Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
FUNÇÃO QUADRÁTICA 1. DEFINIÇÃO Chama-se função quadrática qualquer função 𝑓 de ℝ em ℝ dada por uma lei da forma 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥² + 𝑏𝑥 + 𝑐, onde 𝑎, 𝑏 e 𝑐 são números reais e 𝑎 ≠ 0. Exemplos: 𝑓(𝑥) = 2𝑥² + 3𝑥 + 5 com 𝑎 = 2, 𝑏 = 3 e 𝑐 = 5 𝑓(𝑥) = 𝑥² − 1 com 𝑎 = 1, 𝑏 = 0 e 𝑐 = −1 𝑓(𝑥) = −𝑥² + 2𝑥 com 𝑎 = −1, 𝑏 = 2 e 𝑐 = 0 𝑓(𝑥) = −4𝑥2 com 𝑎 = −4, 𝑏 = 0 e 𝑐 = 0 Nota: Quando 𝑏 ou 𝑐 ou ainda os dois simultaneamente valem zero, dizemos que a função é incompleta. 2. VALOR OU IMAGEM DA FUNÇÃO QUADRÁTICA EM UM PONTO Duas situações são importantes: 1ª) dado 𝑥, calcular 𝑓(𝑥) Por exemplo, se 𝑓(𝑥) = 𝑥² − 5𝑥 + 6, para calcular o valor dessa função no ponto 𝑥 = 2, ou seja, 𝑓(2), fazemos: 𝑓(2) = 2² − 5.2 + 6 𝑓(2) = 4 − 10 + 6 𝑓(2) = 0 2ª) dado 𝑓(𝑥), calcular 𝑥 Por exemplo, 𝑓(𝑥) = 𝑥² − 12𝑥 + 38 se 𝑓(𝑥) = 3, para calcular o 𝑥, teremos: 𝑥² − 12𝑥 + 38 = 3 𝑥² − 12𝑥 + 38 − 3 = 0 𝑥² − 12𝑥 + 35 = 0 Chegamos numa equação do 2º grau. Resolvendo, encontraremos 𝑥′ = 7 e 𝑥′′ = 5. Verifique! 3. ZEROS DA FUNÇÃO QUADRÁTICA Chamamos ZEROS ou RAÍZES da função quadrática os números reais que tornam 𝑓(𝑥) = 0. Então os ZEROS da função quadrática são as soluções da equação do 2º grau 𝑎𝑥² + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0. Graficamente, os ZEROS são os valores de x dos pontos em que a parábola intersecta o eixo 𝑥. Vejamos algumas maneira de determinar os ZEROS da função quadrática: 1ª) USANDO A FÓRMULA DE BHÁSKARA 𝑥′ = −𝑏 + √∆ 2𝑎 𝑥 = −𝑏±√∆ 2𝑎 ∆= 𝑏2 − 4𝑎𝑐 𝑥′′ = −𝑏 − √∆ 2𝑎 2ª) USANDO A FATORAÇÃO A fatoração é um processo útil em equações incompletas, principalmente quando 𝑐 = 0. Veja um exemplo: Determinar os zeros de: a) 𝑓(𝑥) = 𝑥² − 5𝑥 Resolução: 𝑥² − 5𝑥 = 0 𝑥(𝑥 − 5) = 0 Nesse caso, ou 𝑥 = 0 ou 𝑥 − 5 = 0 𝑥′ = 0 𝑥 − 5 = 0 𝑥′′ = 5 b) 𝑓(𝑥) = 𝑥² + 2𝑥 Resolução: 𝑥² + 2𝑥 = 0 𝑥(𝑥 + 2) = 0 Nesse caso, ou 𝑥 = 0 ou 𝑥 + 2 = 0 𝑥′ = 0 𝑥 + 2 = 0 𝑥′′ = −2 3ª) ISOLANDO O X Isolar o 𝑥 é um processo útil quando não existe o termo em 𝑥, ou seja, quando 𝑏 = 0. Veja um exemplo: Determinar os zeros de: a) 𝑓(𝑥) = 𝑥² − 9 Resolução: 𝑥² − 9 = 0 𝑥² = 9 𝑥 = ±√9 𝑥 = ±3 Então, 𝑥′ = 3 e 𝑥′′ = −3 b) 𝑓(𝑥) = 2𝑥² − 32 Resolução: 2𝑥² − 32 = 0 2𝑥² = 32 𝑥² = 32 2 𝑥² = 16 𝑥 = ±√16 𝑥 = ±4 Então, 𝑥′ = 4 e 𝑥′′ = −4 4ª) USANDO AS RELAÇÕES DE GIRARD Também conhecida como SOMA E PRODUTO das raízes. Soma: 𝑥′ + 𝑥′′ = −𝑏 𝑎 Produto: 𝑥′. 𝑥′′ = 𝑐 𝑎 Sendo possível determinar dois números cuja soma e cujo produto sejam os valores obtidos na equação acima, esses números serão as raízes da função quadrática. Esse processo é mais indicado para equações mais simples, cujas raízes sejam números inteiros. Veja um exemplo: Determinar os zeros de: 𝑓(𝑥) = 𝑥² − 5𝑥 + 6 Resolução: 𝑥′ + 𝑥′′ = −𝑏 𝑎 −𝑏 𝑎 = −(−5) 1 = 5 1 = 5 𝑥′. 𝑥′′ = 𝑐 𝑎 𝑐 𝑎 = 6 1 = 6 Teremos que pensar em dois números que somados resulte em 5 e multiplicados resulte em 6. Esses números são 2 e 3. Assim 𝑥′ = 2 e 𝑥′′ = 3 4. GRÁFICO O gráfico de uma função quadrática é uma curva chamada parábola. Vamos estudar os efeitos dos coeficientes 𝑎, 𝑏 e 𝑐 na parábola. COEFICIENTE 𝑎 O coeficiente 𝑎 é responsável pela concavidade e abertura da parábola. Se 𝑎 > 0, a concavidade é para cima. Se 𝑎 < 0, a concavidade é para baixo. Além disso, quanto maior o valor absoluto de a, menor será a abertura da parábola (parábola mais “fechada”), independentemente da concavidade ser para cima ou para baixo. COEFICIENTE 𝑏 Indica se a parábola intersecta o eixo 𝑦 no ramo crescente ou decrescente da parábola. Se 𝑏 > 0, a parábola intersecta o eixo 𝑦 no ramo crescente. Se 𝑏 < 0, a parábola intersecta o eixo 𝑦 no ramo decrescente. Se 𝑏 = 0, a parábola intersecta o eixo 𝑦 no vértice. COEFICIENTE 𝑐 Indica o ponto onde a parábola intersecta o eixo 𝑦. A parábola intersecta o eixo 𝑦 no ponto (0, 𝑐), ou seja, 𝑓(0) = 𝑐. Nota: ∆> 0, teremos uma raiz real dupla (a parábola intersecta o eixo 𝑥 em um só ponto) ∆= 0, teremos duas raízes reais diferentes (a parábola intersecta o eixo 𝑥 em dois pontos) ∆< 0, não há nenhuma raiz real dupla (a parábola não intersecta o eixo 𝑥) Graficamente, temos: 5. VERTICE DA PARÁBOLA, VALOR MÁXIMO OU MÍNIMO DA FUNÇÃO QUADRÁTICA Quando 𝑎 > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e um ponto de VALOR MÍNIMO (V); Quando 𝑎 < 0, a parábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de VALOR MÁXIMO (V). Em qualquer caso, as coordenadas de V são (−𝑏 2𝑎 , −∆ 4𝑎 ). Outra maneira de determinar o vértice é lembrar que a parábola, que representa uma função quadrática, é simétrica em relação a um eixo vertical. Determinando a posição desse eixo, encontraremos a abscissa do vértice, e com a abscissa do vértice obteremos a ordenada. Veja um exemplo: 𝑓(𝑥) = 2𝑥² − 8𝑥 Obtendo as raízes, teremos 𝑥′ = 0 e 𝑥′′ = 4. Dada a simetria das parábolas, o eixo de simetria terá abscissa 𝑥𝑣 = 𝑥′+𝑥′ 2 = 0+4 2 = 2. Substituindo 𝑥 = 2 na função, obtemos a ordenada do vértice 𝑓(𝑥) = 2 . 2² − 8 . 2 = −8 Então, o vértice é o ponto (2, −8). 6. DETERMINAÇÃO DA LEI DE FORMAÇÃO DA FUNÇÃO QUADRÁTICA 1ª) A PARTIR DOS ZEROS Usamos a Relação de Girard. A função terá a forma: 𝑓(𝑥) = 𝑥² − 𝑺𝑥 + 𝑷 𝑆 = 𝑥′ + 𝑥′′ 𝑃 = 𝑥′. 𝑥′′ Exemplo: Determinar a lei de formação da função quadrática cujas raízes são 2 e 3. Resolução: 𝑆: 2 + 3 = 5 𝑃: 2 . 3 = 6 Portanto, a função será 𝑓(𝑥) = 𝑥² − 5𝑥 + 6 2ª) A PARTIR DOS ZEROS E UM PONTO QUALQUER Usamos a FORMA FATORADA da função quadrática. 𝑓(𝑥) = 𝑎(𝑥 − 𝑥′)(𝑥 − 𝑥′′) Exemplo: Determinar a lei de formação da função quadrática representada pelo gráfico abaixo: Resolução: Os zeros são 1 e 3. 𝑓(𝑥) = 𝑎(𝑥 − 1)(𝑥 − 3) A parábola passa pelo ponto (2, −1), então: 𝑎(2 − 1)(2 − 3) = −1 𝑎 . 1 . −1 = −1 −𝑎 = −1 𝑎 = 1 Voltamos para 𝑓(𝑥) = 𝑎(𝑥 − 1)(𝑥 − 3) e substituímos o valor de 𝑎. 𝑓(𝑥) = 1 . (𝑥 − 1)(𝑥 − 3) 𝑓(𝑥) = 1 . (𝑥2 − 3𝑥 − 𝑥 + 3) 𝑓(𝑥) = 1 . (𝑥2 − 4𝑥 + 3) 𝑓(𝑥) = 𝑥2 − 4𝑥 + 3 3ª) A PARTIR DO VERTICE E UM PONTO QUALQUER Usamos a FORMA CANÔNICA da função quadrática. 𝑓(𝑥) = 𝑎(𝑥 − 𝑥𝑣)² + 𝑦𝑣 Exemplo: Determinar a lei de formação da função quadrática representada pelo gráfico abaixo: Resolução: As coordenadas do vértice são (1,2). 𝑓(𝑥) = 𝑎(𝑥 − 1)² + 2 A parábola passa pelo ponto (0,3), então: 𝑎(0 − 1)² + 2 = 3 𝑎(−1)² + 2 = 3 𝑎 . 1 + 2 = 3 𝑎 = 3 − 2 𝑎 = 1 Voltamos para 𝑓(𝑥) = 𝑎(𝑥 − 1)² + 2 e substituímos o valor de 𝑎. 𝑓(𝑥) = 1 . (𝑥 − 1)² + 2 𝑓(𝑥) = 1 . (𝑥² − 2𝑥 + 1) + 2 𝑓(𝑥) = 𝑥² − 2𝑥 + 1 + 2 𝑓(𝑥) = 𝑥² − 2𝑥 + 3 7. IMAGEM O conjunto imagem 𝐼𝑚 da função 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥² + 𝑏𝑥 + 𝑐 é o conjunto dos valores que 𝑦 pode assumir. Há duas possibilidades: 1ª) Quando 𝑎 > 0 𝐼𝑚 = {𝑦 ∈ 𝑅|𝑦 ≥ 𝑦𝑣} Lembrando que 𝑦𝑣 = −∆ 4𝑎 2ª) Quando 𝑎 < 0 𝐼𝑚 = {𝑦 ∈ 𝑅|𝑦 ≤ 𝑦𝑣} Lembrando que 𝑦𝑣 = −∆ 4𝑎 8. CONSTRUÇÃO DA PARÁBOLA É possível construir o gráfico da função do 2º grau sem montar a tabela de pares (𝑥, 𝑦), mas seguindo apenas o roteiro de observações seguinte: 1º) O valor do coeficiente 𝑎 define a concavidade da parábola; 2º) Os zeros definem os pontos em que a parábola intersecta o eixo dos 𝑥; 3º) O vértice 𝑉(𝑥𝑣, 𝑦𝑣) indica o ponto de mínimo (𝑠𝑒 𝑎 > 0) ou de máximo(𝑠𝑒 𝑎 < 0); 4º) O coeficiente 𝑐 indica o ponto em que a parábola corta o eixo dos 𝑦. Exemplo: Vamos construir o gráfico da função 𝑓(𝑥) = 𝑥² − 2𝑥 + 1. Resolução: Concavidade voltada para cima, pois 𝑎 = 1 > 0 Zeros: 𝑥 = 1 (𝑟𝑎í𝑧 𝑑𝑢𝑝𝑙𝑎) Vértice: 𝑉 = (1,0) Interseção com o eixo 𝑦: 𝑐 = 1 Note que 𝐼𝑚 = {𝑦 ∈ 𝑅|𝑦 ≥ 0} Exercite a construção da parábola esboçando o gráfico de 𝑓(𝑥) = −4𝑥2 + 4𝑥 + 5 9. ESTUDO DO SINAL Estudar o sinal da função quadrática significa determinar os valores reais de 𝑥 para os quais 𝑦 é negativo, 𝑦 é positivo e 𝑦 se anula. Dependendo do discriminante, podem ocorrer três casos e, em cada caso, de acordo com o coeficiente 𝑎, pode ocorrer duas situações. 1º CASO: ∆> 0 a função admite dois zeros reais diferentes: 𝑥′𝑒 𝑥′′, portanto, a parábola, que representa a função, intersecta o eixo 𝑥 em dois pontos. Dispositivo prático: 𝑓(𝑥) = 0 para 𝑥 = 𝑥′′𝑜𝑢 𝑥 = 𝑥′ 𝑓(𝑥) > 0 para 𝑥 < 𝑥′′𝑜𝑢 𝑥 > 𝑥′ 𝑓(𝑥) < 0 para 𝑥′′ < 𝑥 < 𝑥′ 𝑓(𝑥) = 0 para 𝑥 = 𝑥′′𝑜𝑢 𝑥 = 𝑥′ 𝑓(𝑥) > 0 para 𝑥 < 𝑥′′𝑜𝑢 𝑥 > 𝑥′ 𝑓(𝑥) < 0 para 𝑥′′ < 𝑥 < 𝑥′ 2º CASO: ∆= 0 a função admite um zero real duplo 𝑥′ = 𝑥′′, portanto, a parábola que representa a função tangencia o eixo 𝑥. Dispositivo prático: 𝑓(𝑥) = 0 para 𝑥 = 𝑥′ = 𝑥′′ 𝑓(𝑥) > 0 para 𝑥 ≠ 𝑥′ ∄ 𝑥 tal que 𝑓(𝑥) < 0 𝑓(𝑥) = 0 para 𝑥 = 𝑥′ = 𝑥′′ 𝑓(𝑥) < 0 para 𝑥 ≠ 𝑥′ ∄ 𝑥 tal que 𝑓(𝑥) > 0 3º CASO: ∆< 0 a função não admite zeros reais, portanto, a parábola que representa a função não intersecta o eixo x. Dispositivo prático: 𝑓(𝑥) > 0 para todo 𝑥 𝑟𝑒𝑎𝑙 ∄ 𝑥 tal que 𝑓(𝑥) = 0 ∄ 𝑥 tal que 𝑓(𝑥) < 0 𝑓(𝑥) < 0 para todo 𝑥 𝑟𝑒𝑎𝑙 ∄ 𝑥 tal que 𝑓(𝑥) = 0 ∄ 𝑥 tal que 𝑓(𝑥) > 0 Exemplo: Vamos fazer o estudo do sinal de 𝑓(𝑥) = 𝑥² − 5𝑥 + 6 Resolução: Temos 𝑎 = 1 > 0 parábola com concavidade voltada para cima. ∆= (−5)2 − 4 . 1 . 6 ∆= 25 − 24 ∆= 1 dois zeros reais e distintos Ao resolver a equação 𝑥² − 5𝑥 + 6 = 0, encontraremos os seguintes zeros: 𝑥′ = 2 e 𝑥′′ = 3 Dispositivo prático: Resposta: 𝑓(𝑥) > 0 para 𝑥 < 2 ou 𝑥 > 3 𝑓(𝑥) < 0 para 2 < 𝑥 < 3 𝑓(𝑥) = 0 para 𝑥 = 2 ou 𝑥 = 3 10. INEQUAÇÕES DO 2º GRAU Vamos aplicar o estudo do sinal da função quadrática na resolução das inequações. Exemplo: Resolver a inequação 6𝑥² − 5𝑥 + 1 ≤ 0 Resolução: 𝑎 = 6 > 0 parábola com concavidade voltada para cima. ∆= (−5)2 − 4 . 6 . 1 ∆= 25 − 24 ∆= 1 dois zeros reais e distintos Ao resolver a equação 6𝑥² − 5𝑥 + 1 = 0, encontraremos os seguintes zeros: 𝑥′ = 1 3 e 𝑥′′ = 1 2 Dispositivo prático: A inequação pergunta para que valores de 𝑥 temos 𝑦 ≤ 0, resposta: 1 3 ≤ 𝑥 ≤ 1 2 ou 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| 1 3 ≤ 𝑥 ≤ 1 2 }. 11. OUTROS TIPOS DE INEQUAÇÕES Existem algumas inequações mais complexas: inequação simultânea, inequação-produto e inequação- quociente. Vejamos como resolver cada uma delas:
Compartilhar