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Acao-de-concessao-de-salario-maternidade-demissao-sem-justa-causa-MODELO (1)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ________________________
NOME COMPLETO, nacionalidade, estado civil, aposentado(a), portador(a) da cédula de identidade RG nº ___________ e do CPF nº _________________, endereço eletrônico ___________, residente e domiciliado(a) à [endereço completo], por sua(seu) procurador(a) subscrito(a), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor
AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO
(Salário-maternidade)
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, Autarquia Federal, localizada à [endereço completo da agência local], pelas razões de fato e de direito que passa a expor:
1. DOS FATOS
ADEQUAR AO CASO CONCRETO
Dados do Benefício
Tipo de benefício: Salário-maternidade		NB: _________________
DER: ___/___/_____					Data do parto: ___/___/_____
Data da demissão: ___/___/_____
A Autora requereu, em ___/___/_____, a concessão do benefício de salário-maternidade na agência da Previdência Social de sua cidade.
O pedido foi indeferido pelo INSS, sob a alegação de que a responsabilidade pelo pagamento deste benefício seria da empresa ______________, já que a Autora fora demitida sem justa causa em ___/___/_____.
A limitação apresentada pelo INSS não se justifica, conforme será demonstrado, razão pela qual busca o Poder Judiciário para ter protegido seu direito.
2. DO DIREITO
	O salário-maternidade está previsto no art. 201, II da Constituição Federal, nos artigos 71 e seguintes da Lei 8.213/91, nos artigos 93 e seguintes do Decreto 3.048/99. Este benefício é devido a todas as seguradas da Previdência Social, gestantes ou adotantes, sejam elas empregadas, avulsas, domésticas, contribuintes especial, facultativa ou individual, ou mesmo desempregadas.
É devido à segurada empregada que possua qualidade de segurado na data do parto, estando livre de carência nos termos do art. 26, VI, da Lei 8.213/91.
	A Autora possuía, na data do parto (___/___/_____), qualidade de segurada, conforme reconheceu o CRPS (vide relatório da decisão administrativa anexa). Ademais, seu vínculo de segurada era como “empregada”, que dispensa a carência. Dessa forma, a Autora preenche todos os requisitos necessários à concessão do benefício.
	A Requerida sustentou, em seu indeferimento administrativo, que, como a demissão ocorreu na modalidade “sem justa causa”, a responsabilidade pelo pagamento do benefício seria do empregador. Entretanto, não tem razão a Autarquia.
Sustentou ainda que o parágrafo único do artigo 97 do Decreto nº 3.048/99, dispõe que "durante o período de graça a que se refere o art. 13, a segurada desempregada fará jus ao recebimento do salário-maternidade nos casos de demissão antes da gravidez, ou, durante a gestação, nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, situações em que o benefício será pago diretamente pela previdência social", de forma que a segurada que foi demitida sem justa causa estaria excluída.
Entretanto, não há na Lei nº 8.213 /91 qualquer restrição quanto à forma da rescisão do contrato de trabalho da segurada desempregada para o recebimento do salário-maternidade, não pode a norma infralegal, extrapolando seus limites regulamentares, fazê-lo, sob pena de violação ao princípio da legalidade.
Para fins de recebimento do salário-maternidade, é irrelevante que a demissão tenha se dado com ou sem justa causa, ou mesmo a pedido, bastando que a trabalhadora preencha os requisitos legais para o seu gozo, ou seja, mantenha a qualidade de segurada, observado o prazo de carência e o período de graça. 
	Neste sentido:
AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. SALÁRIO MATERNIDADE. SEGURADA DESEMPREGADA. PARTO NO PERÍODO DE GRAÇA. RESPONSABILIDADE DO INSS PELO PAGAMENTO. PRECEDENTES
1. O salário-maternidade é devido a todas as seguradas da Previdência Social, gestantes ou adotantes, sejam elas empregadas, avulsas, domésticas, contribuintes especial, facultativa ou individual, ou mesmo desempregada. 2. Especificamente em relação à segurada desempregada, a matéria foi regulamentada no parágrafo único do artigo 97 do Decreto nº 6.122/07, que dispõe que "durante o período de graça a que se refere o art. 13, a segurada desempregada fará jus ao recebimento do salário-maternidade nos casos de demissão antes da gravidez, ou, durante a gestação, nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, situações em que o benefício será pago diretamente pela previdência social". 3. Não havendo na Lei nº 8.213/91 qualquer restrição quanto à forma da rescisão do contrato de trabalho da segurada desempregada para o recebimento do salário-maternidade, não pode a norma infralegal, desbordando dos seus limites regulamentares, fazê-lo, sob pena de violação ao princípio da legalidade. 4. Para fins de recebimento do salário-maternidade, é irrelevante que a demissão tenha se dado com ou sem justa causa, ou mesmo a pedido, bastando que a trabalhadora preencha os requisitos legais para o seu gozo, ou seja, mantenha a qualidade de segurada, observado o prazo de carência e o período de graça. 5. A responsabilidade da empresa para o pagamento do mencionado benefício estabelecida no § 1º do artigo 72 da Lei 8213/91, tem natureza meramente substitutiva, restando evidente que a responsabilidade pelo pagamento do salário - maternidade é do INSS. Precedentes deste Tribunal: Apelreex 00057092620114036106, Desembargadora Federal Tania Marangoni; Ac 00006724020054036005, Desembargadora Federal Therezinha Cazerta. 6. Agravo legal não provido.
(TRF-3 - AI: 00317077320144030000 SP , Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO DOMINGUES, Data de Julgamento: 09/03/2015, SÉTIMA TURMA, Data de Publicação: 13/03/2015)
A responsabilidade do empregador para o pagamento deste benefício estabelecida no § 1º do artigo 72 da Lei 8213 /91, tem natureza meramente substitutiva, já que terá direito à compensação integral desse encargo com valores devidos à título de contribuições sociais incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados à pessoa física que lhe preste serviço, restando evidente que, ao final, a responsabilidade pelo pagamento do salário-maternidade é do INSS.
	Aliás, se assim não fosse, não existiria empresa no Brasil que contratasse mulheres em idade fértil.
	Desta forma, é descabida a alegação do Requerido, devendo ser concedido o benefício de salário-maternidade ora requerido.
3. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:
Sejam concedidos os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, conforme declaração anexa, por ser a autora pessoa hipossuficiente na acepção legal do termo, e nos termos do art. 129 da Lei 8.213/91, com isenção de custas, despesas processuais e ônus sucumbenciais porventura existentes.
A citação do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS para, querendo, responder à presente demanda, no prazo legal;
O julgamento antecipado da lide, nos termos do art. 355, I do CPC, por tratar-se de questão somente de direito.
A procedência da pretensão deduzida, consoante narrado nesta inicial, para determinar ao INSS a implantação do benefício de salário-maternidade, bem como pagar as parcelas vencidas desde o parto, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais moratórios, ambos incidentes até a data do efetivo pagamento, adotando-se como critério do Manual de Cálculos da Justiça Federal (versão aprovada em 02/12/13 - resolução CJF 267/2013);
Tratando-se de pedido de obrigação de fazer, requer, em caso de desobediência, seja aplicada multa diária (astreintes) no valor de R$ 1.000,00, na forma prevista nos arts. 497; 536, § 1º; 537 do CPC, valor este que deverá ser revertido em favor da Autora;
O pagamento de honorários advocatícios apurados em liquidação de sentença, conforme dispõe o art. 55 da Lei nº 9.099/95 e art. 85, § 3º do Código de Processo Civil.
Requer a produção de provas por todos os meios admitidos em Direito.A parte autora declara que opta pela (não) realização de audiência de conciliação no presente caso;
	Dá-se à causa o valor de R$_________ (_______________________).[0: Obs - para aprender a calcular o valor da causa acesse: Como calcular o valor da causa em ações previdenciárias?]
	Termos em que pede deferimento.
Local, Data.
___________________________
NOME
OAB
Modelo disponível em: www.desmistificando.com.br

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