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Apostila completa Enf UTI e Unidades Especializadas 2017

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[Digite texto] 
 
 
 
 
 
 
 
 ETEC. PREFEITO ALBERTO FERES 
 
 
 
 
 
 
ENFERMAGEM EM UTI E UNIDADES ESPECIALIZADAS 
 
 
 
 
 
 PROFa. MARTA ELISA ALVARES SCANAVINI 
 
 
 
 
 2017 
 
 
[Digite texto] 
 
 1. Unidades Especializadas 
 Unidades Especializadas de Internamento são unidades em que determinadas patologias, doenças ou 
procedimentos, são agrupadas para cuidados e tratamentos específicos. Compõem este tipo de unidade: 
 Unidade de Terapia Intensiva para Adulto, Pediatria e Neonatologia, especializadas no cuidado intensivo a 
pacientes em estado crítico que independe da causa patogênica (diabetes, insuficiência renal, obstetrícia de 
alto risco, recuperação pós-anestésica, traumas, problemas cardiológicos, etc.). 
 Unidade de Terapia Intensiva Especializada, quando separadas por especialidades médicas, tratando 
somente de pacientes críticos cuja causa primária é específica (coronarianas (cardiologia), neurológicas, 
renais (hemodiálises), etc.). 
 
 2. Conceito do cuidado intensivo 
 Alguns fatores contribuíram para o desenvolvimento de métodos especiais no atendimento ao paciente 
hospitalizado. Entre eles, a procura do melhor meio de cuidado a ser dispensado ao paciente crítico ou grave, não só 
para a sua sobrevida, mas para a sua reintegração a uma existência normal, com o mínimo de conforto. 
 As moléstias que acometem hoje os pacientes são as mesmas que do passado, exceto pelo trauma, que é muito 
maior hoje. O que fundamentalmente mudou é o modo de tratamento dessas moléstias, com o advento de recursos 
tecnológicos sofisticados e precisos, que vão de encontro às necessidades dos pacientes. 
 Durante muito tempo, os hospitais criaram áreas com vários leitos, ocupados por pacientes com níveis diferentes 
de atenção e assistência, o que ocasionava algumas dificuldades. Havia muita demanda na assistência a alguns 
pacientes, em detrimento de outros. Em tais áreas, ocasionalmente eram colocados equipamentos, como 
respirador, monitor cardíaco e aparelho portátil de raios-X, que reduziam acentuadamente o espaço dentro das 
unidades de pacientes, dificultando a execução de procedimentos específicos a cada caso. 
 O meio encontrado para o atendimento ao paciente crítico foi a criação de um serviço no hospital que fosse de 
encontro às suas necessidades. Esse serviço proporcionou recursos para o CUIDADO INTENSIVO: aliou o 
conhecimento da doença e a precisão de equipamentos ao desenvolvimento de métodos assistenciais e uma 
vigilância contínua do paciente. 
 O preciso papel da Unidade de Cuidado Intensivo ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está na combinação do 
cuidado intensivo de enfermagem com a constante atenção médica, no atendimento dispensado ao paciente crítico. 
 Os cuidados intensivos, responsáveis pela sobrevida de muitos pacientes graves ou críticos, são conceituados a 
partir das atividades desenvolvidas junto a eles, desde a década de 50: 
 “É a organização de facilidades, serviço e equipes para atender às necessidades médicas e de enfermagem 
do paciente.” (Haldeman, 1959). 
 “O cuidado a pacientes que são recuperáveis, mas que necessitam de uma supervisão contínua, e são 
passíveis de serem submetidos a técnicas especializadas, desenvolvidas por pessoal experimentado.” 
 “Terapia intensiva significa um tratamento contínuo dado em uma unidade por um grupo permanente de 
enfermeiros e médicos especializados.” (Jones, 1967). 
 “Um serviço que proporciona a contínua observação das funções vitais e pode controlar estas funções mais 
pronta e eficazmente que qualquer outra área no hospital.” (BMA, 1967). 
 Alguns quesitos são essenciais para o cuidado intensivo: 
 Enfermagem permanente com treinamento específico, completo e desenvolvendo um serviço contínuo. 
 Pronta avaliação médica e complementação científica. 
 Padronização técnica de investigação e tratamento. 
 Definição de área e facilidades. 
 Atitudes novas para o cuidado intensivo. 
 É consenso que o cuidado intensivo oferece inúmeros benefícios ao paciente crítico, incluindo aumento de 
sobrevida e recuperação, rápida identificação de complicações e pronta intervenção. As UTIs aí estão atendendo às 
necessidades dos pacientes e promovendo uma assistência individualizada, ao lado de estratégias que podem ser 
definidas como as melhores práticas associadas a um cuidado de qualidade e eficiente uso de recursos. 
 
 3. Organização da UTI 
 É condição essencial na organização da unidade que a equipe multiprofissional da unidade esteja apta a cooperar 
no desenvolvimento das atividades, dentro de uma filosofia de trabalho delineada com o espírito de terapia 
intensiva e de equipe; as atuações dos profissionais (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos em 
[Digite texto] 
 
enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos, nutricionistas) tem a mesma importância, o mesmo 
peso, isto é, toda atividade deve ter o caráter de indispensabilidade, embora possua características diferentes. 
 O planejamento da unidade é tarefa de equipe multiprofissional, com visão ampla e coletiva; dotada de 
coerência, objetivos comuns, união de propósitos. As atividades são planejadas em acordo comum, estabelecendo 
normas, funções, tipos de condutas, padrões de avaliação e execução de diferentes atividades, numa estrutura física 
definida. 
 A UTI não é um substituto da área de recuperação pós-anestésica, a não ser em condições muito especiais e, 
nem é o lugar indicado para pacientes portadores de doenças terminais. Dadas as suas características, a UTI 
necessita de uma infraestrutura auxiliar básica: banco de sangue, centro cirúrgico, laboratório clínico, serviço de 
nutrição e dietética e serviço de imagem; deve se localizar próxima do pronto socorro, unidade coronariana e centro 
cirúrgico. Alguns critérios básicos e relacionados a seguir devem ser estabelecidos: 
- a filosofia de atendimento deve basear-se no contato direto, humanizado e constante entre pacientes, familiares e 
equipe de saúde; 
- a área destinada à internação deve ser ampla e segura; 
- o equipamento especializado deve compreender: 
 Um monitor cardíaco por leito; 
 Desfibriladores; 
 Um respirador (ventilador mecânico) ciclado a volume para cada dois leitos; 
 Um aparelho portátil de RX; 
 Eletrocardiógrafos; 
 Marca-passos cardíacos, tipo demanda (fonte geradora e eletrodo); 
 Ventilômetros; 
 Oxímetros, um para cada leito; 
 Ressuscitadores manuais (“ambus”); 
 Sistemas para monitoramento hemodinâmico; 
 Recursos que propiciam ventiladores não invasivos (BIPAP= Bi Level Positive Airway Pressure); 
 Um aparelho para dosagem de gases sanguíneos (exame de gasometria) de fácil manuseio e preciso; 
 Polígrafos e aparelhos de avaliação do débito cardíaco. 
 O sucesso do tratamento na unidade está condicionado a um bom atendimento ao paciente pelo grupo de 
trabalho. A equipe de enfermagem desempenha um papel significativo nesse atendimento e a consciência disso tem 
levado, muitas vezes, ao estresse emocional. Acredita-se que o equilíbrio da carga horária de trabalho é um dos 
fatores que atenuam o referido estresse. Uma jornada de trabalho de 6hs diárias, num total de 36hs semanais, é 
preconizada como o ideal para a UTI.Um grande problema encontrado nas instituições de saúde é que o período de 
trabalho noturno é de 12h, sendo improdutivo, sendo que já se tem hospitais instituindo plantões noturnos de 6hs. 
O indivíduo que preenche os requisitos para trabalhar em UTI (capacidade de trabalho, discernimento, 
responsabilidade e iniciativa) apresenta-se em condições de real produtividade com aproximadamente um ano de 
atividades contínuas em UTI. 
 Em toda UTI deve-se ter um treinamento sistematizado, periódico, aplicável aos profissionais de enfermagem, 
visando a uma melhor prestação de serviço, pois o tipo de atendimento ao paciente só é conhecido e desenvolvido 
se for executado, levando à melhor qualidade do atendimento e reduzindo o aparecimento de fatores iatrogênicos, 
uma das causas do aumento da permanência dos pacientes na UTI (infecções hospitalares, escaras de decúbito, 
incapacidades motoras, etc.). 
 
 4. Critérios de admissão e alta do paciente em UTI 
 Admissão: devem ser encaminhados à UTI os pacientes em estado crítico, que necessitam de cuidados 
médicos e de enfermagem específicos e de observação frequente, devido ao comprometimento 
importante de suas funções vitais; pacientes cujo estado apresenta alto risco, embora se encontre bem no 
momento, podendo apresentar subitamente alterações graves de suas funções vitais (pacientes cardíacos, 
renais, pulmonares e outros). 
 Pacientes em fase terminal de algumas doenças não devem ser internados em UTI, pois necessitam de cuidados 
paliativos para alívio da dor, conforto e tranquilidade para o ritual de passagem, aumentando a estatística de óbitos 
de pacientes e reforçando o tabu social contra os objetivos da UTI que são de recuperar o paciente e não de lhe 
causar a morte. O espírito de trabalho da equipe profissional de enfermagem pode ser afetado se os membros são 
requisitados a desenvolver atividades intensivas com pacientes sem recuperação, aumentando sobremaneira o 
estresse emocional de cada um. 
[Digite texto] 
 
 Alta: a permanência de um paciente na UTI deve se limitar ao necessário para superar a situação crítica 
que determinou sua admissão, ou seja, quando estiver com seu quadro hemodinâmico estabilizado e não 
for mais um doente grave ou de alto risco, deixaria a unidade. Os pacientes que ainda necessitam de 
cuidados de enfermagem e de assistência médica periódica, também deixam a unidade, devendo ser 
encaminhados às unidades de cuidados intermediários de internação. 
 Uma alta mortalidade, usualmente entre 10 e 20%, é inerente à natureza do trabalho em UTI; mas, uma seleção 
inadequada de pacientes eleva esse índice a níveis indesejados. 
 
 5. Humanização em UTI 
 Segundo a Associação Médica Intensiva Brasileira (AMIB), 2004, humanizar a UTI significa cuidar do paciente 
como um “todo”, englobando os contextos familiar e social. Esta prática deve incorporar as esperanças, os valores, 
os aspectos culturais e as preocupações de cada um. É um conjunto de medidas que engloba o ambiente físico, os 
cuidados aos pacientes e seus familiares, e as relações entre a equipe de saúde. Estas intervenções visam tornar 
efetiva a assistência ao indivíduo doente, nos aspectos bio-psico-sócio-espiritual. 
 De acordo com Malik &Nunes, humanização é o ato ou efeito de humanizar, não uma técnica, não é uma arte ou 
artifício, é um processo vivencial que permeia toda atividade de um local e das pessoas que ali trabalham, dando ao 
paciente o tratamento que merece como pessoa humana, dentro das circunstancias peculiares que cada um se 
encontra no momento de sua internação. 
 Para Orlando & Nunes, humanização é um processo que deve envolver toda equipe da UTI, sendo 
responsabilidade da mesma, além das intervenções tecnológicas, a preservação da integridade do ser humano. 
 Vila & Rossi, afirmam que o paciente internado na UTI necessita cuidados de excelência, dirigidos não apenas 
aos problemas fisiopatológicos, mas também para as questões psicossociais, ambientais e familiares que se tornam 
intimamente interligadas à doença física. 
 A essência da enfermagem intensivista não está no ambiente ou nos equipamentos especiais, mas no processo 
de tomada de decisões, baseado na sólida compreensão das condições fisiológicas e psicológicas do paciente. Para 
que haja uma humanização total em UTI, devem ser considerados os seguintes pontos (AMIB, 2004): 
 O ambiente físico: 
• Cores leves nas paredes e portas, tornando o ambiente mais tranquilo; 
• Proporcionar ambiente calmo e silencioso, minimizando os ruídos dos equipamentos e equipe; 
• Presença de janelas que permitam ver o azul do céu, a luz do Sol e o verde das árvores; 
• Garantir bom espaço entre os leitos, facilitando o trabalho dos profissionais e a privacidade dos pacientes; 
• Separar os pacientes mais graves para que os conscientes não vejam ou ouçam as intervenções da equipe, 
reduzindo a ansiedade. 
 O cuidado com o paciente e seus familiares: 
 O envolvimento com o paciente e a família é pré-requisito essencial para humanizar; 
 Adotar comportamento de compaixão, solidariedade e ajuda, no sentido de promover o bem-estar do 
paciente, a sua integridade moral e sua dignidade como pessoa; 
 É a atitude de conversar, ouvir, tocar o paciente, identificá-lo pelo nome; 
 Oferecer cadeiras para acompanhantes, para que possa permanecer o maior tempo possível com o paciente, 
evitando sentimentos de abandono e solidão; 
 Oferecer informações e conscientização dos familiares quanto à doença e tratamento, avaliando suas 
necessidades e o grau de satisfação em relação aos cuidados prestados pela equipe. 
 Atenção ao profissional da equipe: 
 A equipe de enfermagem está exposta a um nível maior de estresse, porque deve lidar não somente com a 
assistência ao paciente e seus familiares, mas também com suas próprias emoções e conflitos; 
 Portanto, “deve-se cuidar de quem cuida”, evitando-se as manifestações do estresse, como fadiga física e 
emocional, tensão e ansiedade, geradas comumente em uma UTI e como condição necessária para 
aumentar a qualidade da assistência prestada; 
 Uma remuneração justa, uma sala de descanso para os plantonistas, atendimento psicológico, palestras 
educativas aos profissionais; 
 A solução para a humanização está na equipe de saúde, que deve mostrar seu lado humano, que tem 
sentimentos, a cada procedimento, e que são conscientes dos desafios a serem enfrentados e dos limites a 
serem vencidos. 
 
[Digite texto] 
 
 
 6. Intubação Endotraqueal 
 
 
 É indicada quando há necessidade de instalação de ventilador mecânico, para aspiração de secreção ou 
simplesmente para assegurar uma via aérea livre. Promove uma concentração de O2 acima de 60%. Pode ser 
realizada por via nasal (nasotraqueal) ou oral (orotraqueal). Em casos de assistência ventilatória prolongada, a 
intubação nasotraqueal é escolhida pelas seguintes razões: 
 Pela facilidade de fixação do tubo nasal; 
 Por não provocar salivação; 
 Por possibilitar uma perfeita higienização da cavidade oral; 
 Por ser mais confortável para o paciente. 
6.1 Material necessário para a intubação 
 
 
 
 Laringoscópio: conjunto de cabo com laminas retas e curvas; numeração 0-1-2-3-4. 
 Sondas endotraqueais: a opção deverá ser pelas sondas de material plástico, siliconado por causar pouca 
irritação. Geralmente para o adulto, o diâmetro indicado é de 7,5 mm a 9 mm. 
 Pinça Magill: para guiar a sonda, usada apenas na técnica nasotraqueal. 
 Mandril: para modelar e dar maior firmeza quando se usa sonda de plástico. 
 Xilocaína spray e geleia: para anestesiar a faringe e lubrificar a sonda. O lubrificante deve serhidrossolúvel. 
 Cânula de Guedel: para evitar que o paciente morda o tubo, quando entubado pela boca; para facilitar a 
higiene oral; e ainda para facilitar a aspiração de secreção acumulada na cavidade orofaríngea. 
 Seringa (inflar o balonete); gaze; luvas; cadarço para fixação. 
 6.2 Complicações da Intubação Endotraqueal 
 Imediatas: 
 Apneia secundária à inibição respiratória; 
 Broncoespasmo; 
 Quebra de dentes; 
 Lacerações em lábios, boca, mucosas da faringe e laringe; 
 Aspiração de sangue ou vomito durante a intubação; 
 Impossibilidade de intubação. 
[Digite texto] 
 
 Mediatas: 
 Lesões na laringe; 
 Lesões irreversíveis de cordas vocais; 
 Infecções; 
 Intubação seletiva por deslizamento de sonda endotraqueal, com consequente colapso de pulmão, não 
ventilado; 
 Oclusão da cânula com secreção; 
 Estenose da traqueia; 
 Traqueomalácia (perda do suporte cartilaginosos da parede traqueal); 
 Erosões traqueais localizadas (hemorragia e aparecimento de fístulas traqueoesofágicas). 
 
 Observações importantes: 
 Os pacientes intubados por via nasal necessitam de uma sonda de menor calibre, o que poderá ocasionar 
eventualmente obstrução do tubo, dependendo da característica da secreção eliminada e da assistência de 
enfermagem prestada. 
 A intubação por via nasal é mais difícil e mais traumática que a oral. Durante a intubação, bactérias nasais 
podem ser introduzidas até a traqueia, causando infecções. 
 Para aspiração de secreções endotraqueais, são necessários cateteres mais longos, e é mais difícil a 
passagem dos mesmos pelo tubo nasotraqueal. 
 Lesões na mucosa nasal desenvolvem-se com muita facilidade e, quase sempre, do tipo necrosante. 
 Conforme o Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica, considera-se a dependência da assistência 
ventilatória invasiva ou não invasiva por mais de 6 h por dia por tempo superior a 3 semanas. 
 
 7. Assistência de enfermagem a paciente com Ventilação Mecânica 
 Antes de falarmos sobre ventilação mecânica se faz necessário rever alguns conceitos de fisiologia e 
fisiopatologia pulmonar. 
 O pulmão pode ser considerado conceitualmente como uma unidade de troca gasosa alvéolo-capilar e um fole 
respiratório. O fole respiratório é controlado por um centro de controle integrado (SNC). O fole direciona o fluxo de 
gás por meio de vias aéreas até a unidade de trocas gasosas. A falência resulta da disfunção de um ou mais destes 
muitos componentes. 
 Insuficiência respiratória é quando os pulmões falham, e por alguma razão, deixam de oxigenar o sangue arterial 
adequadamente, e/ou são incapazes em prevenir a retenção de gás carbônico. 
 O diagnóstico laboratorial é definido neste caso pela gasometria arterial, cujos dados seguintes expressam a 
disfunção respiratória: 
• PaO2 =pressão parcial de O2 = 55-60 mmHg (N= 80-100mmHg); 
• SaO2= saturação de O2= inferior a 90% ( N=95-100%); 
• PaCO2= pressão parcial de CO2 = superior a 45-50 mmHg (N=35-45 mmHg); 
• pH do sangue arterial= inferior a 7,30-7,35 (N= 7,35 a 7,45). 
 A falência respiratória não reversível por medidas clínicas ou a hipoxemia progressiva que não apresenta resposta 
adequada á suplementação de O2 é uma indicação primária de intubação e ventilação mecânica. 
 7.1. Ventilação Mecânica 
 É um método de suporte para o paciente durante uma situação de falência respiratória aguda, não constituindo, 
nunca, uma terapia curativa. Existem dois tipos de ventilação respiratória: 
 7.1.1. Ventilação mecânica invasiva: quando o respirador é instalado no paciente com tubo endotraqueal, 
ou seja, no paciente intubado. Seu emprego implica riscos próprios, devendo sua indicação ser criteriosa e sua 
aplicação cercada por cuidados específicos. 
 7.1.2. Ventiladores ou Respiradores Mecânicos: são equipamentos destinados a substituir ou 
complementar a ventilação do paciente. Existem vários tipos, desde aos mais simples aos sofisticados, com utilização 
de ponta, computadorizados, com sistema de proteção e circuitos complexos, além de múltiplos alarmes de funções 
variadas. São indicados em casos de: 
• Ressuscitação cardiopulmonar. 
• Falência respiratória. 
• Pós-operatório de grandes cirurgias. 
• Sepse. 
[Digite texto] 
 
• Controle de PaCO2 (gás expirado) para tratamento de hipertensão intracraniana (trauma craniano). 
• Suporte de ventilação para pacientes que necessitam ficar intubados para proteger/manter vias aéreas. 
• Redução do trabalho cardíaco em choque cardiogênico. 
 
 
 
 7.1.3. Modos de suporte de ventilação 
 A maioria dos respiradores fornecem vários modos de ventilação mecânica para melhor se adaptarem às 
necessidades do paciente. Simplificadamente podemos citar: 
• CMV= ventilação minuto controlada, quando o volume de ar e a frequência da ventilação são regulados 
pelo médico/fisioterapeuta. Utilizado quando não há esforço respiratório do paciente (sedação ou paralisia). 
• PCV= ventilação controlada a pressão, uma pressão máxima é marcada no controle do equipamento e, 
quando a pressão alcança aquele valor, o respirador 7iaz de enviar ar para o pulmão. Utilizado em situações 
em que não há boa elasticidade pulmonar (complacência) e pelo risco de barotrauma (rotura de pulmão). 
Frequência respiratória e tempo inspiratório pré-ajustado. Como a elasticidade pulmonar varia (mais duro, 
menos duro), a quantidade de ar introduzido no paciente também varia. 
• Ventilação assistido-controlada: o início da respiração pelo doente (esforço) dispara o equipamento nos 
modos CMV ou PCV. Se respirar muito rápido poderá provocar hiperventilação. 
• IMV= ventilação mandatória intermitente: o ventilador fornece corrente e frequência respiratórios pré-
ajustados, mas o paciente pode também respirar espontaneamente. Pode diminuir a necessidade de 
sedação e assincronismo respiratório. 
• SIMV= ventilação intermitente mandatória sincronizada: o paciente faz um esforço para respirar e o 
respirador libera um volume de ar (ajustado); se o paciente não respirar (não fizer o esforço de respiração) o 
aparelho mandará o volume ajustado, na frequência também ajustada (não há perigo do paciente não 
receber ventilação). Não há perigo de hiperinsuflação dos pulmões, pois não recebe ar do respirador e do 
paciente ao mesmo tempo. 
• VCV= ventilação controlada a volume: um volume máximo é marcado no controle do equipamento e, 
quando este volume alcança aquele valor, o respirador 7iaz de enviar ar para o pulmão. 
• Relação I(inspiração):E(expiração) inversa: geralmente a respiração normal é de cerca da metade do tempo 
(ou 1 terço) para inspirar e a outra metade do tempo (ou 2 terços) para expirar. Aqui por problemas de 
oxigenação pobre, a relação é invertida ou igualada – mais tempo para inspirar do que para expirar (2:1; 3:1; 
etc), ou igual (1:1).Com o tempo aumentado de inspiração pode provocar auto PEEP (Pressão Positiva 
Expiratória Final). Pode ser usada tanto ventilação com pressão ou volume controlado. 
• Pressão de suporte: nesta modalidade o paciente está respirando espontaneamente por meio do respirador, 
sem ter um número fixo de respirações por minuto. O suporte pressórico é uma ajuda do equipamento com 
pressão positiva nas vias aéreas quando o paciente faz o esforço de respirar (início). Muitas vezes é 
associada à modalidade de SIMV. 
• PEEP= pressão expiratória final positiva: muitas situações pulmonares fazem com que, no final da 
expiração, os alvéolos pulmonares se fechem (colabem). Esse recurso do equipamento (PEEP) deixa um resto 
de pressão nos pulmões, para mantê-los abertos. Isto é, pressão expiratória final com pressão positiva.7.1.4 Assistência de enfermagem ao paciente com ventilação mecânica 
 O objetivo da assistência de enfermagem aos pacientes com insuficiência respiratória aguda é diminuir o 
índice de complicações. Para que esse objetivo seja alcançado é necessário que a equipe, como um todo, esteja 
[Digite texto] 
 
 preparada e interessada, e desenvolva suas ações de maneira a prevenir danos. Pontos importantes na 
assistência a serem observados: 
 Manutenção da ventilação artificial: avaliação periódica do respirador, observando-se seu funcionamento; 
as tubulações que conduzem o ar inspirado devem estar presas a um suporte próprio e em posição inferior à 
cabeça do paciente (para impedir que a água condensada nas mesmas atinja as vias aéreas). Emendas, 
correções com fita adesiva e improvisações são fatores de risco na assistência ventilatória. 
 O tubo endotraqueal deve atender satisfatoriamente aos seus propósitos. Deve-se observar a integridade 
do “cuff” (escape de ar pela boca do paciente pode significar cuff danificado), posição (de preferencia no 
centro da boca) e fixação (sem lesar a pele e mucosa). 
 Posição do paciente no leito: pacientes em condições hemodinâmicas estáveis devem ser alvos de 
mudanças de decúbito frequentes e estar com o tórax elevado, para melhor ventilação alveolar e drenagem 
de secreções periféricas para a árvore brônquica. 
 Ausculta pulmonar: para identificação de complicações simples que levam a cuidados de enfermagem, 
como aspiração de secreções, mudanças de decúbito, fisioterapia respiratória ou solicitação do médico para 
uma avaliação. Observar se: 
 Os ruídos estão presentes? 
 São ruídos normais? 
 Há secreção? 
 Há hipoventilação? 
 
 Essas ações descritas acima, só serão realizadas pelo técnico de enfermagem quando na ausência da 
enfermeira e do fisioterapeuta (que atualmente é ele que é responsável pela dinâmica respiratória do paciente, 
determinado por lei profissional). 
 
 Manutenção das vias aéreas livres de secreção: a aspiração de secreções deve ser feita dentro dos rigores 
da técnica asséptica, não como procedimento de rotina, mas de acordo com a necessidade. 
Preferencialmente deve se feita por duas pessoas, de modo a facilitar o trabalho e diminuir o tempo em que 
o paciente fica sem o respirador. Podem ocorrer as seguintes complicações durante a aspiração: 
 Arritmia cardíaca; 
 Cianose; 
 Traumatismo de mucosa; 
 Espasmo brônquico; 
 Contaminação; 
 Colapso pulmonar pela aspiração do ar residual. 
 Controle do volume de ar no cuff do tubo endotraqueal: o cuff deve ser mantido insuflado com um volume 
de ar suficiente para impedir que haja movimentação do tubo endotraqueal na traqueia. O volume de ar da 
primeira insuflação é o referencial para os demais controles. 
 Fixação do tubo endotraqueal: o tubo deve estar sempre no centro da boca, fixado com cadarço amarrado 
ao tubo e na região posterior da cabeça; deve-se trocá-lo diariamente após o banho. Deve-se ter o cuidado 
de proteger a face, orelhas e região posterior da cabeça, com gases ou chumaços, nos pontos de pressão do 
cadarço, evitando-se possíveis aberturas de feridas. Atualmente existem protetores siliconados mais 
eficientes. 
 Prevenção de danos: os pacientes com insuficiência respiratória aguda adquirem com facilidade infecções 
pulmonares causadas, primariamente, por germes Gram-negativos. Na prevenção das mesmas, algumas 
medidas são indicadas: 
 uso de técnicas de isolamento em pacientes contaminados, 
 lavagem frequente de mãos, 
 técnica asséptica de aspiração endotraqueal e, 
 precauções relacionadas ao sangue e fluídos corporais. 
 Ações indesejadas de drogas: são usados no tratamento da insuficiência respiratória aguda, 
broncodilatadores, corticoides, antibióticos, sedativos, bloqueadores neuromusculares e drogas vasoativas 
quando há estado de choque. A atenção aos seus efeitos, desejados ou não, deve ser redobrada. 
 
 8. Ventilação não invasiva 
[Digite texto] 
 
 Várias situações de insuficiência respiratória permitem a ventilação não invasiva, ou seja, que não necessitam de 
intubação do paciente, por intermédio de modernos equipamentos que fornecem o ar por meio de máscaras e 
cateteres nasais bem ajustados à face. Seu emprego também implica riscos próprios, devendo sua indicação ser 
criteriosa e sua aplicação cercada por cuidados específicos. 
 8.1. Cateter nasal: usado para administrar concentrações baixas a moderadas de O2. É de fácil aplicação, 
mas nem sempre é bem tolerada, principalmente por crianças. 
 Vantagens: método econômico e que utiliza dispositivos simples; facilidade de aplicação. 
 Desvantagens: nem sempre é bem tolerado em função do desconforto produzido; a respiração bucal diminui a 
fração inspirada de O2; causa irritabilidade tecidual da nasofaringe; facilidade no deslocamento do cateter; não 
permite nebulização; necessidade de revezamento de narinas a cada 8 h, quando do tipo simples com uma única via 
de administração (1 narina apenas). 
 
 
 
 8.2. Máscara de Venturi: constitui o método mais seguro e exato para liberar a concentração necessária de 
oxigênio, sem considerar a profundidade ou frequência da respiração, com controle da concentração de O2. Ela deve 
cobrir a boca e o nariz, facilitando a administração de O2 e a umidificação necessária. Deve ajustar-se bem na face 
do paciente. 
 
 
 
 8.3. Tenda de oxigênio: indicada para crianças, quando o ajuste de máscara facial é impossível. Seu uso é 
limitado pela dificuldade de manuseio do paciente, pois cada vez que se abre a tenda há diminuição da concentração 
do O2. Deve-se controlar a cor da pele da face da criança quanto a hiperemia e ressecamento de pele em utilização 
prolongada; o mesmo acontecendo com os olhos que deverão ser protegidos com tapa olhos. 
 
 
 
 8.4. BiPAP (=2 níveis de pressão positiva nas vias aéreas): é um tipo de ventilação que pode utilizar 
máscaras faciais ou nasais para uma respiração assistida (espontânea). Pode também ser usada em pacientes com 
tubos endotraqueais. Promove uma inspiração com pressão positiva e uma expiração com pressão positiva final 
(equivalente ao PEEP) e, o ritmo respiratório é controlado pelo paciente e o volume corrente de ar pode variar com 
o seu esforço. 
 Indicações: na apneia do sono e nas intubações endotraqueais retardadas ou proteladas. 
[Digite texto] 
 
 
 
 9. Desmame (retirada do respirador) 
 Chamamos de desmame de ventilação mecânica à retirada gradual, não intempestiva, do paciente da 
dependência do equipamento. Tal processo é individualizado para cada paciente e, desde que sua condição 
ventilatória seja favorável, a respiração espontânea é estimulada. 
 O desmame segue um processo de ventilação onde o paciente passa a ter o comando dos movimentos 
respiratórios, seguindo com um tubo T (ou não), ventilação espontânea e, por fim, retirada do equipamento. 
 Pacientes críticos podem apresentar várias complicações, as quais podem dificultar o desmame; deve ser 
obedecido um plano de retirada gradativa, diária que, às vezes, necessita voltar ao ponto inicial da ventilação e 
recomeçar o processo. 
 
 10. Efeitos tóxicos e colaterais na administração de O2 
 Em pacientes com DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), a administração de altas concentrações de 
O2 eliminará o estímulo respiratório podendo provocar apneia. 
Resseca a mucosa do sistema respiratório. 
 Altas concentrações de O2 (acima de 50%) por tempo prolongado ocasionam alterações pulmonares 
(atelectasias, hemorragia e outros). 
 Altas concentrações de O2 (100%) há ação tóxica sobre os vasos da retina (recém-natos), determinando a 
fibrodisplasia retro lenticular (cegueira). 
 
 11. Cuidados com o O2 e com sua administração 
 Não administrá-lo sem o redutor de pressão e o fluxometro. 
 Colocar umidificador com água destilada ou esterilizada até o nível indicado. 
 Ajustar vazão de O2 (quantidade de litros por minuto). 
 Observar se a máscara ou cateter estão bem adaptados e em bom funcionamento. 
 Explicar as condutas e as necessidades da oxigenioterapia ao paciente e acompanhante. 
 Dar apoio psicológico ao paciente. 
 Trocar diariamente a cânula, os umidificadores, o tubo e outros equipamentos expostos à umidade. 
 Avaliar o funcionamento do aparelho constantemente, observando o volume de água do umidificador e 
quantidade de litros por minuto. 
 Observar e palpar o epigástrio para constatar o aparecimento de distensão abdominal. 
 Fazer revezamento das narinas a cada 8 horas (cateter). 
 Avaliar com frequência as condições do paciente, sinais de hipóxia e anotar. 
 Manter vias aéreas desobstruídas. 
 Manter os torpedos de O2 na vertical (quando não em rede), longe de aparelhos elétricos e de fontes de 
calor. 
 Controlar SSVV. 
 
 12. Ventilação mecânica com gases não convencionais 
12.1 Óxido nítrico 
 Relaxa músculos lisos, produzindo diminuição da pressão da artéria pulmonar. É indicado nas hipertensões 
pulmonares primárias, na SARA ( Síndrome da Angústia Respiratória Aguda) e na hipertensão pulmonar do recém 
nascido. 
[Digite texto] 
 
 Vantagens: melhora da oxigenação; redireciona o fluxo sanguíneo; diminui as pressões ventilatórias. 
 Desvantagem: pode ocasionar edema pulmonar ou pneumonia ao combinar-se com o oxigênio e formar dióxido 
de nitrogênio. 
 12.2 Hélio 
 Atua como carreador de baixa densidade do oxigênio, do dióxido de carbono e medicações na presença de uma 
obstrução respiratória. 
 Indicação: obstruções de grandes vias aéreas; melhora a oxigenação. Tumores de laringe, edema após a 
intubação e estados asmáticos tem sido beneficiadas com a utilização desse gás. 
 
 13. Eletrocardiografia 
 A monitorização cardíaca é rotineiramente aplicada no cuidado a pacientes críticos. Eletrodos cutâneos sobre o 
tórax detectam ondas elétricas de despolarização e repolarização do coração, transmitindo-as a um osciloscópio ou a 
um gravador, transformando esses sinais elétricos em gráficos, denominado de ECG= eletrocardiograma. 
 Como sabemos, o coração é uma bomba que envia sangue para o resto do corpo, pela sua contração (sístole). A 
uma contração atrial segue-se uma contração ventricular, segundo um sistema de condução própria do coração. O 
impulso inicial começa no nó sinoatrial e propaga-se através do nó atrioventricular, do feixe de Hiss, dos ramos 
direito e esquerdo do sistema de Purkinje. 
 Localizado na parede posterior do átrio direito, diretamente abaixo da abertura da veia cava superior, o nó 
sinoatrial constitui-se no marcapasso cardíaco normal. Seu ritmo de impulsos determina a frequência cardíaca e o 
ritmo de funcionamento cardíaco. Os impulsos do nó sinoatrial são conduzidos através da musculatura atrial ao nó 
atrioventricular e atingem o feixe de Hiss. A transmissão do impulso dá-se num período de aproximadamente 0,15 
segundos, tempo esse suficiente para que o sangue saia do átrio e atinja o ventrículo, antes da sua contração. 
 O impulso atravessa então, o septo intraventricular e é dirigido para os ramos direito e esquerdo do sistema de 
Purkinje. Este conduz o impulso cardíaco para a musculatura ventricular. 
 A primeira parte da musculatura ventricular a ser estimulada é o septo, seguido da excitação das superfícies 
endocárdicas do ápice e das paredes laterais dos ventrículos. Em uma última fase, são estimuladas as superfícies 
epicárdicas dos ventrículos. 
 Um ritmo sinusal normal significa que os impulsos originários no nó sinoatrial e conduzidos através do 
mecanismo descrito geraram uma frequência de 60 a 100 batimentos cardíacos por minuto. 
 13.1. Ondas eletrocardiográficas 
 
• Onda P: produzida pela despolarização atrial. 
• Segmento P-R: representa o período de transmissão do impulso para o nó atrioventricular. 
• Intervalo P-R: vai do início da onda P ao início do complexo QRS. 
• Complexo QRS: produzido pela despolarização ventricular. 
• Onda T: produzida pela baixa repolarização ventricular. 
• Onda U: produzida pela baixa repolarização da musculatura papilar, não detectada facilmente. 
 O ciclo completo de despolarização e repolarização do coração são representados eletro cardiograficamente pela 
sequencia P-QRS-T. O eletrocardiograma (ECG) representa uma série de batimentos cardíacos, cada um deles 
representado por uma unidade P-QRS-T. O eletrocardiógrafo ou galvanômetro é um simples registrador das forças 
elétricas produzidas pelo coração. 
 
 14. Monitorização cardíaca 
 Os sistemas de monitorização cardíaca são de vários tipos, mas geralmente consistem em um monitor onde o 
traçado eletrocardiográfico é visualizado e registrado. Luzes e sons podem propiciar uma sinalização apropriada para 
[Digite texto] 
 
 a identificação do ritmo cardíaco. 
 Os monitores cardíacos mais usados são os que: 
• Indicam o complexo QRS de maneira audível e visual; 
• Possuem um sistema de alarme integrado à sonorização, que é acionado quando o coração apresenta 
alterações no traçado eletrocardiográfico de base; 
• Tem um sistema de registro contínuo do número de batimentos cardíacos por minuto. 
 Os eletrodos usados para a monitorização cardíaca podem ser fixados ao tórax do paciente ou às suas 
extremidades. 
 Geralmente são fixados ao tórax através de discos adesivos (eletrodos) e às extremidades, por meio de pequenas 
placas metálicas. É especialmente importante que os eletrodos sejam bem fixados; para que se obtenha um traçado 
claro de ondas e complexos no monitor cardíaco. Os locais de aplicação dos eletrodos são convencionais. 
 
 
Pontos a se considerar na monitorização do paciente: 
• Uma onda P deve ser identificada com nitidez. Eletrodos devem ser trocados ou mobilizados se a onda P não 
estiver presente. 
• A amplitude do complexo QRS deve ser suficiente para uma avaliação precisa. 
• O précordio do paciente (região do tórax)deve estar exposto para a aplicação dos eletrodos de pá, se uma 
desfibrilação for necessária. 
• O traçado deve representar efetivamente o ritmo cardíaco, sem que interferências o modifiquem. Uma 
perfeita colocação dos eletrodos reduz sinais falsos. Se o traçado não for efetivo, deslocam-se os eletrodos 
no sentido horário. 
 14.1. Cuidados na monitorização 
• O posicionamento dos eletrodos deve ser tal que propicie uma movimentação livre para o paciente; não 
devem ser colocados sobre músculos e na mulher sobre as mamas. 
• Deve- se fazer tricotomia da porção anterior do tórax do paciente do sexo masculino. 
• Uma limpeza da pele, com gaze embebida em álcool, nas regiões que receberão os eletrodos é 
recomendável, com o objetivo de eliminar a oleosidade e aumentar a transmissão dos impulsos elétricos. 
• Os fios dos eletrodos devem ser dirigidos para o monitor e fixados à roupa de cama, com folga suficiente 
para permitir a movimentação no leito. 
• A troca dos eletrodos está condicionada à necessidade: é comum só trocá-losquando surgem alterações ou 
dificuldades no padrão de monitorização. Quando são trocados, há limpeza da pele com água e sabão, 
removendo toda a pasta eletrolítica. Os eletrodos são reaplicados com os cuidados anteriores. 
 
 15. Arritmias cardíacas 
 São distúrbios dos batimentos cardíacos decorrentes de alterações na frequência, no ritmo ou em ambos, 
identificadas através do exame do traçado eletrocardiográfico e, qualificadas de acordo com o local do impulso e 
mecanismo de condução envolvidos. 
[Digite texto] 
 
 15.1. Bradicardia Sinusal: Ritmo normal, FC < 60 batimentos/min. Decorrente de estimulação vagal, 
intoxicação digitálica, aumento da Pressão intracraniana ou IAM, por uso de medicamentos (Propanolol, metildopa), 
em atletas altamente treinados, em estados de anorexia. 
• Características do ECG 
 
 
 Tratamento da Bradicardia Sinusal: quando ocorre desmaio, angina, o medicamento de escolha é a atropina 
ou o isoproterenol. Recomenda-se o uso de marcapasso de demanda quando a bradicardia for persistente e 
o paciente sintomático. 
 15.2. Taquicardia sinusal: caracteriza-se pelo aumento dos batimentos cardíacos, podendo ser causada por 
hipertermia, anemia, choque, Insuficiência Cardíaca Congestiva, ansiedade, etc. FC entre 100 a 180 bat/min. 
 Característica do ECG 
 
 
• Tratamento: É direcionado para a extinção de sua causa e o propranolol pode reduzir rapidamente a 
frequência cardíaca. 
 15.3. Flutter atrial: FC entre 250 e 350 bat./min. Ocorrem palpitações, principalmente em pacientes com 
moléstia cardíaca aguda ou processos infecciosos intracardíacos. 
• Característica do ECG 
 
 Tratamento: cardioversão com choque elétrico; medicações como digitálicos e quinidina, para manutenção 
do ritmo sinusal. 
 15.4. Fibrilação atrial: contrações atriais totalmente descoordenadas e irregulares na musculatura atrial, 
provavelmente ligada à cardiopatia aterosclerótica, doença valvar, ICC ou cardiopatia congênita. FC entre 350 e 600 
batimentos/min. 
• Característica do ECG 
 
 Tratamento: cardioversão medicamentosa através de antiarrítmicos: quinidina ou 13iazepam13os13. 
Cardioversão com choque elétrico e/ou massagem no seio carotídeo. 
 15.5. Bloqueio AV de Primeiro grau: retardamento causado pela diminuição da condução nervosa do nódulo 
atrioventricular ou o feixe de His. 
 Característica do ECG: 
 
 Tratamento: quando sintomático, faz-se a instalação de marcapasso externo. 
 15.6. Fibrilação Ventricular: Atividade elétrica desordenada do coração que termina em alterações 
irreversíveis da perfusão sanguínea tecidual. Deve ser removida dentro de aproximadamente 4 minutos. 
• Característica do ECG 
[Digite texto] 
 
 
• Tratamento: cardioversão com choque elétrico e profilaxia com xilocaína endovenosa, procamide e hidantal. 
 
 16. Cardioversão 
 
 Desfibrilador 
 É o método para interromper bruscamente uma taquiarritmia, mediante a administração de choque elétrico no 
coração. A cardioversão é a medida de escolha para o tratamento de várias arritmias cardíacas clinicamente 
refratárias (Flutter atrial, fibrilação atrial, etc), ou seja, que não respondem ao tratamento medicamentoso. O 
choque é aplicado por meio de cabos com eletrodos na superfície torácica do paciente. 
 Preparo do paciente para a cardioversão: 
 Retirada de digitálicos (um ou mais dias antes do procedimento)para protege-lo de arritmias pós-
cardioversão; 
 Administração de agentes antiarrítmicos (quinidina, em particular); 
 Jejum de pelo menos 8 h, para que seja eliminado o risco de regurgitação e aspiração durante a sedação. 
 Antes do procedimento: 
 Tricotomia e limpeza do tórax do paciente; 
 Controle de SSVV; 
 Execução de um ECG completo; 
 Monitorização do ritmo cardíaco; 
 Retirada de eventuais próteses dentárias. 
 Durante a cardioversão: 
 O equipamento de cardioversão é acrescido com o material de ressuscitação cardiopulmonar em condições 
de uso imediato e colocado ao lado do paciente; 
 É administrada uma pequena dose de diazepam (ou outro medicamento) para apenas induzir uma 
inconsciência transitória; 
 A carga elétrica é cuidadosamente ajustada (um mínimo eficaz); 
 Após a cardioversão: 
 Deve ser feito um ECG completo; 
 Durante pelo menos 2 h, o paciente deve estar sob vigilância contínua, tendo registros periódicos do ritmo 
cardíaco e poderá receber drogas como digitálicos e antiarrítmicos; 
 As áreas do tórax onde os eletrodos foram aplicados podem apresentar eritemas, que desaparecerão dentro 
de 6 a 24hs. 
 16.1. Marcapasso (MP) Externo 
 Aparelho eletrônico que envia estímulos elétricos para batimentos cardíacos. Tais estímulos são aplicados ao 
coração por eletrodos que atingem uma de suas câmaras, através de uma veia periférica. Indicado para pacientes 
com bloqueio A-V (atrioventricular) total ou de 2º. Grau (baixa frequência ventricular). 
 O marcapasso que tem maior uso clínico é o de demanda, que é equipado com detectores especiais de 
complexos QRS, que somente estimulam a contração dos ventrículos quando a frequência cardíaca do paciente cai 
abaixo de um limite pré-determinado. 
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 Marcapasso (fonte geradora) Eletrodo bipolar Traçados ECG paciente com MP 
 
 17. Desfibrilação Elétrica do Coração 
 
 DEA 
 Diante do aparecimento de fibrilação ventricular, provavelmente devido a uma combinação de desordens na 
formação do impulso elétrico no coração e na sua condução, indica-se a desfibrilação através de descarga elétrica. 
 Desfibrilação elétrica é o processo de passagem de uma corrente elétrica através do coração em fibrilação, com a 
finalidade de despolarizar as células e conduzi-las a uma repolarização uniforme, organizando a contração cardíaca. 
A força do desfibrilador é expressa em energia: Joules ou Watt/segundo. 
 Recomenda-se uma desfibrilação inicial de aproximadamente 200 J; na evidencia de insucesso, um segundo 
choque de 200 a 300J, imediatamente. Se este ainda não reverteu o coração em fibrilação, Epinefrina e bicarbonato 
de Na podem ser administrados e, após a adequada circulação dessas drogas, mais uma carga elétrica de 
aproximadamente 360 J deve ser aplicada. 
 A descarga elétrica é aplicada por meio de dois eletrodos de pá, lubrificados com pasta eletrolítica, sendo a 
melhor posição das pás a anteroposterior no tórax do paciente (uma pá ao nível inferior da escápula esquerda e 
outra sobre o précordio). Tal posição é a que necessita de menor quantidade de energia para se obter a remoção da 
arritmia. Uma vez estabelecida a função cardíaca, é instalada a terapêutica definitiva. 
 O paciente pós-parada cardíaca é dependente de drogas vasoativas, de drogas antiarrítmicas e de assistência 
ventilatória. 
• Drogas vasoativas: norepinefrina (noradrenalina), dopamina, dobutamina, nitroprussiato de Na. 
• Drogas antiarrítmicas: xilocaína, procainamide e quinidina. 
 
 Fibrilação VentricularLocal das pás 
 17.1. Medidas de manutenção do paciente após a PCR e RCP 
 A responsabilidade da equipe de profissionais é contínua e os cuidados intensivos devem permanecer; 
 Avaliação clínica e laboratorial completa deve ser feita após a reanimação; 
 Observação constante das funções vitais do paciente tornando o cuidado mais objetivo e eficiente; 
 Monitorização eletrocardiográfica – mínimo 24hs; 
 Controle de PA e de FC devem ser feitos em intervalos curtos, ao mesmo tempo da administração de drogas 
vasopressoras e cardiotônicas; 
 Gasometria arterial com objetivo de controle de pH sanguíneo devido a administração de altas doses de 
bicarbonato de sódio EV (acidose ou alcalose); 
 Observar sinais e sintomas de lesão cerebral: tamanho de pupilas, reflexos, estado de consciência; 
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 Observar fluxo de urina: diurese horária em níveis de 30 a 50ml por hora (SVD); 
 Aquecer o paciente evitando-se arritmias e instabilidade cardíaca, a hipotermia é comum em pacientes em 
estado de choque; 
 A perfusão capilar e a coloração da pele do paciente indicarão as condições de circulação periférica; 
 Manter vias aéreas permeáveis, livres de secreção e com ventilação adequada; 
 Observar possíveis sinais de fraturas de costelas, lesões de pleuras e pulmões; 
 Após a estabilização hemodinâmica, realizar mudanças de decúbito frequentemente, evitando-se escaras de 
decúbito; 
 Apoio psicológico não deve ser esquecido, pois o sofrimento e desconforto físico podem ser intensos para o 
paciente ao recobrara consciência; 
 Atendê-lo em suas necessidades emocionais na medida do possível. 
 
 Proporcionemos formas positivas de vida ao nosso redor executando com muito AMOR os nossos 
deveres! 
 
 18. Morte Encefálica 
 Morte Cerebral ou Morte Encefálica é a perda definitiva e irreversível das funções cerebrais. O termo morte 
encefálica aplica-se a condição final, irreversível, definitiva de cessação das atividades do tronco cerebral. 
 O tronco cerebral é constituído pelo mesencéfalo, ponte e bulbo. É a porção mais nobre e do encéfalo, formado 
pelo tronco encefálico mais cérebro e cerebelo. Portanto, este termo, “morte encefálica”, é muito mais adequado 
que "morte cerebral". 
 No tronco cerebral há diversas estruturas responsáveis pelas nossas funções vitais, controle de pressão arterial, 
atividade cardíaca, respiratória e nível de consciência, em resumo, é o que nos mantém vivos. A lesão do mesmo é 
a via final de qualquer agressão ao encéfalo (isquêmica, anóxica, metabólica). A lesão não necessariamente é 
causada por um problema primário do encéfalo, pode ser consequência de uma enfermidade sistêmica (de qualquer 
órgão). 
 A morte encefálica foi um avanço no conceito de morte. Para entender, de forma prática, basta ter em mente 
que uma parada cardíaca, nas condições adequadas, pode ser revertida; já o mesmo não acontece com a atividade 
do tronco cerebral. O conceito moderno de morte cerebral foi cientificamente definido e aceito por todas as 
religiões como cessação da vida. 
 Pequeno histórico sobre o assunto em questão: 
 1959, pelos franceses Mollaret e Goulon, que descreveram uma série de casos de pacientes em coma 
irreversível. 
 1968 na Universidade de Harvard, uma comissão de juristas, médicos e religiosos definiu os primeiros 
critérios do coma irreversível, como um novo conceito de morte. 
 Os critérios definidos para morte encefálica variam ao redor do mundo, devido muito mais a questões culturais e 
jurídicas. Cientificamente, todas as sociedades fundamentam o diagnóstico no exame clinico neurológico que 
confirme a irreversibilidade do coma e a falência do tronco cerebral. 
 Em relação a exames específicos, estes devem ser complementares, muitos países os dispensam como 
necessários ao diagnóstico, uma vez que não existe “exame confirmatório” de morte. Todos os exames utilizados 
hoje (eletroencefalograma, arteriografia, Doppler, SPECT, cintilografia...) isoladamente, sem a história e exame 
neurológico adequado, de forma alguma auxiliam ou mesmo confirmam o diagnóstico. Recentemente a Sociedade 
Americana de Neurologia definiu algumas orientações para o diagnóstico de morte encefálica. 
 No Brasil a avaliação da morte cerebral está normatizada pela Resolução 1.480/97, do Conselho Federal de 
Medicina e o diagnóstico é realizado seguindo o “Termo de Declaração de Morte Encefálica”, onde o exame neuro-
clinico é feito por dois diferentes médicos em diferentes intervalos de tempo, sendo obrigatória a utilização de 
exames complementares. 
 Vale ressaltar que o diagnóstico de morte encefálica é tão definitivo como o de “morte cardíaca”, portanto, 
ninguém morre duas vezes; uma vez em morte encefálica o paciente está definitivamente morto. O paciente em 
[Digite texto] 
 
morte encefálica pode, eventualmente, realizar movimentos involuntários, conhecidos como Lazaróides. A maioria 
deve-se à atividade reflexa medular, há muito conhecido. Filósofos como Descartes já mencionavam movimentos em 
animais decapitados. Durante a revolução francesa muitos foram os relatos de executados que realizavam 
movimentos pós-decapitação, portanto, a observação de tais movimentos é plenamente compatível com a 
confirmação de morte encefálica e de maneira alguma invalida o seu diagnóstico. 
 Diagnóstico de morte encefálica 
 O paciente deve ter a causa do coma conhecida (trauma, AVC, hipoxemia...), não deve estar em condição 
que mascare ou interfira no exame clínico, como uso de drogas sedativas, distúrbios metabólicos ou 
hipotermia. 
 O paciente não deve ter resposta ao comando verbal, visual ou estímulo doloroso; o que tecnicamente 
corresponde ao nível 3 (três) da Escala de Coma de Glasgow. 
 Os testes clínicos são hierarquizados, de forma que conforme eles avançam checa-se um determinado nível 
do tronco encefálico, do mesencéfalo (reflexo pupilar), do bulbo (apneia). Deve-se interromper a sequência 
se alguma resposta neurológica for identificada. 
 As pupilas não são reativas (fixas). Os olhos do paciente são abertos e uma luz é incidida em direção à pupila. 
A luz ativará o nervo ótico e enviará uma mensagem ao cérebro. No cérebro normal, será mandado de volta 
um impulso ao olho para constringir a pupila. No cérebro possivelmente morto não será gerado nenhum 
impulso. Isto é executado em ambos os olhos, uma vez constatada a ausência de reflexo segue-se adiante. 
Do contrário, interrompe-se o exame. 
 O paciente não deve ter reflexo oculocefálico. Os olhos do paciente são abertos e a cabeça virada de lado a 
lado. O cérebro ativo permitirá um movimento dos olhos; no cérebro possivelmente morto, os olhos ficam 
fixos. Uma vez constatada a ausência de reflexo segue-se adiante. Do contrário, interrompe-se o exame. 
 O paciente não deve ter reflexo córneo. Um cotonete de algodão é arrastado pela córnea enquanto o olho é 
mantido aberto. O cérebro funcional mandará o olho piscar. O cérebro possivelmente morto não vai. Isto é 
executado em ambos os olhos. Uma vez constatada a ausência de reflexo segue-se adiante. Do contrário, 
interrompe-se o exame. 
 O paciente não deve ter reflexo óculo-vestibular. O canal auditivo do paciente é inspecionado para certificar-
se que seu tímpano está intacto e que não há obstrução por cerume. Enquanto mantêm-se os olhos do 
paciente abertos, água gelada é injetada dentro do canal auditivo. A mudança drástica da temperatura do 
ouvido causará um violento espasmo ocular por parte de um cérebro intacto, mas nada ocorrerá em um 
paciente com possível morte cerebral. Esta verificação é executada em ambos os ouvidos.Uma vez 
constatada a ausência de reflexo segue-se adiante. Do contrário, interrompe-se o exame. 
 O paciente não tem respiração espontânea. O paciente, após prévia constatação de estabilidade 
hemodinâmica e pulmonar é temporariamente afastado de apoio de vida (o ventilador), com um cateter de 
O2 posicionado no tubo endotraqueal. A manobra forçará uma elevação do nível do gás carbónico (CO2) na 
corrente sanguínea, quando o CO2 alcançar um nível de 55 mm Hg o cérebro ativo mandará o paciente 
respirar espontaneamente. Já o cérebro morto não dará nenhuma resposta. Uma vez constatada a ausência 
deste reflexo, fecha-se a primeira fase do protocolo de morte encefálica. 
 Todo o protocolo deve ser repetido, por outro médico, em intervalo mínimo de 6h, dependendo da idade do 
paciente. Uma vez repetido o protocolo e chegado ao mesmo resultado, encerra-se a fase clínica. 
 
 18.1. Estado Vegetativo x Morte Encefálica 
 Como na morte encefálica, o estado vegetativo é um diagnóstico clínico que, quando permanente, pode ser 
considerado um artefato trágico da tecnologia moderna. Os critérios de um estado vegetativo é descrito pelo 
guidelines do US Society Task Force on Persistente Vegetative State (2000): 
• Não existe evidencia de uma percepção de si mesmo ou do ambiente e uma inabilidade de interagir com 
outros; 
• Não existe evidencias de respostas comportamentais voluntárias, propositais, reprodutíveis e sustentadas 
em resposta a estímulos visuais, auditivos, tácteis ou noxiosos; 
• Não há evidencia de expressão ou compreensão de linguagem; 
• Despertamentos intermitentes manifestados na presença do ciclo vigília-sono acontece; 
• Funções autonômicas do tronco cerebral e hipotalâmicas suficientemente preservadas que permitam a 
sobrevivência com cuidados médicos e de enfermagem; 
• Incontinência urinária e fecal; 
• Reflexos espinhais e cranianos variavelmente preservados. 
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 Entretanto, diferentemente da morte encefálica o estado vegetativo pode ser parcialmente ou totalmente 
reversível. Estado vegetativo “persistente” foi arbitrariamente elaborado como um estado vegetativo presente um 
mês após a ocorrência do dano cerebral e que não existe melhora após um período específico (3-12 meses, 
dependendo da causa), mas não significa que é irreversível e que o paciente não se recuperará e somente então, 
após esse período, e ainda com muitas controvérsias as questões ético-legais que envolvam a retirada do 
tratamento podem ser levantadas (LAUREYS, 2005). 
 Diferentemente dos pacientes com morte encefálica, que são, por definição, comatosos (isto é, jamais mostram 
os olhos abertos, mesmo com estimulação sensorial), pacientes em um estado vegetativo (que deve ser reforçado, 
não estão em coma), classicamente tem abertura ocular espontânea, o que pode ser muito perturbador para os 
familiares e cuidadores. 
 Pacientes com morte encefálica são apnéicos (ou seja, não respiram espontaneamente) e necessariamente 
necessitam de ventilação artificial controlada, os pacientes em estado vegetativo podem respirar espontaneamente 
sem assistência, mesmo durante o estágio agudo, sendo que algumas vezes necessitam de ventilação assistida. 
Diferentemente dos pacientes com morte encefálica, aqueles em um estado vegetativo tem reflexos do tronco 
cerebral e funcionamento hipotalâmico, preservados (por exemplo, regulação da temperatura corporal e o tônus 
vascular). 
 Finalmente, pacientes com morte encefálica jamais evidenciam qualquer expressão facial e permanecem em 
mudez, enquanto os pacientes em estado vegetativo podem ocasionalmente sorrir ou chorar, emitir grunhidos e 
algumas vezes gemer ou gritar, etc. 
 
 19. Cateteres Venosos 
 É todo e qualquer dispositivo usado para ser introduzido em órgão oco, cavitário ou que possua luz, para infusão 
ou retirada de algum líquido. São de 2 tipos: 
•Cateter Periférico: quando introduzido em veia periférica, de pequeno calibre, de curta permanência; 
•Cateter Central: quando introduzido em veia de grande calibre, de longa permanência, que atinja o átrio direito do 
coração. 
 A escolha do cateter mais adequado constitui uma decisão multidisciplinar baseada em características clínicas do 
paciente e no tipo de tratamento a ser instituído. 
 Principais veias utilizadas como acessos venosos periférico e central 
 
 19.1 Cateteres Venosos Periféricos 
 Curta permanência agulhado: são agulhas de aço de 14cm com asas de plástico; fáceis de introduzir por 
serem pequenas e não maleáveis; utilizados para infusões rápidas. 
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Tempo de permanência: 24hs. 
 Numeração: 19G, 21G, 23G, 25G e 27G. 
 Scalp 
 
 Scalp a vácuo: sua agulha é trifacetada, protegida, permite um simples movimento retilíneo pelas asas 
flexíveis, cânula alongada que permite a visualização do sangue. Após a ativação a agulha permanece 
encapsulada, mantendo os profissionais livres de exposição com o material contaminado. 
 
 Longa permanência sobre agulha (Jelco ou Abocath) 
 São de plástico introduzido sobre agulhas de aço; na técnica de inserção a agulha após perfurar a veia e atingir 
sua luz é removida e, apenas o mandril flexível que a revestia continua a ser inserida e permanece na veia. 
 A desvantagem é que a sua inserção é mais difícil e dolorida. 
 Tempo de permanência: 72 horas. 
 Numeração: 14 G,16 G,18 G,20 G,22 G,24 G. 
 
 
 19.2 Cateter Venoso Central 
 É um tubo condutor para infusão de medicamentos ou fluidos que é posicionado numa veia de grosso calibre, 
tanto na veia cava superior quanto no interior do átrio direito. Classifica-se de acordo com: 
 Tempo de uso: curta ou longa permanência; 
 Tipo de material usado: silicone, poliuretano, etc; 
 Tipo de implantação: não tunelizado, percutâneo, tunelizado; 
 Pela presença ou não de válvulas; 
 Pelo número de lúmens e vias; 
 Agulha-guia, fio guia com extremidade em “J”, dilatador. 
 19.2.1 Indicações: 
 Verificação da pressão venosa central (PVC); 
 Administração de medicamentos irritantes ou vesicantes; 
 Administração de drogas vasoativas; 
 Dificuldade de acesso periférico; 
 Administração de terapias prolongadas que requerem um acesso venoso duradouro ( nutrição parentérica; 
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quimioterapia). 
 19.2.2 Locais de inserção: 
 Veia Jugular (interna ou externa); 
 Veia Subclávia; 
 Veia Basílica; 
 Veia Femoral. 
 19.2.3 Exame radiográfico 
 Deve ser realizado após inserção de cada cateter venoso central. O posicionamento do cateter venoso central, 
tanto do seu trajeto quanto da sua extremidade distal, deve ser analisado através de radiografia simples de tórax, 
possibilitando o diagnóstico de eventuais complicações decorrentes de lesões no processo de inserção venosa 
profunda. 
 19.2.4 Tipos de cateteres venosos centrais: 
 1. Cateter Duplo Lúmen: 
 Sua introdução é feita pela técnica de “Seldinger” (agulha – fio-guia – dilatador – cateter). Nessa técnica a 
agulha de punção é mais fina e permite passar apenas o fio-guia, pelo qual se passa um dilatador e, em seguida, o 
cateter, o que é mais seguro para o paciente. 
 São constituídos de materiais à base de poliuretano que eliminam as dobras devido à ótima memória e mantém 
uma alta resistência à deterioração, causada por repetidos pinçamentos. Possui ponta macia, que reduz a incidência 
de estenose ou lesãodo vaso. 
 Possui abas para sutura, que permitem uma fixação segura e melhor estabilidade no ponto de fixação, 
aumentando o conforto do paciente. Sua superfície lisa e regular diminui a agregação de plaquetas. 
 São totalmente radiopacos, para uma perfeita visualização ao RX, em diversos diâmetros e comprimentos. 
 Possuem dois ramos, um de entrada (vermelho) e outro de saída do sangue (azul). Podem ser usados para 
hemodiálise por um curto período de tempo. 
 
 
 2. Cateter Venoso Central de Inserção Periférica (PICC) 
 Trata-se de um cateter especial para infusão intravenosa, colocado em uma das veias periféricas, ou perto da 
dobra do cotovelo ou, na parte superior do braço. 
 Após a punção venosa ele é introduzido até chegar à veia Cava, maior veia do corpo, localizada acima do 
coração; possui tempo de permanência de médio a longo prazo. 
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 Constituído de poliuretano ou de silicone; sendo os de silicone mais flexíveis, causando menor irritação à parede 
dos vasos e interação medicamentosa; de único ou duplo lúmen. 
 Possui diferentes parâmetros como: calibre, comprimento, diâmetro interno e externo (pediátrico, adulto). 
 3. Cateteres Tunelizados: Permcath, Port-o-cath e o de Hickman 
 São de longa permanência e totalmente implantados e apresentam um cuff no terço médio do cateter, o qual fica 
no túnel subcutâneo, aumentando a proteção contra infecção. 
 São implantados nos pacientes em pequenas cirurgias em CC, com a ajuda de uma escopia e com o paciente 
sedado. Após a passagem do cateter, realiza-se uma radiografia de tórax de controle, para avaliar o aspecto final e 
eventuais complicações. 
 São indicados em pacientes crônicos que requerem repetidas transfusões e internações. Nesses casos 
recomenda-se a implantação de um cateter de longa permanência em uma veia profunda, evitando com isso 
punções venosas repetidas e dolorosas. São eles: 
 3.1. Port-o-Cath 
 
 
 
 Agulha Hubber Point 
 O port-o-cath pode permanecer implantado no paciente por até 5 anos, sendo necessário apenas heparinizá-lo 
ou salinizá-lo 1 vez por mês quando não está mais em uso para quimioterapia. 
 Fica totalmente implantado embaixo da pele, sendo puncionada certeiramente por uma agulha específica, 
chamada “agulha de hubber point”, que se assemelha a um “L” de ponta cabeça. 
 Após a punção “lava-se” o sistema com soro e, então a medicação é infundida através dele. 
 3.2. Permcath 
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 Apresenta riscos de contaminação e infecção bastante grandes, posto que parte dele fica exposto. 
 A cada 5 dias é refeito o curativo da incisão da pele usada para sua inserção, que deverá ser protegida com 
uma película plástica protetora. Há um ponto externo para sua fixação, que será removido na ocasião em que todo o 
cateter for retirado ( final do tratamento). 
 
 
 3.3. Cateter de Hickman: 
 Este cateter é semi-implantável e possui duplo lúmen. 
 Indicado para pacientes com acesso venoso escasso, em tratamentos de quimioterapia, antibioticoterapia 
prolongada, nutrição parenteral, hemoderivados e que necessitarão de coletas frequentes de amostras sanguíneas 
para exames laboratoriais; pacientes submetidos à mobilização de células tronco hematopoiéticas e transplante 
autólogo de medula óssea. 
 Vantagem: possibilidade de infusão de soluções em grandes quantidades simultaneamente. 
 Desvantagens: infecção durante a inserção, no túnel subcutâneo ou no lúmen do cateter; migração da ponta; 
trombose de grandes ou pequenos vasos; rompimento ou perfuração com consequente extravasamento de 
soluções; obstrução por coágulos. 
 
 
 19.3 Complicações decorrentes da utilização e cuidados inadequados com cateteres 
 Cerca de 60% dos agentes infecciosos penetram pela superfície externa do cateter, a partir da flora do próprio 
paciente ou pelas mãos dos profissionais de saúde; ou ainda pela superfície interna dos cateteres. 
 Apenas 5% tem como fonte de infecção a via hematógena (próprio sangue do paciente) e pela superfície interna 
do cateter. A causa principal de infecção de cateteres ocorre pela manipulação inadequada pelos profissionais das 
conexões das linhas de infusão (nunca deixe uma conexão aberta). 
 
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 As infecções têm como principais consequências: 
 Risco de vida para o paciente; 
 Maior tempo de hospitalização; 
 Maior custo para o hospital. 
 Agentes etiológicos mais comuns (por ordem de frequência): 
 Staphylococcus coagulase negativa; 
 Staphylococcus aureus; 
 Cândida sp; 
 Bacilos gran negativos. 
 19.3.1. Tipos de infecção: 
 Infecção aguda: ocorre quando o germe presente no local de inserção atinge a corrente sanguínea 
resultando em: 
 Septicemia; 
 Sangramento venoso; 
 Hematomas; 
 Pneumotórax; Hemotórax; Hidrotórax; 
 Disfonia (Laríngeo recorrente); 
 Lesão nervosa (plexo braquial). 
 Infecção grave: o paciente apresenta febre, secreção purulenta no orifício de saída do cateter e hiperemia 
na região. Quando temos infecção no túnel do cateter ou sepse, necessário se faz retirar o cateter. Outras 
complicações: 
 Trombose; 
 Trombose venosa profunda; 
 Embolia Pulmonar; 
 Estenose de veia subclávia. 
 19.3.2 Prevenção de infecção 
 
 19.3.3. Cuidados gerais de enfermagem com cateteres: 
 Educação de todos os profissionais de saúde abordando técnicas na passagem, cuidados na manutenção, 
manipulação e inserção do cateter vascular. 
 Assegurar número adequado de profissionais de enfermagem por paciente. 
 Fazer antissepsia da pele antes de sua inserção (clorexidina alcoólica 0,5% é preferível, PVPI alcoólico ou 
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álcool 70%). 
 Usar gaze estéril ou curativo semipermeável de poliuretano para fixação. 
 Não é recomendado usar antibiótico profilático no local da inserção. 
 Acompanhar as taxas de ICS (infecção de corrente sanguínea) relacionadas a cateteres nas unidades de 
internação. 
 Na inserção do cateter usar técnica asséptica. 
 Higienizar as mãos antes de manipular o cateter; usar barreira de precaução máxima (máscara, touca, 
óculos, luva estéril, avental longo e estéril, campo ampliado e estéril) durante a inserção do CVC. 
 Quanto ao curativo no local de inserção: 
 Deve ser mantido limpo e seco, permitindo a observação contínua para detecção precoce de complicações. 
 Ser inspecionado diariamente e trocado sempre que houver sujidade evidente ou quando estiver 
descolando. 
 Deve- se registrar diariamente no prontuário a existência ou não de alterações à inspeção no local de 
inserção e durante a troca do curativo. 
 Utilizar luvas de procedimento para inserção de cateter periférico desde que o local a ser puncionado não 
seja tocado novamente após utilização do antisséptico. 
 Utilizar luva estéril na manipulação de cateteres centrais. 
 Remover os dispositivos intravasculares assim que seu uso não for necessário a critério médico. 
 Monitorar o sítio de inserção dos cateteres regularmente. 
Curativos transparentes devem ser trocados semanalmente (cada 7 dias). 
 Trocar o cateter venoso periférico conforme o tempo de permanência de cada tipo. 
 Cateteres inseridos em situações de emergência ou com quebra de técnica: trocá-los em no máximo 48 
horas de uso. 
 Trocar os equipos de soro a cada 72 horas, a menos que contenha soluções lipídicas ou sangue. Nestes 
casos, trocá-los a cada 24 horas e a cada bolsa de solução a ser infundida; 
 Na presença de sinais flogísticos (hiperemia, calor, dor ou secreção purulenta), febre sem foco definido, ou 
após confirmação de infecção primária de corrente sanguínea, retirar o cateter com técnica asséptica, 
enviando ao laboratório a ponta distal do cateter dentro do tubo de vidro estéril para cultura, 
devidamente identificada com os dados do paciente, hora de retirada do cateter e assinatura. 
 
 20. Monitorização Hemodinâmica Invasiva 
 20.1. Cateter de Swan Ganz ou Cateter de Artéria Pulmonar 
 
 Cateter de 4 vias 
 O cateter de Swan-Ganz é um instrumento de monitorização diagnóstica e não uma modalidade terapêutica; 
após a sua inserção, deverá permanecer locado na artéria pulmonar. 
 Sua utilização clinica (cateterização da artéria pulmonar, dirigida pelo fluxo) iniciou-se nos primeiros anos da 
década de 1970 e difundiu-se rapidamente devido a sua praticidade e eficácia, na medida das pressões 
hemodinâmicas: Pressão da Artéria Pulmonar (PAP) e da Pressão Venosa Central (PVC) e, na determinação do débito 
cardíaco pelo uso do computador, guiando a administração de líquidos intravenosos, inotrópicos e agentes 
redutores da pós-carga. 
 O cateter pode ser inserido em cirurgias, em salas de cateterização hemodinâmica ou à beira do leito, 
usualmente sem fluoroscopia (arco cirúrgico), por monitorização das pressões e observação das formas de ondas 
cardíacas durante a inserção, pela monitorização cardíaca. O cateter é radiopaco e a fluoroscopia e/ou a radiografia 
simples pode ser usada para guiar ou verificar a sua posição. 
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 20.1.1. Descrição do Cateter Swan Ganz 
 Via proximal (azul): seu orifício situa-se a 29 cm da extremidade distal. Permite a injeção de líquidos para as 
medidas hemodinâmicas e é utilizado também para a medida da pressão venosa central (PVC) e coleta de 
exames de sangue. 
 Via distal (amarela): seu orifício situa-se na ponta do cateter, permitindo a medida das pressões nas 
câmaras cardíacas direitas (AD e VD), pressão arterial pulmonar e pressão capilar pulmonar, durante a 
inserção, além da coleta de amostra do sangue venoso, misto, na artéria pulmonar. 
 Via do balão (vermelha): auxilia na migração do cateter pela flutuação dirigida pelo fluxo sanguíneo, 
permitindo o encunhamento do cateter e a medida da pressão capilar pulmonar, quando inflado em um 
ramo da artéria pulmonar. Tem o volume de 1,5 ml. 
 Termistor: consiste em dois finos fios isolados, estendendo-se pelo comprimento do cateter e terminando 
em um termistor embutido na parede do cateter, situado na superfície do cateter 4 cm proximais à 
extremidade distal, que mede a temperatura sanguínea na artéria pulmonar continuamente através da 
termodiluição. 
 O cateter possui marcas que indicam a profundidade de inserção, onde as linhas negras finas indicam 10 cm 
e, as linhas negras largas indicam 50 cm. 
 Atualmente, temos disponíveis no mercado, cateteres com módulos que permitem a medida contínua da 
oximetria venosa central, fração de ejeção ventricular direita e débitos cardíacos, substancialmente, mais 
caros do que o cateter padrão. Não há, no momento, pesquisa que mostre a efetividade ou a falta de 
efetividade destes cateteres em pacientes críticos. 
 20.1.2 Indicações do cateter de Swan Ganz 
 Necessidade de avaliação das variáveis hemodinâmicas através das medidas seriadas e da monitorização da 
pressão atrial direita, pressão arterial pulmonar e/ou pressão capila, nos casos de: 
 Insuficiência cardíaca aguda ocasionada pelo IAM; 
 Complicações mecânicas do IAM; 
 Infarto do ventrículo direito; 
 Insuficiência cardíaca congestiva refratária (ICC); 
 Choque circulatório ou instabilidade hemodinâmica; 
 Situações circulatórias complexas (ex.: reposição volêmica no grande queimado); 
 Emergências médicas, como: Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA); Sepse; intoxicação por 
drogas; insuficiência renal aguda; pancreatite necro hemorrágica; 
 Pacientes de alto risco intra e pós-operatório; 
 Pacientes obstétricas de alto risco: cardiopatas (ex.: estenose mitral); doença hipertensiva específica da 
gestação (pré-eclâmpsia); 
 Choques de qualquer natureza. 
 20.1.3 Complicações 
 Estão relacionadas com a técnica de passagem do cateter, sua permanência ou sua retirada. 
 Em relação a passagem do cateter, podemos citar : 
 Risco de pneumotórax hipertensivo; 
 Arritmias ventriculares; 
 Bloqueios de ramo direito ou até o bloqueio de ramo átrio ventricular total. 
 A sua presença na circulação predispõe o paciente a desenvolver: 
 Infarto pulmonar; 
 Trombose venosa; 
 Complicações infecciosas. 
 A lesão da artéria pulmonar, ou um de seus sub-ramos pode estar relacionada à migração distal do cateter ou à 
insuflação inadequada do balão. 
 20.1.4 Material necessário para inserção do Cateter Swan Ganz 
 Bandeja com duas cubas rim; 
 Tesoura, pinça, porta-agulhas e bisturi; 
 Povidine degermante e alcoólico (utilizar produto preconizado pelo CCIH do hospital); 
 Campo estéril fenestrado; 
 Gaze estéril, fio mononylon 3,0; 
 Seringa de 10 ml, agulha 25X7 cm, lidocaína a 2% sem vasoconstrictor; 
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 Kit introdutor (seringa de 5 ml, agulha para punção, fio guia metálico, dilatador, introdutor e camisa 
protetora estéril); 
 Cateter de Swan-Ganz; 
 Kit de monitorização (transdutor único, extensão rígida, discofix com 3 torneiras); 
 Soro fisiológico com 500 ou 1000 unidades de heparina; 
 Seringa com êmbolo protegido; 
 Material para curativo. 
 20.1.5. Cuidados de Enfermagem na Monitorização Hemodinâmica Invasiva 
 Posicionar os eletrodos para monitorização eletrocardiográfica; 
 Deixar o paciente em posição de decúbito dorsal; 
 Montar sistema de pressurização com heparina e soro fisiológico (volumes determinados pelo médico); 
 Deixar o soro fisiológico heparinizado para posteriormente acoplar nas vias DISTAL e PROXIMAL do cateter; 
 Montar o transdutor de pressão com técnica asséptica; 
 Auxiliar na paramentação do médico; 
 Montar material para passagem do cateter; 
 Auxiliar na passagem do cateter fornecendo ao médico, informações sobre as curvas de pressão; 
 Ao término da passagem do cateter, assegurar-se de que não há bolhas de ar no sistema; 
 Verificar se as conexões entre cateter, equipos e torneiras de três vias estão bem adaptadas; 
 Realizar curativo no local da inserção do cateter conforme protocolo da CCIH; 
 Providenciar radiografia de tórax; 
 Insuflar o balão apenas no momento de verificação da PAP, ou no momento de progressão do cateter. 
 Observação importante no momento de retirada do cateter: o balão deverá estar desinsuflado evitando 
traumas vasculares; 
 Realizar as medidas hemodinâmicas ao menos uma vez por plantão, ou conforme as rotinas da instituição. 
 
 20.2 Pressão Venosa Central (PVC) 
 
 
 Equipo de PVC 
 A Pressão Venosa central (PVC) é sinônima de pressão atrial direita,

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