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Prévia do material em texto

Tecnologias de 
Tratamento de Água, 
Esgoto e Efluentes 
Industriais
Deise Zamboni
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Tecnologias de Trata-
mento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa 
voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo 
desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5
1 PROPRIEDADES DA ÁGUA .............................................................................................................. 7
1.1 Características da Substância ......................................................................................................................................7
1.2 Geometria Molecular .....................................................................................................................................................7
1.3 Forças Intermoleculares ................................................................................................................................................8
1.4 Densidade (Massa Específica) .....................................................................................................................................9
1.5 Calor de Vaporização ......................................................................................................................................................9
1.6 Pressão de Vapor e Ponto de Ebulição .................................................................................................................10
1.7 Ponto Triplo – Diagrama de Fases ..........................................................................................................................12
1.8 Coesão, Adesão e Tensão Superficial ....................................................................................................................14
1.9 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................16
1.10 Atividades Propostas ................................................................................................................................................16
2 PARÂMETRO DE QUALIDADE ..................................................................................................... 21
2.1 Qualidade da Água ......................................................................................................................................................21
2.2 Parâmetros Físicos ........................................................................................................................................................21
2.3 Parâmetros Químicos ..................................................................................................................................................22
2.4 Parâmetros Biológicos ................................................................................................................................................25
2.5 Tabela de Classificação dos Parâmetros ...............................................................................................................27
2.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................29
2.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................30
3 TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO ............................................................................................. 31
3.1 Saneamento ...................................................................................................................................................................31
3.2 Tipos Básicos de Tratamento ....................................................................................................................................32
3.3 Etapas Básicas de Tratamento..................................................................................................................................32
3.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................38
3.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................39
4 APLICAÇÕES E LEGISLAÇÃO ....................................................................................................... 43
4.1 Tratamentos Especiais .................................................................................................................................................43
4.2 Legislação Ambiental ..................................................................................................................................................46
4.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................51
4.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................51
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 53
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 57
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
5
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a),
Nas disciplinas básicas de Química, aprofundamos os conceitos científicos sobre a estrutura da ma-
téria, as ligações químicas e as leis que regem as Reações que ocorrem na natureza e na indústria.
Na disciplina de Tecnologias de Tratamento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais, você terá a opor-
tunidade de aplicar os seus conhecimentos de Química no que tange às propriedades da água, substân-
cia tão essencial à vida, à sua utilização, preservação e tratamento. Teremos quatro capítulos teóricos e 
um capítulo de resolução dos exercícios. Os capítulos teóricos compreendem:
ƒƒ Propriedades da Água;
ƒƒ Parâmetros de Qualidade;
ƒƒ Tecnologias de Tratamento;
ƒƒ Aplicações e Legislação.
Esperamos que você aproveite bem esta disciplina e que ela possa contribuir para a sua formação 
como Engenheiro.
Grande abraço,
Deise 
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7
A água é uma substância pura composta, 
formada por ligação covalente entre dois átomos 
de Hidrogênio e um de Oxigênio (H2O). A compo-
sição da água foi descoberta em 1879, por Henry 
Cavendish, procedendo a queima de hidrogêniona presença de oxigênio. Conhecer as proprieda-
PROPRIEDADES DA ÁGUA1
1.1 Características da Substância
des da água é fundamental para entendermos 
melhor a sua importância (sem água não existiria 
vida), particularidades e reações, como também 
para a resolução de problemáticas na área de sa-
neamento.
1.2 Geometria Molecular
As propriedades da molécula advêm de 
suas ligações e geometria molecular. No caso da 
água, teremos, pela Teoria de Repulsão dos Pares 
Eletrônicos da camada de Valência (TRPECV), um 
ângulo de estabilização de aproximadamente 
104°5, como demonstrado na figura a seguir:
Fonte: http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1374&sid=129
Além de ser uma molécula angular, o fato 
de termos ligação entre Hidrogênio e Oxigênio, 
pela grande diferença de eletronegatividade des-
ses dois elementos, resultará em forte polarização 
da nuvem eletrônica ao redor do Oxigênio (ele-
mento mais eletronegativo), dando, assim, um 
vetor (µ) resultante diferente de zero, como mos-
tra a figura a seguir (recorde a apostila de Química 
Geral Experimental I):
Deise Zamboni
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8
Fonte: http://www.agracadaquimica.com.br/index.php?acao=quimica/ms2&i=22&id=258
Como as moléculas de água nunca estão 
isoladas na substância, essas características de 
ligação conferem à água uma FORÇA INTERMO-
LECULAR de grande intensidade, que é a “Ligação 
(Ponte) de Hidrogênio”.
1.3 Forças Intermoleculares
As Forças Intermoleculares são as forças 
que ocorrem entre uma molécula e a molécula 
vizinha; também são conhecidas como Forças de 
Van der Waals. 
Podem surgir quatro tipos de moléculas, 
com as seguintes polarizações:
ƒƒ Dipolo induzido – Dipolo induzido 
(London);
ƒƒ Dipolo-dipolo induzido (Debye);
ƒƒ Dipolo-dipolo (ou Dipolo permanente) 
(Keeson);
ƒƒ Pontes de Hidrogênio ou Ligação de Hi-
drogênio, quando a polarização é muito 
intensa, ou seja, com Hidrogênio ligado 
a elemento fortemente eletronegativo, 
como Flúor, Oxigênio ou Nitrogênio.
A ponte de Hidrogênio é a Força Intermole-
cular mais forte que existe na natureza, só perde 
para a força da própria ligação química.
São as Forças Intermoleculares que determi-
nam as características Intensivas das Substâncias, 
tais como Ponto de Ebulição (PE), Ponto de Fusão 
(PF), Solubilidade, Capilaridade, Viscosidade etc.
Por exemplo, durante as mudanças de esta-
do da matéria, ocorre somente um afastamento 
ou uma aproximação das moléculas; ou seja, for-
ças intermoleculares são rompidas ou formadas. 
Veja a imagem:
Fonte: http://www.brasilescola.com/quimica/ligacoes-hidroge-
nio.htm
 
Tecnologias de Tratamento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais
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Graças à ponte de hidrogênio, a água, que 
é uma moleculazinha menor e mais leve que inú-
meras moléculas que formam substâncias gaso-
sas na temperatura ambiente, mantém-se líquida 
até 100 ºC e 1 atm de pressão. Caso contrário, a 
vida seria impossível no planeta.
AtençãoAtenção
Ligação (Ponte) de Hidrogênio é quando te-
mos átomo de H ligado diretamente a um ele-
mento fortemente eletronegativo, como F, O 
ou N.
1.4 Densidade (Massa Específica)
A água é uma das poucas substâncias que 
aumentam de volume quando passam a tempe-
raturas inferiores a 4 ºC, reduzindo, portanto, sua 
densidade (por isso que gelo boia). A ponte de 
hidrogênio tanto dificulta o afastamento das mo-
léculas, aumentando o PE, quanto impede a sua 
aproximação máxima, diminuindo a densidade 
da água congelada.
 
Fonte: http://alfaconnection.net/meio%20ambiente/correntes%20oceanicas.htm
O Calor de Vaporização (ΔHvap) é uma me-
dida da intensidade da interação entre as molécu-
las em um líquido. Define-se como a energia (kJ) 
necessária para vaporizar 1 mol de um líquido.
O calor molar de vaporização está direta-
mente ligado à intensidade das forças intermole-
culares existentes no líquido. Quanto mais inten-
sas as forças, maior será o calor de vaporização. 
1.5 Calor de Vaporização
Não esqueça que todo líquido tem um equilíbrio 
dinâmico entre o líquido e seu vapor na superfí-
cie, e a quantidade de moléculas que “escapam” 
do líquido é proporcional ao seu calor de vapo-
rização.
Deise Zamboni
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A pressão de vapor, na verdade, é a tendên-
cia de evaporação de um líquido. Quanto maior 
for a sua pressão de vapor, mais volátil será o líqui-
do, e menor será sua temperatura de ebulição. Já 
a ebulição é o momento, sob determinadas con-
dições de temperatura e pressão, em que a pres-
são de vapor do líquido (ou seja, a pressão que as 
moléculas que escaparam do líquido fazem sobre 
ele) se iguala à pressão atmosférica. Nessas condi-
ções de pressão e temperatura, toda a massa do 
líquido irá passar a vapor. 
1.6 Pressão de Vapor e Ponto de Ebulição
 Por exemplo, no nível do mar (pressão 
1 atm), a ebulição acontece a 100 ºC. À medida 
que a pressão diminui, a temperatura de ebulição 
também se reduz (em São Paulo, a pressão at-
mosférica é 0,97 atm, e a água ebule a 97 ºC). As-
sim, quanto maior a altitude do local, menor será 
a temperatura de ebulição. Pressão de vapor é, 
pois, a pressão exercida pelo vapor em um deter-
minado espaço; geralmente é simbolizada por hv. 
Fonte: http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?Itemid=382&id=217&option=com_content&task=view
A água tem comportamento bastante di-
ferente em comparação aos pontos de ebulição 
de substâncias moleculares semelhantes. Podere-
mos notar isso no gráfico a seguir:
Fonte: http://labvirtual.eq.uc.pt/pontedehidrogenio=com_
content&task=view
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Nota-se que a água, por ter ligação de hi-
drogênio, tem PE elevado em comparação com 
moléculas semelhantes. É interessante que você 
diferencie os tipos de vaporização:
ƒƒ Evaporação: é a vaporização que ocor-
re de modo gradual, lento. Ela ocorre 
apenas na superfície do líquido e não 
é perceptível visualmente, com tempe-
ratura e pressão relativamente constan-
tes; é o que ocorre, por exemplo, com a 
água na superfície dos rios e lagos.
ƒƒ Ebulição: é a passagem do estado líqui-
do para o gasoso com aumento na tem-
peratura; por isso, é mais rápida que a 
anterior. Há a formação de bolhas, sen-
do bastante visível, pois ela ocorre com 
agitação e em toda a massa do líquido, 
como na água fervendo.
ƒƒ Calefação: é uma vaporização mais rá-
pida que as duas anteriores, pois ocorre 
quando um líquido sob pressão entra 
em contato com uma superfície que 
está com a temperatura mais elevada 
que seu ponto de ebulição.
Deise Zamboni
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A partir do Calor de vaporização, podere-
mos calcular a pressão de vapor de um líquido, 
lembrando que, se o valor final obtido da pressão 
de vapor for maior ou igual à pressão atmosférica 
do ambiente, o líquido entrará em processo de 
EBULIÇÃO. Essa relação é dada pela Equação de 
Clausius-Clapeyron:
ln P1 = ΔHvap . (T1-T2)
 P2 R (T1.T2) 
Onde temos: 
R = constante cinética dos gases 8,314 J/k.
mol 
T = Temperatura termodinâmica (Kelvin)
AtençãoAtenção
A temperatura usada para os cálculos termo-
dinâmicos é sempre a temperatura absoluta 
em Kelvin; portanto, não se esqueça de somar 
273K à sua temperatura em Celsius para fazer 
os cálculos.
1.7 Ponto Triplo – Diagrama de Fases
O diagrama de fases é uma representação 
gráfica das condições de pressão e temperatura 
de uma substância, e o ponto triplo é uma situa-
ção de pressão e temperatura em que coexistem 
os estados líquido, sólido e gasoso.  No caso da 
água, essa temperatura é de 0,01 ºC, e a pressãoé 
de 0,006 atm.
O gráfico que você irá observar está dividi-
do em três áreas; cada uma delas representa uma 
fase pura. Ele é muito utilizado na indústria, prin-
cipalmente na de alimentos. A linha cheia mos-
tra as condições sob as quais duas fases podem 
existir em equilíbrio. O ponto triplo é onde as três 
curvas se encontram, é o ponto de equilíbrio en-
tre as três fases. Quando pegamos do freezer um 
líquido que aparentemente ainda está no estado 
líquido e ele congela instantaneamente ao pegar-
mos, é porque ele estava em condições próximas 
ao ponto triplo, e nós “deslocamos o equilíbrio”.
O gráfico do diagrama de fases é sempre 
útil para prevermos o comportamento das subs-
tâncias com a variação de pressão e temperatura. 
Na literatura, você encontra diagrama de fases de 
quase todas as substâncias puras. A seguir, exem-
plificamos na figura o diagrama de fases da água.
Tecnologias de Tratamento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais
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Fonte: http://fisicanaweb.wordpress.com/2011/03/30/diagrama-de-fases/
As forças intermoleculares também deter-
minam o comportamento na mudança de fase, e, 
assim, o gráfico de fases é uma característica in-
tensiva das substâncias. 
A água pura é um líquido transparente (ca-
racterística de reflexão da luz) e levemente azu-
lado ou praticamente incolor (característica de 
comprimento de onda). Percebemos melhor o seu 
tom azulado quando ela está congelada sob pres-
são, daí o azul é mais visível, como nas geleiras; 
ela também é sem gosto e sem odor (característi-
cas organolépticas). Assim, a água é normalmen-
te classificada como: líquido incolor, inodoro e in-
sípido que apresenta reflexão e refração da luz.
Veja, na bela imagem a seguir, como perce-
bemos melhor a sua coloração nas geleiras. Mui-
tas vezes, quando a fotografia é tirada no instante 
em que a geleira se rompe, percebemos o azul 
quase anil da água sob pressão no seu interior.
Fonte: http://www.viajenaviagem.com/2010/03/el-calafate-a-foz-do-iguacu-das-geleiras/
Deise Zamboni
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Em um líquido, as moléculas da superfície 
estão submetidas a uma maior força de atração 
para o interior, devido a forças intermoleculares. 
Esse fenômeno dá origem a uma tensão na super-
fície do líquido – por isso chamamos de TENSÃO 
SUPERFICIAL. Ela faz, por exemplo, um mosquito 
“andar sobre” a água.
Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.
html?aula=3466
Perceba que a tensão superficial é a ação 
das forças intermoleculares (no caso a Ligação de 
Hidrogênio) que ocorre entre as moléculas vizi-
nhas, e, como na superfície a quantidade de mo-
léculas que “escapam” na flor de água é pequena, 
a tensão cria como um “filme elástico” na superfí-
cie do líquido. Veja a próxima figura.
Fonte: https://crispassinato.wordpress.com/2008/07/15/agua-
-algo-mais-sobre/
1.8 Coesão, Adesão e Tensão Superficial
A COESÃO é a propriedade que uma subs-
tância tem de conservar-se unida, resistindo à 
separação (portanto, quanto maior a força inter-
molecular, maior a coesão). Já o comportamento 
contrário chamamos de  ADESÃO, que é a pro-
priedade do líquido de fixar-se nas superfícies. A 
água, por exemplo, tende a aderir a uma super-
fície molhando-a ou subindo por um filamento 
acima do nível de repouso, fenômeno chamamos 
de CAPILARIDADE.
É por meio da capilaridade que a água “sobe” 
das raízes das plantas contra a ação da gravidade 
hidratando todo o vegetal; já a seiva elaborada, 
que é mais rica em nutrientes e, portanto, mais 
“pesada”, desce o caule com o auxílio da força da 
gravidade.
Fonte: http://professorthiagorenno.blogspot.com.br/2011/10/
normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html
Tecnologias de Tratamento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais
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Saiba maisSaiba mais
A água possui grande capacidade de dissolver substâncias polares e iônicas, por isso muitas vezes é chamada de Sol-
vente Universal. Todas as reações que ocorrem em nosso organismo se dão em soluções aquosas. A interação entre 
as moléculas do solvente (água) e as do soluto é que são responsáveis pelo processo de solubilização: quando uma 
substância iônica é dissolvida em água, os cátions são atraídos pelo lado “negativo” da molécula de água (no caso o 
oxigênio) e os ânions pelos polos “positivos” (os Hidrogênios). As forças existentes entre os cátions e ânions no sólido 
(ligação iônica) são substituídas por Forças Intermoleculares.
 
Muitos compostos não iônicos também são solúveis em água. É o caso de, por exemplo, do etanol. A cerveja, o vinho 
e a cachaça são que são exemplos de misturas homogêneas entre água e etanol. 
Já quando temos a hidratação de íons o sólido iônico, ao se dissolver em água, se quebra em pequenas unidades: 
cátions (íons de carga positiva) e ânios (íons de carga negativa). 
Quando os íons estão hidratados, eles possuem um certo número de moléculas de água imediatamente próximas. 
Este é o número de hidratação, que depende do tamanho e carga do cátion. 
A figura a seguir mostra um esquema para a hidratação do íon Na+: são 4 moléculas de água na esfera de hidratação, 
indicando que o número de hidratação do íon Na+ é 4. Isto gera o íon complexo [Na(H2O)4]+, que é circulado por 
uma outra esfera de moléculas de água parcialmente ordenadas. Todo este efeito é puramente eletrostático, vindo da 
carga do íon.
Entretanto existem muitas substâncias, que não são solúveis em água como as gorduras, pois as moléculas são de na-
tureza não polar. Uma regra geral para a solubilidade é que “o semelhante dissolve o semelhante”, isto é, moléculas 
polares são miscíveis com moléculas polares, e apolares com moléculas apolares.
As propriedades da água, entretanto, são completamente diferentes em condições de alta temperatura e pressão. 
Acima de 300 °C, em altas pressões, a água líquida é capaz de dissolver muitos compostos apolares. Mais diferente 
ainda é a água quando a pressão for igual ou maior de 218 atm e a temperatura maior do que 374 ºC (temperatura 
crítica): a água se torna um fluído supercrítico. Nestas condições, a água reúne propriedades de seu gás (tal como 
a densidade) e de seu líquido (capacidade de dissolução). Além de dissolver substâncias polares e iônicas, a água 
supercrítica é capaz de dissolver praticamente todos os compostos apolares. Uma das aplicações é na destruição de 
lixos tóxicos: a água supercrítica é misturada com os resíduos orgânicos e gás oxigênio; iniciado a chama, a combustão 
ocorre “embaixo” d’água! Isto só é possível graças às propriedades tipo-gás da água supercrítica e de sua capacidade 
de dissolver os resíduos. 
Fonte: http://smtp.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/agua.html
Deise Zamboni
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16
Neste capítulo introdutório, recordamos as propriedades da água, tais como Capilaridade, Tensão 
Superficial, TE, TF, Solubilidade, Pressão de Vapor – propriedades derivadas das forças interativas entre 
as moléculas de água que têm ligação (Ponte) de Hidrogênio, conferindo, portanto, comportamentos 
especiais nessas propriedades. Por meio das propriedades estudadas neste capítulo, poderemos fazer 
previsões sobre o comportamento da água ante a solubilização de sólidos e gases e sobre seus processos 
especiais.
1.9 Resumo do Capítulo
1.10 Atividades Propostas
1. A tensão superficial da água explica vários fenômenos, como o da capilaridade, a forma esférica 
das gotas de água e o fato de alguns insetos poderem andar sobre a água. A alta tensão super-
ficial da água é uma consequência direta: 
a) Da sua viscosidade. 
b) Do seu elevado ponto de fusão. 
c) Do seu elevado ponto de ebulição. 
d) Das atrações intermoleculares. 
e) Das ligações covalentes entre os átomos de “H” e “O”. 
2. Os motoresdos carros a gasolina fabricados em nosso país funcionam bem com uma mistura 
combustível contendo 22% em volume de etanol. A adulteração por adição de maior quantida-
de de álcool na mistura ocasiona corrosão das peças e falhas no motor. O teste de controle da 
quantidade de álcool na gasolina vendida pelos postos autorizados é feito misturando-se em 
um frasco graduado e com tampa 50 mL da gasolina do posto com 50 mL de solução aquosa 
de cloreto de sódio. Após agitação, esperam-se alguns minutos e observa-se a separação das 
fases da mistura. Em um determinado posto, feito o teste, resultou que a fase orgânica ocupou 
o volume de 39 mL, e a fase aquosa, 61 mL, o que isentou o posto de multa. 
Entre as alternativas a seguir, aquela que NÃO está de acordo com o teste realizado é:
a) Após agitação, o etanol ocupou totalmente a fase orgânica. 
b) A mistura água e gasolina pode ser separada por decantação.
c) O etanol dissolve-se em gasolina devido às forças intermoleculares de Van der Waals. 
d) O etanol dissolve-se em água devido a interações por formação de pontes de hidrogênio. 
e) As pontes de hidrogênio são interações mais fortes do que as forças intermoleculares de 
Van der Waals. 
Tecnologias de Tratamento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais
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3. Explique por que a água tem Ponto de Ebulição (PE) maior que o ponto de ebulição do amonía-
co. Dados: PE (H2O) = 98 ºC PE (NH3) = -34,7 ºC.
4. Das substâncias representadas a seguir, aquela que apresenta ligações de hidrogênio entre 
suas moléculas é: 
a) CH3COONa. 
b) CH3CH2OH. 
c) CH3CH2OCH2CH3. 
d) CH3COCl. 
e) CH3COCH3.
5. Misturando-se 50 mL de água com 50 mL de álcool, forma-se uma solução com volume um 
pouco menor do que 100 mL. De acordo com a teoria atômico-molecular, a explicação mais 
plausível para o fenômeno é: 
a) As moléculas do produto são muito menores do que as da água ou do álcool, isoladas. 
b) As moléculas de água e de álcool estão mais próximas entre si na solução. 
c) As moléculas de água tornam-se menores ao serem misturadas com as de álcool. 
d) A dissolução do álcool provoca uma diminuição do tamanho de suas moléculas. 
e) O número total de moléculas é diminuído após a mistura.
6. Analise os compostos a seguir quanto à ocorrência de ligações e/ou forças intramoleculares e 
intermoleculares e, a seguir, assinale a opção correta: 
a) Em I, observam-se ligações eletrovalentes, e, em IV, ligações covalentes e pontes de hidro-
gênio. 
b) Em I, observam-se ligações eletrovalentes, e, em III, ligação covalente. 
c) Em II, observam-se pontes de hidrogênio, e, em IV, Forças de Van der Waals. 
d) Em II e IV, observam-se ligações covalentes e pontes de hidrogênio. 
e) Em III, observa-se ligação iônica, e, em IV, pontes de hidrogênio.
Deise Zamboni
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7. Observe a tabela de pontos de ebulição: 
SUBSTÂNCIA PE (ºC) 
 H2O + 100,0 
 H2S - 60,3 
 H2Se - 41,3 
 H2Te - 2,2 
O ponto de ebulição da água é anômalo em relação aos demais compostos da família do oxi-
gênio porque: 
a) As moléculas da água são mais leves. 
b) Existem pontes de hidrogênio entre as moléculas da água. 
c) Existem Forças de Van der Waals entre as moléculas da água.
d) Somente a molécula da água é apolar. 
e) As demais substâncias decompõem-se termicamente.
8. Tendo em vista o momento em que um líquido se encontra em equilíbrio com seu vapor, leia 
atentamente as afirmativas a seguir: 
I. A evaporação e a condensação ocorrem com a mesma velocidade. 
II. Não há transferência de moléculas entre o líquido e o vapor. 
III. A pressão de vapor do sistema se mantém constante. 
IV. A concentração do vapor depende do tempo. 
Dessas afirmativas, são corretas: 
a) I e III. 
b) II e IV. 
c) II e III. 
d) I e II. 
e) III e IV. 
9. Aquecendo água destilada em uma panela aberta e em um local onde a pressão ambiente é 
0,92 atm, a temperatura de ebulição da água: 
a) Será inferior a 100 ºC. 
b) Depende da rapidez do aquecimento. 
c) Será igual a 100 ºC. 
d) É alcançada quando a pressão máxima de vapor saturante for 1 atm. 
e) Será superior a 100 ºC. 
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10. Considere o diagrama que representa o equilíbrio entre fases da água pura. A linha que repre-
senta o fenômeno de granizo é:
 
a) (1) – (2). 
b) (2) – (1). 
c) (4) – (3). 
d) (5) – (6). 
e) (6) – (5). 
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21
Para caracterizar a água, são determinados 
diversos parâmetros, os quais representam as 
suas características físicas, químicas e biológicas. 
Esses parâmetros são indicadores da qualidade 
da água e podem indicar impurezas quando al-
cançam valores superiores aos estabelecidos para 
determinado uso. Deve-se lembrar, ainda, que os 
PARÂMETRO DE QUALIDADE2
2.1 Qualidade da Água
parâmetros são sempre referentes ao tipo de uti-
lização que teremos da água e também são dinâ-
micos, ou seja, mudam em função da legislação e 
da utilidade.
Os principais indicadores de qualidade da 
água são discutidos a seguir, separados sob os as-
pectos físicos, químicos e biológicos.
2.2 Parâmetros Físicos
ƒƒ Temperatura: a temperatura pode va-
riar em função de fontes naturais, tais 
como a energia solar, a localização geo-
gráfica etc., mas também existem fon-
tes antropogênicas (geradas pelo ho-
mem), como os despejos industriais e 
as águas de resfriamento de máquinas. 
A alteração de temperatura de um leito 
de rio, por exemplo, pode prejudicar ou 
extinguir espécies de fauna e flora, que, 
por sua vez, acabam por contaminar a 
água.
ƒƒ Sabor e odor: resultam de causas natu-
rais, como algas; vegetação em decom-
posição; bactérias; fungos; compostos 
orgânicos, tais como gás sulfídrico, sul-
fatos e doretos; ou de causas artificiais, 
como o despejo de esgotos domésticos 
e industriais. O padrão existente para a 
potabilidade é de água completamente 
inodora.
ƒƒ Cor: resulta da existência, na água, de 
substâncias em solução; pode ser cau-
sada pelo ferro ou manganês, pela de-
composição da matéria orgânica da 
água, principalmente de vegetais como 
taninos, pelas algas ou pela introdução 
de esgotos industriais e domésticos. O 
padrão existente para a cor é incolor.
ƒƒ Turbidez: presença de matéria em sus-
pensão na água, como argila, sílicas 
(areia), substâncias orgânicas finamen-
te divididas, organismos microscópicos 
e outras partículas que podem ser natu-
rais e inofensivas ou resultantes de fon-
tes antropogênicas; o padrão, porém, é 
sempre sem turbidez.
ƒƒ Condutividade elétrica: é a presença 
de eletrólitos livres na água. Quanto 
maior a presença de eletrólitos, maior a 
condutividade elétrica. Os parâmetros 
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22
de condutividade dependem do tipo 
de utilização da água.
ƒƒ Sólidos: 
ƒƒ Sólidos em suspensão: resíduo 
que permanece em um filtro após 
filtragem da amostra. Podem ser di-
vididos em:
ƒƒ sólidos sedimentáveis: sedi-
mentam após um período de 
tempo de repouso da amostra;
ƒƒ sólidos não sedimentáveis: so-
mente podem ser removidos 
por processos de coagulação, 
floculação e decantação.
AtençãoAtenção
Os Parâmetros Físicos dizem respeito às carac-
terísticas físicas que são facilmente observáveis 
a olho nu ou com aparelhagem simples, como 
termômetro e filtros comuns.
ƒƒ Sólidos dissolvidos: material que 
passa através do filtro. Representam 
a matéria em solução ou em esta-
do coloidal presente na amostra de 
efluente. 
2.3 Parâmetros Químicos
ƒƒ pH: é um parâmetro importante que 
deve ser mensurado antes de qualquer 
outra análise.O pH (produto Hidroge-
niônico) da água tem origem natural da 
dissolução de rochas, da absorção de 
gases da atmosfera, da oxidação de ma-
téria orgânica e da fotossíntese; pode 
ser, também, de origem antropogênica, 
como de despejos domésticos ou in-
dustriais (por exemplo, lavagem ácida 
de tanques).
É um parâmetro muito importante 
principalmente nas etapas de coagula-
ção, filtração, desinfecção e controle de 
corrosão. Representa a concentração 
de íons hidrogênio, H+, dando uma in-
dicação das condições de acidez, neu-
tralidade e basicidade da água, tendo 
como origem sólidos dissolvidos e ga-
ses dissolvidos. O pH da água depende 
de sua origem e características naturais, 
mas pode ser alterado pela introdução 
de resíduos; pH baixo torna a água cor-
rosiva; águas com pH elevado tendem 
a formar incrustações nas tubulações. 
A vida aquática depende do pH, sendo 
recomendável a faixa de 6 a 9. 
ƒƒ Alcalinidade: é importante não con-
fundir esse parâmetro com o pH. A Al-
calinidade mede a quantidade de íons 
na água que reagirão para neutralizar 
os íons hidrogênio. É uma medida da 
capacidade da água de neutralizar os 
ácidos (capacidade de resistir às mu-
danças de pH: capacidade tampão). Os 
principais constituintes da alcalinidade 
são sólidos dissolvidos, principalmente 
os bicarbonatos (HCO3
-), os carbonatos 
(CO3
-) e os hidróxidos (OH-). A distribui-
ção das três espécies na água depen-
de também do pH. A Alcalinidade não 
tem significado sanitário para a água 
potável, mas em elevadas concentra-
ções confere um gosto amargo à água 
– é uma determinação importante no 
controle do tratamento da água, es-
tando relacionada com a coagulação, a 
redução de dureza e com a prevenção 
da corrosão em tubulações. Em termos 
de tratamento e abastecimento público 
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23
de água, a alcalinidade, o pH e o teor de 
gás carbônico estão inter-relacionados: 
ƒƒ pH > 9,4: hidróxidos e carbonatos; 
ƒƒ pH entre 8,3 e 9,4: carbonatos e bi-
carbonatos;
ƒƒ pH entre 4,4 e 8,3: apenas bicarbo-
nato.
ƒƒ Acidez: é a capacidade da água de 
resistir às mudanças de pH causadas 
pelas bases. É devida principalmente 
à presença de gás carbônico livre (pH 
entre 4,5 e 8,2). As formas constituintes 
responsáveis pela acidez da água são 
sólidos dissolvidos e gases dissolvidos 
(CO2, H2S). É de origem natural, como do 
CO2 e SO2 absorvidos da atmosfera, ou 
resultante da decomposição da matéria 
orgânica de despejos industriais (ácidos 
minerais ou orgânicos), da passagem 
da água por minas abandonadas, de va-
zadouros de mineração e das borras de 
minério.
A acidez tem pouco significado sanitá-
rio; águas com acidez mineral são desa-
gradáveis ao paladar, e ela pode ser res-
ponsável pela corrosão de tubulações e 
materiais.
A interpretação de resultados em ter-
mos de tratamento e abastecimento 
público de água, o teor de CO2 livre (di-
retamente associado à acidez), a alcali-
nidade e o pH estão inter-relacionados: 
ƒƒ pH > 8,2: CO2 livre ausente;
ƒƒ pH entre 4,5 e 8,2: acidez carbônica;
ƒƒ pH < 4,5: acidez por ácidos minerais 
fortes (geralmente resultantes de 
despejos industriais).
ƒƒ Dureza: é resultante da presença, prin-
cipalmente, de sais alcalinos terrosos 
(cálcio e magnésio) ou de outros metais 
bivalentes, em menor intensidade, em 
teores elevados. Causa sabor desagra-
dável e efeitos laxativos; reduz a forma-
ção da espuma do sabão, aumentando 
o seu consumo; provoca incrustações 
nas tubulações e caldeiras. As formas 
constituintes responsáveis pela classifi-
cação das águas, em termos de dureza, 
são principalmente os carbonatos de 
cálcio (CaC03) e os carbonatos de mag-
nésio (MgC03).
Em termos de tratamento e abasteci-
mento, teremos:
ƒƒ menor que 50 mg/1 CaC03 – água 
mole;
ƒƒ entre 50 e 150 mg/1 CaC03 – água 
com dureza moderada;
ƒƒ entre 150 e 300 mg/1 CaC03 – água 
dura;
ƒƒ maior que 300 mg/1 CaC03 – água 
muito dura.
Obs.: As imagens mostram alguns problemas gerados pela 
dureza da água: (a) acúmulo de sais depositados, provenientes 
da água dura; (b) tubulação com presença de incrustação; e (c) 
precipitação do sabão em um lavatório. 
Fonte: www.profpc.com.br/%C3%81gua/Tipos%20de%20
%C3%A1gua/Tipos_de_%C3%A1gua.htm
ƒƒ Cloretos: os cloretos geralmente pro-
vêm da dissolução de minerais ou da 
água do mar; podem, também, advir 
dos esgotos domésticos ou industriais. 
Em altas concentrações, conferem sa-
bor salgado à água ou propriedades 
laxativas.
ƒƒ Ferro e manganês: podem originar-se 
da dissolução de compostos minerais 
do solo ou de despejos industriais. Cau-
sam coloração avermelhada na água, 
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no caso do ferro, ou marrom, quando 
se trata de manganês; causam manchas 
em roupas e utensílios, além de dar um 
sabor metálico para a água. É importan-
te lembrar também que as águas ferru-
ginosas favorecem o desenvolvimento 
das ferrobactérias.
ƒƒ Nitrogênio: pode ser encontrado nas 
águas de várias formas, tais como mo-
lecular (N2), amônia (NH3), nitrito (NO2
-), 
nitrato (NO3
-). O nitrogênio presente in-
tensifica o crescimento de algas; em ex-
cesso, pode ocasionar um intensivo de 
desenvolvimento desses organismos, 
fenômeno que é chamado de eutrofi-
zação.
O nitrato, na água, pode causar a mete-
moglobinemia, que é uma doença cau-
sada por substâncias capazes de induzir 
a oxidação do ferro da hemoglobina. 
Essa oxidação resulta em um pigmento 
chamado metemoglobina, que é inca-
paz de transportar oxigênio.
A amônia é tóxica aos peixes, além de 
tornar a água imprópria para o consu-
mo.
São causas do aumento do nitrogênio 
na água: esgotos domésticos e indus-
triais, fertilizantes e fezes de animais.
ƒƒ Fósforo: encontra-se na água nas for-
mas de ortofosfato, polifosfato e fósfo-
ro orgânico; assim como o nitrogênio, 
também é essencial para o crescimento 
de algas. As principais fontes de fósfo-
ro nas águas são a dissolução de com-
postos contendo fósforo no solo; a de-
composição da matéria orgânica, de 
esgotos domésticos e industriais; fertili-
zantes; detergentes; e também fezes de 
animais.
ƒƒ Fluoretos: após a Segunda Guerra 
Mundial, o excedente de produção de 
fluoreto de sódio das indústrias ameri-
canas começou a ser exportado para a 
adição nos reservatórios de água (prin-
cipalmente para países em desenvol-
vimento) com a discutível intenção de 
prevenir a cárie dentária; porém, em 
concentrações mais elevadas, pode 
provocar alterações da estrutura óssea, 
fluorose dentária e até transtornos neu-
rológicos, como a depressão.
ƒƒ Demanda Bioquímica de Oxigênio 
(DBO): é um parâmetro  que indica a 
quantidade de oxigênio necessária 
para a oxidação da matéria orgânica 
por ação de bactérias aeróbias. Repre-
senta, portanto, a quantidade de oxigê-
nio que seria necessário fornecer para 
as bactérias aeróbias de forma que elas 
possam consumir a matéria orgânica 
presente em um líquido (água ou es-
goto). Ou seja, as bactérias auxiliam na 
purificação da água, desde que sejam 
controladas.
A DBO, portanto, é definida para medir 
o poder de redução da água que con-
tém matéria orgânica. A DBO é o núme-
ro de miligramas de oxigênio necessá-
rio para realizar a oxidação do carbono 
presente nos compostos orgânicos em 
um litro de água.
Obs.: Titulação para determinação de DBO com indicador de 
amido. 
Fonte: http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTZcOxiut-
-hdwUxpTxiAJqWUipFpjpbSz-baDU6Ahv2MlPar6ZhRw 
ƒƒ Demanda Química de Oxigênio Dis-
solvido (DQO): a água, em condições 
normais, contém oxigênio dissolvido, 
cujo teor de saturação depende da al-
titude e da temperatura (lembre-se de 
que, quantomenor a temperatura, mais 
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gases são dissolvidos na água). Águas 
com baixos teores de oxigênio dissol-
vido podem também indicar que rece-
beram matéria orgânica. A decomposi-
ção da matéria orgânica por bactérias 
aeróbias é, geralmente, acompanhada 
pelo consumo e redução do oxigênio 
dissolvido da água; dependendo da ca-
pacidade de autodepuração do manan-
cial, o teor de oxigênio dissolvido pode 
alcançar valores muito baixos ou zero, 
extinguindo-se os organismos aquáti-
cos aeróbios e aumentando a poluição.
ƒƒ Componentes orgânicos: como al-
guns componentes orgânicos contidos 
na água podem ser resistentes à degra-
dação das bactérias, estes acabam se 
acumulando. Entre esses compostos 
orgânicos que não são biodegradáveis 
encontram-se os agrotóxicos, alguns 
tipos de detergentes e outros produtos 
da Química Orgânica que são tóxicos.
AtençãoAtenção
A solubilidade do Oxigênio (O2(g)) em água é 
de apenas 9 mg/L (aproximadamente 0,3 mi-
limolar) a 20 ºC, diminuindo bastante ao au-
mentarmos a temperatura.
AtençãoAtenção
Os Parâmetros Químicos demandam aparelha-
gem e métodos físico-químicos mais especí-
ficos de análise qualitativa (determinação do 
que temos na amostra) e quantitativa (deter-
minação de quanto temos do analito na amos-
tra). 
DicionárioDicionário
Analito é a espécie (molécula, substância, íon etc.) 
que está sob análise. 
ƒƒ Componentes inorgânicos: podem 
existir componentes inorgânicos na 
água, entre eles os metais pesados, que 
são tóxicos ao homem, tais como arsê-
nio (As), cádmio (Cd), cromo (Cr), chum-
bo (Pb), mercúrio (Hg), prata (Ag), co-
bre (Cu) e zinco (Zn). Além dos metais, 
podem-se citar os cianetos (CN-); esses 
componentes geralmente são incorpo-
rados à água por intermédio de despe-
jos industriais ou a partir das atividades 
agrícolas, de garimpo e de mineração.
2.4 Parâmetros Biológicos
ƒƒ Coliformes: são grupamentos de bac-
térias que indicam algum tipo de obras 
de contaminação. Podem ser dos gêne-
ros Escherichia, Enterobacter, Citrobac-
ter entre outros que habitam o intestino 
de quase todos os mamíferos, inclusive 
em nós. Esse parâmetro microbiológico 
avalia a qualidade das águas de abaste-
cimento, indicando se sofreu contami-
nação de esgotos.
Analisam-se também os  coliformes 
totais, que são grupamentos de bac-
térias gram-negativas, que podem ser 
Aeróbicas (necessitam de oxigênio) ou 
Anaeróbicas (não necessitam de oxigê-
nio) e que são associadas à decompo-
sição de matéria orgânica em geral. Os 
coliformes fecais também podem ser 
chamados de termotolerantes,  por-
que podem sobreviver e reproduzir-se 
em temperaturas acima de 40 ºC. Pelo 
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26
estudo da concentração dos coliformes 
nas águas, pode-se estabelecer um pa-
râmetro indicador da existência de pos-
síveis micro-organismos patogênicos 
que são responsáveis pela transmissão 
de doenças pelo uso ou ingestão da 
água, tais como febre tifoide, febre pa-
ratifoide, disenteria bacilar e cólera.
 
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/coliformes/
imagens/Colifo4.jpg
ƒƒ Outros organismos (bactérias, pro-
tozoários, helmintos e vírus) que são 
micro-organismos estranhos à água e 
que podem causar doenças infeccio-
sas, como, por exemplo, febre tifoide, 
cólera, amebíase, shigelose (disenteria 
bacilar), hepatite infecciosa, leptospi-
rose, giardíase filariose; ancilostomía-
se, ascaridíase, salmonelose, escabiose, 
pediculose, tracoma, conjuntivite; es-
quistossomose etc.; ou indiretamente 
promovendo o desenvolvimento de 
doenças veiculadas não diretamente 
pela água contaminada, mas por mos-
quito, como dengue, febre amarela ou 
malária.
ƒƒ Algas: as algas desempenham um im-
portante papel no ambiente aquático, 
sendo responsáveis pela produção de 
grande parte do oxigênio dissolvido do 
meio. Em grandes quantidades, como 
resultado do excesso de nutrientes 
(eutrofização), trazem alguns inconve-
nientes: sabor e odor; toxidez, turbidez 
e cor; formação de massas de matéria 
orgânica que, ao serem decompostas, 
provocam a redução do oxigênio dis-
solvido; corrosão; interferência nos pro-
cessos de tratamento da água: aspecto 
estético desagradável.
 
Fonte: http://www.meionorte.com/imagens/2012/11/09/NOT-
-aguapes-se-proliferam-em-periodo-seco1352456803.jpg
Existem também as xantofiladas, que, 
em vez da clorofila, que é um pigmento 
verde, apresentam xantofila, pigmentos 
vermelhos. Quando em abundância, es-
sas algas produzem um fenômeno cha-
mado “maré vermelha”, como mostrado 
na figura a seguir:
 
Fonte: http://www.infoescola.com/wp-content/
uploads/2010/01/mar%C3%A9-vermelha2.jpg
 
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27
A seguir, é apresentado um pequeno re-
sumo de parâmetros, extraído do Conselho Na-
cional do Meio Ambiente (CONAMA), sempre 
lembrando que os parâmetros serão relativos à 
legislação pertinente e ao uso específico da água. 
As classes de uso e um pouco de legislação você 
verá no capítulo 4 desta apostila.
2.5 Tabela de Classificação dos Parâmetros
Parâmetros Unidade
Nitrogênio (em qualquer forma)
mg/L; Avalia as concentrações e as formas de nitrogê-
nios disponíveis no meio aquático e/ou residuais dos 
processos de tratamento.
Nitrogênio amoniacal, NH4+ mg/L;Porém indica contaminação recente.
Nutrientes: Fósforo total, Σ P orgânico + P inorgânico 
(dissolvido + particulado)
mg/L; Avalia as concentrações e as formas de fósforo 
presentes na água.
Metais tóxicos, Ag, Al, As, Cd, Co, Cr, Cu, Hg, Mn, Mo, 
Ni, Pb, Se, V e Zn
mg/L; Alguns têm funções como
micronutrientes, mas todos têm caráter tóxico e são 
bioacumulativos.
Metais (não tóxicos), Ca, Mg, Na, K e Fe mg/L; Controlam os processos de incrustação, salini-zação e cor das águas.
Sulfetos, S-2
mg/L; São formados pela redução dos SO4
-2 e proteí-
nas em meio anaeróbio ou se originam de efluentes 
de curtumes.
Carbono orgânico total (COT) mg/L; Mede diretamente o carbono contido na maté-ria orgânica.
Surfactantes (detergentes) mg/L; Utilizado para remoção de gorduras.
Hidrocarbonetos μg/L; Contaminação de solos ou de águas subterrâ-neas por combustíveis.
 Fenóis mg/L; É utilizado como microbicida.
Fluoreto, F- mg/L; Controla o excesso de fluoretação da água.
POPs (Produtos Organopersistentes) mg/L; Produtos de defensivos agrícolas e/ou resíduos industriais não biodegradáveis.
Densidade g/cm
3; Aplica-se a efluentes com altas concentrações 
de sólidos.
Sólidos totais (ST) mg/L; A composição de cada forma dos sólidos ex-pressa direta ou indiretamente os outros poluentes.
Condutividade mS/cm; está relacionada à concentração de sais solú-veis nos efluentes.
Fonte: http://www.mma.gov.br/port/conama/
Deise Zamboni
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28
Saiba maisSaiba mais
Compare a Eficácia dos Sistemas
Sistemas Anaeróbicos X Sistemas Aeróbicos
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RReeaattoorr 
AAnnaaeerróóbbiiooMMaattéérriiaa 
OOrrggâânniiccaa 
((110000%% DDQQOO)) 
RReeaattoorr 
AAeerróóbbiioo
CCOO22 
((4400 aa 5500%%))
BBiiooggááss 
((7700 aa 9900%%))
EEfflluueennttee 
((1100 aa 3300%%))
EEfflluueennttee ((55 aa 1100%%))
Fonte: http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/agua.html
“Nos sistemas aeróbios, ocorre somente cerca de 40 a 50% de degradação biológica, com a conseqüente conver-
são em CO2. Verifica-se uma enorme incorporação de matéria orgânica como biomassa microbiana (cerca de 50 
a 60%), que vem a constituir o lodo excedente do sistema. O material orgânico não convertido em gás carbônico 
ou em biomassa deixa o reator como material não degradado (5 a 10%).
Nos sistemas anaeróbios, verifica-se que a maior parte do material orgânico biodegradável presente no despejo é 
convertida em biogás (cerca de 70 a 90%), que é removido da fase líquida e deixa o reator na forma gasosa. Ape-
nas uma pequena parcela do material orgânico é convertida em biomassa microbiana (cerca de 5 a 15%), vindo a 
se constituir o lodo excedente do sistema. Além da pequena quantidade produzida, o lodo excedente apresenta-
-se via de regra mais concentrado e com melhores características de desidratação. O material não convertido em 
biogás ou biomassa deixa o reator como material não degradado (10 a 30%).
A temperatura é um dos fatores ambientais mais importantes na digestão anaeróbia, uma vez que afeta os pro-
cessos biológicos de diferentes maneiras. Dentre os principais efeitos da temperatura incluem-se as alterações na 
velocidade do metabolismo das bactérias, no equilíbrio iônico e na solubilidade dos substratos, principalmente 
de lipídios.
O tratamento de esgotos sanitários em reatores anaeróbios de alta taxa só é economicamente viável se o aqueci-
mento de reatores for dispensável. Essa restrição pode limitar a aplicação bem-sucedida de reatores anaeróbios a 
locais em que a temperatura do líquido mantém-se acima de 20°C. Embora tenham sido relatados experimentos 
em que o tratamento ocorreu mesmo a temperaturas na faixa entre 10°C e 15°C, as eficiências alcançadas foram 
pouco superiores àquelas obtidas em unidades de tratamento primário.
 Nitrogênio (N) e fósforo (P) são os nutrientes essenciais para todos os processos biológicos. A quantidade de N e 
P, em relação à matéria orgânica presente (expressa como DQO, por exemplo), depende da eficiência dos micror-
ganismos em obter energia para síntese, a partir das reações bioquímicas de oxidação do substrato orgânico. A 
baixa velocidade de crescimento dos microrganismos anaeróbios, comparados aos aeróbios, resulta em menor 
requerimento nutricional.
Além de N e P, o enxofre (S) é também considerado um dos nutrientes essenciais para a metanogênese. Em geral, 
a concentração de S deve ser da mesma ordem de grandeza ou levemente superior à de P. As bactérias assimi-
lam enxofre na forma de sulfetos, originados, em geral, da redução biológica de sulfatos, que é um constituinte 
comum a muitas águas residuárias. Algumas proteínas são, também, fontes de enxofre.
Dentre os micronutrientes considerados essenciais, destacam-se o ferro, o cobalto, o níquel e o zinco. Em revisão 
da literatura sobre aspectos nutricionais em processos anaeróbios, Damianovic (1992) faz referências a vários 
trabalhos nos quais se comprovou que a presença desses micronutrientes estimulou os processos anaeróbios. O 
efeito estimulante de metais traços foi observado principalmente em experimentos de crescimento de culturas 
em laboratório. O único metal traço testado em reatores de grande porte foi o ferro, com excelentes resultados.”
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29
No capítulo 2, estudamos os parâmetros que normalmente são analisados para a qualidade das 
águas:
ƒƒ parâmetros físicos: turbidez, cor, condutividade elétrica, temperatura;
ƒƒ parâmetros químicos: pH, alcalinidade, índices de cloro, sulfatos, flúor, DBO, COT, DQO;
ƒƒ parâmetros biológicos: coliformes, algas, protozoários, vírus.
Veja a seguir o esquema representativo de lagoas anaeróbicas, lembrando que, ao contrário das lagoas aeróbicas, 
não necessitam de grande área territorial e, além de lagoas, também podem ser usados tanques fechados em 
locais de baixa temperatura.
 
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)LJXUD���±�(VTXHPD�UHSUHVHQWDWLYR�GH�XPD�ODJRD�DQDHUyELD�Fonte: http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/agua.html
Fonte: Chernicharo et al. (2013).
Saiba maisSaiba mais
2.6 Resumo do Capítulo
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30
1. A temperatura é a medida da intensidade do calor. Como ela pode influenciar nas característi-
cas químicas e físicas da água?
2. O que pode acontecer com os micro-organismos quando a água de um rio estiver com a turbi-
dez muito elevada?
3. Marque a primeira coluna de acordo com a segunda.
a) Cor. 
b) Condutividade elétrica.
c) Propriedade organoléptica.
d) Alcalinidade.
e) pH.
 
( ) Inclui os parâmetros físicos da água, graças à presença de íons livres na água.
( ) É causada pela reserva de sais minerais, principalmente do cálcio e do sódio.
( ) Pode ser originada pela presença de matéria orgânica em decomposição, pela presença do 
manganês ou do ferro, pelo desenvolvimento de algas e pelo despejo de esgotos domésticos 
e industriais.
( ) É um parâmetro útil, especialmente em algumas fases de coagulação, filtração, desinfec-
ção, remoção da dureza da água e controle de corrosão das estações de tratamento de água.
( ) Está diretamente ligada aos sentidos do paladar e do olfato.
4. Qual o significado da sigla DBO? E para que serve?
5. Suponha que 10 mg de açúcar (fórmula mínima CH2O e massa molar igual a 30 g/mol) são 
dissolvidos em um litro de água. Em quanto a DBO será aumentada? 
a) 0,4 mg de O2/litro. 
b) 1,7 mg de O2/litro. 
c) 2,7 mg de O2/litro. 
d) 9,4 mg de O2/litro. 
e) 10,7 mg de O2/litro. 
6. O que é uma água dura? Quais os tipos? E o que ela pode ocasionar?
7. Quais são os principais indicadores biológicos da qualidade da água?
8. Cite e descreva pelo menos três indicadores químicos de qualidade da água.
9. O que é eutrofização?
10. O que é COT e o que mede esse parâmetro?
2.7 Atividades Propostas
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31
Podemos definir saneamento como o con-
junto de ações que visam a melhorar a qualidade 
da água e prevenir o surgimento de doenças.No 
Brasil, apenas 49% do esgoto produzido é coleta-
do por meio de rede, e destes, somente 10% re-
cebe tratamento antes do seu descarte; ou seja, 
ainda temos uma situação de poluição da pró-
pria rede coletora, sem contarmos com as redes 
clandestinas, que despejam águas residuárias e 
esgotos diretamente nos leitos de água (rios, la-
gos e mananciais). O resultado é que as regiões 
metropolitanas e grandes cidades concentram 
grandes volumes de esgoto coletado, que é des-
pejado sem tratamento nos rios e mares, que ser-
vem de corpos receptores. Como consequência, 
a poluição das águas que cercam nossas maiores 
áreas urbanas é bastante elevada, dificultando e 
encarecendo, cada vez mais, a própria captação 
de água para o abastecimento. 
A Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) 
tem por objetivo a remoção dos principais po-
luentes presentes nas águas residuárias, retor-
nando-as ao corpo d’água sem alteração de sua 
qualidade para que possa ser utilizada novamen-
te e não agredir o meio ambiente. 
As águas residuárias de uma cidade com-
põem-se dos esgotos domésticos e industriais, 
sendo que estes, em caso de geração de efluen-
tes muito tóxicos, teoricamente deveriam ser tra-
tados dentro das próprias indústrias geradoras. 
Dos parâmetros que estudamos no capítulo 
anterior, o mais utilizado para definir um esgoto 
sanitário ou industrial é a DBO. Pode ser aplica-
TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO3
3.1 Saneamento
da na medição da carga orgânica imposta a uma 
estação de tratamento de esgotos e na avaliação 
da eficiência das estações – quanto maior a DBO, 
maior a poluição orgânica. 
A definição para um sistema de tratamento 
deve visar qual o uso e as condições estabelecidas 
para a qualidade da água dos corpos receptores.
Além disso, qualquer projeto de sistema 
deve estar baseado no conhecimento de muitas 
outras variáveis do esgoto a ser tratado, tais como 
a vazão (que você estuda em Hidrologia), o pH, a 
temperatura, a DBO, além dos parâmetros descri-
tos no capítulo 2. 
O esgoto doméstico causa poluição orgâ-
nica e bacteriológica; o industrial pode produzir 
poluição com outras substâncias, como metais 
pesados ou organopersistentes, em quantidade e 
qualidade variáveis com o tipo de indústria. 
Felizmente, os corpos d’água têm capacida-
de de recuperar-se da poluição, ou seja, depurar-
-se, pela ação da própria natureza, desde que a 
descarga poluidora não ultrapasse cerca de 1/40 
(um quarenta avos) da vazão. Por exemplo, um rio 
com 120 L/s de vazão pode receber, no máximo, 
AtençãoAtenção
A Resolução CONAMA nº 20, de 18 de junho 
de 1986, classifica a qualidade dos corpos re-
ceptores e define o padrão para tratamento do 
efluente. As legislações estaduais sobre meio 
ambiente complementam a norma federal.
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32
a descarga de 3 L/s de esgoto bruto, sem maiores 
consequências para o meio ambiente. 
No entanto, frequentemente, os mananciais 
recebem cargas de efluentes muito elevadas para 
sua vazão e não conseguem se recuperar pela 
autodepuração, havendo a necessidade de trata-
mento.
AtençãoAtenção
A carga máxima para a depuração de um rio é 
1/40 da vazão.
Os fatores de autodepuração são a diluição, a 
aeração, a sedimentação, a luz solar e a purifi-
cação pelas bactérias. 
3.2 Tipos Básicos de Tratamento
O tratamento de água pode ser descrito 
como uma sequência de operações que, em con-
junto, melhoram as suas características organo-
lépticas, físicas, químicas e bacteriológicas, a fim 
de tornar a água adequada ao consumo humano.
As águas de superfície são as que mais ne-
cessitam de tratamento, porque muitas vezes se 
apresentam com qualidades físicas e bacterio-
lógicas impróprias, em virtude de sua exposição 
contínua a poluição. Até na captação superficial 
DicionárioDicionário
As características organolépticas são aquelas que 
dizem respeito aos sentidos, como cor, sabor e 
odor. 
de águas de nascentes, a simples proteção das 
cabeceiras e o emprego de um processo de de-
sinfecção podem garantir uma água de boa qua-
lidade do ponto de vista de potabilidade.
Devido à variedade da composição dos 
efluentes industriais, a definição da técnica é 
sempre relativa aos tipos de efluentes e à quali-
dade requerida pelos padrões de lançamento.
A definição do processo de tratamento 
deve considerar também: custos de investimen-
tos e custos operacionais (energia requerida, mão 
de obra, manutenção, controle analítico e gera-
ção de resíduos, área disponível para a implanta-
ção do tratamento, clima, legislação, proximidade 
de residências, direção de ventos e estabilidade 
do terreno).
3.3 Etapas Básicas de Tratamento
O processo de tratamento do esgoto pode 
adotar diferentes tecnologias para depuração do 
efluente, mas basicamente segue um fluxo que 
compreende as etapas: 
ƒƒ Preliminar: é basicamente o processo 
de filtragem. A entrada de água a ser 
tratada deve ser constituída por grades 
(gradagem), um decantador, um desen-
gordurador e um canal Parshall (veja a 
imagem a seguir dos detalhes do canal 
à direita da figura a seguir) para a re-
moção de sólidos grandes, areia, terra, 
etc., a fim de proteger as demais unida-
des de tratamento, os dispositivos de 
transporte (bombas e tubulações) e os 
corpos receptores. A remoção da areia 
previne, ainda, a ocorrência de abrasão 
nos equipamentos e tubulações e fa-
cilita o transporte dos líquidos. É feita 
com o uso de grades que impedem a 
passagem de sólidos grosseiros, papéis, 
Tecnologias de Tratamento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais
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pedaços de madeira etc. Nessa etapa, 
podem-se utilizar, também, caixas de 
areia, para retenção do material sólido, 
e tanques de flutuação, para retirada 
de óleos e graxas em casos de esgoto 
industrial com alto teor dessas substân-
cias. O gradeamento impede a entrada 
de suspensões grosseiras na Estação de 
Tratamento de Água (ETA). Grades e cri-
vos impedem a passagem de suspen-
sões finas de 1/4” a grosseiras de até 5,0 
cm. 
Fonte: http://pt.wharugo.com/Abastecimento_p%C3%BAblico_
de_%C3%A1gua
ƒƒ Primário: nessa etapa, o esgoto ainda 
contém sólidos em suspensão, porém 
com dimensões bem menores, e a re-
moção pode ser feita em unidades de 
sedimentação, além de reduzir a maté-
ria orgânica contida no efluente. Os só-
lidos sedimentáveis e flutuantes são re-
tirados por meio de mecanismos físicos, 
por decantadores. Os esgotos fluem 
vagarosamente pelos decantadores, 
permitindo que os sólidos em suspen-
são de maior densidade sedimentem 
gradualmente no fundo, formando o 
que se chama de lodo primário. Os ma-
teriais flutuantes, como graxas e óleos, 
de menor densidade, são removidos na 
superfície. 
A seguir, você verá uma imagem de lagoas 
de decantação de uma ETE.
 
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_caekMBjdD6c/TMhZ4IGpCDI/
AAAAAAAAAAU/Zb9m-KXqx-Q/s1600/DSC02370.JPG
ƒƒ Secundário: já é a operação unitária 
de tratamento propriamente dito, e po-
derá ser com os sistemas aeróbios com 
biomassa suspensa (micro-organis-
mos), biomassa fixa (lamas ativadas, lei-
tos percoladores ou biodiscos), ou com 
os sistemas aquáticos por lagunagem. 
Processa, principalmente, a remoção de 
sólidos e de matéria orgânica não sedi-
mentável e, eventualmente, nutrientes 
como nitrogênio e fósforo. Após as fa-
ses primária e secundária, a eliminação 
de DBO deve alcançar 90%. É a etapa de 
remoção biológica dos poluentes, e sua 
eficiência permite produzir um efluen-
te em conformidade com o padrão de 
AtençãoAtenção
As fossas sépticas são um tipo de tratamento 
primário ainda muito usado no meio rural. Os 
sólidos sedimentáveis se acumulam no fundo, 
onde permanecem tempo suficiente para sua 
estabilização pelas bactérias.Como a eficiência 
na remoção da matéria orgânica é baixa, fre-
quentemente se utiliza forma complementar 
de tratamento, como filtros anaeróbios ou sis-
temas de infiltração no solo (sumidouros, valas 
de infiltração e valas de filtração). 
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lançamento previsto na legislação am-
biental. Basicamente, são reproduzidos 
os fenômenos naturais de estabilização 
da matéria orgânica que ocorrem no 
corpo receptor, sendo que a diferença 
está na maior velocidade do processo, 
na necessidade de utilização de uma 
área menor e na evolução do tratamen-
to em condições controladas. 
Dos processos aeróbios, o processo de 
lodo ativado é um dos mais aplicados e 
também de maior eficiência. O oxigênio 
é obtido por aeração mecânica (agita-
ção), por insuflação de ar ou por leitos 
percoladores.
Fonte: http://farm4.static.flickr.com/3607/3633933741_
f74494472a.jpg
As lagoas de estabilização aeróbicas rece-
bem esse nome porque as bactérias aeróbicas 
farão a degradação da matéria orgânica existente 
na água.
AtençãoAtenção
Os leitos percoladores também podem ser cha-
mados de filtros biológicos, que são formados 
por um leito de material altamente permeável, 
nos quais se aderem os micro-organismos e 
por meio dos quais o líquido a ser tratado é 
percolado (fluxo descendente).
 
 
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_W-9y5gQILl0/SctM4k6VVPI/
AAAAAAAAFT8/qTosDCY9MaE/s1600/lagoa+2.jpg
A aeração consiste na remoção de gases dis-
solvidos, de odor, sabor e ativação dos processos 
de oxidação da matéria orgânica, particularmen-
te porque os processos aeróbicos de oxidação 
são mais rápidos e produzem gases praticamente 
sem cheiro. 
ƒƒ Lagoas anaeróbias: são lagoas com 
profundidades da ordem de 3 a 5 me-
tros, cujo objetivo é minimizar ao máxi-
mo a presença de oxigênio para que a 
estabilização da matéria orgânica ocor-
ra estritamente em condições anaeró-
bias. A eficiência nesse tipo de sistema 
poderá atingir até 60% na remoção 
de DBO dependendo da temperatura. 
Existe também o RAFA, que é um reator 
fechado no qual o tratamento biológi-
co ocorre por processo sem oxigênio. 
A decomposição da matéria orgânica 
é feita por micro-organismos presentes 
em um manto de lodo.
AtençãoAtenção
As lagoas de estabilização e maturação são um 
pós-tratamento que tem como objetivo a re-
moção da DBO, sendo normalmente projeta-
das como uma série de lagoas ou como uma 
lagoa única com divisões que possibilitem 
uma boa insolação e aeração. 
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Fonte: http://site.sabesp.com.br/site/uploads/secao/220520124659_tipos_tratamento_saneamento.gif
Em uma ETA, quando temos água turva 
após as etapas anteriores, efetua-se a coagulação 
desses sedimentos.
ƒƒ Coagulação e floculação: a água que 
chega pode conter muitas impurezas 
que estão dispersas, então o coagulan-
te vai servir para unir essas impurezas 
e facilitar sua remoção. A floculação irá 
agitar a água, facilitando a união dessas 
partículas. Para que esses dois proces-
sos ocorram, são usados os seguintes 
produtos químicos:
ƒƒ Sulfato de Alumínio: coagulante, 
apresenta propriedades que aju-
dam a formar flocos gelatinosos; e 
nesse momento são utilizados flo-
culadores para agitar a mistura.
ƒƒ Cal hidratada: atua como um re-
gulador de pH. O pH do sulfato de 
alumínio está em torno de 2,0 a 3,0, 
significando que é ácido demais; 
então, para facilitar a floculação, adi-
ciona-se cal hidratada para diminuir 
o pH, deixando-o em torno de 6,5, 
que é considerado ideal para uma 
boa floculação.
Após a Coagulação e Floculação, 
a água irá novamente para tanques 
de decantação para esperar a sedi-
mentação das impurezas. Para ser 
eficaz, essa decantação deverá ser 
feita em tanques menores.
 
Fonte: http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSL_rSFK9r0r-
VHLeJk_m5pEBii487sEhPTIGsmB3YuLPOFwQ8Bb
Não há uma regra para prever o melhor flo-
culante. Deve-se averiguar, por meio de ensaios 
de laboratório, se determinado floculante satis-
faz às exigências previstas. O floculante mais lar-
gamente empregado é o sulfato de alumínio, de 
aplicação restrita à faixa de pH situada entre 5,5 
e 8,0. Quando o pH da água não se encontra nes-
sa faixa, costuma-se adicionar cal ou aluminato 
de sódio, a fim de elevar o pH, permitindo a for-
mação dos flóculos de hidróxido de alumínio. O 
aluminato de sódio, empregado juntamente com 
o sulfato de alumínio, tem faixa de aplicação res-
trita a pHs elevados, em que também é útil para a 
remoção do íon magnésio.
ƒƒ Terciário: é a remoção de poluentes tó-
xicos ou não biodegradáveis não retira-
dos na fase secundária.
ƒƒ Desinfecção: nessa fase do tratamento, 
como grande parte dos micro-organis-
mos patogênicos foi eliminada nas eta-
pas anteriores, a desinfecção total pode 
ser feita pelo processo natural – lagoa 
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de maturação, por exemplo – ou artifi-
cial, que poderá ser:
ƒƒ por oxidação: usa-se permanganato 
de potássio (KMnO4), água oxigena-
da (H2O2) ou ozônio (O3);
ƒƒ por halogenação: usa-se Fl2, Cl2, Br2 
e I2 ou compostos destes, como, por 
exemplo, o hipoclorito de sódio (Na-
ClO2);
ƒƒ por ozonização: usa-se ozônio (O3);
ƒƒ por ultravioleta, que é uma ação fí-
sica, embora esse tratamento seja 
mais empregado na esterilização.
Na desinfecção entre os processos artifi-
ciais, a cloração é a de menor custo, mas pode ge-
rar subprodutos tóxicos, como organoclorados. 
A ozonização é muito dispendiosa, e a radiação 
ultravioleta requer equipamentos caros. 
AtençãoAtenção
Repare que, no tratamento de água, você terá 
dois processos de filtração em fases distintas: a 
filtração grosseira, que ocorre na fase prelimi-
nar, e a filtração que ocorre após a coagulação 
e a floculação. 
Após a desinfecção, que é a última etapa de 
tratamento, alguns países adicionam fluoreto de 
sódio (NaF) como fluoretação, a fim de evitar cá-
ries dentárias.
Esse método é bastante discutível, e países 
desenvolvidos da Europa já proíbem a adição, 
pois hoje se sabe que o excesso de flúor pode 
causar problemas sérios à saúde.
A seguir, você verá um esquema de ETE e 
uma simplificação das fases de uma ETA.
 
Fonte: http://caroldaemon.blogspot.com/2012/07/como-funciona-uma-estacao-de-tratamento.html
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Fonte: http://www.fec.unicamp.br/~bdta/modulos/saneamento/lodo/lodo.h1.jpg
Saiba maisSaiba mais
Como funciona uma estação de tratamento de esgoto
 
Fonte: http://www.catanduva.sp.gov.br/DynamicFiles/Image/Noticia/2011/ilustraETE_texto.jpg
O saneamento básico compreende o tratamento da água que será fornecida para consumo da população, coleta 
e tratamento do esgoto produzido, um sistema de gestão dos resíduos sólidos urbanos e por fim um sistema 
eficiente de drenagem pluvial.
O esgoto normalmente contém nitrogênio e fósforo que, sendo fertilizantes, favorecem o crescimento de algas, 
porém o crescimento excessivo das algas pode impedir a penetração da luz do sol aumentando assim a poluição. 
O esgoto contém material orgânico que as bactérias no ambiente começarão a decompor; fazendo isso, essas 
bactérias consumirão oxigênio da água e a falta de oxigênio mata os peixes. O crescimento das algas, a redução 
do oxigênio e a escuridão destroem a capacidade de um rio ou lago de manter a subsistência de animais selva-
gens, e todos os peixes, rãs e outras formas de vida morrem rapidamente. 
É preferível que um sistema de esgoto seja completamente movido à gravidade, como um sistema séptico. Os 
tubos decada casa ou edifício seguem para um tubo principal de esgoto que percorre, por exemplo, o meio da 
rua. O tubo principal pode ter de 1 a 1,5 m de diâmetro. Periodicamente, um tubo vertical subirá do tubo princi-
pal à superfície, formando um posto de visita, coberto por uma tampa de bueiro. Os poços de visita permitem o 
acesso ao tubo principal para manutenção. 
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No capítulo 3, já estudamos o tratamento de água como processo, sabendo que dependendo do 
tipo de manancial ou reservatório poderemos ter aumento ou diminuição de etapas do saneamento. 
Contudo, as etapas básicas compreendem: filtração grosseira, ou gradeamento, floculação, sedimenta-
ção e decantação do floculado, nova filtração e desinfecção, além de fluoretação, que não é considerada 
como tratamento.
Quando temos esgoto ou água com grande quantidade de matéria orgânica, ainda temos os pro-
cessos de aeração, lagoas de estabilização, para processos com bactérias aeróbicas, ou tanques específi-
cos, para processos com bactérias anaeróbicas. 
Saiba maisSaiba mais
Os tubos de esgoto seguem para tubos que aumentam gradualmente até chegarem à estação de tratamento de 
esgoto. Para ajudar a gravidade a fazer seu trabalho, a estação de tratamento de esgoto geralmente fica localizada 
em uma área mais baixa, e os tubos principais percorrem o leito e fundo do rio (que seguem naturalmente em 
declive) até a estação que irá trata-lo. 
Se a camada do solo não tiver desnível favorável a gravidade não poderá fazer todo o trabalho sozinha dai, o siste-
ma de esgoto terá que incluir uma bomba de trituração ou uma estação de elevação para levar a água de esgoto 
ao local de tratamento.Uma vez que a água chega à estação de tratamento de esgoto, ela passa por um, dois ou 
três estágios de tratamento (dependendo da sofisticação da estação). 
O primeiro estágio, conhecido como tratamento primário, faz o mesmo que uma fossa séptica: permite que os 
sólidos sejam separados da água e a espuma suba; o sistema coleta os sólidos a serem descartados (em um depó-
sito de lixo ou em um incinerador). O tratamento primário é bastante simples - envolve uma tela seguida por um 
conjunto de reservatórios ou tanques que deixam a água em repouso, de modo que os sólidos sejam separados.
O tratamento primário pode remover metade dos sólidos, materiais orgânicos e bactérias da água. Se na esta-
ção só houver o tratamento primário, a água será clorada para matar as bactérias remanescentes e liberada. O 
segundo estágio, conhecido como tratamento secundário, remove materiais orgânicos e nutrientes. Isso é feito 
com a ajuda de bactérias - a água vai para grandes tanques de aeração, onde as bactérias aeróbicas consomem 
a matéria orgânica.
Os dejetos, então, vão para tanques de sedimentação, onde as bactérias são depositadas. O tratamento secundá-
rio pode remover 90% de todos os sólidos e materiais orgânicos dos dejetos.
O terceiro estágio, conhecido como tratamento terciário, varia dependendo da comunidade e da composição 
dos dejetos. Tipicamente, o terceiro estágio utilizará produtos químicos para remover o fósforo e o nitrogênio da 
água, mas também pode incluir tanques de filtração e outros tipos de tratamento. O cloro, acrescentado à água, 
mata as bactérias ainda existentes, e a água é escoada. 
Um grande problema que está enterrado e permanece pouco visível para os olhos da população são as perdas. 
Canos furados, imperfeições nos sistemas de distribuição de água potável, emendas de canos defeituosas e ou-
tros problemas fazem com que a perda estimada nas águas já tratadas se situe entre 30% e 40% na maioria das 
referências bibliográficas sobre o assunto.
Fonte: http://educando.sanepar.com.br/ensino_fundamental/processo-de-tratamento-de-esgoto
3.4 Resumo do Capítulo
Tecnologias de Tratamento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais
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1. Em uma das etapas do tratamento de água, acrescenta-se o Sulfato de alumínio Al2(SO4)3. Esse 
composto tem um importante papel no processo; sem ele seria praticamente impossível retirar 
as impurezas presentes na água sem tratamento. A imagem a seguir ilustra o Al2(SO4)3 agindo 
sobre a água; ela também serve para representar duas etapas do tratamento convencional usa-
do nas ETAs. Defina essas etapas.
2. Associe as etapas do processo utilizado nas ETAs com o procedimento característico.
1 - Filtração
2 - Floculação
3 - Decantação
4 - Filtros de carbono
5 - Desinfecção
( ) Adição de cloro para eliminar os germes nocivos à saúde.
( ) A água é filtrada para a retirada de partículas grandes de sujeira.
( ) A água fica parada para que os flocos mais pesados se depositem no fundo.
( ) Sulfato de alumínio é adicionado para que as partículas de sujeira se juntem, formando pe-
quenos coágulos.
( ) A água passa pelos filtros formados por camadas de areia, carbono e turfa. 
3. A água potável proveniente de estações de tratamento resulta de um conjunto de procedimen-
tos físicos e químicos que são aplicados na água para que esta fique em condições adequadas 
para o consumo. Essa separação é necessária porque a água de rios ou lagoas apresenta muitos 
resíduos sólidos; por isso, deve passar por uma série de etapas para que esses resíduos sejam 
removidos. Nesse processo de tratamento, a água fica livre também de qualquer tipo de conta-
minação, evitando a transmissão de doenças. Em uma ETA típica, a água passa pelas seguintes 
etapas: coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção, fluoretação e correção de 
pH.
Assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
3.5 Atividades Propostas
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a) ( ) Fluoretação: é quando se adiciona flúor na água, cuja finalidade é prevenir a formação 
de cárie dentária em crianças.
b) ( ) Floculação: ocorre em tanques de concreto, logo após a coagulação. Com a água em 
movimento, as partículas sólidas se aglutinam em flocos maiores.
c) ( ) Decantação: nessa etapa, que é posterior à coagulação e à floculação, por ação da gra-
vidade, os flocos com as impurezas e partículas ficam depositados no fundo de outros tan-
ques, separando-se da água. A etapa da decantação pode ser considerada um fenômeno 
físico.
d) ( ) Coagulação: é a etapa em que a água, na sua forma bruta, entra na ETA. Ela recebe, 
nos tanques, uma determinada quantidade de cloreto de sódio. Essa substância serve para 
aglomerar partículas sólidas que se encontram na água, como, por exemplo, a argila.
e) ( ) Desinfecção: é a etapa em que cloro ou ozônio é aplicado na água para eliminar micro-
-organismos causadores de doenças.
f) ( ) Correção de pH: esse procedimento serve para corrigir o pH da água e preservar a rede 
de encanamentos de distribuição. Se a água está básica, é aplicada certa quantidade de cal 
hidratada ou de carbonato de sódio.
4. A obtenção de água doce de boa qualidade está se tornando cada vez mais difícil devido ao 
adensamento populacional, às mudanças climáticas, à expansão da atividade industrial e à po-
luição. A água, uma vez captada, precisa ser purificada, o que é feito nas estações de tratamen-
to. Em um esquema do processo de purificação, as etapas B, D e F são: 
B – adição de sulfato de alumínio e óxido de cálcio;
D – filtração em areia;
F – fluoretação. 
Assim, as etapas A, C e E devem ser, respectivamente,
a) Filtração grosseira, decantação e cloração.
b) Decantação, cloração e filtração grosseira.
c) Cloração, neutralização e filtração grosseira.
d) Filtração grosseira, neutralização e decantação.
e) Neutralização, cloração e decantação.
Tecnologias de Tratamento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais
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5. Considere o esquema a seguir, que mostra as etapas de tratamento

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