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Universidade Presbiteriana Mackenzie Curso de Engenharia Ele´trica Controle II Notas de Aula Prof. Marcio Eisencraft Segundo semestre de 2004 Universidade Presbiteriana Mackenzie Curso de Engenharia Ele´trica Controle II TEORIA Prof. Marcio Eisencraft Segundo semestre de 2004 Controle 2 – Aula 1T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Universidade Presbiteriana Mackenzie Controle 2 Professor Marcio Eisencraft (marcioft@mackenzie.com.br) 2º. Semestre 2004 1. Objetivos O objetivo da disciplina é ampliar o conhecimento na área de controle de sistemas lineares, com estudo de aplicações voltadas principalmente para sistemas elétricos e mecânicos. Será usada intensamente a linguagem Matlab para simulação de sistemas. O conteúdo envolve estudo de técnicas de projeto de sistemas de contro- le como o Lugar Geométrico das Raízes, resposta em freqüência além de uma introdução às técnicas de controle digital. 2. Aulas de Teoria e Prática Nas aulas de prática serão vistas aplicações dos assuntos abordados nas aulas de teoria. Em todas as aulas de práticas será utilizada a ferramenta computacional Matlab, principalmente seu ferramental (toolbox) para a á- rea de controle. Será utilizado também o kit didático de levitação ECP. 3. Avaliação Serão realizadas três avaliações versando sobre o conteúdo visto nas aulas de teoria e de prática. Controle 2 – Aula 1T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 2 O aluno estará aprovado caso consiga média maior ou igual a 7,0 e estará reprovado caso consiga média inferior a 5,5. Se a média ficar entre 5,5 e 6,9 o aluno será aprovado caso possua mais de 80% de presença em aula, caso contrário estará reprovado. Cada avaliação será constituída de duas notas: o Nota da Prova – 0,0 a 9,0 o Nota de Relatórios da Aula Prática – 0,0 a 2,0 Nas aulas de prática os alunos formarão grupos de um ou dois alunos. Ao final de todas as aulas será passada uma atividade a ser entregue pelo grupo no início da aula prática seguinte. A tolerância para entrega desta atividade é de 10 minutos. Importante: O relatório deve ser entregue em folha de papel A4 cons- tando dos nomes, números de matrículas e número da aula à qual a a- tividade se refere. FORA DESSAS CONDIÇÕES, O RELATÓRIO NÃO SERÁ ACEITO. Eventualmente, o professor poderá exigir a entrega de uma atividade du- rante a aula. Para que o grupo tenha presença nas aulas de prática é indispensável que pelo menos um dos componentes tenha a apostila da aula. Será considerado presente o aluno que estiver em sala no momento em que é realizada a chamada. Não serão abonadas faltas (exceto os casos previstos em lei). A tolerância para entrada em sala é de 30 minutos. Controle 2 – Aula 1T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 3 As provas serão realizadas no horário das aulas de teoria nos seguintes di- as: PROVA Turma F (6ª feira) Peso P1 10/09 Peso 1 P2 15/10 Peso 1 P3 A ser definida Peso 2 4. Conteúdo Programático O curso é formado por três tópicos principais muito importantes no projeto e análise de sistemas de controle moderno: 1. Técnicas do Lugar das Raízes [NISE, pp. 305-323]. 2. Técnicas de Resposta em Freqüência [NISE, pp. 417-458]. 3. Sistemas de Controle Digital [NISE, p.558-579]. 5. Bibliografia A cada aula (de teoria e de prática) serão disponibilizadas na Internet no site http://meusite.mackenzie.com.br/marcioft/ notas de aula. Além disso, serão fornecidas listas de exercícios. A principal referência que será utilizada durante todo o curso é: ¾ [NISE] NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª edição, LTC, 2002. Controle 2 – Aula 1T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 4 Outras referências disponíveis em vários exemplares na biblioteca: Ö [OGATA] OGATA, K. Engenharia de Controle Moderno. 4ª edição, Prentice-Hall do Brasil, 2003. Ö [DORF] DORF, R.C. Sistemas de controle modernos. 8ª edição, LTC, 2001. Ö [HAYKIN] HAYKIN, S. S. Sinais e sistemas. 1ª edição, Bookman, 2000. Ö [PHILLIPS] PHILLIPS, C. L.; HARBOR, R. D. Sistemas de Controle e Realimentação, 1ª edição, Makron Books, 1997. Ö [OPPENHEIM] OPPENHEIM, A. V.; WILLSKY, A. S. Signals & Sys- tems. 2ª edição, Prentice-Hall, 1997. Ö [LATHI] LATHI, B. P. Signal Processing & Linear Systems. Berkeley- Cambridge, 1998. Ö [CHAPMAN] CHAPMAN, S. J. Programação em Matlab para Engenhei- ros, 2ª edição, Thompson, 2003. 6. Horários preferenciais para atendimento 5ª feira – 20h – 21h25min Controle 2 – Aula 1T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Aula 1T - Técnicas do Lugar das Raízes Introdução Bibliografia NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª. Edição, LTC, 2002. Páginas 301-305. OGATA, K. Engenharia de Controle Moderno. 4ª edição, Prentice-Hall do Brasil, 2003. Páginas 276- 277. 1. Técnicas do Lugar das Raízes 1.1. Introdução Como foi visto em Controle 1, os pólos de uma função de transferência de- terminam várias características qualitativas da resposta de um sistema de controle. Por exemplo, para um sistema de 2ª ordem temos: o Estabilidade: o sistema é estável se todos os pólos têm parte real negativa. o Resposta transitória: subamortecida se os pólos são complexos conjugados, superamortecida se os pólos são reais e diferentes e com amortecimento crítico de os pólos são reais e iguais. Lugar das raízes: representação gráfica dos pólos a malha fechada em função da variação de um parâmetro do sistema. Assim, o lugar das raízes, tratado neste capítulo, fornece a descrição qualitativa do desempenho de um sistema de controle em função da variação de um parâmetro e também serve como uma poderosa ferramenta quantitativa fornecedora de mais informações do que os métodos já estudados. Antes de estudá-lo vamos revisar dois conceitos fundamentais: o O problema do sistema de controle e Controle 2 – Aula 1T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 2 o Números complexos e suas representações como vetores. 1.1.1. O problema dos sistemas de controle Problema sério dos sistemas de controle: enquanto os pólos da função de transferência em malha aberta são facilmente determinados (comumente são conhecidos por inspeção e não se alteram com mudanças no ganho do siste- ma), os pólos da função de transferência a malha fechada são mais difíceis de determinar (normalmente não podem ser encontrados sem fatorar o polinômio característico do sistema, o denominador da função de transferência). Além disso, os pólos a malha fechada se alteram quando se muda o ganho. Lembrando: Figura 1 – Sistema de controle com realimentação [NISE] Função de transferência em malha aberta: ( ) ( )sHsKG Controle 2 – Aula 1T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 3 Função de transferência em malha fechada: ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )sHsKG sKG sR sCsT +== 1 Exercício: 1. Seja ( ) ( )2 1 + += ss ssG e ( ) 4 3 + += s ssH . (a) Calcule os pólos e zeros do sistema em malha aberta. (b) Determine a função de transferência em malha fechada. Determine seus zeros. (c) Verifique que os pólos do sistema em malha fechada são mais difíceis de calcular e dependem do ganho K . 1.1.2. Representação vetorial de números complexos Número complexo, θωσ ∠=+= Mjs pode ser sempre descrito como um vetor. Figura 2 – Plano complexo [NISE] Quando o número complexo é substituído em uma função complexa ( )sF , resultaoutro número complexo. Por exemplo, se ( ) ( )assF += , substitu- Controle 2 – Aula 1T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 4 indo então o número complexo ωσ js += resulta ( ) ( ) ωσ jasF ++= , outro nú- mero complexo. Este número é mostrado a seguir. Figura 3 - ( ) ( ) ωσ jasF ++= [NISE] Observe que ( )sF apresenta um zero em a− . Se deslocarmos o vetor de a unidades para a esquerda, como a seguir, teremos uma representação alter- nativa do número complexo que se origina no zero de ( )sF e termina no ponto ωσ js += . Figura 4 – Representação alternativa para ( ) ( ) ωσ jasF ++= [NISE] Controle 2 – Aula 1T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 5 Concluímos que ( )as + é um número complexo e pode ser representado por um vetor traçado a partir do zero da função ao ponto s . Por exemplo, ( ) ( )7+= ssF calculada no ponto 25 js += vale ( ) 21225 jjF +=+ e pode ser obtido traçando a partir do zero da função, -7, um vetor até 25 js += como mostrado a seguir. Figura 5 – ( ) ( )7+= ssF calculada em 25 js += [NISE] Seja então ( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( )n m n j j m i i pspsps zszszs ps zs sF +++ +++= + + = ∏ ∏ = = … … 21 21 1 1 . Uma vez que cada fator complexo pode ser visto como um vetor, a magnitude M de ( )sF em cada ponto s é: ( ) ( )∏ ∏ = = + + = n j j m i i ps zs M 1 1 Controle 2 – Aula 1T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 6 em que izs + é a magnitude do vetor traçado a partir do zero de ( )sF em iz− ao ponto s e jps + é a magnitude do vetor traçado a partir do pólo de ( )sF em jp− ao ponto s . O argumento, θ , de ( )sF em qualquer ponto s é: ( ) ( )∑∑∑∑ == +∠−+∠=−= n j j m i i pszs 11 pólos dos ânguloszeros dos ângulosθ em que o argumento do zero é o ângulo, medido no sentido trigonométrico, a partir do eixo real, de um vetor traçado do zero de ( )sF em iz− ao ponto s e o argumento do pólo é o ângulo, medido no sentido trigonométrico a partir do eixo real, de um vetor traçado do pólo de ( )sF em jp− ao ponto s . Exercícios: 2. Dado ( ) ( )( )2 1 + += ss ssF , obter ( )sF no ponto 43 js +−= usando a abordagem ge- ométrica vista acima. 3. Dado ( ) ( )( )( )( )63 42 ++ ++= sss sssF obter ( )sF no ponto 97 js +−= nas seguintes for- mas: (a) substituindo diretamente o ponto em ( )sF ; (b) Calculando o resultado usando vetores. Resp: oj 7,110096,00899,00339,0 −∠=−− Controle 2 – Aula 2T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Aula 2T - Definindo o Lugar das Raízes Propriedades do Lugar das Raízes Bibliografia NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª. Edição, LTC, 2002. Páginas 305-310. OGATA, K. Engenharia de Controle Moderno. 4ª edição, Prentice-Hall do Brasil, 2003. Páginas 277- 279. 1.2. Definindo o Lugar das Raízes Vamos definir o que é o lugar das raízes a partir do seguinte exercício. Exercício 1. Um sistema de câmara de vídeo, semelhante ao mostrado na figura a se- guir, pode acompanhar automaticamente um objeto. O sistema de rastrea- mento consiste em um sensor duplo e um transmissor, em que um compo- nente é montado sobre a câmara e o outro usado pelo objeto. Uma diferen- ça entre as saídas dos dois sensores que recebe energia do transmissor faz com que o sistema gire a câmara para eliminar a diferença e seguir a fonte de energia. Figura 1 – Câmara de vídeo do Exercício Um [NISE] Controle 2 – Aula 2T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 2 Admita a representação em diagrama de blocos deste sistema apresentada a seguir. Figura 2 – Diagrama de blocos do sistema do Exercício Um [NISE]. Pede-se: (a) Encontre a função de transferência em malha fechada ( ) ( )( )sR sCsT = em fun- ção de 21KKK = . (b) Os pólos da função de transferência encontrada em (a) variam com K . Preencha a tabela a seguir com o valor destes pólos. K Pólo 1 Pólo 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Controle 2 – Aula 2T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 3 (c) Localize estes pólos no plano complexo para cada valor de K . (d) Com relação ao item (c), retire a localização dos pólos individuais e repre- sente seu percurso por linhas cheias. Esta é a representação do percurso dos pólos a malha fechada à medida que o ganho é modificado que chamamos de lugar das raízes. O lugar das raízes mostra a mudança na resposta transitória resultante da vari- ação do ganho K . (e) Baseado no lugar das raízes obtido no item (d), determine o intervalo de valores de K para o qual o sistema é: i) superamortecido. ii) criticamente amortecido iii) subamortecido iv) estável 1.3. Propriedades do Lugar das Raízes No Exercício Um, chegamos ao lugar das raízes encontrando as raízes do polinômio de segunda ordem no denominador da função de transferência. Considere o que aconteceria se aquele polinômio fosse de quinta ou décima ordem. Encontrar as raízes do polinômio para um número elevado de valo- res de ganho, sem o uso de um computador seria um grande problema. Vamos analisar as propriedades do lugar das raízes. A partir dessas propri- edades, seremos capazes de fazer um esboço rápido do lugar das raízes pa- ra sistemas de ordem superior sem ter que encontrar as raízes do denomi- nador da função de transferência a malha fechada. Seja o sistema de controle geral a seguir: Controle 2 – Aula 2T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 4 Figura 3 – Sistema de controle a malha fechada [NISE] Já sabemos que ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )sHsKG sKG sR sCsT +== 1 . Com base nesta equação, vemos que existe um pólo, s , quando o polinô- mio característico no denominador se anula, ou seja, ( ) ( ) ( ) omsHsKG 1801211 ⋅+∠=−= , …,2,1,0 ±±=m ou, ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) omsHsKG sHsKG 18012 1 ⋅+=∠ = Desta forma, se quisermos saber se um ponto s está no lugar das raízes de um dado sistema, substituímos s em ( ) ( )sHsKG o que resulta num número complexo. Controle 2 – Aula 2T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 5 Se o ângulo do número complexo for um múltiplo ímpar de 180°, este va- lor de s é um pólo do sistema para um valor particular de K . Qual valor de K ? Uma vez que o critério do ângulo seja atendido, tudo o que resta a satisfazer é o critério da magnitude. Por conseguinte, ( ) ( )sHsGK 1= Vamos fazer alguns exercícios. Exercícios 2. Considere o sistema a seguir: Figura 4 - Sistema de controle do Exercício Dois [NISE] Controle 2 – Aula 2T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 6 Seja o ponto 32 j+− . Verifique se ele pertence ao lugar das raízes para algum valor de K . Resposta: Se este ponto for um pólo em malha fechada, então devemos ter ( ) ( ) ( ) omsHsKG 18012 ⋅+=∠ ou ( ) ( ) ( ) omsHsG 18012 ⋅+=∠ já que K é real. Vimos na aula passada que ( ) ( )sHsG∠ pode ser calculado como a diferença entre os ângulos dos zeros e os ângulos dos pólos. Da figura seguinte, Figura 5 - Contribuição dos pólos e zeros no ponto 32 j+− [NISE] ooooo 55,7043,1089057,7131,564321 −=−−+=−−+ θθθθ Por conseguinte, 32 j+− não é um ponto sobre o lugar das raízes ou, alternati- vamente, 32 j+− não é um pólo em malha fechada para nenhum valor do ga- nho. Controle 2 – Aula 2T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 7 3. Repita o Exercício 2 para 2 22 js +−= . Caso ele seja um ponto do lugardas raízes, determine para qual valor de K . 4. Para um sistema com retroação unitária com função de transferência no canal direto ( ) ( )( )134 22 ++ += ss sKsG , faça o seguinte: (a) Calcule o ângulo de ( )sG no ponto ( )03 j+− encontrando a soma algébrica dos ângulos dos vetores desenhados a partir dos zeros e pólos de ( )sG para o ponto dado. (b) Determine se o ponto especificado em (a) está sobre o lugar das raízes. (c) Se o ponto especificado em (a) estiver sobre o lugar das raízes, encontre o ganho K , usando os comprimentos dos vetores. Resp: (a) Soma dos ângulos = 180° (b) O ponto está sobre o lugar das raízes (c) 10=K . Controle 2 – Aula 3T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Aula 3T - Esboçando o Lugar das Raízes Bibliografia NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª. Edição, LTC, 2002. Páginas 310-313. OGATA, K. Engenharia de Controle Moderno. 4ª edição, Prentice-Hall do Brasil, 2003. Páginas 279- 294. 1.4. Esboçando o Lugar das Raízes Como vimos na aula passada, podemos obter o lugar das raízes de um sis- tema buscando no plano complexo pontos s que satisfaçam: ( ) ( ) ( ) omsHsG 18012 ⋅+=∠ Este procedimento pode ser bastante trabalhoso. Veremos nesta aula, como montar um esboço rápido do lugar das raízes praticamente sem fazer contas. Nas próximas aulas, aprenderemos a refinar este esboço e a usar uma fer- ramenta computacional (Matlab) para obter um gráfico preciso. A. Número de ramos. Ramo é o caminho que o pólo percorre. Existe um ramo para cada pólo a malha fechada. O número de ramos do lugar das raízes iguala o número de pólos a malha fechada. O lugar das raízes do sistema discutido na aula passada (reproduzido a se- guir) apresenta dois ramos, um começando em 0 e o outro em -10. Figura 1 – Diagrama de blocos de um sistema com realimentação [NISE]. Controle 2 – Aula 3T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 2 Figura 2 - Lugar das Raízes do sistema da Figura 1 [NISE]. B. Simetria Cada ponto do lugar das raízes representa um pólo, ou seja, uma raiz do polinômio característico do sistema de controle a malha fechada. Ora, sabemos que um polinômio com coeficientes reais ou tem raízes reais ou complexo conjugadas. Assim, concluímos que: O lugar das raízes é simétrico em relação ao eixo real. Novamente, o sistema analisado na aula passada ilustra esta simetria. Figura 3 - Simetria no Lugar das Raízes do sistema da Figura 1 [NISE]. Controle 2 – Aula 3T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 3 C. Segmentos sobre o eixo real. Façamos uso da propriedade do ângulo para determinar onde existem seg- mentos do eixo real que fazem parte do lugar das raízes. A figura a seguir mostra pólos e zeros de um sistema a malha aberta gené- rico Figura 4 – Determinação dos segmentos sobre o eixo real [NISE] Se tentarmos calcular a contribuição angular dos pólos e zeros em cada ponto 321 ,, PPP e 4P sobre o eixo real, observaremos o seguinte: (1) em cada ponto, a contribuição de um par de pólos e zeros complexos a malha aberta é zero; (2) a contribuição dos pólos e zeros a malha aberta à esquer- da do ponto respectivo é zero. A conclusão é que a única contribuição de ângulo em qualquer dos pontos sobre o eixo real vem dos pólos e zeros em malha aberta que existem à di- reita do respectivo ponto. Se calcularmos o ângulo em cada ponto usando apenas os pólos e zeros a malha aberta sobre o eixo real, à direita de cada ponto, notamos o seguinte: (1) os ângulos do eixo real alternam entre 0° e 180° e (2) o ângulo é 180° para regiões do eixo real em que existem à esquerda de um número ímpar de pólos e/ou zeros. A regra seguinte resume o que foi descoberto: Controle 2 – Aula 3T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 4 No eixo real, para 0>K , o lugar das raízes existe à esquerda de um número ímpar de pólos e/ou zeros finitos a malha aberta sobre o eixo real. Exercício 1. Encontre o LGR sobre o eixo real do sistema de controle mostrado a se- guir (já discutido, em parte, na aula passada). Figura 5 – Sistema com realimentação do Exercício Um [NISE] D. Pontos de início e término Onde se inicia (ganho zero) e onde termina (ganho infinito) os ramos do lugar das raízes? Para o sistema padrão, Figura 6 – Sistema com realimentação negativa padrão Controle 2 – Aula 3T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 5 fazendo ( ) ( )( )sD sNsG G G= , ( ) ( )( )sD sNsH H H= e ( ) ( )( ) ( )sHsKG sKGsT += 1 , temos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )sNsKNsDsD sDsD sD sN K sT sDsD sNsKN sD sN K sT HGHG HG G G HG HG G G +=⇒+ = 1 e ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )sNsKNsDsD sDsKNsT HGHG HG += . O lugar das raízes é então definido pelas raízes da equação ( ) ( ) ( ) ( ) 0=+ sNsKNsDsD HGHG (I) Fazendo 0→K , a equação (I) torna-se: ( ) ( ) 0=sDsD HG e vemos que os pólos do sistema a malha fechada nos ganhos pequenos ten- dem aos pólos combinados de ( )sG e ( )sH . Concluímos que o lugar das raízes se inicia nos pólos de ( ) ( )sHsG , a função de transferência a malha aberta. Para ganhos altos, em que K está tendendo a infinito, ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )sNsKNsNsKNsDsD HGHGHG ≈+ . Assim, percebemos que os pólos do sistema a malha fechada para ganhos ele- vados tendem aos zeros combinados de ( )sG e ( )sH . Concluímos assim que o lugar das raízes termina nos zeros de ( ) ( )sHsG , a função de transferência em malha aberta. Resumindo: Controle 2 – Aula 3T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 6 O LGR se inicia nos pólos finitos e infinitos de ( ) ( )sHsG e termina nos zeros finitos e infinitos de ( ) ( )sHsG . Exercício 2. Baseado na regra acima, tente esboçar o LGR do sistema do Exercício 1. E. Comportamento no infinito: Assíntotas. A regra D diz que os ramos do LGR começam nos pólos e terminam nos zeros da função de transferência a malha aberta. Mas o que acontece quando esta função de transferência tem um número diferente de pólos e zeros finitos? Por exemplo, a função ( ) ( )( )21 ++= sss KsG tem três pólos (-2, -1 e 0) e nenhum zero finito. E aí? Na verdade, o problema é que não estamos levando em conta os pólos e zeros infinitos. Toda função de s tem um número igual de pólos e zeros se incluirmos os pólos e zeros infinitos bem como os pólos e zeros finitos. Assim, a função ( )sG acima tem três zeros infinitos. Estes zeros no infinito aparecem no lugar das raízes como assíntotas, que são retas para as quais os ramos tendem quando ∞→K . Assim, O número de assíntotas num LGR é sempre a diferença entre o número de pó- los finitos e o número de zeros finitos. A seguinte regra, cuja demonstração pode ser encontrada, por exemplo, na página 284 do [OGATA] resume como encontrar as assíntotas num LGR. Controle 2 – Aula 3T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 7 O lugar das raízes tende a retas assintóticas quando o lugar tende ao infinito. Além disso, a equação das assíntotas é dada pelo ponto de intersecção sobre o eixo real, aσ , e o ângulo aθ da seguinte forma: ( ) finitos zeros num.finitos pólos num. 18012 finitos zeros num.finitos pólos num. finitos zerosfinitos pólos − ⋅+= − −= ∑∑ o a a kθ σ em que …,3,2,1,0 ±±±=k e o ângulo é dado em graus no sentido anti- horário a partir do eixo real positivo. Vejamos os exercícios a seguir. Exercícios 3. Esboce o lugar das raízes para o sistema mostrado a seguir.Figura 7 – Sistema do Exercício Três [NISE] 4. Esboce o lugar das raízes e suas assíntotas para um sistema com retroa- ção unitária que tenha a função de transferência direta dada a seguir: ( ) ( )( )( )642 +++= sss KsG . Controle 2 – Aula 4T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Aula 4T - Refinando o esboço do Lugar das Raízes Bibliografia NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª. Edição, LTC, 2002. Páginas 313-321. OGATA, K. Engenharia de Controle Moderno. 4ª edição, Prentice-Hall do Brasil, 2003. Páginas 279-294. 1.5. Refinando o esboço Revisão: um ponto s do plano complexo está no LGR se ( ) ( ) 1−=sHsKG , (1) o que significa que ( ) ( ) ( ) omsHsG 18012 ⋅+=∠ e seu ganho associado é ( ) ( )sHsGK 1= Na aula passada, aprendemos a esboçar rapidamente o LGR determinan- do: o Número de ramos o Simetria o Segmentos sobre o eixo real o Pontos de início e término o Assíntotas Na aula de hoje, aprenderemos a refinar este esboço calculando: o Pontos de saída e de chegada sobre o eixo real o Pontos de interseção do eixo ωj e o Ângulos de partida e de chegada 1.5.1. Pontos de saída e de chegada sobre o eixo real Veja a figura a seguir em que foi esboçado um LGR a partir das regras vistas na aula passada. Controle 2 – Aula 4T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 2 Figura 1 – Exemplo de traçado de LGR [NISE] Este LGR sai do eixo real entre -1 e -2 e retorna a ele entre +3 e +5. O ponto onde o lugar deixa o eixo real, 1σ− é chamado de ponto de saída e o ponto onde o lugar retorna ao eixo real, 2σ , é chamado de ponto de entrada. Como os dois pólos a malha fechada, os quais estão em -1 e -2 quando 0=K , movem-se de um deles em direção ao outro, o ganho aumenta a partir do valor zero. Concluímos que o ganho deve ser máximo no eixo real no ponto onde ocorre a saída, em algum lugar entre -1 e -2. Natu- ralmente, o ganho aumenta além deste valor quando os pólos se deslo- cam para o plano complexo. Concluímos que o ponto de partida ocorre no ponto de ganho máximo sobre o eixo real entre os pólos de malha aberta. Usando um raciocínio análogo, podemos concluir que o ganho no ponto de entrada é o mínimo encontrado no eixo real entre os dois zeros. Sendo assim, lembrando que da equação (1), Controle 2 – Aula 4T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 3 ( ) ( )sHsGK 1−= e que nos pontos de chegada e saída σ=s (real) basta derivarmos a equa- ção ( ) ( )σσ HGK 1−= com relação a σ e fazermos a derivada igual a zero para encontrar os pon- tos de ganhos máximos e mínimos e, portanto os pontos de saída e de che- gada. Exercício 1. Obter os pontos de saída e chegada para o lugar das raízes da figura anterior usando o cálculo diferencial. Uma outra forma de obter os pontos de saída e de chegada sem precisar de derivadas é o chamado método de transição que não será deduzido aqui (ver [NISE]). Seu enunciado é: Os pontos de saída e de entrada satisfazem a relação ∑∑ == +=+ n i i m i i pz 11 11 σσ em que iz e ip são, respectivamente, os negativos dos zeros e dos pólos de ( ) ( )sHssG . Exercício 2. Repita o Exercício 1 sem uso de derivação. 1.5.2. Pontos de interseção com o eixo ωj Os pontos de interseção do eixo ωj é um ponto no lugar das raízes que separa a operação estável do sistema da operação instável. Controle 2 – Aula 4T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 4 Para encontrar o ponto de interseção no eixo ωj , podemos usar o crité- rio de Routh-Hurwitz, já estudado em Controle I, como se segue: for- çando uma linha de zeros na tabela de Routh se obterá o ganho; retor- nando à linha para a equação de polinômio par e determinando as raízes resulta a freqüência do ponto de interseção com o eixo imaginário. Exercício 3. Para o sistema da figura a seguir, cujo esboço do LGR foi obtido na aula passada, obter a freqüência e o ganho, K , para o qual o lugar das raízes cruza o eixo imaginário. Para que faixa de valores de K o sistema é estável? Figura 2 – Sistema do Exercício três [NISE] Controle 2 – Aula 4T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 5 1.5.3. Ângulos de partida e chegada Considere a figura a seguir que mostra os pólos e zeros de um sistema em malha aberta, alguns dos quais são complexos. Figura 3 – LGR com zeros e pólos complexos [NISE] O lugar das raízes se inicia nos pólos a malha aberta e finaliza nos zeros a malha aberta. Para esboçar o lugar das raízes corretamente, precisa- mos calcular o ângulo de partida do lugar das raízes a partir dos pólos complexos e o ângulo de chegada aos zeros complexos. Se admitirmos um ponto ε no lugar das raízes próximo ao pólo com- plexo, a soma dos ângulos traçados a partir de todos os pólos e zeros fi- nitos é um múltiplo ímpar de 180°. Exceto para o pólo próximo ao pon- to ε , admitimos que todos os ângulos traçados a partir de todos os ou- tros pólos e zeros são desenhados diretamente ao pólo que está próximo do ponto ε . Desta forma, o único ângulo desconhecido na soma é o ângulo desenha- do a partir do pólo que está próximo a ε . Podemos buscar a solução pa- ra este ângulo desconhecido, o qual também é o ângulo de partida deste pólo complexo. Portanto, a partir da figura anterior, ( ) ok 18012654321 ⋅+=+−−++− θθθθθθ Controle 2 – Aula 4T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 6 ou ( ) ok 18012654321 ⋅+−+−−+= θθθθθθ . De forma totalmente análoga podemos determinar ângulos de chegada a zeros complexos. Exercícios 4. Dado o sistema com retroação unitária da figura seguinte, encontre o ângulo de partida dos pólos e esboce o lugar das raízes. Figura 4 – Sistema do Exercício quatro [NISE]. 5. [NISE, p.320] Dado um sistema com retroação unitária com função de transferência do canal direto: ( ) ( )( )134 22 +− += ss sKsG faça o seguinte: (a) Esboce o lugar das raízes (b) Determine o ponto de interseção com o eixo imaginário (c) Determine o ganho, K , no ponto de interseção do eixo ωj . (d) Determine o ponto de entrada. (e) Determine o ângulo de partida dos pólos complexos. RESPOSTAS: (b) 21js ±= (c) 4=K (d) Ponto de entrada = -7 (e) Ângulo de partida = -233,1° Controle 2 – Aula 5T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Aula 5T - Um Exemplo de LGR Bibliografia NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª. Edição, LTC, 2002. Páginas 321-323. OGATA, K. Engenharia de Controle Moderno. 4ª edição, Prentice-Hall do Brasil, 2003. Páginas 279- 294. 1.6. Um Exemplo de LGR Revisando: lugar das raízes é o caminho percorrido pelos pólos a malha fe- chada de um sistema à medida que se varia um parâmetro do sistema. Cada ponto s do LGR satisfaz ( ) ( ) ( ) omsHsG 18012 ⋅+=∠ 1.6.1. Regras básicas para esboçar o lugar das raízes Número de ramos O número de ramos do LGR é igual ao número de pólos a malha fechada. Segmentos do eixo real Sobre o eixo real, o lugar das raízes existe à esquerda de um número ímpar de pólos e/ou zeros a malha aberta finitos sobre o eixo real. Pontos de início e de término O lugar das raízes se inicia nos pólos finitos e infinitos de ( ) ( )sHsG e termi- na nos zeros finitos e infinitos de ( ) ( )sHsG . Comportamento no infinito (assíntotas) Sejam n = número de pólos em malha aberta Controle 2 – Aula 5T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 2 m = número de zeros em malha aberta então valem • Número de assíntotas = mn − • Ponto de encontro das assíntotas como eixo real: mn zerospólos A − −= ∑∑σ • Ângulos das assíntotas: ( ) mn k o A − ⋅+= 18012θ com 1,,1,0 −−= mnk … . 1.6.2. Regras adicionais para refinar o esboço Pontos de entrada e de saída do eixo real O LGR sai do eixo real no ponto onde o ganho é máximo e entra no eixo real no ponto onde o ganho é mínimo. Cálculo dos pontos de interseção com o eixo ωj Pode-se usar Routh-Hurwitz para determinar o ponto de interseção com o eixo ωj . Ângulos de partida e de chegada O lugar das raízes sai dos pólos complexos (entra nos zeros complexos) a malha aberta segundo ângulos que podem ser calculados da seguinte for- ma: admita um ponto ε próximo ao pólo (zero) complexo. Adicione a este ponto todos os ângulos desenhados a partir dos pólos e zeros a malha aber- ta. A soma é igual a ( ) ok 18012 ⋅+ . O único ângulo desconhecido é o do vetor traçado a partir de ε próximo ao pólo (zero), visto que todos os outros pó- los e zeros podem ser considerados ligados ao pólo (zero) complexo pró- ximo ao ponto ε . Calculando o ângulo desconhecido obtém-se o ângulo de partida (ângulo de chegada). Controle 2 – Aula 5T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 3 Pontos específicos do LGR Todos os pontos do LGR satisfazem a relação ( ) ( ) ( ) oksHsG 18012 ⋅+=∠ . O ganho, K , em qualquer ponto sobre o lugar das raízes é dado por: ( ) ( )sHsGK 1= Exercícios 1. Esboce o lugar das raízes para o sistema mostrado a seguir e determine o seguinte: Figura 1 – Sistema de controle do Exercício Um [NISE] (a) O ponto e o ganho exatos onde o lugar cruza a reta de relação de amor- tecimento 0,45. (b) O ponto e o ganho exato onde o lugar cruza o eixo ωj . (c) O ponto de saída do eixo real. (d) A faixa de K na qual o sistema é estável. 2. [NISE, p.322] Dado um sistema com retroação unitária com a seguinte função de transferência do canal direto, ( ) ( )( )( )256 422 ++ −−= ss ssKsG faça o seguinte: (a) Esboce o lugar das raízes. Controle 2 – Aula 5T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 4 (b) Determine o ponto de interseção com o eixo imaginário. (c) Determine o ganho, K , no ponto de interseção com o eixo ωj . (d) Determine o ponto de entrada. (e) Determine o ponto onde o lugar cruza a reta de relação de amortecimento 0,5. (f) Determine o ganho onde o lugar cruza a reta de relação de amortecimento 0,5. (g) Encontre a faixa de ganho, K , para a qual o sistema é estável. RESPOSTAS: (b) 06,4js ±= (c) 1=K (d) Ponto de entrada = +2,89 (e) 18,442,2 js +−= (f) 108,0=K (g) 1<K Controle 2 – Aula 7T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Aula 7T - Técnicas de resposta em freqüência - Introdução Bibliografia NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª. Edição, LTC, 2002. Páginas 417-423. DORF, R.C. Sistemas de Controle Modernos. 8ª edição, LTC, 2001. Páginas 322 – 328. 2. Técnicas de Resposta em Freqüência 2.1. Introdução • Método mais antigo do que o de lugar das raízes. • Possui aplicações diferentes; por exemplo, ao se modelar funções de trans- ferência a partir de dados físicos. Figura 1 – Analisador de espectro [NISE] Controle 2 – Aula 7T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 2 • Veremos o conceito da resposta em freqüência, definindo-a, deduzindo ex- pressões analíticas para a resposta em freqüência, desenvolvendo formas de esboçar a resposta em freqüência e então aplicar o conceito à análise e ao projeto de sistemas de controle. 2.1.1. O conceito da resposta em freqüência • Em regime estacionário, entradas senoidais aplicadas a sistemas lineares geram respostas senoidais de mesma freqüência. • Embora a freqüência da entrada e da saída sejam as mesmas, elas diferem com relação à amplitude e ao ângulo de fase. Estas diferenças são funções da freqüência. • Você já sabe que senóides podem ser representadas por números comple- xos chamados de fasores. A senóide ( )11 cos φω +tM é representada por 11 φ∠M em que a freqüência ω fica implícita. • Como o sistema provoca alterações tanto na amplitude quanto no ângulo de fase da entrada, podemos pensar no sistema representado por um número complexo, definido de tal modo que o produto do fasor pela função de sis- tema produza a representação do fasor de saída. • Considere o sistema massa-mola da figura a seguir em que é aplicada uma força senoidal ( ) ( )ii tMtf φω += cos . Figura 2 – Sistema massa-mola com entrada senoidal [NISE]. Controle 2 – Aula 7T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 3 • Definimos então o número complexo ( ) ( )ωφω ∠M de forma que ( ) ( )( ) ( )( )ωφωφωφ ∠∠=∠ MMM IIOO , ou ( ) ( )( )ω ωω I O M MM = e ( ) ( ) ( )ωφωφωφ iO −= • Estas equações constituem nossa definição de resposta em freqüência. Chamamos ( )ωM de magnitude da resposta em freqüência e ( )ωφ de fase da resposta em freqüência. 2.1.2. Expressões analíticas da resposta em freqüência • Consideremos um sistema LIT com função de transferência ( )sG . Supo- nhamos que o sistema seja estável e que ( )sX e ( )sY representem a trans- formada dos sinais de entrada e saída respectivamente. Figura 3 – Sistema LIT no domínio s [NISE]. • Admitamos que ( )sG seja expressa na forma: ( ) ( )( )( ) ( )npspsps spsG +++= …21 em que nppp −−− ,,, 21 … são os pólos do sistema supostos distintos por simplicidade. Controle 2 – Aula 7T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 4 Consideremos como entrada um sinal senoidal de amplitude A e freqüência ω , ( ) ( )tAtx ωsin= cuja transformada de Laplace você já deve saber que é: ( ) 22 ω ω += sAsX • Nessas condições, temos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( )( ) ( )( )( )ωω ω ω ω jsjspspsps AsP s AsGsXsGsY n −++++ =+== …2122 • Esta resposta pode ser decomposta em frações parciais como ( ) n n ps b ps b ps b js a js asY +++++++−++= ∗ … 2 2 1 1 ωω em que a e ∗a são complexos conjugados dados por ( ) j jGAa 2− −= ω e ( ) j jGAa 2 * ω= . • Em virtude da estabilidade do sistema, os termos do tipo: i i ps b + , ni ,,2,1 …= correspondem a funções do tempo que tendem a zero quando este se torna su- ficientemente grande. Sendo assim, a resposta estacionária ( )ty∞ corresponde aos dois primeiros termos da expansão: ( ) ( ) ( ) ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −++− −=∞ ω ω ω ω jsj jG jsj jGAsY 1 2 1 2 • Antitransformando, vem: ( ) ( ) ( ) ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +− −= −∞ tjtj ej jGe j jGAty ωω ωω 22 • Fazendo ( ) ( ) ( )ωωω Φ= jejGjG e ( ) ( ) ( )ωωω Φ−=− jejGjG e lembrando que t j ee tjtj α ωω sin 2 =− − , temos: Controle 2 – Aula 7T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 5 ( ) ( ) ( )( )ωωω Φ+=∞ tjGAty sin • Assim, vemos que ( ) ( ) ωω jssGjG == é a resposta em freqüência que defini- mos em 2.1.1. Ou seja, para um sistema estável, Resposta em freqüência = ( ) ( ) ωω jsGjG = 2.1.3. Gráficos da resposta em freqüência • A resposta em freqüência, ( ) GGMjG φω ∠= pode ser representada grafica- mente de várias maneiras. As principais são: o através de gráficos separados de magnitude e de fase, em função da freqüência; o por meio de um gráfico polar, em que o comprimento do fasor é a magnitude e o ângulo do fasor é a fase. • Quando fazemos os gráficos de magnitude e fase separados, a curva de magnitude geralmente é traçada em decibéis (dB) em função da freqüência em escala logarítmica. (dB = Mlog20 ). A curva de fase é construída com o ângulo de fase em função da freqüência em escala logarítmica.Exercícios 1. Determinar a expressão analítica de magnitude e de fase da resposta em freqüência de um sistema com função de transferência ( ) 2 1 += ssG . Traçar Controle 2 – Aula 7T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 6 também ambos os diagramas de magnitude e de fase separados e em gráfi- co polar. (Use as escalas a seguir para ajudar). 2. [NISE, p. 423] (a) Determinar as expressões analíticas para a magnitude e a fase da resposta em freqüência de: ( ) ( )( )42 1 ++= sssG (b) Construa os gráficos logarítmicos de magnitude e de fase usando a fre- qüência em rad/s na abscissa. (c) Construa um gráfico polar da resposta em freqüência. RESPOSTA: (a) ( ) ( ) ( ) ( ) ⎪⎪⎩ ⎪⎪⎨ ⎧ >⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −+− ≤⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −−= +− = 8, 8 6arctan 8, 8 6arctan ; 68 1 2 2 222 ωω ωπ ωω ω ωφ ωω ωM Controle 2 – Aula 8T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Aula 8T - Diagramas de Bode Bibliografia NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª. Edição, LTC, 2002. Páginas 423-439. DORF, R.C. Sistemas de Controle Modernos. 8ª edição, LTC, 2001. Páginas 328 – 344. 2.2. Diagramas de Bode Os diagramas de Bode são gráficos de ganho e defasagem em função da freqüência, esta marcada em escala logarítmica. O ganho, freqüentemente é representado como ( )ωjGlog20 . Esta unidade é chamada de decibel (dB). Além de permitir, em muitos casos, o traçado de esboços das curvas de res- posta em freqüência de maneira simples e imediata (através de aproxima- ções assintóticas), os gráficos logarítmicos têm a vantagem adicional de transformar produtos e divisões em somas e subtrações, respectivamente. Veremos a seguir os termos que aparecem com mais freqüência na análise da resposta em freqüência. Consideremos inicialmente sistemas que tenham apenas pólos e zeros reais. Seja, pois, ( )sG da forma: ( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )PN M pspspss zszszsksG +⋅+⋅+ +⋅+⋅+⋅= … … 21 21 Para a análise no domínio da freqüência, costuma ser conveniente reescre- ver ( )sG como: em que ( ) ( )( ) ( )( )( ) ( )111 111 21 21 +++ +++= sTsTsTs sssKsG P N M … … τττ Controle 2 – Aula 8T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 2 P M ppp zzkzK … … 21 21= , i i z 1=τ , ( Mi ,,2,1 …= ) i i p T 1= , ( Pi ,,2,1 …= ) Fazendo ωjs = e tomando o ganho em dB, temos: ( ) ∑∑ == +−−++= P i i M i i TjjNjKjG 11 1log20log201log20log20log20 ωωωτω enquanto a fase fica ( ) ( ) ( )∑∑ == +∠−−+∠+∠=∠ P i i o M i i TjNjKjG 11 1901 ωωτω As expressões acima indicam claramente a existência de três tipos de ter- mos: A. Associados ao ganho K ; B. Associados a pólos e zeros na origem. C. Associados a pólos e zeros reais fora da origem. Nossa estratégia será então ver como a resposta em freqüência devido a ca- da uma dessas parcelas e depois somá-las para obter a resposta em freqüên- cia do sistema todo. Controle 2 – Aula 8T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 3 A. Ganho K A contribuição de K para o gráfico de Bode é uma reta horizontal corres- pondente a Klog20 . Figura 1 – Contribuição do ganho K para o diagrama de Bode [DORF]. Em geral, 0>K e, portanto, neste caso, 0=∠K . Desta maneira, o efeito do ganho K sobre os Diagramas de Bode se resume em deslocar o gráfico de ganho e manter inalterado o de defasagem. B. Termos associados a pólos e zeros na origem Pólos simples na origem correspondem a parcelas de ganho do tipo ωjlog20− . No gráfico de Bode, este termo representa uma contribuição na forma de uma reta com declividade -20dB/década (uma década é um par de freqüências tais que razão entre a maior e a menor é igual a 10). Para perceber isto, basta considerar duas freqüências 1ω e 2ω separadas por uma década ( 12 10ωω = ) e notar que: ( ) ( ) ( )112 log202010log20log20 ωωω −−=−=− Essa reta passa por 0dB quando 1=ω rad/s. Controle 2 – Aula 8T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 4 A contribuição para a defasagem é de -90° independentemente da freqüên- cia. Figura 2 – Contribuição de um pólo na origem [DORF]. Zeros simples na origem correspondem a parcelas de ganho do tipo ωjlog20+ , ou seja, retas com inclinação de +20dB/década e passando por 0dB quando 1=ω rad/s. Sua contribuição para a defasagem é de +90, qualquer que seja a freqüên- cia. Figura 3 – Contribuição de um zero na origem [DORF]. Controle 2 – Aula 8T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 5 Quando os pólos (zeros) na origem têm multiplicidade N , o gráfico de ga- nho apresenta declividade N20− dB por década ( N20+ dB por década), en- quanto o gráfico da defasagem se desloca para oN90− ( oN90+ ). C. Termos associados a pólos e zeros fora da origem Consideremos inicialmente o caso de pólos reais simples fora da origem. A contribuição para o ganho é do tipo Tjω+− 1log20 . Em baixas freqüências, tem-se: 01log201log20 1 =−≈+−⇒<< TjT ωω dB. Em altas freqüências: TjTjT ωωω log201log20 1 −≈+−⇒>> No gráfico de Bode, este termo representa uma contribuição na forma de uma reta com declividade -20dB/década. Por fim, deve-se observar que, para T 1=ω (freqüência de canto), tem-se: 0log20 1 =−⇒= TjT ωω dB Essas duas retas definem aproximações assintóticas para o gráfico de Bode de Tjω+− 1log20 , válidas a partir de freqüências uma década acima ou a- baixo da freqüência de canto. O valor exato do ganho na freqüência de canto é: 32log201log20 1 −≈−≈+−⇒= TjT ωω dB. Quanto à defasagem associada a um pólo real simples fora da origem, note que: ( ) ( )TTj ωω arctan1 −=+∠− Para freqüências baixas, adotamos a aproximação: Controle 2 – Aula 8T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 6 ( ) 0arctan 1 ≈−⇒<< TT ωω e, para altas freqüências: ( ) oTT 90arctan 1 −≈−⇒>> ωω Na freqüência de canto: ( ) oTT 45arctan 1 −=−⇒= ωω . O erro cometido nas freqüências em que 1,0=Tω e 10=Tω é da ordem de 0,1rad (6°). Com isso traçamos as aproximações às curvas de ganho e defasagem atra- vés de trechos de reta, conforme mostra a figura a seguir. Figura 4 – Contribuição de um pólo fora da origem [DORF]. A análise anterior conduz de imediato às aproximações referentes a zeros reais fora da origem, conforme os gráficos a seguir. Figura 5 – Contribuição de um zero fora da origem Controle 2 – Aula 8T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 7 Para o caso de pólos (zeros) de multiplicidade n , a freqüência de canto con- tinua sendo T 1=ω . As assíntotas do gráfico são, para baixas freqüências, a reta 0dB e, para altas freqüências, a reta que passa pelo ponto ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ dB T 0,1 e tem declividade n20− dB por década ( n20+ dB por década). A defasagem é dada por n vezes aquela associada a um pólo (zero) simples. Exercício 1. Esboce os gráficos de Bode para um sistema com ( ) ( )( )21 3 ++ += sss ssG . Controle 2 – Aula 8T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 8 D. Termos associados a pólos e zeros complexos conjugados Além dos termos vistos até aqui, correspondentes a pólos e zeros reais, é necessário considerar fatores associados a pólos e zeros complexos conju- gados. Analisemos inicialmente fatores da Função de Transferência do tipo 22 2 2 nn n ss ωξω ω ++ , 10 <<ξ e, portanto, correspondentes a um par de pólos complexos conjugados. Essa forma particular de fatores de segunda ordem tem, como se verá adiante, ga- nho unitário em baixas freqüências. Podemos reescrevê-la como: ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛+⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛+ 221 1 nn ss ωωξ , 10 << ξ Substituindo s por ωj e considerando o ganho em dB, temos: ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛+⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛−−= ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛+⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛+ nn nn j jj ω ωξω ω ω ω ω ωξ 21log20 21 1log20 2 2 , 10 << ξ As assíntotas do Diagrama de Bode de ganho podem então ser determina- das. Em primeiro lugar, consideremos a região de baixas freqüências, em que: ( ) dBj nn n 01log2021log20 2 =−≈⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛+⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛−−⇒<< ω ωξω ωωω Por outro lado, na região de altas freqüências, tem-se: Controle 2 – Aula 8T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 9 dBj nnnn n ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛−=⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛−≈⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛+⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛−−⇒>> ω ω ω ω ω ωξω ωωω log40log2021log20 22 Vemos que esta assíntota tem declividade de -40dB/década e passa pelo 0dB em nωω = . Esta é a freqüência de canto para o fator de segunda ordem. As duas assíntotas estão representadas na figura a seguir. Figura 6 – Contribuição de um par de pólos complexos [DORF]. Nota-se que elas são independentes do coeficiente de amortecimento ξ . No entanto, obviamente o Diagrama de Bode de ganho depende de ξ . Se desenharmos os gráficos com exatidão, perceberemos que os mesmos apre- sentam um pico de ressonância nas vizinhanças de nωω = e que a amplitude deste pico depende de ξ , sendo tanto maior quanto menor for ξ (veja a fi- gura a seguir). Controle 2 – Aula 8T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 10 Figura 7 – Diagrama de Bode de ganho - pólos complexos - vários ξ [DORF]. Pode-se mostrar que a freqüência de ressonância é 221 ξωω −= nr ( 2 20 ≤≤ ξ ) sendo que para 1 2 2 ≤≤ ξ não há ressonância. O valor do ganho rM na fre- qüência de ressonância é 212 1 ξξ −=rM , ( 2 20 ≤≤ ξ ) Note que quando 0→ξ , ∞→rM . Examinemos agora a defasagem. Temos: Controle 2 – Aula 8T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 11 ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛+⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛−−∠= ⎟⎟ ⎟⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎜⎜ ⎜ ⎝ ⎛ ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛+⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛+ ∠=Φ nn nn j jj ω ωξω ω ω ω ω ωξ 21 21 1 2 2 , 10 << ξ e, portanto, em baixas freqüências: o n 01 =∠≈Φ⇒<< ωω enquanto, em altas freqüências: o n n 180 2 −=⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛−−∠≈Φ⇒>> ω ωωω e na freqüência de canto ( ) on j 902 −=−∠≈Φ⇒= ξωω Da mesma forma que o ganho também a defasagem depende de ξ . As cur- vas de defasagem em função da freqüência normalizada nω ω , parametrizada em ξ são mostradas na figura a seguir. Figura 8 - Diagrama de Bode de fase - pólos complexos - vários ξ [DORF]. Controle 2 – Aula 8T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 12 Para concluir este tópico, deve-se observar que, para fatores do tipo: 2 22 2 n nn ss ω ωξω ++ (com 10 << ξ ) correspondentes a zeros complexos conjugados, as curvas de ganho e defasagem podem ser obtidas de imediato, invertendo o sinal daquelas associadas a pólos complexos conjugados. PROCEDIMENTOS PARA CONSTRUÇÃO DOS DIAGRAMAS DE BODE Uma das principais vantagens de se trabalhar com gráficos em escala loga- rítmica é que a multiplicação dos módulos é transformada em adição. Além disso, dispõe-se também de um método simples para esboçar de forma a- proximada o Diagrama de Bode do ganho utilizando-se assíntotas. O procedimento para construir os diagramas de Bode é o seguinte: • Escrever ( )ωjG na forma de um produto de fatores dos tipos apresentados anteriormente. • Identificar as freqüências de canto associadas a cada um dos fatores. • Desenhar as aproximações assintóticas das curvas de ganho em dB para cada um dos fatores. • Obter a soma das assíntotas do passo anterior. • Havendo fatores de segunda ordem, esboçar as curvas de ganho na vizi- nhança de nωω = . • Desenhar as curvas de defasagem para cada um dos fatores. • Obter a soma das curvas do passo anterior. Controle 2 – Aula 8T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 13 As aproximações assintóticas dos Diagramas de Bode têm duas característi- cas importantes, a saber: a facilidade de construção e a simplicidade com que se pode modificá-las. Exercícios 2. Esboce os gráficos logarítmicos de magnitude e de fase para um sistema com ( ) ( )( )2522 32 +++ += sss ssG 3. [NISE, p. 439] Construa os gráficos logarítmicos de magnitude e de fase para um sistema com: ( ) ( )( )( )5071 20 +++ += sss ssG . Controle 2 – Aula 9T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Aula 9T - Estabilidade, margem de ganho e de fase. Bibliografia NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª. Edição, LTC, 2002. Páginas 453-455. OGATA, K. Engenharia de Controle Moderno. 4ª edição, Prentice-Hall do Brasil, 2003. Páginas 457- 470. 2.3. Estabilidade, margem de ganho e de fase por intermédio dos gráficos de Bode. • A questão da estabilidade de um sistema em malha fechada é uma das mais importantes na área de Controle. Num projeto, é sempre fundamental assegu- rar que o sistema realimentado produzirá uma resposta limitada. • Já estudamos como abordar este problema usando o LGR. Nesta aula, a- prenderemos a abordar esta questão através dos diagramas de Bode. 2.3.1. Determinação da estabilidade A base para a determinação da estabilidade a partir dos gráficos de Bode é o teorema da estabilidade de Nyquist. Teorema da Estabilidade de Nyquist: Dado um sistema estável em malha aberta, o sistema em malha fechada com realimentação negativa obtida a partir dele será estável se a resposta em freqüência do sistema a malha aber- ta tiver um ganho menor do que a unidade (0dB) quando a fase for 180°. Este teorema não será demonstrado aqui. Para mais detalhes veja [DORF] ou [OGATA]. Controle 2 – Aula 9T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 2 Exercício 1. [NISE, p. 453] Use os gráficos de Bode para determinar a faixa de valores de K para os quais o sistema com retroação unitária mostrado na Figura 1 a seguir é estável. Seja ( ) ( )( )( )542 +++= sss KsG . Figura 1 – Sistema de controle com retroação unitária. [NISE] Controle 2 – Aula 9T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 3 2.3.2. Calculando as margens de ganho e de fase As medidas de margem de ganho e de fase nos dão uma idéia de quão está- vel um sistema é. Suas definições são: Margem de ganho, MG : A margem de ganho é a mudança no valor do ga- nho a malha aberta no ponto com fase de 180°, expressa em decibéis (dB) necessária para tornar instável o sistema com malha fechada. Margem de fase, MΦ : A margem de fase é a mudança no valor da fase da malha aberta no ponto com ganho unitário necessária para tornar o sistema instável o sistema a malha fechada. A seguir mostraremos como calcular as margens de ganho e fase usando os gráficos de Bode. Veja a Figura 2 a seguir. Figura 2 – Margens de ganho e fase nos diagramas de Bode. [NISE]. Controle 2 – Aula 9T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 4 A margem de ganho é obtida usando o gráfico de fase para encontrar a fre- qüência, MGω em que o ângulo de fase é 180°. Nesta freqüência observe o diagrama de módulo para determinar a margem de ganho, MG queé o ga- nho necessário para elevar a curva de magnitude até 0dB. A margem de fase é obtida usando a curva de magnitude para encontrar a freqüência MΦω onde o ganho é 0dB. Sobre a curva de fase nessa freqüên- cia, a margem de fase, MΦ é a diferença entre o valor da fase e 180°. Exercícios 2. [NISE, p. 454] Encontre as margens de ganho e fase para o sistema do E- xercício 1 para 40=K . 3. [NISE, p. 454] Repita o problema anterior para 200=K . 4. [NISE, p. 455] Para o sistema mostrado na Figura 1, em que: ( ) ( )( )( )50205 +++= sss KsG , faça o seguinte: (a) Desenhe os gráficos logarítmicos de Bode de magnitude e fase. (b) Encontre a faixa de valores de K para estabilidade a partir do diagrama de Bode. (c) Calcule a margem de ganho, a margem de fase, a freqüência de zero dB e a freqüência de 180° a partir do diagrama de Bode para 10000=K . Controle 2 – Aula 10T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Aula 10T – Relação entre resposta transitória e resposta em freqüência Bibliografia NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª. Edição, LTC, 2002. Páginas 455-458. OGATA, K. Engenharia de Controle Moderno. 4ª edição, Prentice-Hall do Brasil, 2003. Páginas 464- 470. 2.4. Relação entre resposta transitória e resposta em freqüência • Vimos na Aula 8T que para um sistema de 2ª ordem da forma ( ) ( ) ( ) 22 2 2 nn n s sT sR sC ωζω ω ++== , (1) o gráfico de Bode de amplitude tem o formato mostrado na Figura 1 para 7,0<ζ . Substituindo s por ωj na Equação (1) e calculando seu módulo chegamos a uma expressão para ( ) ( )ωω jGM = . Calculando a derivada desta expres- Bω rω rM Controle 2 – Aula 10T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 2 são em relação a 2ω e fazendo a derivada igual a zero, chegamos ao valor máximo de ( )ωM , rM e o valor em que ela ocorre rω (Esta dedução fica como exercício). Seus valores são 212 1 ζζ −=rM 221 ζωω −= nr . Pensando no sentido inverso, dado um gráfico de Bode de um sistema, a- través do seu valor e freqüência de ressonância, podemos obter o amorte- cimento ζ e sua freqüência natural nω e a partir daí, usando as fórmulas vistas em Controle 1 e revisadas nas Aulas 4P e 5P, as características de resposta transitória do sistema. As fórmulas vistas estão abaixo relacionadas novamente para referência rápida. Mais informações, veja [DORF], p.183-187. Figura 2 – Resposta temporal e especificações [FRANKLIN] U.P. Controle 2 – Aula 10T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 3 Tempo de subida (tempo consumido em passar de 10 a 90% da magnitude do degrau de entrada) n RT ω ζ 60,016,2 += Tempo de acomodação (tempo a partir do qual a res- posta permanece em torno de 2% do valor final) n ST ζω 4= Ultrapassagem porcentual (porcentagem acima do valor final alcançado pela resposta transitória) 21.. ζπζ −−= ePU Instante de pico (Instante em que ocorre o má- ximo da resposta transitória) 21 ζω π −= nP T Figura 3 – Relação entre ultrapassagem e amortecimento [FRANKLIN]. U.P. % Controle 2 – Aula 10T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 4 É importante observar que não haverá pico da resposta em freqüência para 707,0>ζ . Esta limitação de valor de ζ para pico sobre a curva de magni- tude da resposta em freqüência não deve ser confundida com a ultrapassa- gem porcentual da resposta ao degrau em que existe a ultrapassagem para 10 << ζ . A relação entre a ultrapassagem porcentual ..PU e o valor de pico da res- posta em freqüência PM é dada aproximadamente pela figura a seguir. Figura 4 – Pico da resposta em freqüência em função da ultrapassagem porcentual [NISE]. 2.4.1. Velocidade de resposta e resposta em freqüência Uma outra relação entre a resposta em freqüência e a resposta no domínio do tempo é entre a velocidade da resposta no domínio do tempo (medida pelo tempo de assentamento, pelo instante de pico e pelo tempo de subida) e a banda passante da resposta de freqüência. rM Controle 2 – Aula 10T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 5 Banda passante da resposta em freqüência é definida como a freqüência Bω em que o valor da curva de magnitude da resposta em freqüência está 3dB abaixo de seu valor na freqüência zero (veja a Figura 1). A banda passante de um sistema com dois pólos pode ser obtida determi- nando a freqüência para a qual 2 1=M (isto é, -3dB). A dedução é deixada como exercício. O resultado é ( ) 24421 242 +−+−= ζζζωω nB . Para relacionar Bω ao tempo de assentamento, substituímos ζω Sn T 4= na Equação acima e obtemos: ( ) 244214 242 +−+−= ζζζζω SB T De modo semelhante, como 21 ζ πω − = P n T , ( ) 24421 1 242 2 +−+−−= ζζζζ πω P B T . Na figura a seguir são mostrados gráficos normalizados das equações aci- ma e também a relação entre a banda passante pelo tempo de subida e a re- lação de amortecimento. Controle 2 – Aula 10T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 6 Figura 5 – Banda passante normalizada em função da relação de amortecimento ζ Exercícios 1. [NISE, p. 457] Encontre a banda passante a malha fechada necessária para uma ultrapassagem de 20% e um tempo de assentamento de 2s. 2. [NISE, p. 483] Para cada sistema com as seguintes características de de- sempenho, encontre a banda passante necessária. (a) 3 ,2,0 == STζ s (b) 3 ,2,0 == PTζ s (c) 2 s,4 == PS TT s (d) 4 ,3,0 == rTζ s. RESPOSTAS: (a) 10,06rad/s; (b) 1,613rad/s; (c) 2,29rad/s; (d) 0,4803 rad/s. Controle 2 – Aula 12T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Aula 12T - Sistemas de Controle Digital Bibliografia NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª. Edição, LTC, 2002. Páginas 558-565. HAYKIN, S.S. Sinais e sistemas, 1ª. Edição, Bookman Company, 2000. Páginas 445-460 . 3.1. Introdução Surge com o desenvolvimento dos microcomputadores (década de 60). Duas funções: (1) supervisão (2) Controle – substitui métodos de compensação Componentes analógicos são substituídos por cálculos do computador digital que imitam o componente físico. Vantagens dos computadores digitais (1) redução de custo. (2) flexibilidade para realizar mudanças de projeto. (3) imunidade a ruído. Configuração Típica Figura 1 – Configuração típica de um sistema de controle digital [NISE] Conversão Digital-Analógica Simples e instantânea. Exemplo: Controle 2 – Aula 12T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 2 Figura 2 – Conversor Digital Analógico [NISE] Exemplo: 1102 = 6V. Chaves são eletrônicas: transistores. Conversão Análogo-Digital Duas etapas: amostragem e quantização. Figura 3 – Amostragem e quantização [NISE]. Bit menos significativo Bit mais significativo Saída analógica Controle 2 – Aula 12T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 3 3.2. Modelando o computador digital Amostragem e retenção em intervalos especificados fazem com que o desempenho do sistema mude com a taxa de amostragem. Modelando o amostrador Figura 3 – Modelo do Amostrador [NISE]. ( ) ( ) ( )∑∞ = −= 0 * k kTtkTftf δ (1) Modelando o extrapolador de ordem zero (ZOH) ( ) s esG Ts−−= 1 ( ( ) ( ) ( )Ttututg −−= ) Controle 2 – Aula 12T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 4 3.3. A Transformada z Em sistemas digitais, estabilidade e resposta transitória dependem tam- bém da taxa de amostragem além dosvalores dos componentes. A transfor- mada Z inclui esta informação com a facilidade da Transformada de Laplace. Aplicando Laplace ao sinal amostrado ideal, temos: ( ) ( )∑∞ = −∗ = 0k kTsekTfsF Fazendo Tsez = , podemos reescrever como: ( ) ( )∑∞ = −= 0k kzkTfzF (2) Esta equação define a Transformada-z ( ) ( )zFkTf ↔ Exercício 1. Determine a transformada Z de uma rampa unitária amostrada. As Tabelas a seguir mostram algumas transformadas úteis e proprieda- des importantes das Transformadas Z. Controle 2 – Aula 12T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 5 Capítulo 13: Sistemas de Controle Digital 9Copyright © 2003 LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. Copyright © 2000 John Wiley, Inc. Tabela 13.1 Tabela parcial de transformadas z e de Laplace sen sen sen sen sen sen Capítulo 13: Sistemas de Controle Digital 10Copyright © 2003 LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. Copyright © 2000 John Wiley, Inc. Tabela 13.2 Teoremas da transformada z Teorema Designação Teorema da linearidade Teorema da linearidade Derivação complexa Translação real Derivação complexa Teorema do valor inicial Teorema do valor final Nota: na tabela, kT deve ser substituído por t. Controle 2 – Aula 13T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Aula 13T - Funções de transferência digitais Bibliografia NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª. Edição, LTC, 2002. Páginas 565-571. HAYKIN, S.S. Sinais e sistemas, 1ª. Edição, Bookman Company, 2000. Páginas 460-468 . 3.3.1. Transformada Z inversa Com base na tabela anterior, observamos que as funções exponenciais amostradas se relacionam com suas transformadas Z por: aT akT ez ze −↔ − Devemos então usar expansão em frações parciais da forma ( ) "+−+−= 21 zz Bz zz AzzF Assim, primeiro formamos ( ) z zF para eliminarmos os termos z do nu- merador, executamos a expansão em frações parciais de ( ) z zF e finalmente multiplicamos o resultado por z para fazer aparecer os z ’s no numerador das frações. Exercício 1. Determine a função no domínio do tempo amostrado tal que a transforma- da seja ( ) ( )( )7,05,0 5,0 −−= zz zzF . 3.4. Funções de Transferência Assim como no caso analógico, podemos obter funções de transferência relacionando sinais amostrados em sistemas digitais. Controle 2 – Aula 13T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 2 Figura 1 – Sistemas com dados amostrados: (a) contínuo; (b) entrada amostra- da; (c) entrada e saída amostrados [NISE]. Dedução da função de transferência pulsada Dada uma entrada ( )tr , ao passá-la pelo amostrador, temos, ( ) ( ) ( )∑∞ = ∗ −= 0n nTtnTrtr δ em que ( )tr ∗ é uma soma ponderada de impulsos. A resposta ao impulso de ( )sG é ( )[ ] ( )tgsG =−1/ . Assim, ( ) ( ) ( )∑∞ = −= 0n nTtgnTrtc Amostrando este sinal, temos: Controle 2 – Aula 13T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 3 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )[ ]∑∑ ∞ = ∞ = −=−= 00 nn TnkgnTrnTkTgnTrkTc Vamos então calcular ( ) ( ) ( ) ( )[ ] k k nk k zTnkgnTrzkTczC − ∞ = ∞ = ∞ = − ∑ ∑∑ ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −== 0 00 Fazendo nkm −= ou nmk += , ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )zRzG znTrzmTg znTrzmTg zzmTgnTrzC n n m m n n nm m nm n nm = == == == ∑∑ ∑∑ ∑ ∑ ∞ = −∞ = − ∞ = −∞ =+ − ∞ =+ ∞ = −− 00 00 0 0 Assim, ( ) ( ) ( )zRzGzC = ( )zG , a transformada Z de ( )kTg é a chamada função de transferência pulsada do sistema. Uma forma de obter ( )zG é começar com ( )sG , determinar ( )tg e então usar a tabela vista para encontrar ( )zG . Controle 2 – Aula 13T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 4 Exercícios 2. Dado um z.o.h. em cascata com ( ) 1 2 1 + += s ssG , ou seja, ( ) ( )( )1 21 + +−= − s s s esG Ts determinar a função de transferência de dados amostrados ( )zG se o período de amostragem, T , for 0,5s. 3. Determine ( )zG para ( ) 4 8 += ssG em cascata com um amostrador e extrapo- lador de ordem zero. O período de amostragem é 0,25s. Controle 2 – Aula 13T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 5 Tabela 13.1 Tabela parcial de transformadas z e de Laplace Controle 2 – Aula 14T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Aula 14T - Redução de diagramas de blocos Bibliografia NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª. Edição, LTC, 2002. Páginas 571-573. OPPENHEIM, A. V.; WILLSKY, A.S. Signals & Systems. 2ª edição, Prentice Hall, 1997. Páginas 826- 828. 3.5. Redução de diagramas de blocos O processo de redução de diagramas de blocos funciona de forma aná- loga ao já aprendido no domínio contínuo. Só é necessário tomar alguns cui- dados. Por exemplo, ( ) ( ){ } ( ) ( )zGzGsGsG 2121 ≠A . Devemos primeiramente multi- plicar ( ) ( ) ( )sGGsGsG 2121 = e aí obter a transformada ( ) ( ){ } ( ) ( )zGzGsGGzGG 212121 ≠= A . Conversão Básica Figura 1 – Conversão básica [NISE] Idéia: Reduzir o diagrama a blocos de conversão básica. “Truque”: Sempre podemos colocar um amostrador imaginário na saída de qualquer subsistema que tenha uma entrada amostrada desde que a natureza do sinal enviado para qualquer outro subsistema não seja mudado. Exercícios – Exemplos 1. Para o sistema a seguir, encontre ( ) ( )( )zR zCzT = . Controle 2 – Aula 14T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 2 Figura 2 – Diagrama de blocos do Exercício 1 [NISE]. 2. Para o sistema a seguir, encontre ( ) ( )( )zR zCzT = . Figura 3 – Diagrama de blocos do Exercício 2 [NISE]. 3. Para o sistema a seguir, encontre ( ) ( )( )zR zCzT = . Figura 4 – Diagrama de blocos do Exercício 3 [NISE]. 4. Para o sistema a seguir, encontre ( ) ( )( )zR zCzT = . Figura 5 – Diagrama de blocos do Exercício 4 [NISE]. Controle 2 – Aula 14T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 3 Solução: Figura 6 – Solução do Exercício 4 [NISE]. 5. Para o sistema a seguir, encontre ( ) ( )( )zR zCzT = . Figura 7 – Diagrama de blocos do Exercício 5 [NISE]. Controle 2 – Aula 15T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Aula 15T - Estabilidade em sistemas digitais Bibliografia NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª. Edição, LTC, 2002. Páginas 573-579. OPPENHEIM, A. V.; WILLSKY, A.S. Signals & Systems. 2ª edição, Prentice Hall, 1997. Páginas 830- 832. 3.6.Estabilidade Já sabemos que a condição de estabilidade para um sistema descrito no domínio de Laplace é que os pólos da função de transferência que descreve o sistema tenham parte real negativa. Qual será a condição equivalente no domínio Z? A condição de estabilidade para um sistema descrito por as A + , com pó- lo a− é { } 0Re >a . Como sabemos que aTez z as A −−↔+ A , o pólo equivalente no domínio Z é aTe− . Como 10Re <⇒> −aTea concluímos a seguinte condição de estabilidade no plano Z Condição de estabilidade no plano z: todos os pólos devem ter mó- dulo menor do que a unidade, ou seja, pertencentes ao interior da circunferência unitária. Controle 2 – Aula 15T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 2 Exercícios1. Determine a faixa de valores do período de amostragem T que fará com que o sistema mostrado na figura a seguir seja estável. 2. Determine a faixa de valores do período de amostragem, T que fará com que o sistema da figura seguinte seja estável. s e Ts−−1 1 10 +s - + Extrapolador Processo a controlar C(s) R(s) C(s) R(s) s e Ts−−1 5 20 +s - + Processo a controlar Extrapolador Controle 2 – Aula 16T – Professor Marcio Eisencraft – julho 2004 1 Aula 16T - Exercícios Bibliografia NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 3ª. Edição, LTC, 2002. Páginas 558-579. OPPENHEIM, A. V.; WILLSKY, A.S. Signals & Systems. 2ª edição, Prentice Hall, 1997. Páginas 826- 832. 1. Determine a faixa de valores do período de amostragem, T que fará com que o sistema da figura seguinte seja estável. 2. Um controlador implementado num computador digital é modelado pela função de transferência pulsada: ( ) ( )( ) ( )( )5,08,0 4 −− −== zz z zC zRzG . Determine a resposta ao degrau deste sistema, ou seja, determine ( )kTr para ( ) ( )kTukTc = , sendo T o intervalo de amostragem. 3. Use transformada Z para resolver a equação de diferenças: ( ) ( ) ( ) ( )kTuTkTyTkTykTy 222,09,0 =−+−− . 4. Usando a expansão em frações parciais e a tabela dada, determine a trans- formada Z para cada G(s) a seguir se 5,0=T s. ( ) ( )( )1342 272 +++= ssssG C(s) R(s) s e Ts−−1 5 20 +s - + Processo a controlar Extrapolador Universidade Presbiteriana Mackenzie Curso de Engenharia Ele´trica Controle II Laborato´rio Prof. Marcio Eisencraft Segundo semestre de 2004 Controle 2 – Aula 1P – Professor Marcio Eisencraft - julho 2004 1 Aula 1P - Exemplos da utilização do Matlab na área de controle Bibliografia DORF, R.C. Sistemas de Controle Moderno, 9ª edição, Prentice Hall, 2001. Páginas 632-644 HAYKIN, S. S. Sinais e sistemas. 1ª edição, Bookman, 2000. Páginas 71-76. 1. Introdução O Matlab é uma ferramenta muito útil no estudo de problemas e no desenvolvimento de projetos em Engenharia sendo utilizado em universidades e empresas ao redor do mun- do. Na área de Engenharia Elétrica e, mais precisamente, na Engenharia de Controle vem adquirindo um caráter quase fundamental. O principal motivo deste sucesso é a utilização maciça de vetores e matrizes para repre- sentar dados de uma forma simples (Matlab = Matrix Laboratory). Esta forma de repre- sentação praticamente elimina a necessidade de utilização de laços FOR ou WHILE simplificando e acelerando muito os programas. A família de programas Matlab inclui o programa básico mais uma variedade de tool- boxes que estendem as funcionalidades do programa. Para a área de controle o toolbox Control System Toolbox é bastante interessante. Uma sessão típica de utilização do programa utilizará sentenças e variáveis, matrizes, gráficos e scripts. Desta forma, nesta aula, veremos exemplos de cada um desses obje- tos. Lembre-se: sempre que você ficar na dúvida sobre a utilização de um comando, a fun- ção <help comando> pode lhe ajudar. 2. Sentenças e variáveis O Matlab utiliza o sinal igual (“=”) para atribuir uma expressão a uma variável. Por exemplo, o comando: >> A = [1 2; 4 6] A = 1 2 4 6 Controle 2 – Aula 1P – Professor Marcio Eisencraft - julho 2004 2 atribui uma matriz 2x2 a uma variável de nome A. A matriz A é automaticamente mostrada na tela quando a sentença é executada. Se a sentença fosse seguida por um ponto-e-vírgula (;) a exibição seria suprimida. Apesar disso, a atribuição é feita da mesma forma. Toda vez que você não quiser ver o resulta- do de uma sentença na tela, simplesmente adicione um ponto-e-vírgula (;) em seu final. >> A = [1 2; 4 6]; >> >> A = [1 2; 4 6] A = 1 2 4 6 Sem maiores dificuldades o Matlab pode ser usado como uma calculadora científica, bastando digitar as operações na sua linha de comando. Veja os exemplos a seguir: >> 12.4/6.9 ans = 1.79710144927536 >> 1+1/3 ans = 1.33333333333333 >> a = 23; >> b = 10; >> a+b ans = 33 >> a-b ans = 13 >> sin(pi/2) ans = Controle 2 – Aula 1P – Professor Marcio Eisencraft - julho 2004 3 1 É importante lembrar que o Matlab reconhece diferenças entre letras maiúsculas e mi- núsculas. Assim, as variáveis M e m são diferentes. >> M = [1 2]; >> m = [3 5 7]; >> M M = 1 2 >> m m = 3 5 7 O Matlab possui algumas variáveis pré-definidas como pi, i, j, Inf, NaN. Veja os exemplos: >> z = 3+4*i z = 3 + 4i >> 2/0 ans = Inf >> 0/0 Warning: Divide by zero. ans = NaN Para ver as variáveis já criadas até aqui, utilize o comando who. >> who Your variables are: A M a ans b m z Controle 2 – Aula 1P – Professor Marcio Eisencraft - julho 2004 4 Informações mais completas sobre as variáveis já definidas podem ser obtidas com o comando whos. >> whos Name Size Bytes Class A 2x2 32 double array M 1x2 16 double array a 1x1 8 double array ans 1x1 8 double array b 1x1 8 double array m 1x3 24 double array z 1x1 16 double array (complex) Grand total is 13 elements using 112 bytes Variáveis podem ser removidas do espaço de trabalho com o comando clear. Utiliza- do sozinho, ele apaga todas as variáveis definidas. Para apagar somente a variável A uti- lize >> clear A >> who Your variables are: M a ans b m z 3. Matrizes Como já foi dito, o Matlab tem como principal característica a fácil manipulação de vetores e matrizes. Uma típica matriz é cercada de colchetes [.]. Os elementos das colunas são separados por espaços ou vírgulas e as linhas separadas por ponto-e-vírgulas (;) ou retorno de li- nha (Enter). Suponha que desejamos entrar uma matriz A dada por ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ⎥⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢⎢ ⎢ ⎣ ⎡ − − = 8,08,0cos8,0sin 3cos2sin1log 241 eaa j A ππ . Controle 2 – Aula 1P – Professor Marcio Eisencraft - julho 2004 5 Uma forma de fazer isso é >> A = [1 -4*j sqrt(2); log(-1) sin(pi/2) cos(pi/3);asin(0.5) acos(0.8) exp(0.8)] A = 1.0000 0 - 4.0000i 1.4142 0 + 3.1416i 1.0000 0.5000 0.5236 0.6435 2.2255 A matriz A pode ser redefinida a qualquer momento como em >> A = [1 2; 4 5] A = 1 2 4 5 A operação entre matrizes requer apenas que as dimensões sejam compatíveis. Veja os exemplos a seguir >> A = [1 3; 5 9] A = 1 3 5 9 >> B = [4 -7; 10 0] B = 4 -7 10 0 >> A+B ans = 5 -4 15 9 >> b = [1;5] b = 1 5 >> A*b ans = Controle 2 – Aula 1P – Professor Marcio Eisencraft - julho 2004 6 16 50 >> A' ans = 1 5 3 9 As operações matriciais básicas podem ser modificadas para operações elemento a ele- mento precedendo o operador por um ponto. Veja o seguinte exemplo: >> A = [5 3 7 9] A = 5 3 7 9 >> B = [2 1 2 3] B = 2 1 2 3 >> A*B ??? Error using ==> * Inner matrix dimensions must agree. >> A.*B ans = 10 3 14 27 >> A^2 ??? Error using ==>