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Informativo 190 TST - comentado

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CLIQUET TRABALHISTA 
Informativo nº 190 do TST 
Comentado 
Período: 1º a 18 de fevereiro de 2019 
 
Desenvolvido por: 
 José Irineu – Técnico Judiciário do TRT9; 
José Roberto – Aprovado nos concursos de Técnico e Analista Judiciário do TRT2 e TRT 15; 
 Thyago Bertoldi – Advogado da União. 
E-mail: cliquettrabalhista@gmail.com; Instagram: @cliquettrabalhista 
Dissídio Coletivo. Greve. Movimento deflagrado contra privatização de empresas. 
Motivação estritamente política. Abusividade. 
É abusivo o movimento grevista deflagrado pela categoria profissional contra a 
privatização das empresas que compõem o sistema Eletrobras, pois não se verifica 
dissídio trabalhista, ou seja, conflito entre empresa e trabalhadores. 
(TST. SDC. DCG-1000418-66.2018.5.00.0000, rel. Min. Maurício Godinho Delgado, red. p/ 
acórdão Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, julgado em 11.02.2019, Informativo TST nº 
190). 
 
O que é greve? 
 
Greve é o direito constitucionalmente assegurado aos trabalhadores à suspensão coletiva, 
temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação de serviços a seu empregador. No Brasil, 
é previsto nos artigos 9º e 37, inciso VII, da Constituição e regulamentado pela Lei nº 7.783, 
de 1989. 
 
A quem compete definir a oportunidade e os interesses que serão defendidos na greve? 
 
Nos moldes do artigo 9º da Constituição, compete aos trabalhadores decidir sobre a 
oportunidade de exercer o direito de greve e sobre os interesses que devam por meio dele 
defender. Ou seja, não há especificação legal acerca de quando a greve é oportuna ou mesmo 
quais interesses são passíveis de defesa por meio do movimento paredista, cabendo essa 
definição aos empregados envolvidos. 
A despeito da liberdade dos empregados na definição da oportunidade e dos interesses da 
greve, é certo que, para ser legítimo, o movimento de paralização deve observar alguns 
requisitos básicos. 
 
O que acontece se a greve não obedecer às exigências legais mínimas? 
 
Considera-se abusiva a greve que é exercida em desconformidade com os preceitos presentes 
na Lei nº 7.783/89. Em resumo, então, abusiva é a greve contrária à lei. 
É abusiva a manutenção da greve, nos termos do artigo 14 da Lei nº 7.783, de 1889, após a 
celebração de acordo, convenção ou sentença normativa, salvo se tiver por objetivo exigir o 
cumprimento de cláusula ou condição ou seja motivada pela superveniência de fato novo ou 
acontecimento imprevisto que modifique substancialmente a relação de trabalho. Assim, por 
exemplo, no caso de manutenção da paralisação por parte dos empregados que não 
concordam com a posição adotada pelo sindicato, estar-se-ia diante de uma greve abusiva. 
Também é abusiva a greve levada a efeito sem que as partes tenham tentado, direta e 
pacificamente, solucionar o conflito que lhe constitui o objeto (OJ 11 SDC do TST). Ademais, 
é abusiva a greve que se realiza em setores que a lei define como sendo essenciais à 
CLIQUET TRABALHISTA 
Informativo nº 190 do TST 
Comentado 
Período: 1º a 18 de fevereiro de 2019 
 
Desenvolvido por: 
 José Irineu – Técnico Judiciário do TRT9; 
José Roberto – Aprovado nos concursos de Técnico e Analista Judiciário do TRT2 e TRT 15; 
 Thyago Bertoldi – Advogado da União. 
E-mail: cliquettrabalhista@gmail.com; Instagram: @cliquettrabalhista 
comunidade, se não é assegurado o atendimento básico das necessidades inadiáveis dos 
usuários do serviço, na forma prevista na Lei nº 7.783/89 (OJ 38 da SDC do TST). 
 
O que é greve política? 
 
“Entende-se por greve política a dirigida contra os poderes públicos, para conseguir 
determinadas reivindicações não suscetíveis de negociação coletiva, tais como alteração ou 
criação de direitos previstos em lei” (CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 14. ed. São 
Paulo: Método, 2017, p. 1301). 
 
A greve política é considerada abusiva pelo Tribunal Superior do Trabalho? 
 
SIM! Por maioria, o TST vem reputando abusiva a greve realizada por explícita motivação 
política, mesmo que por curto período de tempo, na medida em que o empregador, conquanto 
seja diretamente por ela afetado, não dispõe do poder de negociar e pacificar o conflito (TST. 
SDC. RO-1393-27.2013.5.02.000, rel. Min. Maria de Assis Calsing, julgado em 24.04.2017, 
Informativo TST nº 157). 
 
A greve contra privatização de empresa estatal é considerada abusiva pelo TST? 
 
SIM! Basicamente, a privatização (ou desestatização), ocorre quando uma empresa pública 
da Administração Pública Indireta é adquirida pelo setor privado. No julgado do Informativo 
nº 190, o TST, por maioria, entendeu que é abusivo o movimento grevista deflagrado pela 
categoria profissional contra a privatização das empresas que compõem o sistema 
Eletrobras, pois não se verifica dissídio trabalhista, ou seja, conflito entre empresa e 
trabalhadores. A política de privatização do setor elétrico não é de autoria da Eletrobras, nem 
das empresas estatais, mas do poder público, de modo que as reivindicações dos 
trabalhadores não podem ser negociadas pelas empresas. 
 
O entendimento é pacífico no âmbito do TST? 
 
NÃO! No caso em análise, o Min. Maurício Godinho Delgado entendeu que a motivação dos 
empregados para a paralisação teve relação direta e fundamental com a subsistência de seus 
empregos. Para o Ministro, “quase toda greve tem uma dimensão política, mas essa tem uma 
dimensão profissional, econômica e de risco de solapamento de direitos trabalhistas relevante e 
manifesta, pois há estudos que demonstram que a privatização provoca o ceifamento de 
empregos” e que, “obviamente, é um direito constitucional legítimo dos trabalhadores se 
posicionarem contra ou a favor desse risco”. É importante, assim, ficar atento. 
Inclusive, em seu livro, o Min. Maurício Godinho Delgado, ao comentar as greves políticas e 
de solidariedade leciona que “A Constituição brasileira de 1988, em contraponto a todas as 
constituições anteriores do país, conferiu, efetivamente, amplitude ao direito de greve. É que 
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Informativo nº 190 do TST 
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José Roberto – Aprovado nos concursos de Técnico e Analista Judiciário do TRT2 e TRT 15; 
 Thyago Bertoldi – Advogado da União. 
E-mail: cliquettrabalhista@gmail.com; Instagram: @cliquettrabalhista 
determinou competir aos trabalhadores a decisão sobre a oportunidade de exercer o direito, 
assim como decidir a respeito dos interesses que devam por meio dele defender (caput do art. 
9º, CF/88). Oportunidade de exercício de greve e interesses a serem nela defendidos, ambos 
sob decisão dos respectivos trabalhadores, diz a Constituição” (DELGADO, Maurício Godinho. 
Curso de Direito do Trabalho. 15. ed. LTr: São Paulo, 2016). 
 
Como foi veiculado no informativo? 
 
Dissídio coletivo. Greve. Movimento deflagrado contra a privatização das empresas que 
compõem o sistema Eletrobras. Motivação estritamente política. Abusividade. 
É abusivo o movimento grevista deflagrado pela categoria profissional contra a privatização 
das empresas que compõem o sistema Eletrobras, pois não se verifica dissídio trabalhista, ou 
seja, conflito entre empresa e trabalhadores. A política de privatização do setor elétrico não é 
de autoria da Eletrobras, nem das empresas estatais, mas do poder público, de modo que as 
reivindicações dos trabalhadores não podem ser negociadas pelas empresas. Assim, 
vislumbrando a ocorrência de greve com motivação estritamente política, a SDC, por maioria, 
julgou procedente o pedido de abusividade do movimento, vencidos os Ministros Mauricio 
Godinho Delgado, relator, e Kátia Magalhães Arruda.TST-DCG-1000418-66.2018.5.00.0000, 
SDC, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, red. p/ acórdão Min. Ives Gandra da Silva Martins 
Filho, 11.2.2019. 
 
 
Regime 12x36. Invalidade. Ausência de norma coletiva. Domingos trabalhados. Pagamento 
em dobro. Devido. 
Os domingos trabalhados devem ser pagos em dobro quando a escala 12x36 é declarada 
inválida porque firmada por meio de acordo individual, sem amparo em norma coletiva. 
(TST-E-ED-RR-42000-31.2011.5.17.0131, SBDI-I, rel. Min. Maria Cristina IrigoyenPeduzzi, 
red. p/ acórdão Min. Lelio Bentes Corrêa, 7.2.2019, Informativo TST nº 190). 
 
O que é a Jornada 12x36? 
 
É uma modalidade de compensação de jornadas na qual o trabalhador é submetido a 12 
horas contínuas de trabalho seguidas de 36 horas ininterruptas de descanso. 
 
Jornada 12x36: como era antes da reforma trabalhista? 
 
Antes do advento da Lei 13.467/2017, a Jornada 12x36 era regulada por meio da Súmula 
444 do TST, a qual exigia a previsão em lei ou em norma coletiva como requisito de validade 
da jornada. A referida súmula assegurava também a remuneração em dobro dos feriados 
trabalhados. 
 
CLIQUET TRABALHISTA 
Informativo nº 190 do TST 
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“Súmula nº 444 do TST 
JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36. 
VALIDADE. 
É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e 
seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo 
coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração 
em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento 
de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda 
horas.” 
Cumpre ressaltar que a Súmula 444 do TST não foi cancelada pelo respectivo tribunal, porém 
a Lei 13.467/2017 regulou de forma exaustiva (e oposta) a matéria. 
 
Qual foi a decisão no caso concreto? 
 
No caso ora analisado, a SBDI-I do TST definiu conforme a jurisprudência vigente à época. 
Deste modo, a Jornada 12x36 foi considerada inválida por ter sido pactuada por meio de 
acordo individual entre as partes (conduta vedada pela Súmula 444 do TST). Por ser inválida, 
a jornada foi desconsiderada (descaracterizada) enquanto sistema de compensação, motivo 
pelo qual os domingos trabalhados não foram considerados compensados. Assim, seguindo o 
entendimento da Súmula 146 do TST, ao empregado foi deferido o pagamento em dobro dos 
domingos trabalhados. 
 
 
“Súmula nº 146 do TST 
TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO COMPENSADO. 
O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em 
dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.” 
 
Reforma Trabalhista: o que mudou? 
“Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às 
partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo 
de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e 
seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos 
para repouso e alimentação. 
Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto 
no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal 
remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados os 
feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o 
art. 70 e o § 5º do art. 73 desta Consolidação.” 
A Reforma Trabalhista alterou de forma substancial o tratamento da matéria. De acordo com 
a nova legislação, é facultado às partes pactuar a jornada de doze horas de trabalho seguidas 
de trinta e seis horas ininterruptas de descanso por meio de Acordo Individual Escrito, 
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Convenção Coletiva de Trabalho ou Acordo Coletivo de Trabalho. Encontra-se, pois, o 
principal ponto de embate com o caso analisado: permite-se, agora, que um acordo individual 
entre as partes estabeleça DE FORMA VÁLIDA a jornada 12x36. Tal entendimento contraria 
vertiginosamente a jurisprudência consolidada até então pelo TST. 
 
Desta forma, evidencia-se que se o mesmo caso fosse julgado conforme a legislação vigente a 
decisão seria oposta, de modo que a jornada teria sido considerada válida tendo em visto o 
permissivo legal. 
 
Importa notar que as disposições do Artigo 59-A da CLT são similares às presentes no Artigo 
10 da Lei Complementar 150/2015, a qual trata do Trabalhador Doméstico. 
 
“Art. 10. É facultado às partes, mediante acordo escrito entre essas, estabelecer 
horário de trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas 
ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso 
e alimentação. 
§ 1o A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste artigo 
abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo 
descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e as 
prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º 
do art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei 
nº 5.452, de 1o de maio de 1943, e o art. 9o da Lei no 605, de 5 de janeiro de 
1949.” 
 
Reforma Trabalhista: quais foram as novidades? 
➢ Feriados = COMPENSADOS 
Contrariando novamente o entendimento consolidado pelo TST na Súmula 444, o parágrafo 
único do artigo 59-A da CLT determina que o trabalho em feriados será considerado 
compensado pelas 36 horas seguidas de descanso. Sendo assim, sucumbe a determinação de 
pagamento em dobro pelos feriados trabalhados prevista na Súmula 444 do TST. 
 
➢ Prorrogação horário noturno = COMPENSADA 
 
Em relação à prorrogação do horário noturno, a Reforma Trabalhista previu que esta se 
considera compensada pela remuneração recebida, fulminando, desta forma, o entendimento 
jurisprudencial consolidado pela OJ 388 da SBDI-I, o qual determinava o pagamento do 
adicional noturno para as horas trabalhadas após as 5 horas da manhã. Sendo assim, com a 
novidade legislativa, um empregado que inicia sua jornada de trabalho no período noturno e 
a finaliza após as 5 horas da manhã não terá direito à prorrogação do adicional noturno no 
período compreendido entre as 5 da manhã e o fim da jornada. 
 
“388. JORNADA 12X36. JORNADA MISTA QUE COMPREENDA A 
CLIQUET TRABALHISTA 
Informativo nº 190 do TST 
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TOTALIDADE DO PERÍODO NOTURNO. ADICIONAL NOTURNO. DEVIDO. 
O empregado submetido à jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, 
que compreenda a totalidade do período noturno, tem direito ao adicional noturno, 
relativo às horas trabalhadas após as 5 horas da manhã”. 
 
➢ Intervalo Intrajornada (observado ou indenizado) 
Assim como previsto no artigo 10 da LC 150/2015 (Trabalhadores Domésticos), o “caput” do 
artigo 59-A da CLT estabeleceu que os intervalospara repouso e alimentação podem ser 
observados ou indenizados. Desta forma, permite-se que o empregado trabalhe 12 horas 
seguidas sem direito a qualquer repouso, eis que o intervalo intrajornada poderá ser 
indenizado pelo empregador. 
 
➢ Atividades Insalubres (Art. 60, p. único CLT) 
Embora o “caput” do Artigo 60 da CLT condicione as prorrogações de jornada nas atividades 
insalubres à licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, o 
parágrafo único do mesmo artigo definiu que essa licença prévia não é exigida nas hipóteses 
de jornada 12x36. Isso pode ocorrer, por exemplo, com enfermeiros e médicos, os quais 
podem ser submetidos a jornadas de 12 horas seguidas de trabalho, tendo os repousos 
intrajornada indenizados e prorrogações de jornada sem necessidade de licença prévia pelas 
autoridades competentes. Tais condições de trabalho podem afetar consideravelmente o 
desempenho do profissional. 
 
Medida Provisória 808/2017 
 
A MP nº 808/2017 tentou permitir que apenas os profissionais da área da saúde pudessem 
estabelecer a jornada 12x36 por meio de acordo individual. Contudo, em virtude da perda de 
eficácia – Vigência: 14/11/2017 à 23/04/2018 -, as disposições da MP foram inócuas e não 
mais produzem efeitos para as novas relações. 
 
Quadro Explicativo – jornada 12x36 
 ANTES DA REFORMA DEPOIS DA REFORMA 
Acordo Individual 
 
NÃO SIM 
ACT/CCT SIM SIM 
Feriados 
Trabalhados 
PAGAMENTO EM DOBRO 
CONSIDERAM-SE 
COMPENSADOS 
CLIQUET TRABALHISTA 
Informativo nº 190 do TST 
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 José Irineu – Técnico Judiciário do TRT9; 
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 Thyago Bertoldi – Advogado da União. 
E-mail: cliquettrabalhista@gmail.com; Instagram: @cliquettrabalhista 
Intervalo 
Intrajornada 
OBSERVADO OBSERVADO ou INDENIZADO 
Prorrogação 
Noturno 
PAGAMENTO ADICIONAL 
NOTURNO A PARTIR DAS 
5 HORAS DA MANHÃ 
(Súm. 388 TST) CONSIDERA-SE COMPENSADA 
Prorrogação 
Insalubre 
EXIGE LICENÇA 
PRÉVIA 
DISPENSA LICENÇA 
PRÉVIA 
 
Como foi veiculado no informativo? 
 
Regime 12x36. Invalidade. Ausência de norma coletiva. Domingos trabalhados. 
Pagamento em dobro. Devido. 
Os domingos trabalhados devem ser pagos em dobro quando a escala 12x36 é declarada 
inválida porque firmada por meio de acordo individual, sem amparo em norma coletiva. A 
consequência para a não observância do requisito formal de validade da jornada 12x36 é a 
sua descaracterização enquanto sistema de compensação de jornadas, de modo que não é 
possível desonerar o empregador do pagamento em dobro do domingo trabalhado. Sob esse 
entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos do reclamado, por 
divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, negou-lhes provimento. Vencidos os 
Ministros Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, relatora, Márcio Eurico Vitral Amaro, Augusto 
César Leite de Carvalho, Breno Medeiros, Alexandre Luiz Ramos e Renato de Lacerda Paiva, 
os quais davam provimento ao recurso para excluir da condenação o pagamento em dobro 
dos domingos trabalhados, ao fundamento de que a compensação do repouso semanal 
remunerado em outro dia da semana é automática e inerente ao regime 12x36, não alterando 
esse fato a ausência de norma coletiva. TST-E-ED-RR-42000-31.2011.5.17.0131, SBDI-I, rel. 
Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, red. p/ acórdão Min. Lelio Bentes Corrêa, 7.2.2019 
 
 
 
 
 
Interposição de embargos à SBDI-I quando os embargos de declaração ainda não foram 
julgados pela Turma. Ausência de ratificação dos embargos em momento posterior ao 
julgamento dos declaratórios. Princípio da unirrecorribilidade. Preclusão consumativa. 
Ocorrência. 
CLIQUET TRABALHISTA 
Informativo nº 190 do TST 
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E-mail: cliquettrabalhista@gmail.com; Instagram: @cliquettrabalhista 
A apresentação de embargos de declaração e Recurso de Embargos (de Divergência - à 
SDI) em face da mesma decisão viola o princípio da unirrecorribilidade e conduz ao não 
conhecimento deste, pois verificada a preclusão consumativa. 
Saliente-se que, no caso julgado, a recorrente não ratificou a interposição do Recurso 
de Embargos depois da ciência da prolação da decisão dos embargos de declaração. 
(TST-E-ED-RR-24159-85.2015.5.24.0002, SBDI-I, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, 
7.2.2019, Informativo TST nº 190). 
 
Recurso de Embargos - Rápida Revisão 
 
A doutrina costuma dividir o Recurso de Embargos em três espécies, a saber: 
 
Embargos de 
Nulidade 
Embargos Infringentes Embargos de Divergência 
Eram cabíveis das 
decisões das Turmas 
que contrariavam: 
 
a. LEI FEDERAL; ou 
b. CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
 
São cabíveis das decisões: 
 
a. NÃO UNÂNIMES 
b. Proferidas em 
DISSÍDIOS COLETIVOS 
c. De COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA DO TST. 
São cabíveis de decisão de 
turma do TST que divergir de: 
 
a. Decisão de OUTRA turma 
(cuidado - não cabe se houver 
divergência dentro da mesma 
turma); 
b. Acórdão ou OJ da SDI; 
c. Súmula do TST; ou 
d. Súmula Vinculante do STF. 
Art. 3º, III, b, da Lei 
7.701/88 (suprimido 
pela Lei 1.469/2007). 
Art. 894, I, a, da CLT. 
 
Art. 894, II, da CLT 
 
 
 
Por esta razão, há 
abalizada doutrina 
que entende que tal 
recurso não existe 
mais (Mauro Schiavi). 
Da decisão em dissídio 
coletivo interposto no TRT 
cabe Recurso Ordinário 
para o TST (art. 895, II, da 
CLT). 
 
Contudo, caso a extensão 
territorial do conflito 
coletivo ultrapasse a 
jurisdição de um TRT, 
haverá competência 
originária do TST para 
julgamento, por meio da 
SDC (Seção de Dissídios 
Coletivos). Para viabilizar 
Buscam a uniformização de 
jurisprudência; 
 
Cabem exclusivamente no 
âmbito do TST; 
 
Julgados pela SDI-I (art. 71, II, 
a do Regimento Interno do TST); 
 
Prazo de 8 dias; 
 
Recebidos somente no efeito 
devolutivo; 
 
Aplica-se o regime de depósito 
CLIQUET TRABALHISTA 
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uma espécie de “duplo 
grau de jurisdição” neste 
caso, existem os embargos 
infringentes. 
 
 
 
recursal e custas; 
 
Exigem prequestionamento 
(Súmula 297 TST); 
 
Não é possível revolver fatos e 
provas (Súmula 126 TST); 
 
Qual foi a espécie de Recurso de Embargos interposto no caso julgado? 
 
Recurso de Embargos de Divergência, já que o recorrente buscou a reforma de decisão 
proferida pela TURMA utilizando como fundamento a existência de DIVERGÊNCIA. 
 
Embargos de declaração x Recurso de Embargos 
 
Não confunda. Os embargos de declaração são cabíveis nos casos em que a decisão apresenta 
os seguintes vícios: omissão, obscuridade, contradição, manifesto equívoco na análise dos 
pressupostos extrínsecos do recurso, bem como quando identificados erros materiais (art. 
897-A da CLT). 
 
Já o Recurso de Embargos (de divergência, no caso) tem como objetivo a uniformização da 
jurisprudência e é cabível nos casos de decisão de turma do TST que divergir de: a. Decisão 
de OUTRA turma; b. Acórdão ou OJ da SDI; c. Súmula do TST; ou d. Súmula Vinculante do 
STF. 
 
Interessante observar que o Recurso de Embargos normalmente é chamadoapenas de 
“Embargos” na jurisprudência, ao contrário dos declaratórios, que recebem a denominação de 
“Embargos de declaração”. 
 
Princípio da unirrecorribilidade e Preclusão Consumativa 
 
O princípio da unirrecorribilidade (ou singularidade) consigna, em suma, que “somente é 
possível a interposição de um recurso, uma única vez, contra cada decisão judicial” 
(BERNARDES, Felipe. Manual de Processo do Trabalho. Ed. Juspodivm. Salvador. 2018. p. 
586). 
 
Ou seja, há somente um recurso cabível contra cada decisão. 
 
Portanto, veda-se a interposição simultânea de mais de um recurso contra o mesmo decisum. 
 
Existem exceções: 
 
a) Recurso Especial e Recurso Extraordinário, quando a decisão recorrida viola 
simultaneamente normas legais e constitucionais (art. 1.031 do CPC/15); 
b) Recurso de Embargos de Divergência (para a SDI do TST) e Recurso Extraordinário, 
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Informativo nº 190 do TST 
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José Roberto – Aprovado nos concursos de Técnico e Analista Judiciário do TRT2 e TRT 15; 
 Thyago Bertoldi – Advogado da União. 
E-mail: cliquettrabalhista@gmail.com; Instagram: @cliquettrabalhista 
de decisão prolatada por turma do TST; 
c) Recurso de Embargos de Divergência no STJ e Recurso Extraordinário para o STF 
(art. 1.044, §§ 1º e 2º, do CPC/15). 
 
Na mesma trilha, o Princípio da Preclusão Consumativa“declina que, uma vez interposto o 
recurso, ele não poderá ser repetido ou alterado” (MIESSA, Élisson. Manual dos Recursos 
Trabalhistas: teoria e prática. Ed. Juspodvim. 3ª ed. 2018. p. 64). 
Ou seja, uma vez interposto, o ato recursal está consumado. 
 
Decorrência lógica da confluência desses vetores principiológicos é a conclusão de que o 
princípio da variabilidade não encontra resguardo no sistema recursal brasileiro. De acordo 
com este postulado o recorrente poderia substituir eventual recurso erroneamente interposto, 
desde que dentro do prazo fatal. Contudo, a unirrecorribilidade fulmina a aplicação deste 
raciocínio. 
 
O que aconteceu no caso julgado pelo TST? 
 
Uma das Turmas do TST prolatou Acórdão desfavorável à tese da Reclamante em 
19/12/2016. 
 
Irresignada, ela apresentou duas espécies recursais em face dessa mesma decisão: 
a) Embargos de Declaração postulando efeito modificativo, em 27/01/2017; e 
b) Recurso de Embargos (de Divergência - direcionado à SDI) em 30/01/2017, ANTES da 
decisão dos embargos declaratórios. 
 
Em 29/03/2017 (portanto, depois da interposição do Recurso de Embargos), os embargos de 
declaração foram julgados pela Turma. 
 
Importante ressaltar, neste ponto, que depois da publicação da decisão dos embargos de 
declaração a reclamante NÃO RATIFICOU o Recurso de Embargos anteriormente interposto. 
 
Diante de tal quadro, a SDI, ao julgar o Recurso de Embargos, entendeu que ocorreu a 
preclusão consumativa da faculdade de recorrer, pois a reclamante não poderia ter 
apresentado os embargos de declaração E o Recurso de Embargos simultaneamente. Por essa 
razão, deixou de conhecer do Recurso de Embargos. 
 
Ratificação do Recurso de Embargos 
 
Salienta-se que, da leitura da decisão, depreende-se que o julgado sugere que caso a 
Reclamante tivesse ratificado o Recurso de Embargos após a publicação e ciência da prolação 
da decisão dos embargos de declaração, aquele seria conhecido. 
No entanto, como no caso julgado a recorrente não realizou tal ato, o Recurso de Embargos 
foi fulminado pela preclusão consumativa, ante a aplicação do princípio da 
unirrecorribilidade. 
 
Votos vencidos 
 
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Vale destacar que os Ministros Lelio Bentes Corrêa, Walmir Oliveira da Costa, Augusto César 
Leite de Carvalho, José Roberto Freire Pimenta e Hugo Carlos Scheuermann restaram 
vencidos. 
Esses conheciam do apelo sob o fundamento de que a interposição simultânea dos embargos 
de declaração e do Recurso de Embargos consubstancia exceção ao princípio da 
unirrecorribilidade, “pois possuem finalidades distintas, quais sejam, sanar omissão e 
demonstrar divergência jurisprudencial, respectivamente”. 
Todavia, frise-se, não foi este o entendimento prevalecente. 
 
Como foi veiculado no informativo? 
 
Interposição de embargos à SBDI-I quando os embargos de declaração ainda não foram 
julgados pela Turma. Ausência de ratificação dos embargos em momento posterior ao 
julgamento dos declaratórios. Princípio da unirrecorribilidade. Preclusão consumativa. 
Ocorrência. A parte que apresentou embargos de declaração não pode interpor embargos em 
face da mesma decisão, pois caracterizada a preclusão consumativa da faculdade de recorrer, 
à luz do princípio da unirrecorribilidade das decisões. Na espécie, a reclamante interpôs 
embargos de declaração em face da decisão turmária que dera provimento ao recurso de 
revista da reclamada e, antes do julgamento do referido apelo, interpôs embargos à SBDI-I, 
insurgindo-se contra a mesma decisão. Após o julgamento, não houve ratificação dos 
embargos pela empregada. Assim, ante a ocorrência da preclusão consumativa, a SBDI-I, por 
maioria, não conheceu dos embargos. Vencidos os Ministros Lelio Bentes Corrêa, Walmir 
Oliveira da Costa, Augusto César Leite de Carvalho, José Roberto Freire Pimenta e Hugo 
Carlos Scheuermann, os quais conheciam dos embargos sob o entendimento de que a 
oposição de embargos de declaração e do recurso previsto em lei para atacar a mesma 
decisão impugnada (no caso, embargos à SBDI-I) é uma exceção ao princípio da 
unirrecorribilidade, pois possuem finalidades distintas, quais sejam, sanar omissão e 
demonstrar divergência jurisprudencial, respectivamente. TST-E-ED-RR-24159-
85.2015.5.24.0002, SBDI-I, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, 7.2.2019 
 
 
 
Embargos. Conhecimento. Ação civil pública em face de time de futebol. Irregularidades na 
contratação de atletas menores para categoria de base. Arguição de contrariedade à 
Súmula nº 126 do TST. Decisão turmária dissociada do quadro fático lançado no acórdão 
do TRT. Competência material da Justiça do Trabalho. Reconhecimento. 
É possível conhecer do Recurso de Embargos (de Divergência – à SDI) por contrariedade 
à Súmula nº 126 do TST (vedado revolver fatos e provas), quando a decisão embargada 
extrapola os fundamentos lançados no acórdão prolatado pelo TRT. (TST-E-ED-RR-
165100-65.2009.5.03.0007, SBDI-I, rel. Min. Márcio Eurico Vitral Amaro, red. p/ acórdão 
Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 14.2.2019, Informativo TST nº 190). 
 
Recurso de Embargos - Rápida Revisão 
 
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A doutrina costuma dividir o Recurso de Embargos em três espécies, a saber: 
 
Embargos de 
Nulidade 
Embargos Infringentes Embargos de Divergência 
Eram cabíveis das 
decisões das Turmas 
que contrariavam: 
 
a. LEI FEDERAL; ou 
b. CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
 
São cabíveis das decisões: 
 
a. NÃO UNÂNIMES 
b. Proferidas em 
DISSÍDIOS COLETIVOS 
c. De COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA DO TST. 
São cabíveis de decisão de 
turma do TST que divergir de: 
 
a. Decisão de OUTRA turma 
(cuidado - não cabese houver 
divergência dentro da mesma 
turma); 
b. Acórdão ou OJ da SDI; 
c. Súmula do TST; ou 
d. Súmula Vinculante do STF. 
Art. 3º, III, b, da Lei 
7.701/88 (suprimido 
pela Lei 1.469/2007). 
Art. 894, I, a, da CLT. 
 
Art. 894, II, da CLT 
 
 
 
Por esta razão, há 
abalizada doutrina 
que entende que tal 
recurso não existe 
mais (Mauro Schiavi). 
Da decisão em dissídio 
coletivo interposto no TRT 
cabe Recurso Ordinário 
para o TST (art. 895, II, da 
CLT). 
 
Contudo, caso a extensão 
territorial do conflito 
coletivo ultrapasse a 
jurisdição de um TRT, 
haverá competência 
originária do TST para 
julgamento, por meio da 
SDC (Seção de Dissídios 
Coletivos). Para viabilizar 
uma espécie de “duplo 
grau de jurisdição” neste 
caso, existem os embargos 
infringentes. 
 
 
 
Buscam a uniformização de 
jurisprudência; 
 
Cabem exclusivamente no 
âmbito do TST; 
 
Julgados pela SDI-I (art. 71, II, 
a do Regimento Interno do TST); 
 
Prazo de 8 dias; 
 
Recebidos somente no efeito 
devolutivo; 
 
Aplica-se o regime de depósito 
recursal e custas; 
 
Exigem prequestionamento 
(Súmula 297 TST); 
 
Não é possível revolverfatos e 
provas (Súmula 126 TST); 
 
Qual foi a espécie de Recurso de Embargos interposto no caso julgado? 
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Recurso de Embargos de Divergência, já que o recorrente buscou a reforma de decisão 
proferida pela TURMA utilizando como fundamento DIVERGÊNCIA quanto à aplicação da 
SÚMULA nº 126 do TST. 
 
Embargos de declaração x Recurso de Embargos 
 
Não confunda. Os embargos de declaração são cabíveis nos casos em que a decisão apresenta 
os seguintes vícios: omissão, obscuridade, contradição, manifesto equívoco na análise dos 
pressupostos extrínsecos do recurso, bem como quando identificados erros materiais (art. 
897-A da CLT). 
 
Já o Recurso de Embargos (de divergência, no caso) tem como objetivo a uniformização da 
jurisprudência e é cabível nos casos de decisão de turma do TST que divergir de: a. Decisão 
de OUTRA turma; b. Acórdão ou OJ da SDI; c. Súmula do TST; ou d. Súmula Vinculante do 
STF. 
 
Interessante observar que o Recurso de Embargos normalmente é chamado apenas de 
“Embargos” na jurisprudência, ao contrário dos declaratórios, que recebem a denominação de 
“Embargos de declaração”. 
 
Do que trata a Súmula 126 do TST? 
Em suma, a Súmula nº 126 do TST determina que o Tribunal Superior do Trabalho não pode 
reexaminar fatos e provas do processo ao julgar o Recurso de Revista ou o Recurso de 
Embargos (como é o caso julgado). 
Vide a redação: 
 
“Súmula nº 126 do TST 
Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, "b", da CLT) para 
reexame de fatos e provas.” 
 
Isto ocorre porque o Recurso de Revista e o Recurso de Embargos possuem natureza 
extraordinária, ou seja, tutelam o direito objetivo, buscam a exata aplicação do direito. Dito 
de outro modo, não buscam corrigir injustiças na solução da lide, mas analisar se a norma 
foi corretamente aplicada ao caso concreto. 
 
Assim, em razão desta essência, afigura-se pacífico na doutrina e na jurisprudência que em 
tais recursos resta impedida a verificação fática e o reexame de provas, limitando-se tão 
somente ao exame do direito aplicável. Neste sentido, cabe citar as Súmulas nº 279 do STF e 
nº 7 do STJ: 
 
“Súmula nº 279 do STF: Para simples reexame de prova não cabe Recurso 
Extraordinário. 
Súmula nº 7 do STJ: Pretensão de simples reexame de prova não enseja Recurso 
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Especial.” 
 
Não é demais lembrar que os recursos de natureza ordinária - tais como o Recurso Ordinário 
e o Agravo de Petição - permitem ampla rediscussão da matéria, quer seja de direito ou de 
fato, com fulcro, inclusive, no mero inconformismo com a justiça da decisão. É a tutela do 
Direito Subjetivo. 
 
Reexame de fatos e provas X Qualificação jurídica dos fatos incontroversos ou 
prequestionados 
 
Não é demais ressaltar que o TST poderá interferir indiretamente no Direito Subjetivo ao 
realizar a qualificação jurídica dos fatos incontroversos e/ou dos fatos que constem 
expressamente do Acórdão Regional (prequestionados). 
 
Essa situação é diversa do simples reexame de fatos e provas - o que é vedado pela súmula 
citada, conforme explicação elucidativa retirada da obra de ÉlissonMiessa: 
 
“Assim, o TST não irá analisar, por exemplo, o conteúdo de um depoimento, mas 
nada obsta que invalide o depoimento de uma testemunha por ser impedida de 
depor. Nesse caso, se os atos que demonstram seu impedimento (por exemplo, ser 
cônjuge da parte) forem incontroversos ou constarem no acórdão regional, o TST 
qualificará tais fatos com enfoque imediato na violação do art. 829 da CLT e art. 
447, § 2º, do CPC/15, atingindo apenas reflexamente a prova dos autos. É o que 
acontece ainda quando, por exemplo, acórdão regional indica as mudanças do 
trabalhador no período do contrato de trabalho, não reconhecendo a transferência 
como provisória, Nessa hipótese, havendo recurso de revista por violação do art. 
469 da CLT, o TST poderá qualificar esses fatos, admitindo-a como provisória e 
concedendo o adicional de transferência” (MIESSA, Élisson. SÚMULAS E 
ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS DO TST. Ed. Juspodvim. 8ª ed. 2018. p. 
1872). 
 
Quanto ao assunto - caso o tema ou fundamento do recurso não tenha sido expressamente 
enfrentado no Acórdão - sugere-se que a parte interessada oponha embargos de declaração. 
Com isso, a matéria será prequestionada, ou seja, restará ventilada na instância ordinária. 
Essa estratégia possibilitará a eventual apreciação e qualificação jurídica dos respectivos 
fatos pelo TST sem violação da Súmula ora analisada. 
 
O que aconteceu no caso analisado pelo TST? 
 
A Turma do TST, ao reformar o acórdão proferido pela Turma do TRT, utilizou fundamento 
inédito, que não havia sido explorado expressamente pela decisão recorrida. 
 
Agindo assim, revolveu fatos e provas, extrapolou os fundamentos lançados no acórdão do 
Tribunal Regional e, por conseguinte, violou a Súmula nº 126 do TST. 
 
Vide trecho da ementa da decisão da SDI-I: 
 
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“Contudo, verificou-se que não há no acordão do Tribunal Regional qualquer 
menção à prática de desporto educacional, tendo o próprio réu reconhecido nos 
autos a prática de desporto de rendimento, o que evidencia que a decisão 
embargada extrapolou os fundamentos lançados no acórdão prolatado pelo TRT, 
em contrariedade ao entendimento consubstanciado na Súmula nº 126 desta 
Corte, que veda o revolvimento de fatos e provas.” 
 
Por esse motivo, a SDI-I deu provimento ao Recurso de Embargos para reconhecer a 
competência material da Justiça do Trabalho e determinar o retorno dos autos à Turma do 
TST, a fim de que prossiga no julgamentodas demais questões. 
 
Desporto Esportivo x Desporto de Rendimento 
 
Questão atual trazida pelo julgado diz respeito à diferenciação entre desporto esportivo e 
desporto de rendimento e suas repercussões jurídicas. 
 
Desporto Esportivo Desporto de Rendimento 
Art. 3º, I, da Lei 9.615/98 Art. 3º, III, da Lei 9.615/98 
Praticado nos sistemas de ensino e em formas 
assistemáticas de educação, evitando-se a 
seletividade, a hipercompetitividade de seus 
praticantes, com a finalidade de alcançar o 
desenvolvimento integral do indivíduo e a sua 
formação para o exercício da cidadania e a 
prática do lazer. 
Praticado segundo normas gerais 
desta Lei e regras de prática 
desportiva, nacionais e 
internacionais, com a finalidade de 
obter resultados e integrar pessoas 
e comunidades do País e estas com 
as de outras nações 
 
O caso julgado se trata de Ação Civil Pública cujo objeto se relaciona com a proteção dos 
direitos das crianças e adolescentes que pertencem à categoria de base de determinado time 
de futebol. Busca-se a observância de regras de instalação física dos alojamentos, de saúde, 
de educação, de formação psicológica e de socialização. 
 
A decisão embargada - proferida por Turma do TST - entendeu que o trabalho das categorias 
de base daquele clube de futebol consubstanciaria desporto esportivo e, como tal, não se 
encaixaria na competência da Justiça do Trabalho, pois não caracterizaria relação de 
trabalho, mas sim atividade em sentido estrito, a qual busca auxiliar a formação para o 
exercício de trabalho futuro. Assim, a competência pertenceria à Vara da Infância e da 
Juventude. 
 
Contudo, a SDI-I, ao julgar o Recurso de Embargos, afastou a aplicação de tal fundamento, 
pois não explorado no Acórdão do Tribunal Regional (o que caracteriza violação à Súmula nº 
126 do TST, conforme já explicado), e reconheceu a competência material da Justiça do 
Trabalho para decidir sobre o tema da observância de regras de instalação física dos 
alojamentos, de saúde, de educação, de formação psicológica e de socialização das crianças e 
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adolescentes que pertencem à categoria de base daquele clube de futebol. 
 
Como foi veiculado no informativo? 
 
Embargos. Conhecimento. Ação civil pública em face do Cruzeiro Esporte Clube. 
Irregularidades na contratação de atletas menores para categoria de base. Arguição de 
contrariedade à Súmula nº 126 do TST. Decisão turmária dissociada do quadro fático 
lançado no acórdão do TRT. Competência material da Justiça do Trabalho. Reconhecimento. 
É possível conhecer dos embargos por contrariedade à Súmula nº 126 do TST, quando a 
decisão embargada adota premissa fática diversa da registrada no acórdão regional. No caso, 
a Turma (TST), para concluir pela incompetência da Justiça do Trabalho para processar e 
julgar a ação civil pública em face do Cruzeiro Esporte Clube, adotou a premissa de que a 
hipótese debatida nos autos era de desporto educacional, afastando, assim, a presença dos 
requisitos da relação de trabalho entre o clube a os atletas menores integrantes da categoria 
de base. Contudo, verificou-se que não há no acordão do Tribunal Regional qualquer menção 
à prática de desporto educacional, tendo o próprio réu reconhecido nos autos a prática de 
desporto de rendimento, o que evidencia que a decisão embargada extrapolou os 
fundamentos lançados no acórdão prolatado pelo TRT, em contrariedade ao entendimento 
consubstanciado na Súmula nº 126 desta Corte, que veda o revolvimento de fatos e provas. 
Sob esse fundamento, a SBDI-I, por maioria, conheceu dos embargos interpostos pelo 
Parquet, por contrariedade à Súmula nº 126 desta Corte, vencidos os Ministros Márcio Eurico 
Vitral Amaro, relator, Hugo Carlos Scheuermann, Breno Medeiros e Maria Cristina 
IrigoyenPeduzzi, e, no mérito, também por maioria, deu-lhes provimento para reconhecer, 
com base nas premissas reveladas, a competência da Justiça do Trabalho, e determinar o 
retorno dos autos à 5ª Turma, a fim de que prossiga no julgamento das demais questões, 
vencido parcialmente o Ministro Alexandre Luiz Ramos. TST-E-ED-RR-165100-
65.2009.5.03.0007, SBDI-I, rel. Min. Márcio Eurico Vitral Amaro, red. p/ acórdão Min. 
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 14.2.2019 
 
 
Mandado de segurança. Acordo homologado em Juízo. Quitação de débito trabalhista. 
Levantamento de valores depositados na conta vinculada do FGTS de sócio da empresa 
executada. Impossibilidade. Movimentação não contemplada pelo art. 20 da Lei nº 
8.036/1990. 
Viola direito líquido e certo de sócia da empresa executada a decisão que, ao homologar 
acordo, determina a expedição de alvará judicial para a liberação de valores existentes 
em sua conta vinculada de FGTS para a quitação de verbas trabalhistas. (TST-RO-5187-
88.2016.5.15.0000, SBDI-II, rel. Min. Delaíde Miranda Arantes, 12.2.2019,InformativoTST nº 
190). 
 
O que é o FGTS? 
 
Regido pela Lei nº 8.036/90, o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) foi criado 
pela Lei nº 5.107/66 como regime facultativo - já que ainda vigia a Estabilidade Decenal 
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prevista no artigo 492 da CLT - para proteger o trabalhador demitido sem justa. 
 
Atualmente obrigatório, pode-se definir o FGTS como uma conta bancária aberta em nome do 
trabalhador e vinculada a ele na qual é depositado mensalmente pelo empregador um 
percentual do salário pago ao empregado, acrescido de juros e atualização monetária. 
 
Desta maneira, forma-se um fundo de reserva financeira ao empregado, ao qual o trabalhador 
pode recorrer no caso de desemprego involuntário ou em outras situações definidas em lei. 
Ainda, nos casos de demissão sem justa causa, é dever do empregador depositar na conta 
vinculado do empregado o valor equivalente a 40% do montante de todos os depósitos 
realizados como forma de indenização compensatória. (art. 18, § 1º da Lei nº 8.036/90). 
 
De acordo com Maurício Godinho Delgado, o FGTS possui caráter multidimensional havendo, 
no mínimo, uma tríplice dimensão de estrutura e objetivos. “Primeiramente existe a relação 
empregatícia, vinculando empregado e empregador, pela qual este é obrigado a efetuar os 
recolhimentos mensais na conta vinculada no empregado. Há, por outro lado, o vínculo 
jurídico entre empregador e Estado, em que o primeiro tem o dever de realizar os recolhimentos, 
ao passo que o segundo, o direito de os ver adimplidos, sob pena de, compulsoriamente, cobrá-
los, com as apenações legais. Existe, ainda, a relação jurídica entre o Estado, como gestor e 
aplicador dos recursos oriundos do fundo social constituído pela totalidade dos recursos do 
FGTS, e a comunidade, que deve ser beneficiária da destinação social do instituto, por meio do 
financiamento às áreas de habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana”. 
(DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 17. ed. rev. atual. e ampl..- 
São Paulo : LTr, 2018, pág. 1515.) 
 
Quem tem direito ao FGTS? 
 
● Todos os trabalhadores regidos pela CLT que firmaram contrato de trabalho a partir de 
05/10/1988 (Antes dessa dataa opção pelo FGTS era facultativa) 
● Trabalhadores Rurais 
● Trabalhadores temporários 
● Trabalhadores avulsos 
● Safreiros (operários rurais, que trabalham apenas no período de colheita) 
● Atletas profissionais (jogadores de futebol, vôlei, etc.) 
● Diretor não-empregado poderá ser equiparado aos demais trabalhadores sujeitos ao 
regime do FGTS. 
● Empregado doméstico (obrigatório a partir de 01/10/2015 – advento da LC 150/2015) 
Qual o valor depositado? 
O valor será o correspondente a 8% (oito por cento) do salário bruto pago ao trabalhador. 
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Informativo nº 190 do TST 
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Período: 1º a 18 de fevereiro de 2019 
 
Desenvolvido por: 
 José Irineu – Técnico Judiciário do TRT9; 
José Roberto – Aprovado nos concursos de Técnico e Analista Judiciário do TRT2 e TRT 15; 
 Thyago Bertoldi – Advogado da União. 
E-mail: cliquettrabalhista@gmail.com; Instagram: @cliquettrabalhista 
Para os contratos de trabalho firmados nos termos da lei nº 11.180/05 (Contrato de 
Aprendizagem), o percentual é reduzido para 2%. No caso de trabalhador doméstico, o 
recolhimento é correspondente a 11,2 %, sendo 8% a título de depósito mensal e 3,2% a título 
de antecipação do recolhimento rescisório (Art. 34, IV e V da LC 150/2015). É importante 
lembrar que o FGTS não é descontado do salário, pois é uma obrigação do empregador. 
Quem deposita? 
O empregador ou o tomador de serviços faz o depósito na conta vinculada ao FGTS do 
trabalhador. O depósito pode ser feito até o dia 7 de cada mês (caso o dia 7 seja dia não útil, 
o recolhimento é antecipado para o dia útil imediatamente anterior). Se o empregador 
depositar após o vencimento, o depósito deve receber juros e correção monetária. 
Sobre o tema, vide o Artigo 15 da Lei 8.036/90: 
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados 
a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a 
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou 
devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as 
parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que 
se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 
4.749, de 12 de agosto de 1965. 
 
§ 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito 
privado ou de direito público, da administração pública direta, indireta ou 
fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele 
que, regido por legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar como 
fornecedor ou tomador de mão-de-obra, independente da responsabilidade 
solidária e/ou subsidiária a que eventualmente venha obrigar-se. 
 
§ 2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar serviços a 
empregador, a locador ou tomador de mão-de-obra, excluídos os eventuais, os 
autônomos e os servidores públicos civis e militares sujeitos a regime jurídico 
próprio.
 
 
Em que hipóteses pode ocorrer a movimentação da conta do FGTS? 
 
As hipóteses de movimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS estão elencadas 
no Artigo 20 da Lei 8.036/90: 
Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas 
seguintes situações: 
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força 
maior; 
I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A da Consolidação das 
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Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto- Lei no 5.452, de 1o de maio de 
1943; 
II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de seus estabelecimentos, 
filiais ou agências, supressão de parte de suas atividades, declaração de nulidade do 
contrato de trabalho nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento do empregador 
individual sempre que qualquer dessas ocorrências implique rescisão de contrato de 
trabalho, comprovada por declaração escrita da empresa, suprida, quando for o caso, 
por decisão judicial transitada em julgado; 
III - aposentadoria concedida pela Previdência Social; 
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse 
fim habilitados perante a Previdência Social, segundo o critério adotado para a 
concessão de pensões por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do 
saldo da conta vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará 
judicial, expedido a requerimento do interessado, independente de inventário ou 
arrolamento; 
V - pagamento de parte das prestações decorrentes de financiamento habitacional 
concedido no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), desde que: 
a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do 
FGTS, na mesma empresa ou em empresas diferentes; 
b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante o prazo de 12 (doze) 
meses; 
c) o valor do abatimento atinja, no máximo, 80 (oitenta) por cento do montante da 
prestação; 
VI - liquidação ou amortização extraordinária do saldo devedor de financiamento 
imobiliário, observadas as condições estabelecidas pelo Conselho Curador, dentre elas 
a de que o financiamento seja concedido no âmbito do SFH e haja interstício mínimo 
de 2 (dois) anos para cada movimentação; 
VII – pagamento total ou parcial do preço de aquisição de moradia própria, ou lote 
urbanizado de interesse social não construído, observadas as seguintes 
condições: 
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o 
regime do FGTS, na mesma empresa ou empresas diferentes; 
b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o SFH; 
 VIII - quando o trabalhador permanecer três anos ininterruptos, a partir de 1º de 
junho de 1990, fora do regime do FGTS, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a 
partir do mês de aniversário do titular da conta. 
IX - extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos trabalhadores 
temporários regidos pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974; 
X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 90 
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(noventa) dias, comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria 
profissional. 
XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for acometido de 
neoplasia maligna. 
XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização, regidos pela Lei 
n° 6.385, de 7 de dezembro de 1976, permitida a utilização máxima de 50 % 
(cinqüenta por cento) do saldo existente e disponível em sua conta vinculada do Fundo 
de Garantia do Tempo de Serviço, na data em que exercer a opção. 
 XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do 
vírus HIV; 
 XIV - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes estiver em estágio 
terminal, em razão de doença grave, nos termos do regulamento; 
 XV - quando o trabalhador tiver idade igual ousuperior a setenta anos. 
 XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural, 
conforme disposto em regulamento, observadas as seguintes condições: 
 a) o trabalhador deverá ser residente em áreas comprovadamente atingidas de 
Município ou do Distrito Federal em situação de emergência ou em estado de 
calamidade pública, formalmente reconhecidos pelo Governo Federal; 
b) a solicitação de movimentação da conta vinculada será admitida até 90 
(noventa) dias após a publicação do ato de reconhecimento, pelo Governo Federal, da 
situação de emergência ou de estado de calamidade pública; e 
c) o valor máximo do saque da conta vinculada será definido na forma do 
regulamento. 
 XVII - integralização de cotas do FI-FGTS, respeitado o disposto na alínea i do 
inciso XIII do art. 5o desta Lei, permitida a utilização máxima de 30% (trinta por cento) 
do saldo existente e disponível na data em que exercer a opção. 
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, necessite adquirir 
órtese ou prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social. 
XIX - pagamento total ou parcial do preço de aquisição de imóveis da União 
inscritos em regime de ocupação ou aforamento, a que se referem o art. 4o da Lei 
no 13.240, de 30 de dezembro de 2015, e o art. 16-A da Lei no 9.636, de 15 de maio de 
1998, respectivamente, observadas as seguintes condições 
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos de trabalho sob o regime 
do FGTS, na mesma empresa ou em empresas diferentes 
b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o Sistema Financeiro 
da Habitação (SFH) ou ainda por intermédio de parcelamento efetuado pela Secretaria 
do Patrimônio da União (SPU), mediante a contratação da Caixa Econômica Federal 
como agente financeiro dos contratos de parcelamento; 
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c) sejam observadas as demais regras e condições estabelecidas para uso do FGTS 
 
Caso uma pessoa seja sócia de uma empresa executada, sua conta do FGTS poderá 
ser liberada para quitação de verbas trabalhistas? 
 
NÃO! Conforme exposto acima, a Lei 8.036/90 define taxativamente as hipóteses em que é 
possível a liberação dos valores constantes na conta vinculada do trabalhador. Verifica-se que 
não há permissivo legal para a movimentação da conta do FGTS para o caso de quitação de 
verbas trabalhistas. 
 
Sendo assim, a SBDI-II do TST decidiu, no caso analisado, de acordo com os termos da Lei 
8.036/90, por conceder a segurança para desbloquear os valores da conta da sócia da 
empresa executada, os quais foram apreendidos por decisão homologatória de acordo. 
 
 
Como foi veiculado no informativo? 
 
Mandado de segurança. Acordo homologado em Juízo. Quitação de débito trabalhista. 
Levantamento de valores depositados na conta vinculada do FGTS de sócio da empresa 
executada. Impossibilidade. Movimentação não contemplada pelo art. 20 da Lei nº 
8.036/1990. 
Viola direito líquido e certo de sócia da empresa executada a decisão que, ao homologar 
acordo, determina a expedição de alvará judicial para a liberação de valores existentes em 
sua conta vinculada de FGTS para a quitação de verbas trabalhistas. O art. 20 da Lei nº 
8.036/1990 dispõe sobre as situações em que a conta vinculada do FGTS pertencente ao 
trabalhador pode ser movimentada, e em nenhuma delas está prevista a hipótese relatada. 
Assim, a SBDI-II, por unanimidade, conheceu do recurso ordinário e, no mérito, deu-lhe 
provimento para conceder a segurança, a fim de determinar o imediato desbloqueio dos 
valores apreendidos na conta vinculada do FGTS da sócia da empresa executada. TST-RO-
5187-88.2016.5.15.0000, SBDI-II, rel. Min. Delaíde Miranda Arantes, 12.2.2019 
 
Representante sindical. Inquérito para apuração de falta grave. Termo inicial do prazo de 
30 dias. Afastamento do empregado de suas funções sem caráter punitivo e sem redução 
de proventos 
O afastamento do empregado de suas funções, sem caráter punitivo e sem redução de 
proventos, tem a mesma natureza preventiva da suspensão a que alude o art. 853 da 
CLT. Portanto, o prazo decadencial de trinta dias para a instauração do inquérito para 
apuração de falta grave contra empregado garantido com estabilidade (representante 
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Informativo nº 190 do TST 
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sindical) deve ser contado a partir do afastamento de suas funções, independentemente 
do pagamento dos salários do período, e não a partir do momento em que houve 
suspensão sem pagamento de salário. 
(TST. SDI-II. RO-10811-88.2015.5.03.000, rel. Min. Delaíde Miranda Arantes, julgado em 
12.02.2019, Informativo TST nº 190). 
 
O que é inquérito para apuração de falta grave? 
 
Inquérito para apuração de falta grave “é uma ação judicial destinada a extinguir o contrato 
de trabalho de determinados empregados detentores de estabilidade ou garantia de emprego” 
(MIESSA, Élisson. Processo do Trabalho. 5ª. ed. Juspodivm: Salvador, 2018, p. 1396). 
 
Para quais empregados é necessário o ajuizamento do inquérito para apuração de 
falta grave? 
 
Segundo Élisson Miessa, há, pelo menos, duas correntes sobre o assunto: (a) 1ª Corrente: 
dirigente sindical (CLT, art. 543, §3º e Súmula 379 do TST) e estável decenal (CLT, art. 494); 
e (b) 2ª Corrente: dirigente sindical (CLT, art. 543, §3º e Súmula 379 do TST), estável decenal 
(CLT, art. 494), diretor de sociedade cooperativa (L5764, art. 55), membros do Conselho 
Nacional de Previdência Social, enquanto representantes dos trabalhadores, titulares e 
suplentes (L8213, art. 3º, §7º). Nesta segunda corrente, há, ainda, quem inclua os membros 
do Conselho Curador do FGTS (TST. 3ª Turma. RR 258100-37.1995.5.02.0008, rel. Min. 
Maurício Godinho Delgado, DEJT 15.02.2013) e os representantes da Comissão de 
Conciliação Prévia (CLT, art. 625-B, §1º). 
 
Mas o que é garantia provisória de emprego? Ela é diferente de estabilidade? 
 
Alguns autores diferenciam os termos estabilidade e garantia provisória de emprego. 
Estabilidade referir-se-ia ao direito conquistado pelo empregado de não perder o emprego, 
exceto se a dispensa for por justa causa. 
Estabilidade provisória ou especial ou, ainda, garantia de emprego, consistiria em 
assegurar, provisoriamente, o emprego enquanto presente uma das situações excepcionais 
previstas em lei (gestante, membro da CIPA, etc). 
 
E o dirigente sindical goza de garantia de emprego? 
 
SIM! Nos termos do artigo 8º, inciso VIII, da Constituição e do artigo 543, §3º, da CLT, é 
vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo 
de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o 
final do mandato, salvo se cometer falta grave. 
A garantia provisória de emprego é destinada aos dirigentes sindicais, limitada a 7 (sete) 
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membros e 7 (sete) suplentes (Súmula 369, item II, do TST). Os membros do conselho 
fiscal (OJ 365 da SDI-I do TST) e os delegados sindicais (OJ 369 da SDI-I do TST), portanto, 
não são destinatários da estabilidade em comento. 
Da mesma forma, a estabilidade provisória não é estendida aos dirigentes de entidades 
profissionais, a exemplo dos CREAs ou dos CRMs. 
É relevante registrar que o empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só 
goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do 
sindicato para o qual foi eleito dirigente (Súmula 369, item III, do TST). 
O registro de candidatura ocorrido durante o período de aviso-prévio não dá direito à 
estabilidade (Súmula 369, item V, do TST). Por outro lado, conforme entendimento do TST, é 
assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a 
comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo 
previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, 
ocorra na vigência do contrato de trabalho (Súmula 369, item I, do TST). 
 
Se o empregado que possui estabilidade ou garantia provisória de emprego comete 
falta grave, o que acontece? 
 
Neste caso, o empregador tem a faculdade de suspender o empregado faltoso, mas sua 
despedida fica condicionada à procedência do inquérito para apuração de falta grave (CLT, 
art. 494). 
 
E há prazo para propositura da ação? 
 
SIM! O empregador deverá ajuizar a ação dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da 
suspensão do empregado. Este prazo é decadencial (Súmula 403 do STF). 
 
Mas e se a suspensão promovida pelo empregador for sem caráter punitivo e sem 
redução de proventos, há modificação deste prazo? É preciso haver suspensão do 
pagamento de salários? 
 
NÃO! Segundo o TST, o afastamento do empregado de suas funções, sem caráter punitivo e 
sem redução de proventos, tem a mesma natureza preventiva da suspensão a que alude o art. 
853 da CLT. Portanto, o prazo decadencial de trinta dias para a instauração do inquérito para 
apuração de falta grave contra empregado garantido com estabilidade (representante sindical) 
deve ser contado a partir do afastamento de suas funções, independentemente do pagamento 
dos salários do período, e não a partir do momento em que houve suspensão sem pagamento 
de salário. 
 
Como foi veiculado no informativo? 
 
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Dissídio coletivo. Greve. Movimento deflagrado contra a privatização das empresas que 
compõem o sistema Eletrobras. Motivação estritamente política. Abusividade. 
É abusivo o movimento grevista deflagrado pela categoria profissional contra a privatização 
das empresas que compõem o sistema Eletrobras, pois não se verifica dissídio trabalhista, ou 
seja, conflito entre empresa e trabalhadores. A política de privatização do setor elétrico não é 
de autoria da Eletrobras, nem das empresas estatais, mas do poder público, de modo que as 
reivindicações dos trabalhadores não podem ser negociadas pelas empresas. Assim, 
vislumbrando a ocorrência de greve com motivação estritamente política, a SDC, por maioria, 
julgou procedente o pedido de abusividade do movimento, vencidos os Ministros Mauricio 
Godinho Delgado, relator, e Kátia Magalhães Arruda. (TST-DCG-1000418-66.2018.5.00.0000, 
SDC, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, red. p/ acórdão Min. Ives Gandra da Silva Martins 
Filho, 11.2.2019).

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