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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS SEMINÁRIOS INTEGRADOS EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROFESSORA: CLAUDIA HORBILON 1º SEMESTRE / 2019 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL – SPED Alunos : Ana Paula Martins de Oliveira – 201602329061 Flávia Barbosa Ramos – 201601103786 Isis Roger de Carvalho – 201501070711 Richard G. Magalhães Pinheiro – 201602778981 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................. Pág. 02 2 O QUE É SPED? ............................................................................ Pág. 02 2.1 SUBPROJETOS DO SPED ............................................................ Pág. 03 2.1.1 CERTIFICAÇÃO DIGITAL ......................................................... Pág. 03 2.1.2 DOCUMENTOS FISCAIS ELETRÔNICOS ................................. Pág. 03 2.1.3 (NF-e) NOTA FISCAL ELETRÔNICA......................................... Pág. 04 2.1.4 (NFS-e) NOTA FISCAL DE SERVIÇOS ELETRÔNICA.............. Pág. 04 2.1.5 (NFC-e) NOTA FISCAL DE CONSUMIDOR ELETRÔNICA..... Pág. 05 2.1.6 (CT-e) CONHECIMENTO DE TRANSPORTE ELETRÔNICO:.... Pág. 05 2.1.7 (MDF-e) MANIFESTO DE DOCUMENTOS FISCAIS ELETRÔNICO Pág. 05 2.1.8 eSOCIAL .................................................................................................. Pág. 06 2.1.9 EFD-REINF............................................................................................. Pág. 07 2.1.10 EFD-ICMS/ IPI....................................................................................... Pág. 08 2.1.11 EFD-CONTRIBUIÇÕES....................................................................... Pág. 08 2.1.12 eFINANCEIRA ...................................................................................... Pág. 09 2.1.13 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL........................................... Pág. 10 2.1.14 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL FISCAL ........................................... Pág. 11 3 . CONCLUSÃO......................................................................................... Pág. 13 2 1 – INTRODUÇÃO: Com a globalização e o acesso fácil a tecnologia, as empresas estão cada vez mais modernizadas. Não só pelo simples fato da tecnologia ajudar na agilidade dos processos, mas no fato de que cada vez mais se está sendo exigida essa modernidade tecnológica das empresas. Atualmente, o Governo, por meio da tecnologia da informação está buscando novas formas de relacionamento com o contribuinte. Diante disso, surgiu o Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, que consiste na modernização da sistemática atual do cumprimento das obrigações acessórias por parte dos contribuintes, transmitidas as administrações públicas e aos órgãos fiscalizadores. Dessa forma, o SPED contribui para a redução de custos com armazenamento de documentos, minimizar os encargos com o cumprimento das obrigações acessórias e problemas decorrentes de evasão fiscal, bem como, possibilitar troca de informação em tempo real. Dentro desse contexto, o objetivo deste presente trabalho e esclarecer de uma forma clara, o que é o SPED e explicando detalhadamente suas ramificações e como isso tem facilitado o trabalho dos contadores. 2 – O QUE É SPED? A sigla SPED significa – Sistema Público de Escrituração Digital é o sistema que unifica as atividades de armazenamento de dados de Notas Fiscais Eletrônicas de recepção, valida livros e documentos que integram escrituração comercial, fiscal e previdenciária das empresas, dando autenticidade a eles, com isso substitui os livros contábeis, fiscais e previdenciárias convencionais. Esse sistema foi instituído pelo Decreto nº 6.022 de janeiro de 2007, o projeto faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal do Brasil). As principais premissas do SPED são: • Padronização e Simplificação • Eliminar a redundância de informações; • Uniformizar as informações prestadas pelos contribuintes aos diversos órgãos federais e UF. • Integração • Promover a atuação integrada dos fiscos federal, estadual e municipais e dos órgãos fiscalizadores. • Compartilhamento 3 • Base de dados única e compartilhada; • Acesso compartilhado à escrituração digital de contribuintes por órgãos ou entidades legalmente autorizadas. Atualmente, todas as empresas cuja tributação seja pelo lucro real ou presumido são obrigadas a aderir ao SPED, com incidência de multa caso não efetuem a adesão ao programa ou entregue as informações fora do prazo. 2.1 – SUBPROJETOS DO SPED: A Nota Fiscal Eletrônica, Escrituração Fiscal Digital do ICMS/ IPI e a Escrituração Contábil Digital formam os pilares do SPED. Além deles, temos: A NFS-e, CT-e, NFC- e, MDF-e, EFD Contribuições, eSOCIAL, ECF, e-Financeira e o EFD-Reinf. E como premissa para a entrega dos arquivos juntos ao FISCO é necessário obter a certificação digital que é a assinatura da empresa em seus respectivos arquivos. 2.1.1 – CERTIFICAÇÃO DIGITAL: A Certificação Digital é o mecanismo de segurança capaz de garantir autenticidade, confidencialidade e integridade às informações eletrônicas das mensagens e documentos trocados na internet que de forma mais simples identifica a autoria nas operações via internet mantendo dados confidenciais protegidos contra a leitura de pessoas não autorizadas. De acordo com Azevedo e Mariano (2009, p. 47): Utilizando a Certificação Digital, é possível identificar o autor de uma transação ou mesmo de uma mensagem possibilitando manter os dados confidenciais protegidos contra a leitura por pessoas não autorizadas. Vale ressaltar que a certificação digital, como consta no parágrafo primeiro do Decreto 6.022/2007, é a base tecnológica que dá validade jurídica aos documentos eletrônicos tratados pelo SPED. 2.1.2 – DOCUMENTOS FISCAIS ELETRÔNICOS: As normas postas pelo SPED ocasionaram novas rotinas para empresas e seus profissionais, especialmente no que diz respeito à gestão dos documentos fiscais eletrônicos. Os processos de trabalho já definidos foram varridos por um vendaval de inovação. Impressoras matriciais foram inutilizadas e ferramentas digitais tornaram-se indispensáveis. Contudo, a empresa deve estar atenta para o processo de recepção, armazenamento e confirmação da legitimidade de cada documento. 4 2.1.3 – (NF-e) NOTA FISCAL ELETRÔNICA: A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é um documento fiscal instituído pelo Ajuste SINIEF 07/2005, que já sofreu diversas alterações. A NF-e foi criada para alterar um dos procedimentos mais corriqueiros das empresas: A emissão de documentos fiscais, substituindo assim, o papel por arquivo digital. O Ajuste SINIEF 07/2005 determina quais os modelos de documentos fiscais a NF-e passa a substituir e traz o conceito de Nota Fiscal Eletrônica e a 1ª Cláusula explicita: Fica instituída a NF-e que poderá ser utilizada em substituição a Nota Fiscal modelo 1 ou 1-A, pelos contribuintes do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI ou Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS. § 1º. Considera-se Nota Fiscal Eletrônica – NF-e o documento emitido e armazenado eletronicamente, de existência apenas digital, com ointuito de documentar operações e prestações, cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente e autorização de uso pela administração tributária da unidade federada do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador. A implantação da Nota Fiscal Eletrônica constitui grande avanço para facilitar a vida do contribuinte e as atividades de fiscalização sobre operações e prestações tributárias pelo Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e pelo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Esse projeto trouxe um grande avanço para o cenário tributário nacional e mudanças significativas no processo de emissão de notas segundo Mello (2010, p. 30): Assim, ainda que não pareça, este novo conceito trazido pela NF-e implica em uma importante mudança cultural, não apenas nas relações entre empresas e o Fisco, mas também em toda a cadeia de suprimentos, uma vez que o documento válido não é mais o papel, mas sim o documento eletrônico. A obrigatoriedade foi definida através da atividade econômica das empresas ou por protocolos, ajustes que foram definidos pela SEFAZ de cada estado. Mesmo sendo um arquivo eletrônico é necessário emitir a nota no formato em papel (DANFE – Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica) para a circulação da mercadoria. A alta disponibilidade é uma das premissas básicas do sistema de emissão e autorização da Nota Fiscal Eletrônica. A este pensamento, Duarte (2011, p. 237) complementa: Alternativas de emissão da NF-e em contingência são fundamentais, pois recursos tecnológicos sempre estão sujeitos a falhas. 2.1.4 – (NFS-e) NOTA FISCAL DE SERVIÇOS ELETRÔNICA: A Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) é um documento de existência digital, gerado e armazenado eletronicamente em Ambiente Nacional pela RFB, pela 5 prefeitura ou por outra entidade conveniada, para documentar as operações de prestação de serviços. Para Duarte (2011, p. 268): Esse projeto visa o benefício das administrações tributárias padronizando e melhorando a qualidade das informações, racionalizando os custos e gerando maior eficácia, bem como o aumento da competitividade das empresas brasileiras pela racionalização das obrigações acessórias (redução do custo Brasil), em especial a dispensa da emissão e guarda de documentos em papel. Duarte (2011, p. 274) explica ainda que: A geração da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica - NFS-e é feita, automaticamente, por meio de serviços informatizados, disponibilizados aos contribuintes. Para que sua geração seja efetuada, dados que a compõem serão informados, analisados, processados, validados e, se corretos, gerarão o documento. A responsabilidade pelo cumprimento da obrigação acessória de emissão da NFS-e e pelo correto fornecimento dos dados à secretaria, para a geração da mesma, é do contribuinte. 2.1.5 – (NFC-e) NOTA FISCAL DE CONSUMIDOR ELETRÔNICA: A Nota Fiscal de Consumidor eletrônica (NFC-e) é um documento de exigência apenas digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar as operações comerciais de venda presencial ou venda para entrega em domicílio a consumidor final (pessoa física ou jurídica) em operação interna. A Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica – NFC-e visa oferecer uma nova alternativa totalmente eletrônica para os atuais documentos fiscais em papel utilizados no varejo, reduzindo custos de obrigações acessórias aos contribuintes, ao mesmo tempo que possibilita o aprimoramento do controle fiscal pelas Administrações Tributárias. Possibilita ao consumidor a conferência da validade e autenticidade do documento fiscal recebido, como também propõe o estabelecimento de um padrão nacional de documento fiscal eletrônico, baseado nos padrões técnicos de sucesso da Nota Fiscal Eletrônica modelo 55, todavia adequado às particularidades do varejo. 2.1.6 – (CT-e) CONHECIMENTO DE TRANSPORTE ELETRÔNICO: O Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) é um documento de existência exclusivamente digital, emitido e armazenado eletronicamente, com um intuito de documentar uma prestação de serviços de transportes, cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente e a autorização de uso fornecida pela administração tributária do domicílio do contribuinte. 2.1.7 – (MDF-e) MANIFESTO DE DOCUMENTOS FISCAIS ELETRÔNICO: 6 Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e) é o documento emitido e armazenado eletronicamente, de existência apenas digital, para vincular os documentos fiscais transportados na unidade de carga utilizada, cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente e autorização de uso pelo Ambiente Autorizador. 2.1.8 – eSOCIAL: O Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) foi instituído pelo Decreto nº 8.373/14 é um programa do governo federal – faz parte do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), que unifica o envio para um mesmo canal de informações trabalhistas, fiscais e previdenciárias pelo empregador em relação aos seus empregados e demais obrigações de toda relação onerosa de trabalho, mesmo para aqueles que não tenham empregados. O eSOCIAL abrange informações sobre cadastrais, contratuais e funcionais sobre: • Empregados contratados sob regime de CLT (inclusive o aprendiz) ativos e afastados e parcialmente seus dependentes; • Servidores Públicos estatutários ativos, afastados parcialmente e seus dependentes; • Servidores públicos contratados de forma temporária ou comissionados (de livre contratação e exoneração), cedidos e parcialmente seus dependentes; • Empregados domésticos; • Estagiários; • Prestadores de serviços autônomos (parcialmente). Ele é apenas uma ferramenta completa de dados e fiscalização de toda folha de pagamento. Os órgãos que o eSOCIAL atende: • Receita Federal (RFB); • Ministério do Trabalho e Emprego (MTE); • Instituto Nacional de Serviço Social (INSS); • Caixa Econômica Federal (CEF); 7 • Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); • Justiça do Trabalho. 2.1.9 – (EFD-REINF) ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL DE RETENÇÕES E OUTRAS INFORMAÇÕES FISCAIS: A Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais EFD-Reinf é um dos módulos do Sistema Público de Escrituração Digital - SPED, a ser utilizado pelas pessoas jurídicas e físicas, em complemento ao Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas – e social. Tem por objeto a escrituração de rendimentos pagos e retenções de Imposto de Renda, Contribuição Social do contribuinte exceto aquelas relacionadas ao trabalho e informações sobre a receita bruta para a apuração das contribuições previdenciárias substituídas. Substituirá, portanto, o módulo da EFD-Contribuições que apura a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB). A EFD-Reinf junto ao e social, após o início de sua obrigatoriedade, abre espaço para substituição de informações solicitadas em outras obrigações acessórias, tais como a GFIP, a DIRF e obrigações acessórias instituídas por outros órgãos de governo como a RAIS e o CAGED. Esta escrituração está modularizada por eventos de informações, contemplando a possibilidade de múltiplas transmissões em períodos distintos, de acordo com a obrigatoriedade legal. Dentre as informações prestadas através da EFD-Reinf, destacam-se aquelas associadas: • Aos serviços tomados/prestados mediante cessão de mão de obra ou empreitada; • Às retenções na fonte (IR,CSLL, COFINS, PIS/PASEP) incidentes sobre os pagamentos diversos efetuados a pessoas físicas e jurídicas; • Aos recursos recebidos por / repassados para associação desportiva que mantenha equipe de futebol profissional; • À comercialização da produção e à apuração da contribuição previdenciária substituída pelas agroindústrias e demais produtores rurais pessoa jurídica; • Às empresas que se sujeitam à CPRB (Constituição Federal, Lei nº 12.546/2011); • Às entidades promotoras de evento que envolva associação desportiva que mantenha clube de futebol profissional. 8 2.1.10 – (EFD-ICMS/ IPI) ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL DE IMPOSTOS SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS E IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS: A Escrituração Fiscal Digital (EFD) é um arquivo digital, com validade jurídica, formando um conjunto de escriturações de documentos fiscais e outras informações de interesse dos fiscos das unidades federadas e da Receita Federal do Brasil, bem como registros de apuração de impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte. A EFD - ICMS/ IPI contempla: I. Livro Registro de Entradas II. Livro Registro de Saídas III. Livro Registro de inventário IV. Livro Registro de Apuração do IPI V. Livro Registro de Apuração do ICMS VI. Documento Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente (CIAP) A EFD-ICMS/ IPI tem a finalidade de substituir diversas obrigações fiscais que as empresas devem apresentar ao fisco, cumprindo assim o objetivo de racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes. Duarte (2010, p. 135) traz um pensamento com relação a esta questão: Atualmente, as informações requeridas pelo fisco são fornecidas por meio de um grande número de demonstrações em meio eletrônico e diferentes leiautes, o que acarreta um aumento de obrigações acessórias e onerosidade ao contribuinte. O SPED Fiscal representa uma evolução natural do SINTEGRA, de forma a substituí- lo gradativamente por um conjunto bem mais abrangente e detalhado de informações. Além disso, é assinado com certificado digital, o que confere validade jurídica, para todos os fins, dos dados enviados. A EFD é extremamente detalhada. A tabela de registros possui mais de 100 tipos diferentes dados o nível de exigência com relação às informações fiscais solicitadas. 2.1.11 – EFD-CONTRIBUIÇÕES: A EFD Contribuições, integrante do SPED, foi originalmente instituída pela Instrução Normativa 1.052, de 05 de julho de 2010. No entanto, foi revogada pela Instrução Normativa 1.252 de 2012 que alterou a denominação da obrigação que de EFD PIS/COFINS passou a denominar-se EFD Contribuições, quando passou a abranger além do PIS e da COFINS a Contribuição Previdenciária sobre a receita de determinadas atividades. 9 A EFD Contribuições foi criada para unificar, racionalizar, agilizar o processo creditório do PIS e da COFINS, além de trazer a principal fonte de arrecadação federal para o universo SPED. Essa nova obrigação acessória trata de arquivo digital instituído no Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, a ser utilizado pelas pessoas jurídicas de direito privado na escrituração da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, nos regimes de apuração não-cumulativo e/ou cumulativo. Oliveira (2011, p. 71) reflete: As informações a serem apresentadas serão com base no conjunto de documentos e operações representativos das receitas auferidas, bem como dos custos, despesas, encargos e aquisições geradores de créditos da não- cumulatividade. Já Duarte (2011, p. 424) esclarece que a entrega do arquivo ao SPED será efetuada de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica: Os documentos e operações da escrituração representativos de receitas auferidas e de aquisições, custos, despesas e encargos incorridos, serão relacionadas no arquivo da EFD-Contribuições em relação a cada estabelecimento da pessoa jurídica. A escrituração das contribuições sociais e dos créditos, bem como da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta, será efetuada de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica. 2.1.12 – eFINANCEIRA: A eFINANCEIRA é um conjunto de arquivos digitais referentes a cadastro, abertura, fechamento e auxiliares, e pelo módulo de operações financeiras. Foi instituída pela Instrução Normativa RFB nº 1571, de 02 de julho de 2015 que disciplina a obrigatoriedade de prestação de informações relativas às operações financeiras de interesse da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Ela deve ser transmitida ao SPED pelos obrigados a adotá-la: I - As pessoas jurídicas: a) Autorizadas a estruturar e comercializar planos de benefícios de previdência complementar; b) Autorizadas a instituir e administrar Fundos de Aposentadoria Programada Individual (FAPI); c) Que tenham como atividade principal ou acessória a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, incluídas as operações de consórcio, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia de valor de propriedade de terceiros; e II - As sociedades seguradoras autorizadas a estruturar e comercializar planos de seguros de pessoas. 10 2.1.13 – (ECD) ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL: É parte integrante do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) sendo sua entrega obrigatória por todas as empresa de lucro real , lucro presumido que não optou pelo regime caixa e não distribuiu dividendo , imune e isentas que tenha recebido valores igual ou acima de R$ 1.200.000,00 .A ECD surgiu para substituir a escrituração que antes era realizada em papel. Para a versão digital, ela compreende a transmissão dos seguintes livros: • Livro Diário- É um livro contábil de preenchimento obrigatório (exigido por lei) e de maior importância, onde são lançadas as operações DIÁRIAS de uma empresa. • Livro Razão- É um livro fundamental ao processo contábil e exigido pela legislação brasileira para empresas cuja tributação do Imposto de Renda seja com base no Lucro Real. é o detalhamento por contas individuais dos lançamentos realizados no diário, sendo usado para resumir e totalizar, por conta ou subconta, estes lançamentos. Este livro agrega as contas Patrimoniais (contas do BP e da DRE), compostas por ativo, passivo e patrimônio líquido e por receitas, despesas e custos. • Livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos neles transcritos. No bloco I é um dos mais importes, pois começam os lançamentos contábeis, onde lançamos os planos de conta, históricos, centro de custo, faz a identificação do período, transferência de plano de contas anterior, saltos anteriores e os parâmetros que serão seguidos os lançamentos do livros. No bloco J que também é importante, pois nele são lançados as demonstrações contábeis, o balanço patrimonial, a DRE, demonstração de lucro ou prejuízo acumulado DLPA, demonstração de mutação do patrimônio líquido DMPL, signatários da escrituração. Desde o exercício 2017 as empresas controladoras são obrigadas a apresentar demonstrações consolidadas conforme a legislação societária e preencher o Bloco K relativo a conglomerados econômicos é realizada por empresas controladoras, ou seja, pessoa jurídica ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto ou sob controle comum. Na consolidação contábil são consolidados os saldos das contas contábeis e são realizadas as eliminações dos saldos entres as contas que são em comum (tem relação na contabilidade da controladora e na contabilidadeda investida). O Bloco 9 representa os totais de registros e serve como forma de controle para batimentos e verificações. 11 2.1.14 – (ECF) ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL FISCAL: É uma obrigação auxiliar que tem por objetivo interligar os dados contábeis e fiscais que se referem à apuração do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), agilizando o processo de acesso do Fisco e tornando mais eficiente o processo de fiscalização através do cruzamento de dados digital. A ECF foi implantada com o intuito de substituir a Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (DIPJ), dando ao Fisco um leque maior de informações. A ECF é composta por vários blocos, o que a torna mais complexa e trabalhosa, obrigando as empresas a reforçar a geração de informações corretas no momento do lançamento. O arquivo da ECD não é importado para a ECF e sim recuperado. Primeiramente, deve ser criada uma ECF no próprio programa ou deve ser importado um arquivo da ECF. Em seguida deve ser feita a recuperação do arquivo da ECD (recuperação de contas, saldos e mapeamento, caso este mapeamento tenha sido realizado na ECD). 12 0-Abertura e Identificação- Abre o arquivo, identifica a pessoa jurídica e referencia o período da ECF. C-Informações Recuperadas das ECD (Bloco recuperado pelo sistema – Não é importado) armazena as informações do plano de contas e dos saldos mensais das ECD recuperadas. As ECD recuperadas devem corresponder ao período da ECF. Os seguintes registros da ECD são recuperados na ECF: - I050 - Plano de Contas - I051 - Mapeamento para o Plano de Contas Referencial - I053 - Subcontas Correlatas - I100 - Centro de Custos - I150 - Data dos Saldos Periódicos - I155 - Saldos Periódicos - I350 - Data da Apuração do Resultado - I355 - Saldos das Contas de Resultado Antes do Encerramento Estão obrigadas a efetuar a recuperação da ECD todas as pessoas jurídicas obrigadas a entregar a ECD, conforme Instrução Normativa 1.420 RFB/2013 e alterações. E-Informações Recuperadas da ECF Anterior e Cálculo Fiscal dos Dados Recuperados da ECD (Bloco recuperado pelo sistema – Não é importado e não é editado pelo programa) 13 Armazena, da ECF recuperada do período imediatamente anterior, os saldos finais das contas referenciais e da parte B (do e-Lalur e e-Lacs). Calcula os saldos contábeis de acordo com o período de apuração do tributo. J-Plano de Contas e Mapeamento- Apresenta o mapeamento do plano de contas contábil para o plano de contas referencial. Caso a ECD recuperada possua o mapeamento para o plano de contas referencial válido na ECF, o bloco J pode ser construído automaticamente e é permitida a sua edição. K-Saldos das Contas Contábeis e Referenciais- Apresenta os saldos das contas contábeis patrimoniais e de resultado por período de apuração e o seu mapeamento para as contas referenciais. Caso haja recuperação da ECD, o bloco K pode ser construído automaticamente e é permitida a sua edição. L-Lucro Líquido – Lucro Real- Apresenta o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício e apura o lucro líquido da pessoa jurídica tributada pelo lucro real. M-e-Lalur e e-Lacs- Apresenta os livros eletrônicos de escrituração e apuração do IRPJ (e-Lalur) e da CSLL (e-Lacs) da pessoa jurídica tributada pelo lucro real – partes A e B. N-Cálculo do IRPJ e da CSLL – Lucro Real- Calcula o IRPJ e a CSLL com base no lucro real (estimativas mensais e ajuste anual ou valores trimestrais). P-Lucro Presumido- Apresenta o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício e apura o IRPJ e a CSLL com base no lucro presumido. Q-Livro Caixa- Apresenta o demonstrativo do livro Caixa para as pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido que se utilizem da sua escrituração , para fins fiscais, em substituição à escrituração contábil nos termos da legislação comercial. T-Lucro Arbitrado- Apura o IRPJ e a CSLL com base no lucro arbitrado. U-Imunes ou Isentas- Apresenta o balanço patrimonial e a demonstração do resultado das imunes ou isentas. Apura o IRPJ e a CSLL quando forem obrigadas. X-Informações Econômicas- Apresenta informações econômicas da pessoa jurídica. Y-Informações Gerais- Apresenta informações gerais da pessoa jurídica. 9-Encerramento do Arquivo Digital- Encerra o arquivo digital. 3 – CONCLUSÃO: No mundo pós SPED, a informação correta e oportuna é fator decisivo para as empresas manterem-se competitivas perante as constantes mudanças no cenário econômico mundial. E a contabilidade, quando utilizada como geradora de 14 informações relevante, com qualidade, precisa e tempestiva, ocupa papel fundamental nas organizações. Com base em tudo que foi apresentado sobre o SPED e seus pilares, pode-se concluir que o SPED traz benefícios no que tange a processos operacionais, tempo e aspectos financeiros. Porém é perceptível que o maior beneficiário é o fisco, que agora tem as informações em tempo real e de forma detalhada para consultar sempre que entender necessário, além da rapidez na identificação de ilícitos tributários e fraudes cometidas pelos contribuintes. Pelo exposto, o empresário deve parar de enxergar o SPED como mais uma obrigação acessória – rotina legal – a ser apresentada ao Fisco, para vê-la como forte ferramenta de gestão fiscal e empresarial que, desde que implantada com o devido cuidado, poderá prover à empresa um diferencial perante a concorrência.
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