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GESTÃOGESTÃO
FINANCEIRAFINANCEIRAMODERNAMODERNA
UMA ABORDAGEM PRÁTICA
O selo DIALÓGICA da Editora InterSaberes faz referência às
publicações que privilegiam uma linguagem na qual o autor
dialoga com o leitor por meio de recursos textuais e visuais, o que
torna o conteúdo muito mais dinâmico. São livros que criam
um ambiente de interação com o leitor – seu universo cultural,social e de elaboração de conhecimentos –, possibilitando um
real processo de interlocução para que a comunicação se efetive.
Gestão
nanceira
moderna
uma abordagem rática
Série Gestão Financeira
Emir Guimarães Andrich
June Alisson Westarb Cruz
Av. Vicente Machado, . º andar
Centro . CE p - . Curitiba . pR . Brasil
Fone: () -
www.editoraintersaberes.com.br
editora@editoraintersaberes.com.br
Conselho editorial Dr. Ivo José Both (residente)
Drª Elena Godoy
Dr. Nelson Luís Dias
Dr. Ulf Gregor Baranow
Editor-chefe Lindsay Azambuja
Editor-assistente Ariadne Nunes Wenger
Caa Clarissa Menini
projeto gráco Rahael Bernadelli
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Informamos que é de inteira reson-
sabilidade dos autores a emissão de
conceitos.
Nenhuma arte desta ublicação
oderá ser reroduzida or qual-
quer meio ou forma sem a révia
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A violação dos direitos auto-
rais é crime estabelecido na Lei
nº 9.610/1998 e unido elo art. 184
do Código penal.
Foi feito o deósito legal.
ª edição, .
Dados Internacionais de Catalogação na publicação (CIp)
(Câmara Brasileira do Livro, Sp, Brasil)
Índices ara catálogo sistemático:
. Finanças: Emresas: Gest ão: Orientações tr ibutárias .
. Gestão n anceira: Emresas: Orientações tributárias .
Cruz, June Alisson Westarb
Gestão nanceira moderna: uma abordagem rática [livro ele-
trônico]/June Alisson Westarb Cruz, Emir Guimarães Andrich. –
Curitiba: InterSaberes, . – (Série G estão Financeira).
Mb; pDF
Bibliograa.
ISBN ----
1. Administ ração nanceira 2. Emresas – Finanças I. Andrich,
Emir Guimarães. II. Título. III. Série.
- CDD-.
“Existe o risco que você não pode jamais
correr, e existe o risco que você não pode
deixar de correr.”
Peter Drucker
A Jessilda e a Vilma,
pela inspiração de todos os dias.
S umário
Aresentação 11
1
Gestão nanceira 15
1.1 Entendendo a moeda 17
1.2 Contexto geral da administração nanceira 21
1.3 Desaos da gestão nanceira moderna 21
1.4 Origens do caital 23
1.5 Controle nanceiro 25
1.6 Regimes de caixa e de cometência 261.7 Asectos tributários 28
1.8 princiais ferramentas da gestão nanceira 29
2
Receitas e gastos 33
2.1 Receitas 35
2.2 Gastos 36
3
Orçamento emresarial 47
3.1 Contexto geral do orçamento 49
3.2 Orçamento e lanejamento estratégico 50
3.3 Orçamento em equenas e médias emresas 53
3.4 Estrutura do orçamento emresarial 54
3.5 Orçamento emresarial e Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE) 58
3.6 Orçamento emresarial e gestão fina nceira 60
3.7 Orçamento emresarial: limitações e críticas 624
Fluxo de caixa 67
4.1 Contexto geral do uxo de caixa 69
4.2 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 70
4.3 Métodos de elaboração da DFC 71
4.4 Fluxo de caixa 75 5
Gestão nanceira na rática 91
5.1 Contexto geral 93
5.2 Caital de giro 94
5.3 Caital de Giro Líquido (CGL) 97
5.4 Administrando com eciência o caital de giro 99
5.5 A imortância dos estoques 101
5.6 A imortância das contas a receber 105
5.7 Comatibilizando razos: o ciclo oeracional 109
5.8 posicionamento de atividade 112
5.9 prazos médios ara o cálculo da necessidade
de caital de giro 116
6
Elementos de análise de investimentos 121
6.1 Contexto geral 123
6.2 O valor do dinheiro no temo e o custo
de oortunidade 125
6.3 Taxa Mínima de Atratividade (TMA) 127
6.4 Valor presente Líquido (VpL) 128
6.5 Taxa Interna de Retorno (TIR) 132
6.6 período de Retorno do Caital (Payback) 135
para concluir... 143
Referências 145
Resostas 149
Sobre os autores 153
A dministradores, contadores, economistas, advogados
e outros rossionais envolvidos em rocessos de gestão são
unânimes em reconhecer as diculdades inerentes ao exercício
da atividade emresarial no Brasil.
Embora as críticas mais veementes sejam dirigidas ao ele-
vado custo tributário do aís, talvez não seja esse o nosso maior
roblema. É evidente que a submissão a uma carga tributária
esada, sem o corresondente retorno em serviços úblicos e
infraestrutura de qualidade, é um fator inibidor do crescimento.
No entanto, o que realmente comromete e diculta um maior
desenvolvimento é a extrema minúcia, a instabilidade e a falta
de adronização desse sistema.
As mudanças constantes nas esferas econômica e tributá-
ria tornam o lanejamento a médio e longo razo uma tarefa
Apresentação
quase imossível. O custo de readequação de sistemas e de rede-
nição de estratégias de atuação, rovocadas or essa instabilidade,
exige de todos os gestores uma caacidade ímar de se readequar
e reosicionar todos os dias. Gestores exerientes, consultores e
esecialistas, estudantes e rossionais liberais – ninguém escaa.
para acomanhar a montanha-russa que são as regras brasileirasara o setor rodutivo, é reciso uma atualização constante.
Esta equena obra, nesse sentido, é uma contribuição didá-
tica ara quem está submetido ao desao diário de atualização.
Reseitando o rigor conceitual sem exagerar nos formalismos aca-
dêmicos, abordamos temas essenciais à gestão nanceira. Como
os conceitos em nanças geralmente são genéricos, ou seja, tanto
servem às essoas físicas, na administração de seus orçamentos
domésticos, quanto às equenas, médias e grandes emresas, com
ou sem ns lucrativos, certamente você encontrará nestas ági-
nas informações valiosas ara o controle e a gestão do ativo mais
escasso e imortante ara as emresas: seus recursos nanceiros.
Reunimos neste equeno volume conceitos que são fundamen-
tais ara a formação básica do administrador nanceiro, introdu-
zindo noções elementares sobre:
• asectos tributários;
• orçamento;
• uxo de caixa;
• caital de giro; e
• análise de investimentos.
Sem a retensão de esgotar esses temas, que isoladamente
justicariam a rodução de obras esecícas, destacamos a
ligação essencial que cada um mantém com a gestão nanceira,
aresentando de forma didática, com exercícios teóricos e ráticos
resolvidos, algumas ferramentas associadas a esses assuntos que
são de uso comum nas emresas.
Esta obra se destina, assim, a todos aqueles que se sentem
desaados, no seu cotidiano, a buscar soluções inovadoras e efe-
tivas ara a gestão de recursos nanceiros. De modo mais ese-cíco, destina-se também a estudantes dos níveis de graduação
e ós-graduação interessados em conhecer conceitos clássicos
da administração nanceira, interretados sob uma ersectiva
rática e utilitária.
Boa leitura!
1 Gestão financeira
Conteúdos do capítuloConteúdos do capítulo
• Origens da moeda.
• Contexto geral da administração nanceira.
• Desaos da gestão nanceira moderna.
• Origens do capital.
• Regimes de caixa e de competência.
• Aspectos tributários na administração nanceira.
• Principais ferramentas de gestão nanceira.
Após o estudo deste capítulo, você será capaApós o estudo deste capítulo, você será capa z de:z de:
1. compreender a importância dos ativos circulantes para
as organizações;
2. identicar os tipos de capitais utilizados pelas empresas
em suas atividades;
3. entender a diferença entre os regimes de caixa e de
competência;
4. mensurar a importância da administração nanceira
para a continuidade de determinada entidade, seja elapública, seja privada, com ou sem ns lucrativos.
17
1.1 Entendendo a moeda
No rincíio, a humanidade vivia de forma nômade, sobrevi-
vendo da caça, da esca e da extração natural. por milênios, os
seres humanos foram se desenvolvendo até que descobriram
que odiam cultivar a terra ara dela extrair o seu sustento.
Como consequência desse rocesso, abandonaram o noma-
dismo e assaram a viver de forma sedentária. A rodução de
arte dos gêneros necessários à sua sobrevivência rovocou
o surgimento dos excedentes. A artir desse momento, desen-
volveu-se naturalmente a rática do escambo, que nada mais
era do que a troca de bens sem a intermediação do dinheiro,
tal como o conhecemos hoje. Assim, tornou-se comum que
as comunidades negociassem os gêneros que lhes eram exce-
dentes or artigos que não roduziam, mas que também eram
necessários à sua sobrevivência.
Aos oucos, o rocesso de escambo foi cando mais com-
lexo, e as rimeiras diculdades não tardaram a surgir. Nem
semre quem roduzia milho, or exemlo, conseguia trocar
18
seu excedente ela mercadoria que desejava, ois, ara isso, era
semre necessário que a outra arte estivesse disosta a adquirir
esse cereal. Outra grande diculdade residia no fato de que as
mercadorias, em si, nem semre eram divisíveis. Isso comli-
cava os cálculos que tinham de ser realizados em cada oeração.
para solucionar esse roblema, a humanidade inventou, no
século VII a.C., o dinheiro. É claro que, no rincíio, ele não
era exatamente como o conhecemos hoje, ois em geral era
roduzido or meio de metais nobres. O que imorta, na ver-
dade, é comreender que essa brilhante invenção ermitiu
o desenvolvimento do comércio, na medida em que facilitou
muito os rocessos de troca.
para dar uma ideia da imortância do dinheiro no mundo
contemorâneo, aresentamos a seguir uma fórmula (Banco
de Cabo Verde, ) que demonstra, or meio do número de
rodutos disoníveis no mercado, a quantidade de trocas que
seriam necessárias ara que tivéssemos acesso a todos eles.
Um mundo sem dinheiroUm mundo sem dinheiro
Em que:
TM: é o número de trocas de mercadorias.
n: é a quantidade de itens disponíveis na
economia.
PD: produtos disponíveis.
TM =TM = n(n-1n(n-1))
22
PD TM
1 0
2 1
3 3
4 6
5 10
10 45
20 190
30 435
50 1.225
100 4.950
1.000 499.500
F: Banco de Cabo Verde, , . .
19
O grande número de trocas que teríamos de realizar ara
ter acesso aos bens imrescindíveis à nossa sobrevivência evi-
dencia que um mundo sem dinheiro, hoje, seria simlesmente
imossível.Se o dinheiro e outros meios circulantes são tão necessáriosSe o dinheiro e outros meios circulantes são tão necessários
à nossa sobrevivência, como pessoas físicas, o que dizer da importânciaà nossa sobrevivência, como pessoas físicas, o que dizer da importância
deles para as empresas?deles para as empresas?
As entidades com ersonalidade jurídica, indeendente-
mente do ramo de suas atividades, realizam um número ele-
vado de transações todos os dias, tornando a disonibilidade
de dinheiro um fator imrescindível ara a sua sobrevivência.
O grande roblema é que, aesar de ele ser uma mercadoria
como todas as outras, a sua essencialidade não ermite que
aresente um custo baixo ara as emresas.
Entre as emresas brasileiras, é muito comum o autonan-
ciamento, isto é, em geral, elas são criadas e oeram inicial-
mente com recursos rórios. Em função da alta taxa de insu-
cesso dos novos emreendimentos, é ouco comum a obtenção
de crédito no mercado quando um emreendimento está nos
seus rimeiros anos de existência, no Brasil. Via de regra, essas
organizações recorrem ao mercado quando já estão consolida-
das e necessitam de caital ara exandir ou ara equilibraro seu uxo de caixa.
No entanto, mesmo nessas circunstâncias, ou seja, quando já
odem oferecer aos investidores um histórico de suas ativida-
des, tornando mais conável e objetivo o rocesso de análise
de crédito, não tem sido fácil a obtenção de dinheiro a custo
reduzido. A diculdade enfrentada elas emresas brasilei-
ras ara adquirirem caital de giro e ara investimento ode
O dinheiro é uma mercadoria como todas as outras e que, or
conta do seu caráter divisível e de sua essencialidade, tem um
custo elevado ara as emresas.
20
ser exlicada ela oferta restrita de fontes de nanciamento.
Basicamente, no Brasil, elas se restringem:
• ao autonanciamento e ao nanciamento de fornecedores
(na segunda oção, quase semre os razos são curtos,
não assando de um trimestre);
• aos bancos de desenvolvimento – aesar da existência
de alguns bancos regionais, o rincial nanciador
continua sendo o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES);
• ao mercado de caitais, inacessível às emresas de
equeno e médio orte; e
• ao sistema nanceiro rivado, que raticamente não se
envolve na concessão de nanciamento de longo razo,
com exceção de alguns bancos estatais.
Em qualquer uma das oções anteriores, os emecilhos aca-
bam sendo semre da mesma natureza e, sem correr o risco da
simlicação, odemos resumi-los em três variáveis:
Excesso de burocracia
Custo elevado do crédito
Exigência de garantias reais
Ainda que não faça arte do objetivo deste livro aresentar um
estudo do erl das emresas brasileiras, é evidente o fato de que
boa arte delas se enquadra na categoria das equenas e médias,
quase semre com administração familiar. Levando-se em conta
as variáveis exlicitadas anteriormente, não é difícil concluir que
oucas disõem de acesso facilitado ao bem mais cobiçado e
essencial ao sucesso de qualquer emreendimento:o dinheiroo dinheiro.
21
1.2 Contexto geral da administração nanceira
Frequentemente ouvimos histórias de essoas que têm di-
culdade ara administrar suas nanças essoais. Em geral,
o roblema não se dá ela escassez dos rendimentos, mas elo
descontrole absoluto dos gastos. São indivíduos que oderiam
receber o dobro ou o trilo do que ganham e que, ainda assim,
teriam diculdades ara equilibrar as suas contas.
Com as empresas não é diferente: muitas são saudáveis do ponto deCom as empresas não é diferente: muitas são saudáveis do ponto de
vista econômico, isto é, lucrativas, mas, por faltvista econômico, isto é, lucrativas, mas, por falt a de controle financeiro,a de controle financeiro,
acabam falindo.acabam falindo.
Como o custo do dinheiro� não é baixo, saber administrar
com eciência os uxos de agamento e recebimento é condi-
ção essencial de sobrevivência ara qualquer entidade. O sim-
les descomasso entre os razos de entrada e saída de recur-
sos ou a falta de um lanejamento orçamentário já são deslizes
que odem comrometer a existência da emresa.
Teoricamente, arece simles reseitar ou imlementar boas
técnicas de administração nanceira. No entanto, no dia a dia
das emresas, acabamos descobrindo que elas exigem umacom-acom-
panhamento minucioso e sistemáticopanhamento minucioso e sistemático , conhecimento técnicoconhecimento técnico , disciplinadisciplina
e bom senso do profissional de finançasbom senso do profissional de finanças .
1.3 Desaos da gestão nanceira moderna
As decisões de caráter técnico, ainda que sejam comlexas,
não são as mais difíceis de serem tomadas. Um rossional
exeriente, amarado or um bom sistema de controle interno,
tem boas chances de acerto quando o assunto é administração
nanceira. O que há de mais comlexo nesse camo de atuação
são as decisões estratégicas, ou seja, as decisões que odem
afetar o destino da entidade a longo razo. Esse é o maior
desao da gestão nanceira moderna.
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A grande questão que se imõe é: Até que ponto vale a penaAté que ponto vale a pena
aumentar o lucro às custas doaumentar o lucro às custas do investimentoinvestimento estratégico?estratégico?
Lucro × Investimento estratégico
Muitas vezes, na ânsia de aumentar o volume de recursos
nanceiros, o administrador nanceiro acaba economizando
em setores estratégicos ara o futuro da entidade, tais como:
• treinamento de funcionários;
• manutenção de ativos;
• esquisa de novos rodutos;
• gastos com assessoria;
• investimento em novas máquinas.
Esse tio de atitude é comum entre executivos não ligados
à área nanceira que têm grande oder decisório; eles acabam
sacricando investimentos estratégicos a m de aresentar
resultados mais atraentes. Decisões que geram reexos a longo
razo muitas vezes atingem de forma imercetível e lenta
a estrutura da organização, ainda que se tornem, no futuro,
o rincial fator de insucesso do negócio.
PERGUNTAS & RESPOSTASPERGUNTAS & RESPOSTAS
Mas, anal, or que a osse de recursos circulantes é tão
imrescindível ara o sucesso das emresas?
Com base no que já foi exosto, odemos concluir que, sem
recursos nanceiros em forma de moeda, é imossível ara
a emresa cumrir com suas obrigações de agamento diá-
rias. Como o dinheiro também é uma mercadoria – or sinal,
bastante rocurada no mercado –, administrá-lo adequada-
mente é essencial ara a continuidade e o sucesso de qual-
quer emreendimento.
23
1.4 Origens do caital
Quando falamos em caitais, não estamos nos referindo exclu-
sivamente ao caital circulante – ou, como os contadores costu-
mam chamar, àsdisponibilidades – , que são recursos disoníveis
em forma de moeda (em esécie ou guardados em instituições
nanceiras). Tudo o que a emresa ossui registrado em seu
ativo (caixa, bancos, estoques, veículos, máquinas etc.) ode ser
designado como um tio de investimento de caitais. De forma
genérica, odemos dizer que só existem duas fontes de caitais.
Figura . – Tios de caitais
Próprios
Terceiros
Os caitais rórios reresentam os investimentos realiza-dos diretamente elos sócios (ou acionistas) e os recursos rein-
vestidos que têm como srcem os lucros gerados ela emresa.
Lucros gerados pela operação
Recursos dos sócios
Capitais próprios Recursos dos acionistas
Reservas de capitais
Reservas de lucros
Vendas de ativos
De maneira geral, odemos dizer que, em um Balanço
patrimonial (Bp), tudo o que está do lado direito (passivo
Exigível e patrimônio Líquido) está nanciando o que está do
lado esquerdo (Ativos).
24
Quadro . – Estrutura do Balanço patrimonial (Bp)
Balanço PatrimonialBalanço Patrimonial
AAttiivvoo PPaassssiivvoo
Ativo Circulante Passivo Circulante
Passivo Não Circulante
Ativo Não Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo
InvestimentosImobilizado
Intangível
Patrimônio Líquido
F: Cruz; Andrich; Sc hier, , . .
Ou seja, todos os recursos entram elo lado direito e são
investidos do lado esquerdo, sejam eles rórios (patrimônio
Líquido), sejam eles de terceiros (passivo Exigível).
Figura . – Estrutura simlicada do Balanço
patrimonial (Bp)
Capital de
terceiros
Capital próprio
Bens e direitos
Obrigações
Patrimônio
Líquido
F: Cruz; Andrich; S chier, , . .
Nesse sentido, enquanto não são liquidadas, todas as obriga-
ções do passivo Exigível estão nanciando a emresa. portanto,
reresentam uma srcem de caital. Veja a seguir:
Empréstimos bancários
Encargos sociais
Capitais de terceiros Fornecedores
Impostos
Salários a pagar
Diante de todas essas oções, resta ao administrador nan-
ceiro avaliar quais as fontes menos onerosas ara a catação de
25
recursos. Anal, sócios ou terceiros semre exigirão a remu-
neração de seus caitais.
1.5 Controle nanceiro
À rimeira vista, arece que a gestão nanceira é atribuição
exclusiva do rossional que atua no setor nanceiro. Uma
observação mais cuidadosa, no entanto, revela que o controle
nanceiro ermeia toda a estrutura da emresa. Quase todos
os rossionais que exercem função administrativa, indeen-
dentemente do setor em que atuam (comras, comercial, nan-
ceiro, entre outros), acabam cotidianamente fazendo escolhas
que imactam diretamente a saúde nanceira da emresa.
Se o setor comercial, or exemlo, tiver autonomia ara
denir razos de recebimento, indiretamente estará afe-
tando o uxo de entradas de caitais. Se o setor de comras
se exceder nas comras, estocando mais rodutos do que
a emresa necessita ara atender aos seus clientes, também
estará comrometendo arte dos recursos que oderiam ser
utili zados como ca ital de giro. Ou seja, se os rossiona is
resonsáveis elas decisões estratégicas não avaliarem ade-
quadamente os melhores investimentos em termos de ris co
e retorno, estarão, igualmente, comrometendo recursos
nanceiros da emresa.
para roorcionar um melhor controle nanceiro, o ideal
é que as decisões que envolvam direta ou indiretamente a
utilização de recursos circulantes sejam tomadas elo admi-
nistrador nanceiro. Quando isso não for ossível, é imres-
cindível que elo menos haja interação entre o setor nanceiro
e os demais setores da emresa.
Além de outras atribuições, o administrador nanceiro deve
articiar ativamente das decisões que imactam diretamente
o caixa da emresa, tais como:
26
• a denição da olítica de crédito;
• a denição da olítica de razos (de agamento e
recebimento);
• a análise e a escolha das oções de investimento;
• a análise e a escolha das oções de nanciamento.
A elaboração de orçamentos também é atribuição do admi-
nistrador nanceiro. Sem eles não há como rojetar necessi-
dades futuras de aorte de caitais. Com menos temo ara
tomar decisões, ou seja, agindo sem lanejamento, quase sem-
re as emresas acabam fazendo oções mais onerosas de
nanciamento.
PERGUNTAS & RESPOSTASPERGUNTAS & RESPOSTAS
Em síntese, qual é a função do administrador nanceiro?
Obviamente, há diferenças, deendendo do orte da
emresa, mas, em geral, odemos dizer que, além das fun-
ções básicas, tais como agar, receber e alicar recursos,
o administrador nanceiro deve elaborar ou suervisionar
os orçamentos e o uxo de caixa. A denição da olítica de
crédito e a análise das oções de investimento e nancia-
mento também são suas atribuições. para realizar um bom
trabalho, é necessário que o administrador nanceiro se
relacione bem com todos os setores da emresa, ois não
há rocedimento interno que de alguma maneira não acabe
imactando o caixa.
1.6 Regimes de caixa e de cometência
Todos os registros contábeis são realizados de acordo com
o regime de competênciaregime de competência , ou seja, todas as receitas ou desesas
27
são lançadas dentro do eríodo em que ocorreu o fato gerador.
para entender melhor esse conceito, odemos exemlicar com
as vendas efetivadas or uma emresa em determinado mês.
Não imorta se elas foram realizadas à vista ou a razo ara
recebimento nos meses subsequentes; o imortante, semre,
é a data de emissão do documento scal.
O mesmo ocorre com as desesas. Em geral, as emresas
agam o décimo terceiro salário em novembro e dezembro,
orém,contabilmente, os lançamentos são realizados mês
a mês. A lógica é simles: ao comletar um mês de trabalho,
automaticamente o trabalhador ganha o direito a receber /
do décimo terceiro salário. Assim, é imrescindível que a con-
tabilidade registre essa obrigação no assivo da emresa.
Se a regra do registro contábil é a ocorrência do fato gerador,
ca fácil concluir que o resultado aresentado na Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE)� tem caráter econômicoeconômico , e não
nanceiro. Como consequência lógica, é erfeitamente ossí-
vel que uma emresa tenha, num mesmo eríodo, um bom
resultado econômico, orém não aresente bom desemenho
nanceiro. O inverso também ode ocorrer.
Cometência Caixa
No regime de caixaregime de caixa , or sua vez, é considerado aenas o que
foi efetivamente ago ou recebido no eríodo, ou seja, nesse
regime imortam somente as oerações que alteram o saldodo gruo que a contabilidade denomina Disponibilidades, com-
osto elas contas Caixa , Banco e Aplicações Financeiras.
A diferença entre os dois regimes ca clara quando obser-
vamos o comortamento das contas de resultado no uxos de
caixa da emresa:
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28
Demonstração do Resultado doDemonstração do Resultado do
Exercício – DRE (em reais)Exercício – DRE (em reais)
Receita Bruta de Vendas 120.000,00
(-) Impostos sobre Vendas
(15%) -18.000,00
(-) CMV -84.000,00
Lucro Bruto .,.,
(-) Despesas Operacionais -12.000,00
Lucro Líquido Contábil
(Econômico) 6.000,00
Lucro Líquido Contábil
(Econômico) em % 5,00
Demonstração dos FluxosDemonstração dos Fluxos
de Caixa – DFCde Caixa – DFC
E Vendas à Vista +
Duplicatas a Receber
S Pagamento de Impostos
de Períodos Anteriores
S Compras à Vista e
Fornecedores
S Despesas Pagas à Vista
Legenda da DFC: Entrada (E); Saída (S).
As contas que aarecem na DRE registram oerações à
vista e a razo. No uxo de caixa, relatório que veremos com
mais rofundidade no Caítulo , somente as oerações com
movimentação efetiva de dinheiro são registradas. Embora
o administrador nanceiro utilize os relatórios contábeis ara
analisar o desemenho econômico da entidade, bem como
ara elaborar as suas rojeções, interessam-lhe muito mais as
movimentações registradas no uxo de caixa, ou seja, as movi-
mentações nanceiras.
1.7 Asectos tributários
Tendo em vista o eso excessivo exercido elos imostos na
estrutura de resultado das emresas brasileiras, é imossível
ensar em controles nanceiros ecientes dissociados de um
bom lanejamento tributário.
O lanejamento tributário não se restringe aenas à escolha
de um dos regimes de recolhimento: Lucro Real, Lucro
presumido ou Lucro Simles. Seria ótimo se fosse assim.
No Brasil, contudo, o número exorbitante de alterações na
legislação tributária, nas esferas municial, estadual e federal,
29
torna o nosso sistema um dos mais comlexos do mundo. Essa
comlexidade tem gerado um custo adicional enorme ara
as emresas, que recisam investir, entre outros asectos, em:
• adequações eriódicas dos sistemas de informação, com
vistas ao atendimento das mudanças na legislação;
• consultoria e assessoria tributária ermanente;
• rossionais caacitados, atos a gerir no dia a dia as
demandas de natureza scal.
Também é reciso mencionar o ônus tributário causado or
interretações equivocadas da legislação e os rejuízos gera-
dos elas interruções das atividades, com vistas à atualiza-
ção dos sistemas. De forma direta ou indireta, tudo isso acaba
imactando o caixa das emresas. por isso, a questão tributária
deve fazer arte das reocuações de um bom administrador
nanceiro. Desrezá-la ode até não trazer rejuízos nan-
ceiros a curto razo, mas certamente inviabilizará qualquernegócio numa ersectiva a longo razo.
1.8 princiais ferramentas da gestão nanceira
Quando um analista externo está realizando uma avaliação
da situação nanceira de determinada emresa, não há muitas
oções de fontes de informação disoníveis. Em geral, essas
oções se resumem a:
• demonstrações contábeis;
• relatórios divulgados or emresas esecializadas na
comilação e na divulgação de dados nanceiros; e
• informações dos serviços de roteção ao crédito.
Os analistas internos, elo contrário, têm acesso a todos
os relatórios roduzidos ela emresa. Entre esses relatórios,
certamente o mais imortante é o fluxo de caixafluxo de caixa . Esse relatório
é a rincial ferramenta do analista e do gestor nanceiro, ou
seja, não imorta se o objetivo é a análise ou o lanejamento
30
e a rojeção nanceira. O uxo de caixa, que resume todas as
oerações de entrada e de saída disoníveis em determinado
eríodo, retratando o assado ou rojetando o futuro, é o rela-
tório que aresenta de forma mais direta a situação nanceira
de uma entidade.
A elaboração de um uxo de caixa rojetado custa ouco
ara as emresas, mas traz benefícios enormes, ermitindo
a visualização anteciada das necessidades nanceiras. por
incorrer no erro elementar de não rojetarem seus futuros
nanceiros, geralmente as instituições rocuram de forma
deseserada o mercado nos momentos de maior necessidade,
recorrendo às iores oerações que existem, tais como o che-
que esecial, o desconto de dulicatas e o limite bancário.
Organizações com bons resultados econômicos e um bom
retorno sobre investimentos são semre bem avaliadas, mas
é reciso lembrar que é o uxo de caixa negativo que leva a
maioria das emresas à falência.
PERGUNTAS & RESPOSTASPERGUNTAS & RESPOSTAS
por que a DRE e outros relatórios contábeis têm menor
imortância ara o administrador nanceiro do que o uxo
de caixa?
Todos os relatórios acabam servindo de base ara o trabalho
do administrador nanceiro. O uxo de caixa, orém, tem
maior imortância orque mostra de forma direta o resul-
tado do uxo nanceiro, ermitindo a escolha anteciada
de melhores oções de nanciamento.
EXERCÍCIO RESOLVIDOEXERCÍCIO RESOLVIDO
Exlique qual é a diferença básica entre os regimes de com-
etência e de caixa.
31
Resosta:
No regime de cometência, os lançamentos são realizados na
data do fato gerador, indeendentemente de ter ou não havido
movimentação nanceira. para o regime de caixa, imorta
exclusivamente a ocorrência de movimentação nanceira.
Síntese
Neste caítulo, você foi aresentado aos fundamentos da admi-
nistração nanceira e ôde acomanhar o caminho ercor-
rido ela mercadoria “dinheiro” ao longo do temo. Também
ôde erceber que as funções do administrador nanceiro
não são tão simles, ois envolvem decisões que odem com-
rometer a continuidade do emreendimento no longo razo.
Além disso, você conheceu os tios de caitais (rórios e de
terceiros), estudou os conceitos de regime de caixa e de com-etênciae vericou a imortância do lanejamento tributário
nas emresas.
Nos róximos caítulos, você conhecerá conceitos mais
técnicos da administração nanceira, com exemlos ráticos
de como eles odem ser alicados no dia a dia das emresas.
Questões ara revisão
. por que ossuir recursos circulantes disoníveis é essencial
ara as emresas?
. Em que medida o corte de investimentos ode comrometer
o futuro de uma emresa? Cite exemlos.
. Assinale a alternativa que relaciona aenas exemlos de
caitais rórios:
a) Recursos dos sócios, encargos sociais e imostos.
32
b) Salários a agar, fornecedores e emréstimos bancários.
c) Lucros gerados ela oeração, vendas de ativos e reservas
de lucros.
d) Fornecedores, imostos e salários a agar.
. Assinale a alternativa que corresonde ao que nãonão ode ser
considerado uma atribuição do administrador nanceiro:
a) Denição da olítica de crédito.
b) Denição da olítica de razos.
c) Elaboração do lano demarketing.
d) Análise e escolha das oções de investimento.
. Sobre o regime de cometência, é correto armar:
a) A data de ocorrência do fato gerador é irrelevante ara o
regime de cometência.
b) Não se realizam rovisionamentos de desesas no regime
de cometência.
c) O regime de caixa e o de cometência têm o mesmo
signicado.
d) No regime de cometência, todas as receitas e as desesas
são lançadas dentro do eríodo em que ocorreu o fato
gerador.
para saber mais
Aos rossionais, aos esquisadores e aos estudantes interessa-
dos em arofundar os conhecimentos acerca dos conceitos bási-
cos da administração nanceira indicamos os seguintes livros:
CRUZ, J. A. W.; ANDRICH, E. G.; MUGNAINI, A.AnáliseAnálise dasdas
demonstraçõesdemonstrações financeirasfinanceiras : teoria e rática. 3. ed. Curitiba: Juruá,
2012.
SOUZA, A.; CLEMENTE, A.Decisões financeiras e análise de investi-Decisões financeiras e análise de investi-
mentosmentos: fundamentos, técnicas e alicações. 6. ed. São paulo: Atlas,
2008.
2Receitas e gastos
Conteúdos do capítuloConteúdos do capítulo
• Conceito de receitas, gastos, custos, despesas e
investimentos.
• Classicação dos tipos de receitas, custos e despesas.
• Exemplos de tipos de investimento.
Após o estudo deste capítulo, você será capaApós o estudo deste capítulo, você será capa z de:z de:
1. classicar os vários tipos de gastos em custos, despesas e
investimentos;
2. identicar os tipos de custos e os tipos de despesas;
3. compreender a importância dos conceitos apresentados
no processo de implementação de controles internos
nas empresas.
35
A gora que você já tem algumas informações básicas
sobre a função do gestor nanceiro, odemos assar ara um
novo tóico.
Neste caítulo, aresentaremos alguns conceitos que conside-
ramos fundamentais ara a comreensão dos relatórios nan-
ceiros. Embora cansativa, essa introdução de um tom mais con-
ceitual é necessária ara o arofundamento de nossos estudos.
Como o nosso foco são os recursos circulantes, convém de-nirmos de forma objetiva os eventos que alteram esses ativos.
2.1 Receitas
ReceitasReceitas são todos os ingressos monetários rovenientes tanto
da oeração da emresa (venda de rodutos ou serviços)
quanto de atividades não oeracionais (venda de bens do
Ativo permanente).
36
As Receitas Não Oeracionais, que basicamente se referem
a transações com bens do Ativo Imobilizado, são aresenta-
das na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) sob
a denominação Outras Receitas.
2.2 Gastos
por ironia, assim como ocorre em nossa vida essoal, as fontes
de receitas, nas emresas, são semre escassas. por isso não
há razão ara nos determos tanto nesse tóico. É rovável
que você rera dedicar-se mais à alicação que será dada
aos recursos.
De forma genérica, odemos chamar todos os desembol-
sos realizados ela emresa de gastos. Conceitualmente, eles
odem ser classicados em custos, desesas e investimentos.
Gastos InvestimentosDesesasCustos
Uma boa análise gerencial e nanceira deende da classi-
cação correta de todos os gastos. Imagine, or exemlo, que
você tenha de fazer uma rojeção do faturamento e dos desem-
bolsos de sua emresa, a m de rever a variação no lucro
líquido. por exemlo: se os custos e as desesas xas não se
alteram com o crescimento das vendas, ermitindo a evolução
gradual do retorno, searar esse tio de gasto dos outros de
natureza variável é imrescindível ara realizar uma análiseadequada. Assim, outros asectos devem ser considerados em
cada caso esecíco.
passemos, então, ao detalhamento desses conceitos, ara
que ossamos classicá-los adequadamente.
37
2.2.1 Custos
CustosCustos são todos os gastos associados direta ou indiretamente
à rodução de um bem ou serviço. Classicam-se em:
• diretos;
• indiretos;
• xos;
• variáveis; e
• híbridos.
Vejamos, a seguir, cada uma dessas classicações.
• Custos diretosCustos diretos – São os c ustos que odem ser aroriados
diretamente ao roduto, sem necessidade de rateio. Como
exemlo, odemos citar a matéria-rima, desde que ela
ossa ser aroriada diretamente a determinado tio de
roduto ou serviço, sem rateio. Numa fábrica de móveis,
or exemlo, o resonsável ela rodução que conheçaas exatas dimensões de certo móvel ode calcular a
quantidade correta de madeira que será consumida.
• Custos indiretosCustos indiretos – São os custos que necessitam de algum
tio de rateio ara serem incororados ao roduto.
Exemlos: energia elétrica da fábrica e dereciação do
maquinário – se uma indústria roduz mais de um tio
de roduto, utilizará uma roorção variável desses
recursos em todos eles.
para se chegar a um valor mais reciso de cada roduto,
é necessário ratear o gasto com os recursos utilizados
segundo alguns critérios. para o recurso energia , oderia
ser utilizado o critério quilowas/hora, utilizando-se
o consumo de cada máquina e o temo da oeração.
A dereciação também oderia ser calculada com base
no temo de utilização de cada equiamento, entre
outros fatores.
38
• Custos fixosCustos fixos – Como os anteriores, também reresentam
gastos voltados à rodução de um bem ou serviço;
contudo, têm a característica de não variarem de acordo
com a quantidade roduzida, ou seja, indeendentemente
desta, esses custos serão os mesmos, não deixando de
existir até mesmo numa situação de rodução zero.
Como exemlos, odemos citar:
» o aluguel de uma fábrica: em geral, os contratos de
aluguel denem valores xos, não imortando se
o tio de negócio a ser exlorado nesse esaço físico
aresenta alguma sazonalidade ou se há oscilações
no volume roduzido;
» o salário dos funcionários de uma fábrica: ode ser
considerado como um custo xo, desde que os salários
dos funcionários sejam também xos, sem nenhum
ercentual de variabilidade or desemenho.
Veja a seguir a reresentação gráca dos custos xos.
Gráco . – Custos xos
Quantidade produzida
R$
R $
2 0 0
, 0 0
0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8
Custos xos
F: Adatado de Cruz, , . .
39
• Custos variáveisCustos variáveis– São os gastos que variam na roorção
do volume roduzido, isto é, quanto maior a rodução,
maior o disêndio com tais gastos. Contrariamente ao que
ocorre com os custos xos, ara a ocorrência dos custos
variáveis, é necessário que a rodução seja diferente de
zero. A matéria-rima, mesmo que também ossa ser
considerada um custo xo, na medida em que é ossívelaurar a quantidade consumida em cada unidade
roduzida, inclui-se entre os custos variáveis. Seu consumo
está condicionado ao nível de atividade rodutiva da
emresa.
Veja no gráco como se comortam os custos xos e variáveis.Gráco . – Custos variáveis
Quantidade produzida
R$
Custos xos
C u s t
o s v a
r i á v e
i s
Custo total
R$ 270,00
F: Adatado de Cruz, , . .
• Custos híbridosCustos híbridos – Os custos híbridos são gastos associados
à rodução, os quais se distinguem or serem ao mesmo
temo xos e variáveis. Em geral, são gastos que se
comortam de forma xa até determinado atamar e,
a artir deste, assam a evoluir de forma ascendente.
Embora mais incomum, o inverso também ode ocorrer,
40
isto é, gastos que são variáveis até determinado limite,
assando a ser xos a artir deste.
O gasto com mão de obra direta, or exemlo, ode ser
xo até determinado atamar, assando a variar com
um certo volume de rodução. Esse tio de contrato
não é incomum; em geral, a arcela variável serve como
estímulo à rodutividade.
É ossível também denir um tio de remuneração
variável, baseada no volume de rodução, que se torna
xa a artir de determinado atamar.
Veja como se comortam os custos híbridos no gráco a seguir.
Gráco . – Custos híbridos
Quantidade produzida
R$
Custos xos C u
s t o s
v a r i á
v e i s
Custo total
R$ 40,00
Semivariável
Quantidade produzida
R$
Custos xos
C u s t o s v
a r i á v
e i s
Custo total
R$ 240,00
Semixo
F: Adatado de Cruz, , . .
PERGUNTAS & RESPOSTASPERGUNTAS & RESPOSTAS
para uma boa administração de custos, qual é a imortânciada correta classicação dos custos em diretos e indiretos,
xos e variáveis?
A correta classicação dos custos é muito imortante, ois dela
deende a formação adequada do reço de custo unitário de
cada roduto, assim como a gestão mais aroriada da relação
entre os orçamentos das áreas e dos deartamentos da emresa.
41
Se uma indústria roduz 30 tios diferentes de rodutos e não
realiza rateios criteriosos de seus custos indiretos, or exemlo,
é ossível que esteja onerando mais determinados itens em
detrimento de outros. O dimensionamento correto dos custos
xos e variáveis, como já mencionamos, é essencial ara que se
ossa realizar rojeções corretas da rodução e dos retornos
or ela roorcionados. É imortante estar atento, sobretudo,
à reresentatividade dos custos xos, cuja articiação er-
centual reduz à medida que a rodução aumenta.
2.2.2 Desesas
Com base nos elementos até aqui aresentados, é ossível er-
cebermos que os custos aresentam uma característica imor-
tante: eles não roduzem redução do atrimônio. Quando
alocamos o gasto com energia ao roduto, esse ativo nãodesaarece do nosso balanço: aenas é transferido ao roduto.
O mesmo se ode dizer da matéria-rima – a menos, é claro,
que haja erdas signicativas no seu aroveitamento.
As despesasdespesas , contrariamente, imactam diretamente o atri-
mônio. De forma geral, odemos dizer que elas reresentam
todos os gastos realizados ara a manutenção das atividades
administrativas e de gestão da emresa, não aresentando
relação direta ou indireta com os bens roduzidos ou os ser-
viços restados.
Além dos gastos na esfera administrativa, também são rere-
sentativos desse gruo os gastos realizados na comercialização
dos rodutos ou serviços. As ações demarketing , sobretudo
nas grandes emresas, comrometem recursos consideráveis
do orçamento emresarial.
Finalmente, temos as desesas com nanciamento, que inte-
ressam mais articularmente ao gestor nanceiro. Como nem
42
semre as emresas ossuem caital sobrando ara investir
no desenvolvimento de novos rodutos e na exansão de suas
atividades, quase semre recorrem ao mercado, onerando seus
uxos de caixa e comrometendo arte de sua rentabilidade.
De acordo com a estrutura da DRE, regulada ela Lei nº 6.404,
de 15 de dezembro de 1976 (Brasil, 1976), e elo pronunciamento
Técnico CpC (CpC, ), as desesas devem ser alocadas
nos seguintes gruos:
• Desesas Oeracionais (vendas e administrativas);
• Outras Desesas;
• Desesas Financeiras.
Figura . – Custos e desesas
Gastos com a produção
de bens e serviços
Gastos com a administração da
entidade (empresa)
Custos
Despesas Operacionais
(Vendas e Administrativas)
Outras Despesas
Despesas Financeiras
Assim como os custos, as desesas também odem ser clas-
sicadas em fixasfixas e variáveisvariáveis. Insistimos nessa característica,
que é comum aos dois tios de gastos, ois ela é imortante
ara a elaboração do orçamento e do uxo de caixa rojetado,
relatórios que estudaremos nos caítulos seguintes.
43
2.2.3 Investimentos
Além dos custos e das desesas, as emresas realizam com
muita frequência um terceiro tio de gasto: os investimentosinvestimentos.
Eles reresentam os gastos realizados com infraestrutura,
tecnologia, esquisa e desenvolvimento de novos rodutos,
construção de novas unidades, aquisição de ativo imobilizado,
entre outros.
Tais gastos não ocorrem em todos os exercícios nanceiros,
mas, em geral, comrometem arcela exressiva do caital
disonível. por essa razão, é imortante que o gestor nanceiro
acomanhe de erto as oerações de investimento, buscando
semre analisá-las sob a ersectiva do custo-benefício. Ao se
investir em um novo ativo, o gasto deve necessariamente gerar
retornos a longo razo. A remuneração ou a comensação
elo caital investido deve ser bem dimensionada no temo.
É imortante semre analisar se o sacrifício nanceiro rea-
lizado não comrometerá a manutenção das atividades que já
estão dando retorno ara a emresa. Também é recomendável
muita cautela na hora de fazer rojeções: elas são imrescin-
díveis ara qualquer tio de negócio, mas crer que elas se
concretizarão tal qual foram lanejadas é ilusão.
Um bom emreendedor deve ousar, acreditar em sua intuição e
agir de forma otimista, mas não ode nunca se esquecer do rin-
cíio contábil do conservadorismo (Resolução nº ., de de
maio de 2010, do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, 2010),
o qual reconiza que as receitas devem semre ser subestimadas
e os gastos, suerestimados. Esse ensinamento não deixa de ser
útil também ara a nossa vida nanceira essoal.
Agora que você já arendeu todos os conceitos, veja se
é caaz de rerisá-los aenas observando a gura a seguir,
sem o auxílio dos conteúdos vistos nas áginas anteriores.
44
Figura . – Custos, desesas e investimentos
GastosGastos
CustosCustos
Custos
diretos
Custos
indiretos
Custos
xos
Custos
variáveis
Custos
híbridos
DespesasDespesas
Despesas xas
Despesas variáveis
Despesas
(nanceiras,
administrativas,
comerciais e outras
despesas)
InvestimentosInvestimentos
Infraestrutura
Pesquisa e
desenvolvimento
Tecnologia
Novos ativos
EXERCÍCIO RESOLVIDOEXERCÍCIO RESOLVIDO
Esoradicamente, as emresas comrometem recursos
nanceiros realizando investimentos que só roorcionarão
retornos no longo razo. por que é imortante a articiação
do gestor nanceiro nessas circunstâncias?
Resosta:
Cabe ao gestor nanceiro, nessas ocasiões, realizar uma aná-
lise de custo-benefício desses investimentos, levando em conta
o temo necessário ara que o caital investido seja adequada-
mente remunerado. Embora outros rossionais ossam fazer
essa análise, a articiação do gestor nanceiro nessas circuns-
tâncias é muito imortante. No lano teórico, ele é o rossio-
nal mais caacitado ara realizar análises de investimentos.
45
Síntese
Neste caítulo, você arendeu que existe uma classicação
ara todos os gastos realizados ela emresa. Quando esses
gastos estão relacionados com a rodução ou com a restação
de serviços, são denominados custos. Quando estão relaciona-
dos às atividades de gestão ou aos gastos comerciais e nan-
ceiros, são denominadosdespesas. Alémdessas duas categorias,
existem ainda os gastos necessários à manutenção da come-
titividade da emresa, denominados investimentos. Com esses
conceitos, além dos que já foram aresentados no caítulo
anterior, você já tem os subsídios necessários ara assar à
arte rática do nosso livro, que será aresentada nos róxi-
mos caítulos.
Questões ara revisão
. Os gastos realizados elas emresas odem ser divididos
em três grandes categorias. Quais são elas?
. Qual é a diferença entre custos diretos e indiretos?
. Assinale a oção correta, de acordo com a seguinte denição:
São gastos que odem ser aroriados ao roduto sem
a necessidade de rateio.
a) Custos diretos.
b) Custos variáveis.
c) Custos híbridos.
d) Custos genéricos.
. Em relação aos custos variáveis, é correto armar:
a) Quanto maior a rodução, menor o disêndio com tais
gastos.
b) Variam na roorção do volume roduzido.
46
c) Mesmo quando a rodução é igual a zero, ainda é ossível
calcular o custo variável.
d) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
. Numere a coluna das variáveis de acordo com a sua clas-
sicação e, a seguir, assinale a alternativa que aresenta
a sequência correta:
. Custos
. Investimentos
. Desesas
( ) Diretos(as)
( ) Comerciais
( ) Tecnológicos(as)
( ) Novos ativos
( ) Administrativos(as)
a) – – – –
b) – – – –
c) – – – –
d) – – – –
para saber mais
Se você tem interesse em arofundar seus conhecimentos
sobre os vários tios de gastos e como eles se relacionam com
os métodos de custeio utilizados elas emresas, consulte:
CRUZ, J. A. W.Gestão deGestão de custoscustos: ersectivas e funcionalidades.
Curitiba: Ibex, 2011.
3Orçamento empresarial
Conteúdos do capítuloConteúdos do capítulo
• Contexto geral do orçamento.
• Orçamento e planejamento estratégico.
• Estrutura do orçamento empresarial.
• Orçamento empresarial e Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE).
• Orçamento empresarial e gestão nanceira.
• Limitações do orçamento empresarial.
Após o estudo deste capítulo, você será capaz Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:de:
1. entender o conceito de orçamento;
2. compreender as relações do processo orçamentário com o
planejamento estratégico;
3. elaborar a estrutura de um orçamento empresarial;
4. perceber a relação existente entre orçamento empresarial e
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
5. entender a importância do processo orçamentário para a
gestão nanceira;
6. identicar as limitações do orçamento empresarial.
49
3.1 Contexto geral do orçamento
Muitos conceitos da administração nanceira odem ser ali-
cados em nossa vida essoal. Assim como as essoas jurídicas,
também movimentamos recursos nanceiros, temos um uxo
de caixa – ainda que não o elaboremos de forma estruturada –
e, ao longo do temo, acumulamos atrimônio.
Se observarmos as semelhanças existentes entre a admi-
nistração nanceira raticada elas essoas físicas e a que é
executada no âmbito emresarial, comreenderemos com mais
facilidade o conceito deorçamentoorçamento. Quem laneja minimamente
a rória vida nanceira não realiza negócios com reexos a
longo razo – tais como a aquisição de um veículo ou de um
imóvel nanciado – sem antes avaliar a sua caacidade essoal
de agamento. Em geral, decisões dessa natureza são recedi-
das de um estudo révio que analisa uma revisão de todas as
receitas e desesas ara o eríodo comreendido elo nan-
ciamento. Algumas essoas são mais otimistas em relação às
50
ossibilidades de ganho futuro; outras, mais conservadoras.
No entanto, é difícil encontrar alguém que não faça cálculos
e rojeções antes de tomar uma decisão de investimento ou
de aquisição de ativos.
Quando fazemos rojeções como essas, ainda que suerciais,
elaboramos um orçamento rojetado, isto é, elencamos todas
as nossas ossíveis fontes de receitas futuras, ao mesmo temo
que revemos nossas desesas, a m de comarar ambas e che-
gar a um resultado que ode ser ositivo ou negativo.
O orçamento emresarial não é muito diferente do rocesso
que realizamos em nossa vida essoal. Em termos objetivos,
odemos conceituá-lo como um instrumento de controle e plane- um instrumento de controle e plane-
jamen jamento dto das ras receiteceitas as e doe dos gas gastos stos (custos (custos + de+ despesaspesas + s + investiminvestimentos),entos),
com vistas à projeção de um resultado futurocom vistas à projeção de um resultado futuro .
3.2 Orçamento e lanejamento estratégico
Quando aramos ara rojetar nossas vendas e, or meio delas,
os gastos necessários ara viabilizar nossas rojeções, indi-
retamente estamos elaborando também nosso planejamentoplanejamento
estratégicoestratégico .
O rocesso de elaboração de um orçamento, em emresas de
equeno, médio ou grande orte, semre começa com a ro-
jeção do volume de vendas. Geralmente, essa tarefa é desem-
enhada elo setor comercial (ou de marketing), que dene
metas de faturamento ara determinado eríodo – 6 meses ou12 meses, or exemlo. Há várias formas de segmentar essa
rojeção: or linhas de rodutos, or regiões de atuação da
emresa etc. O imortante é estabelecer uma meta que ossa
ser traduzida em termos numéricos.
para se chegar aos valores monetários, é reciso denir
o volume de vendas ara cada tio de roduto comerciali-
zado ela emresa. No setor de serviços, também é ossível
51
realizar essa rojeção, multilicando-se o valor do serviço
restado ela demanda eserada. A denição do volume de
vendas, ou, em outras alavras, doorçamento de vendasorçamento de vendas , serve de
baliza ara a elaboração dos demais orçamentos da emresa.
Isso ocorre or um motivo muito lógico: ara se estabelecer
a quantidade de matéria-rima que será necessário adquirir, no
caso das emresas industriais, ou o volume de mercadorias a
serem comradas, nas emresas comerciais, ou os desembolsos
com custos de rodução, com desesas oeracionais e outras
variáveis, é imrescindível começar ela elaboração do orça-
mento de vendas. É ele que vai nortear e, ao mesmo temo, esta-
belecer os limites ara a elaboração dos outros orçamentos, ois
dele deriva uma informação essencial: ademanda do mercadodemanda do mercado
elos serviços ou rodutos oferecidos ela emresa.
Assim, or meio do orçamento de vendas, a emresa ode
elaborar, deendendo da esecicidade de cada tio de negó-
cio, vários tios de orçamento, tais como:
• de custos;
• de caixa;
• de rodução;
• de matéria-rima;
• de comras;
• de desesas;
• de caitais;
• scal.
Como o objetivo maior de qualquer entidade é a obtenção
de lucro, a m de oder garantir sua continuidade e o aten-
dimento de outras demandas sociais, os vários orçamentos
devem ser integrados ara que a emresa ossa vislumbrar
um resultado rojetado. Se o objetivo rincial for a rojeção
52
de um resultado futuro, a integração dos vários tios de
orçamento só oderá ocorrer or meio da Demonstração do
Resultado do Exercício (DRE). Anal, é esse relatório contábil
que aresenta o resultado econômico da entidade.
Se os vários orçamentos forem aresentados de forma inte-
grada na DRE, é imortante que os relatórios utilizem as mes-
mas contas do plano de Contas Contábil. Tal cuidado evita
retrabalho e diminui consideravelmente as chances de ocor-
rerem erros de lançamento. Se reetirmos um ouco sobre
a integração dos vários tios de orçamento com o resultado
rojetado da emresa, erceberemos que o rocesso de elabo-
ração desses relatórios acaba sendo mais imortante do que
os relatórios em si, isto é, o trabalho de se debruçar sobre os
dados, fazer cálculos, estimativas e rojeções contribui ara
que o gestor ense sobre o seu rório negócio.
O orçamentocontribui de forma direta para o processo de planeja-O orçamento contribui de forma direta para o processo de planeja-
mento estratégico da empresa.mento estratégico da empresa. Direta ou indiretamente, ele serve
ara o estabelecimento de objetivos, ara a denição de lanos
de ação e ara a integração dos vários setores envolvidos em
sua elaboração.
É claro que o envolvimento e a articiação de todos são
imrescindíveis ara que esses objetivos sejam alcançados.
Aos gestores resonsáveis, então, cabe a tarefa de estimular
o comrometimento de cada articiante, valorizando todos
os esforços individuais na sua execução.
PERGUNTAS & RESPOSTASPERGUNTAS & RESPOSTAS
por que odemos armar que os vários tios de orçamento
são sintetizados na DRE?
O objetivo rincial de todo o trabalho orçamentário é esti-
mar receitas e gastos com vistas à rojeção de resultados
53
futuros. Como a DRE é o relatório contábil que, or excelên-
cia, exressa o resultado econômico da entidade, é natural
que sua estrutura seja utilizada ara sintetizar os vários
relatórios orçamentários.
3.3 Orçamento em equenas e médiasemresas
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE (), de cada novas emresas abertas
no Brasil, 24 fecham no rimeiro ano de existência. Embora
esse índice já tenha sido maior no assado, é surreendente
que um em cada quatro emreendimentos que se iniciam em
nosso aís não asse do rimeiro ano de existência. De acordo
com o mesmo estudo, as chances de insucesso elevam-se con-
sideravelmente na roorção inversa do tamanho do negócio:quanto menor ele é, maiores são as chances de fracasso.
São inúmeras as razões que justicam a elevada taxa de insu-
cesso dos novos emreendimentos em nosso aís. Contribuem
ara esse fenômeno o desrearo dos nossos emreendedo-
res, as instabilidades da nossa legislação tributária, a falta
de aoio governamental às equenas emresas, entre outros
fatores. Entre as causas que historicamente têm inviabilizado
o desenvolvimento do emreendedorismo no Brasil, destaca-se
a relutância dos novos e equenos emresários em alicar
técnicas elementares de administração no lanejamento de
seus negócios.
Entre todas as ferramentas existentes, o orçamento empresa-o orçamento empresa-
rial é uma das mais úteis para quem está inicianrial é uma das mais úteis para quem está inician do um novo negóciodo um novo negócio . Se
todos os novos emreendedores se dessem ao trabalho de reali-
zar um estudo sobre suas reais futuras ossibilidades de venda
dentro do mercado em que retendem atuar, identicariam
54
com mais clareza o seu onto de equilíbrio. Uma iniciativa sim-
les como essa ermitiria calcular a dimensão dos gastos que
o novo emreendimento oderia suortar e, rincialmente,
a dimensão do retorno que a nova atividade oderia roor-
cionar. Além disso, o orçamento emresarial é imortante
também ara as equenas e médias emresas que já entraram
em funcionamento e recisam, cotidianamente, tomar decisõesde investimento em novos rodutos ou em novos mercados.
Enm, lanejar, or meio da análise dos ambientes interno
e externo, acaba sendo, em última instância, um fator decisivo
ara qualquer emresa, seja qual for o seu tamanho. Nessa
tarefa, ganham destaque indiscutível as técnicas do orçamento
emresarial. Se você já está convicto disso, já deu o rimeiro
asso em direção ao sucesso.
3.4 Estrutura do orçamento emresarial
para Guindani et al. (2011, . 76), o orçamento alicado às orga-
nizações rivadas tem como rincial objetivo a imlemen-
tação dos rogramas do lanejamento estratégico, sugerindo
a utilização de um rocesso administrativo contínuo de longo
desenvolvimento. por meio de estudos e análises, determi-
nam-se objetivos esecícos; estes são direcionados a metas
com datas reestabelecidas, que assam a ser interreta-
das como deadlines , ou seja, datas limitadas ara alcance de
objetivos, que serão analisados e reavaliados osteriormente,
gerando um rocesso de maturação, execução e análise, con-
forme as etaas descritas na Figura ..
55
Figura . – Etaas do rocesso orçamentário
Elaboração Discussão Aprovação Execução Análise Reavaliação
F: Guindani et al., , . .
Em geral, os orçamentos são elaborados ara um único exer-
cício nanceiro, o que, na maioria das emresas, corresonde
ao ano civil (de janeiro a dezembro). Deendendo da esecici-
dade do negócio, no entanto, sua abrangência ode corresonder
à duração de determinado rojeto. Isso ocorre com frequênciaem emreendimentos de grande orte, que se dedicam durante
um longo eríodo à execução de uma única obra, como costuma
ser o caso da construção civil e da indústria naval.
Como já comentamos, a elaboração do orçamento é uma
tarefa que envolve todos os setores da emresa. Normalmente,
esse trabalho é suervisionado ela controladoria. Cada setor,
orém, dentro da sua esecialidade, elabora o seu orçamento.
Assim, em geral, o deartamento comercial ou demarketing
elabora o orçamento de vendas; o deartamento nanceiro
roduz o orçamento de caixa e assim sucessivamente.
A estrutura básica dos vários orçamentos é muito semelhante.
Em linguagem mais simles, o orçamento nada mais é do que
uma rojeção dos eventos futuros (volume de vendas, desesas,
custos, necessidade de matéria-rima, entre outros), ertinentes
56
Quadro . – Orçamento de vendas
Orçamento de vendasOrçamento de vendas
Período 1Período 1
PrPrevevisistoto ReRealalizizadadoo DiDifefererençnçaa
Produto A
Produto B
Produto C Qtde. vendida X Preço de venda
Produto D
Produto E
TotalTotal
No orçamento de vendas (ver Quadro 3.1), or exemlo, faze-
mos uma rojeção de vendas ara todos os rodutos comer-
cializados ela emresa. A quantidade vendida, multilicada
elo reço unitário rojetado de venda, resulta no número que
corresonderá ao faturamento global.
Na estrutura de todos os orçamentos elaborados ela
emresa, é muito imortante que os números revistos sejam
cotejados com os efetivamente realizados: quando comara-
mos os números orçados com os números reais, obtemos uma
base de dados extremamente rica em detalhes ara que reita-
mos sobre a realidade da organização. Esses dados nos auxi-
liam a ensar sobre o desemenho de cada setor, as falhas
individuais e as variáveis internas e externas que contribuíram
ara o resultado global atingido.
Muitos gestores consideram que os benefícios do rocesso
orçamentário não comensam o trabalho e o gasto necessá-
rios ara imlementá-lo. É reciso, no entanto, encarar tais
gastos (bem como o temo desendido ara desenvolver esse
ao negócio em questão, ara um eríodo esecíco de temo
(em geral um ano; o eríodo ode ser menor ou maior, deen-
dendo da necessidade de cada tio de negócio).
57
rocesso) como um investimento em esquisa e lanejamento,
que tem valor inestimável ara o crescimento da emresa.
Cada etaa do rocesso traz um número considerável
de questionamentos, que obriga o gestor a reensar o seu
rório negócio. Seja artindo de dados históricos ara reali-
zar as rojeções, seja artindo de um orçamento de base zero,
em que se reensa tudo, os resonsáveis elo rocesso são
obrigados a tomar decisões de extrema imortância ara a
continuidade do negócio.
Entre todos os orçamentos, aquele que traz maiores desaos
ara o analista é o orçamento de vendas. Os demais acabam
condicionados a ele. para se elaborar o orçamento de ven-
das, é necessário rever as ossíveis oscilações e incertezas
do mercado. Internamente, é reciso estudar com cuidado a
caacidade da estrutura organizacional de atender à demanda
revista. Já no que diz reseito ao ambiente externo, é imor-
tante realizar uma análise de caráter mais abrangente, que
contemle estudos de macroeconomia, de olíticasúblicas,
de mudanças na área tributária etc.
Os demais orçamentos acabam semre condicionados às
revisões de venda. É claro que cada um aresenta, também,
o seu grau de imrevisibilidade. O orçamento de rodução, or
exemlo, no caso das emresas industriais, recisa rever com
certo rigor a viabilidade estrutural de se roduzir a demanda
rojetada e a disonibilidade de tecnologia e mão de obra.
Além das diculdades imostas a cada setor, há o asecto
da integração, que não ode ser desrezado. Se o orçamento
de rodução concluir que a caacidade instalada não é su-
ciente ara atender à demanda rojetada, investimentos em
maquinário terão de ser realizados no curto razo. Nesse caso,
ocorrerão imactos óbvios nos orçamentos de caital e de caixa.
58
Enm, a segregação or setor é necessária ara a viabilização
do trabalho, mas o norte de todo o rocesso é o resultado global.
Como temero a toda essa série de ações que o rocesso
orçamentário desencadeia, temos um dos fatores que, ela sua
imortância, ode comrometer todo o trabalho. Trata-se da e-
xibilidade. Sim, infelizmente mudanças odem acontecer, tanto
no cenário interno quanto no externo. portanto,o orçamento nãoo orçamento não
pode ser engessado a ponto de não aceitar readequaçõespode ser engessado a ponto de não aceitar readequações. Mudanças de
rumo devem ser admitidas ao longo de todo o rocesso.
3.5 Orçamento emresarial e Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE)
Como já mencionamos, todo o rocesso orçamentário visa à roje-
ção de um resultado futuro, que em termos econômicos é reresen-
tado ela Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Aenas
ara ilustrar, vale lembrar que a DRE, or meio do pronunciamento
Técnico CpC , assou a ter a estrutura mostrada a seguir.
Quadro . – Demonstração do Resultado do Exercício
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
1 RECEITA OPERACIONAL BRUTA – ROB (1.1 + 1.2)
1.1 Venda de Mercadorias
1.2 Serviços Prestados
2 (-) CUSTOS DAS MERCADORIAS VENDIDAS/SERVIÇOS PRESTADOS
3 (=) LUCRO BRUTO (1 - 2)
4 (-) DESPESAS OPERACIONAIS (4.1 + 4.2 + 4.3)
4.1 Despesas com Vendas
4.2 Despesas Administrativas
5 (+) OUTRAS RECEITAS
6 (-) OUTRAS DESPESAS
7 (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO (3 - 4 + 5 - 6)
8 (+/-) RESULTADO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
9 (=) LUCRO ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO (7 +/- 8)
(continua)
59
10 (+) RECEITAS FINANCEIRAS
11 (-) DESPESAS FINANCEIRAS
12 (+/-) VARIAÇÕES MONETÁRIAS E CAMBIAIS LÍQUIDAS
13 (+/-) GANHOS E PERDAS COM DERIVATIVOS
14 (=) LUCRO ANTES DA TRIBUTAÇÃO SOBRE O RESULTADO
(9 + 10 - 11 +/- 12 +/- 13)
15 (-) TRIBUTOS SOBRE O LUCRO
16 (=) LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO (14 - 15)
17 LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO
17.1 Ações Preferenciais
17.2 Ações Ordinárias
F: Cruz; Andrich; Mugnai ni, , . .
Todas as eças do orçamento, nesse sentido, devem ser
unidas de forma que a emresa tenha uma revisão desse
resultado. No Quadro ., você ode ter uma visão de como
isso ocorre.
Quadro . – Resultado econômico e orçamentos
DREDRE
Período 1Período 1
PPrreevviissttoo RReeaalliizzaaddoo DDiiffeerreennçaça
– RECEITA OPERACIONAL BRUTA – RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Venda de mercadorias
– DEDUÇÕES – DEDUÇÕES
Impostos
– CUSTO DAS MERCADORIAS – CUSTO DAS MERCADORIAS
VENDIDASVENDIDAS
– LUCRO BRUTO – LUCRO BRUTO
– DESPESAS OPERACIONAIS – DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas com Vendas
Despesas Administrativas
– LUCRO OPERACIONAL – LUCRO OPERACIONAL
– LUCRO ANTES DO IR E DA CSLL – LUCRO ANTES DO IR E DA CSLL
IRPJ
CLSS
– LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO – LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO
Orçamento de custos
Orçamento de rodução
Orçamento de matérias-rimas
Orçamento de comras
Orçamento de vendas
Orçamento de desesas
Orçamento scal
(Quadro 3.2 – conclusão)
60
Obviamente, montar todo esse quebra-cabeça não é tarefa fácil;
mas entender sua lógica é. Como você ôde ver no quadro ante-
rior, as várias eças do orçamento são elaboradas com o objetivo
nal de comor o resultado rojetado de determinado eríodo.
Na DRE, odemos ter uma visão consolidada de todo o rocesso.
É imortante lembrar que é ossível alicar sobre a DRE orçamen-
tária todas as técnicas de análise de balanço utilizadas no relatórioreal, o que roorciona uma gama enorme de informações ara
que a análise do rocesso ossa ser realizada.
PERGUNTAS & RESPOSTASPERGUNTAS & RESPOSTAS
por que é imortante aresentar nos relatórios de orçamento
os números revistos e reais?
Todas as revisões do orçamento são realizadas com base em
análises criteriosas das variáveis internas e externas. Dados
históricos também são utilizados como arâmetros ara a
comosição dos valores rojetados. Nesse sentido, se algo
não saiu como eserado, é necessário diagnosticar o que
deu errado. Se todas as eças do orçamento evidenciarem
com clareza os números revistos e os efetivamente
realizados, identicaremos com muito mais facilidade o foco
do roblema, ou, caso a surresa seja ositiva, o foco da
oortunidade.
3.6 Orçamento emresarial e gestão nanceira
É imortante novamente lembrar que a DRE é um relatório eco-
nômico, isto é, não se ode medir or meio dela o resultado nan-
ceiro da emresa, que se traduz ela diferença entre as entradas
e as saídas de caixa em determinado eríodo. Um exercício ode
terminar com lucro econômico, mas com rejuízo nanceiro.
61
Figura . – DRE e orçamento
• Vendas
• Comras
• produção
• Fiscal• Outros
• Receitas
• Custos
• Desesas
• Gestão orçamentária
Orçamentos Caixa
DRE
por essa razão, o orçamento de caixa é uma das rinciais eças
orçamentárias. Todo o lanejamento erde o sentido se a emresa
não tiver fôlego nanceiro ara suortar a demanda rojetada.
Se as exectativas de crescimento exigirem o aumento do
caital de giro, é reciso que o gestor nanceiro se antecie às
necessidades, buscando no mercado as oções de catação derecursos menos onerosas. A elaboração do orçamento de caixa,
ou elo menos o exame criterioso dos números nele aresentados,
é tarefa do gestor nanceiro e constitui-se em condição essencial
ara a execução de tudo o que foi rojetado no orçamento.
Veja no Quadro . um modelo da estrutura do orçamento
de caixa.
Quadro . – Orçamento de caixa
Orçamento de caixaOrçamento de caixa Período 1Período 1
PPrreevviissttoo RReeaalliizzaaddoo DDiiffeerreennççaa
ENTRADASENTRADAS
Vendas à Vista
Recebimento de Vendas a Prazo
Empréstimos
Aportes de Capital
Outras Entradas
(continua)
62
Orçamento de caixaOrçamento de caixa Período 1Período 1PPrreevviissttoo RReeaalliizzaaddoo DDiiffeerreennççaa
SAÍDASSAÍDAS
Fornecedores
Salários
Encargos Sociais
Impostos
Despesas Gerais
Despesas Financeiras
Outras Saídas
SALDO FINAL DE CAIXASALDO FINAL DE CAIXA
Total
Embora seja bastante simles, ois não assa de uma
demonstração das entradas e saídas de caixa revistas ela
emresa, o orçamento de caixa (ou uxo de caixa rojetado),
assim como a DRE, reresenta um resumo do rocesso orça-
mentário. Enquanto a DRE se caracteriza or ser a síntese eco-
nômica desse rocesso, o orçamento de caixa exressa o resul-
tado nanceiro de todo o trabalho desenvolvido.
3.7 Orçamento emresarial: limitações
e críticas
Não há dúvidas de que o orçamento emresarial é uma das
rinciais ferramentas de controle e lanejamento nas organi-
zações. Contudo, ele não está livre de críticas. Algumas das suas
limitações são destacadas or padoveze (, . ):
• engessamento na estruturação de objetivos e metas;
• falta de alinhamento, em muitos casos, com as tecnologias
da informação;
• diculdades ara acomanhar a dinâmica do mercado;
(Quadro 3.4 – conclusão)
63
• diculdades ara estimar eríodos voláteis e sazonais
ara algunssetores esecícos;
• elevado consumo de recursos e de temo, em alguns
casos;
• estímulo à cometição excessiva no ambiente
organizacional;
• reforço às barreiras deartamentais.
As críticas ao rocesso orçamentário não anulam, obvia-
mente, os inúmeros benefícios trazidos or esse trabalho ara
o aumento da eciência organizacional. Ter consciência de
suas limitações contribui, no entanto, ara que o gestor tente
minimizá-las ao longo do rocesso.
É reciso que você tenha em mente que a rincial contri-
buição do rocesso orçamentário, em si, não está nos números
roduzidos elos diversos setores da emresa, mas no fato
de que indiretamente ele semre estará instigando todas as
essoas envolvidas a trabalhar or sua realização.
Síntese
Neste caítulo, você viu que orçamento e lanejamento estra-
tégico são dois rocessos que se comlementam. Também
ôde erceber a imortância da elaboração do orçamento em
emresas de todos os ortes, inclusive nas que estão iniciando
suas atividades, e conhecer a estrutura básica dos relatórios
de orçamento e a relação de todos eles com a DRE. Além disso,descobriu a imortância da elaboração do orçamento de caixa
ara a saúde nanceira da emresa e identicou algumas limi-
tações inerentes ao rocesso orçamentário.
No róximo caítulo, você conhecerá a rincial ferramenta
do gestor nanceiro: o uxo de caixa.
64
Questões ara revisão
. por que o orçamento é imortante ara o lanejamento estra-
tégico da emresa?
. Qual é a imortância da alicação dos conceitos do orça-
mento emresarial em emresas de equeno orte que estão
iniciando suas atividades?
. Assinale a alternativa correta:
a) O objetivo rincial de todo o trabalho orçamentário é
o de estimar receitas e gastos com vistas à rojeção de
resultados futuros.
b) A integração dos orçamentos não é aconselhável, ois cada
setor deve realizar as suas rojeções com indeendência.
c) O orçamento não traz contribuições ara o lanejamento
estratégico da emresa.
d)Arovação, execução e desistência são etaas do rocessoorçamentário.
. Analise as armações a seguir e marque (V) ara as verda-
deiras ou (F) ara as falsas. Deois, assinale a alternativa
que aresenta a sequência correta:
( ) A Demostração do Resultado do Exercício (DRE) é um
relatório nanceiro.
( ) Em matéria orçamentária, é imortante comarar
os números revistos com os efetivamente realizados.
( ) Resultados econômicos ositivos imlicam, neces-sariamente, lucro nanceiro.
( ) O orçamento de caixa é uma das rinciais eças
orçamentárias.
( ) O elevado consumo de recursos e de temo é uma
limitação do rocesso orçamentário
a) F – V – V – F – F
b) V – F – F – V – V
65
c) F – V – F – V – V
d) F – F – F – V – V
. Sobre o orçamento de vendas, é correto armar:
a) Tem ouca imortância dentro do rocesso orçamentário.
b) Normalmente é elaborado com a colaboração do setor
contábil.
c) Difere de todos os outros orçamentos, que estão con-
dicionados ao orçamento de vendas.
d)As mudanças nos cenários interno e externo não o afetam,
tendo em vista a rigidez de sua estrutura.
para saber mais
para arofundar seus conhecimentos sobre orçamento emre-
sarial, consulte as seguintes obras:
GUINDANI, A. A. et al. Planejamento estratégico orçamentário Planejamento estratégico orçamentário .Curitiba: Ibex, 2011.
LUNKES, R. J. Manual de orçamentoManual de orçamento . 2. ed. São paulo: Atlas, 2007.
pADOVEZE, C. L.Controladoria avançadaControladoria avançada . São paulo: Thomson,
2005.
Fluxo de caixa 4
Conteúdos do capítuloConteúdos do capítulo
• Diferenças entre Demonstração dos Fluxos de Caixa
(DFC), uxo de caixa projetado e orçamento de caixa.
• Conceito de uxo de caixa.
• Importância do uxo de caixa na administração
nanceira.
• Estrutura do uxo de caixa.
Após o estudo deste capítulo, você será capaz Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:de:
1. identicar as diferenças entre Demonstração dos Fluxos
de Caixa (DFC) e uxo de caixa projetado;
2. elaborar um uxo de caixa projetado.
69
4.1 Contexto geral do uxo de caixa
De forma sintética, no caítulo anterior, conceituamos o uxo
de caixa (ou orçamento de caixa) como uma demonstração das
entradas e saídas de disonibilidades revistas ela emresa
ara determinado eríodo. Como o uxo de caixa reresenta
a rincial ferramenta de gestão e controle da administração
nanceira, dedicaremos todo este caítulo à tarefa de aresen-
tar e discutir os asectos essenciais dessa ferramenta.
Veremos também neste caítulo que há uma diferença fun-
damental entre os relatórios que são rojetados (uxo ou orça-mento de caixa) e a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC),
um relatório ocial que deve fazer arte das demonstrações
nanceiras de todas as emresas, exceto daquelas que tiverem
atrimônio líquido inferior a R$ 2 milhões. Elaborada com base
no Balanço patrimonial (Bp) e na Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE), a DFC também sintetiza as entradas e saídas de
caixa, orém se reorta ao assado, ao invés de fazer rojeções.
70
Embora esses relatórios se diferenciem no asecto temo-
ral, na essência, e sob o onto de vista estrutural, são bem
semelhantes, uma vez que traduzem a situação nanceira da
entidade (rojetada ou realizada).
Orçamento de caixa DFCFluxo de caixa
O onto em comum entre essas demonstrações é a oção
elo regime de caixa ara a aresentação do resultado de deter-
minado eríodo. É bom lembrar que outros relatórios contábeis
relevantes ara a análise do desemenho das emresas, como
o Bp e a DRE, obedecem ao regime de cometência. Ainda que
também seja ossível realizar uma análise nanceira or meio
desses relatórios, maior destaque é dado or eles à situação
atrimonial e ao resultado econômico da emresa.
Na sequência, vamos abordar searadamente essas demons-
trações, ara que você ossa entender melhor esses conceitos.
4.2 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
A DFC passou a ser obrigatória no Brasil por A DFC passou a ser obrigatória no Brasil por meio da Lei nº ., de demeio da Lei nº ., de de
dezembro de (Brasil, )dezembro de (Brasil, ). Embora muitas emresas já a utili-
zassem antes, a legislação que tornou obrigatória a sua ublica-
ção, em substituição à Demonstração das Origens e Alicações
de Recursos (Doar), reresentou um grande avanço, que trouxe
benefícios rincialmente ara os analistas da área nanceira.
Segundo Iudícibus et al. (, . ),
O objetivo rimário da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
é rover informações relevantes sobre os agamentos e recebi-
mentos, em dinheiro, de uma emresa, ocorridos durante um
determinado eríodo, e com isso ajudar os usuários das demons-
trações contábeis na análise da caacidade da entidade de gerar
caixa e equivalentes de caixa, bem como suas necessidades ara
utilizar esses uxos de caixa.
71
Sob o onto de vista estrutural, a DFC é muito mais simles do
que a Doar. por meio das demonstrações que foram geradas elo
regime de cometência (Bp e DRE), convertidas ara o regime
de caixa, ela é caaz de revelar detalhes imortantes, tais como:
• or que a emresa obteve lucro contábil, mas não tem
dinheiro em caixa;
• or que, numa situação inversa, há sobra de diso-
nibilidades se o resultado contábil foi negativo;
• a caacidade da emresa ara gerar uxos ositivos de
caixa;
• a caacidade de agamento;
• a taxa de conversão do lucro em caixa;
• a recisão das revisões nanceiras realizadas no assado;
• os investimentos realizados em imobilizado;
• os aortes de caital realizados e suas srcens;
• os dividendos agos.
4.3 Métodos de elaboração da DFC
A DFC ode ser elaborada elos métodos diretodireto ou indiretoindireto .
Indeendentementeda oção que se faça, sua estrutura básica
está dividida em três artes, como ode ser visto na Figura 4.1.
Figura . – Estrutura básica da DFC
Atividades Operacionais
Atividades de Investimento
Atividades de Financiamento
F: Cruz; Andrich; Mugna ini, , . .
por meio dessa estrutura, são segregadas as oerações rela-
cionadas às:
72
• atividades operacionaisatividades operacionais : comra e venda, agamento de
salários, de encargos, de fornecedores, de imostos, entre
outros;
• atividades de investimentoatividades de investimento : entradas e saídas associadas
à comra e venda de imobilizado; e
• atividades de financiamentoatividades de financiamento : oerações de emréstimo,
aortes de caital rório, venda de ações, agamento
de dividendos, entre outros.
pelo método direto, arte-se da receita com vendas à vista. No
modelo resumido no Quadro 4.1, odemos ter uma ideia da estru-
tura da DFC elaborada or meio da alicação do método direto.
Quadro . – DFC: método direto
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXADEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
AATTIIVVIIDDAADDEES S OOPPEERRAACCIIOONNAAIISS RR$$
Recebimento de clientes
Recebimento de juros
Duplicatas descontadas
Pagamentos
A fornecedores
De impostos
De salários
De juros
De despesas antecipadas
Caixa Líquido Consumido nas Atividades OperacionaisCaixa Líquido Consumido nas Atividades Operacionais
AATTIIVVIIDDAADDEES S DDE E IINNVVEESSTTIIMMEENNTTOO RR$$
Recebimento pela venda de imobilizado
Pagamento pela compra de imobilizado
Caixa Líquido Consumido nas Atividades de InvestimentoCaixa Líquido Consumido nas Atividades de Investimento
AATTIIVVIIDDAADDEES S DDE E FFIINNAANNCCIIAAMMEENNTTOO RR$$
Aumento de capital
(continua)
73
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXADEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
Empréstimos de curto prazo
Pagamentos de dividendos
Caixa Líquido Gerado nas Atividades de FinanciamentoCaixa Líquido Gerado nas Atividades de Financiamento
SSAALLDDO O FFIINNAALL RR$$
Variação das disponibilidades
Saldo de caixa do período X0
Saldo de caixa do período X1
F: Iudícibus et al., , . .
A oção elo método diretométodo direto exige a aresentação em notas
exlicativas da conciliação entre o uxo líquido de caixa gerado
elas oerações e o lucro líquido do eríodo.
A oção elométodo indiretométodo indireto disensa essa formalidade, ois
a rória estrutura da demonstração já contém essa informa-
ção. pelo método indireto, arte-se do lucro líquido do exer-
cício e efetuam-se os ajustes necessários ara reconstituir tal
lucro ao saldo de caixa líquido gerado elas oerações da
emresa. Observe no Quadro 4.2 um modelo resumido do
método indireto.
Quadro . – DFC: método indireto
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXADEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
AATTIIVVIIDDAADDEES S OOPPEERRAACCIIOONNAAIISS RR$$
Lucro Líquido
Mais Mais: depreciação
Menos Menos: lucro na venda de imobilizado
Lucro ajustado
Aumento em duplicatas a receber
Aumento em duplicatas descontadas
Aumento em estoques
Aumento em despesas pagas antecipadamente
(Quadro 4.1 – conclusão)
(continua)
74
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXADEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
Aumento em fornecedores
Redução em provisão para IR a pagar
Redução em salários a pagar
Caixa Líquido Consumido nas Atividades OperacionaisCaixa Líquido Consumido nas Atividades Operacionais
AATTIIVVIIDDAADDEES S DDE E IINNVVEESSTTIIMMEENNTTOO RR$$
Recebimento pela venda de imobilizado
Pagamento pela compra de imobilizado
Caixa Líquido Consumido nas Atividades de InvestimentoCaixa Líquido Consumido nas Atividades de Investimento
AATTIIVVIIDDAADDEES S DDE E FFIINNAANNCCIIAAMMEENNTTOO RR$$
Aumento de capital
Empréstimo de curto prazo
Pagamentos de dividendos
Caixa Líquido Gerado nas Atividades de FinanciamentoCaixa Líquido Gerado nas Atividades de Financiamento
SSAALLDDO O FFIINNAALL RR$$
Variação das disponibilidades
Saldo de caixa do período X 0
Saldo de caixa do período X 1
F: Iudícibus et al., , . .
A DFC, como já mencionamos, é embasada em informações
do assado retiradas dos demais relatórios contábeis. Sua elabo-
ração não é comlexa; deende aenas da observação atenta de
algumas contas atrimoniais. A lógica é simles: se a emresa
ganhou um razo ara agar os seus fornecedores, deixou deutilizar recursos do seu caixa, elo menos temorariamente. Da
mesma forma, se houve um aumento dos estoques, é sinal de
que recursos disoníveis foram alicados nessa conta.
Em regra, então, os aumentos de caixa são reresentados, entre
outros asectos, or:
• redução de ativos;
• aumento de assivos;
(Quadro 4.2 – conclusão)
75
• incororação de lucros;
• venda de ações.
Contrariamente, reduções de caixa são reresentadas, entre
outros asectos, or:
• aumento de ativos;
• redução de assivos;
• incororação de rejuízos;
• recomra de ações.
PERGUNTAS & RESPOSTASPERGUNTAS & RESPOSTAS
Qual é a imortância da DFC ara a análise nanceira de
uma entidade?
Além de aresentar de forma sintética toda a movimentação
nanceira da emresa, a DFC segrega as informações em gru-
os que ermitem ao analista identicar o quanto de caixa foigerado com cada tio de oeração (investimentos, oeração
rória e nanciamento). Essa searação ermite que se er-
ceba, or exemlo, se a atividade oeracional consegue, sozi-
nha, gerar caixa suciente ara que a emresa honre os seus
comromissos. Ou seja, aresentando informações segrega-
das, a DFC contribui ara a identicação exata da srcem e da
alicação de todos os recursos movimentados ela emresa.
4.4 Fluxo de caixa
Já aresentamos nos caítulos anteriores algumas atribuições
essenciais do administrador nanceiro, tais como:
• manter a emresa em situação de liquidez;
• avaliar investimentos realizados no ativo imobilizado;
• buscar alicações mais rentáveis.
76
O cumrimento dessas atribuições exige a utilização de
controles internos ecientes e, acima de tudo, muita caaci-
dade de lanejamento.
O uxo de caixa (ou orçamento de caixa) reresenta uma
ferramenta indisensável ara a execução eciente dessas tare-
fas. Ele ermite ao administrador nanceiro monitorar entra-
das e saídas de caixa (recursos em dinheiro, conta-corrente,
alicações de curto razo) durante um eríodo determinado.
Sua rincial função é ermitir que a emresa adote medi-
das anteciadas ara assegurar a disonibilidade de recursos
necessários à manutenção das atividades oeracionais.
É impossível falar em planejamento financeiro sem fluxo de caixaÉ impossível falar em planejamento financeiro sem fluxo de caixa
projetado.projetado. É esse instrumento que ossibilita ao gestor nan-
ceiro antever as necessidades de caital, esquisar fontes mais
baratas de nanciamento e rogramar melhor a alicação de
ossíveis saldos de caixa.
Assim como é imortante estabelecer o onto de equilíbrio
econômico, isto é, quanto a emresa recisa vender ara cobrir
os seus gastos, é de extrema imortância o onto de equilíbrio
nanceiro. Bons resultados econômicos odem ser comrome-
tidos or excessivas desesas nanceiras, que aos oucos vão
corroendo o atrimônio da entidade. Anal, é reciso ter em
mente que os resultados nanceiro e contábil, que são semre
econômicos, ocorrem em temos diferentes. A busca incessante
de um equilíbrio entre esses dois fatores é fundamental ara
a continuidade do negócio.
Quando o administrador nanceiro comara o seu uxo ro-
jetado com o resultado realizado, obtém uma série de informa-
ções úteis ara a análise do desemenho nanceiro do rocesso.
4.4.1 Estruturando o uxo de caixa
É claro que a insuciência de caixa reresenta o maior desao
ara o gestor nanceiro. Sem dinheiro ara agar fornecedores,
77
imostos e salários em dia, todo o negócio ca irremediavelmentecomrometido. No entanto, excedentes elevados de caixa tam-
bém odem signicar que há má gestão dos recursos disoníveis.
Assim, são dois os rinciais desaos a serem observados:
. identicação de srcens de recursos adequados de
terceiros (no caso da falta de recursos);
. identicação de investimentos atrativos (no caso da sobra
de recursos).
Tanto a escassez quanto a sobra de caixa são, de alguma
forma, rejudiciais à emresa; suas consequências odem ser
observadas a curto e a longo razo. Dessa constatação decorre
a imortância de se buscar continuamente uma situação de
equilíbrio, que só ode ser alcançada or meio de muito la-
nejamento, da utilização de informações conáveis, de bons
controles internos, da exeriência rossional e da ersicácia
ara a avaliação das nuances do mercado.
O onto de convergência de todos esses fatores, isto é, a síntese
de todas essas variáveis, no âmbito da administração nanceira,
aarece de forma exressa no uxo de caixa. Elaborá-lo com
comromisso e monitorá-lo com resonsabilidade é uma
atribuição de todos os setores da emresa envolvidos no
rocesso. Ao gestor nanceiro, contudo, cabe um ael ainda
mais imortante: é dele o comromisso de se debruçar sobre
os dados consolidados e extrair informações úteis ara a
roseridade do negócio.
A complexidade e a amplitude dos A complexidade e a amplitude dos vários fluxos de caixa estão relaciona-vários fluxos de caixa estão relaciona-
das à especificidade de cada tipo de negócio.das à especificidade de cada tipo de negócio. Emresas de grande orte,
em que há muitos setores, geralmente têm a tarefa de elaboração
do uxo de caixa descentralizada. Em emresas menores, or
outro lado, geralmente é o gestor nanceiro que tem essa atribui-
ção. No entanto, indeendentemente do tamanho do negócio, há
uma estrutura básica e um rocedimento adrão que é seguido
or todos na elaboração desse relatório. Como é bastante simles
78
a estrutura do uxo de caixa, é conveniente utilizá-lo até mesmo
em nossa vida essoal. Na sequência, vamos aresentar asso a
asso a elaboração de um uxo de caixa simlicado, que ode
ser adatado a diferentes situações.
Indeendentemente do setor de atuação da emresa ou de
seu orte, em geral as contas que fazem arte do uxo de caixa
são semre as mesmas. As entradas mais comuns são:
• vendas à vista;
• recebimento de vendas a razo;
• desconto de dulicatas;
• rendimentos de alicação nanceira;
• vendas de ativos;
• investimentos de caital rório etc.
As rinciais saídas são:
• fornecedores;
• salários e encargos sociais;
• imostos;
• desesas gerais;
• desesas nanceiras;
• comras de ativo.
Figura . – Fluxo de caixa: entradas e saídas
Vendas à vista
Vendas a prazo
Vendas de ativos
Capital próprio
Capitais de terceiros
Fornecedores
Folha e encargos
Impostos
Despesas
Compras de ativos
79
para facilitar o entendimento, vamos aresentar um modelo
em que constam aenas as atividades oeracionais e de nan-
ciamento. Nosso uxo de entradas será comosto elos recur-
sos oriundos das vendas (à vista e a razo) e or um aorte de
caital realizado elos sócios. Nossas saídas serão comostas
elos seguintes itens:
• imostos;
• comras à vista;
• comras a razo;
• desesas administrativas;
• desesas comerciais;
• desesas nanceiras.
Veja, no Quadro 4.3, como cará a estrutura do uxo de caixa.
Quadro . – Estrutura básica do uxo de caixa
FFaatto o ggeerraaddoorr JJaann.. FFeevv.. MMaarr.. AAbbrr.. MMaaiioo JJuunn.. JJuull..
Saldo InicialSaldo Inicial
EntradasEntradas
1 Vendas à Vista
1 Recebimento de Clientes
Total das EntradasTotal das Entradas
SaídasSaídas
4 Impostos
2 e 3 Compras à Vista
2 e 3 Compras a Prazo
4 Despesas Administrativas
4 Despesas Comerciais
4 Despesas Financeiras
Total das SaídasTotal das Saídas
Saldo OperacionalSaldo Operacional
Aumento de Capital
Saldo FinalSaldo Final
80
para que você entenda melhor os números srcinados das
oerações de venda, comra, auração de imostos e de des-
esas (destaques 1, 2, 3 e 4 do Quadro 4.3), aresentaremos
na sequência um detalhamento dessas oerações em tabelas
auxiliares, que osteriormente serão transferidas ara a estru-
tura do uxo. É imortante lembrar que, ara a elaboração
do uxo de caixa, devemos considerar somente os recursosefetivamente recebidos no eríodo.
Estudo de casoEstudo de caso �
O gestor nanceiro da nossa emresa exemlo, a qual deno-
minaremos deComercial Vitória Ltda. , tem um controle criterioso
de todas as oerações realizadas. Analisando o comortamento
das vendas em anos anteriores, o gestor chegou à conclusão de
que, em média, somente % das vendas são recebidas à vista.
O restante se transforma em caixa num razo médio de dias.
Outra informação relevante diz reseito à sazonalidade do negó-cio, que historicamente aresenta uma retração nas vendas nos
meses de maio e junho. De osse dessas informações, o gestor
rojetou um faturamento ara os róximos meses.
Com o faturamento de janeiro já encerrado, foi ossível rojetar
os recebimentos de fevereiro (R$ .,· % = R$ .,).
para simlicar o nosso exemlo, vamos trabalhar com a hiótese
de inadimlência zero. Os recebimentos à vista de fevereiro (R$
13.650,00) reresentam exatamente 10% do faturamento bruto
desse mês. para os meses subsequentes, alicamos o mesmo cri-
tério ara a denição do total de entradas. Veja na Tabela ..
Tabela . – Comosição do faturamento – Tabela auxiliar
nº
VVeennddaass JJaann.. FFeevv.. MMaarr.. AAbbrr.. MMaaiioo JJuunn.. JJuull..
Faturamento Total 139.400,00 136.500,00 143.000,00 128.000,00 127.000,00 135.000,00 137.000,00
À Vista (10%) 13.650,00 14.300,00 12.800,00 12.700,00 13.500,00 13.700,00
A Prazo (90%) 125.460,00 122.850,00 128.700,00 115.200,00 114.300,00 121.500,00
Total das Entradas 139.110,00 137.150,00 141.500,00 127.900,00 127.800,00 135.200,00
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Deois das entradas, o segundo item de maior relevância no
uxo de caixa são as comras. para obter os valores relativos
às comras, o gestor lançou mão de seus conhecimentos contá-
beis e realizou suas rojeções com base no seguinte raciocínio:
• primeiramente, com base em séries históricas, o gestor
aurou a reresentatividade do Custo da Mercadoria
Vendida (CMV) no resultado da emresa, observando
que este, em média, reresenta 70% do faturamento
bruto. De osse desse dado, cou fácil calcular o CMV
rojetado do semestre. Veja abaixo:
FÓRMULFÓRMUL A: UFA: UFAATURAMTURAM ENTO MEENTO ME NSAL . VNSAL . VW = CMVW = CMV
• Fevereiro: (R$ ., . %) = R$ .,
• Março: (R$ ., . %) = R$ .,
• Abril: (R$ ., . %) = R$ .,
• Maio: (R$ ., . %) = R$ .,
• Junho: (R$ ., . %) = R$ .,
• Julho: (R$ ., . %) = R$ .,
• Deois de rojetar o CMV do semestre, o gestor
nanceiro esquisou (considerando as diculdades de
logística, o esaço disonível ara armazenamento
dos materiais, entre outras variáveis) qual seria o nível
mínimo necessário de estoque, em média, ara atendercom agilidade à demanda rojetada. Também com base
na exeriência acumulada, concluiu que a emresa
deveria manter estoques ara suortar elo menos
15 dias de venda, ou seja, em média, renovaria seus
estoques duas vezes or mês. Essa rojeção ermitiu a
denição de um estoque mínimo ideal. A lógica utilizada
foi simles: se a emresa já tinha uma rojeção do seu82
CMV e sabia que era necessário encerrar o mês com
estoque suciente ara oerar or mais dias, então o
estoque nal deveria reresentar 50% do CMV. Assim, foi
ossível rojetar o estoque nal mínimo desejável ara
todo o semestre, bastando multilicar o CMV de cada
mês elo ercentual de %. Veja a seguir:
FÓRMULFÓRMUL A: UCMV . A: UCMV . VW = ESTOQUE FINALVW = ESTOQUE FINAL
• Fevereiro: (R$ ., . %) = R$ .,
• Março: (R$ ., . %) = R$ .,
• Abril: (R$ ., . %) = R$ .,
• Maio: (R$ ., . %) = R$ .,
• Junho: (R$ ., . %) = R$ .,
• Julho: (R$ ., . %) = R$ .,
• Com os cálculos realizados e de osse do saldo nal
de estoque do mês de janeiro, o gestor reuniu todas
as informações necessárias à denição do valor das
comras ara o mês de fevereiro.
• Saldo nal de estoques de janeiro: R$ .,.
• CMV de fevereiro: R$ .,.
• Saldo nal de estoques desejado ara fevereiro: R$ .,.
para aurar, nalmente, o valor das comras, basta lançar
os valores encontrados na fórmula clássica do CMV:
CMV = EI + C – EF
83
Em que:
CMV = Custo da Mercadoria Vendida.
EI = Estoque Inicial.
C = Comras.
EF = Estoque Final.
Isolando o “C”, temos:
C = CMV – EI + EF
Alicando na fórmula os números de fevereiro, chegamos a
um valor estimado de comras, ara esse mês, de R$ 94.535,00.
Veja o cálculo:
C = CMV – EI + EF
C = R$ ., – R$ ., + R$ .,
C = R$ .,
para os meses seguintes de nossa rojeção, utilizamos
o mesmo rocedimento de cálculo. Veja os resultados na
Tabela ..
Finalmente, com as comras rojetadas ara todo o semes-
tre, o gestor nanceiro oderá consultar novamente as séries
históricas da emresa, observando que, em média, 20% das
comras semre foram agas à vista e o restante, num razo
médio de dias.
Com base nesse critério, veja como cam as comras ara
o semestre rojetado na Tabela ..
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0
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5 . 0
6 6
, 0 0
2 . 2
4 6
, 0 0
86
para comletar o uxo de caixa, recisamos ainda roje-
tar nossas desesas (tributárias, administrativas, comerciais
e nanceiras). Com base no histórico dos dados, foi ossível
rojetá-las or meio de ercentuais médios, que foram alica-
dos sobre o faturamento. No caso dos imostos, o arâmetro
utilizado foi o do faturamento do mês anterior, tendo em vista
que o recolhimento dos tributos é realizado semre no mêsosterior à ocorrência do fato gerador. Veja na Tabela 4.4 como
caram os números.
Agora, nalmente, odemos aresentar o uxo rojetado,
conforme aresentado na Tabela ..
Como as rojeções indicam que haverá insuciência de caixa
no mês de março e tendo em vista a disosição dos sócios da
emresa ara surir essa necessidade com um novo aorte
de caital, já revimos em nosso relatório um investimento
da ordem de R$ ., ara esse mês.
por outro lado, uma vez que há revisão de sobra de caixa
ara os meses de maio e junho, é imortante que o gestor nan-
ceiro esquise com antecedência algumas oções de inves-
timento de curto razo. Além de alicações em instituições
nanceiras, uma boa alternativa é a anteciação de agamentos
de fornecedores mediante a negociação de descontos.
A revisão de sobra de caixa ermite também que a emresa
ofereça aos seus clientes razos de agamento um ouco maiores,
estratégia que ode contribuir ara o aumento das vendas. Com
dinheiro em caixa, é ossível ainda realizar algumas negociações
de comra à vista ou com razos menores. Nesse caso, é reciso
semre estar atento se os reços raticados realmente são meno-
res do que os comumente oferecidos ara vendas a razo.
Enm, a rojeção do uxo nanceiro traz uma série de van-
tagens ara a emresa, na medida em que ermite o laneja-
mento anteciado de ações de nanciamento e investimento,
87
que, se fossem denidas de última hora, certamente não seriam
tão criteriosas.
EXERCÍCIO RESOLVIDOEXERCÍCIO RESOLVIDO
Com base nos dados aresentados na tabela e utilizando
a equação seguinte, calcule a necessidade de comras ara
os meses de janeiro a junho.
JJaann.. FFeevv.. MMaarr.. AAbbrr.. MMaaiioo JJuunn..
Estoque Inicial 52.000,00 48.880,00 47.500,00 50.200,00 44.700,00 44.550,00
EstoqueFinal 49.500,00 47.882,00 50.100,00 44.811,00 44.600,00 47.333,00
CMV 97.320,00 95.330,00 9 9.999,00 89.344,00 88.200,00 94.300,00
C = CMV – EI + EF
Resosta:
Janeiro R$ 94.820,00
Fevereiro R$ 94.332,00
Março R$ 102.599,00
Abril R$ 83.955,00
Maio R$ 88.100,00
Junho R$ 97.083,00
Síntese
Neste caítulo, você estudou as diferenças fundamentais entre
o relatório ocial elaborado elas emresas ara retratar o seu
desemenho nanceiro, denominado Demonstração dos Fluxos
de Caixa (DFC), e o relatório gerencial, elaborado internamente,
que tem or objetivo antever as necessidades e as ossíveis
sobras de caital, denominado uxo de caixa projetado. Você
arendeu, também, a elaborar o seu rório uxo de caixa e
88
ercebeu a imortância dessas rojeções ara o sucesso de
qualquer emreendimento.
Agora que você já conhece os fundamentos dessa indisen-
sável ferramenta da gestão nanceira, discutiremos com mais
rofundidade, no róximo caítulo, como calcular o volume
de caital de giro necessário à manutenção das atividades
oeracionais de uma emresa. Também aresentaremos algu-
mas oções de investimento ara cenários ositivos, de sobra
de caixa.
Questões ara revisão
. Diferencie Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) de
uxo de caixa rojetado.
. Conceitue uxo de caixa.
. Sobre a DFC, é correto armar:
a) Em breve será substituída ela Demonstração das Origens
e Alicações de Recursos (Doar).
b) passou a ser obrigatória no Brasil aós a Lei nº 11.638/2007.
c) Tem como objetivo rincial rover informações sobre
as variações do atrimônio líquido.
d) Só ode ser elaborada elo método direto.
. Assinale a alternativa que aresenta aenas eventos que
contribuem ara o aumento de caixa:
a) Redução de ativos, redução de assivos e recomra de
ações.
b) Redução de ativos, incororação de lucros e aumento de
assivos.
c) Redução de ativos e recomra de ações.
d) Incororação de rejuízos, aumento de assivos e redução
de ativos.
89
. Numere a rimeira coluna de acordo com a segunda. Deois,
assinale a alternativa que aresenta a sequência correta:
. Eventos que reresentam
entradas de caixa.
. Eventos que reresentam
saídas de caixa.
( ) Folha e encargos
( ) Desesas
( ) Caital rório
( ) Caitais de terceiros
( ) Vendas à vista
( ) Imostos
( ) Vendas de ativos
a) – – – – – –
b) – – – – – –
c) – – – – – –
d) – – – – – –
para saber mais
para arofundar seus conhecimentos sobre a Demonstração
dos Fluxos de Caixa (DFC) e o uxo de caixa rojetado, consulte:
IUDÍCIBUS, S. de et al. Manual de contabilidade societáriaManual de contabilidade societária . São
paulo: Atlas, 2010.
CRUZ, J. A. W.; ANDRICH, E. G.; MUGNAINI, A.Análise dasAnálise das
demonstrações financeirasdemonstrações financeiras : teoria e rática. 3. ed. Curitiba: Juruá,
2012.
5 Gestão financeira na prática
Conteúdos do capítuloConteúdos do capítulo
• Capital de giro.
• Capital de Giro Líquido (CGL).
• Necessidade de capital de giro.
• Administração de estoques.
• Administração de recebíveis.
Após o estudo deste capítulo, você será capaApós o estudo deste capítulo, você será capa z de:z de:
1. perceber a importância da administração do capital de giro
para a saúde nanceira da empresa;
2. calcular o Capital de Giro Líquido (CGL);
3. estimar a necessidade de capital de giro por meio de
informações extraídas do Balanço Patrimonial (BP);
4. estimar a necessidade de capital de giro por meio da análise
do uxo nanceiro;
5. compreender a importância dos recebíveis e dos estoques
dentro da estratégia de administração do capital de giro.
93
5.1 Contexto geral
Nos caítulos anteriores, aresentamos inúmeros argumen-
tos favoráveis à elaboração de uxos nanceiros rojetados.
A imortância de tais revisões foi exaustivamente discutida,
de forma que você já deve estar ciente de que o diagnóstico
anteciado de cenários nanceiros, sejam eles ositivos, sejam
negativos, é uma iniciativa imrescindível ara o sucesso de
qualquer entidade, com ou sem ns lucrativos.
No entanto, não basta aenas fazer revisões. Nenhum sen-
tido haveria em investir temo e dinheiro nesse trabalho se ele
não servisse ara que o gestor nanceiro ou os resonsáveis
diretos ela gestão do negócio ercebessem os ontos fracos
e tomassem medidas ara corrigi-los.
As erguntas cruciais assam a ser, então: O que fazer? O que,O que fazer? O que,
essencialmente, é preciso observar, no âmbito da gestão essencialmente, é preciso observar, no âmbito da gestão financeira, parafinanceira, para
que a empresa se mantenha em situaçque a empresa se mantenha em situaç ão de liquidez?ão de liquidez?
94
É óbvio que não há uma receita única, alicável a todos
os ramos de negócio ou tios de emresa. Contudo, há um
conjunto de boas ráticas que são elementares e que, se forem
observadas com certo rigor, odem contribuir de forma deci-
siva ara o cumrimento das metas nanceiras.
De forma didática, neste caítulo retendemos aresentar e
discutir algumas dessas ráticas, ainda que sem a intenção de
esgotar o tema. Como você já deve ter ercebido, nossa ers-
ectiva tem rivilegiado exemlos que odem ser alicados em
emresas comerciais e industriais, uma vez que esses exemlos
têm considerado semre, nas demonstrações aresentadas,
a existência da conta Estoques. Nosso enfoque se justica ela
notória comlexidade que esse tio de ativo reresenta ara
a gestão nanceira. Desse modo, se você comreender bem
os conceitos aresentados, observando cenários mais com-
lexos, certamente terá facilidade ara alicá-los em situações
mais simles, assim como na sua vida essoal.
5.2 Caital de giro
Embora os administradores nanceiros sejam resonsáveis
or decisões que afetam a emresa a longo razo (como a rea-
lização de investimentos em itens do imobilizado ou a catação
de recursos ara agamentos de forma arcelada), é a curto
razo, esecicamente, que se encontra o objetivo rincial
da atuação desses rossionais.
Decisões estratégicas, de investimento ou nanciamento, são
muito imortantes, mas não são feitas todos os dias. Decisões
oeracionais, no entanto, são tomadas em todos os momentos;
delas deende, essencialmente, a rentabilidade do negócio.
95
A tarefa cotidiana do administrador nanceiro, então, está
intimamente ligada à administração dos recursos utilizados
ela emresa ara a oeracionalização do seu negócio (aga-
mento de fornecedores, desesas, imostos, salários, encargos
sociais etc.). A esses recursos em constante movimento damos
o nome de capital de giro.
No Balanço patrimonial (Bp), esses recursos estão con-
centrados em dois gruos: no Ativo Circulante e no passivo
Circulante. Conra na Figura ..
Figura . – Estrutura básica do Balanço patrimonial (Bp)
Ativo Passivo
Bens Obrigações
Direitos PatrimônioLíquido
Na gura anterior, temos uma reresentação gráca do
Bp. Em geral, ele é divulgado elas emresas numa estrutura
semelhante à aresentada a seguir, no Quadro 5.1, com as con-
tas do Ativo (Bens e Direitos) do lado esquerdo e as contas dopassivo (Obrigações) e do patrimônio Líquido do lado direito.
96
Quadro . – Estrutura básica do Balanço patrimonial (Bp)
AATTIIVVO O CCIIRRCCUULLAANNTTEE PPAASSSSIIVVO O CCIIRRCCUULLAANNTTEE
Caixa
Banco
Contas a Receber
Estoques
Despesas Antecipadas
Fornecedores
Salários a Pagar
Encargos Sociais a Pagar
Impostos a Pagar
Empréstimos a Pagar
ATIVO NÃO CIRCULANTEATIVO NÃO CIRCULANTE
PASSIVO NÃO CIRCULANTEPASSIVO NÃO CIRCULANTE
Realizável a Longo Prazo
Investimentos PATRIMÔNIO LÍQUIDOPATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
Reservas de Lucro
Imobilizado
Intangível
TTOOTTAAL L DDO O AATTIIVVOO TTOOTTAAL L DDO O PPAASSSSIIVVOOF: Adatado de Iudícibus et al., , . .
Claro, há outras formas de aresentação. Alguns relatórios
disõem os gruos na sequência. Nesse caso, as contas assi-
vas são semre aresentadas aós as do Ativo. Na verdade, não
imorta muito a forma de aresentação. O imortante é você
saber que as srcens de recursos, que odem ser rórios ou
de terceiros (ver Caítulo 2), estão semre exressas no passivo
ou no patrimônio Líquido.
Na reresentação anterior, então, o dinheiro “entraria” em
nossa emresa elo lado direito e estaria sendo alicado no
lado esquerdo. Como o balanço reresenta uma igualdadematemática, o valor das srcens é semre igual ao valor das
alicações, roorcionando um equilíbrio contábil. De tal equi-
líbrio decorre o nome do relatório:Balanço Patrimonial , uma
corrutela da alavra balança.
A denominação circulante não é aleatória. Se tomarmos
como exemlo as três rinciais contas do Ativo Circulante,
erceberemos claramente que elas reresentam recursos em
97
movimento constante e circular, tal como demonstrado na
Figura 5.2. O dinheiro sai da contaCaixa (ouBanco) e é utilizado
ara aquisição de estoques. posteriormente, esses estoques
são vendidos a razo. Essa oeração movimenta novamente
os recursos, que agora são destinados à contaClientes (ouContas
a Receber). Finalmente, quando o título é quitado, o dinheiro
volta à conta Caixa.
Figura . – Ciclo nanceiro
CAIXA
CLIENTES
ESTOQUE
O Ativo CirculanteAtivo Circulante , então, reresenta as alicações de curto
razo (menos de um ano): caixa, bancos, estoques, clientes etc.
O Passivo CirculantePassivo Circulante , or sua vez, reresenta as fontes de
nanciamento de curto razo: fornecedores, salários, encar-
gos sociais, imostos etc.
5.3 Caital de Giro Líquido (CGL)
Como os gruos circulantes (Ativo e passivo) concentram
os caitais de curto razo, ou seja, srcens e alicações desti-
nadas à manutenção da atividade oeracional da emresa, é
neles que se concentram os recursos com os quais o adminis-
trador nanceiro ode realmente contar. Em outras alavras,
o capital de giro disponívelcapital de giro disponível .
98
primeiramente, é imortante que nos familiarizemos com
alguns conceitos. O rimeiro deles é o de Caital de Giro
Líquido (CGL), que ode ser exresso ela seguinte fórmula:
CGL = AC – PC
Em que:
CGL = Caital de Giro Líquido.
AC = Ativo Circulante.
pC = passivo Circulante.
Algumas obras registram o termo Capital Circulante Líquido
(CCL), que tem o mesmo signicado. O CGL ode ser negativo
ou ositivo. Muito embora o CGL ositivo indique que o Ativo
Circulante é suerior ao passivo Circulante, isso não signica,obrigatoriamente, que a emresa está imune a roblemas nan-
ceiros a curto razo. É imortante semre vericar a como-
sição dessas contas. Numa análise mais detalhada, odem ser
feitas descobertas desagradáveis, tais como:
• a de que o estoque é comosto, majoritariamente, or
itens dereciados ou obsoletos, que dicilmente serão
vendidos; ou
• a de que as obrigações aresentam razo de vencimento
anterior às datas revistas ara o recebimento dos
clientes.
Ou seja, esse cálculo ode dar ao gestor uma ideia suercial
da situação nanceira da emresa, mas o acesso a relatórios
mais detalhados é imrescindível ara uma análise denitiva.
99
PERGUNTAS & RESPOSTASPERGUNTAS & RESPOSTAS
Com base no Bp a seguir, calcule o CGL.
AATITIVVO O CICIRCRCULULANANTE TE (R(R$$)) 23230.0.400400 PPASASSISIVVO O CICIRCRCULULANANTE TE (R(R$$)) 202011.0.00000
Caixa
Banco
Contas a Receber
Estoques
Despesas Antecipadas
2.000
36.000
122.000
68.000
2.400
Fornecedores
Salários a Pagar
Encargos Sociais a Pagar
Impostos a Pagar
Empréstimos a Pagar
99.000
52.000
12.800
29.000
8.200
ATIVO NÃOATIVO NÃO
CIRCULANTE (R$)CIRCULANTE (R$) 101.000101.000
PASSIVO NÃOPASSIVO NÃO
CIRCULANTE (R$)CIRCULANTE (R$) 7.3007.300
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
22.000
44.000
33.000
2.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (R$) 123.100123.100
Capital Social
Reservas de Lucro
120.000
3.100
TTOOTTAAL L DDO O AATTIIVVO O ((RR$$)) 333311..440000 TTOOTTAAL L DDO O PPAASSSSIIVVO O ((RR$$)) 333311..440000
CGL = AC – pC
CGL = . – .
CGL = .
5.4 Administrando com eciência
o caital de giro
A escassez de recursos ara o cumrimento, dentro do razo,
das obrigações geradas elas atividades oeracionais da
emresa ode ter várias causas. Entre elas, odemos citar:
• a redução das vendas;
• a elevação dos custos de rodução;
• o aumento das desesas administrativas;
• o investimento excessivo em itens do imobilizado com
recursos circu lantes.
100
Embora tais situações sejam recorrentes e ossam, isolada-
mente ou em conjunto, comrometer o equilíbrio nanceiro da
emresa, boa arte dos roblemas de insuciência de caixa tem
sua srcem na má administração de dois ativos fundamentais:
estoques e contas a receber.
À rimeira vista, ode arecer que a armação é um ouco
exagerada e simlista. Um exame mais detalhado, orém,
revela a coerência dessa teoria. Todas as emresas se esfor-
çam ara concentrar seus investimentos em ativos de longo
razo, que oferecem retornos mais elevados. Quanto maior
o volume de dinheiro alicado no giro oeracional, menos
sobra ara investir em equiamentos mais modernos e com
maior caacidade de rodução; em treinamento; em esquisa
e desenvolvimento de novos rodutos; em formação de mão de
obra esecializada; em novas unidades de negócio; em outras
emresas etc.
Nesse sentido, reduzir o volume de caitais alicados no
curto razo é uma necessidade ara qualquer emresa, o que
reresenta uma estratégia fundamental ara o cumrimento
das metas de maximização dos lucros. Isso ocorre não só or-
que os ativos de longo razo são mais rentáveis, mas também
orque há uma necessidade de se alicar de forma eciente
os recursos circulantes, que, em geral, reresentam um custo
nanceiro elevado ara as emresas.
É reciso ter em mente que as emresas são semre nan-
ciadas or investidores que buscam remuneração de seus
caitais. por essa razão, cada centavo investido ossui um
custo nanceiro ara a emresa. Dinheiro arado (ou mal
investido) inuencia diretamente na redução das margens
de lucro, que geralmente já são equenas na maior arte dos
setores da economia.
Basicamente, o que faz as emresas terem icos de insu-
ciência de caixa – ou, ainda ior, enfrentarem roblemas
101
crônicos dessa natureza – é o excesso de estoques e de contas
a receber. por isso, é imortante administrar ecientemente
esses ativos; na sequência, você vai comreender or que eles
são tão imortantes.
5.5 A imortância dos estoques
Quando um exercício é encerrado e é elaborada a Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE), a emresa chega a uma si-
tuação de lucro ou rejuízo econômico. A rentabilidade au-
rada em cada exercício social nunca reresenta um resultado
nanceiro, ou seja, o resultado obtido aós o confronto de
todas as receitas, custos e desesas não reresenta, necessaria-
mente, dinheiro em caixa ou em banco. O retorno de oerações
ode estar alicado em qualquer conta do Ativo. Quanto mais
róxima a conta referida estiver do gruo que se convencio-
nou chamar de Disponibilidades (Caixa, Banco e AlicaçõesFinanceiras de Curto prazo), mais raidamente ela se trans-
formará em dinheiro, uma vez que as contas são elencadas no
Ativo em ordem decrescente de liquidez.
Certos resultados, orém, nunca se transformarão em
dinheiro. Não há nenhuma garantia, or exemlo, de que
todos os valores exressos na conta Clientes serão recebidos;
com relação à conta Estoques , então, há uma chance considerá-
vel de que ocorram erdas. por esse motivo, é de imortância
vital ara a emresa o gerenciamentoeciente de tais ativos.
Como a emresa tenta reduzir ao mínimo necessário seus
investimentos em ativos de curto razo, no caso esecíco dos
estoques ela deve ter como meta o giro ráido, sem que haja
descuidos com a manutenção de tais estoques mínimos, ara
que as vendas não sejam erdidas or falta de mercadoria.
102
Há uma série de custos e desesas envolvidas, direta ou indi-
retamente, ara a manutenção dos estoques, entre os quais ode-
mos citar os descritos a seguir.
• Custos financeirosCustos financeiros – Não é incomum que emresas com
controles internos deficientes canalizem recursos
essenciais à manutenção de suas oerações ara
constituir estoques acima de suas necessidades. Em
geral, o equívoco acaba obrigando-as a buscar dinheiro
no mercado ara o agamento de seus comromissos.
Embora ossa arecer evidente que roblemas de
insuciência de caixa muitas vezes estão relacionados
ao excesso de estoques, nem semre isso é ercebido
com clareza elos gestores.
• Elevação do Custo da Mercadoria Vendida (CMV)Elevação do Custo da Mercadoria Vendida (CMV) – A falta de
recursos ara a aquisição de estoques à vista (ou com
razos menores) imlica uma inevitável incororação do
custo nanceiro, elo fornecedor, ao reço da mercadoria.
Esse ônus também costuma assar desercebido ela
maioria dos gestores. O roblema da falta crônica de
caixa acaba viciando o setor de comras em riorizar
semre a negociação de razos, em vez de buscar
descontos no valor do roduto adquirido.
• Seguro e armazenamentoSeguro e armazenamento – Custos relativos ao seguro e ao
armazenamento (aluguel, energia elétrica, água etc.) dos
estoques também devem ser considerados, sobretudo
quando os rodutos necessitam de amlos esaços ara
A boa administração nanceira deve ter em mente que os recur-
sos consumidos or estoques elevados não estão relacionados
somente à aquisição dos rodutos ou das matérias-rimas, no
caso das emresas industriais.
103
serem armazenados ou, or serem erecíveis, exigem
acondicionamento climatizado.
• DeterioraçãoDeterioração – As erdas or deterioração não são
uma exclusividade das emresas que trabalham com
gêneros alimentícios. A amla maioria dos rodutos, nos
diferentes ramos, tem um razo de validade determinado.
Se não há uma boa gestão dos estoques, é ossível que
itens com vencimento mais distante sejam vendidos
antes, rovocando a erda em função da falta de validade
de itens remanescentes. O excesso de estoques também
contribui ara o aumento das erdas or deterioração
ou exiração da validade.
• ObsolescênciaObsolescência – Nesse caso, o encalhe não ocorre or
deterioração ou validade vencida. Em determinados
ramos (como no da informática), o lançamento de novos
rodutos se dá numa velocidade tão grande que não
é incomum que rodutos relativamente recentes sejam
considerados obsoletos elo mercado, erdendo valor e
atratividade.
• Mão de obraMão de obra – Quanto maiores os estoques, maior é
a necessidade de mão de obra ara o seu controle. Nesse
quesito é reciso considerar, além do trabalho das essoas
diretamente envolvidas com o manuseio das mercadorias
e dos rodutos, a mão de obra de rossionais de auditoria,
seja esta interna, seja externa. É bom lembrar que muitas
das fraudes contábeis ocorrem justamente nesse setor;
daí a imortância da realização de auditorias eriódicas.
Se são tantos os cusSe são tantos os cus tos envolvidos na manutenção dos estoques, quetos envolvidos na manutenção dos estoques, que
só tendem a crescesó tendem a cresce r na proporção desses ativos, o que fazer para evitarr na proporção desses ativos, o que fazer para evitar
desperdícios de recursos e diminuir as perdas por deterioração e obsoles-desperdícios de recursos e diminuir as perdas por deterioração e obsoles-
cência? De quem é a responsabilidade de monitorar e controlar os recur-cência? De quem é a responsabilidade de monitorar e controlar os recur-
sos investidos nessa conta?sos investidos nessa conta?
104
Ora, se a conta Estoques é tão imortante ara as emresas,
cabe aos gestores mais graduados, incluindo o administrador
nanceiro, a tarefa de suervisionar continuamente a evolu-
ção de tais ativos. para isso, é necessário que sejam criados
rocedimentos de vericação e controle ermanentes. Uma
boa gestão de estoques ressuõe:
• a existência de relatórios ou controles que, com base
no histórico das movimentações, informem o estoque
mínimo necessário ara o atendimento da demanda sem
comrometer as vendas e sem exagerar na quantidade
de itens armazenados;
• a existência de relatórios que acusem os itens com
movimento nulo ou abaixo da média histórica, de forma
que o setor comercial ossa ser informado com vistas
ao fomento de camanhas romocionais dirigidas aos
clientes que já adquiriram esses rodutos no assado;
• o controle eriódico dos rodutos que aresentarem
redução de giro, a m de se comararem os custos de
aquisição com os valores de mercado. Quando se observa
uma desvalorização de determinados itens no mercado,
é referível realizar vendas com margens menores
a manter rodutos no estoque que não aresentam
ersectiva de venda futura;
• um controle físico rigoroso dos itens armazenados que
observe os razos de validade;
• inventários físicos ermanentes, ainda que realizados
or amostragem.
Enm, cada emresa, observadas as suas esecicidades,
deve se reocuar em criar mecanismos de controle erma-
nente desses ativos, ara que se alcance a otimização máxima
105
dos recursos investidos, seja em matéria-rima, seja em mer-
cadorias ara revenda ou ara consumo interno.
Em temos assados, quando a inação era galoante e os sis-
temas logísticos não tão desenvolvidos, fazia algum sentido o
investimento de recursos em estoques. Atualmente, salvo em
situações muito articulares, a ordem do dia deve ser semre
oerar com o mínimo indisensável ara o atendimento da
demanda. A facilidade ara administrar os estoques está inti-
mamente relacionada à qualidade dos controles internos utili-
zados nessa área. O investimento em controles conáveis ode
roorcionar um retorno incalculável.
5.6 A imortância das contas a receber
Assim como a conta Estoques , a conta Clientes , ou Duplicatas a
Receber , ou simlesmente Contas a Receber , tem enorme imor-
tância ara a administração nanceira. Dos ativos que com-
õem o caital de giro, há grande reresentatividade dos valo-
res que a emresa tem a receber or conta de suas oerações
de venda (mercadorias, rodutos ou serviços).
Além da óbvia imortância do lanejamento adequado da
olítica de razos, tanto de recebimento quanto de agamento,
assunto que veremos com mais detalhes na sequência deste
caítulo, há outros asectos relacionados ao ativo Contas a
Receber que merecem atenção dos gestores. Como o objetivo
rimordial será semre a transformação dos recursos alocados
nessa conta em caixacaixa , é reciso que a emresa adote uma olí-
tica adequada decréditocrédito e cobrançacobrança , fundamentada em critérios
objetivos e em controles ermanentes.
106
Figura . – política de crédito e cobrança
Cobrança
Caixa
Crédito
Muitas emresas não dão a devida atenção a esses controles,
desrezando variáveis essenciais ao equilíbrio nanceiro. O fun-
cionamento desajustado dessa engrenagem reercute, quase
semre, em roblemas nanceiros de curto razo. No longo
razo, ode até mesmo comrometer a continuidade do negócio.
5.6.1 política de crédito
Ao estabelecer uma olítica de crédito, o gestor nanceiro devedenir critérios diferenciados ara os clientes novos e antigos.
A concessão de crédito ara um cliente novo deve ser amarada
elo maior número ossível de informações, que odem ser
obtidas de variadas fontes. As três rinciais são aresentadas
na sequência.
. Serviços de proteçãoao créditoServiços de proteção ao crédito – Há várias organizações no
mercado que restam esse serviço de assessoria. Com
o avanço dos rocessos informatizados, essa fonte de
informação assou a ter uma imortância muito grande
ara as emresas. A um custo reduzido, é ossível obter
informações essenciais da emresa que leiteia o crédito,
como a data de fundação, informações a reseito dos
sócios, o endereço, as endências nanceiras e o histórico
de agamentos com outros fornecedores. Como no
Brasil, infelizmente, é alta a taxa de insucesso dos novos
emreendimentos, a data de fundação é algo relevante ara
107
a concessão do crédito: nos rimeiros meses de oeração,
é rudente acomanhar de erto a evolução do novo cliente.
As informações fornecidas elos serviços de roteção ao
crédito em geral também disonibilizam o nome das
últimas emresas que realizaram consultas relativas ao
Cadastro Nacional de pessoa Jurídica (CNpJ) que está
sendo analisado. É imortante observar, nesses casos, senão são agentes nanceiros (bancos e emresas de fomento
mercantil). Esse não é, obviamente, um fator imeditivo,
mas ode reresentar uma ”luz amarela” ara o investidor
em otencial. Se há um acúmulo de consultas realizadas or
agentes nanceiros, é sinal de que a emresa está buscando
caital de giro em vários lugares.
. Relatórios contábeisRelatórios contábeis – A observação dos relatórios contábeis
(como o Balanço patrimonial, a Demonstração do Resultado
do Exercício e a Demonstração dos Fluxos de Caixa) ode
trazer contribuições reciosas ara a análise de crédito,
tais como caacidade de agamento, estrutura de caitais
e situação atrimonial. Contudo, é reciso estar atento à
dedignidade dessas demonstrações. Às vezes odem não
ter sido elaboradas de acordo com as boas técnicas contábeis
e, assim, nem semre conseguem reresentar com delidade
a realidade da emresa.
. Informações fornecidas pelo mercadoInformações fornecidas pelo mercado – Trata-se de uma rática
relativamente comum o fornecimento de informações
comerciais elo mercado. Esse rocedimento baseia-senum interesse de reservação mútua e também é uma fonte
imortante or revelar o histórico do ostulante ao crédito
com emresas com as quais ele já mantém relacionamento
comercial.
É imortante ercebermos que a decisão de crédito
semre envolve riscos. Há critérios objetivos que odem
ser utilizados, como a existência ou não de endências
108
nanceiras registradas elos serviços de roteção ao crédito;
no entanto, a maioria das fontes fornecem informações
que exigem uma análise de caráter subjetivo. Uma decisão
acertada, nesse sentido, deende muito da exeriência e do
bom senso do administrador nanceiro.
Há variáveis a serem investigadas, sobre as quais nem sem-
re se disõe de dados muito recisos, que são igualmenteimortantes. Como exemlo, odemos citar a osição do
cliente no contexto analisado. Deve-se semre considerar, em
termos relativos, qual é a articiação da emresa como forne-
cedora no assivo total do cliente analisado, ou seja, o quanto
reresenta ara ele, do total de suas dívidas, o valor que lhe
será concedido de crédito. O inverso também deve ser obser-
vado: qual é a reresentatividade desse cliente ara a emresa.
O mesmo cuidado que se deve ter ara a abertura de cré-
dito é reciso dedicar ao monitoramento dos clientes ativos.
Amliações de limite devem semre ser recedidas de reava-
liações, que odem ser realizadas or meio de critérios seme-
lhantes aos utilizados ara os clientes novos. Na agitação do
dia a dia, equenos deslizes são cometidos, como a concessão
automática de crédito a clientes que caram algum temo
sem comrar e que retornaram quando tiveram o seu crédito
bloqueado com outros fornecedores, em virtude de inadim-
lência. para evitar esse tio de situação, é imrescindível ter
um sistema com arâmetros bem denidos, que atente ara
tais situações de risco.Em síntese, quando o assunto é crédito, é reciso agir com
cautela. São muitas as variáveis envolvidas e não é equeno o
grau de subjetividade resente nas decisões.
109
5.6.2 política de cobrança
A existência de uma olítica de cobrança ermanente também
contribui ara a reservação dos ativos alocados em Contas
a Receber.
Entre emresas que assam or diculdades nanceiras ou
que caminham ara um rocesso de falência, é muito comum
(ao menos até o momento em que isso já não é mais ossível)
a reservação do relacionamento com alguns fornecedores.
Elas agem assim ara evitar o desabastecimento comleto e
a consequente interrução do uxo oeracional. por isso, é
reciso manter um rocedimento ermanente e ostensivo de
cobrança, com ações ininterrutas e diárias; quanto mais cedo
forem tomadas iniciativas de recueração de crédito, maiores
serão as chances de recueração desses ativos.
No âmbito da cobrança, vale a máxima da insistência: “quem
não é visto não é lembrado”. É muito imortante, também, que
a emresa se associe a um serviço de roteção ao crédito, uma
forma eciente e barata de ressionar os devedores e de cuidar
ara que eles não causem rejuízos nanceiros a outras emre-
sas. Geralmente, os aontamentos de endência nanceira são
realizados or meio eletrônico ou ela internet, o que agiliza
os rocessos e economiza os recursos. O rotesto em cartório,
or outro lado, além de ser mais burocrático, é muito mais caro.
5.7 Comatibilizando razos: o ciclo
oeracional
Ao analisarmos com mais detalhe as contas Estoques e Contas a
Receber , deve ter cado claro ara você que, deois das dis-
onibilidades (Caixa, Banco e Alicações Financeiras de
Curto prazo), são essas as contas mais imortantes do Ativo
Circulante.
110
No entanto, o balanço não é comosto somente de valores
a receber. para administrar com eciência o caital de giro,
é reciso dar atenção também aos assivos de curto razo,
tais como Fornecedores, Salários a pagar, Encargos Sociais e
Imostos.
A administração das contas que aresentam data xa ara
agamento, cujos valores são mais revisíveis, ois estão vin-
culados às desesas oeracionais e ao faturamento da emresa,
não exige muito esforço de raciocínio do administrador nan-
ceiro. A diculdade maior está na administração dos comro-
missos com fornecedoresfornecedores , que reresentam a rincial conta
do passivo Circulante: são eles que nanciam boa arte da
atividade oeracional da emresa. por esse motivo, é um exce-
lente negócio conseguir razos mais longos, sem comrometer
o relacionamento, sem ônus nanceiro ou com ônus inferior
a outras oções de nanciamento.
As contas a recebercontas a receber odem ser uma fonte de nanciamento,
or meio do desconto de dulicatas. Entretanto, essa fonte
costuma ser cara: além dos juros elevados, os bancos e outros
oeradores nanceiros costumam cobrar taxas administrativas.
O mais rudente, ara evitar nanciamentos que imonham
custos nanceiros, é administrar bem os razos de recebimento,
de giro dos estoques e de agamento, tentando-se semre
nanciar as oerações rórias com caitais de terceiros que
não imliquem agamento de ônus nanceiro.
Em administração nanceira, o eríodo decorrido entre
a comra da mercadoria (ou matéria-rima), assando ela
O temo que a emresa leva, em média, ara girar seus esto-
ques, somado ao eríodo médio de recebimento das dulica-
tas, não ode exceder ao razo concedido elos fornecedores.
111
venda até chegar, nalmente, ao recebimento da dulicata é
denominado ciclo operacional.
Figura . – Ciclo oeracional
PMRRE
CICLO OPERACIONAL
Legenda: RE = Rotação dos estoques; pMR = prazo médio de recebimento das dulicatas.
Nesse sentido, o administrador nanceiro deve semre ten-
tar comatibilizar o ciclo operacionalciclo operacional com o prazo médio de paga-prazo médiode paga-
mento (PMP)mento (PMP) concedido elos fornecedores. Na rática, obvia-
mente, isso nem semre é ossível. No entanto, é reciso existir
semre uma meta de aroximação, ois, quando ocorre o des-
comasso entre o ciclo oeracional e o pMp dos fornecedores,
a diferença é bancada ela emresa.
Na Figura 5.5, você ode visualizar esse caso. Ela retrata
uma situação de descomasso, em que a soma do eríodo
médio de giro dos estoques (15 dias) e do razo médio de
recebimento ( dias) é suerior ao razo de agamento dos
fornecedores ( dias). Nesse caso, as vendas estariam sendo
nanciadas com recursos rórios or dias: [( + ) – ].
Figura . – Descomasso do ciclo oeracional
PMR – 28 DIAS
PMP – 30 DIAS
RE – 15 DIAS
Na maioria dos casos, as emresas disõem de contro-
les gerenciais que auxiliam o gestor nanceiro a adminis-
trar e comatibilizar tais razos. Calculá-los com base nas
112
demonstrações nanceiras (Bp e DRE), orém, é uma tarefa
bem simles. Você vai arender a fazer isso na sequência.
5.8 posicionamento de atividade
por meio da análise de aenas dois relatórios contábeis (Bp
e DRE) e da alicação de algumas fórmulas bem simles, é
ossível medir o grau de eciência da emresa na administração
de seus razos de recebimento, de agamento e de giro dos
estoques. para realizar esses cálculos, é reciso tomar como
base dois balanços sucessivos, de onde se extraem as seguintes
informações:
• razo médio de dulicatas a receber, calculado or meio
do saldo médio da conta Clientes;
• razo médio de Fornecedores , or meio do saldo médio
dessa conta; e
• média dosEstoques , utilizando-se o saldo médio da conta
Estoques.
O CMV ode ser extraído da DRE, tomando-se semre o
cuidado de utilizar o valor corresondente ao do último eríodo,
ou seja, se estamos trabalhando com balanços de março e abril,
devemos utilizar o CMV de abril. Também utilizaremos o valor
das comras do eríodo. Se não disusermos dessa informação
em algum relatório gerencial, odemos calculá-la. Veja no
Caítulo mais detalhes sobre como roceder nesse caso.
Na sequência, temos um resumo das fórmulas que serão
utilizadas.
PMR = Prazo Médio de RecebimentoPMR = Prazo Médio de Recebimento
PMP = Prazo Médio de PagamentoPMP = Prazo Médio de Pagamento
RE = Rotação dos EstoquesRE = Rotação dos Estoques
113
PMR:PMR: (Média de Duplicatas a Receber (Média de Duplicatas a Receber x dias)x dias)Custo das Mercadorias VendidasCusto das Mercadorias Vendidas
PMP:PMP: (Média de Fornecedores a Pagar x dias)(Média de Fornecedores a Pagar x dias)Compras do ExercícioCompras do Exercício
As comras odem ser calculadas or meio da fórmula:
C = CMV – EI + E F �
�
V e
r c
a
í t u
l o
4 .
PMP:PMP: (Média dos Estoques x (Média dos Estoques x dias) dias)Custo das Mercadorias VendidasCusto das Mercadorias Vendidas
Aós alicar essas fórmulas, é ossível nalmente calcu-
lar o posicionamento de posicionamento de atividade (PA)atividade (PA) , que nada mais é do que o
quociente entre o ciclo oeracional (pMR + RE) e o pMp. Veja
a fórmula:
PA:PA: RERE ++ PMR PMRPMPPMP
O osicionamento de atividade ideal deve, semre que
ossível, ser igual ou inferior a 1 (um). Quando esse índice
aresenta resultado suerior, certamente há roblemas na
comatibilização dos razos, o que signica que a emresa
tem roblemas no giro de estoques ou não está conseguindo
negociar adequadamente os seus razos de recebimento e
agamento. A rincíio, isso arece um ouco comlicado,
mas na rática é bastante simles. Veja um exemlo no exer-cício resolvido a seguir.
114
EXERCÍCIO RESOLVIDOEXERCÍCIO RESOLVIDO
Com base nas informações extraídas do Bp e da DRE da
emresa Alimentos S/A, calcule:
• A rotação dos estoques (RE);
• O razo médio de recebimento das dulicatas (pMR);
• O razo médio de agamento dos fornecedores (pMp);
• O osicionamento de atividade (pA).
Dados extraídos do BP e da DRE (em reais)Dados extraídos do BP e da DRE (em reais)
CCoonnttaa MMaarrççoo AAbbrriill
Clientes 180.000,00 150.000,00
Estoques 96.000,00 117.000,00
Fornecedores 164.000,00 114.000,00
Compras - 113.000,00
CMV - 131.000,00
Resosta:
Antes de aresentar os cálculos, é imortante lembrar
que estamos trabalhando com balanços mensais, or isso
as médias são multilicadas or .
RE = (média de estoques . dias) / custo das mercado-
rias vendidas
RE = {[(. + .)/] . } / .
RE = , ou dias
pMR = (média de dulicatas a receber . dias) / custo
das mercadorias vendidas
pMR = {[(. + .)/] . } / .
pMR = , ou dias
115
pMp = (média de fornecedores a agar . 30 dias) / com-
ras do exercício
pMp = {[(. + .)/] . } / .
pMp = , ou dias
Com base nos resultados encontrados, odemos concluir
que o ciclo oeracional da emresa Alimentos S/A é suerior
ao razo concedido or seus fornecedores ara o agamento
das dulicas. Veja:
Ciclo Oeracional = RE + pMR
Ciclo Oeracional = + = dias
pMp = dias
Como consequência, temos um osicionamento de atividade
bem suerior a (um), o que indica roblemas na coma-
tibilização de razos:
pA = (RE + pMR) / pMp
pA = ( + ) /
pA = ,
Veja na gura:
PMP – 36 dias 24 dias
PMR – 37 diasRE – 24 dias
Nesse caso, a emresa oderia agir em três frentes:
• tentar acelerar o giro de seus estoques;
• reduzir os razos concedidos aos seus clientes; e
• amliar os razos de agamento com os seus
fornecedores.
116
5.9 prazos médios ara o cálculo da
necessidade de caital de giro
No Caítulo 4, vimos que a necessidade de caital de giro
ode ser estimada com boa margem de acerto or meio dos
uxos de caixa rojetados. Há, no entanto, outras formas de
se fazer essa estimativa. A utilização dos razos médios de
recebimento nesse cálculo, embora menos recisa, ode dar
uma ideia suercial ao administrador nanceiro quanto às
suas necessidades futuras de caital.
O cálculo é relativamente simles:
NCG = VD × CF
Em que:
NCG = Necessidade de Caital de Giro.
VD = Vendas Diárias.
CF = Ciclo Financeiro.
CF = CO – PMP
Em que:
CO = Ciclo Oeracional.
pMp = prazo Médio de pagamento.
Se tomarmos como base os dados do exercício resolvido e
considerarmos uma rojeção de vendas diárias de R$ .,,
teremos:
CF = CO – pMp
CF = ( + ) –
CF = dias
NCG = .
NCG = .
117
Esses cálculos aenas corroboram a tese que já desenvolve-
mos ao longo do caítulo: o controle criterioso de contas-chave
do Ativo Circulante e do passivo Circulante, como as contas
Estoques , Clientes e Fornecedores , é essencial à boa administração
do caital de giro.
É imortante lembrar, mais uma vez, que os nanciamen-
tos de fornecedores não imlicam custos nanceiros diretos
ara a emresa, or isso devem ser estimulados, desde que
isso não comrometa a reutação da emresa e não onere
as aquisições em um atamar suerior ao custo de caital
oferecido elo mercado.
Os cálculos estimativos que aresentamos são úteis, sobre-
tudo, ara os analistas externos, que não disõem de informa-
ções tão comletas sobre a emresa. No entanto, nada subs-
titui os controles internos, muito mais recisos e detalhados.
Sem um bom uxo de caixa rojetado não há como saber, or
exemlo, se determinada insuciência ou sobra de caixa é um
fenômeno eventual ou ermanente.
Isso arece não ter tanta imortância, mas até emresas de
grande orte, com estrutura de caitais equilibrada, odem
quebrar or má administração de seus recursos circulantes.
Saber quanto há disonível – e or quanto temo – é uma obri-
gação do bom administrador nanceiro. A rojeção de caixa
insuciente leva a iniciativas mais onderadasde catação
de recursos. A rojeção de sobras suscita, de igual maneira,
a reexão anteciada de melhores oções de investimento.
Nesse sentido, há muitas oções de investimento que devem
ser consideradas, tais como:
• negociação mais vantajosa com fornecedores, justicada
or razos de agamento menores;
• agamento anteciado com desconto de títulos já
rovisionados no assivo;
118
• investimento em tecnologia e treinamento;
• investimento em novos equiamentos;
• investimento em outras emresas ou novas unidades
de negócio.
Enm, em qualquer situação, é reciso tomar decisões
amaradas em controles dedignos.A competição acirrada dosA competição acirrada dos
novos mercados condena a um insucesso rápido aqueles que desprezamnovos mercados condena a um insucesso rápido aqueles que desprezam
a importância do bom planejamento financeiroa importância do bom planejamento financeiro .
Síntese
Neste caítulo, você arendeu que a boa administração do
caital de giro deende do controle ermanente dos ativos
e assivos de curto razo; comreendeu o signicado do
conceito de Caital de Giro Líquido; e observou, na rática,
como se calculam os razos médios necessários à denição doosicionamento de atividade, índice que mede a eciência da
emresa na gestão conjunta de seus estoques e de seus valores
a receber e a agar. No lano teórico, essas questões não são
comlicadas; administrá-las no dia a dia das emresas, orém,
não é uma tarefa fácil. para evitar o deserdício de dinheiro,
é reciso criar mecanismos ermanentes de controle dos ati-
vos mais imortantes (sobretudo dos estoques), que muitas
vezes acabam escondendo resultados que não se transformarão
nunca em caixa e que contribuem ara análises equivocadas
dos relatórios nanceiros.
Questões ara revisão
. Conceitue caital de giro e Caital de Giro Líquido (CGL).
. Quais são as medidas mais imortantes a serem tomadas
ara evitar que os estoques se transformem em uma fonte
de deserdício de recursos nanceiros?
119
. Sobre o CGL, é correto armar:
a) É ossível calcular o CGL extraindo informações do
patrimônio Líquido, que é um dos subgruos do Balanço
patrimonial.
b) Caital de Giro Líquido e Caital Circulante Negativo
são exressões equivalentes.
c) Ele ode ser calculado or meio da seguinte fórmula:CGL = AC – pC.
d) Não existe CGL negativo.
. Com base nos conceitos teóricos estudados e nos dados are-
sentados no quadro a seguir, assinale (V) ara as armati-
vas verdadeiras e (F) ara as falsas e, em seguida, marque
a alternativa que aresenta a sequência correta:
Dados extraídos do BP e da DRE (em reais)Dados extraídos do BP e da DRE (em reais)
CCoonnttaa MMaarrççoo AAbbrriill
Clientes 179.000,00 151.200,00
Estoques 97.000,00 118.000,00
Fornecedores 155.000,00 124.000,00
Compras - 118.000,00
CMV - 132.000,00
( ) O razo médio de rotação dos estoque é suerior a
dias.
( ) Não é ossível calcular o razo médio de rotação dos
estoques com os dados disoníveis.( ) O razo médio de recebimento é de dias.
( ) O razo médio de agamento é de dias.
( ) O índice de osicionamento de atividade é de ,.
( ) A obtenção de um índice de osicionamento de
atividade inferior a 1 (um) indica que a emresa está
administrando bem os seus razos de agamento, de
recebimento e de giro dos estoques.
120
a) F – V – V – V – F – F
b) F – F – V – F – V – V
c) V – F – V – F – F – V
d) F – V – V – F – V – V
. A emresa Brinquedos S/A encerrou o mês de novembro com
um saldo de R$ ., na conta Estoques. Ao término do
ano, o saldo aurado na mesma conta foi de R$ .,.
No mês de dezembro, o Custo da Mercadoria Vendida
(CMV) foi de R$ .,. Com base nesses dados, qual é
a rotação de estoques do eríodo?
a) dias.
b) dias.
c) dias.
d) dias.
para saber mais
para arofundar seus conhecimentos sobre índices e indicado-
res utilizados ela administração nanceira, consulte:
CRUZ, J. A. W.; ANDRICH, E. G.; MUGNAINI, A.Análise dasAnálise das
demonstrações financeirasdemonstrações financeiras : teoria e rática. 3. ed. Curitiba: Juruá,
2012.
Elementos de análise
de investimentos 6
Conteúdos do capítuloConteúdos do capítulo
• Contexto geral da análise de investimentos.
• Método do Valor Presente Líquido (VPL).
• Método da Taxa Interna de Retorno (TIR).
• Método do Período de Retorno do Capital (Payback ).
Após o estudo deste capítulo, você será capaApós o estudo deste capítulo, você será capa z de:z de:
1. avaliar a viabilidade de diferentes projetos de
investimentos por meio de parâmetros como:
• o retorno de capital obtido por meio do desconto dos
uxos de caixa projetados (VPL);
• a taxa de retorno que iguala os uxos projetados ao
valor investido (TIR);
• o período necessário para que o investimento seja
recuperado ( Payback ).
123
6.1 Contexto geral
Nos caítulos anteriores, vimos que não são oucas nem sim-
les as atribuições do administrador nanceiro. Além do moni-
toramento ermanente de todas as oerações que imactam
o caital de giro da emresa, esse rossional ainda é corres-
onsável elas decisões de investimento, que odem estar
relacionadas:
• às aquisições de imobilizado (máquinas, equiamentos,
veículos, imóveis etc.);
• aos investimentos em novos rodutos;
• aos investimentos em novas unidades de negócio;
• aos investimentos em outras emresas;
• aos investimentos em alicações nanceiras, entre outros.
124
Os investimentos diferem das alicações em usos correntes
orque geralmente envolvem a imobilização, or longos erío-
dos, de recursos em ativos reais de ouca ou nenhuma liquidez
(Souza; Clemente, 2008), que, aesar disso, são essenciais ara
a geração de receitas.
Imagine, or exemlo, a imortância, ara uma emresa
industrial, dos investimentos realizados em máquinas moder-
nas ara a rodução. Em mercados competitivos, a atualização tec-Em mercados competitivos, a atualização tec-
nológica é um fator de sobrevivência.nológica é um fator de sobrevivência. Ela reduz custos de rodução,
contribui ara a economia de mão de obra, evita o deserdício
de energia e garante o arimoramento técnico dos rodutos.
No entanto, aesar de imrescindíveis, os investimentos
semre envolvem riscos. Em qualquer situação, há semre
um número elevado de variáveis internas e externas que
odem comrometer as decisões de investimento. Risco eRisco e
retorno são sempre variáveis subjetivas.retorno são sempre variáveis subjetivas. Uma iniciativa de investi-
mento ode reresentar um risco elevado ara determinada
emresa, deendendo da sua osição no mercado, do volume
de dinheiro que retende investir e da reresentatividade des-
ses recursos na sua estrutura de caitais. para outra instituição,
entretanto, o mesmo investimento ode reresentar um risco
bem menor. O mesmo ocorre com o retorno: ode ser que um
retorno líquido de 2%, or exemlo, seja atrativo ara uma
organização que comercializa combustíveis; mas ele certa-
mente não o será ara outra que atua no ramo de serviços, em
que as margens de lucro costumam ser maiores.
Enm, em qualquer contexto, o imortante é saber que o
risco é semre inversamente roorcional à quantidade e à
qualidade das informações de que disõe o analista nan-
ceiro, ou seja, quanto mais informações ele tiver, menor será
o seu risco.
125
Com o objetivo de contribuir ara que você tome decisões
menos arriscadas na sua vida essoal e rossional – ou que,
elo menos, o faça de forma mais consciente –, este caítulo
aresentará os rinciais métodos de análise de investimento
utilizados elo mercado, demonstrando que as interretações
nanceiras odem ser semre realizadas or meio de três
ersectivas:
. a do lucro contábil ou nanceiro gerado elo rojeto;
. a do seu temode retorno; e
. a da sua taxa de retorno.
6.2 O valor do dinheiro no temo e o custo
de oortunidade
A decisão or rojetos de investimento deve semre ser re-cedida or um estudo de viabilidade econômica e nanceira.
Indeendentemente da srcem do caital investido, se rório
ou de terceiros, a aceitação de qualquer rojeto ressuõe sem-
re uma remuneração mínima dos caitais investidos. Anal,
não faz nenhum sentido a imobilização de recursos em ativos
que não geram riqueza.
A viabilidade econômica pode ser medida pelos resultados averigua-A viabilidade econômica pode ser medida pelos resultados averigua-
dos pela contabilidade.dos pela contabilidade. Todos os fatos contábeis são aurados elo
regime de cometência, ou seja, receitas e desesas são semre
registradas no eríodo em que ocorrem, indeendentemente
de terem sido efetivamente recebidas ou agas.A viabilidadeA viabilidade
financeira, ao contrário, é medida pelo regime de caixa.financeira, ao contrário, é medida pelo regime de caixa.
É claro que os regimes de caixa e de cometência estão
inter-relacionados. Os resultados econômicos aurados ela
contabilidade acabam semre se transformando em caixa.
De qualquer forma, é reciso semre tomar cuidado com
126
os ajustes que cada tio de análise exige. Se o que se busca são
os retornos nanceiros, não faz sentido, or exemlo, a roje-
ção de custos com dereciação, que não reresentam saída de
caixa. No entanto, se a emresa estudada está enquadrada no
Lucro Real e, ortanto, aga Imosto de Renda pessoa Jurídica
(IRpJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre
o resultado aurado, essas desesas são imortantes, oisreduzirão o lucro tributável e, consequentemente, o valor dos
imostos a serem agos no nal do exercício. Nesse caso, elas
devem ser comutadas ara a denição correta da base de cál-
culo do IRpJ e da CSLL.
Qualquer que seja o tio de análise, o que imorta é vericar
se os retornos obtidos, sejam eles nanceiros, sejam econômi-
cos, são sueriores aos investimentos realizados. Isso seria
fácil de ser vericado se vivêssemos numa situação ideal de
inação zero; bastaria, então, um cálculo algébrico simles,
envolvendo as oerações fundamentais de soma e subtração
e, assim, chegaríamos ao veredito.
A realidade, contudo, é bem mais comlexa. Cenários de
incerteza dicultam a realização de cálculos e rojeções.
E, além dos asectos imonderáveis, o administrador nan-
ceiro tem semre de lidar com um fator imortante e inevitável:
oo valor do dinheiro no tempovalor do dinheiro no tempo .
Qualquer ganho futuro, ara ser comarado com um inves-
timento realizado no resente, deve ser decomosto or meio
da alicação de determinada taxa de desconto. Não há como
fugir disso; não odemos agar fornecedores, salários, encar-
gos e imostos com títulos de crédito. Se não disomos de
caixa ara utilização imediata, somos obrigados a recorrer
ao mercado, que cobra semre o reço da disonibilidade.
Nesse sentido, se realizamos investimentos com ersectiva de
retorno futuro, devemos “trazê-los” semre ara o temo atual.
127
Esse raciocínio é válido ara as circunstâncias em que
os investimentos são realizados com recursos rórios e, rin-
cialmente, ara aquelas em que esses investimentos são nan-
ciados com caitais de terceiros.
Quando o capital é próprioQuando o capital é próprio , o fator balizador é o custo de oor-
tunidade, que ode ser denido como a rentabilidade do inves-
timento alternativo, ou seja, é o que se deixa de ganhar ao se
otar or investir no rojeto “A” em detrimento do rojeto “B”.
O investimento alternativo ode ser uma alicação nanceira,
outro modelo de roduto ou de rojeto, ou qualquer outro tio
de alicação. Quando o capital é de terceiros Quando o capital é de terceiros , o arâmetro a ser
utilizado é o da taxa de juros a ser aga or conta do emrés-
timo realizado.
Enm, não há um critério único e objetivo ara a deni-
ção da taxa mínima de remuneração dos caitais investidos:
emresas equenas geralmente se orientam elo mercado
externo; emresas que se autonanciam normalmente esta-
belecem taxas rórias. O imortante é que exista um arâ-
metro de análise.
6.3 Taxa Mínima de Atratividade (TMA)
Estudos de viabilidade nanceira são realizados (ou, elo
menos, deveriam ser) com uma frequência bem maior do que
as essoas imaginam. Não são aenas os grandes investi-
mentos em ativos xos que exigem análises dessa natureza.
Decisões simles, do cotidiano, como a oção or realizar uma
comra à vista ou a razo, deveriam semre ser recedidas
desse tio de análise. Quando a oeração envolve razos, não
odemos desrezar o valor do dinheiro no temo.
A remuneração mínima dos caitais investidos, discutida na
seção anterior, é normalmente chamada nos livros de nanças
de Taxa Mínima de Atratividade (TMA).
128
TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA)TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA)
É a taxa utilizada para descontar os uxos de
caixa projetados, trazendo-os aos valores presentes.
para um investimento ser considerado atrativo, é necessário
que o retorno obtido seja suerior ao investimento realizado.
Mas como se calcula o retorno?Mas como se calcula o retorno? Ele é calculado or meio do des-
conto dos uxos rojetados mediante a alicação de uma TMA.
O desconto dos uxos é necessário ois investimento e retorno
são semre comarados no temo zero.
Finalmente, se a análise revela que o nosso retorno foi sue-
rior ao investimento realizado, temos um motivo ara comemo-
rar: nosso rojeto gerou riqueza ara a emresa! Em linguagem
nanceira, essa riqueza também é chamada de valor residual.
PERGUNTAS & RESPOSTASPERGUNTAS & RESPOSTAS
Em linguagem nanceira, qual é o signicado do termo
custo de oportunidade?
O custo de oortunidade reresenta o ônus que todo inves-
timento ossui de forma inerente. Semre que fazemos uma
escolha de investimento, estamos abrindo mão de outra, que
oderia ser mais ou menos rentável. Quando investimos em
uma emresa, or exemlo, comrometemos recursos que
oderiam ser alicados no mercado nanceiro. Nesse caso,
o custo de oortunidade seria reresentado ela remune-
ração que seria aga se esse dinheiro tivesse sido destinado
a outro tio de alicação.
6.4 Valor presente Líquido (VpL)
Na seção anterior, vimos que, ara um rojeto ou investimento
ser considerado viável, o retorno obtido or meio da alicação
129
de determinada taxa de desconto deve, no mínimo, ser sue-
rior ao rendimento de uma alicação de baixo risco. Isso se os
caitais investidos forem rórios; se forem de terceiros, esse
retorno deverá cobrir minimamente o custo de caital.
Há diversas técnicas de análise de investimento que odem
ser utilizadas ara medir a viabilidade de um investimento.
Entre elas, a mais utilizada e difundida é a do Valor PresenteValor Presente
Líquido (VPL)Líquido (VPL).
Essa técnica consiste, basicamente, em descontar um uxo
de caixa eserado, trazendo todos os valores ao temo re-
sente. para entender melhor esse conceito, observe a Figura 6.1.
Figura . – Fluxo de caixa rojetado (R$)
.
para descobrirmos o VpL nesse uxo, teríamos de, numa ri-
meira etaa, trazer os recursos recebidos nos três eríodos (320,
e ) ao temo zero; ara isso, alicaríamos determinada
taxa de desconto (ou TMA). Numa segunda etaa, teríamos de
diminuir do resultado obtido o investimento realizado (.).
Essa oeração nos levaria a um valor ositivo ou negativo, que
seria interretado da seguinte maneira:
VPL positivo = Investimento viávelVPL positivo = Investimento viável
VPL negativo = Investimento inviávelVPL negativo = Investimento inviável
O cálculo nanceiro de desconto dos uxos rojetados ode
ser realizado or meio de uma fórmula matemática, em la-
nilhaseletrônicas (como as do rograma Microsoft Excel®) ou
com o auxílio de uma calculadora nanceira. Otamos aqui
130
or exemlicá-lo utilizando este último recurso, uma vez que
ele é habitual entre os rossionais de nanças.
para facilitar, vamos utilizar os números da Figura 6.1.
Temos, então, um investimento inicial de R$., que será
recuerado em três eríodos a uma taxa mínima de %:
• período = .
• período = .
• período = .
Figura . – Cálculo do VpL na Hp C
W C
/ G
N U
F r e
e d
o c
u m
e n
t a t
i o n
l i c
e n
s e
1.000 CHS g CFo
320 g CFj
550 g CFj
400 g CFj
3 i f NPV = 195,16
a b
c
d e f
d
cb
f
ae
• O rimeiro dado digitado é o investimento inicial, no
valor de R$.,.
ImportanteImportante: a tecla CHS negativa o valor. Isso é necessário,
ois se trata de um desembolso, ou seja, de uma saída de caixa.
131
• Em seguida, inserimos os uxos eserados, na ordem em
que aarecem (R$,, R$, e R$,).
• para nalizar, alicamos a taxa de desconto. No exemlo,
vamos utilizar a taxa de %.
• Deois de inserirmos os dados, obtemos nalmente
o VpL de R$,.
• Esse valor indica que vamos recuerar o investimento
inicial (de R$ 1.000,00) e, além disso, obter um retorno
adicional de R$ ,. Logo, nosso rojeto é viável.
EXERCÍCIO RESOLVIDOEXERCÍCIO RESOLVIDO
Com base nos dados a seguir, calcule o VpL:
• Investimento: R$.,.
• Temo de retorno: meses.
• Taxa de desconto: %.
• Fluxos de retorno sequenciais: R$.,, R$.,,
R$., e R$.,.
Resosta:
88..000000 CCHHSS gg CCFFoo
2.100 g CFj
2.200 g CFj
2.000 g CFj
2.200 g CFj
2 i f NPV
VVPPLL ,,
InterpretaçãoInterpretação: os cálculos efetuados indicam que o caital
investido (de R$8.000,00) foi recuerado, com um ganho
adicional de R$ 90,50, ou seja, o desconto do uxo rojetado
ara valores atuais totalizou R$.,.
132
6.5 Taxa Interna de Retorno (TIR)
No método do VpL, trabalhamos com valores, isto é, trazemos
os uxos rojetados ao temo resente, comarando o resul-
tado obtido com o investimento realizado. Já no método da
Taxa Interna de Retorno (TIR)Taxa Interna de Retorno (TIR) , em vez de calcularmos os valores
descontados, buscamos a taxa de desconto que iguala os uxos
ao valor inicialmente investido.
Observe novamente a Figura .. Fazendo uso daTIRTIR , o obje-
tivo é descobrirmos qual é a taxa que, se alicada aos uxos
rojetados (320, 550 e 400), faria com que a soma desses valores,
no temo resente, fosse igual a 1.000 (investimento inicial).
O resultado obtido deve ser avaliado da seguinte maneira:
TIR maior ou igual à TMA = Investimento viávelTIR maior ou igual à TMA = Investimento viável
TIR menor ou igual à TMA = Investimento inviávelTIR menor ou igual à TMA = Investimento inviável
É imortante lembrarmos que estamos taxativamente con-
denando o investimento analisado como viável ou inviável,
tanto no caso do VpL quanto no da TIR, orque não diso-
mos de outras variáveis, a não ser os números utilizados na
Figura 6.1. Na rática, é ossível que fatores imonderáveis
alterem a decisão do investidor. por exemlo, uma emresa
ode otar or fazer um investimento não rentável que, con-
tudo, melhora a sua imagem no mercado. A TIR é muito útil paraA TIR é muito útil para
análises que envolvem vários projetos.análises que envolvem vários projetos. Nesse caso, entre as oções
disoníveis, o investidor deve otar semre ela TIR mais
elevada.
Assim como o VpL, a TIR também ode ser calculada or
meio de uma fórmula matemática e em lanilhas eletrônicas.
para exemlicarmos o rocesso de cálculo desse método, no
entanto, otamos também ela utilização de uma calculadora
nanceira. Assim como zemos na seção anterior, ilustramos
133
o cálculo aresentando o ainel da Hp C, que é o modelo
mais utilizado elos rossionais de nanças.
para facilitar a comaração entre os métodos, vamos uti-
lizar o uxo que já serviu de exemlo ara o cálculo do VpL
(Figura .).
Temos, então, um investimento inicial de R$1.000,00, que
será recuerado em três eríodos:
• período = .
• período = .
• período = .
Figura . – Cálculo da TIR na Hp C
W C
/ G
N U
F r e
e d
o c
u m
e n
t a t
i o n
l i c
e n
s e
1.000 CHS g CFo
320 g CFj
550 g CFj
400 g CFj
f IRR = 12,50%
a b
c
d
cb
ad
• O rimeiro dado digitado é o investimento inicial, no
valor de R$.,.
134
ImportanteImportante: a tecla CHS negativa o valor. Isso é necessário,
ois se trata de um desembolso, ou seja, de uma saída de caixa.
• Em seguida, inserimos os uxos eserados, na ordem
em que aarecem (, e ).
• para obtermos a TIR, digitamos “f” seguido de “IRR”.
• Deois de inserirmos os dados, obtemos nalmente a
TIR de ,%.
• Esse resultado indica que o nosso rojeto é viável, ou
atrativo, ois sua taxa de retorno, de 12,50%, é bem
suerior à TMA, de % (ver seção anterior).
EXERCÍCIO RESOLVIDOEXERCÍCIO RESOLVIDO
Com base nos dados a seguir, calcule a TIR:
Investimento: R$.,.
Temo de retorno: meses.
Fluxos de retorno sequenciais: R$2.100,00, R$2.200,00,
R$., e R$.,.
Resosta:
88..000000 CCHHSS gg CCFF00
2.100 g CFj
2.200 g CFj
2.000 g CFj
2.200 g CFj
f IRR
TTIIRR ,,VV
InterpretaçãoInterpretação : os cálculos efetuados indicam que a TIR ara
zerar o investimento realizado é de ,%.
135
6.6 período de Retorno do Caital (Payback)
Seja qual for o método utilizado, as decisões nanceiras são
embasadas semre em quatro variáveis:
. o valor do investimento valor do investimento: este é o dado mais objetivo – sobretudo
quando todo o dinheiro é injetado de uma única vez, na
fase inicial do rojeto ou no momento de aquisição do bem;
. os fluxos de entrada fluxos de entrada , que são rojeções;
. o tempo de retornotempo de retorno , também rojetado; e
. o custo do dinheiro no tempocusto do dinheiro no tempo , que também ode ser considerado
uma variável mais objetiva, ois está relacionado ao custo
do caital investido ou a um custo de oortunidade denido
ela emresa.
Nas seções anteriores, arendemos que os uxos odem ser
descontados e comarados ao investimento inicial. Também
vimos que é ossível descobrir a taxa de retorno dessas
rojeções.
Agora, com base nos conhecimentos que já adquirimos,
vamos arender que é ossível calcular, também, o temo
necessário ara que determinado investimento seja recue-
rado. O método utilizado ara determinar o eríodo necessá-
rio à recueração de um investimento é chamado de Payback.
Utilizando conceitos do VpL, o método do Período de Retorno doPeríodo de Retorno do
Capital (Capital (Payback Payback )) ermite que o anal ista descubra qual é o temo
necessário (em dias, meses ou anos) ara que os uxos roje-
tados, descontados a determinada taxa, suerem o valor ini-
cialmente alicado.
para entender melhor esse método, vamos utilizar o mesmo
uxo que serviu de exemlo ara a aresentação do VpL e da
TIR (Figura .):
• Investimento inicial: R$.,.
136
Retornos:
• período : .
• período : .
• período : .
O rimeiro asso é descontar os uxos rojetados, tra-
zendo-os a valores resentes. Quando calculamos o VpL, ze-
mos isso numa única oeração. Agora, vamos descontar o valor
de cada eríodo individualmente. Veja como fazer o cálculo
na Hp C.
Figura . – Cálculo do valor resente na Hp C
Período 1Período 1
320 CHS FV
0 PMT
3 i
1 n
PV = 310,68
Período 2Período 2
550 CHS FV
0 PMT
3 i
2 n
PV = 518,43
Período 3Período3
400 CHS FV
0 PMT
3 i
3 n
PV = 366,06
a
a
Realizada essa rimeira etaa, odemos lançar numa tabela
os valores encontrados (em reais):
137
PeríodoPeríodo FluxoFluxofuturofuturo
ValorValor
atualatual
SaldoSaldo
inicialinicial AmortizaçãoAmortização
SaldoSaldo
nalnal
Mês 1 320,00 310,68 1 .000,00 310,68 689,32
Mês 2 550,00 518,43 689,32 518,43 170,89
Mês 3 400,00 366,06 170,89 366,06 -195,17
A simles observação da tabela já nos revela que o inves-
timento será recuerado no terceiro mês. Como encerramos
o segundo mês com um saldo a recuerar de R$170,89 e, ao
longo do terceiro mês, obtivemos um retorno bem suerior
a esse valor, odemos armar que o investimento inicial foi
lenamente recuerado antes do término do nosso uxo. Se as
entradas diárias fossem constantes, oderíamos até calcular
o dia exato em que isso ocorreu. para isso, bastaria calcular a
reresentatividade do saldo nal do segundo mês elo mon-
tante obtido no terceiro mês. Veja:
(170,89 / 366,06) . 100 = 46,68%
Esse resultado indica que recisaríamos de aenas ,%
do terceiro mês ara recuerar o saldo nal de R$170,89. Se
quiséssemos o resultado em dias, teríamos:
30 . 46,68% = 14 dias
O Payback é aenas mais um método ara avaliar investi-
mentos. Como qualquer outro, ele tem suas limitações. É impor-É impor-tante perceber que os fluxos nunca são constantes e que, na prática, retor-tante perceber que os fluxos nunca são constantes e que, na prática, retor-
nos maiores podem vir justamente após o período de recuperação donos maiores podem vir justamente após o período de recuperação do
capital investido.capital investido. Ou seja, odemos abandonar um rojeto or
julgar que o retorno é lento, sem considerar que ele oderia
crescer exonencialmente aós a recueração do caital inicial.
138
EXERCÍCIO RESOLVIDOEXERCÍCIO RESOLVIDO
Calcule o temo de retorno do caital (Payback) do uxo
a seguir:
• Investimento: R$.,.
• Taxa de desconto: ,%.
• Fluxos de retorno sequenciais:
período : ..
período : ..
período : ..
período : ..
Resosta:
primeiro asso: desconto dos uxos rojetados na
calculadora Hp C:
Período 1Período 1
2.100 CHS FV
0 PMT
2,46 i
1 n
PV = 2.049,58
Período 2Período 2
2.200 CHS FV
0 PMT
2,46 i
2 n
PV = 2.095,63
Período 3Período 3
2.000 CHS FV
0 PMT
2,46 i
2 n
PV = 1.859,37
Período 4Período 4
2.200 CHS FV
0 PMT
2,46 i
3 n
PV = 1.996,21
139
Segundo asso: lançamento dos valores na lanilha:
PeríodoPeríodo FluxoFluxofuturofuturo VaValor atlor atualual SalSaldo indo iniciicialal AmoAmortizartizaçãoção SalSaldo ndo nalal
Mês 1 2.100,00 2.049,58 8.000,00 2.049,58 5.950,42
Mês 2 2.200,00 2.095,63 5.950,42 2.095,63 3.854,79
Mês 3 2.000,00 1.859,37 3.854,79 1.859,37 1.995,42
Mês 4 2.200,00 1.996,21 1.995,42 1.996,21 -0,79
InterpretaçãoInterpretação : desrezando os centavos, odemos armar
que o investimento inicial foi recuerado em exatos quatro
meses.
Síntese
Neste caítulo, você descobriu mais uma imortante atribuição
do administrador nanceiro, que com muita frequência re-
cisa tomar decisões relacionadas a alicações e investimentos.
Arendeu também a imortância de se estabelecerem arâme-
tros comarativos ara realizar análises nanceiras e conheceu
os métodos mais utilizados elo mercado: VpL, TIR e Payback.
O imortante a frisarmos é que os métodos estudados aqui
não são excludentes. pelo contrário, eles se comlementam.
Caberá a você, em cada situação esecíca e deendendo da
resosta que está rocurando, alicar um ou outro, ou mais
de um ao mesmo temo, se for o caso.
Questões ara revisão
. Exlique, com suas rórias alavras, o signicado da
exressão custo de oportunidade.
. Conceitue Taxa Mínima de Atratividade (TMA).
140
. Marque com (V) as armativas verdadeiras e com (F) as
falsas e, em seguida, assinale a alternativa que aresenta a
sequência correta:
( ) Os investimentos diferem das alicações em usos
correntes, ois em geral envolvem a imobilização de
recursos que são alicados em ativos de baixa liquidez.
( ) Quando o investimento é realizado com caital rório,o arâmetro a ser utilizado ara a decomosição dos
retornos é a taxa de juros média do mercado.
( ) As iniciativas de investimento devem ser balizadas ela
análise de variáveis internas e externas.
( ) Risco e retorno são variáveis subjetivas, que variam de
emresa ara emresa.
( ) Em análises de investimento, a viabilidade nanceira
é medida elas entradas de caixa.
( ) Desesas com dereciação reresentam saída de caixa,
or isso devem ser rovisionadas.
a) V – F – F – V – V – F
b) V – V – V – F – F – V
c) F – V – F – F – F – V
d) V – F – V – V – V – F
. Sobre o Valor presente Líquido (VpL), é correto armar:
a) É a técnica mais difundida ara se medir a viabilidade
de um investimento.
b) Consiste em descontar um uxo de caixa eserado,
trazendo-se todos os valores ao temo resente.
c) VpL ositivo signica que o investimento é viável.
d) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
. Assinale a alternativa incorretaincorreta :
a) A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa que iguala os
uxos descontados ao valor inicialmente investido.
141
b) TIR maior ou igual à TMA reresenta um investimento
viável.
c) A TIR não é indicada ara análises que envolvem vários
rojetos.
d) Payback é o método utilizado ara se determinar o er íodo
necessário à recueração de um investimento.
para saber mais
Se você deseja arofundar seus conhecimentos sobre análise
de investimentos, consulte:
SOUZA, A.; CLEMENTE, A.Decisões financeiras e análise deDecisões financeiras e análise de
investimentosinvestimentos : fundamentos, técnicas e alicações. 6. ed. São paulo:
Atlas, 2008.
Para concluir...
S e realizarmos uma busca na internet ou em qualquer biblioteca de alguns temas aresentados neste livro, encontra-
remos um número muito grande de artigos e ublicações de
cunho cientíco a esse reseito. Alguns temas fundamentais,
que foram exlorados aqui em caítulos, justicariam a ela-
boração de obras esecícas, mais comletas e arofundadas.
Em que ese a vasta bibliograa sobre nanças existente, e,
na maioria das vezes, de muita boa qualidade, em meio eletrô-
nico ou imresso, a contribuição desta equena obra está em
rearesentar temas conhecidos or meio de uma linguagem
mais fácil de ser comreendida elo úblico comum.
Além de simlicarmos um ouco a linguagem acadêmica,
emregada na maioria dos manuais, rocuramos ir além da
mera aresentação de conceitos, indicando alguns caminhos
a serem seguidos. As teorias são imortantes, mas entre estu-
dantes e, rincialmente, entre o úblico leigo aira semre a
dúvida sobre como agir, com o que efetivamente se reocuar
quando o assunto é gestão nanceira. Aesar das limitaçõesde esaço, rocuramos avançar um ouco or esse caminho,
sobretudo or meio do Caítulo .
Eseramos que essas esecicidades tenham tornado a leitura
deste livro mais útil e agradável. Diante de tantas ublicações
disoníveis, e do ouco temo que os rossionais em geral
têm ara se atualizar, é reciso escolher aquelas que rezem
ela objetividade e ela clareza, sem rejuízo do rigor cientíco.
144
Se recisássemos resumir tudo o que foi aresentado neste
livro, transformando toda a teoria em uma única frase, a qual
servisse de insiração e de norte ara a atuação dos ros-
sionais que, de alguma maneira, são resonsáveis or áreas
fundamentais à gestão nanceira, reduziríamos tudo o que
foi dito ao binômio “lanejamento e controle”.
Mesmo com todas as diculdades imostas elas olíticas
econômica e tributária brasileiras, que a cada dia surreendem
o setor rodutivo com uma nova norma, o lanejamentode
médio e longo razo é fundamental ara o sucesso emresarial.
Nem que tudo saia errado ou que nada do que foi lanejado se
concretize, o ato de lanejar, em si, já terá valido a ena, ois ele
é um retexto ara se reensarem atitudes, metas e objetivos,
isto é, ara arar e reetir sobre o negócio. Grandes decisões
ou ideias, muitas delas nem semre relacionadas com os temas
que estão sendo discutidos elo lanejamento, surgem eson-
taneamente desse rocesso.
Tão imortante quanto o lanejamento são os controles.
Em mercados cada vez mais cometitivos, com margens cada
vez menores, criar mecanismos de controle e alicá-los com
rigor é, cotidianamente, uma condição indisensável de sobre-
vivência ara qualquer negócio, seja de qual orte for.
É imortante saber que controlar não signica burocrati-
zar. Controlar signica criar rocedimentos mínimos de sal-
vaguarda do atrimônio. Sem métodos nem controles, não
há caminho ossível.
Às vezes de forma sutil, outras vezes de maneira mais enfá-
tica, esta equena obra rocurou incutir esses valores. Mais
imortante do que comreender detalhes, ou conhecer com
rofundidade as ferramentas oeracionais, é ter o caminho
orientado or tais valores.
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Respostas
Caítulo 1
Questões ara revisão
1. possuir recursos circulantes disoníveis é essencial
ara o agamento em dia das obrigações de curto
razo, como fornecedores, salários, imostos e encar-
gos sociais. Como os agamentos em atraso em geral
são onerados or multas e encargos nanceiros, a falta
de disoníveis ode comrometer o resultado obtido
or meio da atividade oeracional da emresa.
2. O corte de investimentos ode comrometer o futuro
da emresa se a redução for feita em algumas áreas
estratégicas, tais como: treinamento de funcionários,manutenção de ativos essenciais à rodução, esquisa
de novos rodutos e gastos com assessoria.
3. c
4. c
5. d
Caítulo 2
Questões ara revisão
1. Custos, desesas e investimentos.
2. Os custos diretos são aqueles que odem ser aroria-
dos diretamente ao roduto, sem necessidade de rateio.
Os indiretos são os que requerem algum tio de rateio
ara serem incororados ao roduto.
3. a
4. c
5. b
150
Caítulo 3
Questões ara revisão1. O orçamento é imortante ara o lanejamento estraté-
gico da emresa orque na sua elaboração são realiza-
das todas as rojeções de venda e consumo de recursos
ara determinado eríodo. Nesse sentido, ele acaba
servindo ara que o administrador reita sobre as reais
ossibilidades de desenvolvimento de seu negócio.
2. O orçamento é imortante ara emresas em fase ini-
cial orque ele demonstra com clareza a necessidade de
faturamento futuro ara que o negócio seja viável do
onto de vista econômico.
3. a
4. c
5. c
Caítulo 4
Questões ara revisão
1. O uxo de caixa rojetado é uma demonstração das
entradas e das saídas de disonibilidades revistas ela
emresa ara determinado eríodo. A Demonstração
dos Fluxos de Caixa (DFC) também aresenta, de
forma sistematizada, informações sobre entradas e saí-
das, orém já realizadas. A DFC tornou-se obrigatória
no Brasil a artir da Lei nº 11.638/2007 (Brasil, 2007).
2. Fluxo de caixa é a aresentação, de forma organizada,
das entradas e das saídas de caixa em determinado e-
ríodo.
3. b
4. b
5. a
151
Caítulo 5
Questões ara revisão
1. Caital de giro são os recursos de curto razo à diso-
sição da emresa, utilizados normalmente ara o aga-
mento das obrigações geradas ela atividade oeracio-
nal, tais como: fornecedores, desesas gerais, imostos,
salários e encargos. Caital de Giro Líquido (CGL) é
o que sobra do confronto entre o Ativo Circulante e o
passivo Circulante. O CGL ode ser ositivo ou nega-
tivo.
2. para evitar que os estoques se constituam em fonte de
deserdício de recursos nanceiros, é imortante que
algumas medidas sejam tomadas, tais como:
• a criação de relatórios ara o controle do estoque
mínimo e ara o monitoramento dos itens com
movimento nulo ou abaixo da média histórica;
• o controle eriódico de rodutos com redução de
giro;
• o controle físico rigoroso dos itens armazenados,
or meio da realização de inventários eriódicos etc.
3. c
4. b
Resolução:
(F)(F): RE = (215.000 . 30) / 132.000 = 48,86 ou 49 dias.
(F)(F): Sim, é ossível calcular o razo médio de rotação
dos estoques com os dados disoníveis.
(V)(V): pMR = (165.100 . 30) / 132.000 = 37,52 ou 38 dias.
(F)(F): pMp = (139.500 . 30) / 118.000 = 35,46 ou 35 dias.
(V)(V): pA = (49 + 38) / 35 = 2,48.
(V)(V): Sim, esse valor do índice mostra que a emresa
administra bem os seus razos de agamento, de rece-
bimento e de giro de estoques.
5. a
152
Caítulo 6
Questões ara revisão
1. Quando alicamos o nosso dinheiro em determinado
negócio ou rojeto, estamos renunciando a outras
oortunidades de investimento. Chamamos de custo de
oportunidade os rendimentos que esses negócios ou ro-
jetos alternativos oderiam nos roorcionar.
2. É a taxa utilizada ara descontar os uxos de caixa ro-
jetados, trazendo-os a valores resentes.
3. d
4. d
5. c
S obre os autores
Emir Guimarães AndrichEmir Guimarães Andrich é mestre em Educação ela
Universidade Federal do paraná – UFpR (), graduado em
Ciências Contábeis ela Unifae Centro Universitário (2005),
com desemenho acadêmico reconhecido e certicado or
essa instituição e elo Conselho Regional de Contabilidade
do paraná. Já atuou de forma indeendente na área contábil e
como rofessor de nível suerior da rede rivada ara os cur-
sos de Administração e Ciências Contábeis. Atualmente, tra-
balha como gestor do segmento varejista. É coautor dos livros
Contabilidade introdutória descomplicada e Análise das demons-
trações fnanceiras. Tem também formação na área de ciências
humanas, tendo concluído ela UFpR os cursos de graduação
em História (1995) e esecialização em Sociologia política (2004).
Nessa área, atuou também como esquisador e ublicou em
coautoria elo Ine-MEC, no ano de , o Senso da Educação
Superior do Paraná.
Jun Jun e e AlAlisisson son WesWestatarb rb CruCruzz é doutor em Administração
Estratégica ela pontifícia Universidade Católica do paraná –
pUCpR (2012), mestre em Administração Estratégica (2007)
or esta mesma instituição, ós-graduado em Contabilidade
e Finanças ela Universidade Federal do paraná – UFpR
(2005), ós-graduado (extensão) em Docência Universitária
ela Fundação Getulio Vargas – FGV (2005) e graduado em
Ciências Contábeis ela Unifae Centro Universitário (). É
ex-ocial de Intendência do Exército Brasileiro e, atualmente,
exerce os cargos de rofessor e coordenador na pUCpR e asses-
sor de gestão do Gruo Marista. É autor dos livros Análise das
demonstrações fnanceiras; Contabilidade introdutória descompli-
cada; A união faz a força; Incrementando a estratégia: uma abor-
dagem do BSC; Gestão de custos: perspectivas e funcionalidades;
154
Formação de preço de vendas; Planejamento estratégico orçamentário;
Planejamento orçamentário na administração pública; e Finanças
pessoais. É também organizador do livro Redes sociais e organi-
zacionais e revisor do livro Seis semanas para o sucesso.