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Assistência de Enfermagem na Esquizofrenia

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ESQUIZOFRENIA 
 
 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À PESSOA COM ESQUIZOFRÊNIA 
 
1.CONCEITO 
Esquizofrenia é um transtorno mental 
caracterizada por comportamento social fora 
do normal e incapacidade de distinguir o que 
é ou não real. Entre os sintomas mais comuns 
estão delírios, pensamento confuso ou pouco 
claro, alucinações auditivas, diminuição da 
interação social e da expressão de emoções e 
falta de motivação. 
Na esquizofrenia a consciência e a capcidade 
intelectual, em geral, estão preservadas, mas 
alguma deficiência cognitiva pode surgir com 
a evolução do transtorno. 
A esquizofrenia abrange todos os povos e 
culturas em uma incidência semelhante. A 
psicose esquizofrênica ativa ocupa o 3º lugar 
entre as doenças mais incapacitantes. Sua 
prevalência é de 1% da população total. 
O custo da esquizofrenia é muito alto para a 
sociedade e afeta pessoas, de diferentes 
culturas, constituindo-se em sobrecarga para 
a pessoa doente, a família e a comunidade. 
Esse fato decorre de perdas na vida 
profissional, de fatores econômicos, sociais e 
educacionais. (STEFANELLI et al. 2011) 
De todas as doenças mentais que causam 
sofrimento na sociedade, a esquizofrenia é 
provalmente responsável por hospitalizações 
mais longas, maior caos na vida familiar, 
custos mais elevados e mais medo do que 
qualquer outro transtorno. (TOWNSEND, 
2014) 
Da população atingida pela esquizofrenia, 
menos de 1% apresenta a doença antes dos 15 
anos. Em geral, o início se dá em torno dos 15 
anos de idade e, raramente, após os 50 anos. 
Atinge igualmente homens e mulheres e 
inicia-se mais precocemente em pessoas do 
gênero masculino e com tendência a 
apresentar,com maior frequencia, os 
sintomas negativos. (STEFANELLI et al. 
2011) 
Seu curso é variável, aproximadamente 30% 
dos casos apresentam recuperação completa 
ou quase completa, cerca de 30% com 
remissão incompleta e prejuízo parcial de 
funcionamento e cerca de 30% com 
deterioração importante e persistente da 
capacidade de funcionamento profissional, 
social e afetivo. (Protocolo clínico) 
 
As pessoas com esquizofrenia são mais 
vulneráveis à morte por acidentes e causas 
naturais do que a população em geral. Entre 
as pessoas acometidas por esse distúrbio, 
50% tentam o suicídio pelo menos uma vez ao 
longo da vida. (STEFANELLI et al. 2011) 
2. FATORES PREDISPONENTES 
A causa da esquizofrenia ainda é incerta. Mas 
provalmente, nenhum fator isolado pode ser 
implicado na etiologia, em vez disso, a doença 
possivelmente resulta de uma combinação de 
influências, como fatores biológicos, 
psicológicos e ambientais. 
3. SINTOMAS 
Os sintomas da esquizofrenia estão dividos 
em duas categorias principais: 
sintomas/sinais positivos, ou graves, que 
incluem delírios, alucinações e pensamento, 
fala e comportamento amplamente 
desorganizados. E sintomas/sinais negativo 
ou brandas, que incluem afeto 
hipomodulado, falta de volição e retraimento 
ou desconforto social. (Quadro 1) 
A medicação pode controlar os sintomas 
positivos , mas com frequência os sintomas 
negativo persistem após os positivos terem 
diminuido. A persistência dos sintomas 
negativos ao longo do tempo representa uma 
importante barreira à recuperação e à 
melhora do funcionamento na vida diária do 
cliente. (VIDEBECK, 2012) 
Há algumas manifestações comportamentais 
decorrentes de sinais e sintomas que são 
comuns no histórico de pessoas com 
esquizofrenia, são denominadas sinais e 
sintomas prodrômicos, muito embora sejam 
verbalizados somente no momento da 
procura de assistência psiquiátrica. 
(STEFANELLI et al. 2011) 
 2 
 
 
As pessoas na fase prodrômica de modo geral 
apresentam retraimento social, tornam-se 
quietas, introvertidas, com tendência ao 
isolamento e à manifestação de desconfiança 
e excentricidade, com história de poucos 
amigos e dificuldades na escola. Há um 
aparente interesse por assuntos filosóficos, 
esotéricos ou de ficção. Podem manifestar 
isoladamente ansiedade, fobia, obsessão e 
compulsão. 
 
4. Formas ou tipos de esquizofrenia 
Os sintomas e os sinais da esquizofrenia são 
polimorfos e heterogêneos, o que dificulta a 
descrição completa de todas as possibilidades 
das manifestações deste transtorno. 
4.1 Esquizofrenia tipo paranóide 
É uma das formas mais comuns de 
esquizofrenia em âmbito mundial. É 
caracterizada pela presença de delírios mais 
ou menos estáveis que, de modo geral, são 
acompanhados por alucinações, 
principalmente auditivas, e outras alterações 
sensoperceptivas. 
Os tipos de delírios mais encotrados são o 
persecutório, o de referência, o de ciúme e o 
de grandeza, acompanhados de alucinações 
predominantemente auditivas, que contêm 
ameaças à sua pessoa ou que lhe dão ordens 
imperativas. 
4.2 Esquizofrenia tipo desorganizado 
Caracterizada por comportamento regressivo 
e primitivo e o contato com a realidade, 
extremamente precário. O afeto é embotado 
ou acentuadamente inadequado. Caretas e 
maneirismos bizarros são comuns e a 
comunicação é consistentemente 
incoerente. A aparência pessoal é geralmente 
negligenciada e o comprometimento social 
extremo. 
 
4.3 Esquizofrenia tipo catatônica 
Caracterizado por anormalidades no 
comportamento motor e pode ser 
manifestada como estupor ou excitação. 
O estupor catatônico é caracterizado por 
extremo retardo psicomotor. O indivíduo 
apresenta uma queda acentuada dos 
movimentos espontâneos e atividade. O 
mutismo ( ausência de fala) é comum e o 
negativismo (resistência aparentimente sem 
motivo a todas as instruções ou tentativas de 
ser movido) pode ser evidente. (TOWNSEND, 
2014) 
4.4 Esquizofrenia tipo indiferênciado 
Caracterizada por sintomas esquizofrenicos 
mistos (ou seja de outros tipos), junto com 
perturbação do pensamento, do afeto e do 
comportamento. (VIDEBECK, 2012) 
O comportamento é claramente psicótico, ou 
seja, há evidência de delírios, alucinações, 
incoerência e comportamento bizarro. No 
entanto, os sintomas não podem ser 
facilmente classificados em qualquer uma das 
categorias diagnósticas. (TOWNSEND, 2014) 
4.5 Esquizofrenia tipo psicótico induzido 
por substância 
As características essenciais desse transtorno 
são alucinações e delírios proeminentes que 
são julgados como diretamente atribuíveis 
aos efeitos fisiológicos de uma substância (ou 
seja, um fármaco de uso abusivo, um 
medicamento ou exposição à toxina). 
(TOWNSEND, 2014) 
Substâcias que podem causar 
transtorno psicóticos 
Drogas de uso 
abusivo 
Álcool,anfetaminas,Cannabis, 
Cocaína, Opioide, ansiolíticos 
 
Medicamentos Anestésicos e analgésicos, 
Anticonvulsivantes, 
Antidepressivos, 
Corticosteroides, relaxantes 
musculares, anti-inflamatórios 
não esteroidais. 
Toxinas Anticolinesterásicos, 
Monóxido e dióxido de 
carbono, Inseticidas 
organofosforados, Sustâncias 
voláteis (combustível ou 
tinta). 
Fonte: (TOWNSEND, 2014) 
 
 
5. EXAMES COMPLEMENTARES E 
DIAGNÓSTICO 
Apesar do considerável avanço em relação à 
patogênese, ainda não existem exames 
complementares para confirmar o 
diagnóstico de esquizofrenia. O diagnótico 
baseia-se no quadro clínico, nas 
manifestações comportamentais e na sua 
evolução. (STEFANELLI et al. 2011) 
Sintomas Positivos Sintomas Negativo 
Ambivalência: mantutenção de crenças ou 
sentimentos contraditórias sobre uma mesma 
pessoa, evento ou situação. 
Alogia: Tendência a falar muito pouco ou a 
transmitir um significado pouco substancial 
(pobreza de conteúdo) 
Dersorganização do pensamento: Pensamentos 
e idéias fragmentados ou insatisfatoriamente 
relacionados. 
Anedonia: Não sentir prazer nem alegria na vida 
nem em qualquer atividade ou relacionamento. 
Delírios:Creçãs fixas falsas, sem base na 
realidade. 
Apatia: Sentimento de indiferença em relação a 
pessoas, atividades e eventos. 
Ecopraxia: Imitação dos movimentos e gestos de 
outras pessoas, observada no momento pelo 
cliente. 
Afeto embotado: faixa restrita de tom, humor ou 
sensações emocionais. 
Discurso desorganizado: Fluxo contínuo de 
verbalização em que a pessoa salta rapidamente 
de um tópico a outro. 
Catatonia: imobilidade induzida 
psicologicamente, marcada, em algumas 
ocasiões, por períodos de agitação ou excitação, o 
cliente parece imobilizado, como em um transe. 
Alucinação: Pecepção sensoriais falsas ou 
experiência de percepção que não existem na 
realidade. 
Afeto hipomodulado: ausência de expressão 
facial que indique emoções ou humor. 
Perserverança: Adesão permanente a uma única 
idéia ou um único tópico, repetição verbal de uma 
frase. 
Abulia: Ausencia de desejo, ambição ou impulse 
para realizer ações ou completer tarefas. 
 
 3 
 
 
6. CURSO CLÍNICO 
Embora os sintomas da esquizofrenia sejam 
sempre graves, o curso de longo prazo nem 
sempre envolve deterioração progressiva. O 
curso clínico varia de acordo com o indivíduo. 
O surgimento pode ser abrupto ou insidioso, 
mas a maioria dos clientes desenvolve, de 
modo lento e gradual, sinais e sintomas como 
retraimento social, comportamento 
incomum, perda de interesse pela escola ou 
pelo trabalho e higiene negligenciada. O 
diagnóstico de esquizofrenia comumente é 
feito quando a pesso começa a apresentar, 
mais ativamente, sintomas positivos como 
delírios, alucinações e pensamento 
desordenado. 
Nos anos imediatamente posteriores ao 
surgimento dos sintomas psicóticos, 
emergem dois padrões clínicos típicos. Em 
um deles, o cliente apresenta psicose 
contínua e nunca se recupera 
completamente, embora os sintomas possam 
mudar de gravidade ao longo do tempo. No 
outro padrão, o cliente tem episódios e 
sintomas psicóticos que se alternam com 
episódios de recuperação relativamente 
completa em relação à psicose. 
A intensidade da psicose tende a diminuir 
com a idade. Muitos clientes com prejuízo de 
longo prazo reuperam algum grau de 
funcionamento social e ocupacional. Ao longo 
do tempo, a doença torna-se menos 
destruidora para a vida da pessoa e mais fácil 
de ser administrada, mas raramente o cliente 
consegue superar os efeitos de muitos anos 
de disfunção. (VIDEBECK, 2012) 
7. TRATAMENTO 
7.1 Psicofarmacologia 
O tratamento médico primário para 
esquizofrenia é psicofarmacológico. No 
passado, era usada a eletroconvulsoterapia, a 
terapia de choque insulínico e a psicocirurgia, 
mas, desde a criação da clopromazina, em 
1952, todas as outras modalidades de 
tratamento se tornaram obsoletas. 
Os medicamentos antipsicóticos, também 
conhecidos como neurolépticos, são 
prescritos principalmente pela aficácia na 
diminuição dos sintomas psicóticos. Não 
curam a esquizofrenia; são usados para 
administrar os sintomas da doença. 
Os medicamentos antipsicóticos mais 
antigos, ou convencionais, são os 
antagonistas da dopamina. Os mais novos, 
ou atípicos, são antagonistas tanto da 
dopamina quanto da serotonina. Os 
antipsicóticos convencionais tem como alvo 
os sinais positivos de esquizofrenia, como 
delírios, alucinações, pensamento perturbado 
e outros sintomas psicóticos, mas não tem 
efeito observável sobre os sinais negativos. 
Os antipsicóticos atípicos, além de diminuir os 
sintomas positivos, também abrandam, para 
muitos clientes, os sinais negativos de falta de 
volição e motivação, retraimento social e 
anedonia. 
Farmacos antipsicóticos 
Antipsicóticos 
convencionais 
Clopromazina, 
Perfenazina,Flufenazina, 
Haloperidol, Loxapina, 
Antipsicóticos 
atípicos 
Clozapina, Rispiridona, 
Ziprasidona, aripiprazol 
 
7.2 Efeitos colaterais dos antipsicóticos 
Os efeitos colaterais dos antipsicóticos são 
significativos e podem variar desde o 
desconforto leve até transtornos de 
movimento permanentes. 
 Efeitos colaterais extrapiramidais: São 
transtornos de movimento reversíveis, 
induzidos por neurolépticos. Incluem reações 
distônicas agudas, parkinsonismo e acatisia. 
 
 
 Discinesia tardia: Efeito colateral que 
aparece tardiamente caracteriza-se por 
movimentos involuntários e anormais, como 
estalar os lábios, apresentar protusão da 
lingua, mastigar, piscar, fazer caretas. Esses 
movimentos constrangem o cliente, podendo 
levá-lo ao isolamento social. Depois de 
aparecer, a discenesia tardia é irreversivel, 
mas diminuir ou descontinuar a medicação 
pode impedir a progressão. 
 Convulsões: As convulsões são um efeito 
colateral raro podem estar associadas a doses 
elevadas da medicação. O tratamento é uma 
dosagem mais baixa ou outro medicamento 
antipsicótico. 
 Sindrome neuroléptica maligna (SNM): É 
uma condição grave e frequentemente fatal. 
Caracterizada por rigidez muscular, febre 
alta, aumento de enzimas musculares 
(creatina fosfoquinase) e leucocitose, pode 
haver insuficiência renal, por saturação dos 
glomeros pela mioglobinemia (Uréia e 
Creatinina elevados). Estima-se que 0,1 a 1% 
de todos os clientes que tomam antipsicóticos 
desenvolvem SNM. 
 Agranulocitose: A clozapina tem um efeito 
colateral potencialmente fatal: a 
agranulocitose (falha na produção adequada 
de leucócitos pela medula óssea). Essa 
condição desenvolve-se de repente, sendo 
caracterizada por febre, mal-estar, dor de 
garganta e leucopania. Clientes que tomam 
esse antipsicótico precisam fazer contagens 
semanais de leucócitos durante os primeiros 
seis meses da terapia e depois a cada duas 
semanas. 
7.3 Tratamento psicossocial 
Além do farmacológico, muitos outros modos 
de tratamento podem ajudar a pessoa com 
esquizofrenia. Terapias individuais e em 
grupo, terapia familiar, educação familiar e 
treinamento de habilidades sociais podem ser 
instituídos para os clientes, tanto em 
hospitais quanto nas comunidades. 
(VIDEBECK, 2012) 
As terapias psicossociais melhoram a 
competência social do cliente pelo 
treinamento de habilidades sociais, o que se 
traduz em um funcionamento mais eficaz na 
comunidade. O treinamento de habilidades 
sociais básicas envolve repartir o 
comportamento social complexo em etapas 
mais simples, praticar a encenação de papeis 
e aplicar os conceitos na comunidade ou no 
mundo real. 
A esquizofrenia afeta o conteúdo e os 
processos de pensamento, a percepção, a 
emoção, o comportamento e o 
funcionamento social; mas afeta cada 
indivíduo de modo diferenciado. O grau de 
prejuizo tanto na fase aguda, ou psicótica, 
quanto na crônica, ou de longo prazo, varia 
enormemente, o mesmo acontece, então, 
com as necessidades e as intervenções de 
enfermagem para cada cliente afetado. 
Reação distônica: São espasmos em
grupo musculares isolados como no
pescoço (torcicolo), olhos (crise
oculogírica), disfagia e espasmos da
laringe.
Pseudoparkinsonismo: Inclui andar
arrastado, faces como máscara, rigidez
muscular , salivação e acinesia (lentidão e
dificuldade ao iniciar movimentos)
Acatisia: Movimentação inquieta,
andar de um lado para outro,
incapacidade de permanecer parado
PROCESSO DE ENFERMAGEM 
 4 
 
 
 
 HISTÓRICO DE ENFERMAGEM 
Nessa etapa o enfermeiro levanta 
informações sobre a história prévia de 
esquizofrenia do cliente para estabelecer 
dados de referência. 
- Investiga o modo como o cliente estava 
antes do desenvolvimento da crise. 
- A idade do surgimento da esquizofrenia. 
- História prévia de internações em hospitais e 
a resposta à hospitalização. 
- Investigar se o cliente já teve tentativas de 
suicídio. “já ouviu vozes que lhe dizem para 
causar algum dano a você mesmo?” 
- Levanta informações sobrehistória de 
violência ou agressão, pois a história de 
comportamento agressivo é forte fator de 
predição de agressão futuras. 
- Investiga a percepção que o cliente tem da 
própria situação atual, ou seja, o que 
considera eventos ou estressores 
significativos no momento. 
Outros aspectos a serem investigados. 
 Aparencia geral, comportamento motor e 
fala 
A aparência pode variar amplamente entre os 
clientes com esquizofrenia. Alguns parecem 
normais no modo de vestir e no 
comportamento. Outros manifestam 
comportamento estranho ou bizarro. Podem 
parecer descuidados e desleixados, ficando 
evidente que não se preocupam com a própria 
higiene, ou podem vestir roupas estranhas ou 
inapropriadas. 
O comportamento motor geral também pode 
parecer estranho, com manifestação de 
catatonia, ecopraxia e retardo psicomotor 
(lentidão geral em todos os movimentos). 
O cliente pode exibir um padrão de fala 
incomum. Dois padrões típicos são a salada 
de palavras (palavras e frases desordenadas e 
desconectadas ou incoerentes) e a ecolalia 
(repetição ou imitação do que outra pessoa 
diz) e pode apresentar também latência de 
resposta. 
  Humor e afeto 
Os clientes com transtorno de esquizofrenia 
demonstram amplas variedades de humor e 
afeto. Com frequencia, são descritos como 
possuidores de afeto hipomodulado (sem 
expressão facial) ou afeto embotado (poucas 
expressões faciais observáveis) e anedonia. 
 Conteúdo e processo mental 
Comumente a esquizofrenia é chamada de 
transtorno do pensamento, porque essa é a 
principal característica da doença: os 
processos de pensamentos tornam-se 
desordenados, e há uma ruptura na 
continuidade dos pensamentos e no 
processamento das informações. 
Características do pensamento: 
- Bloqueio de pensamento: O cliente pode 
parar de falar subitamente no meio de uma 
frase, permanecendo em silêncio por vários 
segundos. 
- Irradiação do pensamento: Acreditar que 
outras pessoas possam ouvir seus 
pensamentos. 
- Roubo de pensamento: Acreditar que os 
pensamentos podem ser roubados por outras 
pesssoas. 
- Inserção de pensamento: Colocar 
pensamentos em sua mente contra a sua 
vontade. 
 Delírios 
Os delírios são crenças fixas falsas, sem base 
na realidade que se manifestam na fase 
psicótica da doença. Uma característica 
comum dos delírios esquizofrênicos é que o 
cliente tem certeza direta, imediata e total 
dessas crenças. 
O enfermeiro avalia o conteúdo e a 
profundiade do delírio para saber que 
comportamentos esperar e para estabelecer a 
realidade para o cliente. 
 Processo intelectual e sensorial 
Um sintoma que constitui marca registrada 
da psicose esquizofrênica são as alucinações 
(falsas percepções sensoriais ou experiências 
perceptivas que não existem na realidade). As 
alucinações podem envolver os cincos 
sentidos, além de sensações corporais. 
- Alucinações auditivas: São o tipo mais 
comum. Envolvem ouvir sons, com maior 
frequencia vozes que falam com o cliente ou a 
respeito dele. Pode haver uma ou multiplas 
vozes; a voz pode ser familiar ou não. As 
alucinações de comando são vozes que 
demandam do cliente alguma ação, com 
frequencia para causar dano a si próprio ou a 
outras pessoas, são consideradas perigosas. 
Alucinações visuais: Envolvem ver imagens 
que realmente não existem, como luzes ou 
uma pessoa morta, ou distorções, como ver 
um monstro ameaçador em vez do 
enfermeiro. São o segundo tipo mais comum 
de alucinações. 
Alucinações cenestésicas: Envolvem o relato 
do cliente de que está sentindo funções 
corporais que comumente não são 
detectáveis. Ex. Incluem a sensação da 
formaçã de urina ou de impulsos transmitidos 
pelo cérebro. 
Alucinação cinestética: Ocorre quando o 
cliente está imóvel, mas relata a sensação de 
movimento. Ocasionalmente, o movimento 
corporal é algo incomum, como flutuar acima 
do chão. 
São percebidas e relatadas também 
alucinações olfativas, táteis e gustativas. 
 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM 
1 . Processo de pensamento perturbado 
relacionado a distúrbio nas operações e 
atividades cognitivas, no pensamento 
inadequado baseado em dados irreais e na 
incapacidade de se concentrar. 
2. Percepção sensorial perturbada 
relacionada às alucinações auditivas, visuais, 
cinestésica, gustativas, tátil, olfativas. 
3. Alteração da identidade pessoal 
relacionada à dificuldade de perceber-se 
como ser único. 
4. Ansiedade relacionada à percepçõa e ao 
pensamento alterados. 
5. Risco de suicídio relacionado à percepção 
sensorial e aos pensamentos perturbados, ou 
à desesperança quando toma consciência da 
gravidade da doença. 
6. Conflito de decisões relaciondo à situação 
de escolha, em face da incapacidade de fazê-
las. 
7. Comunicação verbal prejudicada 
relacionada às barreiras psicológicas, 
condições emocionais ou percepções 
alteradas levando a pessoa a verbalização 
imprópria. 
8. Isolamento social relacionado ao 
retraimento, não demonstração de 
sentimentos, comportamento não aceito pelo 
grupo, ausência de respostas a estímulos 
externos (...). 
 5 
 
 
9. Risco de violência dirigida a outros, 
relacionado aos distúrbios do pensamento e 
da sensopercepção, manifestadas por 
agressividade a outrem. 
10. Déficit de autocuidado relacionado à 
dificuldade em executar as atividades da vida 
diária (cuidado com higiene, aparência, 
alimentação, eliminações e outros). 
11. Manutenção do lar prejudicada, 
evidenciada por ambiente doméstico 
inseguro, pouco limpo e desordenado e 
sobrecarga dos familiares. 
12. Padrão do sono prejudicado pela 
presença de insonia. 
13. Processos familiares interrompidos 
relacionados às alteraçôes nos padrões de 
comunicação com a família e seu 
funcionamento, inadequação nas respostas 
afetivas, na resolução de problemas, na 
tomada de decisões e à falta de 
conhecimento sobre a doença e o 
tratamento. 
14. Não adesão ao tratamento por não 
seguimento das orientações recebidas, com 
interrupção do tratamento pela não-ingestão 
dos medicamentos, não-comparecimento às 
outras terapias. 
 RESULTADO ESPERADO 
Para avaliar os resultados esperados, ou os 
objetivos no cuidado de clientes com 
esquizofrenia, o enfermeiro vale-se de 
critérios de avaliação. Os mais específicos são 
apresentados a seguir, tomando-se como 
referência a classificação dos resultados de 
enfermagem (NOC). 
 Manisfesta confiança nas pessoas. 
 Reconhece que o conteúdo de seu delírio 
não é condizente com a realidade. 
 Reconhece que as percepções decorrentes 
das alucinações são irreais. - 
 Demonstra afetividade coerente com a 
situação. 
 Não expressa reação de auto-
agressividade. 
 Demonstra consciência de seu estado, suas 
limitações e capacidades. 
 Demonstra controle da ansiedade. 
 Demonstra satisfação com seu padrão de 
sono. 
 Demonstra independência, adequação e 
certa autonomia no autocuidado e na 
realização de outras atividades de vida diária. 
 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM 
1. Encorajar o cliente a manter-se na 
realidade, aproveitando cada 
contato com ele. 
2. Pesquisar junto ao cliente suas 
habilidades e propiciar atividades 
de seu real interesse para mantê-
lo na realidade e socializa-lo. 
3. Estimular a participação em 
pequenos grupos. 
4. Estabelecer relação de confiança 
com pessoas com esquizafrenia. 
Isso exige a máxima tolerância e 
habilidade pois o cliente pode 
desconfiar de tudo e de todos. 
5. Cumprir as promessas feitas. Caso 
haja promessas que não possam 
ser cumpridas ou se a pessoa pedir 
alguma coisa que não seja 
possível, informar claramente o 
porquê do não atendimento. 
6. Permitir ao cliente que verbalize o 
conteúdo de suas idéias, por um 
determinadotempo, sem discutir 
nem julgar o que é expresso por 
ele. Não estimular a expressão de 
suas idéias fora da realidade com 
perguntas ou comentários sobre 
as mesmas. 
7. Tentar mantê-lo centrado em 
assuntos ou atividades concretas, 
valendo-se de acontecimentos 
diários como Ler uma revista, 
oferecer material para escrever ou 
desenhar, entre outros, para que 
ele possa permanecer na realidade 
por mais tempo. 
8. Evitar reforço das idéias 
delirantes, ajudando-o a 
expressar mais os sentimentos 
subjacentes do que com o 
conteúdo do delírio. 
9. Controlar a ansiedade em face das 
mudanças bruscas de 
comportamento decorrentes da 
sintomatologia exuberante, como 
delírios, alucinações e 
despersonalização. 
10. Ouvir atentamente o cliente 
quando ele fala sobre seus 
sentimentos, porque, em geral, a 
pessoa não consegue fazê-lo, ou 
acha que ninguém o entende nem 
se interessa por ele, havendo 
assim perda de auto-estima. 
11. Valorizar seus esforços, mesmo 
quando de forma incipiente, para 
obter mudanças de 
comportamento. 
12. Estar atento aos estabelecimento 
de metas realistas. 
13. Buscar compreender o que o 
cliente quer transmitir, porque 
mesmo com pensamento 
incoerente e desagregado ele 
pode estar tentando comunicar 
algo. Se verbalizar termos 
incomuns, solicitar para que os 
esclareça. 
14. Proteger o cliente e os demais se 
houver o risco de agressividade. 
Estar atento a objetos que possam 
ser usados em momentos da 
manifestação de agressividade. 
15. Desencorajar tentativas de fuga 
que possam surgir em decorrência 
da não aceitação do transtorno, 
da vivência deste, do tratamento e 
da internação em algum serviço. 
16. Estar atento ao risco de suicídio 
quando a pessoa toma 
conhecimento de sua 
enfermidade. Muitos dizem que 
não sabem se vão suportar esse 
sofrimento. 
17. Expressar assertivamente as 
solicitações para os cuidados de 
higiene, aparência, alimentação, 
eliminações e participação nas 
atividades do dia-a-dia. 
 AVALIAÇÃO FINAL 
Nessa etapa do processo, faz-se nova 
avaliação do comportamento do cliente 
para verificar as mudanças ocorridas, 
utilizando como parâmetros os 
resultados esperados. (STEFANELLI et 
al. 2011) 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
STEJANELLI, M. C.; FUKUDA, I.M.K.; 
ARANTE, C. A. Enfermagem psiquiátria em 
suas dimensões assistenciais. Barueri – SP: 
Manole, 2008 
VIDEBECK, S. L. Enfermagem em saúde 
mental e psiquiatria: 5. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2012 
TOWNSEND, M. C. Enfermagem 
psiquiátrica: conceitos de cuidados na 
prática baseada em evidências: 7. ed. Rio de 
Janeior: Guanabara Koogan, 2014 
 
O enfermeiro tem um papel decisivo na 
recuperação do cliente. A meta ao cuidar de 
cliente com esquizofrenia é mantê-lo em 
uma realifdade coerente o maior período de 
tempo possível, tulizando adequadamente 
todas as estratégias necessárias, para que 
ele possa ser reintegrado à sociedade. 
(STEFANELLI et al. 2011) 
 
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