Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 7 Recursos para os Tribunais Superiores: Recurso Ordinário (STF e STJ) e Recurso Extraordinário Disciplina: Processo Civil III Recursos e Procedimentos Especiais Docente: Ana Ketsia B. M. Pinheiro Faculdade Estácio de Sá - FAL Recursos nos Tribunais Superiores Existem, em nosso sistema recursal: A) As instâncias ordinárias, entre os juízes de primeiro grau e os Tribunais de segundo grau; B) E existe, também, no sistema processual brasileiro, a possibilidade de recursos extremos ou excepcionais, para dois órgãos superiores que formam a cúpula do Poder Judiciário nacional. São órgãos superiores: Supremo Tribunal Federal: encarregado de matéria constitucional. Superior Tribunal de Justiça: encarregado dos temas infraconstitucionais de direito federal. IMPORTANTE! Cabe aos Tribunais Superiores o exame não dos fatos controvertidos, nem das provas existentes no processo, nem mesmo da justiça ou injustiça do julgado recorrido, mas apenas e tão-somente a revisão das teses jurídicas federais envolvidas no julgamento impugnado. Atenção! Na CF há previsão de alguns casos em que se admitem recursos ordinários também para os dois mais elevados Tribunais do País. Nos recursos ordinários, ao contrário do que se passa nos extraordinários e especiais, a devolução do Tribunal ad quem é a mais ampla possível. Abrange tanto a matéria fática como a de direito, ensejando, por isso, uma completa revisão, em todos os níveis, do que se decidiu no Tribunal inferior. Recurso Ordinário para o Supremo Tribunal Federal As ações de mandado de segurança, habeas data e mandado de injunção, quando julgadas em única instância pelos Tribunais Superiores (STJ, TST e TSE), desafiam, normalmente, recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal. Se, porém, forem denegadas, haverá possibilidade de recurso ordinário para a Suprema Corte (Constituição Federal, art. 102, II e Lei n. 12.016/2009, art. 18). Conforme visto, somente as decisões denegatórias proferidas em Mandado de Segurança, habeas data e Mandado de Injunção, decididas em única instância pelos Tribunais Superiores (STJ, TST e TSE) é que podem ser impugnadas por meio deste recurso. ➢ É recurso privativo do impetrante. Assim, se o acórdão contiver capítulos decisórios com resultados distintos (procedência e improcedência), somente contra o capítulo denegatório é que caberá Recurso Ordinário. Acerca da expressão “decisão denegatória”, Barbosa Moreira nos diz que ela tem acepção ampla: compreende as decisões que julgam improcedente o pedido e aquelas que extinguem o processo sem julgamento do mérito. Enunciado 272 da Súmula da Jurisprudência predominante do STF: “Não se admite como recurso ordinário, recurso extraordinário de decisão denegatória de mandado de segurança” Apesar deste enunciado, o STF vem admitindo do Extraordinário em Ordinário, desde que o ordinário fosse de sua competência. (Se o Ordinário for de competência do STJ, não há conversão, nem mesmo a pretexto de aplicação da fungibilidade). Prazo do Recurso Ordinário para o STF: 15 dias Neste recurso, não há revisor, segundo RISTF. Deve ser interposto perante o Presidente ou vice- presidente do tribunal recorrido (dependendo do Regimento Interno – NCPC, art. 1.028, § 3º). Recurso Ordinário para o STJ Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: II - pelo Superior Tribunal de Justiça: a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. § 1o Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015. § 2o Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, § 3o, e 1.029, § 5o. Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea “b”, aplicam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as disposições relativas à apelação e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. § 1o Na hipótese do art. 1.027, § 1o, aplicam-se as disposições relativas ao agravo de instrumento e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. § 2o O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve ser interposto perante o tribunal de origem, cabendo ao seu presidente ou vice-presidente determinar a intimação do recorrido para, em 15 (quinze) dias, apresentar as contrarrazões. § 3o Findo o prazo referido no § 2o, os autos serão remetidos ao respectivo tribunal superior, independentemente de juízo de admissibilidade. Recurso Extraordinário ➢ Tem por finalidade manter, dentro do sistema federal e da descentralização do Poder Judiciário, a autoridade e a unidade da Constituição. ➢ Interposto no STF. Trata-se de um recurso excepcional, admissível apenas em hipóteses restritas, previstas na Constituição Federal com o fito específico de tutelar a autoridade e aplicação da Carta Magna. O cabimento do recurso está previsto no art.102, n. III, letras a,b,c e d, da Constituição da República, que o admite nas causas julgadas por outros órgãos judiciais, em única ou última instância, quando a decisão recorrida: ▪ Contrariar dispositivos da Constituição Federal; ▪ Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; ▪ Julgar válida lei ou ato do governo local contestado em face da Constituição; ▪ Julgar válida lei local contestada em face de lei federal. Importante! A partir da EC n. 45/2004, além dos requisitos enumerados nas alíneas do inciso III do art. 102 da CF, ficou a admissibilidade do recurso extraordinário dependente de demonstração, pela parte, da repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso (CF, art. 102, § 3º). A admissibilidade do recurso extraordinário pressupõe: I. O julgamento da causa, em última ou única instância, entendido como causa tanto a que envolve decisão final de mérito, como a questão resolvida em decisão interlocutória ; ATENÇÃO! Excluem-se da área de cabimento do extraordinário os acórdãos que deferem liminar, uma vez que a definição de periculum in mora e fumus boni iuris, além de precária, envolve matéria fática, não compatível com o objetivo daquele recurso (STF, súmula n. 735); II. A existência de questão federal constitucional, isto é, uma controvérsia em torno da aplicação da Constituição da República; NÃO ESQUEÇA! A questão apreciável pela via do recurso extraordinário somente pode ser uma questão de direito, isto é, um ponto controvertido que envolva diretamente a interpretação e aplicação da Lei. Se o que se debate são os fatos (e sua veracidade), tem-se a questão de fato que é prejudicial à questão de direito e que não pode ser renovada por meio do extraordinário. III. A demonstração da repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso. Observação A questão federal, para justificar o cabimento do recurso extraordinário, não exige prévia suscitação pela parte, mas deve já figurar no decisório recorrido (o recurso deve versar sobre “causa decidida”, na instância de origem), isto é, deve ter sido anteriormente enfrentada pelo tribunal a quo. Muito importante! A Constituição não condiciona o cabimento do Recurso Extraordinário à ocorrência de julgamento final de tribunal. Exige apenas que se trate de causa decidida em única ou última instância. Em hipótese de causas de alçada, portanto, pode haver recurso de sentença do juízode primeiro grau diretamente para o SupremoTribunal Federal. Veja! ➢ "Causas de Alçada“ (CPC/39): causas de pequeno valor em que só se admitiam os recursos de embargos de nulidade ou infringentes do julgado e embargos de declaração, que eram dirigidos e julgados pela mesma autoridade prolatora de sentença; ➢ O CPC/73 afastou o tratamento diferenciado dado às causas de alçada, possibilitando o duplo grau voluntário de jurisdição em toda e qualquer causa. O regime das causas de alçada ainda existe fora do CPC, em procedimentos especiais como: ✓ da execução fiscal (Lei 6.830/80), e ✓ das ações trabalhistas (Lei 5.584/70 alterada pela Lei 7.402/85). Estando o valor da causa compreendido dentro dos tetos estipulados, não cabe recurso algum para instância superior, devendo a causa ser inteiramente julgada em instância única, pelo juiz do primeiro grau de jurisdição. No processo trabalhista as causas de até dois salários mínimos são insuscetíveis de recurso para a segunda instância. PROCESSO CIVIL - EXECUÇÃO FISCAL - ALÇADA RECURSAL (ART. 34 DA LEI Nº 6.830/80) – 1. Segundo o art. 34 da LEF, somente é cabível o recurso de apelação para as execuções fiscais de valor superior a 50 ORTN. 2. Com a extinção da ORTN, o valor de alçada deve ser encontrado a partir da interpretação da norma que extinguiu um índice e o substituiu por outro, mantendo-se a paridade das unidades de referência, sem efetuar a conversão para moeda corrente, para evitar a perda do valor aquisitivo. 3. 50 ORTN = 50 OTN = 308, 50 BTN = 308, 50 UFIR = R$ 328, 27 (trezentos e vinte e oito reais e vinte e sete centavos) a partir de janeiro/2001, quando foi extinta a UFIR e desindexada a economia. 4. O valor de alçada deve ser auferido, observada a paridade com a ORTN, no momento da propositura da execução, levando em conta o valor da causa. 5. Recurso Especial provido em parte". (STJ - RESP 607930 - DF - 2ª Turma, Relatora Ministra Eliana Calmon, DJU 17.05.2004, p. 206). Acórdão Inteiro Teor nº AIRR-19- 89.2011.5.10.0010 TST. Tribunal Superior do Trabalho 8ª Turma, 05 de Dezembro de 2012 AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. PROCESSO DE ALÇADA. CABIMENTO DE RECURSO ORDINÁRIO. Nos termos do art. 2º, § 4º, da Lei nº 5.584/70, nos dissídios de alçada, em que o valor fixado para a causa não exceda a 2 salários mínimos, não caberá recurso das sentenças proferidas, salvo se versar sobre matéria constitucional, hipótese não configurada no caso. Agravo de instrumento conhecido e não provido. Possibilidade de reexame de prova no Recurso Extraordinário É pacífica a orientação dos tribunais superiores de não admitir recursos excepcionais para a simples revisão de prova. No entanto, há possibilidade de recurso especial por violação às regras do direito probatório, entre as quais se incluem os dispositivos do CPC e CC que cuidam da matéria – notadamente quando tratam da valoração e da admissibilidade da prova. A respeito do tema, Fredie Didier, em sua obra, traz julgado do STF, do Min. Rodrigues Alckimin, no RE 84.699/SE: “O chamado erro de valoração ou valorização das provas, invocado para permitir o conhecimento do recurso extraordinário, somente pode ser o erro de direito, quanto ao valor da prova abstratamente considerado. Assim, se a lei federal exige determinado meio de prova no tocante a ato ou negócio jurídico, decisão judicial que tenha como provado o ato ou negócio por outro meio de prova, ofende ao direito federal. (...)”. RECURSO EXCEPCIONAL E OS CONCEITOS VAGOS Não é possível no RE, como mencionado exaustivamente, pretender-se reexaminar os fatos, mas, sim, discutir se aquele fato examinado pelo tribunal recorrido subsume-se ao tipo normativo – trata-se de questão de direito, apta a ser objeto de um recurso excepcional. Essa é a razão de o STJ ter enunciados consolidados em sua súmula da jurisprudência predominante sobre o que seja “prova escrita” apta a ensejar ação monitória. É por isso, também, que o STJ vem examinando o que seja “móveis que guarnecem a casa” e para fins de caracterização do que seja “bem de família”. PRE-QUESTIONAMENTO Trata-se de exigência antiga para a admissibilidade dos recursos extraordinários, segundo o qual se impõe que a questão federal ou constitucional objeto do recurso excepcional já tenha sido suscitada/analisada, na instância inferior. ➢ Portanto, a questão constitucional, não pode ser suscitada, originalmente, no próprio recurso extraordinário. NÃO ESQUEÇA! O apelo extremo só será admissível se o tema nele versado tiver sido objeto de debate e apreciação na instância ordinária. Assim, se a decisão impugnada tiver sido omissa a seu respeito ou se a pretensa ofensa à Constituição tiver origem em posicionamento do órgão julgador adotado pela primeira vez no próprio julgado, deverá a parte, antes de interpor o recurso extraordinário, provocar o pronunciamento sobre a questão constitucional por meio de Embargos de Declaração. Atenção! Não há dúvida de que, enfrentada a questão pelo tribunal recorrido, há o prequestionamento e, pois, o recurso é cabível. No entanto, e se questão não houver sido examinada pelo tribunal, apesar de ter sido suscitada pela parte? Impõe-se a interposição dos embargos de declaração para suprir a omissão. E se a omissão persistir, há o prequestionamento mesmo assim? havia divergência dos tribunais superiores a respeito do assunto. ❖ O novo CPC elucidou a questão, em seu art. 1.025, senão vejamos: Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré- questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. Esse posicionamento do STF já era adotado pelo STF e chamado de prequestionamento ficto que é aquele que se considera ocorrido com a simples interposição dos embargos de declaração diante da omissão judicial, independentemente do êxito desses embargos. Trata-se de interpretação mais amena do enunciado n. 356 da súmula da jurisprudência do STF. ➢ Essa postura do STF é a mais correta? Para a caracterização da questão constitucional é necessário que a ofensa invocada pelo recorrente tenha-se dado diretamente contra a regra traçada pela CF, e não tenha decorrido, intermediariamente, de atentado às regras infraconstitucionais. É o que se acha sintetizado na Súmula n. 636 do STF, in verbis: “Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua veracidade pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.” Importante! Justifica-se a exigência do pré-questionamento da questão constitucional (tese debatida na decisão recorrida) porque a Constituição instituiu o recurso extraordinário para apreciação de “causa decidida em única ou última instância” (art. 102, III). Cumpre ao recorrente demonstrar, necessariamente, que a questão ventilada no extraordinário (a causa) foi objeto de apreciação e julgamento na instância ordinária. O que se busca com esse remédio excepcional é, na verdade, um rejulgamento da causa. Repercussão Geral O regime da Constituição anterior ensejou a criação da arguição de relevância como mecanismo de filtragem do recurso extraordinário, expediente que a CF/88 repeliu. A matriz constitucional do recurso extraordinário sofreu alterações por força da Emenda n. 45, de 08.12.2004, dentre elas a que figurou no novo § 3º acrescido ao art. 102 da Constituição. Foi a necessidade de controlar e reduzir o sempre crescente e intolerável volume de recursos da espécie que passou a assoberbar o Supremo Tribunal a ponto de comprometer o bom desempenhode sua missão de Corte constitucional, que inspirou e justificou a reforma operada pela EC n. 45/2004. Assim, se entender que não há repercussão geral, o STF poderá, por voto de dois terços de seus membros, “recusar” (não conhecer) o recurso. . O Novo CPC, no âmbito da disciplina do recurso extraordinário dispôs: ▪ Art. 1.035: contém regras de definição do que se deva entender por repercussão geral das questões constitucionais debatidas no processo; ▪ Art. 1.036: nele instituíram-se regras simplificadoras da tramitação de outros extraordinários pendentes com vinculação de igual controvérsia. Atenção! O controle de admissibilidade criado pelo novo § 3º do art. 102 da Constituição é específico do recurso extraordinário, e não poderá ser estendido ao recurso ordinário perante o STF, e tampouco ao especial e outros recursos manejáveis no âmbito do STJ. A apreciação da ocorrência (ou não) de repercussão geral é exclusiva do STF (art. 1.035, § 2º). Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo. § 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassemos interesses subjetivos do processo. § 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal. § 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que: I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal; II – (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016) III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal. § 4o O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. § 5o Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional. § 6o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso extraordinário que tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento. § 7º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 6º ou que aplicar entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos caberá agravo interno. § 8o Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice- presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica. § 9o O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus. § 10. (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016) § 11. A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada no diário oficial e valerá como acórdão. Vejamos o art. 1.030 do CPC: Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: I – negar seguimento: a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o STF não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral; b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos; II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos; III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria constitucional ou infraconstitucional; IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036; V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que: a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de julgamento de recursos repetitivos; b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação. § 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V caberá agravo ao tribunal superior, nos termos do art. 1.042. § 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos termos do art. 1.021.
Compartilhar