Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TEORIAS E PRÁTICAS DA PSICOMOTRICIDADE SUMÁRIO 1. CONCEITOS DA PSICOMOTRICIDADE SEGUNDOS DIVERSOS AUTORES................................................................................................3 2. ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE...............................8 3. ASPECTOS TRABALHADOS NA PSICOMOTRICIDADE.....................9 4. ESTRUTURAS PSICOMOTORAS DE BASE.......................................10 5. CLASSIFICAÇÃO CONVENCIONAL DA IDADE CRONOLÓGICA…..12 6. ASPECTOS TRABALHADOS NA PSICOMOTRICIDADE...................17 7. ELEMENTOS DA PSICOMOTRICIDADE..............................................18 8. AS ÁREAS DA PSICOMOTRICIDADE...................................................22 9. DISTÚRBIOS PSICOMOTORES............................................................28 10. DEFINIÇÃO DE DISTÚRBIO PSICOMOTOR........................................30 11. ESTUDOS INICIAIS SOBRE O DISTÚRBIO PSICOMOTOR...............32 12. TEORIAS E EXERCÍCIOS EM PSICOMOTRICIDADE.........................34 REFERÊNCIA..............................................................................................41 3 1. CONCEITOS DA PSICOMOTRICIDADE SEGUNDOS DIVERSOS AUTORES (Fonte: http://atividadesdepsicomotricidade.blogspot.com.br/2017/03/100-atividades-de-psicomotricidade.html) Ajuriaguerra, médico psiquiatra, considerado pela comunidade científica como o “Pai da Psicomotricidade”, define assim: “Psicomotricidade se conceitua como ciência da saúde e da educação, pois indiferentes das diversas escolas, psicológica, condutista, evolutista, genética, e etc, ela visa à representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo”. Dalila M. M. de Costallat, “A Psicomotricidade como Ciência de Síntese, que com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas que afetam as inter-relações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e sua convivência com os demais”. Germaine Rossel, “A Educação Psicomotora é a educação de controle mental e da expressão motora”. 4 Giselle B. Soubiran “Psicomotricidade e Relaxação, bases fundamentais da estrutura psico corporal, estática e em movimento, precedente e condicionante a toda atividade psíquica”. Vítor da Fonseca, “A psicomotricidade visa privilegiar a qualidade da relação afetiva, a mediatização, a disponibilidade tônica, a segurança gravitacional e o controle postural, à noção do corpo, sua lateralização e direcionalidade e a planificação práxica, enquanto componentes essenciais e globais da aprendizagem e do seu ato mental concomitante. Nela o corpo e a motricidade são abordados como unidade e totalidade do ser. O seu enfoque é, portanto, psico somático, psico cognitivo, psiquiátrico, somato-analítico, psico neurológico e psico terapêutico”. P. Vayer, “É a educação da integridade do ser, através do seu corpo”. Beatriz Loureiro, “Psicomotricidade é a otimização corporal dos potenciais neuro, psico-cognitivo funcionais, sujeitos às leis de desenvolvimento e maturação, manifestadas pela dimensão simbólica corporal própria, original e especial do ser humano”. Hurtado (1983), diz que a psicomotricidade é a educação dos movimentos, ou através dos movimentos, visando a melhor utilização das capacidades psicofísicas da criança. Neste caso utiliza-se o movimento como meio e não como fim a ser atingida. A Psicomotricidade é o suporte básico que auxilia a criança a adquirir tanto sensações e percepções como conceitos, os quais lhe darão o conhecimento de seu corpo e, através desse, do mundo que o rodeia. 5 Coste (1981), define a Psicomotricidade como uma técnica em que cruzam e se encontram múltiplos pontos de vista, e que utiliza numerosas ciências constituídas, entre a biologia, psicologia, psicanálise, sociologia e linguística. É considerada como uma terapia, “a terapia psicomotriz” a qual desenvolve a capacidade de expressão do indivíduo, fazendo com que haja um novo conhecimento do corpo. Schinca (1992), o controle e conhecimento do próprio corpo são essenciais para o estabelecimento da ligação entre o indivíduo e o meio externo. A relação entre cada ser e o exterior se manifesta através de atos e comportamentos motores, adaptados e ajustados mediante as sensações e percepções. Meur e Staes (1984), relatam que o estudo da psicomotricidade é recente sendo que só no início deste século abordou-o assunto ainda que superficialmente. Em uma primeira fase, a pesquisa teórica fixou-se, sobretudo no desenvolvimento motor da criança. Depois se estudou a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e o atraso intelectual da criança. Seguiram-se estudos sobre o desenvolvimento da habilidade manual e aptidões motoras em função da idade. Hoje em dia os estudos ultrapassam os problemas motores, pesquisando também as ligações com a lateralidade, à estruturação espacial e a orientação temporal por um lado e, por outro, as dificuldades escolares de crianças com inteligência normal. Faz também com que se tome consciência das relações existentes entre o gesto e a afetividade. Para De Meur (1984), a psicomotricidade quer justamente destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global 6 da criança por meio de uma técnica. A psicomotricidade baseia-se em princípios a partir da vivência do corpo no espaço e no tempo, desenvolvendo a consciência de si mesmo, como um ser capaz de sentir expressar e o mais importante, ser capaz de partilhar e comunicar-se com os demais. O estudo da psicomotricidade envolve cinco temas distintos: tomada de consciência do corpo, a formação da personalidade da criança, isto é desenvolvimento do esquema corporal, através do qual a criança toma consciência do seu próprio corpo e das possibilidades de expressar-se por meio desse corpo; tomada de consciência da lateralidade, a criança percebe que seus membros não reagem da mesma forma, percebe uma maior dominância dos movimentos de um hemicorpo do que no outro (assimetria funcional); tomada de consciência do espaço, tomada de consciência da situação do seu próprio corpo em um meio ambiente, tomada de consciência da situação das coisas entre si, possibilidade do sujeito se organizar perante o mundo que o cerca, de organizar as coisas entre si; tomada de consciência do tempo, que diz respeito a como a criança se localiza no tempo, capacidade de situar-se em função da sucessão dos acontecimentos (antes, durante, após), da duração dos acontecimentos (longo, curto), da sequencia (dias da semana, meses ano), caráter irreversível do tempo (ontem, hoje, amanhã) e renovação cíclica do tempo (orientação temporal); tomada de consciência da relação corpo-espaço-tempo, como a criança se expressa também através do desenho, completa com o domínio progressivo do desenho e do grafismo. Sociedade Brasileira de Psicomotricidade - “a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo”, a psicomotricidade é um assunto que todos os profissionais de 7 Educação Física devem tomar conhecimento. O site da SBP vale uma visita com calma e atenção. A lista de cursos de formação, especialização e pós-graduação é bastante detalhada, assim como a programação de eventos que acontecem em todo o Brasil. Para quem se interessar pelo assunto, antes de ir à livraria adquirir as indicações da seção “publicações” deve visitar a seção “glossário”, para inteirar-se dos termos técnicos mais usados. (Fonte: https://www.itep.es/blog/educacion-infantil-2/tecnico-superior-educacion-infantil-psicomotricidad.htm)8 2. ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE Educação Psicomotora : É a ação educativa baseada e fundamentada no movimento natural consciente e espontâneo com a finalidade de normalizar, completar ou aperfeiçoar a conduta global da criança. Reeducação Psicomotora: Abrange sujeitos desde a infância até a idade adulta. Pode ser desenvolvida tanto em caráter profilático quanto terapêutico. Terapia Psicomotora : Realizada através de uma programação de exercícios que envolvem atividades motoras, viso-motoras e emocionais. O trabalho visa melhorar o desenvolvimento corporal da criança, bem como a aprendizagem, afetividade, social, tornando-a estruturada para que possa se sentir segura e feliz. 9 3. ASPECTOS TRABALHADOS NA PSICOMOTRICIDADE - Qualidades físicas: força, flexibilidade, agilidade, velocidade, coordenação motora, equilíbrio, noções de espaço e tempo e lateralidade. - Aspecto afetivo e social: socialização e desenvolvimento de traços de personalidade como organização, disciplina, responsabilidade, coragem e solidariedade. -Características cognitivas: capacidade de análise e desenvolvimento de memória. Tipos de Movimento ESTABILIZANTE: é qualquer movimento no qual algum grau de equilíbrio é requerido (isto é, praticamente toda atividade motora ampla). Num sentido mais restrito, um movimento estabilizante é um movimento não locomotor e não manipulativo LOCOMOTORES: se refere a movimentos que envolvam mudança em localização do corpo relativa a um ponto fixo no espaço. MANIPULATIVOS se refere á manipulação motora ampla. As tarefas de arremessar, receber, chutar e bater (ou rebater) um objeto são todas consideradas como movimentos amplos de manipulação. 10 4. ESTRUTURAS PSICOMOTORAS DE BASE Locomoção: Quando nos deslocamos de um lugar ao outro. Manipulação: Habilidade de manuseio. Estabilidade: Ajustamento da postura. Lateralidade: Noção de direita e esquerda. Importante para a orientação espacial. Coord. Fina: Quando se trabalha com as extremidades dos segmentos. Coord. Grossa: Quando se trabalha com a totalidade das mãos ou do corpo. Coord. da dinâmica geral: É a atuação conjunta do sistema nervoso central e da musculatura esquelética, na execução do movimento. Temos a coordenação motora ampla e seletiva. Equilíbrio: É a capacidade de manter-se sobre uma base, pode ser estático e dinâmico. Esquema Corporal: é o conhecimento que temos do corpo em movimento ou em posição estática, em relação aos objetos e o espaço que o cerca. É através do desenvolvimento do esquema corporal que a criança toma consciência de seu corpo e das possibilidades de expressar-se por meio desse corpo. Exemplo de atividade: raposa que gostava de comer capim. Compartimentos do esquema corporal: Auto –imagem 11 Orientação espaço temporal Coordenação óculo-segmentar Direcionalidade Enfim, a psicomotricidade é a relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção. A psicomotricidade favorece a criança uma relação consigo mesma, com o outro e com o mundo que a cerca, possibilitando-a um melhor conhecimento do seu corpo e de suas possibilidades. Pode-se afirmar então, que a Educação Física, através de atividades afetivas, psicomotoras e sócio-psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas, expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo promovendo a totalidade do ser humano. (Fonte: http://rede.novaescolaclube.org.br/grupo/psicomotricidade-na-educacao-infantil-pratica-educativa-e-preventiva- para-o-sucesso-escolar) 12 5. CLASSIFICAÇÃO CONVENCIONAL DA IDADE CRONOLÓGICA I – Vida pré-Natal: da concepção ao nascimento. Período de zigoto: concepção – 1 semana Período embrionário: 2 a 8 semanas Período fetal: 8 semanas ao nascimento II – Primeira Infância: do nascimento aos 24 meses. Período Neonatal: nascimento a 1 mês Início da infância: 1 a 12 meses. Infância posterior: 12 a 24 meses III – Infância: de 2 a 10 anos. Período de aprendizagem: 2 a 3 anos. Infância precoce: 3 a 5 anos. Infância intermediária/avançada: 6 a 10 anos. IV – Adolescência : 10 a 20 anos. Pré-pubescência: 10 a 12 anos (F), 11 a 13 (M) Pós-pubescência: 12 a 18 anos (F), 14 a 20 (M) V – Idade adulta jovem: 20 a 40 anos Período de Aprendizado: 20 a 30 anos 13 Periodo de fixação: 30 a 40 anos VI –Meia-idade: 40 a 60 anos Transição para meia idade: 40 a 45 anos. Meia-idade: 45 a 60 anos VII – Terceira Idade: mais de 60 anos Inicio da terceira idade: 60 a 70 anos Período intermediário da terceira idade: 70 a 80 anos Senilidade: mais de 80 anos Criança Desenvolvimento Afetivo Desenvolvimento Motor Categorias de movimento Locomotores Manipulativos Estabilizadores Desenvolvimento Cognitivo 14 Sequência gradativa do Desenvolvimento motor Movimentos Reflexos: • São involuntários e formam a base para as fases seguintes: • Estágios: – Codificação das informações (útero a 4 meses): servem como primeiro meio para colher informações, buscar alimentos proteção através do movimento. – Decodificação de informações(4 meses a 1 ano): substitui a atividade sensório motora pelo comportamento perceptivo-motor. Criança Desenvolvimento Afetivo (objetivos) •Ajudar a criança sentir-se feliz; •Desenvolver um auto- conceito positivo e estável; •Desenvolver respeito pelos direitos e idéias pessoais; •Formar uma visão real das diferenças individuais; •Orientar a criança na aprendizagem por problemas. •Desenvolver movimentos fundamentais; •Melhorar a coordenação. •Ampliar o nível de aptidão motora; •Criar e desenvolver a consciência corporal bem como suas potencialidades. •Ajudar a criança a desenvolver um pensamento questionador; •Encorajar na solução de problemas; •Despertar para desafios intelectuais; •Estimular a aprendizagem de conceitos essenciais. Desenvolvimento Motor Desenvolvimento Cognitivo 15 Movimentos Rudimentares: • Formas básicas dos movimentos voluntários que são solicitados pela vida • Estágios: – De inibição reflexa (nascimento a 1 ano): primitivos e posturais são substituídos pelo comportamento motor voluntário. – Pré controle( 1 a 2 anos): a criança começa a ganhar maior precisão e controle dos seus movimentos. Movimentos Fundamentais: • Aperfeiçoamentos da fase dos movimentos rudimentares. • Estágios: – Inicial(2 a 3 anos): uso restrito do corpo, coordenação e fluidez rítmica insuficiente – Elementar (4 a 5 anos): envolve maior controle, melhor coordenação, e ritmo dos movimentos fundamenstais. – Maduro (6 a 7 anos): eficiência mecânica, coordenação e performance controladas. Movimentos Relacionados aos esportes: 16 • Aperfeiçoamento dos movimentos fundamentais: habilidades progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas. • Estágios: – Geral ou transitório (7 a 10 anos): combina e aplica as habilidades motoras fundamentais para a performance de habilidades relacionadas ao esporte – Habilidade motora específica (11 a 13 anos): capacidade de realizar habilidades mais complexas; interesse por jogos mais difíceis. – Habilidades motoras especializadas (acima de 14 anos): ápicedo processo de desenvolvimento. Para um bom desempenho nas fases de desenvolvimento motor é necessário atentar para os seguintes pontos: oportunidades para praticar, motivação para aprender, instrução qualificado, maturação influência do meio-ambiente 17 6. ASPECTOS TRABALHADOS NA PSICOMOTRICIDADE Qualidades físicas: força, flexibilidade, agilidade, velocidade, coordenação motora, equilíbrio, noções de espaço e tempo e lateralidade. Aspecto afetivo e social: socialização e desenvolvimento de traços de personalidade como organização, disciplina, responsabilidade, coragem e solidariedade. Características cognitivas: capacidade de análise e desenvolvimento de memória. Tipos de Movimento ESTABILIZANTE: é qualquer movimento no qual algum grau de equilíbrio é requerido (isto é, praticamente toda atividade motora ampla). Num sentido mais restrito, um movimento estabilizante é um movimento não locomotor e não manipulativo LOCOMOTORES: se refere a movimentos que envolvam mudança em localização do corpo relativa a um ponto fixo no espaço. MANIPULATIVOS:se refere á manipulação motora ampla. As tarefas de arremessar, receber, chutar e bater (ou rebater) um objeto são todas consideradas como movimentos amplos de manipulação. 18 7. ELEMENTOS DA PSICOMOTRICIDADE A psicomotricidade envolve os seguintes elementos: esquema e imagem corporal, coordenação global, equilíbrio, dominância lateral, orientação espacial e latero-espacial, orientação temporal, coordenação dinâmica das mãos. Estes elementos são considerados básicos para o desenvolvimento global da criança, são pré-requisitos necessários para a criança adquirir à aprendizagem da leitura e da escrita; vivenciar a percepção do seu corpo com relação aos objetos, saber discriminar partes do seu corpo e ter controle sobre elas e obter organização de espaço e tempo. Esquema corporal É um elemento básica indispensável para a formação da personalidade da criança. É a representação da imagem que a criança tem de seu próprio corpo. A criança se sentirá bem na medida em seu corpo lhe obedece, em que o conhece bem, em que pode utiliza-lo não somente para movimentar-se, mas também para agir. Uma criança cujo esquema corporal é mal constituído não coordena bem os movimentos, na escola a grafia é feia, e a leitura expressiva, não harmoniosa: a criança não segue o ritmo da leitura ou então para no meio de uma palavra. Segundo De Meur (1989), uma criança que se sinta à vontade significa que ele domina o seu corpo, utiliza-o com desenvoltura e eficácia, proporcionando-lhe bem estar, tornando fáceis e equilibrados seus contatos com os outros. A organização do corpo no espaço (organização espacial) É a capacidade de movimentar o próprio corpo de forma integrada, dentro de um ambiente contendo obstáculos, passando por eles. Movimentos com 19 rastejar, engatinhar, e andar, irão propiciar a criança o desenvolvimento das primeiras noções espaciais: perto, longe, dentro, fora. Para De Meur (1989), os problemas quanto à orientação temporal e espacial, como por exemplo, com a noção “antes-depois”, acarretam principalmente confusão na ordenação dos elementos de uma sílaba. A criança sente dificuldade em reconstruir uma frase cujas palavras estejam misturadas, sendo a analise gramatical um quebra-cabeça para ela. Uma má organização espacial ou temporal acarreta fracasso em matemática. Com efeito, para calcular a criança deve ter pontos de referência, colocar os números corretamente, possuir noção de “fileira”, de “coluna”; deve conseguir combinar as formas para fazer construções geométricas. Diante de problemas de percepção espacial uma criança não é capaz de distinguir um “b” de um “d”, um “p” de um “q”, “21” de “12”, caso não perceba a diferença entre a esquerda e a direita. Se não se distingue bem o alto e o baixo, confunde o “b” e o “p”, o “n” e o “u”, o “ou” e o “on”. A dominância lateral Refere-se ao esquema do espaço interno do indivíduo, que o capacita utilizar um lado do corpo com melhor desembaraço do que outro, em atividades que requeiram habilidade, caracterizando-se por uma assimetria funcional. A definição da lateralidade ocorre à medida que a criança se desenvolve. A lateralidade na criança não deve ser estimulada até que não tenha sido definida, quando a criança é forçada a usar um lado do corpo torna-se prejudicial para a lateralidade, devido a fatores culturais os mais antigos acham que não é correto a criança escrever com a mão esquerda, forçando-a a utilizar a mão direita par tal ação, os pais devem favorecer a escolha feita pelas crianças. Na idade onde ainda prevalece a bilateralidade, se ainda a criança tiver tendência para o sinestrismo e os pais 20 tentar fazer algo para que impeça, pode levar a criança a apresentar danos na motricidade e contribuir para o surgimento de problemas de aprendizagem. O equilíbrio É a função na qual os indivíduos mantém sua estabilidade corporal durante os movimentos e quando em estado de imobilidade (Masson,1985). Shinca (1992), relata que o bom equilíbrio é essencial para a conquista da locomoção assim como a independência dos membros superiores. A dificuldade de equilibrar-se produz estados de ansiedade e insegurança, pois a criança não consegue manter um estado estático ou de movimento e isto atrapalha a relação entre equilíbrio físico e psíquico. Picq e Vayer (1985), diz que na presença de algum distúrbio do equilíbrio pode-se observar uma indisponibilidade imediata dos movimentos, desequilíbrio corporal global, marcha não harmoniosa, tensões musculares locais, desalinhamentos anatômicos e imprevisibilidade de atitudes. Socialmente a criança pode apresentar tendência à inibição ou desejo de esconder, e falta de confiança em si mesmo. A organização latero-espacial Desenvolve da seguinte maneira, aos 6 anos a criança tem conhecimento do lado direito e esquerdo do seu corpo, aos 7 anos reconhece a posição relativa entre dois objetos, aos 8 anos reconhece o lado direito e esquerdo em outra pessoa, aos 9 anos consegue imitar movimentos realizados por outras pessoas com o mesmo lado do corpo no qual a pessoa realiza o movimento, isto é transpõe o lado da pessoa para o seu, aos 10 anos reproduz movimentos de figuras esquematizadas, e aos 11 anos consegue identificar a posição relativa entre 3 objetos. 21 A coordenação dinâmica A coordenação dinâmica geral da criança um bom domínio do corpo suprindo a ansiedade habitual, diminui as sincinesias e as tensões trazendo um controle satisfatório e confiança com relação ao próprio corpo. Com relação à coordenação dinâmica das mãos Le Boulch (1982) diz que a habilidade manual ou destreza constitui um aspecto particular da coordenação global. Reveste muita importância nas praxias, no grafismo, pelo que deve dar se muita atenção particular. A criança quando apresenta algum distúrbio no desenvolvimento da coordenação (tanto global como da dinâmica das mãos), poderá apresentar dificuldades escolares com disgrafia, ultrapassa linhas e margens do caderno, pode ter dificuldades na apreensão de dedos e nos gestos. Os potenciais humanos, são apoiados nas áreas básicas da Psicomotricidade, seu estudo e pesquisa constantes do esquema e da imagem corporal, da lateralização, da tonicidade, da equilibração e coordenação, são enriquecidos instrumentalmente, estimulando o sentimento de competência, de auto-estima, entendendo o ser humano em constantes e complexas adaptações, fazendo-o concluir que é amado e aceito, tornando-o transformadore produtor social. Sintetizando, a Psicomotricidade subtende uma concepção holística de aprendizagem e de adaptação do ser humano, que tem por finalidade, associar dinamicamente, o ato ao pensamento, o gesto à palavra, o símbolo ao conceito. 22 8. AS ÁREAS DA PSICOMOTRICIDADE Didaticamente a psicomotricidade está subdividida em áreas que facilitam a compreensão e o trabalho do dia-a-dia do professor em sala de aula contribuindo assim para a eficiência do processo ensino-aprendizagem. Todas as atividades de prática psicomotora visam estimular as várias áreas mencionadas a seguir: a) Comunicação e Expressão A linguagem é função de expressão e comunicação do pensamento e função de socialização. Permite ao indivíduo trocar experiências e atuar – verbal e gestualmente – no mundo. Por ser a linguagem verbal intimamente dependente da articulação e da respiração, incluem-se nesta área os exercícios fonoarticulatórios e respiratórios. b) Percepção Percepção é a capacidade de reconhecer e compreender estímulos recebidos. A percepção está ligada à atenção, à consciência e a memória. Os estímulos que chegam até nós, provoca numa sensação que possibilita a percepção e a discriminação. Primeiramente sentimos, através dos sentidos: tato, visão, audição, olfato e paladar. Em seguida, percebemos, realizamos uma mediação entre o sentir e o pensar. E, por fim, discriminamos – reconhecemos as diferenças e semelhanças entre estímulos e percepções. A discriminação é que nos permite saber, por exemplo, o que é verde e o que é azul, e a diferença entre o 1 e o 7. As atividades propostas para esta área devem auxiliar o desenvolvimento da percepção e da discriminação. 23 c) Coordenação A coordenação motora é mais ou menos instintiva e ligada ao desenvolvimento físico. Entendida com a união harmoniosa de movimentos, a coordenação supõe integridade e maturação do sistema nervoso. A coordenação motora pode ser subdividida em coordenação dinâmica global ou geral, visomanual ou fina e visual. • A coordenação dinâmica global envolve movimentos amplos com todo o corpo (cabeça, ombros, braços, pés, tornozelos, quadris etc.) e desse modo “coloca grupos musculares diferentes em ação simultânea, com vistas à execução de movimentos voluntários mais ou menos complexos”. • A coordenação viso manual engloba movimentos dos pequenos músculos em harmonia, na execução de atividades utilizando dedos, mãos e pulsos. • A coordenação visual refere-se a movimentos específicos com os olhos nas mais variadas direções. d) Orientação A orientação ou estruturação espacial/temporal é importante no processo de adaptação do indivíduo ao ambiente, já que todo corpo, animado ou inanimado, ocupa necessariamente um espaço em um dado momento. A orientação espacial e temporal corresponde à organização intelectual do meio e está ligada à consciência, à memória e às experiências vivenciadas pelo indivíduo. 24 e) Conhecimento Corporal e Lateralidade A criança percebe seu próprio corpo por meio de todos os sentidos. Seu corpo ocupa um espaço no ambiente em função do tempo, capta imagens, recebe sons, sente cheiros e sabores, dor e calor, movimenta-se. A entidade corpo é centro, o referencial. A noção do corpo está no centro do sentimento de mais menos disponibilidade e adaptação que temos de nosso corpo e está no centro de relação entre o vivido e o universo. É nosso espelho afetivo- somático ante uma imagem de nós mesmos, do outro e dos objetos. O esquema corporal, da maneira como se constrói e se elabora no decorrer da evolução da criança, não tem nada a ver com uma tomada de consciência sucessiva de elementos distintos, os quais, como num quebra-cabeça, iriam pouco a pouco se encaixar uns aos outros para compor um corpo completo a partir de um corpo desmembrado. O esquema corporal revela-se gradativamente à criança da mesma forma que uma fotografia revelada na câmara escura mostra-se pouco a pouco para o observador, tomando contorno, forma e colocação cada vez mais nítidos. A elaboração e o estabelecimento deste esquema parecem ocorrer relativamente cedo, uma vez que a evolução está praticamente terminada por volta dos quatro ou cinco anos. Isto é, ao lado da construção de um corpo “objetivo”, estruturado e representado como um objeto físico, cujos limites podem ser traçados a qualquer momento, existe uma experiência precoce, global e inconsciente do esquema corporal, que vai pesar muito no desenvolvimento ulterior da imagem e da representação de si. O conceito corporal, que é conhecimento intelectual sobre partes e 25 funções; e o esquema corporal, que em nossa mente regula a posição dos músculos e partes do corpo. O esquema corporal é inconsciente e se modifica com o tempo. Quando tratamos de conhecimento corporal, inserimos a lateralidade, já que é a bússola de nosso corpo e assim possibilita nossa situação no ambiente. A lateralidade diz respeito à percepção dos lados direito e esquerdo e da atividade desigual de cada um desses lados visto que sua distinção será manifestada ao longo do desenvolvimento da experiência. Para perceber o corpo possui dois lados e que é um mais utilizado do que outro é o início da discriminação entre a esquerda e direita. De início, a criança não distingue os dois lados do corpo; num segundo momento, ela compreende que os braços encontram-se um em cada lado de seu corpo, embora ignore que sejam “direito” e “esquerdo”. Aos cinco anos, aprende a diferenciar uma mão da outra e um pé do outro. Em seguida, passa a distinguir um olho do outro. Aos seis anos, a criança tem noção de suas extremidades direita e esquerda e noção dos órgãos pares, apontando sua localização em cada lado de seu corpo (ouvidos, sobrancelhas, mamilos etc.). Aos sete anos, sabem com precisão quais são as partes direita e esquerda de seu corpo. As atividades psicomotoras auxiliam a criança a adquirir boa noção de espaço e lateralidade e boa orientação com relação a seu corpo, aos objetos, às pessoas e aos sinais gráficos. Alguns estudiosos preferem tratar a questão da lateralidade como parte da orientação espacial e não como parte do conhecimento corporal. 26 f) Habilidades Conceituais A matemática pode ser considerada uma linguagem cuja função é expressar relações de quantidade, espaço, tamanho, ordem, distância etc. A medida em que brinca com formas, quebra-cabeças, caixas ou panelas, a criança adquire uma visão dos conceitos pré-simbólicos de tamanho, número e forma. Ela enfia contas no barbante ou coloca figuras em quadro e aprende sobre sequencia e ordem; aprende frases: acabou, não mais, muito que amplia suas ideias de quantidade. A criança progride na medida do conhecimento físico (referente à cor, peso etc.), a criança necessita ter uns sistemas de referência lógico-matemático que lhe possibilite relacionar novas observações com o conhecimento já existente, por exemplo: para perceber que um peixe é vermelho, ela necessita um esquema classificatório para distinguir o vermelho de todas as outras cores e outro esquema classificatório para distinguir o peixe de todos os demais objetos que conhece. g) Habilidades Psicomotoras e Processo de Alfabetização As habilidades psicomotoras são essenciais ao bom desempenho no processo de alfabetização. A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades tais como: • Dominância manual já estabelecida (área de lateralidade); • Conhecimento numérico suficiente para saber, por exemplo, quantas voltas existem nas letras m e n, ou quantas sílabas formam uma palavra (área de habilidades conceituais);27 • Movimentação dos olhos da esquerda para a direita, domínio de movimentos delicados adequados à escrita, acompanhamento das linhas de uma página com os olhos ou dedos, preensão adequada para segurar lápis e papel e para folhear (área de coordenação visual e manual); • Discriminação de sons (área de percepção auditiva); • Adequação da escrita às dimensões do papel, reconhecimento das diferenças dos pares b/d, q/d, p/q etc., orientação da leitura e da escrita da esquerda para a direita, manutenção da proporção de altura e largura das letras, manutenção de espaço entre as palavras e escrita orientada pelas pautas (áreas de percepção visual, orientação espacial, lateralidade, habilidade conceituais); • Pronúncia adequada de vogais, consoantes, sílabas, palavras (área de comunicação e expressão); • Noção de linearidade da disposição sucessiva de letras, sílabas e palavras (área de orientação têmporo-espacial); • Capacidade de decompor palavras em sílabas e letras (análise); • Possibilidade de reunir letras e silabas para formar novas palavras (síntese). (Fonte: https://fontemagica.blogspot.com.br/2016/09/idade-cronologica-x-idade-corrigida.html) 28 9. DISTÚRBIOS PSICOMOTORES "O que não percebeu, negais que exista; o que não calculastes, é mentira; o que vós não pensastes, não tem peso, metal que não cunhais, dizeis que é falso." (Goethe) Que há com ela? O que acontece com essa criança desajeitada? Porque, apesar de sua aparência cheia de torpor e inabilidade, quando consegue aproximar-se, mostra-se com encanto e interesse? (Fonte: http://ciar.com.br/psicomotricidade-relacional-na-educacao-infantil/) O que há com ela? Andou tarde, caiu quantas vezes... precipitava-se pelas escadas ao invés de desce-las, ou morria de medo como se fosse um grande empreendimento... escalá-las e não apenas subi-las. E vestir-se... O que seria a manga, onde estariam os braços, as pernas das calças? Enfiam-se pela cabeça? Por que existem laços de sapato? Para atormentar crianças? Ou talvez, a sua mãe que, desoladamente, contempla sua dificuldade? E um caderno? Começa- 29 se de que lado? Por que as coisas são assim? Que estranho é este mundo de lados que não tem lados... O que há com esta criança? Seus movimentos são desajeitados, lentos e pesados. Quando andam, apoiam duramente o calcanhar no solo. Quando crianças custam a aprender a subir e descer escadas, nas escolas, evitam participar de jogos, nas quais geralmente são ridicularizadas e afastadas: tê-las como parceiras é perder na certa. Tal ser é uma questão e uma dificuldade para seus pais, para seus mestres, para todos nós. Como entendê-lo. Como ajudá-lo? (Fonte: https://pt.slideshare.net/latifefrota/psicomotricidade-e-seus-distrbios) 30 10. DEFINIÇÃO DE DISTÚRBIO PSICOMOTOR (Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1610481/) A criança descrita na história acima apresenta um distúrbio de motricidade: uma dispraxia. Praxias: São sistemas de movimentos coordenados em função de um resultado ou de uma intenção. Não são nem reflexos, nem automatismos, nem movimentos involuntários. O estudo sobre os distúrbios das praxias foram primeiramente, sistematizados em adultos. Estas perturbações consistiam em perda ou alterações do ato voluntário, como de lesão no sistema nervoso central. São as apraxias. Pesquisas foram desenvolvidas com crianças que mostraram serem algumas delas portadoras de um determinado distúrbio cujos sintomas 31 assemelhavam-se aos adultos. Por outro lado mesmo existindo a lesão, ela incidia sobre um cérebro ainda em desenvolvimento e portanto em condições diferentes a dos adultos. A partir destas considerações e da preocupação em estabelecer-se uma psicopatologia diferencial da criança e do adulto passa-se a encontrar, na literatura, a denominação de dispraxia ou apraxia de evolução quando se trata de distúrbios das praxias na criança. Apraxia aparece referindo-se ao distúrbio infantil. Classificação das apraxias. Distinguem três variedades: a) Apraxia sensório-cinética - que se caracteriza pela alteração da síntese sensório- motora como a desautomatização do gesto. Não há nela distúrbios de representação do ato. b) Apracto-somato-gnosia espacial - caracterizada por uma desorganização do esquema corporal e do espaço. c) Apraxia de formulação simbólica que se caracteriza por uma desorganização da atividade simbólica e da compreensão da linguagem. A finalidade é de estabelecer os diferentes tipos de distúrbios. 32 11. ESTUDOS INICIAIS SOBRE O DISTÚRBIO PSICOMOTOR Debilidade Motora é uma condição patológica da mobilidade, às vezes hereditária e familiar, caracterizada pela exageração dos reflexos tendinosos, uma perturbação do reflexo plantar, um desajeito dos movimentos voluntários intencionais que levam a impossibilidade de realizar voluntariamente a ação muscular. Distúrbio Psicomotor: significa um transtorno que atinge a unidade indissociável, formada pela inteligência, pela afetividade e pela motricidade. Paratonia: É a possibilidade que apresentam certas crianças de relaxar voluntariamente um músculo. Sincinesias: São fenômenos normais em crianças. Catalepsia: É uma aptidão anormal para a conservação de uma atitude. Outros sinais são marcados como certas epilepsias, espasmos dos músculos lisos, alguns estados de excitação e de agitação e a instabilidade. Assim muitos anos, os distúrbios de psicomotricidade e portanto, as dispraxias, foram vistos sob o nome de debilidade motora que é uma insuficiência de imperfeição das funções motoras consideradas do ponto de vista da sua adaptação. Os distúrbios da Psicomotricidade é definido sob o nome de Disfunções Psicomotoras. Pesquisas feitas com crianças deficientes mentais focalizando os processos que estariam na base das deficiências da aprendizagem. Adotaram a 33 classificação das deficiências mentais, proposta por Straus (1933) em endógenas aquelas crianças com antecedentes familiares de distúrbios mentais; em exógenas as crianças portadoras de lesão cerebral. (Fonte: https://neurosaber.com.br/psicomotricidade-relacional-e-importancia-no-desenvolvimento-infantil/) 34 12. TEORIAS E EXERCÍCIOS EM PSICOMOTRICIDADE (Fonte: http://impactodapedagogiamoderna.blogspot.com.br/2011/06/sugestoes-de-atividade-para.html) Esquema Corporal Conhecimento intuitivo imediato que a criança tem do próprio corpo, conhecimento capaz de gerar as possibilidades de atuação da criança sobre as partes do seu corpo, sobre o mundo exterior e sobre os objetos que a cercam. Exercício 1: Reconhecendo as partes essenciais do corpo - O profissional diz os nomes das seguintes partes do corpo: cabeça, peito, barriga, braços, pernas, pés, explorando uma parte por vez. A criança mostra em si mesma a parte mencionada pelo profissional, respeitando o nome que designa. Primeiramente o trabalho deverá ser realizado de olhos abertos, e a seguir de olhos fechados. 35 (Fonte: https://dani-alfabetizacaodivertida.blogspot.com.br/2012/07/esquema-corporal.html) Olhos abertos: Aprendizado. Olhos fechados: Quando dominar as partes do corpo. Exercício 2: A criança deverá reconhecer também as partes do rosto: nariz, olhos, boca, queixo, sombrancelhas, cílios, trabalhar também com os dedos com a mão apoiada sobre a mesa a criança deverá apresentar o pulso, o dedo maior e o dedo menor, os nomes dos dedos são ensinados a criança pedindo que ela levante um a um dizendo os respectivos nomes dos dedos.Exercício 3: Trabalhar com os olhos - Em pé ou sentado a criança acompanha com os olhos sem mexer a cabeça, a trajetória de um objeto que se desloca no espaço. Exercício 4: Sentir os rins - Deitada com as pernas estendidas e as mãos sobre os rins a criança dobra os joelhos e encosta-os no peito. Comentar 36 com a criança que a parte do corpo que se apoia com força sobre suas mãos chama-se rins. Exercício 5: Automatizando a noção de direita e esquerda Conhecendo a direita e a esquerda do próprio corpo mostrar a criança qual é a sua mão direita e qual é a sua mão esquerda. Dominando este conceito, realizar o exercício em etapas: - fechar com força a mão direita; depois a esquerda; - Levantar o braço direito; depois o esquerdo; - bater o pé esquerdo; depois o direito; - mostrar o olho direito; depois o esquerdo; - mostrar a orelha direita; depois a esquerda; -levantar a perna esquerda; depois a direita. Trabalhar com os olhos abertos, e quando a criança estiver dominando o exercício trabalhar com os olhos fechados. Exercício 6: Localizando elementos na sala de aula. A criança deverá dizer de que lado está a porta, a janela, a mesa da sala de aula, etc. em relação a si mesma. Durante a realização do exercício, não deixar a criança cruzar os braços, pois isso dificulta sua orientação espacial. Coordenação Óculo-Manual 37 A finalidade dos exercícios de coordenação óculo-manual têm como finalidade o domínio do campo visual, associada a motricidade fina das mãos. Exercício - Realizar este jogo em duas etapas: A criança bate a bola no chão, apanhando-a inicialmente com as duas mãos, e depois ora com a mão direita, ora com a mão esquerda. No início a criança deverá trabalhar livremente. Numa segunda etapa o professor determinará previamente com qual das mãos a criança deverá apanhar a bola. A criança joga a bola para o alto com as duas mãos, apanhando-a com as duas mãos também. Em seguida, joga a bola para o alto com uma só mão, apanhando-a com uma só mão também. Variar o uso das mãos. Ora com a direita ora com a esquerda. Jogo de Pontaria no Chão - Desenhar um círculo no chão ou utilizar um arco. As crianças deverão jogar a bola dentro do círculo. Aumentar gradativametne a distância. Variar jogando a bola na frente, atrás, do lado esquerdo, do lado direito do círculo. Coordenação Dinâmica Geral Estes exercícios possuem a função de equilíbrio que é a base essencial da coordenação dinâmica geral que possuem a finalidade de melhorar o comando nervoso, a precisão motora e o controle global dos deslocamentos do corpo no tempo e no espaço. Constituem-se de exercícios de marchas e saltos. Apresentamos exercícios em que a criança a nível de experiências vividas, manipula conceitos espaciais importantes para o seu preparo para a alfabetização. 38 Os conceitos espaciais: direita, esquerda, atrás, na frente, entre, perto, longe, maior, menor; são vivenciados através de movimentos específicos. A partir daí propomos exercícios com maior intensidade. Se coloca a medição de um raciocínio, de uma reflexão sobre os dados vivenciados no primeiro nível. Dessa forma permite a criança passar para a etapa de estruturação temporal requerida para o aprendizado da leitura e da escrita. Exercício: Andando, saltando e equilibrando-se. 1. Andando de cabeça erguida. A criança anda com um objeto sobre a cabeça ( pode ser um livro de capa dura). Dominada esta etapa a criança para, levanta uma perna formando um angulo de noventa graus e coloca-se lentamente no chão. O mesmo trabalho deverá ser feito com a outra perna. 2. Quem alcança ? O professor segura um objeto a uma determinada altura (pode ser um lápis, uma bola ) a criança deverá saltar para alcança-lo . Inicialmente fazer o exercício em pé, depois de cócoras. Motricidade Fina Das Mãos E Dos Dedos Os exercícios de motricidade fina são muito importantes para a criança, na medida em que educam é gesto requerido para a escrita, evitando a apreensão e a prisão inadequados que tanto prejudicam o grafismo, tornando o ato de escrever uma experiência aversiva a criança. Cuidando Das Mãos 39 Exercício de Motricidade Fina Trabalhando só com os braços - Este exercício tem como objetivo desenvolver a independência segmentar do braço em relação ao tronco, o que beneficia e facilita o trabalho da mão no ato de escrever. Apresentamos uma série de gráficos (traçados) que o professor deverá reproduzir em tamanho grande no quadro de giz ou programá-los em cartões. As crianças por sua vez deverão reproduzí-los com gestos executados no ar. Amassando A Massa Fazendo Bolas de Massa - O professor distribui a classe bolas de massa de tamanhos variados (usar massa para modelar) sentada, com o cotovelo apoiado sobre a carteira, a mão para o alto, a criança aperta as bolas de massa com força, amassando-as. Orientar a criança para que trabalhe com dois dedos por vez. Trabalhar primeiro uma das mãos, depois com a outra e, finalmente, com as duas juntas. Fazendo as bolas de massa - Realizar o mesmo trabalho do exercício anterior, neste caso, porém a massa é apresentada em forma de disco, com a qual a criança deverá fazer uma bola. Organização E Estruturação Temporal 40 (Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=b9t_bV7mTdw) Esse mediador trabalha com noções importantes para o aprendizado da escrita e particularmente da leitura, favorecem o desenvolvimento da atuação da memória. A estruturação temporal fornecerá as possibilidades de alfabetizar-se. Exercício: Reproduzindo ritmos com as mãos. O professor executa um determinado ritmo, seguindo algumas estruturas rítmicas (.. ... ...) por exemplo, batendo a mão sobre a carteira, durante um certo tempo, a criança apenas escuta, depois reproduz o rítmico executado pelo professor, batendo a mão sobre a carteira também. Variar o ritmo. Lento, normal e rápido. Fazer o exercício inicialmente com os olhos abertos e em seguida, de olhos fechados. Exercício De Organização E Estruturação Espacial Deslocando um objeto no espaço, a criança coloca um objeto qualquer ora a sua frente, ora atrás, ora a direita, ora a esquerda, segundo o comando do professor. 41 REFERÊNCIA Ajuriaguerra, Julian de / Geraldes, Paulo Cesar / Alves, Sonia Regina Pacheco. Manual de psiquiatria infantil. Masson do Brasil. (1983) Sao Paulo. Cdu: 616.89-053.2 Cutter: A312m. Bueno, Jocian Machado. Psicomotricidade: teoria e pratica: estimulação, educação e reeducacao psicomotora com atividades aquáticas. Lovise. (1998) Sao Paulo. Cdu: 159.9:612.7 Cutter: B928p. Figueiredo, Luis Claudio. Modos de subjetivacao no Brasil e outros escritos. Escuta. (1995) Sao Paulo. Cdu: 165.42 Cutter: F475m. FONSECA, Victor da. Psicomotricidade: perspectivas multidisciplinares. Porto Alegre: Artmed, 2004. Fonseca, Vitor da. Manual de observacao psicomotora; significacao psiconeurologica dos fatores psicomotores. Artes Medicas. (1995) Porto Alegre. Cdu: 159.9:612.7 Cutter: F676m. FONSECA, Vitor. Manual de Observação Psicomotora. Porto Alegre: Artmed, 1995. GALVÃO, Isabel. Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes,2004. Jerusalinsky, Alfredo. Psicanalise e desenvolvimento infantil. Artes Medicas. (1984) . Cdu: 159.964.2-053.2 Cutter: P974p. LE BOULCH, O desenvolvimento psicomotor. Porto Alegre: Artmed, 1992 Le Camus, Jean. O Corpo em discussão; da reeducação psicomotora as terapias de mediação corporal. Artes Medicas. (1986) Porto Alegre. Cdu: 159.9:612.7 Cutter: L455c. Levin, Esteban/ Jerusalinsky, Julieta. A Clinica psicomotora: o corpo na linguagem. Vozes. 4a ed. (2001) Petropolis. Cdu: 159.9:612.7 Cutter: L665c. Levin, Esteban / Orth, Lucia Endlich / Alves, Ephraim Ferreira. A Infância em 42 cena: construção do sujeito e desenvolvimento psicomotor. Vozes. 2a ed. (1998) Petrópolis. Cdu: 159.9:612.7 Cutter: L665i. Levin, Esteban / Rosenbusch, Ricardo. A função do filho: espelhos e labirintos da infância. Vozes. (2001) Petropolis. Cdu: 159.922.7 Cutter: L665f. LEVIN, Esteban. A clínica psicomotora: o corpo na linguagem. Petrópolis: Vozes, 1995. WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1981. LEVIN, Esteban. A infância em cena. Petrópolis: Vozes, 1997.
Compartilhar