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01/08/2019 1 Anatomia Dental Interna e Acesso Coronário em Dentes Anteriores e Posteriores Anatomia Dental Interna e Acesso Coronário em Dentes Anteriores e Posteriores Pré-Clínica II DEFINIÇÕES IMPORTANTES ENDODONTIA: É a especialidade da Odontologia responsável pelo estudo da polpa dentária, de todo o sistema de canais radiculares e dos tecidos periapicais, bem como pela prevenção e tratamento das doenças que os acometem. Anatomia Dental Interna Endodontia - campo de atuação Anatomia Dental Interna Imagem do Livro Anatomia do Dente. Miguel Madeira BRAMANTE et al., 2000 Interesse dos pesquisadores (Hess, Pucci&Reig, Green, Kuttler, Pineda, De Deus e Pécora) após o avanço da Endodontia. Desgastes; Cortes; Diafanização (descalcificações) ou transparência; Radiográficos; Tomografia Computadorizada; Microscópico ( M.E.V.) Anatomia interna Métodos de estudo CAVIDADE PULPAR É o espaço localizado no interior do dente, revestido por dentina, exceto ao nível apical e ocupada pela polpa dental. https://anatomizando.wordpress.com/ 01/08/2019 2 CAVIDADE PULPAR Divisão: Câmara Pulpar Canal Radicular Cavidade Pulpar - Componentes http://w ww.hs-menezes.com.br/images/foramemvaner.jpg Câmara Pulpar Divertículos Teto Assoalho da câmara Entrada dos canais Canal radicular Sistema de canais Forames / Deltas apicais • Acompanha a forma externa do dente; • Ao erupcionar apresenta-se ampla e diminui progressivamente com a idade, pela formação de dentina secundária; • A cavidade pulpar apresenta ramificações laterais e apicais. BRAMANTE et al., 2000 HESS, 1917 CARACTERÍSTICAS GERAIS CAVIDADE PULPAR Anatomia Dental Interna • ENDODONTIA – Sistema de canais. http://gsdl.bvs.sld.cu/greenstone/collect/estomato/index/assoc/H ASHa322.dir/fig2.23g.png Câmara pulpar/ Canal radicular DENTE UNIRRADICULAR DENTE MULTIRRADICULAR ASSOALHO VIRTUAL BRAMANTE et al,. 2000 PAREDES: oclusal,incisal ou teto; cervical ou assoalho; mesial, distal, vestibular e lingual 01/08/2019 3 Divisão Histológica Canal dentinário Canal Cementário Canal Radicular Divisão didática Terço cervical Terço médio Terço apical Limite CDC CLASSIFICAÇÃO DOS CANAIS RADICULARES DE DEUS, 1992 10- CAVO-INTERRADICULAR BRAMANTE et al., 2000 PUCCI & REIGRamificações CANAIS RADICULARES CARACTERÍSTICAS GERAIS RAMIFICAÇÕES Bramante et al., 2000 CARACTERÍSTICAS GERAIS FORAME APICAL localizado para-apical. 01/08/2019 4 VARIAÇÕES CAVIDADE PULPAR AtrésicaAmpla Média Volume da Cavidade Pulpar Modificações com Idade = Fisiológicas Cornos pulpares retraem Câmara pulpar menor C. radicular mais estreito Forame apical estreita-se C. dentinário mais estreito C. cementário mais longo FATORES QUE ALTERAM A CAVIDADE PULPAR Irritantes /Traumas: bacteriano/físico/químico/mecânico) = Deposição Dentina DENTINA TERCIÁRIA Reacional formada por odontoblastos maduros, em resposta a estímulos de baixa intensidade; Reparadora por células semelhantes odontoblastos, em resposta a estímulos de baixa intensidade; ALTERAÇÕES DA CAVIDADE PULPAR Cárie ALTERAÇÕES DA CAVIDADE PULPAR Abrasão/Atrição/Erosão Trauma mecânico/ Oclusão/ Químico CANAIS RADICULARES - Variações Direção •Acompanham a direção das raízes dos dentes •Retos / curvos / angulados • Muitas curvaturas ocorrem no sentido vestíbulo-lingual 01/08/2019 5 Continuidade da luz do canal: UM CANAL Quebra da continuidade da luz do canal: MAIS DE UM CANAL Verificação do Número de Canais Livro de Anatomia – Miguel C. Madeira Alterações na Anatomia Interna • Calcificações • Dens in dente • Fusão/Geminação • Hipercementose • Dilaceração radicular • Canal em forma de C • Microdontia • Macrodontia • Taurodontia • Reabsorção externa/interna CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICAS NÓDULOS PULPARES Difusa DENS IN DENTE FUSÃO / GEMINAÇÃO 01/08/2019 6 MACRODONTIA / MICRODONTIA / TAURODONTIA HIPERCEMENTOSE / DILACERAÇÃO RADICULAR SULCO RADICULAR EM ILS / CANAL EM FORMA DE C REABSORÇÃO DENTINÁRIA ANATOMIA INTERNA DENTES ANTERIORES CARACTERÍSTICAS DOS GRUPOS DE DENTES Incisivo Central Superior 11 – 21 Raiz reta e única Nº de canais – 1 Comprimento médio: 22,6mm DE DEUS, 1992BRAMANTE et al., 2000 01/08/2019 7 Incisivo Lateral Superior 12 – 22 Raiz única c/ 1/3 apical p/ distal e palatina. Nº de canais : - 1 ( 97%) - 2 (3%) Comprimento 22,1mm De Deus, 1992 Bramante et al., 2000 *Apresenta maiores variações Microdontia, Dens in dente, Fusão, sulco radicular, etc. Canino Superior 13 – 23 Raiz única e longa c/ 1/3 apical p/ distal ou V-P Nº de canal – 1 Comprimento – 27,2mm De Deus, 1992Bramante et al., 2000 Incisivo Central Inferior 31 – 41 Raiz única, bastante fina Nº de canais: -1 (73,4%) - 2 c/ único forame(23,4%) - 2 c/ 2 forames (3,2%) Comprimento - 21 mm De Deus, 1992 Bramante et al., 2000 Incisivo Lateral Inferior 32 – 42 Raiz única N° de canais - 1 (84,6%) - 2 (15,4%) Comprimento 22,3mm De Deus, 1992 Bramante et al., 2000 INCISIVO LATERAL INFERIOR BRAMANTE et al., 2000 CASTELLUCCI, 2009 01/08/2019 8 Canino Inferior 33 – 43 Raiz - única (94%) - 2 (6%) N° de Canais - 1 (82,2%) - 2 (11,8%) Comprimento 25 mm De Deus, 1992 Bramante et al., 2000 PRIMEIRO PRÉ-MOLAR SUPERIOR NÚMERO DE CANAIS: 2 (84,2%); 1 (8,3%); De Deus, 1992 COMPRIMENTO MÉDIO: 21,40 mm 3 (7,5%); PRIMEIRO PRÉ-MOLAR SUPERIOR NÚMERO DE CANAIS: 3 De Deus, 1992 Considerações clínicas: Câmara pulpar achatada mesio-distal, com presença de teto e assoalho Raiz vestibular com ápice afilado, podendo ser curvo para lingual Raiz lingual com ápice afilado, podendo ser curvo para vestibular PRIMEIRO PRÉ-MOLAR SUPERIOR SEGUNDO PRÉ-MOLAR SUPERIOR COMPRIMENTO MÉDIO: 21,80 mm NÚMERO DE CANAIS: 1 (53.7%) 2 (46,3%) De Deus, 1992 ACHATAMENTO MD SEGUNDO PRÉ-MOLAR SUPERIOR Considerações clínicas: Pesquisar a presença do 2o. Canal (descentralização) Canais achatados: instrumentar como 2 canais: 01/08/2019 9 30% : 3 canais 70% : 4 canais Primeiro Molar Superior De Deus, 1992 COMPRIMENTO MÉDIO: 21,5 mm PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR MV DV MV DVP Raízes: Raiz MV: achatamento MD e curvatura para distal. Raiz DV: fortemente inclinada para distal Raiz P: curvatura apical para vestibular- Primeiro Molar Superior MV P DV MP Presença do 4o. Canal na raiz Mesio-vestibular Primeiro Molar Superior COHEN E HARGREAVES., 2007 SEGUNDO MOLAR SUPERIOR COMPRIMENTO MÉDIO:21,7 mm NÚMERO DE CANAIS: 3 (50%) 4 (50%) De Deus, 1992 Proximidade dos canais MV e DV (achatamento MD) Variações no número de canais Arco zigomático sobre as raízes dificultando a visualização radiográfica dos canais. TERCEIRO MOLAR SUPERIOR COMPRIMENTO MÉDIO: 19mm NÚMERO DE CANAIS: • 1 (10,5%); • 2 (11,9%); • 3 (57,5%); • 4 (19,0%); • 5 (1,1%). De Deus, 1992 “Anomalias anatômicas quanto à morfologia, número, direção, inclinação e disposição das raízes.” 01/08/2019 10 PRIMEIRO PRÉ-MOLAR INFERIOR COMPRIMENTO MÉDIO: 21,6mm NÚMERO DE CANAIS: 1 (66,6%); 2 (31,3%); 3 (2,1%) De Deus, 1992 COMPRIMENTO MÉDIO: 22,1mm NÚMERO DE CANAIS: 1 (89,3%);2 (10,7%) SEGUNDO PRÉ-MOLAR INFERIOR De Deus, 1992 Maior diâmetro VESTÍBULO-LINGUAL Raízes: 2 raízes diferenciadas Raiz Mesial: achatamento MD curvatura para distal Raiz Distal: achatamento MD secção ovalada ou em forma de rim reta PRIMEIRO MOLAR INFERIOR COMPRIMENTO MÉDIO: 21mm NÚMERO DE CANAIS: 3 (56%); 4 (36%) 2 (8%); PRIMEIRO MOLAR INFERIOR 4ª raiz é Disto-Lingual (Teixeira, 1963) Considerações clínicas: Pode apresentar canal cavo-interradicular Presença de istmos Convexidade na parede mesial Curvatura para distal da raiz mesial PRIMEIRO MOLAR INFERIOR PRIMEIRO MOLAR INFERIOR COHEN E HARGREAVES., 2007 01/08/2019 11 3 (72,5%) 2 (16,2%) 4 (11,3%) COMPRIMENTO MÉDIO: 21,7mm SEGUNDO MOLAR INFERIOR SEGUNDO MOLAR INFERIOR TERCEIRO MOLAR INFERIOR COMPRIMENTO MÉDIO: 19 mm NÚMERO DE CANAIS: 1 (5%); 2 (63,3%); 3 (27,8%); 4 (3,9%) De Deus, 1992 “Anomalias anatômicas quanto à morfologia, número, direção, inclinação e disposição das raízes.” CONCEITO: É a fase operatória inicial do tratamento endodôntico, que permite o acesso ao interior da cavidade pulpar através da remoção do teto da câmara pulpar, e a realização de desgastes compensatórios e extensão suplementares que permitem um acesso direto, amplo e sem obstáculos ao forame apical. PRÉ-REQUISITOS: Conhecimentos básicos da anatomia interna da câmara pulpar e canal radicular; Exame radiográfico de qualidade; Cuidadosa observação da inclinação dos dentes no arco dental (V-L e M-D) 01/08/2019 12 RADIOGRAFIA PERIAPICAL Radiografia Inicial CIRURGIA DE ACESSO OBJETIVO: Acesso direto a entrada dos canais. ACESSO ÀS CAVIDADES PULPARES PRINCÍPIOS BÁSICOS: Remoção do tecido cariado e/ou de restauração defeituosa Fonte de contaminação Remoção de todo o teto da câmara pulpar Acesso reto e livre até a 1º curvatura do canal Preservação do assoalho da câmara pulpar Conservação da estrutura dentária, prevenindo fratura e o enfraquecimento dental. Acesso direto ao canal radicular por meio de linha reta; O limite de acesso deverá incluir no seu interior todos os cornos pulpares, saliências e retenções. PRINCÍPIOS LEONARDO & LEAL, 1998 ACESSO À CAVIDADE PULPAR COHEN E HARGREAVES., 2007 A parede cervical ou assoalho da câmara pulpar não deverá ser deformado. PRINCÍPIOS LEONARDO & LEAL, 1998 ACESSO À CAVIDADE PULPAR COHEN E HARGREAVES., 2007 01/08/2019 13 Espelho Exploradores - Convencional nº 5 - Endodôntico Curetas Pinça ROMANI et al., 1999 ACESSO - INSTRUMENTAL Brocas alta e baixa rotação; Pontas diamantadas : Esféricas nº 1011,1012, 1013, Carbides: nº 2, 3, 4 ENDO –Z / Pontas diamantadas sem corte na da ponta 2082/3082 / 3081/3083 INSTRUMENTAL ACESSO ÀS CAVIDADES PULPARES COHEN E HARGREAVES., 2007 ACESSO A CAVIDADE PULPAR Ponto de Eleição Direção de Trepanação Forma de Contorno Forma de Conveniência ETAPAS Incisivos e Caninos Incisivos e Caninos Ponto de Eleição - Dentes AnterioresPonto de Eleição - Dentes Anteriores Face lingual palatina Face lingual palatina COHEN E HARGREAVES., 2007 1 a 2 mm do cíngulo em direção incisal INCISIVO CENTRAL INFERIOR COHEN E HARGREAVES., 2007 FERNANDES & Cols., 1999 Ponto de EleiçãoPonto de Eleição 01/08/2019 14 Permite atingir o interior da câmara pulpar; A broca é posicionada em direção a área de maior volume na câmara pulpar; LEONARDO & LEAL, 1998 Direção de TrepanaçãoDireção de Trepanação Dentes anteriores – inicialmente é perpendicular à face palatina e depois em direção ao longo eixo do dente; FERNANDES & Cols., 1999 Direção de TrepanaçãoDireção de Trepanação Permite acesso à entrada e ao interior dos canais radiculares; Inicialmente projeta externamente a anatomia da câmara pulpar após a remoção do teto desta cavidade. Forma de ContornoForma de Contorno Forma de contorno • Remoção de todo teto • O limite M/D nos Incisivos – divertículos Imagem livro Hélio Lopes Imagem livro Hélio Lopes 01/08/2019 15 Incisivos Triangular c/ base voltada p/ incisal ROMANI et al., 1999 Forma de ContornoForma de Contorno Canino Losangular / elíptica ROMANI et al., 1999 Forma de ContornoForma de Contorno Deve oferecer uma melhor visão do interior da câmara pulpar; Permitir um acesso livre ao orifício de entrada do canal radicular, acesso direto ao forame apical e domínio completo dos instrumentos durante o alargamento. Forma de Conveniência (Desgaste compensatório) Forma de Conveniência (Desgaste compensatório) Forma de Conveniência COHEN E HARGREAVES., 2007 Dentes anteriores: Remoção do ombro dentinário (Lingual ou Palatino) TÉCNICA – DENTES ANTERIORES http://www.forp.usp.br/restauradora/ac05.jpg ABERTURA CORONÁRIA DE PRÉ-MOLARES SUPERIORES Ponto ou Área de Eleição: Centro exato do sulco central Direção de trepanação:Direção de trepanação: Paralela ao longo eixo do dente 01/08/2019 16 ABERTURA CORONÁRIA DE PRÉ-MOLARES SUPERIORES Remoção do teto da câmara pulpar Movimentos no sentido VESTIBULOPALATINO NÃO REALIZAR MOVIMENTOS NO SENTIDO MÉSIO-DISTAL ABERTURA CORONÁRIA DE PRÉ-MOLARES SUPERIORES Forma de ConveniênciaForma de Contorno Ovóide Ligeira divergência para oclusal ABERTURA CORONÁRIA DE PRÉ-MOLARES INFERIORES Ponto ou Área de Eleição Aresta da Vertente Vestibular, não ultrapassando o sulco em direção lingual ou faceta mesial da face oclusal Broca paralela ao longo eixo do dente Direção de trepanação: ABERTURA CORONÁRIA DE PRÉ-MOLARES INFERIORES Forma de Contorno Remoção do teto da câmara pulpar (OVÓIDE) Forma de Conveniência Desgaste de parte da cúspide vestibular ABERTURA CORONÁRIA DE MOLARES SUPERIORES Configuração triangular, com base voltada para vestibular Canal PALATINO – cúspide mésio-palatina Canal MÉSIO VESTIBULAR – cúspide mésio-vestibular Canal DISTO VESTIBULAR – sulco vestíbulo-oclusal 01/08/2019 17 ABERTURA CORONÁRIA DE MOLARES SUPERIORES Ponto ou Área de Eleição Centro exato da fossa mesial Broca dirigida para o lado palatino (Canal palatino) Direção de trepanação: ABERTURA CORONÁRIA DE MOLARES SUPERIORES Forma de Contorno Remoção do teto da câmara pulpar (Triângulo) Forma de Conveniência Desgaste das projeções da dentina na parede mesial da câmara pulpar ABERTURA CORONÁRIA DE MOLARES INFERIORES Ponto ou Área de Eleição Centro exato do sulco principal ABERTURA CORONÁRIA DE MOLARES INFERIORES Direção de trepanação Em direção distal (Canal Distal) ABERTURA CORONÁRIA DE MOLARES INFERIORES Forma de Contorno Trapezoidal ABERTURA CORONÁRIA DE MOLARES INFERIORES Forma de Conveniência Remoção da projeção dentinária principalmente na parede mesial da câmara. 01/08/2019 18 FALHAS INSUCESSO Manutenção do tecido cariado Seleção inadequada do ponto de eleição Seleção incorreta da broca Direção de trepanação Abertura coronária incompleta Perfurações Desgaste compensatório inadequado Realizar um tratamento sem o estudo da anatomia interna e completado com a radiografia para diagnóstico é o mesmo que trabalhar no “escuro” e colaborar para as elevadas porcentagens de fracassos endodônticos! Leonardo e Leal, 1991 Bibliografia De Deus, QD (1995) Endodontia. 5ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. Lopes, HP (2010) Endodontia: Biologia e Técnica. 3ª ed. Rio de Janeiro Guanabara Koogan. ESTRELA, C.; GLICK, M. Ciências Endodônticas.v. 1, 2. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004. LEONARDO, M.R. Endodontia. Tratamento de canais radiculares - princípios técnicos e biológicos. Volumes 1. Artes Médicas, São Paulo, 2005.
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