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Relação entre Winnicott, Melanie Klein e Anna Freud

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SOCIEDADE PSICANALÍTICA DO PARANÁ
POLO DE SANTO ANTÔNIO DA PLATINA - PR
CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE
JOANA PAULA DE SOUZA
PSICANÁLISE INFANTIL
PROF. DR. RICARDO DOS ANJOS BARACHO
SANTO ANTÔNIO DA PLATINA - PR, JULHO DE 2017.
“Qual a relação da mãe suficientemente boa proposta por Winnicott com a posição depressiva de Melanie Klein e o ego proativo e independente de Anna Freud?”
	Melanie Klein foi à pioneira de toda uma corrente psicanalítica contemporânea que enfatiza a existência de relações de objeto precoces como fundadoras do desenvolvimento psíquico e da personalidade.
Para compreensão da concepção kleiniana sobre o momento e a maneira como é vivido o complexo de Édipo depende da sua reformulação da teoria da sexualidade, baseada nas posições esquizoparanoide e depressiva, as atitudes, os vínculos e todo o funcionamento psíquico. Esta teoria das posições corresponde, como comentam Greenberg & Mitchell (1994), a uma reformulação da teoria das fases psicossexuais de Freud, dado que, para ela, na verdade, as fases freudianas se justapõem e se misturam umas às outras.
 As posições, para Klein, correspondem a modos de funcionamento das relações com os objetos e os mecanismos de defesa a eles associados, sendo que na posição esquizoparanoide “(...) o amor e o ódio, bem como os aspectos bons e maus do seio, são mantidos amplamente separados um do outro” (KLEIN, 1952/1991, p.71-72), e na posição depressiva são unificados, pois “a ansiedade depressiva é intensificada (...) o bebê sente que destruiu ou está destruindo um objeto inteiro com sua voracidade e agressão incontroláveis (...) sente que esses impulsos destrutivos são dirigidos contra uma pessoa amada” (KLEIN, 1952/1991, p.73). 
Como bem expressa Oliveira e Amaral (2009, apud BRITTON, 1994) o Complexo de Édipo descrito por Freud pos​sui três elementos essenciais, que independe do sexo da criança. O primeiro elemen​to diz da necessidade de um casal de pais que pode ser real ou simbólico. No segundo, tem-se o desejo de morte em relação ao ge​nitor do mesmo sexo. No terceiro e último elemento verifica-se a existência de um so​nho ou mito de realização do desejo de to​mar o lugar de um dos pais e casar-se com o outro. Contudo, Freud relaciona a castração como um aspecto básico para o entendimento do complexo de Édipo, que serve para ambos os sexos. Se tratando dos meninos, há a percepção de que a menina não possui o mesmo órgão sexual que ele, então passa a desenvolver certo grau de medo de ser castrado, ou melhor, de ser punido pelo pai. “Isso põe fim ao complexo de Édipo, fazendo surgir na criança o superego e dirigindo o menino à busca de outros objetos que não a mãe” (MARCHIOLLI, 2010, p. 30). Já nas meninas prevalecem ideias de que foi castrada, e não recebeu um órgão sexual igual ao do menino, então, começa a desenvolver sentimentos de inferioridade em relação ao menino, além de sentimentos de culpa que surgem após o complexo de édipo por atos errados cometidos em suas fantasias contra os pais. 
Já Klein, “descreveu a situação edípica com foco nas fantasias primárias (OLIVEIRA; AMARAL, 2008, p. 3)”. Acreditava diferentemente de Freud, num complexo de Édipo precoce, que a partir dos dois anos de idade, quando as dúvidas a respeito de sexualidade surgem na criança e são supridas, é o momento que se inicia o desenvolvimento do complexo de Édipo. Klein teorizou estágios iniciais da vida da criança, que primeiramente teria como uma posição esquizo-paranóide na existência de fantasias inconscientes relacionadas com as vivências da criança, que possibilitam experimentar momentos de satisfação e insatisfação, representada pela existência de um seio bom e um seio mau. Neste caso, “há a prevalência de um ego imaturo, e estes mecanismos de divisão correspondem às primeiras defesas desse ego primitivo (OLIVEIRA; AMARAL, 2008, p. 3)”. Após isso, a criança começa perceber que o mesmo objeto que a traz satisfação é o mesmo que a traz insatisfação e está ligado ao seu objeto de amor: a mãe. Então, é ai que começa “um conflito de am​bivalência de sentimentos, pois a mãe que a criança odeia e a quem direcionou seus impulsos destrutivos é a mesma a quem di​reciona amor, é quem teme perder (OLIVEIRA; AMARAL, 2008, p. 3)”. 
Isso faz com que a criança vivencie ansiedades e sentimentos de culpa em relação à mãe, e anseia concertar o mau que o fez pensar da mesma, Klein chamou isso de posição depressiva.
A teoria de Anna Freud dá origem à Teoria do Ego (Americana) que visa a adaptação. A teoria de Klein diz respeito a duas pulsões: de vida (gratidão) e de morte(inveja). Enquanto Freud falava de fases de desenvolvimento da libido, Klein falava das posições de desenvolvimento da libido. Posição conceito que diz respeito a ego, objeto, ansiedade e defesas; posição Esquizo-Paranóide (0-5/6 mês) o bebê faz distinção entre bom e mau.
 	O ego já está presente no início da vida, para Klein. É um ego primitivo, arcaico. O mecanismo de defesa da criança nessa fase é uma ideia de onipotência, introjeção, idealização, negação, cisão e projeção. A cisão é necessária nesta fase, mas se severa, gera o esquizofrênico; no 5° mês o bebê se intera que ele é um só e que a mãe é uma só também, consolida-se o ego. Para a teoria Kleiniana, o desenvolvimento do superego começa durante a posição depressiva. 
Apesar do respeito pela qualidade das ideias kleinianas, em especial a teoria da posição depressiva, a diferença teórica entre esses autores tomou tal proporção que Winnicott assumiu não “ser capaz de expor o ponto de vista de Klein de um modo que ela mesma aprovasse” (1965va/1990, p. 161). Para ele, é inapropriado usar a palavra interno para designar os fenômenos que compõem a realidade psíquica do lactente antes da conquista da unidade psicossomática, pois, no estágio primitivo, o lactente ainda “não estabeleceu propriamente” (1965j/1990, p. 169) os limites do eu e muito menos conquistou a capacidade de usar os mecanismos mentais de projeção e introjeção. Sendo assim, no estágio primitivo, aquilo que será denominado interno após a personalização “significa pessoal, e pessoal na medida em que o indivíduo é uma pessoa com um self [si-mesmo] no processo de ser envolvido” (1965j/1990, p. 169). Dessa forma, “o ambiente facilitador, o apoio do ego da mãe ao ego imaturo do lactente” são as partes essenciais da criança como “criatura viável” (1965j/1990, p. 169) que precisam ser consideradas.
A teoria da libido freudiana como base para o desenvolvimento emocional, todos, menos Winnicott, assumiam a ideia kleiniana de que, desde o início, o bebê é dotado de um psiquismo e capaz de se relacionar com um objeto, ou seja, é capaz de identificar a mãe como um objeto externo e se relacionar com ela por meio de mecanismos mentais.
Donalds Woods Winnicott compreendeu que o potencial para o desenvolvimento em nós, vai germinar e crescer (ou como isso vai ocorrer) depende do ambiente. Temos uma dependência absoluta, ou seja, se não houver quem cuide de nós, morremos. Caminhamos assim da dependência para a independência. 
Dependência relativa: emocionalmente, dependemos dos outros. Mãe suficientemente boa: não perfeita, mas que é capaz de oferecer holding (suporte, sustentação) e handling (manejo) que são as rotinas necessárias para o bebê organizar seu mundo. Isso se dá ao apresentar a mamadeira (apresentação do objeto)até que surja a necessidade deste objeto. Ele considerou que a mãe intervém como ativa construtora do espaço mental da criança. Para ele, tanto o ódio quanto à agressividade faz parte da pulsão de vida. Não há pulsão de morte.
O ambiente deve se adaptar adequadamente à criança, para formar seu verdadeiro self, para Winnicott o ambiente é um elemento fundamental, a ponto de considerar as falhas ambientais como a etiologia principal dos quadros psicopatológicos. A mãe deve funcionar como “ego-auxiliar” da criança. Quando a sustentação exercida pela mãe for bem sucedida, a criança a vive como uma “continuidade existencial”; noentanto, quando falha, o bebê terá uma experiência subjetiva de ameaça, que obstaculiza o desenvolvimento normal. A falta de holding adequado provoca uma alteração no desenvolvimento, cria-se uma “casca” (o falso self) em extensão da qual o individuo cresce, enquanto o “núcleo” (o verdadeiro self) permanece oculto e sem poder se desenvolver. O falso self surge pela incapacidade materna de interpretar as necessidades da criança. 
É imprescindível falar que a castração denominada por Freud, é um fator que contribui bastante para o desenvolvimento sexual e afetivo da criança, pois a partir dela haverá o reconhecimento de que não é o centro das atenções da mãe e/ou cuidador, logo, as possibilidades de reconhecimento do outro surgirão, e começarão aparecer comportamentos e expressões sociais próprias. 
Todas essas teorias nos são importantes para melhor entendimento comportamental e mental, podendo ajudar o individuo em seus conflitos internos e externos para superá-los.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Extraído de:
MARCHIOLLI, Priscila Toscano Oliveira; Fulgencio Leopoldo. Título da publicação. Publicado em: O complexo de Édipo nas obras de Klein e Winnicott: comparações. Normas da ABNT. [S.I]: Virtual Book. 2013. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/agora/v16n1/v16n1a07.pdf>. Acessado em: 18/07/2017.
MOURA, Aparecida Joviane. Título da publicação. Publicado em: Introdução à teoria de Winnicott. Normas da ABNT. [S.I]: Virtual Book. 2008. Disponível em:< https://psicologado.com/abordagens/psicanalise/introducao-a-teoria-de-winnicott © Psicologado.com.> Acessado em:18/07/2017. 
MORAES, Ariadne Alvarenga Rezende Engelberg. Título da publicação. Publicado em: Winnicott e o Middle Group: a diferença que faz diferença. Normas da ABNT. [S.I]: Virtual Book. 2008. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/agora/v16n1/v16n1a07.pdf.> Acessado em: 18/07/2017.
Título da publicação. Publicado em: Melanie Klein e Winnicott. Normas da ABNT. [S.I]: Virtual Book. 2010. Disponível em:< http://psiquni.blogspot.com.br/2010/11/melanie-klein-e-winnicott.html. > Acessado em: 18/07/2017.

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