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Conflito Internacional 
Conceito de Conflito Internacional 
Conflito Internacional é todo desacordo, oposição ou divergência sobre certo ponto de direito ou de fato entre os sujeitos do direito internacional. Sendo assim a solução do conflito internacional ocorre com a resolução dos interesses opostos das partes envolvidas.
A palavra conflito tem talvez o inconveniente de trazer-nos ao espírito a ideia de um desacordo sério e carregado de tensões, mas é preferível, por seu largo alcance, ao termo litígio, que lembra sempre os desacordos deduzidos ante uma jurisdição, e faz perder a imagem daqueles tantos outros desacordos que se trabalham e resolvem em bases diplomáticas ou políticas, e mesmo daqueles que importam confrontação armada.
Solução Pacífica de Conflitos Internacionais 
Os conflitos entre os Estados sobre a coisa de fato, direito ou política são uma parte inevitável das relações internacionais, que em muitas vezes já levaram ao conflito armado. O sistema internacional de solução das disputas entre os Estados é o assunto mais importante do Direito Internacional, já que ele mantém o funcionamento do sistema internacional legal, testa o funcionamento das normas internacionais e obriga os Estados a se comportar dentro do próprio contexto do Direito Internacional. 
Está no interesse bem compreendido dos Estados tentar impedir que surjam conflitos entre eles e, quando isto não seja possível, procurar resolver tais conflitos por meios amistosos. 
Seja como for, é, pelo menos, dever moral de todo Estado não recorrer à luta armada, antes de tentar qualquer meio pacífico para a solução da controvérsia que surja entre o mesmo e qualquer outro membro da comunidade internacional. 
Hildebrando Accioly 
Classifica os métodos de solução pacíficas de controvérsias internacionais em três categorias: duas categorias amistosas (meios diplomáticos e meios jurídicos) e uma de caráter não amistoso ou coercitivo (os meios coercitivos). A rigor os métodos coercitivos são sobretudos sanções, e não meios pacíficos de solução pacífica de controvérsias, porém só representam um meio aceitável de implementação do direito internacional quando são utilizados por uma organização internacional. 
MODALIDADES DE MEIOS DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS INTERNACIONAIS
DIPLOMÁTICOS
NEGOCIAÇÃO,INQUÉRITO, CONSULTAS, BONS OFÍCIOS, MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO
POLÍTICOS
MEIOS DIPLOMÁTICOS,QUANDO DENTRO DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
SEMIJUDICIAIS
ARBITRAGEM
JUDICIAIS
CORTES E TRIBUNAIS INTERNACIONAIS
Arbitragem Internacional. 
Distinguem se dos demais diplomáticas e políticas principalmente no que concerne a decisão que produz efeito, que é obrigatória para as partes e fundamentada em norma jurídica.
E das judiciais por serem ad hoc, emanando dos órgãos permanentes. 
Utilizada como um método alternativo na solução de conflitos, a arbitragem é um meio extrajudicial em que as partes submetem questões litigiosas existentes ou futuras ao crivo de um arbitro ou de um tribunal arbitral.
Importa considerar que nem todas as matérias podem ser submetidas a um juízo arbitral. Em geral, somente questões patrimoniais são admitidas. Caso haja alguma restrição no direito interno, esta terá reflexo no âmbito internacional.
No Brasil, por exemplo, somente questões de direito patrimonial disponível podem ser objeto de arbitragem internacional.
Ex. Acordo sobre Arbitragem Comercial Internacional do Mercosul.
Soluções coercitivas de conflitos 
Os meios coercitivos para a solução dos litígios internacionais se situam entre os meios pacíficos e o método realmente violento, que é a guerra. Os principais são a ruptura das relações diplomáticas, 
Retorsão: reação de um Estado a um ato ou ameaça de outro ente estatal. Ex. exigir visto.
Represálias são ações ilícitas de um Estado contra outro que violou os seus direitos; 
Embargo: sequestro de navios e cargas, 
Bloqueio: Estado usa as forças armadas para impedir relações comerciais com terceiros e o 
Boicote: interrupção das relações em regra no âmbito econômico comercial. 
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS
Artigo 41. O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas que, sem envolver o emprego de forças armadas, deverão ser tomadas para tornar efetivas suas decisões e poderá convidar os Membros das Nações Unidas a aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir a interrupção completa ou parcial das relações econômicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos , postais, telegráficos, radiofônicos, ou de outra qualquer espécie e o rompimento das relações diplomáticas.
Artigo 42. No caso de o Conselho de Segurança considerar que as medidas previstas no Artigo 41 seriam ou demonstraram que são inadequadas, poderá levar a efeito, por meio de forças aéreas, navais ou terrestres, a ação que julgar necessária para manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais. Tal ação poderá compreender demonstrações, bloqueios e outras operações, por parte das forças aéreas, navais ou terrestres dos Membros das Nações Unidas.
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS
Artigo 33. 1. As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso a entidades ou acordos regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha.
2. O Conselho de Segurança convidará, quando julgar necessário, as referidas partes a resolver, por tais meios, suas controvérsias.
Artigo 34. O Conselho de Segurança poderá investigar sobre qualquer controvérsia ou situação suscetível de provocar atritos entre as Nações ou dar origem a uma controvérsia, a fim de determinar se a continuação de tal controvérsia ou situação pode constituir ameaça à manutenção da paz e da segurança internacionais.
Artigo 35. 1. Qualquer Membro das Nações Unidas poderá solicitar a atenção do Conselho de Segurança ou da Assembléia Geral para qualquer controvérsia, ou qualquer situação, da natureza das que se acham previstas no Artigo 34.
2. Um Estado que não for Membro das Nações Unidas poderá solicitar a atenção do Conselho de Segurança ou da Assembléia Geral para qualquer controvérsia em que seja parte, uma vez que aceite, previamente, em relação a essa controvérsia, as obrigações de solução pacífica previstas na presente Carta.
3. Os atos da Assembléia Geral, a respeito dos assuntos submetidos à sua atenção, de acordo com este Artigo, serão sujeitos aos dispositivos dos Artigos 11 e 12.
A negociação direta entre as partes varia segundo a gravidade do problema. Podem ser bilaterais (entre duas pessoas de DIPu), ou multilaterais. Ela caracteriza-se por grande informalidade, sempre conduzidas segundo os usos e costumes internacionais.
A mediação consiste na interposição de um ou mais Estados ou OI, entre outros Estados para se solucionar pacificamente um litígio. O mediador participa ativamente das negociações, mas não procura impor sua vontade, procedendo com intuitos desinteressados.
Na conciliação, um órgão que tem a confiança comum dos Estados litigantes, após procedimentos com certa formalidade, apresenta suas conclusões sobre a questão litigiosa, na forma de relatório opinativo.
Difere dos procedimentos de investigação pela possibilidade de os conciliadores emitirem opiniões valorativas e formularem sugestões aos Estados litigantes, embora os Estados não sejam obrigados a aceitarem a solução proposta.
Os bons ofícios são a tentativa amistosa de um ou vários Estados ou OIs de abrir via às negociações das partes interessadas ou de reatar as negociações que foram rompidas. Sendo assim, o terceiro Estado seria um simples intermediário que coloca em presença os Estados litigantes para incentivar a negociação.
O congresso ou conferência internacional é formado quando a matéria ou assunto em litígio interessa a diversos Estados, ou quando se tem em vista a solução de um conjunto de questões sobre as quais existem divergências.As comissões internacionais de inquérito ou de investigação são comissões criadas para facilitar soluções de litígios internacionais ou para elucidar fatos controvertidos, tendo como função específica investigar os fatos sobre os quais versa o litígio, mas sem se pronunciarem sobre as responsabilidades, ou seja, o relatório não é obrigatório.
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS
Artigo 36. 1. O conselho de Segurança poderá, em qualquer fase de uma controvérsia da natureza a que se refere o Artigo 33, ou de uma situação de natureza semelhante, recomendar procedimentos ou métodos de solução apropriados.
2. O Conselho de Segurança deverá tomar em consideração quaisquer procedimentos para a solução de uma controvérsia que já tenham sido adotados pelas partes.
3. Ao fazer recomendações, de acordo com este Artigo, o Conselho de Segurança deverá tomar em consideração que as controvérsias de caráter jurídico devem, em regra geral, ser submetidas pelas partes à Corte Internacional de Justiça, de acordo com os dispositivos do Estatuto da Corte.
Artigo 37. 1. No caso em que as partes em controvérsia da natureza a que se refere o Artigo 33 não conseguirem resolve-la pelos meios indicados no mesmo Artigo, deverão submetê-la ao Conselho de Segurança.
2. O Conselho de Segurança, caso julgue que a continuação dessa controvérsia poderá realmente constituir uma ameaça à manutenção da paz e da segurança internacionais, decidirá sobre a conveniência de agir de acordo com o Artigo 36 ou recomendar as condições que lhe parecerem apropriadas à sua solução.
Artigo 38. Sem prejuízo dos dispositivos dos Artigos 33 a 37, o Conselho de Segurança poderá, se todas as partes em uma controvérsia assim o solicitarem, fazer recomendações às partes, tendo em vista uma solução pacífica da controvérsia.
Corte Internacional de Justiça
A Corte Internacional de Justiça foi concebida como principal órgão judiciário das Nações Unidas, detentora de capacidade para dirimir litígios internacionais que poderiam desaguar em conflitos internacionais, que por sua vez, teriam potencial para abalar a delicada paz estabelecida na esfera internacional. O presente estudo almeja estudar a complexa estrutura do presente órgão, bem como a sua atuação na manutenção da paz no decorrer dos séculos XX e XXI.
Carta da ONU, em seu artigo 7º, estabeleceu a CIJ como um de seus órgãos principais:
“Artigo 7 - 1. Ficam estabelecidos como órgãos principais das Nações Unidas: uma Assembleia Geral, um Conselho de Segurança, um Conselho Econômico e Social, um conselho de Tutela, uma Corte Internacional de Justiça (...)” (grifo meu)
E em seu art. 92, a Carta vai ainda mais longe, descrevendo a CIJ como seu principal órgão judiciário: “ARTIGO 92 - A Corte Internacional de Justiça será o principal órgão judiciário das Nações Unidas (...)”.
A CORTE INTERNACIONAL
REGULAMENTAÇÃO
ESTATUTODA CIJ
CARACATERÍSTICA
ORGÃO JURISDICIONALE É O PRINCIPAL ORGÃO DA ONU
MAGISTRADOS
15, MANDATO DE 9 ANOS COM DIREITO A REELEIÇÃO;
ELEITOS PELA AGE CS DA ONU, SEM DIREITO A VETO;
ELEITOS SEGUNDA A REPRESENTATIVIDADE;
JUIZ NÃO É RPRESENTANTE DO ESTADO, MAS PODE JULGAR UMA CAUSA ENVOLVENDO SEU ESTADO, OU INDICAR UM AD HOC;
NÃO PODE HAVER MAIS DE 2 JUIZES DA MESMA NACIONALIDADE
A CORTE INTERNACIONAL
COMPETÊNCIAS
CONTENCIOSA:JULGAMENTO DE PROCESSO ENVOLVENDO OS ESTADOS;
CONSULTIVA: EMISSÃO DE PARECERES A PEDIDO DAAG
SUBMISSÃO DO ESTADO À COMPETÊNCIA DA CORTE
PREVISÃO EM ATOINTERNACIONAL
COMPROMISSO
ACEITAÇÃO DE SER RÉU QUANDO PROCESSADO
ACEITAÇÃODA CLÁUSULA FACULTATIVA DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA
OBRIGATORIEDADE DAS DECISÕES DACORTE
SENTEÇA: OBRIGATÓRIA, EXECUTÁVEL PELO CS
PARECER:OBRIGATÓRIO QUANDO OS INTERESSADOS O DETERMINAREM
SENTENÇA É IRRECORRÍVEL
cláusula facultativa de jurisdição obrigatória
A cláusula leva o nome do brasileiro Raul Fernandes. Surgiu durante os trabalhos preparatórios de elaboração do Estatuto da CPJI (A Corte Permanente de Justiça Internacional, antecessora da Corte Internacional de Justiça). A ideia era que a Corte se tornasse um órgão de jurisdição obrigatória ao conjunto da comunidade internacional, e que não fosse precisa a autorização dos Estados pontualmente. Eles deveriam se comprometer previamente a aceitar a jurisdição da Corte. 
Entretanto, a cláusula relativa à aceitação da jurisdição da Corte é uma cláusula facultativa. Os Estados podem ou não aceitá-la. Se aceitam, eles são potencialmente jurisdicionáveis ante a Corte. Quer dizer que eles podem, se consentirem, ter seus litígios julgados pela Corte. A cláusula é facultativa, mas a jurisdição, uma vez aceita, é obrigatória. O Brasil não aceita; nós nunca aceitamos a jurisdição da CIJ embora o Estado brasileiro tenha indicado e tenha tido vários acentos na Corte. Por ironia do destino a cláusula leva o nome de um brasileiro.
Os Estados podem assinar a cláusula facultativa com limitações. Podem declarar que aceitam a jurisdição da Corte, mas com limitações temáticas: por exemplo, a França: “aceito, exceto se a matéria disser respeito à segurança nacional ou do meu território”. Na década de 70 a França fez experimentos nucleares no Pacifico Sul, o que levou a Austrália e a Nova Zelândia ajuizaram uma ação contra ela. A Corte não aceitou a limitação, pois certamente o Oceano Pacífico nada tinha a ver com a segurança do território francês. Então a França se submeteu, mas depois denunciou a cláusula facultativa.
Nacionalidade no Direito internacional e em nossa Constituição Federal
Para o Direito Internacional, a nacionalidade vem a ser aquele vínculo jurídico que liga uma determinada pessoa a um Estado
Sendo assim há uma necessidade do Estado fazer uma diferenciação entre aqueles que são seus nacionais (jus soli e jus sanguinis), e os denominados estrangeiros, pessoas residentes nos Estados que possuem outra nacionalidade.
 A diferença entre jus soli e jus sanguinis.
A palavra jus soli (direito do solo) utiliza o lugar onde a pessoa nasceu, não importando qual a nacionalidade dos pais, mas sim o local de nascimento da pessoa.
Já jus sanguinis (direito de sangue), leva em consideração o parentesco sanguíneo do indivíduo, em regra geral tanto do pai quanto da mãe, apenas alguns países separam, colocando que somente os pais e não as mães transmitem a nacionalidade.
A nacionalidade Brasileira: Natos e Naturalizados
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
A nacionalidade Brasileira: Natos e Naturalizados
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 1º   Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidenteda República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
A nacionalidade Brasileira: Natos e Naturalizados
Art. 5º LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
Art. 62. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I – relativa a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
Perda da Nacionalidade Brasileira
Artigo 12 § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.
O Estatuto da Igualdade
Estatuto da Igualdade é um acordo assinado entre Brasil e Portugal em Porto Seguro, em 21 de abril de 2000, na época da comemoração dos 500 anos da descoberta do Brasil.
O Estatuto garante que entre os dois países as duas nacionalidades possuem equivalência de direitos. Assim, um brasileiro pode viajar para Portugal sem precisar de visto (e vice-versa), e um português pode prestar concurso público (e seguir carreira política) no Brasil (e vice-versa).
A única exceção existente segue em relação aos respectivos blocos econômicos de cada país: Um brasileiro não possui livre passagem dentro da União Europeia, enquanto os portugueses não possuem os direitos dos brasileiros dentro do Mercosul, ou seja, o acordo é apenas no interior dos respectivos países, não é um acordo entre blocos econômicos.
estrangeiro
Para falar de nacionalidade, não podemos esquecer dessa figura conhecida como estrangeiro, aquele pertencente a outro Estado soberano, residente em outro país, seja de animus definitivos, ou apenas a passeio. É importante visar que nenhum Estado é obrigado a admitir estrangeiros em seu território, seja de forma definitiva ou temporária.
Mesmo a pessoa não sendo pertencente à nacionalidade a que reside, (o estrangeiro), ele tem diversos direitos que devem ser respeitados, direitos estes que são indispensáveis a qualquer ser humano como o direito a vida, a integridade física e o tratamento isonômico em relação a outras pessoas na mesma situação.
Entendimento de alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal quanto à nacionalidade
"As hipóteses de outorga da nacionalidade brasileira, quer se trate de nacionalidade primária ou originária (da qual emana a condição de brasileiro nato), quer se cuide de nacionalidade secundária ou derivada (da qual resulta o status de brasileiro naturalizado), decorrem, exclusivamente, em função de sua natureza mesma, do texto constitucional, pois a questão da nacionalidade traduz matéria que se sujeita, unicamente, quanto à sua definição, ao poder soberano do Estado brasileiro.” (HC 83.113-QO, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 26-6-2003, Segunda Turma, DJ de 29-8-2003.)
“O requerimento de aquisição da nacionalidade brasileira, previsto na alínea b do inciso II do art. 12 da Carta de Outubro, é suficiente para viabilizar a posse no cargo triunfalmente disputado mediante concurso público. Isso quando a pessoa requerente contar com quinze anos ininterruptos de residência fixa no Brasil, sem condenação penal. A portaria de formal reconhecimento da naturalização, expedida pelo ministro de Estado da Justiça, é de caráter meramente declaratório. Pelo que seus efeitos hão de retroagir à data do requerimento do interessado." (RE 264.848, rel. min. Ayres Britto, julgamento em 29-6-2005, Primeira Turma, DJ de14-10-2005.) No mesmo sentido: RE 655.658-AgR, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 25-9-2012, Segunda Turma, DJE de 11-10-2012.
"O brasileiro nato, quaisquer que sejam as circunstâncias e a natureza do delito, não pode ser extraditado, pelo Brasil, a pedido de Governo estrangeiro, pois a CR, em cláusula que não comporta exceção, impede, em caráter absoluto, a efetivação da entrega extradicional daquele que é titular, seja pelo critério do jus soli, seja pelo critério do jus sanguinis, de nacionalidade brasileira primária ou originária. Esse privilégio constitucional, que beneficia, sem exceção, o brasileiro nato (CF, art. 5º, LI), não se descaracteriza pelo fato de o Estado estrangeiro, por lei própria, haver-lhe reconhecido a condição de titular de nacionalidade originária pertinente a esse mesmo Estado (CF, art. 12, § 4º, II, a)." (HC 83.113-QO, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 26-6-2003, Plenário, DJE de 29-8-2003.)
Maria da Penha. Um caso de Litígio Internacional
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