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Excipientes - Excipiente ideal para formulas farmacêuticas

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Matéria sobre Excipientes ( Tecnologia Farmaceutica II) 
 
 
EXCIPIENTES FARMACOTÉCNICOS 
1. Evolução do conceito 
 
No século 21, as funções e a funcionalidade dos excipientes, devem ser interpretadas 
de acordo com as novas tendências do mercado farmacêutico. O tradicional conceito de 
excipiente, como sendo simples adjuvante e veículo, química e farmacologicamente inerte, 
vem sofrendo grande evolução. Excipientes, anteriormente vistos como meras substâncias 
capazes de facilitar a administração e proteger o fármaco, são considerados, nos dias atuais, 
como constituintes essenciais, que garantem o desempenho do medicamento e otimizam a 
obtenção do efeito terapêutico. No passado, a atenção da indústria farmacêutica e dos 
órgãos de regulamentação direcionava-se, principalmente, para o controle da qualidade do 
fármaco, dando atenção menor aos excipientes. Todavia, a evolução tecnológica, econômica, 
científica e dos fatores de regulamentação, possibilitaram a observação de considerações 
especiais acerca do papel dos excipientes, de acordo com suas características físicas, 
inerentes ao emprego dos mesmos nos processos produtivos e na liberação do fármaco a 
partir da forma farmacêutica (FF). 
Uma definição mais recente regulamentada pelo IPEC (International Pharmaceutical 
Excipients Councils) é a seguinte: “excipiente é qualquer substância, diferente do fármaco ou 
do pró-fármaco, que tem sua segurança avaliada e, a partir de então, pode ser incluída na 
forma farmacêutica, com as seguintes intenções: 
 possibilitar a preparação do medicamento; 
 proteger, fornecer ou melhorar a estabilidade e a disponibilidade biológica do fármaco, 
além da aceitabilidade do paciente; 
 propiciar a identificação do produto; 
 melhorar ou promover qualquer outro atributo relacionado, não somente à segurança 
mas, também, com a efetividade do produto durante a estocagem e/ou o uso. 
De acordo com o IPEC, a característica de inércia deve ser desconsiderada, uma vez 
que, de algum modo, qualquer substância pode modificar a liberação, estabilidade e a 
biodisponibilidade do fármaco”. 
 O surgimento e incremento da área biofarmacêutica, os sólidos conhecimentos 
adquiridos nesta área, a introdução dos biopolímeros no mercado e, a disponibilidade de 
tecnologias de produção e métodos analíticos sofisticados, capacitaram o profissional 
farmacêutico à desenvolver FF cada vez mais específicas (modified release), com maior 
seletividade na liberação do ativo (targeting) e, consequentemente, com eficácia terapêutica 
aumentada. É universalmente aceito que, excipientes são constituintes essenciais à 
preparação de FF devendo, portanto, ser objeto de importantes considerações durante a fase 
de pré-formulação. 
 Atualmente, mais de 1000 produtos são usados como excipientes. Tais produtos, 
podem apresentar estruturas moleculares simples, com diferentes funcionalidades ou, até 
mesmo, moléculas poliméricas complexas, de elevado peso molecular (PM). Técnicas 
analíticas de elevada resolução que, nem sempre são destrutivas, permitem que o 
comportamento dos excipientes, frente aos processos de manufatura, seja avaliado. Ainda, 
possibilita a elucidação da estrutura das moléculas, partículas e agregados, sendo capaz de 
discernir entre diferentes lotes, aqueles que não são quimicamente equivalentes. Porém, 
alguns testes são indispensáveis para garantir a estabilidade, absorção adequada do ativo e 
assegurar um processo produtivo apropriado. O profissional responsável por desenvolver as 
formulações deverá levar em consideração, na escolha dos excipientes adequados, aquele 
que garantirá melhor desempenho da formulação (estabilidade e eficácia), melhores 
características de manufatura e, ao mesmo tempo, que apresente custo adequado. 
Os principais fatores que contribuíram para a evolução no conceito e nas 
regulamentações dos excipientes foram: criações de conselhos internacionais na Europa e 
Estados Unidos, criação de seções específicas para excipientes no NF, inclusão de 
monografias no NF, divisão especial de monografias na USP/NF, edição do Handbook of 
Pharmaceutical Excipients (1a em 1986 e 2a em 1994), dentre outras. Outros fatores são 
econômicos e tecnológicos: 
 
 Desenvolvimento de novas formas farmacêuticas: produtos de biotecnologia (polímeros, 
biosensores), sistemas de direcionamento de fármacos (targeting), sistemas de liberação 
modificada de fármacos (modified release). 
 Automação: equipamentos sofisticados para compressão, extrusão e esferonização 
(tecnologia para produção de pellets), leito fluidizado, spray-dried. 
 Surgimento de ativos inovadores: biotecnologia e peptídeos sintéticos. 
 Elaboração de excipientes com funções específicas: preparação de lipossomas, 
nanocápsulas, microemulsões, géis transdérmicos, patches, dentre outros. 
 Questões ambientais: encontrar substitutos aceitáveis para os CFCs 
(clorofluorocarbonos), por exemplo, utilizada em sistemas aerossolizados e para outros 
solventes orgânicos de uso farmacêutico. 
 
Diferentes tipos de produtos são administrados por diferentes vias. Em geral, produtos 
parenterais são, freqüentemente, empregados para administração de fármacos para o 
tratamento de casos agudos (exceto, por exemplo, terapia com insulina). Formulações 
transdérmicas e tópicas são, usualmente, empregadas por um curto período de tempo 
(exceto, por exemplo, terapia com reposição hormonal). Formas farmacêuticas orais são 
utilizadas tanto para o tratamento de casos agudos quanto crônicos. Portanto, três fatores 
principais e inter-relacionados, poderão afetar o desenvolvimento de um novo excipiente: 
segurança, saúde do paciente após aprovação do produto e fatores econômicos. Diferentes 
vias de administração e diferentes formulações, requerem níveis de segurança e testes 
específicos variados. 
 
 
2. Biofarmacotécnica X Biodisponibilidade 
 
A biodisponibilidade de um fármaco relaciona-se com a quantidade de fármaco que é 
absorvido e a velocidade na qual este processo ocorre, uma vez que, uma resposta biológica 
adequada é resultado da sua interação com receptores celulares ou sistemas enzimáticos. 
Por sua vez, a concentração no local de ação vai depender da dose administrada, da 
capacidade da forma farmacêutica em liberar o ativo na concentração apropriada, da via 
escolhida, do volume de distribuição do fármaco, da extensão do metabolismo, da velocidade 
de eliminação, de fatores intrínsecos da molécula do fármaco, dos tipos e quantidade de 
excipientes empregados na formulação, dentre inúmeros outros. 
A biofarmacotécnica estuda os processos que ocorrem no organismo, a partir da 
administração da forma farmacêutica, considerando as fases de liberação e dissolução do 
fármaco, que precedem sua absorção. Pode, também, ser definida como o estudo entre a 
intensidade e o efeito biológico dos ativos e, os vários fatores relacionados ao próprio 
fármaco, à formulação do medicamento, incluindo o processo produtivo e, à via de 
administração. 
 Para que qualquer ativo exerça sua atividade farmacológica e, o tratamento alcance a 
finalidade terapêutica pretendida, o mesmo deverá estar disponível no sítio de ação, em 
quantidade apropriada, para se ligar aos receptores biológicos e estimular as respostas. A 
administração pela via endovenosa, por exemplo, disponibiliza o fármaco diretamente na 
corrente sangüínea, fazendo com que sua biodisponibilidade seja de 100%. Além de ser 
disponibilizado diretamente no compartimento central, o metabolismo de primeira passagem 
é evitado. Por outro lado, nem todos os fármacos podem ser administrados por esta via, quer 
por motivos de impossibilidade de formulação, por motivos de instabilidadedo fármaco ou por 
motivos do tipo de ação que se pretende (local ou sistêmica). Contudo, inúmeras são as vias 
de administração e variadas são as formas farmacêuticas às quais o fármaco pode ser 
incorporado, cada qual apresentando vantagens umas sobre as outras: pós, comprimidos - 
de liberação convencional ou de liberação modificada (liberação prolongada, liberação de 
doses múltiplas, liberação programada, liberação retardada ou entérica), cápsulas, soluções, 
suspensões, xaropoes, emulsões, cremes, géis, lipossomas, microemulsões, nanocápsulas, 
nanosferas, sistemas adesivos (patches), dentre outras. 
 
Fatores que modificam a biodisponibilidade: 
 
Fatores relacionados ao 
paciente 
idade; 
peso corporal; 
fatores fisiológicos: pH do TGI, esvaziamento e motilidade 
gástrica, tipo de dieta, dentre outros; presença de 
patologias associadas; 
Fatores relacionados à forma 
farmacêutica 
dependentes do fármaco e/ou excipientes: 
tamanho das partículas; forma polimórfica; solubilidade; 
constante de dissolução; coeficiente de partição óleo-água; 
velocidade de dissolução; estabilidade nos fluidos do TGI; 
forma química do fármaco (ex.base, sal); formação de 
complexos; capacidade de adsorção; tipo e quantidade e 
qualidade de excipientes empregados na formulação. 
dependentes do processo de fabricação: 
tipo de granulação; força de compressão; 
alteração de parâmetros do processo de produção (tempo 
de mistura, agitação ou secagem). 
 
Portanto, diversos são os parâmetros a serem considerados em uma etapa anterior à 
formulação. 
 
 
3. Influência dos excipientes na liberação do fármaco 
 
 Durante a produção de Formas Farmacêuticas sólidas, as propriedades dos 
excipientes, assim como a dos ativos, podem se refletir em diversos parâmetros, 
nomeadamente: compressibilidade, fluidez, uniformidade de conteúdo, lubrificação 
(escoamento e enchimento da matriz, ejeção dos comprimidos, preparação de cápsulas) e 
mistura. Ainda, podem ser influenciadas: dureza, friabilidade, uniformidade de conteúdo (UC), 
velocidade de desagregação, estabilidade do ativo, revestimento, dissolução e 
biodisponibilidade. 
 
 
Resumidamente: 
 
Propriedade Influência 
Tamanho e forma da partícula peso, UC, desintegração, dissolução 
Densidade e granulometria peso, UC, desintegração, dissolução, dureza 
Área superficial e porosidade desintegração, dissolução, formação de película 
de revestimento 
Hidratação estabilidade físico-química, desintegração, 
dissolução 
Forma polimórfica e grau de 
cristalinidade 
peso, UC, desintegração, dissolução, dureza 
Condições de armazenamento peso, UC, desintegração, dissolução, dureza 
 
 
4. Características dos excipientes: 
 
 Nas formas farmacêuticas, os excipientes representam a maior parte da forma 
farmacêutica (em relação ao volume da forma), quando comparados com a concentração do 
ativo. Do ponto de vista químico, a inércia atribuída aos excipientes deve ser encarada com 
certas reservas. Sua reatividade, apesar de baixa, pode ser potencializada por fatores físico-
químicos do meio, desencadeando reações que podem levar à desestabilização da forma 
e/ou degradação do fármaco: presença de grupos funcionais alcoólicos, grupos terpênicos 
em flavorizantes, corantes contendo iodo, espécies complexantes (EDTA) ou substâncias 
redutoras (lactose). Inúmeros excipientes possuem centros quirais (amido e celulose) que 
podem interagir com fármacos racêmicos. Outra característica dos excipientes clássicos é a 
inatividade farmacológica e toxicológica, o que não pode ser generalizado. 
 
Características de um excipiente ideal: 
 
 Toxicologicamente inativo. 
 Química e fisicamente inerte frente ao fármaco. 
 Compatível com outros ingredientes da formulação. 
 Incolor e insípido. 
 Elevada fluidez e boa capacidade de escoamento (sólido). 
 Alta capacidade de sofrer compressão (sólido). 
 Disponível a partir de diversas fontes, com custos adequados. 
 Fácil de ser armazenado. 
 Características reprodutíveis lote-a-lote. 
 Desempenho consistente com a forma farmacêutica ao qual se destina. 
 
 
 
5. Função dos excipientes 
 
A maior parte das formas farmacêuticas são sólidas, semi-sólidas ou líquidas, nas 
quais o fármaco encontra-se diluído. Os excipientes capazes de fornecer à forma 
farmacêutica peso, consistência e volumes adequados, são os diluentes. Nestes casos, 
assumem a função de veículo, permitindo administração pela via desejada. Ainda, pode-se 
esperar que excipientes assumam a função de adjuvantes (verbo do Latim = "adjuvare"), 
auxiliando o fármaco à cumprir seu papel. Excipientes específicos são adicionados na 
tentativa de controlar e regular a velocidade de desintegração da forma e dissolução do 
fármaco, o que irá refletir no controle da quantidade de fármaco absorvido e na velocidade na 
qual este processo ocorre, ou seja, na biodisponibilidade do fármaco. 
 De acordo com sua influência na estabilidade da formulação, liberação e absorção do 
ativo e características do processo de preparação, os excipientes podem ser agrupados em 3 
categorias. Sendo que, de acordo com sua influência no processo produtivo, podem ser 
subdivididos segundo o tipo de formulação a ser preparada. As preparações podem ser 
otimizadas de acordo com o tipo de excipiente e a quantidade a ser incorporada. 
 
Categoria de excipiente de acordo com sua influência na estabilidade, absorção do 
fármaco e características do processo de preparação: 
 
Estabilidade Absorção do Fármaco 
antioxidantes desintegrantes 
quelantes plastificantes 
conservantes modificadores da liberação 
estabilizantes promotores da penetração 
Estabilidade molhantes 
antioxidantes formadores de filme/polímeros 
 agentes bioadesivos/agentes encapsulantes 
 
Influência na preparação 
Para FF específicas: 
emulsões e suspensões agentes emulsificantes, suspensores 
géis agentes gelificantes 
sólidas diluentes, lubrificantes 
 
 
5.1 Principais excipientes farmacotécnicos 
 
 Avaliadas as propriedades físico-químicas do fármaco e estabelecida a melhor via de 
administração, a escolha dos adjuvantes mais adequados para determinada formulação 
deverá basear-se nas características das substâncias contidas na fórmula, bem como na 
possibilidade de interações entre os excipientes e o(s) fármaco(s). Os principais adjuvantes 
farmacotécnicos encontram-se descritos a seguir: 
 
Diluentes  produtos inertes adicionados aos pós para permitir a obtenção de comprimidos 
ou o enchimento de cápsulas, com volumes adequados. Ainda, para propiciar propriedades 
de fluxo e compressão necessárias à produção. Diferentes naturezas (solúvel, insolúvel ou 
mista). 
Exemplos: lactose, fosfato de cálcio tribásico, amido, manitol, sulfato de cálcio, celulose 
microcristalina (Microcel, Avicel), fosfato de cálcio dibásico (Encompress, Ditab), óxido 
de magnésio, carbonato de magnésio, talco, caolim. 
 
Veículos  preparação inerte destinada à incorporação do (s) ativo(s). Podem ser 
edulcorados e conter agentes suspensores. 
Exemplos: xarope simples, sorbitol 70%, glicerina, água, etc. 
 
Solventes  usados para dissolver outra substância na preparação de uma solução; pode 
se aquoso ou não (ex. oleaginoso). Co-solventes, como a água e álcool (hidroalcóolico) e 
água e glicerina, podem ser usados quando necessários. 
Exemplos: álcool, óleo de milho, óleo de algodão, glicerina, álcool isopropílico, óleo mineral, 
ácido oléico, óleo de amendoim, água purificada, água para injeção. 
 
Absorventes  substâncias adicionadas para absorverem água presente nos extratos oupara fixar certos compostos voláteis, como as essências. Exemplos: fosfato de cálcio, caolim, 
carbonato de magnésio, bentonita, talco. 
 
Aglutinantes  agentes usados para promover adesão das partículas durante a granulação 
e compressão de formas farmacêuticas sólidas. Podem ser usados na forma de solução, 
dispersão ou pós. Exemplos: goma arábica, ácido algínico, açúcar compressível, CMC-Na, 
etilcelulose, gelatina, metilcelulose, povidona (PVP), amido, amido pré-gelatinizado, glicose 
líquida. 
 
Desagregantes (desintegrantes)  empregados para acelerar a desintegração e/ou a 
dissolução da forma nos fluidos biológicos. Exemplo: ácido algínico, amido, alginato de sódio, 
CMC-Na, celulose microcristalina, croscarmelose sódica (Ac-Di-Sol), glicolato sódico de 
amido (Explotab), crospovidona (Kollidon CL). 
 
Lubrificantes  agentes capazes de prevenir a aderência dos pós e granulados nas 
punções e matrizes, facilitar o escoamento dos mesmos no alimentador e facilitar o 
enchimento de cápsulas. Otimizar o processo produtivo. Exemplo: estearato de magnésio, 
estearato de cálcio, ácido esteárico, talco, óleo vegetal hidrogenado (ex. Lubritab). 
 
Deslizantes  agentes usados nas formulações de comprimidos e cápsulas para melhorar 
as propriedades de fluxo das misturas em pó. Exemplo: sílica coloidal (Aerosil 200), talco. 
 
Agentes molhantes  substâncias adicionadas com a finalidade de diminuir a tensão 
superficial na interface sólido/líquido. Age diminuindo o ângulo de contato entre a água e as 
partículas sólidas, aumentando a molhabilidade das partículas. Exemplos: lauril sulfato de 
sódio (LSS), docusato sódico, polissorbatos 20, 60, 80 (Tweens). 
 
Agentes tamponantes  usado para fornecer às formulações, resistência contra variações 
de pH, em casos de adição de substâncias ácidas ou básicas. Exemplos: tampão citrato, 
tampão fosfato, tampão borato. 
 
Corantes, aromatizantes e flavorizantes  adjuvantes empregados para corrigir cor, odor 
e sabor desagradáveis, tornando a preparação mais atraente. Os corantes devem ser 
escolhidos em uma tabela que fornece os nomes daqueles que são permitidos para uso 
alimentício. Alguns podem causar reações alérgicas e/ou desencadear processos de irritação 
gástrica. Exemplos de flavorizantes: baunilha, mentol, óleo de canela, óleo de anis, cacau, 
dentre outros. 
 
Edulcorantes  usado para edulcorar (adoçar) a preparação. Exemplos: aspartame, 
dextrose (glicose), manitol, sorbitol, sacarina, ciclamato sódico, açúcar, acesulfame de 
potássio, sucralose, esteviosídeo. 
 
Agentes plastificantes  substâncias empregadas juntamente com polímeros, para 
modificar a temperatura de transição de fase dos mesmos e, facilitar a coalescência do filme 
formado sobre os grânulos, comprimidos ou pellets. Torna a camada de revestimento mais 
uniformemente distribuída sobre o granulado, durante a preparação de cápsulas de liberação 
entérica. Exemplos: glicerina, trietilcitrato, dibutilftalato, silicone, PPG. 
 
Agentes de revestimento  empregados para revestir comprimidos, grânulos, cápsulas ou 
pellets com o propósito de proteger o fármaco contra decomposição pelo oxigênio 
atmosférico e umidade, para mascarar sabor ou odor desagradável, para evitar a degradação 
no suco gástrico e obter a liberação do fármaco em meio entérico, promovendo liberação 
retardada do fármaco. A película empregada no revestimento é composta, basicamente, por 
um derivado polimérico insolúvel que pode ser de origem natural (ceras, shellacs, gelatina), 
derivados da celulose (metil ou etilcelulose, acetoftalato de celulose, 
hidroxipropilmetilcelulose, acetato de celulose), copolímeros de ésteres acrílico e metacrílico 
(Eudragit tipos L100, RS 30D, RS PM, S100, dentre outros); álcool polivinílico (PVA), 
acetato de polivinil, dentre outros. 
 
Agentes formadores de matrizes para liberação controlada  substâncias de natureza 
polimérica empregadas com a finalidade de se obter liberação prolongada e/ou controlada do 
fármaco que se encontra disperso, uniformemente, na matriz. Podem apresentar diferentes 
naturezas. Exemplos: HPMC, CMC-Na, goma xantana, Carbopol, diversos tipos de 
Eudragit, ágar-ágar, derivados polióxidoetilênicos (PEO's), dentre outros. 
 
Agentes emulsificantes  usados para estabilizar formulações que possuem um líquido 
disperso no seio de outro líquido com ele imiscível. O emulsionante ou emulsificante mantém 
a estabilidade da dispersão. O produto final pode ser uma emulsão líquida ou semi-sólida 
(creme). Podem ser aniônicos, catiônicos ou anfotéricos. Ainda, podem ser naturais ou 
sintéticos. Exemplos: monoestearato de glicerila, álcool cetílico e gelatina. Podem ser 
empregados como agentes emulsivos auxiliares: CMC-Na, MC, alginato e pectina. 
 
Agentes surfactantes (tensoativos)  substâncias que reduzem a tensão superficial. 
Podem ser usados como agentes molhantes, detergentes ou emulsificantes. Exemplos: 
cloreto de benzalcônio, nonoxinol 10, octoxinol 9, polissorbato 80, lauril sulfato de sódio. 
 
Agentes suspensores  agentes utilizados para aumentar a viscosidade da fase externa de 
uma suspensão (dispersão de sólidos, finamente divididos, no seio de um líquido no qual o 
fármaco é insolúvel). Reduzem a velocidade de sedimentação das partículas do fármaco. 
Agente doador de viscosidade ao meio. 
 
Agente suspensor Concentração usual pH aplicável 
Goma adraganta 0,50 – 2,00% 1,90 – 8,50 
Goma arábica (goma acácia) 5,00 – 10,00 % ........... 
Goma xantana 0,3 – 0,5 % 3,0 – 12,0 
Celulose microcristalina/CMC-Na 
(Avicel RC 591) 
0,50 – 2,00% 3,50 – 11,00 
CMC-Na 0,50 – 2,00% 2,00 – 10,00 
Hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) 0,30 – 2,00% 3,00 – 11,00 
Metilcelulose 0,50 – 5,00% 3,00 –11,00 
Hidroxietilcelulose (Natrosol) 0,10 – 2,00% 2,00 – 12,00 
Bentonita 
0,50 – 5,00% 3,00 – 10,00 
dispersões melhores em 
pH neutro 
Alginato sódico 1,00 – 5,00% 4,00 –10,00 
Carbômero (Carbopol) 0,50 – 1,00% 5,00 –11,00 
Povidona Até 5,00% Não é afetado pelo pH, 
exceto por pH 
extremamente cáustico 
Pectina 1,00 – 3,00% 2,00 – 9,00 
Silicato de Alumíno e Magnésio 
(Veegun) 
0,50 – 2,50% 3,50 – 11,00 
Dióxido de silício coloidal (Aerosil) 2,00 – 10,00% Até 10,70 
Adaptado: Rowe et al., 2003. 
 
Agente doador de consistência  usado para aumentar a consistência de uma 
preparação, em geral, uma pomada. Exemplos: álcool cetílico, cera branca, cera amarela, 
álcool estearílico, parafina, cera microcristalina, cera de ésteres cetílicos. 
 
Agentes de tonicidade (Isotonizantes)  usados para obtenção de soluções com 
características osmóticas semelhantes às dos fluidos biológicos, à serem administradas pelas 
vias: ocular, nasal, parenteral. Exemplos: NaCl (0,9%), manitol (5,07%) e dextrose (5,51%). 
 
Umectantes  substâncias empregadas para prevenir o ressecamento de preparações, 
principalmente, pomadas e cremes, por apresentarem a capacidade de retenção de água. 
Exemplos: glicerina, propilenoglicol, sorbitol. 
 
Agentes levigantes  líquido usado como agente facilitador no processo de redução de 
partículas do fármaco, durante o preparo de emulsões, bases oleosas, dentre outras. 
Triturado juntamente com o fármaco. 
Exemplos: 
 
Agente levigante Densidade Miscibilidade Usos 
Óleo mineral 
(vaselina 
líquida) 
0,88 miscível em óleos fixos 
(exceto óleo de rícino) 
imiscível com água, 
álcool, glicerina, 
propilenoglicol, PEG 
400, e óleo de rícino 
bases oleosas 
base de absorção 
emulsões água/óleo 
Glicerina 1,26 miscível com água, 
álcool, propilenoglicol e 
PEG 400 
imiscível com óleo 
mineral e óleos fixos 
emulsões bases 
 óleo /água 
basessolúveis em 
água e ictiol 
Propilenoglicol 1,04 miscível com água, 
álcool, glicerina e PEG 
400 
imiscível com óleo 
mineral e óleos fixos 
emulsões base 
óleo/água 
bases solúveis 
em água 
PEG 400 1,13 miscível em água, 
álcool, glicerina e 
propilenoglicol 
imiscível com óleo 
mineral e óleos fixos 
emulsões base 
óleo/água 
bases 
solúveis 
 em água 
Óleo de algodão 0,92 miscível com óleo 
mineral e outros óleos 
fixos incluindo o óleo de 
rícino 
imiscível com água, 
álcool, glicerina , 
propilenoglicol e PEG 
400 
o óleo de algodão ou 
algum outro óleo 
vegetal pode ser 
usado como 
substituto para o óleo 
mineral quando um 
óleo vegetal é 
preferido ou quando 
o sólido pode ser 
incorporado mais 
facilmente nestes 
óleos. 
Óleo de rícino 0,96 miscível com álcool e 
outros óleos fixos. 
Imiscível com água, 
glicerina, propilenoglicol, 
PEG 400 e óleo mineral 
ictiol ou bálsamo do 
Peru, mesmos usos 
descritos para o óleo 
de algodão. 
Polissorbato 80 
(Tween ® 80) 
1,06-1,09 miscível com água, 
álcool, glicerina, 
propilenoglicol, PEG 
400, óleo mineral e 
óleos fixos. 
Coaltar 
Circunstâncias em 
que um surfactante é 
desejado, pode ser 
incompatível com 
algumas emulsões 
água / óleo 
 
 
Agentes alcalinizantes ou acidificantes  usados para alcalinizar ou acidificar o meio, 
respectivamente, para fornecer estabilidade ao ativo ou promover sua dissolução. 
Exemplos: 
Agentes acificantes (acidulantes) Agentes alcalinizantes 
Ácido cítrico Solução de amônia 
Ácido acético Carbonato de amônio 
Ácido fumárico Dietanolamina 
Ácido clorídrico (HCl) Monoetanolamina 
Ácido tartárico Hidróxido de potássio (KOH) 
Ácido bórico Hidróxido de sódio (NaOH) 
 Bicarbonato de sódio 
 Borato de sódio 
 Trietanolamina 
 
Conservantes  usados em preparações líquidas e semi-sólidas para prevenção do 
crescimento e desenvolvimento de microrganismos (fungos e bactérias). Exemplos de anti-
fúngicos: ácido benzóico, benzoato de sódio, butilparabeno, metilparabeno (Nipagin), 
propilparabeno (Nipasol), etilparabeno, propionato de sódio. Anti-bacterianos: cloreto de 
benzalcônio, cloreto de benzetônio, álcool benzílico, cloreto de cetilpiridíneo, clorobutanol, 
fenol. 
 
Agentes antioxidantes  empregados na tentativa de proteger a formulação de qualquer 
processo oxidativo e conseqüente desenvolvimento de ranço em substâncias de natureza 
oleosa e gordurosa e/ou inativação do fármaco. Podem atuar de diferentes modos: 
interrompendo a formação de radicais livres (BHA, BHT, -tocoferol); promovendo redução 
das espécies oxidadas (ácido ascórbico, palmitato de ascorbila, metabissulfito de sódio); 
prevenindo a oxidação (EDTA, ácido cítrico, cisteína, glutationa). Em sistemas aquosos, 
preferencialmente, são empregados: vitamina C, metabissulfito de sódio, cisteína e tiossulfato 
de sódio. Nos sitemas lipofílicos, preferencialmente, BHT, BHA e vitamina E. 
 
Agentes quelantes (seqüestrantes)  substância que forma complexos estáveis (quelatos) 
com metais. São usados em preparações líquidas como estabilizantes para complexar os 
metais pesados que podem promover instabilidade. Exemplos: EDTA-Na2, ácido edético. 
 
Agente para expulsão de ar  empregado para expulsar o ar de recipientes 
hermeticamente fechados ou de formulações fluidas, para aumentar a estabilidade. 
Exemplos: nitrogênio (N2), dióxido de carbono (CO2). 
 
Nota: dentre as inúmeras classes de excipientes, os diluentes, os agentes molhantes, os 
lubrificantes e desintegrantes são os que apresentam maior influência na biodisponibilidade 
de formas farmacêuticas sólidas. 
Nos estudos de pré-formulação, a solubilidade dos diluentes deve ser considerada, 
pois, a simples troca de um diluente pode provocar alterações na biodisponibilidade do 
fármaco, podendo resultar em casos de intoxicação. Um exemplo clássico ocorreu na 
Austrália (1968), quando a substituição do sulfato de cálcio (insolúvel) por lactose (solúvel), 
como diluente para cápsulas de fenitoína, resultou em um aumento da biodisponibilidade do 
fármaco, gerando diversos casos de intoxicação (Balla, 1968; Eadie et.al. 1968). Houve uma 
completa remissão do problema quando os pacientes passaram novamente a receber a 
fenitoína preparada com o excipiente original (sufato de cálcio). A presença de diluentes 
muito hidrofílicos, como a lactose, pode aumentar a captura de líquidos e, 
consequentemente, aumentar a molhabilidade das partículas, acelerando a velocidade de 
liberação dos fármacos. 
A presença do agente desintegrante na formulação visa facilitar a desagregação da 
forma farmacêutica, aumentando a área superficial e promovendo a dissolução do fármaco. 
Os agentes molhantes quando adicionados á formulação para aumentam a 
molhabilidade do ativo e promovem o aumento da velocidade de dissolução do fármaco. 
A adição de lubrificantes (substâncias hidrofóbicas) à preparação retarda a 
molhabilidade e, consequentemente, a absorção do fármaco. Portanto, a concentração do 
agente lubrificante na formulação é fator determinante para a obtenção de uma 
disponibilidade biológica apropriada do fármaco. 
 
 EXCIPIENTES E FORMULAÇÃO DE PÓS PARA ENCAPSULAÇÃO 
A maioria dos produtos preparados na forma de cápsulas gelatinosas duras consiste em uma 
mistura do fármaco (substância ativa) em combinação com diversos tipos de excipientes. A 
escolha dos excipientes depende de vários fatores, entre os quais: a características e 
propriedades do fármaco veiculado, a dose, a solubilidade, o tamanho e forma de partículas 
do fármaco e o tamanho da cápsula a ser utilizada (Aulton, 2005). 
O excipiente (do latin excipiere = excluído, exceto) embora seja considerado inerte em 
termos de atividade biológica, pode influenciar as propriedades de enchimento (fluxo, 
coesividade, adesão), estabilidade e liberação do fármaco (Jones, 1987; Aulton, 2005). 
Em formulações de pós para encapsulação, o fármaco e os componentes inertes 
precisam ser misturados de forma a assegurar uma mistura de pó uniforme para o 
preenchimento das cápsulas. Um cuidado especial no processo de mistura deve ser tomado 
para formulações com fármacos em baixa dosagem, onde a falta de homogeneidade pode 
resultar em graves consequências terapêuticas (Allen et al., 2005). 
Em formulações em que o fármaco é veiculado em baixa dosagem e desta forma 
ocupam uma pequena parcela do volume total da cápsula na formulação final (normalmente 
inferior a 20% ), as propriedades da mistura são determinadas pelos diluentes e adjuvantes 
escolhidos. De outra forma, quando os fármacos são veiculados em dose unitária elevada 
(acima de 20% do total da formulação), como exemplo 500 mg de um determinado 
antibiótico, deixam pouco espaço disponível dentro da cápsula, obrigando a utilização de 
adjuvantes que exerçam seus efeitos mesmo em baixas concentrações sobre as 
propriedades de enchimento e liberação do fármaco. Em formulações com fármacos em alta 
dosagem, as propriedades da mistura são determinadas pelas propriedades do fármaco 
(Aulton, 2005). 
 
 
10.1. Fatores que influenciam nas propriedades de enchimento de cápsulas com 
mistura de pós: 
 Os principais fatores que influenciam nas propriedades dos pós e consequente 
enchimento de cápsulas duras são: o bom fluxo, ausência de adesão e coesividade (Aulton, 
2005). 
O bom fluxo do pó é o fator mais importante para o enchimento uniforme das cápsulas 
e influencia diretamente na qualidade do produto, por exemplo, na uniformidade de peso e 
uniformidade de conteúdo. Para se obter uma formulação de pós com bom fluxo são 
normalmente utilizados um diluente com fluxo livre (ex. lactose anidra, celulose 
microcristalina)e um deslizante (ex. dióxido de silício coloidal = Aerosil 200). A redução da 
adesão dos pós ao equipamento de encapsulação pode ser realizada por meio da utilização 
de lubrificantes (ex. estearato de magnésio, talco). Para aumentar a coesividade e melhorar a 
capacidade de formar aglomerados de pós, os diluentes mais utilizados são a lactose, o 
amido de milho e a celulose microcristalina. A celulose microcristalina aumenta a 
compactabilidade da formulação, portanto em formulações com doses elevadas de fármacos 
é recomendável a sua adição em maior quantidade a fim de aumentar a densidade aparente 
da mistura. Para formulações com dosagens baixas de fármacos, a lactose pode ser 
convenientemente empregada em maior quantidade. 
Para obtenção de uma mistura homogênea e uniforme, é ideal que a densidade e o 
tamanho de partículas do fármaco e dos excipientes sejam similares. Este fator é 
particularmente importante, quando um fármaco veiculado em baixa dosagem é misturado 
com uma quantidade maior de excipientes (Yalkowsky & Bolton, 1990). Em termos gerais, 
relacionado ao fármaco e excipiente geral, um número maior de partículas menores que 
50m (ex. mais que 20% das partículas de pó) proporciona propriedades de fluxo deficiente e 
pode aumentar a variabilidade no peso das cápsulas após o enchimento. Em contrapartida, 
pós grosseiros com a maioria das partículas maiores que 150 m apresentam normalmente 
excelente propriedades de fluxo. No entanto, essa característica pode resultar em aumento 
da variação do peso entre as cápsulas preenchidas ( Podzeck & Jones, 2004). O ideal para o 
preenchimento de cápsulas é que o tamanho médio das partículas do pó esteja entre 50 e 
100 m ( Podzeck & Jones, 2004). 
A forma das partículas de pó pode influenciar todas as etapas na manipulação de pós, 
principalmente a mistura, o empacotamento e o fluxo. No preparo de cápsulas, determinados 
formatos de partículas podem ser críticos para manipulação. Substâncias constituídas por 
partículas em forma de agulha ou de bastões, incluindo todos os pós contendo materiais 
fibrosos ou partículas com formato alongado, podem dificultar o processo de mistura e 
enchimento das cápsulas (Podzeck & Jones, 2004). A redução do tamanho destas partículas, 
a granulação e a adição de excipientes com partículas de formato arredondado, como a 
celulose microcristalina e amido de milho dessecado pode ser algumas vezes útil (Podzeck & 
Jones, 2004). Pós com materiais fibrosos como os que podem ocorrer em fitoterápicos 
podem bloquear o preenchimento das cápsulas durante a manipulação e produzirem uma 
grande variação de peso entre as cápsulas. Nessa situação, os resíduos fibrosos devem ser 
removidos da mistura de pós através da tamisação (Podzeck & Jones, 2004). 
A adesão dos pós no equipamento de encapsulação é um problema sério e de difícil 
solução, podendo causar uma maior variabilidade de peso entre as cápsulas. As principais 
razões para a adesão da formulação no equipamento são as grandes forças de adesão 
ocasionadas por partículas muito finas de pós, um baixo ponto de fusão do pó (< 100oC) e a 
tendência de determinados pós em absorver umidade (ex. pós higroscópicos) (Podzeck & 
Jones, 2004). A utilização de uma quantidade de excipiente tal como uma mistura de 
celulose microfina e amido pré-gelatinizado em quantidade correspondente a pelo menos 
50% da formulação pode ser utilizada para previnir problemas com substâncias de baixo 
ponto de fusão (Gohil, 2002). Pós que apresentam a tendência a absorver umidade não 
devem ser misturados com excipientes que contêm grande quantidade de água como, 
celuloses e amidos. Excipientes absorventes ou então excipientes reguladores da umidade 
tal como, a lactose anidra ou o manitol devem ser preferidos nessa situação (Podzeck & 
Jones, 2004). 
 
10.1.1. Forças eletrostáticas em pós e pellets 
 A manipulação de cápsulas gelatinosas duras e pós pode apresentar um certo grau 
de dificuldade quando a mistura de pós ou os pellets produzem forças eletrostáticas que 
fazem com que ocorra flutuação ou que as partículas tendem a “escapar” tornando árdua a 
manipulação. Para solucionar este problema através da neutralização das forças 
eletrostáticas, podemos adicionar à mistura de pós o lauril sulfato de sódio em concentrações 
até 1% (Allen Jr., 2002). O lauril deve ser misturado geometricamente aos demais pós. Para 
solução desse problema na encapsulação de pellets, Chopra e colaboradores recomendam a 
adição de 1% de talco farmacêutico (Chopra et al., 2002). Uma dica para efetuar essa 
mistura, consiste em adicionar a quantidade correspondente de talco em um saco plástico 
contendo os pellets e em seguida agitar bem. 
 
10.1.2. Excipientes que influenciam na liberação dos fármacos veiculados em cápsulas 
A literatura mostra que o fator determinante da velocidade de desintegração de uma 
cápsula e da liberação do seu conteúdo é o tipo de formulação encapsulada, a qual, 
idealmente, deveria ter caráter hidrofílico e dispersível (Jones, 1987). Os fatores que podem 
ser modificados objetivando facilitar a biodisponibilidade das substâncias ativas dependem 
das propriedades e características destas, assim como dos excipientes e adjuvantes 
empregados na formulação. 
 Os excipientes são frequentemente utilizados em maior proporção em uma 
formulação e desempenham um papel importante na liberação do fármaco. Excipientes 
solúveis, tal como a lactose teoricamente pode favorecer a dissolução a dissolução de 
fármacos pouco solúveis. Em contrapartida, a presença no excipiente de substâncias 
adjuvantes com características hidrofóbicas tal como, lubrificantes em concentrações 
elevadas, podem eventualmente exercer efeito negativo sobre a liberação do fármaco. 
Fármacos facilmente solúveis são mais adequadamente misturados a diluentes insolúveis, 
como o amido e a celulose microcristalina, uma vez que esses diluentes auxiliam na 
desagregação sem interferir na solubilidade do fármaco no meio dissolvente (Aulton, 2005). 
 Agentes desintegrantes têm sido recentemente incluídos em formulações de cápsulas 
para auxiliar na desintegração e na distribuição do conteúdo das cápsulas no estômago. 
Entre os desintegrantes mais empregados em cápsulas estão o amido pré-gelatinizado, a 
croscarmelose, crospovidona e o glicolato sódico de amido (Loyd Jr., et al. 2005). O amido 
pré-gelatinizado tem sido utilizado com sucesso no preenchimento de cápsulas duras, como 
excipiente presente em maior quantidade na formulação, podendo ser útil na redução do 
coeficiente de variação do peso e do tempo de dissolução des cápsulas, aumentando a 
dissolução de fármacos pouco solúveis (Gohil et al., 2004). O amido comum embora seja um 
desintegrante clássico em comprimidos, não proporciona bom efeito desintegrante em 
cápsulas (Aulton, 2005). Os superdesintegrantes como a croscarmelose e o glicolato sódico 
de amido atuam através do intumescimento por absorção de água, aumentando várias vezes 
seus volumes originais. A crospovidona um outro superdesintegrante, atua de forma 
diferente, através de pontos de atração de água para o interior do cilindro de pó contido na 
cápsula. Em ambos os casos, os efeitos proporcionados promovem a desagregação do 
cilindro de pó contido na cápsula (Aulton,2005). 
 Agentes molhantes com atividade tensioativa, como o lauril sulfato de sódio são 
adicionados à formulação para facilitar a molhagem pelos fluidos gastrintestinais e facilitar a 
dissolução e absorção de fármacos (Caldwell, 1974). Para otimizar a dissolução de fármacos 
pouco solúveis, os melhores resultados são obtidos empregando-se um diluente solúvel (ex. 
lactose) junto com um agente molhante, como o lauril sulfato de sódio a 1%(Aulton, 2005). O 
lauril sulfato de sódio também tem sido empregado para minimizar problemas relacionados à 
eletricidade estática que ocorrem durante o trabalho com alguns pós (USP-Pharmacists’, 
2005). 
 
10.1.3. Excipientes que podem ser utilizados para aumentar a compatibilidade de 
misturas eutéticas, substâncias deliquescentes e substâncias higroscópicas 
Substâncias deliqüescentes, higroscópicas ou que formem misturas eutéticas podem 
eventualmente ser encapsuladas caso sejam preparadas através da mistura prévia de cada 
ingrediente problemático em separado com excipientes com propriedades absorventes. Os 
excipientes absorventes irão diminuir a tendência dos pós em absorver a umidade de 
susbtâncias higroscópicas e deliqüescentes e minimizam o contato de partículas de pós, 
reduzindo desta forma a tendência de liquefação de misturas eutéticas (USP Pharmacist’s 
Pharmacopeia, 2005). É conveniente que a quantidade de excipiente empregada na 
manipulação de cápsulas com misturas eutéticas, substâncias deliquescentes ou 
higroscópicas corresponda a pelo menos 50% do total da formulação (Gohil, 2002). O quadro 
3 relaciona os principais excipientes com propriedades absorventes. 
 
Relação de excipientes com propriedades absorventes que podem ser utilizados para 
aumentar a compatibilidade de misturas eutéticas, substâncias deliquescentes e 
substâncias higroscópicas 
Efetivos Carbonato de magnésio 
Caolim 
Óxido de magnésio leve 
Menos efetivo Óxido de magnésio pesado 
Fosfato de cálcio tribásico 
Sílica gel (dióxido de silício coloidal = Aerosil 200) 
Relativamente inefetivo Talco 
Lactose 
Amido 
 Fonte: USP Pharmacists’ Pharmacopeia, 2005. 
Nota: Normalmente, o absorvente mais eficaz na prevenção de misturas eutéticas é aquele que possui 
elevado ponto de fusão e grande superfície específica, como o óxido de magnésio leve que apresenta 
ponto de fusão de 2800o C e o carbonato de magnésio leve que decompões somente em 350o C. 
 
 É importante ressaltar que a presença de umidade é um dos principais fatores que 
induzem a formação de ligação cruzada em preparações contendo gelatina, como ocorre em 
formulações na forma de cápsulas de gelatina. A formação de ligação cruzada na gelatina 
pode levar a uma redução da extensão da dissolução das cápsulas (Singh et al., 2002). 
 
 
10.1.4. Composição básica de um excipiente em pó para cápsula 
 Produtos destinados a encapsulados na forma de pó, consistem normalmente em 
misturas da substância ativa com diversos tipos de adjuvantes. Os tipos de adjuvantes 
normalmente empregados na composição de excipientes para cápsulas estão descritos no 
quadro a seguir: 
 
 
Adjuvantes utilizados no excipiente para de cápsulas 
Adjuvantes Definição / Propriedades Concentração usual (%) 
Diluentes São adjuvantesque participam em maior proporção 
dentro de uma formulação, sendo classicamente 
definidos como materiais inertes adicionados à mistura 
com o objetivo de aumentar o volume até uma 
quantidade manipulável de maneira mais fácil (Aulton, 
2005). Conferem as propriedades necessárias para a 
formulação do compacto ou cilindro de pó (em 
cápsulas). 
Exemplos: lactose, celulose microcristalina, amido, 
amido pré-gelatinizado, manitol. 
 0 – 100,0 
Agentes 
lubrificantes 
Reduzem a adesão entre os pós e as partes metálicas. 
Exemplos: estearato de magnésio, talco. 
0,1 – 2,0 
Deslizantes Melhoram as propriedades de fluxo de pós. 
Exemplo: dióxido de silício coloidal (Aerosil 200) 
0,1 –1,0 
(como absorvente para 
pós higroscópicos é 
eventualmente 
empregado em 
concentrações maiores) 
Agentes 
molhantes 
Favorecem a penetração de água. Otimizam a 
dissolução de substâncias pouco solúveis. 
Exemplos: lauril sulfato de sódio, docusato sódico. 
0,1 –1,0 
Desintegrantes Produzem a desagregação da massa de pó. 
Exemplos: glicolato sódico de amido (Explotab, 
Explomido); croscarmelose sódica (Ac-Di-Sol). 
Croscarmelose sódica: 
10,0 –25,0 
Glicolato sódico de 
amido: 2,0-12,0 
Estabilizantes Melhoram a estabilidade física ou química do produto. 
Exemplo: excipientes absorventes (óxido de magnésio 
leve, carbonato de magnésio leve, caulim), agentes 
antioxidantes (BHA, BHT, metabissulfito de sódio, etc) 
N/A 
Adaptado: Kibbe, 2000; Guo et al., 2002; Aulton, 2005;. 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.1.5.Informações básicas sobre diluentes e outros adjuvantes empregados como 
excipientes 
 
Diluentes: 
a. Lactose 
Descrição: dissacarídeo obtido a partir do leite, formado por uma molécula de glicose e outra 
de galactose, unidas por uma ligação glicosídica. 
Fórmula estrutural da -lactose 
 
A lactose está disponível comercialmente em diversas formas, incluindo a -lactose 
monoidratada, a -lactose anidra e em menor extensão a -lactose. A forma disponível mais 
comum é a monoidratada, e alguns fornecedores a vendem em duas formas: a regular e a 
spray dried. A lactose spray-dried é preparada a partir da -lactose monoidratada contendo 
uma pequena quantidade de lactose amorfa. A porção não cristalina da lactose é responsável 
pelo aumento da compressibilidade da lactose spray-dried. 
Descrição: Pó ou partículas cristalinas brancas ou quase brancas. É inodora e apresenta 
gosto ligeiramente adocicado. Absorve odores. Graus de lactose para compressão direta são 
mais fluidos e compressíveis que a lactose cristalina ou em pó. 
Propriedades: Suas propriedades variam de acordo com a forma química e com o grau de 
hidratação. 
Higroscopia: a lactose monoidratada é estável ao ar e não é afetada pela umidade em 
temperatura ambiente. Entretanto a forma amorfa (anidra), dependendo da extensão de 
quanto é dessecada, pode ser afetada pela umidade e pode ser convertida em lactose 
monoidratada. Para manipulação com tendência a absorver umidade a lactose anidra é 
preferível em relação a forma hidratada ( Podzeck & Jones, 2004). 
Fluxo: a lactose monoidratada não apresenta boa propriedade de fluxo, comparativamente à 
lactose anidra e à lactose spray dried que apresentam esta propriedade otimizada 
(Thompson, 2004). 
Conteúdo de umidade: a lactose anidra contém até 1% (p/p) em água; a lactose 
monoidratada contém aproximadamente 5% (p/p) de água de cristalização e normalmente 
entre 4,5 e 5,5% (p/p) de conteúdo de água. 
Ponto de fusão: 
 -lactose monoidratada: 201-202o C. 
 -lactose anidra: 223 o C. 
 -lactose anidra: 252,2o C. 
Empregos: usada, primariamente, como diluente (65 - 85%) para comprimidos e cápsulas 
(até 100%). A lactose também é utilizada na preparação de diluições de fármacos potentes 
empregados em baixas doses, para facilitar os processos de mistura (Ansel & Stoklosa, 
2001). 
Solubilidade: solubilidade em água a 25C: 1:4,63. Por ser solúvel em água, a lactose 
constitui-se em uma opção adequada para diluente de cápsulas contendo fármacos de baixa 
solubilidade. 
Estabilidade e estocagem: na presença de umidade, pode ocorrer crescimento microbiano. 
Deve ser guardada em recipiente fechado, em local fresco e seco. 
Incompatibilidades: reage com compostos contendo grupamento amino primário, como 
anfetaminas e aminoácidos, desenvolvendo cor marrom, decorrente do fenômeno de 
condensação de Maillard. Esta reação ocorre mais rapidamente com a lactose amorfa do que 
a cristalina. Reage, também, com compostos contendo arsênio e trinitrato de glicerila, 
escurecendo. É incompatível com aminoácidos, anfetaminas, aminofilina e lisinopril. 
Segurança: incluída no Guia de Ingredientes Inativos do FDA como própria para o uso em 
injetáveis, comprimidos e cápsulas. É contra-indicada para pacientes que apresentam 
intolerância à lactose, podendocausar dores abdominais, diarréia e flatulência. 
 
 
b. Celulose microcristalina (Avicel, Microcel, Emcocel) 
A celulose é empregada como excipiente farmacêutico desde os anos de 1950, quando o 
Solka-flock foi colocado no mercado. Apresenta-se como um pó fino que pode ser usado 
como diluente e desagregante. Contudo, possui características pobres de fluxo e 
compactação, sendo pouco indicada para o processo de compressão direta. A celulose 
pulverizada pode ser obtida por purificação e redução da -celulose, com grau de 
cristalinidade entre 15 e 45%. 
Na tentativa de melhorar as características da celulose, várias modificações foram 
feitas. Dentre elas, aquela que levou à obtenção da celulose microcristalina (MCC), na qual 
parte da -celulose sofre despolimerização por hidrólise ácida para remoção das frações 
amorfas de celulose, produzindo partículas microcristalizadas. Para obter um pó deformável, 
a celulose é lavada, desintegrada em pequenos fragmentos e sofre o processo de spray-
dryer. A celulose microcristalina caracteriza-se por sua alta cristalinidade (60-80%) e baixo 
PM. O grau de cristalinidade é importante devido à influência em várias propriedades 
incluindo compactação e absorção de água interferindo, diretamente, no fluxo e na 
estabilidade do produto acabado. A composição química e a estrutura da MCC irão depender 
da MP empregada e das condições de produção. Como conseqüência, vários tipos de MCC 
encontram-se disponíveis no mercado com diferentes granulometria, cristalinidade, 
morfologia e conteúdo de água e, consequentemente, com diferentes parâmetros funcionais 
e aplicação. 
O primeiro tipo comercializado foi o Avicel, nos anos de 1960. Hoje em dia, continua 
sendo um dos excipientes mais empregados na preparação de FF sólidas. Apresenta 
excelentes características de fluxo e compactação, podendo ser usado para compressão 
direta, eliminando a necessidade da adição de agente lubrificante na formulação. Sua 
excelente ação como agregante é decorrente da formação de ligações de H entre as cadeias 
adjacentes, originando estrutura cristalina peculiar que facilita um mecanismo natural de 
interação e reticulação. Quando MCC é utilizada, baixas forças de compressão são 
suficientes para produzir compactação adequada, resistente e com baixa friabilidade. Após 
compactação, as partículas podem sofrer deformação plástica (comportamento macio) e 
aglomeram-se formando ligações de H entre as moléculas adjacentes, oferecendo ao 
sistema, uma compactação resistente e particular. Contudo, esta capacidade de 
compactação é menor que a do amido, sofrendo desagregação rapidamente. Pode ser 
empregada como diluente, desagregante e agente de esferonização na produção de pellets. 
Quando comparada com outros excipientes, a MCC apresenta alto custo. Portanto, pode ser 
usada em combinação com outros excipientes mais baratos: lactose, amido, manitol, dentre 
outros. 
 
Descrição: Pó cristalino branco composto por partículas porosas. É inodoro e insípido. 
Existem diferentes especificações de celulose microcristalina, as quais diferem entre si na 
densidade aparente, tamanho de partícula e conteúdo de umidade. A celulose microcristalina 
com partículas compreendidas entre 50 m (Avicel PH 101) e 100 m (Avicel PH 102) se 
mostram mais adequadas como diluentes de cápsulas (Podzeck & Jones, 2004). 
 
Fórmula estrutural: 
 
 
 
 
 
 
Fórmula estrutural da celulose microcristalina. 
 
Fórmula molecular: 
(C6H10O5)n , onde n = 200 
PM  36000 
Propriedades: 
Ponto de fusão: carboniza em torno de 260 - 270C. 
Solubilidade: praticamente insolúvel em água, ácidos diluídos e na maioria dos solventes 
orgânicos. É levemente em solução de NaOH 5% (p/v). A celulose micristalina apesar de ser 
insolúvel na água auxilia na desagregação da forma forma farmacêutica sem interferir na 
solubilidade do fármaco no meio dissolvente (Aulton, 2005). 
Densidade aparente: 0,45g/cm3 (para o Avicel PH-101). 
Fluxo: a celulose microcristalina tem se demonstrado um bom diluente para cápsulas, 
apresentando fluxo livre, facilitando o processo de preenchimento em placas e máquinas de 
encapsulação (Thompson, 2004). 
Conteúdo de umidade: normalmente apresenta menos que 5% (p/p) de umidade. Entretanto, 
pode haver variações na quantidade de água entre as diferentes especificações de celulose 
microcristalina. A celulose microcristalina é estável embora seja um material higroscópico. 
Empregos: usada, primariamente, como diluente (20 - 90%) para comprimidos e cápsulas, 
podendo ser usada nos processos de granulação a úmido e na compressão direta. Em 
adição, pode ser empregado como lubrificante (5 - 20%) e desintegrante (5 -15%). 
Adsorvente (20 - 90%). 
Solubilidade: praticamente insolúvel em água, ácidos diluídos e em solventes orgânicos. 
Estabilidade e estocagem: pó estável e ligeiramente higroscópico. Deve ser acondicionada 
em local seco e livre de umidade. 
Incompatibilidades: incompatível com agentes oxidantes fortes. 
Segurança: incluída no Guia de Ingredientes Inativos do FDA como própria para o uso em 
preparações vaginais, tópicas, para inalação, comprimidos, cápsulas, pós, suspensões e 
xaropes. Não tóxico e não irritante. Pode ser irritante para os olhos. 
 
 
 
c. Amido 
 
Descrição: polissacarídeo de origem vegetal, extraído de cereais, constituído de amilose e 
amilopectina. A porcentagem de cada constituinte pode variar de acordo com a fonte de 
extração: milho, batata, mandioca. Pó fino, branco, sem sabor. 
 
 
 
Fórmula estrutural: 
Fórmula estrutural do amido 
 
Propriedades: 
Densidade aparente: 0,658 g/cm3 (amido de milho). Apresenta baixa densidade. 
Fluxo: O amido de milho é coesivo e apresenta pobre característica de fluxo. 
Conteúdo de umidade: os amidos são higroscópicos e rapidamente absorvem a umidade 
atmosférica. O amido de milho contém normalmente entre 10 a 14% de água. 
Tamanho de partícula: 2- 32 m, com diâmetro médio de 17 m (amido de milho). 
Solubilidade: praticamente insolúvel em água fria e em etanol. Entretanto, o amido intumesce 
instantaneamente em água na concentração de cerca de 5 – 10% a 37o C. O amido apesar 
de insolúvel em água, não interfere na solubilização do fármaco veiculado (Aulton, 2005). 
Empregos: usado, primariamente, como diluente para formas farmacêuticas sólidas, incluindo 
cápsulas e comprimidos ou como agente desintegrante e aglutinante de comprimidos (3- 
15%). Embora apresente ação desintegrante em comprimidos, esta ação parece não ser 
significativa em formulações de cápsulas (Aulton, 2005). O amido também é utilizado na 
preparação de diluições de fármacos potentes para facilitar os processos de mistura (Rowe et 
al., 2003). 
Solubilidade: praticamente insolúvel em etanol (95GL) e água fria. Contudo, em água a 
37C, intumesce instantaneamente. 
Estabilidade e estocagem: O amido é estável se protegido da alta umidade e do 
aquecimento. Deve ser acondicionado em recipientes fechados e em locais frescos e secos, 
para não absorver umidade. 
Incompatibilidades: não há descrição bibliográfica de incompatibilidades entre fármacos e 
amido. O amido de milho pode conter uma substância estabilizante chamado hemetileno 
tetramina que pode com o tempo interagir com a gelatina da cápsula, formando ligações 
cruzadas e reduzindo a dissolução da gelatina (Singh et al., 2002) 
Segurança: O amido é amplamente utilizado como excipiente em formulações farmacêuticas 
e alimentícias, sendo considerado essencialmente não tóxico e não irritante. 
 O amido pode sofrer modificações físicas e/ou químicas como a pré-gelatinização e a 
reticulação. Podem ser encontrados no mercadoo Starch 1500 (amido parcialmente pré-
gelatinizado - 20%), Lycatab PGS (completamente pré-gelatinizado) e Pregeflo-CH 
(modificações físicas e químicas). O amido pré-gelatinizado é um amido em que todas as 
partes de seus grânulos sofreram ruptura por meio químico ou mecânico, em presença de 
água e posterior dessecação. Geralmente contém cerca de 5% de amilose livre, 15% de 
amilopectina livre e 80% de amido não modificado (Starch 1500). Apresenta-se como um pó 
branco ou cremoso pálido, quase inodoro e com sabor discreto característico. O amido pré-
gelatinizado é empregado como diluente de cápsulas (5- 75%), aglutinante de comprimidos 
obtidos por compressão direta (5 –a 20%) ou por granulação úmida (5 –a 10%) e como 
desintegrante (5-10%). É utilizado como excipiente para formas farmacêuticas pediátricas 
(Aliaga et al., 1998). O amido pré-gelatinizado apresenta propriedades de fluxo e compressão 
superiores ao amido convencional. Apresenta o diâmetro médio de partícula de 52 m. Como 
diluente de cápsulas, o amido pré-gelatinizado apresenta as vantagens de favorecer um 
preenchimento com menor variação de peso e otimizar a dissolução de fármacos pouco 
solúveis (Gohil et al., 2004). No preparo de comprimidos, o amido pré-gelatinizado pode ser 
utilizado nos processos de compressão direta e granulação úmida. O amido pré-gelatinizado 
é estável, mas é higroscópico devendo ser armazenado em recipiente bem fechado em local 
fresco e seco. É auto-lubrificante e de modo geral dispensa a adição de lubrificantes. 
Entretanto, quando utilizado em mistura com outros excipientes pode ser necessário a adição 
de lubrificante na formulação. Embora, o estearato de magnésio seja utilizado para este 
próposito, em misturas com amido pré-gelatinizado sua concentração não deve ser superior a 
0,25% (p/p) para não influenciar negativamente na dissolução da forma farmacêutica. 
 
 
d. Fosfato de cálcio dibásico ( Emcompress, Di-tab) 
Descrição: Pó branco ou cristalino, inodoro e insípido. Ocorre como cristais triclínicos. 
Fórmula molecular: CaHPO4 PM: 136,06. 
Propriedades: 
Ponto de fusão: não se funde; decompões-se em cerca de  425o C para formar o pirofosfato 
de cálcio. 
Tamanho de partícula: diâmetro de partículas na faixa de 136 m (Emcompress). 
Solubilidade: praticamente insolúvel em água, éter e etanol; solúvel em ácidos diluídos. 
Fluxo: apresenta boas propriedades de compactação e fluxo. Entretanto apresenta 
características abrasivas e requer a adição de agente lubrificante, como o estearato de 
magnésio a 1%. 
Conteúdo de umidade: 0,1–a 0,2% . 
Empregos: 
Diluente de comprimidos e cápsulas, agente tamponante e abrasivo. É normalmente 
empregado em formulações para compressão direta de comprimidos. 
Estabilidade e estocagem: O fosfato de cálcio dibásico anidro é uma substância 
relativamente estável e não-higroscópica. Ele deve ser conservado em recipiente bem 
vedado e em local seco. 
Incompatibilidades: Não deve ser utilizado em formulações contendo derivados da 
tetraciclina, indometacina, ácido acetilsalicílico, aspartame, ampicilina, cefalexina, 
eritromicina e fármacos sensíveis ao pH alcalino promovido pelo fosfato de cálcio dibásico. 
Segurança: o fosfato de cálcio dibásico é amplamente utilizado em preparações 
farmacêuticas orais, produtos alimentícios e pastas dentais, sendo reconhecido como uma 
substância não-tóxica e não-irritante. 
 
e. Manitol (D-manitol) 
Descrição: O manitol é um álcool hexahídrico relacionado com a manose, sendo isomérico ao 
sorbitol. Se apresenta como um pó cristalino ou grânulos de cor branca, inodoro e de sabor 
doce. 
Fórmula molecular: 
C6H14O6 PM:182,17 
Fórmula estrutural: 
Fórmula estrutural do manitol 
 
Propriedades: 
Densidade aparente: 0,734g/cm3 (pó). 
Ponto de fusão: 166 – 168o C. 
Fluxo: o manitol pó é coesivo, porém na forma de grânulos apresenta fluxo livre. 
Solubilidade: em cerca de 6 partes de água; em 18 partes de glicerina; em 83 partes de 
etanol a 95%; praticamente insolúvel em éter e solúvel em álcalis. 
Empregos: Diluente de comprimidos e cápsulas, agente edulcorante, veículo, agente para 
ajuste de tonicidade em preparações inetáveis, nasais e oftálmicas. 
Como diluente de cápsulas e comprimidos o manitol apresenta um valor adicional, não sendo 
higroscópico ele poderia ser utilizado com ingredientes sensíveis à umidade. 
Estabilidade e estocagem: o manitol é estável na forma sólida e em soluções. Não é 
higroscópico. O manitol também não permite a ocorrência de reações de Maillard. 
Incompatibilidades: O manitol é incompatível com uma infusão de xilitol e pode formar 
complexos com alguns metais tais como alumínio, cobre e ferro. O manitol reduz a 
biodisponibilidade oral da cimetidina. 
 
f. Sorbitol (pó) 
Descrição: pó cristalino branco ou quase branco, higroscópico, sem odor característico. São 
conhecidas 4 formas cristalinas e como sorbitol amorfo. Apresenta capacidade edulcorante 
equivalente a 50 - 60% da sacarose. 
Propriedades: 
 pH de uma solução aquosa a 10%p/v: varia de 4,5 a 7,0. 
Ponto de fusão: encontra-se entre 110 e 112C para a forma amorfa; 97,7C para o 
monohidrato; e 93C para a forma monohidratada metaestável. 
Solubilidade a 25C: praticamente insolúvel em clorofórmio e éter. Solúvel em água: 1 parte 
em 0,5 de água. Em etanol 95%: 1 parte em 25; Etanol 20%: 1 parte em 1,2. 
Fluxo: características de fluxo dependem do tamanho de partículas. O sorbitol pó fino 
apresenta pobres características de fluxo e o sorbitol granular possui boas propriedades de 
fluxo. 
Empregos: empregado como excipiente de preparações farmacêuticas, cosméticos e 
alimentos. Usado como diluente para produção de comprimidos (granulação úmida e 
compressão direta); em pastilhas mastigáveis, devido ao sabor adocicado e refrescante; 
como veículo (20 - 35%) para formulações isentas de açúcar; como estabilizante de 
fármacos, vitaminas e em suspensões antiácidas; umectante (3 - 15%); em suspensões 
orais (70%) ou como plastificante para gelatina e celulose (5 - 20%). 
Estabilidade e estocagem: quimicamente inerte e compatível com vários excipientes. 
Composto higroscópico, devendo se acondicionado em recipientes hermeticamente 
fechados, ao abrigo do calor e sem umidade. 
Incompatibilidades: pode aumentar a degradação de penicilinas em solução aquosa. Pode 
formar quelatos hidrossolúveis com íons metálicos bi e trialentes. 
Segurança: usado em cosméticos, fórmulas tópicas e parenterais. Uso aprovado para 
injetáveis, comprimidos, cápsulas e suspensões, soluções, xaropes e preparações tópicas e 
vaginais. 
 
 
g. Talco farmacêutico (Talco purificado) 
Descrição: é o silicato de magnésio hidratado purificado. Caracteriza-se por ser um pó 
cristalino muito fino, branco ou branco acinzentado. É untuoso e adere facilmente à pele, 
sendo macio ao toque. 
Fórmula molecular: Mg6(Si2O5)4(OH)4 
Propriedades: 
Conteúdo de umidade: o talco não é higroscópico, absorvendo uma quantidade insignificante 
de água, mesmo em condições de umidade relativa alta. 
Solubilidade: paraticamente insolúvel em água, ácidos diluídos, álcalis e solventes orgânicos. 
Tamanho de párticulas: varia de acordo com a especificação. O talco 200 mesh apresenta 
um diâmetro médio de partícula de 74m. 
Empregos: usado, primariamente, como lubrificante para formas farmacêuticas sólidas (1 – 
10%) ou como agente diluente (5 - 30%) para cápsulas e comprimidos, devido ao efeito 
secante (absorvente) e lubrificante. O talco é hidrofóbico e um retardante da dissolução, 
podendo reduzir a dissolução de fármacos pouco solúveis (Rowe et al., 2003). Devido as 
suas propriedades absorventes pode eventualmenteser utilizado para aumentar a 
compatibilidade de misturas eutéticas, pós higroscópicos ou deliqüescentes em excipientes 
para preparação de cápsulas (USP Pharmacists’ Pharmacopeia, 2005). O talco tem sido 
também empregado na redução de forças eletrostáticas de pellets, facilitando a 
encapsulação destes (Chopra et al., 2002). 
Solubilidade: praticamente insolúvel em água, ácido, base ou solventes orgânicos. 
Estabilidade e estocagem: deve ser acondicionada em recipientes fechados e em locais 
frescos e secos, apesar de ser estável. Vulnerável à contaminação microbiológica. É 
susceptível à contaminação por bactérias, incluindo o Clostridium tetani, Clostridium welchi e 
o Bacillus anthracis. Portanto, é recomendado que o talco seja previamente esterilizado para 
o emprego como pó absorvente. É importante e recomendado o controle microbiológico do 
talco antes da sua utilização. 
 Incompatibilidades: incompatível com compostos de amônio quaternário. 
Segurança: incluída no Guia de Ingredientes Inativos do FDA como própria para o uso em 
comprimidos, cápsulas e preparações retais e tópicas. É considerado essencialmente um 
material não-tóxico. Embora sua inalação pode ser irritante e causar sérios problemas 
respiratórios. 
 
 
h. Caolim Farmacêutico (bolus alba, argila, argila de porcelana, terra silícia purificada) 
Descrição: 
O caolim corresponde ao silicato de alumínio hidratado natural purificado de composição 
variável. Algumas farmacopéias distiguem as especificações pesada e leve. O caolim leve é 
obtido à partir do pesado através da eliminação de muitas de suas impurezas. O caolim 
pesado se apresenta como um pó fino, untuoso ao tato, de cor branca ou branca 
acinzentada, inodoro e quase insípido. Quando se umedece apresenta o odor característico 
de argila. 
Fórmula química: Al2O3.2SiO2.2H2O PM: 258,16. 
Propriedades: 
Higroscopicidade: o caolim apresenta baixa higroscopia (absorve pequena quantidade de 
água. 
Tamanho de partículas: o tamanho médio de partículas varia de 0,6 – 0,8 m. 
Fluxo:apresenta pobre propriedade de fluxo. 
Solubilidade: praticamente insolúvel em água, dietil éter, etanol, outros solventes orgânicos, 
ácidos diluídos e soluções alcalinas de hidróxidos. 
pH (suspensão a 20%): 4,0 – 7,5. 
Empregos: Diluente de cápsulas, comprimidos e pós; adsorvente; agente suspensor. Devido 
a suas propriedade absorvente é efetivo para aumentar a compatibilidade de misturas 
eutéticas, pós higroscópicos ou deliquescentes em excipientes para preparação de cápsulas 
(USP Pharmacists’ Pharmacopeia, 2005). Como diluente o caolim é considerado arcaico, 
podendo diminuir a absorção de diversos fármacos.O caolim também tem sido utilizado 
terapeuticamente em preparações orais antidiarréicas. 
Estabilidade e estocagem: 
O caolim é uma substância estável. É susceptível à contaminação microbiana por bactérias 
como, o Bacillus anthracis, Clostridium tetani e Clostridium welchii. Entretanto, o caolim pode 
ser esterilizado por aquecimento a 160o C por 1 hora. O caolim deve ser armazenado em 
recipiente bem fechados e em local fresco e seco. 
Incompatibilidades: A propriedade absorvente do caolim pode influenciar a absorção de 
outros fármacos orais, como, a amoxicilina, ampicilina, cimetidina, digoxina, lincomicina, 
fenitoína e clindamicina. 
 
i. Óxido de magnésio 
Descrição: O óxido de magnésio é encontrado em duas formas: o óxido de magnésio leve 
(menos densa) eo óxido de magnésio pesado (mais densa). Ambas as formas ocorrem como 
um pó fino, branco e inodoro. 
Fórmula molecular: MgO PM:40,30 
Propriedades: 
pH : 10,3 (solução saturada) 
ponto de fusão: 2800o C . 
Tamanho de partícula: 99,98% das partículas menores que 45 m (óxido de magnésio leve). 
Solubilidade: Praticamente insolúvel em água; insolúvel em etanol; solúvel em ácidos diluídos 
e em soluções de amônia. 
Emprego: Diluente de comprimidos e cápsulas. O óxido de magnésio é utilizado como 
diluente alcalino de formas farmacêuticas sólidas. Devido a suas propriedade absorvente é 
efetivo para aumentar a compatibilidade de misturas eutéticas, pós higroscópicos ou 
deliqüescentes em excipientes para preparação de cápsulas (USP Pharmacists’ 
Pharmacopeia, 2005). O óxido de magnésio leve demonstra propriedade absorvente mais 
efetiva que a forma pesada. O óxido de magnésio pesado é utilizado preferencialmente em 
formas farmacêuticas sólidas por sua maior densidade, a forma leve é utilizada 
preferencialmente no preparo de formas farmacêuticas líquidas devido ao fato de se 
seuspender mais facilmente. É utilizado terapeuticamente como antiácido e no tratamento da 
hipomagnesemia. O óxido de magnésio é também empregado em produtos alimentícios e na 
elaboração de dentifrícios. 
Estabilidade e estocagem: O óxido de magnésio é estável em condições normais de 
temperatura e pressão. O óxido de magnésio é higroscópico e absorve água e dióxido de 
carbono rapidamente quando exposto ao ar. A forma leve mais rapidamente que a forma 
pesada. Entretanto, por apresentar um alto ponto de fusão se demonstra um excelente 
absorvente para aumentar a compatibilidade de misturas eutéticas e de substâncias 
deliqüescentes. O óxido de magnésio deve ser acondicionado em recipiente bem vedado e 
armazenado em local fresco e seco. 
Incompatibilidades: O óxido de magnésio é um óxido básico e pode reagir com compostos de 
natureza ácida no estado sólido formando sais como, o Mg(ibuprofeno)2 (Tugrul et al., 1989) 
ou degradar fármacos alcalino-lábeis. A adsorção de vários fármacos em óxido de magnésio 
tem sido relatado como, anti-histamínicos, antibióticos (especialmente a tetraciclina), 
salicilatos, sulfato de atropina, bromidrato de hioscinamina e derivados antranilícos. O óxido 
de magnésio pode formar complexo com polímeros retardando a liberação de fármacos e 
pode interagir com o fenobarbital sódico no estado sólido. O óxido de magnésio tem um 
efeito negativo na estabilidade do diazepam e pode afetar a biodisponibilidade da 
triclometiazida e de antiarrítmicos. 
Segurança: Incluído no Guia de Ingredientes Inativos do FDA como excipiente para cápsulas 
e comprimidos sendo considerado um material não-tóxico, embora efeito adverso laxativo 
pode ocorrer se ingerido em altas doses. 
 
 
 
 
j. Carbonato de magnésio 
Descrição: O carbonato de magnésio é comercializado em duas formas, como carbonato de 
magnésio leve e como carbonato de magnésio pesado. É um carbonato magnésico básico 
hidratado que deve conter entre 40-45% de óxido de magnésio. Apresenta-se como um pó 
branco, inodoro e insípido. Quinze gramas do carbonato de magnésio leve ocupam um 
volume de cerca de 180mL, enquanto esta mesma quantidade do carbonato de magnésio 
pesado ocupa cerca de 30mL. 
Fórmula molecular: 
Carbonato de magnésio pesado: (MgCO3)3.Mg(OH)2.4H2O PM:383,32 
Carbonato de magnésio leve (MgCO3)3.Mg(OH)2.3H2O PM:365,30. 
Propriedades: 
Ponto de fusão: cerca de 350o C (carbonato de magnésio anidro); as formas hidratadas 
apresentam o ponto de fusão bem mais altos pois se converte em óxido de magnésio. 
Tamanho de partícula: 99,5% das partículas com cerca de 44,5m (carbonato de magnésio 
leve 350 mesh). 
Solubilidade: praticamente insolúvel em água, mas é solúvel em água contendo dióxido de 
carbono. Insolúvel em etanol. O Carbonato de magnésio se dissolve com efervescência em 
solução de ácidos diluídos. 
Emprego: É utilizado como diluente de comprimidos ( 45%) e cápsulas. O carbonato de 
magnésio é também utilizado como absorvente de líquidos (ex. flavorizantes, 
dimetilpolisiloxane, etc).O carbonato de magnésio é adicionalmente utilizado como aditivo 
alimentar e terapeuticamente comoantiácido. Devido a sua propriedade absorvente, o 
carbonato de magnésio leve, é efetivo para aumentar a compatibilidade de misturas 
eutéticas, pós higroscópicos ou deliquescentes, sendo preferível ao óxido de magnésio por 
ser menos reativo que este (Parrot, 1971; USP Pharmacists’ Pharmacopeia, 2005). 
Estabilidade e estocagem: 
O carbonato de magnésio é estável ao ar seco e à luz. Entretanto, deve ser conservado em 
recipiente bem fechado e em local fresco e seco. 
Incompatibilidades: 
É incompatível com fenobarbital sódico, soluções de diazepam em pH  5,0 e lansoprazol. O 
carbonato de magnésio aumenta a dissolução da acetazolamida em pH1,12, retartando a 
dissolução em pH 7,4 (Hashim & El-Din, 1989). 
 
Segurança: 
O carbonato é considerado um excipiente essencialmente não-tóxico e não-irritante em 
formas farmacêuticas sólidas orais. Está incluído no Guia de excipientes inativos do FDA 
para uso em cápsulas e comprimidos. 
k.Sulfato de cálcio dihidratado 
 Descrição: Pó ou grânulos brancos ou quase brancos, inodoro e insípido. 
Fórmula química: 
CaSO4.2H2O PM: 172,17. 
Propriedades: 
Ponto de fusão: 1450o C (forma anidra) 
Densidade aparente: 1,12g/cm3 (forma dihidratada) 
pH: 7,3 (10%- forma dihidratada). 
Solubilidade: solúvel em 375 partes de água, praticamente insolúvel em álcool. 
Emprego: O sufato de cálcio dihidratado é utilizado como diluente de comprimidos e 
cápsulas. A forma granular possui boa propriedade de compactação e moderada 
propriedade de desintegração. A forma anidra não é utilizada em formulações de 
comprimidos, cápsulas ou pós para administração oral. 
Estabilidade e estocagem: O sulfato de cálcio é quimicamente estável. Entretanto a forma 
anidra é higroscópica e pode “empedrar” durante o armazenamento. 
Deve ser armazenado em local seco e protegido do calor. 
Incompatibilidades: Em presença de umidade sais de cálcio podem ser incompatíveis com 
aminas, aminoácidos, peptídeos e proteínas, podendo formar complexos. Sais de cálcio 
interferem na biodisponibilidade de antibióticos derivados da tetraciclina. É previsto que o 
sulfato de cálcio seja incompatível com indometacina, ácido acetilsalicílico, aspartame, 
ampicilina, cefalexina e eritromicina. O sulfato de cálcio absorve umidade e por isso deve ser 
utilizado com cautela em formulações de produtos que contêm substâncias susceptíveis à 
decomposição na presença de umidade. 
Segurança: O sulfato de cálcio dihidratado é utilizado como excipiente para cápsulas e 
comprimidos . Na concentração usada em excipientes o sulfato de cálcio é considerado não 
tóxico e está incluído no guia de excipientes inativos do FDA para cápsulas e comprimidos de 
uso oral. 
 
 
 
 
Lubrificantes: 
 
a. Estearato de magnésio (octadecanoato de magnésio) 
Descrição: O estearato de magnésio é um pó fino, branco e de baixa densidade com odor 
característico de ácido esteárico.O pó é graxo ao toque e rapidamente adere à pele. 
Fórmula: C36H70MgO4 PM:591,34 
Propriedades: 
Densidade aparente: 0,286 g/cm3. 
Fluxo: pó coesivo e com fluxo pobre. 
Ponto de fusão: 117-150o C (grau comercial); 126- 130o C ( alta pureza). 
Solubilidade: praticamente insolúvel em água, etanol e éter; levemente solúvel em etanol e 
benzeno mornos. 
Emprego: Lubrificante de cápsulas e comprimidos (0,25 – 5,0%). O estearato de magnésio é 
hidrofóbico e pode retardar a dissolução de fármacos em formas farmacêuticas sólidas e 
portanto deve ser empregado na menor concentração possível. Na formulação de cápsulas 
este lubrificante é empregado em concentrações variando entre 0,25 a 1% para melhorar as 
propriedades de fluxo da mistura de pós (Allen Jr. et al., 2005). A dissolução de cápsulas é 
sensível à quantidade de estearato de magnésio. Uma alta concentração de estearato de 
magnésio e um tempo longo de mistura, pode resultar na formação de um leito hidrofóbico na 
mistura de pó que não se dispersa após a dissolução do invólucro da cápsula (Samyn & 
Jung, 1970; Murthy & Samyn ,1977), podendo retardar a penetração dos fluidos 
gastrintestinais e reduzir a dissolução e absorção do fármaco (Allen Jr. et al., 2005). Um 
agente tensioativo, como o lauril sulfato de sódio é recomendado neste caso para superar 
este problema através do favorecimento da molhagem da mistura de pós pelos fluidos 
gastrintestinais (Caldwell, 1974). O estearato de magnésio é amplamente utilizado em 
cosméticos, alimentos e formulações farmacêuticas. 
Estabilidade e estocagem: O estearato de magnésio é estável e deve ser acondicionado em 
recipiente bem vedado e armazenado em local fresco e seco. 
Incompatibilidades: 
É incompatível com ácidos fortes, álcalis e sais de ferro. Deve-se evitar sua mistura com 
substâncias fortemente oxidantes. O estearato de magnésio não pode ser usado em produtos 
contendo ácido acetilsalicílico, algumas vitaminas e sais alcaloídicos. 
Segurança: É considerado não tóxico como excipiente de preparações para administração 
oral. Está incluído na lista de ingredientes inativos do FDA para uso em cápsulas, pós e 
comprimidos para administração oral; comprimidos bucal e vaginal e preparações tópicas). 
 
 
Agentes molhantes 
a. Lauril sulfato de sódio (LSS, dodecil sulfato de sódio) 
Descrição: Pó, cristais ou flocos de cor branca, creme ou amarelo pálido de sabor amargo e 
odor levemente característico de substâncias gordurosas. 
Fórmula molecular: C12H25NaO4S PM: 288,38 
Propriedades: 
Ponto de fusão: 204 –207o C. 
HLB = 40 
pH (sol. 1%p/v): 7,0 – 9,5 . 
Solubilidade: facilmente solúvel em água formando uma solução opalescente; praticamente 
insolúvel em éter e clorofórmio. 
Conteúdo de umidade:  5%. O lauril sulfato de sódio não é higroscópico. 
Emprego: Agente molhante (1-2%) e lubrificante de cápsulas e comprimidos (1 –2%). Tem 
sido empregado como agente molhante para aumentar a dissolução e biodisponibilidade de 
fármacos veiculados em formas farmacêuticas sólidas (Allen Jr., 2002). O lauril sulfato de 
sódio tem sido adicionado à mistura de pós para neutralizar forças eletrostáticas (Allen Jr., 
2002). Surfactante aniônico, agente emulsificante (0,5 –2,5%); favorecedor da 
permeabilidade cutânea. O lauril sulfato de sódio é empregado em diversas formulações 
cosméticas e farmacêuticas (não-parenterais). 
Estabilidade e estocagem: É estável em condições normais de armazenamento. Deve ser 
acondicionado em recipiente bem fechado e armazenado em local seco e fresco, protegido 
de agentes oxidantes fortes. 
Incompatibilidades: O lauril sulfato de sódio reagem com surfactantes catiônicos, causando a 
perda da atividade e precipitação. É incompatível com sais alcaloídicos e forma precipitados 
na presença de sais de chumbo e potássio. 
Segurança: O lauril sulfato de sódio está incluído no guia de ingredientes inativos do FDA 
para uso em preparações dentais, cápsulas, comprimidos, suspensões e preparações 
tópicas. Não deve ser utilizado em preparações intravenosas. Pode ser moderadamente 
tóxico e irritante para pele, olhos, membranas mucosas, trato respiratório superior e 
estômago. 
 
b. Docusato sódico (dioctilsulfosuccinato de sódio) 
Descrição: É um surfactante aniônico. O docusato sódico é branco ou quase branco, possui 
sabor amargo e odor característico do octanol. É higroscópico e encontrado na forma de 
pellets ou flocos. 
Emprego: Agente molhante de formas farmacêuticas sólidas (0,5 –1,0%) favorecendo a 
dissolução de fármacos pouco solúveis. É utilizado na terapêutica como laxante amolecedor 
das fezes. 
Estabilidade e estocagem: No estado sólido é estável em temperatura ambiente. Por ser 
higroscópico deve ser acondicionado em recipiente bem vedado e armazenado

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