ferro. Ação mecânica: impedem o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar Giárdia causa atapetamento no intestino, ocasionando desnutrição. Ela se fixa no intestino através de ventosas Áscaris pode causar peritonite, pois pode perfurar o intestino e fazer com que o líquido intestinal extravase Ação traumática: migração cutânea/pulmonar (ancilostomose), hepática, hemólise (plasmodium) Ação irritativa: ventosas dos cestódeos, lábios de Ascaris lumbricoides na mucosa intestinal Pode causar aumento do trânsito intestinal e desencadear diarreia Schistossoma pode ocasionar hipertensão portal e ascite Ação tóxica: causada por enzimas ou metabólitos (secreções do miracídio de S. mansoni) Ação enzimática: penetração da pele por cercaria de S. mansoni, lesão da mucosa intestinal por E. histolytica para obtenção de nutrientes Anóxia/hipóxia: consumo de O2 e Fe da hemoglobina (gera anemia) ancilostomose e malaria Relacionamento: alimentação e/ou proteção Simbiose: troca de vantagens, associação OBRIGATÓRIA Predatismo: sobrevivência de uma espécie depende da morte de outra Parasitismo: benefício unilateral, tende ao EQUILÍBRIO Mecanismos de defesa do hospedeiro: Fatores genéticos Dieta e estado nutricional Dieta rica em proteínas: desfavorável ao desenvolvimento de muitos protozoários intestinais Dieta baixa em proteínas: aparecimento de sintomas e complicações nas amebíases Dieta rica em carboidratos: favorece o desenvolvimento de custódios Suco gástrico Pele Resistência etária Fagocitose Imunidade relativa a reinfecção Lágrima Inflamação Reflexos Conceitos: Endemia: presença contínua e usual de uma doença em uma área Região endêmica: região em que a incidência (número de casos novos/tempo) da doença permanece constante por vários anos Epidemia: número de casos ultrapassam a incidência normalmente esperada de uma doença em uma região Surto epidêmico: espalha-se rapidamente entre as pessoas de outras regiões Pandemia: epidemia amplamente disseminada Antroponoses: doenças exclusivas humanas Zoonoses: doenças que atingem homens e animais Classificação geral dos parasitos: Protozoários: cistos, oocistos (fecundação), trofozoíto (vegetativa) Helminto: ovo, larva, verme adulto Artrópodes: ectoparasitas Protozoologia Eucariontes, unicelulares Possuem núcleo, complexo de golgi, RER, REL, mitocôndrias, lisossoma, microtúbulos, flagelos, cílios, pseudópodes, citósoma (abertura bucal de um microrganismo unicelular) Características morfológicas dos protozoários: Endoplasma: nutrição, reprodução, contém o núcleo Protoplasma: citoplasma e nucleoplasma Ectoplasma: ingestão de alimentos, excreção, respiração, proteção e locomoção Cinetoplasto: mitocôndria especializada junto a bolsa flagelar Excreção se dá através de vacúolos contráteis ou difusão de membrana. Ciclo vital: Trofozoíto forma vegetativa, se alimenta e reproduz Cisto e oocisto formas de resistência - parede resistente de proteção Oocitos se originm de reprodução sexuada Gameta forma sexuada Amebas Entamoeba histolytica Agente etiológico da amebíase Estirpes não patogênicas: amebíase intestinal assintomática 10-12% dos casos são sintomáticos amebíase intestinal invasiva + complicações extra-intestinais Homem é o principal reservatório Transmissão oral-fecal através da ingestão de cistos Trofozoítos: São encontrados em fezes humanas; São polimórficos, uninucleares, apresentam pseudópodes, possuem ectoplasma mais claro que o endoplasma Pleomórficos (variam sua forma) Endoplasma granuloso 1 núcleo + cariossomo (massa esférica de cromatina) puntiforme Cromatina periférica condensada e granulosa Vacúolos citoplasmáticos Disenterias: hemácias fagocitadas Cistos: Esféricos ou ovais Possuem de 2 a 4 núcleos Presença de corpos cromatoides: bastonetes Podem ser encontrados nas fezes, assim como trofozoítos Fagocitam hemácias, bactérias, restos alimentares, detritos alimentares, etc. Trofozoítos habitam o intestino grosso Ciclo biológico: Ingestão de cistos, através de água e alimentos contaminados (transmissão oral-fecal) Cistos no intestino delgado originam 8 trofozoítos Quando os trofozoítos chegam no intestino grosso, passam a se dividir por fissão binária Depois de se multiplicarem, trofozoítos sofrem encistamento e são liberados nas fezes na forma de cistos Fezes diarreicas: trofozoítos não sobrevivem Forma invasiva da amebíase: invasão de mucosa intestinal, atingindo outros órgãos, como fígado, pulmão ... Há rompimento da barreira intestina por proteases, causando lesão tecidual (colite amebiana) Colite fulminante perfuração intestinal Amebíase hepática, pulmonar, encefálica possuem maior mortalidade circulação mesentérica/porta Amebíase cutânea formação de abcessos Podem causar lesões oculares e genitais Forma não invasiva: confinada ao lúmen intestinal Manifestações Clínicas Colite não-disentérica: diarreia (2-4 x) ou fezes moles ou pastosas Colite amebiana: disenteria + dor abdominal e lombar, cólicas, febre, anorexia, perda de peso Amebíase hepática: (+) anemia, hepatomegalia, dor epigástrica, icterícia Amebíase pulmonar: tosse constante, dor torácica, dispneia, taquipneia... Amebíase encefálica: cefaleia, vômitos, convulsão, mudanças comportamentais Transmissão: ingestão de cistos; portadores assintomáticos que manipulam alimentos são os principais disseminadores Profilaxia: exame periódico em manipuladores de alimentos, saneamento básico, água filtrada ou fervida, tratar casos sintomáticos Diagnóstico: parasitológico (exame de fezes fezes formadas - cistos; fezes líquidas - trofozoítos); retossigmoidoscopia + biópsia; teste sorológico positivo; pesquisa de coproantígenos Tratamento: repouso, dieta com proteínas e vitaminas e baixa em carboidratos, hidratação oral e parenteral; uso de amebicidas intestinais Diidoracetamidas compostos quase insolúveis em água que provocam flatulência - teclosan, furamida, etofamida, clefamida - 3 a 6 comprimidos por dia durante 10 dias) Amebicidas teciduais: nitroimidazois rapidamente absorvidos pela mucosa do intestinodelgado Metronidazol: (25 a 30 mg/Kg em dose única ou dividida em três doses/dia) 7 a 10 dias Efeitos: náuseas, vômitos, gosto metálico na boca, dor abdominal, diarréia, dor de cabeça, tontura e dormência nas pernas excreção pela urina, bile, saliva, leite, esperma e secreção vaginal Não utilizar primeiro trimestre da gravidez e não utilizar álcool Tinidazol 2g/dia por 2 dias (adultos); 40 a 60mg/Kg/dia por 2 a 3 dias (crianças) Ornidazol 500mg 2x ao dia por 5 a 10 dias não é incompatível com álcool e não é teratogênico Nimorazol 40mg/Kg/dia 5 a 10 dias via oral Amebas de vida livre facultativas ou oportunistas Naegleria fowleri viem em lagos, brejos, piscinas mal cuidadas Acanthamoeba spp. vivem em solo e águas de lagos e rios (trofozoítas); solo seco e poeira (cistos) Patologias: meningoencefalite, encefalite granulomatosa, ceratite (úlcera da córnea) Patogenia: Acanthamoeba spp.: invasão da córnea com lesão prévia (uso incorreto de lentes de contato + falta de cuidado e higiene, contaminação de solução salina, uso abusivo de colírios) Ceratite: ulceração, dor, perda de visão variável – ou encefalite granulomatosa Fator predisponente: doenças crônico-debilitantes, imunossupressão Porta de entrada: trato respiratório, pele Possui evolução mais lenta, desorientação, irritabilidade, letargia Naeugleria fowleri: banhistas (lagos, piscinas mal cuidadas) Trofozoítas flagelados invadem a mucosa nasal e o epitélio neurolfativo, posteriormente, atingem o encéfalo e caem na corrente sanguínea, ocasionando meningoencefalite amebiana Sintomas: rinite, dor de garganta, cefaleia, febre, vômitos, rigidez de nuca, desorientação, coma, morte em 5-6 dias (período de incubação 3-7 dias) Tratamento: anfotericina B endovenosa O diagnóstico clínico é difícil. Feito com coleta de material da faringe, mucosa nasal e líquor para se fazerexame a fresco ou cultura. Pode-se fazer imunodiagnóstico. Tratemento e profilaxia: Medicação específica: inexistente Fármacos utilizados: Anfotericina B, miconazol, rifampicina, cetoconazol, itraconazol, antiinflamatórios... Ceratite: colírios e pomadas (neomicina) transplante de córnea Profilaxia: difícil, carência de estudos básicos e epidemiológicos Protozoários flagelados intestinais e geniturinários Flagelados intestinais e geniturinários: Giárdia lamblia duodeno Trichomonas vaginalis vagina, uretra masculina (feminina não, porque é muito curta) e próstata Flagelados teciduais: Leishmania spp. Trypanossoma cruzi Giardia lamblia giardíase Causa mais comum de diarreia em crianças Morfologia: trofozoítos flagelados, apresentam 2 núcleos vesiculosos, formato piriforme, simetria bilateral, 4 pares de flagelos, corpos medianos e axonemas Vivem no duodeno Superfície ventral possui um discoo adesivo ou disco suctorial Citoplasma com par de núcleos com cariossomo central e dois axonemas Corpos parabasais cruzam o axonema central Cistos: Ovais ou elipsoides que possuem de 2 a 4 núcleos, com 4 fibrilas (axonemas) Cistos são eliminados nas fezes e ficam viáveis por 2 meses ou mais em água SÃO RESISTENTES AO CLORO!!!!!!!! Ficam viáveis embaixo das unhas por muito tempo Possuem uma cobertura espessa, que é o que lhe fornece resistência Ocorre desencistamento a 37ºC ou pH 2 Reservatórios: homem e animais Distribuição mundial crianças de 8 m a 12 anos Diarreia em viajantes de áreas endêmicas Transmissão: Oral-fecal (cistos nas fezes) ingestão de água e alimentos contaminados (mao suja, insetos, adubo orgânico) Pessoa-pessoa transmissão por contato e através de relação sexual Período de incubação: 1-3 semanas Ciclo biológico: Ocorre ingestão de cistos, quando estes chegam ao estômago, onde o pH é 2, ocorre desencistamento e liberação de 2 trofozoítos, que irão para o intestino delgado e farão colonização. No intestino delgado, a reprodução é por divisão binária. Posteriormente, ocorre encistamento e liberação dos cistos pelas fezes. Cada cisto libera 2 trofozoítos, que se multiplicam no duodeno Patogenia: Adesão nas células da mucosa através de discos adesivos. Há liberação de substâncias citopáticas + lesão das microvilosidades e inflamação Ocorre edema de mucosa, que aumenta a motilidade e a secreção de muco Ocorre aceleração da renovação celular com disfunção das células jovens, o que causa incapacidade de absorção de nutrientes ATAPETAMENTO POR TROFOZOÍTOS (na criança, o primeiro nutriente que ela perde é o ferro, devido a atrofia de mucosa, ocasionando anemia) Há aumento da eosinofilia e na quantidade de neutrófilos Ocorre apoptose das células epiteliais e atrofia da mucosa Diarreia por conta da inflamação citocinas fazem com que a água dos tecidos adjacentes seja jogada para a luz intestinal, aumentando o fluxo e provocando diarreia Manifestações clínicas: Portadores assintomáticos Diarreia aguda Distensão e dor abdominal Diarreia crônica e persistente Má-absorcao de lipídeos causa esteatorreia (gordura nas fezes) Má-absorcao de vitaminas lipossolúveis, B12, Fe, lactose (lactose se torna um carboidrato irritativo para a mucosa) Perda de peso, fraqueza, febre e anorexia Diagnóstico: Fezes formadas presença de cistos Fezes diarreicas trofozoítos e cistos Parasitológico Tratamento: Metronidazol 15-20 mg/kg/5 dias em crianças; 250mg/3xdia/5dias Ornidazol Tinidazol Secnidazol Profilaxia: higiene pessoal, protcao dos alimentos, tratamento de água (CISTOS RESISTENTES A CLORAÇÃO!!!, porém são destruídos por água fervente) Trichomonas spp. tricomoníase 3 spp.: T. tenax microbiota oral, não-patogênico, controle através da higiene oral Pentatrichomonas hominis microbiota intestinal, não-patogênico T. vaginalis vaginite e uretrite Trichomonas vaginalis tricomoníase DST não viral mais comum Reservatório: trato geniturinário do HOMEM Fatores de risco: idade, atividade sexual, número de parceiros, outras DSTs, fase do ciclo menstrual (com a queda do estrogênio, há mudança no pH vaginal e diminuição da quantidade de lactobacilos, consequentemente, há proliferação de gram-negativos e outros microrganismos), condições sócio-econômicas Há secreção vaginal bolhosa devido aos flagelos, que giram Morfologia: Núcleo grande e compacto Forma oval ou elipsoide 4 flagelos livres anteriores Membrana ondulante (1 flagelo voltado para trás) Corpo parabasal e complexo de golgi Hidrogenossomos: conjunto de mitocôndrias; há armazenamento de ATP nessa organela Axóstilo: espícula que ajuda na adesão ao tecido O trofozoítos é de difícil visualização, por isso, a maioria dos diagnósticos são clínicos (leucorreia abundante, secreção branca-amarelada bolhosa (amarelada na presença de outra IST) Não possui forma cística e é sujeito ao dessecamento e altas temperaturas Sobrevive 2 horas em água, 3 horas em urina coletada e 6 horas em sêmen ejaculado e secreção vaginal Microrganismo anaeróbio facultativo A diminuição do glicogênio nas células epiteliais favorece a infecção vaginal, assim como a acentuada descamação epitelial Transmissão: Relação sexual: DST Recém-nascida de mãe infectada (cura espontânea) Incomum na infância devido ao pH vaginal baixo e falta de estrógeno Fômites Tricomoníase masculina é autolimitada secreções prostáticas e jato de urina controlam Patogenia: Diminuição do pH vaginal diminui a quantidade de Lactobacilos acidophilus A aderência e citotoxicidade na mucosa geram inflamação e infiltrado linfocitário (aumenta risco de infecção por HIV) Mecanismos de escape da reação imune: parasitas de autorrevestem com proteínas plasmáticas do hospedeiro Tratamento: METRONIDAZOL, tinidazol, secnidazol, ornidazol, nimorazol, tratar o parceiro, gestantes: cremes ou óvulos (tópico) Manifestações clínicas: Pode ser assintomático, com período de incubação de 3-20 dias Mulheres: prurido intenso com queimação, leucorreia purulenta-esverdeada de odor fétido; erosões namucosa, edema, eritema, disúria, dor abdominal baixa, cervicite, vaginite, vulvovaginite Homens: assintomáticos/semanas; secreção matutina leitosa ou purulenta, prurido, disúria; uretrites, prostatite, cistite Diagnóstico: Colheita de secreção com swab em solução salina: sobrevive por 24 horas Exame a fresco trichomonas em movimento Cultura em kupferberg caro Exame citológico em preparação fixada e corada Profilaxia: preservativo, abstinência sexual com pessoas infectadas, tratamento imediato de casos sintomáticos, assintomáticos e parceiros sexuais Protozoários flagelados teciduais Leishmania spp. Trypanossoma cruzi Leishmania spp. leishmaniose Formas evolutivas: amastigota e promastigota Hospedeiros invertebrados: fêmeas de mosquitos hemtófagos FLEBOTOMOS Hospedeiros vertebrados: memíferos homem, roedores, canídeos,marsupiais, primatas Morfologia das formas evolutivas: Amastigotas hospedeiro vertebrado Arredondada, cinetoplasto (feixe de mitocôndrias) em forma de bastão fica próximo ao flagelo, pois desse modo consegue fornecer ATP diretamente Ausência de flagelo livre Parasitas exclusivos de células do sistema fagocítico mononuclear (macrófagos) Multiplicam-se por divisão binária Promastigota: hospedeiro invertebrado (inseto vetor) Extracelular, forma alongada, presença de flagelo livre e longo Presente no trato digestivo do vetor Cineoplasto em bastão mediano Forma infectante!! Promastigota deixa ser fagocitado pelo macrófago e dentro dessa célula, se transforma em mastigota Forma afilada para penetrar nos tecidos Transmissão: Se dá através dos insetos fêmeas flebotomídeos (Phlebotomus sp.e Lutzomyia sp.) mosquito palha/birigui Hematófagos: hábitos noturnos (pôr-do-sol até a madrugada): inoculam promastigotas metacíclicas durante o repasto sanguíneo Ciclo biológico: Homem é o hospedeiro acidental mosquito pica animal contaminado e depois pica o homem Cães são reservatórios domésticos, enquanto raposas, roedores, cães selvagens, pacas e bicho-preguiça são reservatórios silvestres A fêmea do mosquito flebótomos/palha/birigui inocula promastigotas metacíclicas no local da picada, esses promastigotas deixam ser fagocitados por macrófagos, que se transformarão em amastigotas. Os amastigotas se reproduzem por fissão binária dentro dos macrófagos, causam a ruptura de membrana dessas células e a liberação de novos parasitas no interstício (amastigota). Macrófagos fagocitam amastigotas e reiniciam o ciclo, além de serem ingeridos pelas fêmeas do mosquito flebótomos/palha/birigui durante o repasto. No estômago do mosquito, macrófagos se rompem, liberando amastigotas, que se transformarão em promastigotas e migrarão para o intestino, onde serão aderidos a mucosa e se reproduzirão, posteriormente, esses promastigotas migrarão para o estômago e faringe do mosquito, favorecendo a inoculação do parasito durante o repasto sanguíneo. Tipos clínicos de Leishmaniose: Leishmaniose tegumentar: cutânea (LTC), cutaneomucosa (LCM), cutânea difusa (LTD) Leishmaniose visceral Leishmaniose tegumentar: Atinge pele e mucosas nem sempre cada lesão é resultante de uma picada isolada, pois o sistema linfático e o líquido intersticial espalham o parasito. Além disso, o macrófago, ao levar para o linfonodo, pode se romper e liberar amastigotas Leishmaniose cutânea: lesões ulceradas indolores, únicas ou múltiplas, localizadas na pele Leishmaniose cutaneomucosa: lesões ulceradas e agressivas com invasão da mucosa e destruição de cartilagens comum no palato e nariz lesões crônicas de evolução lenta Leishmaniose cutânea difusa: lesões nodulares não-ulceradas disseminadas Período de incubação 2 semanas a 3 meses Leishmania braziliensis é o mais comum Manifestações clínicas: Todas as formas se iniciam com a formação de uma ou múltiplas pápulas, que representam macrófagos acumulados e repletos de amastigotas, circundados por linfócitos. A ruptura dessas pápulas forma úlceras de Bauru ou botão do oriente desintegração do nódulo Úlcera: bordas altas e bem hiperemiadas; pode ser dolorosa em INFECÇÃO SECUNDÁRIA; formato circular; fundo granuloso; recoberta por exsudato e indolor Leishmania visceral ou calazar ou febre dum-dum Agente etiológico no Brasil: L. chagasi (raro, pois, no Brasil, é mais comum braziliensi) Período de incubação: 10 dias - 24 meses Visceralizacao de amastigotas Desenvolvimento abrupto ou gradual Nesse caso, o macrófago vai para o fígado, rim, coração... Fatores de risco: desnutrição, imunossupressão, HIV Patogenia: Amastigotas parasitam macrófagos e seguem para as vias hematogênicas ou linfáticas, atingindo medula óssea, baço, linfonodos, fígado e outros órgãos Quando atinge a medula óssea desencadeamento de um quadro crônico de anemia, trombocitopenia, leucopenia Amastigotas sendo liberados Esplenomegalia: Órgão inflamado, com áreas de infarto, macrófagos densamente parasitados (hiperplasiae hipertrofia) Anemia, trombocitopenia, leucopenia imunologicamente mediados Hepatomegalia: Órgão inflamado e com aspecto firme, presença de infiltrado leucocitário Células de kupffer densamente parasitados hipertrofia e hiperplasia Hiperplasia regenerativa nodular difusa, gerando disfunção de hepatócitos Hipoalbuminemia, que gera edema Manifestações clínicas: Sinais gerais febre, anemia, leucopenia, perda de peso, enfraquecimento, tosse, diarreia, dor abdominal Sinais viscerais esplenomegaia, hepatomegalia, anemia, perda de peso, epistaxe (sangramento na mucosa nasal), hemorragia gengival e gástrica, edema, icterícia, ascite 90% dos casos vão a óbito Existem casos assintomáticos ou oligossintomáticos com recuperação espontânea Diagnóstico: Intradermorreacao de Montenegro antígeno intradérmico e formação de pápulas Esfregaço de raspado da lesão tegumentar ou material de punção de medula óssea, baço, fígado, linfonodos e sangue Cultura Biópsia histopatológica Exame clínico, de sangue Teste sorológico/ imunológico Tratamento: Anfotericina B, pentamidina, glucantime, pentostam Profilaxia: Controlar e eliminar vetores Tratar e eliminar cães infectados Vacinar cães Trypanossoma cruzi Doença de Chagas Formas evolutivas: Amastigota tecidual biópsia muscular pode encistar no coração, esse cisto pode estourar e reiniciar o ciclo (reaglutização) Tripomastigota sangue Epimastgota barbeiro Hospedeiros invertebrados: triatomídeos “bicho barbeiro” (tubo digestivo) Hospedeiros vertebrados: mamíferos (homens, roedores, marsupiais - gambá, tatu, morcegos, primatas, cão, gato, coelho... sangue e tecidos) Epidemiologia Brasil: atinge mais a população pobre das áreas endêmicas Estados: RS, SC, PR, SP, MG, GO, MT, BA, CE, RG, Paraíba, PE, MA, AL, SE, na Amazônia há poucos casos (Pará e Amapá) Casas de pau a pique, principalmente presentes entre a comunidade ribeirinha, são propícias para alojar bicho barbeiro Morfologia: Amastigotas: hospedeiro vertebrado, oval-arredondados, cinetoplasto em forma de bastao, parasita intracelular encontrado nos tecidos do hospedeiro Formam ninhos no tecido muscular Pode ser encontrado no musculo cardíaco, na placenta... Tripomastigotas: encontrado no sangue do hospedeiro vertebrado e nas fezes e urina do inseto transmissor Apresentam formato alongado, 1 nucleo, 1 cinetoplasto arredondado localizado na região posterior, flagelo aderido ao corpo celular (membrana ondulante), tornando-se livre na região anterior da célula FORMA INFECTANTE!!!! Epimastigota: presentes em todo intestino do inseto transmissor Apresentam formato alongado, 1 núcleo, 1 flagelo livre na região anterior, 1 cinetoplasto em forma de bastão localizado na região anterior e o núcleo (justaposto ao núcleo) Transmissão: Através dos insetos vetores: triatomídeos - barbeiro ou chupança Hematófagos: hábito noturno: eliminam tripomastigotas nas fezes ou logo após o repasto sanguíneo Transfusional tripomastigotas Congênitatripomastigota diferenciados a partir de ninhos de amastigotas na placenta Acidental Oral amamentação, alimentos contaminados com fezes de triatomídeos, canibalismo entre os animais (tripomastigotas penetram na mucosa oral) Transplante de órgãos amastigotas Relação sexual transmissão não comprovada em seres humanos Reservatórios: Tatus, gambás, ratos Ciclo biológico: Ciclo diexênico Bicho barbeiro “ingere” TRIPOMASTIGOTA, que vai para TGI e se transforma em EPIMASTIGOTA (replicação mais eficiente e rápida). Depois se transforma em tripomastigota (no reto do bicho). Quando o bicho barbeiro pica, ele defeca e suas fezes contêm tripomastigotas, que caem no buraco da picada e são fagocitados por macrófagos. Macrófago estoura e epimastigota vira tripomastigota na corrente sanguínea e vai para os órgãos. Nos órgãos, os tripomastigotas viram amastigotas. Forma infectante tripomastigota para o homem e para o barbeiro. Patogenia Fase aguda: início da infecção parasitemia alta, pode ocorrer morte do hospedeiro (crianças) Resposta imune eficaz diminui parasitemia e quando cronificada, diminui o número de parasitas no sangue Amastigota dos tecidos fica latente para não chamar atenção, estoura silenciosamente o macrófago e entra nas células do tecido Infectando as células, as células infectadas fazem uma película para isolar as células infectadas —> formando o ninho/cisto de amastigota dentro do tecido, por isso os sinais da doença demoram anos para aparecer evolução do quadro crônico lenta anticorpo não consegue penetrar nos cistos Evolução e desenvolvimento das diferentes formas clínicas da fase crônica da doença de Chagas: lenta (10 a 15 anos ou mais de infecção) Sintomas: febre baixa, mal-estar, cefaleia, astenia (perda de força muscular), anorexia, edema, hiperplasia de linfonodos Sinais patognômicos: sinal de Romaña (queda da pálpebra) e Chagoma de inoculação (área de inflamação lesão eritematosa, ligeiramente elevada, endurada, furunculoide, com borda edemaciada, descama após 2 a 3 semanas) Fase aguda evolui com hepatoesplenomegalia, miocardite aguda, meningoencefalite (crianças e indivíduos imunossuprimidos), pode ser fatal em crianças ou pode regredir em 1 ou 2 meses para cura ou fase crônica Forma digestiva: 7-11% dos casos; caracteriza-se por aperistalse destruição do plexo mioentérico + fibrose; megaesôfago, megacólon Na fase aguda, tripomastigotas podem ser detectados no sangue ou na pele (chagoma de inoculação) + anticorpos Na fase crônica, pode-se encontrar anticorpos no sangue, mas o nível de parasitemia é baixa Tratamento não é completamente efetivo e é mais eficiente na fase aguda, em que o tripomastigota está no sangue Uso de benzonidzol (rochagan) Protozoários ciliados Balantidium coli balantidíase Cílios auxiliam na motilidade, mas também servem para aumentar a captura de alimentos Forma infectante: trofozoíta Cisto: esféricos, liberados nas fezes, sobrevivem até 5 semanas em fezes úmidas Habitam o INTESTINO GROSSO Suínos liberam cistos nas fezes e o homem ingere, há desencistamento e trofozoítos vão chegam ao intestino grosso. Trofozoítos realizam fissão binária e só invadem a mucosa em caso de lesão prévia, causando necrose, ulceração. Há novo encistamento e liberação dos cistos nas fezes Sintomas ≈ amebíase Diarreia, disenteria (quando tem sangue e pus), dor abdomina, anorexia, fraqueza, febre Diagnostico parasitológico Pesquisa de cistos nas fezes formadas Pesquisa de trofozoítos em fezes diarreicas AMEBÍASE intestino delgado BALANTIDÍASE intestino grosso Metronidazol e tetraciclina
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