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DIFICULDADES ENFRENTADAS POR PROFESSORES E ALUNOS NO ENSINO MÉDIO NOTURNO

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1 
 
 
 
 
 
Proposta de CADERNO TEMÁTICO 
Professora PDE: ROSANGELA APARECIDA RIBEIRO GONDO 
Área PDE: Pedagogia 
NRE: Cornélio Procópio 
Professora Orientadora IES : MS. Marília Bazan Blanco 
IES vinculada: Universidade Estadual do Norte do Paraná: UENP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cornélio Procópio, Paraná 
2008 
2 
 
ROSANGELA APARECIDA RIBEIRO GONDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIFICULDADES ENFRENTADAS 
POR PROFESSORES E ALUNOS 
NO ENSINO MÉDIO NOTURNO 
 
 
 
 
 
 
 
 Proposta de Caderno Temático apresentado à 
 Secretaria de Estado da Educação – SEED 
 como requisito parcial de participação no 
 Programa de Desenvolvimento Educacional – 
 PDE na área de Pedagogia 
 
 Orientadora Profª Ms. Marília Bazan Blanco 
. 
 
 
 
 
Cornélio Procópio, Paraná 
2008 
3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1.Apresentação ................................................................................................... 05 
2. Dificuldades encontradas pelos professores e alunos no Ensino 
 Médio Noturno ............................................................................................... 06 
2.1. O Ensino Médio Noturno no Brasil ............................................................... 06 
3. Fracasso Escolar X Sucesso Escolar – Vencendo desafios- ...................19 
3.1.Indisciplina. Um desafio para todos os professores ....................................... 23 
4. Metodologia Didática no Ensino Médio Noturno – 
 Em busca de mudança prática ..................................................................... 25 
4.1. Sugestões metodológicas ............................................................................ 27 
4.1.1 . Exposição oral ....................................................................................... 28 
4.1.1.1. Vantagens do método ............................................................................ ..28 
4.1.1.2. Desvantagens do método ...................................................................... 28 
4.1.2. Perguntas e respostas .............................................................................. 28 
4.1.2.1. Vantagens do método .............................................................................. 28 
4.1.2.2. Desvantagens do método ..... ................................................................. 29 
4.1.2.3. Cuidados a serem observados, para a sua utilização........................... 29 
4.1.3. Discussão ou debate ................................................................................ 29 
4.1.3.1. Vantagens do método .............................................................................. 30 
4.1.3.1. Desvantagens do método ........................................................................ 30 
4.1.4. Philips 66 ....................................................................................................30 
4.1.5. Trabalho em duplas ................................................................................... 31 
4.1.6. Técnica da entrevista ................................................................................ 31 
4.1.7. Dramatização ............................................................................................. 31 
4.1.8. Redação ................................................................................................... 32 
4.2. Atividades para abertura do período letivo ......................................................32 
4.2.1. O Barbante .................................................................................................32 
4.2.2. Jogando bola.................................................................................................33 
4.3 Aulas dinâmicas com recursos simples .........................................................33 
4.3.1. Cordel pedagógico .......................................................................................34 
4.3.2. Transparência em retroprojetor ....................................................................34 
4.4. Apresentação e revisão de conteúdos ............................................................34 
4.4.1. Campeonato do saber ..................................................................................34 
4.5. O filme na sala de aula .................................................................................35 
4.5.1. Como analisar um filme ...............................................................................37 
4.5.3. Dramatização de situações do vídeo assistido e discutido ..........................38 
4.5.. Sugestões de filme .......................................................................................38 
4.6. Ações para serem executadas na primeira semana de aula .........................39 
5. Considerações finais ....................................................................................45 
6. Referências .......................................................................................................48 
 
 
 
 
4 
 
 
 IDENTIFICAÇÃO 
 
 
 
PROFESSORA PDE: ROSANGELA APARECIDA RIBEIRO GONDO 
ÁREA PDE : PEDAGOGIA 
NRE: CORNÉLIO PROCÓPIO 
PROFESSORA ORIENTADORA IES: Profª Ms MARILIA BAZAN BLANCO 
IES VINCULADA:UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ –UENP 
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO:COLÉGIO ESTADUAL CECÍLIA MEIRELES - 
EMN 
PÚBLICO OBJETO DE INTERVENÇÃO: PROFESSORES E ALUNOS DO 
ENSINO MÉDIO DO PERÍODO NOTURNO DO COLÉGIO ESTADUAL CECÍLIA 
MEIRELES – EMN 
 
 
 
 
 
TEMA: Práticas Pedagógicas no Ensino Médio Noturno 
 
 
 
 
 
TÍTULO: Dificuldades enfrentadas por professores e alunos no Ensino Médio 
Noturno 
 
 
 
 
 
5 
 
1. APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 Este Caderno Temático se refere à necessidade de se propiciar um canal de 
reflexão, discussão e ação junto aos professores que atuam no Ensino Médio 
Noturno e, conseqüentemente, promover a melhoria de um ensino, que há muito 
tempo é apenas uma simulação. Sendo assim evidenciamos a complexidade do 
processo de mudança, pois representa um desafio. Não se pode mudar por 
decreto ou por querer deste ou daquele grupo. Mudança é processo e sendo 
assim, exige um árduo trabalho de desconstrução e reconstrução a que atores 
desse processo, terão que se dedicar com competência e pacientemente. Não se 
trata apenas de mudar, mas de inovar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
2. Dificuldades encontradas pelos professores e alunos no Ensino Médio 
Noturno. 
 
 
 
2.1. O Ensino Médio Noturno no Brasil 
 
 
As desigualdades educacionais refletem desigualdades sociais e, 
muitas vezes, umas reforçam as outras . Nesse sentido, identificar 
as características sociais dos jovens e adultos que cursam o 
ensino médio noturno são fundamental para que se possam 
pensar políticas que visem a corrigir essas 
desigualdades.(OLIVEIRA, 2004 ) 
 
 
 Aravés da história percebe-se que essa preocupação no Brasil data dos 
tempos do Império e como caracteriza Carvalho (1994, pág 27) “aos que a idade 
e necessidade de trabalhar e não podiam freqüentar os cursos diurnos”. 
 Continua, Carvalho, “seus professores recebem apenas uma pequena 
gratificaçãopara se encarregar dessas aulas”. Estudar a noite, era uma condição 
apenas para pobres e sempre com o caráter de profissionalização como 
aprendizado de um ofício. 
 Deste modo, a formação de trabalhadores e cidadãos no 
Brasil constituiu-se historicamente a partir da categoria de 
dualidade estrutural, uma vez que havia uma nítida 
demarcação da trajetória educacional dos que iriam 
desempenhar funções intelectuais ou instrumentais, em uma 
ociedade cujo desenvolvimento das forças produtivas delimitava 
claramente a divisão entre capital e trabalho traduzida no 
taylorismo-fordismo como ruptura entre as atividades de 
planejamento e supervisão por um lado e de execução por 
outro” ( KUENZER apud KUENZER, 2005. p.27). 
 
Datam do Império as primeiras classes noturnas para atender aqueles 
que precisavam trabalhar e não podiam freqüentar o ensino médio diurno. Logo se 
percebe que os resultados não foram os esperados e a freqüência diminuía 
sensivelmente. 
 
7 
 
Acácia Kuenzer (2005) nos remete a 1909 quando a partir da criação de 19 
escolas de artes e ofícios é que surge a idéia de escolas técnicas “e antes de 
pretender atender às demandas de um desenvolvimento industrial praticamente 
inexistente obedeciam a uma finalidade moral de repressão: educar pelo trabalho, 
os órfãos, pobres e desvalidos de sorte, retirando - os da rua.” 
 Inicia a divisão “oficial” do ensino entre ricos e pobres, pois, segundo 
Kuenzer (2005), para a elite a trajetória escolar partia do ensino primário seguido 
pelo secundário propedêutico que era completado pelo ensino superior e ai havia 
a escolha dos ramos profissionais. A partir da década de 30 se acentuam as 
características dicotômicas entre profissional e formação acadêmica. A população 
passa a pleitear a criação de maior número de ginásios mantidos pelo Estado, pois 
a rede de ensino secundário era quase exclusivamente constituída por entidades 
privadas, leigas ou confessionais. 
 Aumentou a procura pelas escolas de nível médio,como meio de ascensão 
social, a industrialização crescente e o interesse de políticos, foram alguns dos 
fatores que acelerou a multiplicação dos ginásios. 
 Havendo uma diversidade de ramos do ensino médio, o trabalhador–
estudante só poderia optar pelos cursos que oferecessem ocupações imediatas, 
como os cursos comerciais, que para a elite serviam como trampolim para o 
ensino superior, e para a classe trabalhadora como ponto de parada. 
 Segundo Kuenzer(2005) em 1942 temos a reforma Capanema, que faz o 
ajuste entre as propostas pedagógicas para a formação de intelectuais e 
trabalhadores e as mudanças que estavam ocorrendo no mundo do trabalho. É 
criado para as elites os cursos médios de 2º Ciclo, científico e o clássico, com 
duração de três anos, com o intuito de preparar os alunos para o ensino superior 
 Continua Kuenzer(2005) a formação profissional destinada 
aos alunos- trabalhadores passa também a contar com alternativas em nível 
médio de 2º ciclo: o agrotécnico, o comercial técnico, o industrial técnico e o 
normal, que não davam acesso ao ensino superior. 
 É desse período de 1942, também, a criação das escolas 
técnicas. A partir da transformação das escolas de artes e ofícios. Criação 
também em 1942 do (SENAI) e 1946 do (SENAC) para atender a demanda do 
crescente desenvolvimento industrial que exigia mão-de-obra qualificada. 
8 
 
 Cria-se uma dualidade estrutural na constituição do Ensino 
Médio e profissional no Brasil com caminhos diferenciados preparando uns para 
exercer funções de dirigentes; outros preparando para o mundo do trabalho. 
 A partir de 1961, com a promulgação da lei das Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional - lei 4024/61, (20/12/61) essa realidade sofre uma significativa 
mudança no mundo do trabalho. O desenvolvimento crescente dos vários ramos 
profissionais dos setores secundário e terciário faz com que aconteça o 
reconhecimento de outros saberes não só de cunho acadêmico. Pela primeira 
vez a legislação educacional estabelece a equivalência entre os cursos 
profissionalizantes e propedêuticos para fins de prosseguimento nos estudos. 
 Em 1971, a Lei nº 5692/71, que une o antigo curso primário e o ginasial, 
foram suprimidas do ensino de primeiro grau as diferenças curriculares 
representadas pelos antigos ramos de ensino médio, mas continuou a persistir 
uma segregação relacionada com a origem social, indicada pela distribuição nos 
cursos públicos e particulares diurnos e noturnos. 
 A partir dos dados referentes ao início do funcionamento dos cursos 
noturnos e do estudo da legislação escolar, nota – se que muito pouco foi feito no 
intuito de adaptá–lo às condições específicas dessa população, tampouco para 
aproveitar a experiência vivida desse aluno-trabalhador. 
O Ensino Médio Noturno historicamente tem sofrido muitas transformações, 
tanto na sua concepção quanto na sua execução, seja através das práticas 
pedagógicas ou das legislações. Tal transformação advém das dinâmicas da 
própria sociedade, que tem na escola um reflexo. À medida que as demandas 
sociais vão surgindo, novas exigências são postas à escola e em especial ao 
ensino noturno, que tem um quadro de jovens estudantes inseridos no mercado 
de trabalho sem a devida qualificação, e com jornada de oito ou mais horas diárias, 
que lá estão por extrema necessidade de sobrevivência. 
 Esta condição de aluno-trabalhador talvez seja a característica mais forte 
dos alunos do ensino médio noturno, condição esta de trabalhador desqualificado 
e superexplorado ao peso de um salário vil e de uma insuportável dupla jornada 
de trabalho: a da fábrica, loja, escritório ou rural, e a da escola noturna. ( Pucci, 
1995) . 
 Tendo em vista as dinâmicas sociais especialmente no 
9 
 
mundo do trabalho pergunta-se constantemente, qual o papel da escola no 
atendimento ao aluno trabalhador? A escola está preparada para atender 
adequadamente a esses alunos, bem como aos seus anseios e expectativas? Que 
conhecimentos tem-se da realidade social na qual os alunos estão inseridos? 
 Entendemos que realidade é o que se vê. Contudo, faz-se 
necessário aprender a vê-la, identificar suas características, e tentar encontrar 
meios para trabalhá-la. 
 
 O aluno matriculado no período noturno, na sua grande 
maioria, já está engajado em trabalho assalariado durante o dia, 
quase sempre em turno de oito horas. O estudo à noite parece 
representar um prolongamento da jornada de trabalho, por mais 
quatro a cinco horas, tanto para o aluno, como, muitas vezes, para 
o professor. E o trabalho precoce desses alunos decorre da 
necessidade de sobrevivência das famílias das classes 
trabalhadoras no momento social que atravessamos 
(CARVALHO,1994,pág.12) 
 
 Portanto não é apenas a descoberta de novas técnicas pedagógicas ou 
legislação que possam melhorar ou reformar o ensino noturno. É algo muito mais 
complexo, que exige aprofundamento do estudo e desafio de tentar superar a 
concepção de trabalho produtivo nessa formação social. 
Para Oliveira (2004) “não basta levantar a realidade social de uma escola, 
os indicadores de matrícula, renda familiar, idade, sexo, moradia. Mapear esses 
elementos é extremamente importante para um contato inicial com essa realidade, 
entretanto eles não dizem tudo." 
 É preciso, sobretudo, aprender a vê-la e reconhecê-la 
como historicamente determinada, para tentar compreender o sentido que esta 
realidade social tem para os professores e alunos do noturno: quais as condições 
difíceis que alunos e professores enfrentam em seu cotidiano, assim como os 
mecanismos que recorrempara superar essas dificuldades. 
É certo que a educação passa por problemas extremamente graves. E 
esses problemas têm a sua vertente exatamente nas escolas, mais precisamente, 
nas salas de aula que é onde se dá, na prática, a relação entre aluno e professor, e 
onde pretensamente, deve acontecer o processo de ensino-aprendizagem. 
 
 Pesquisa realizada em finais da década de 90 
10 
 
demonstrava que mais da metade dos jovens que cursavam o 
ensino médio não tinha expectativa de prosseguir seus estudos, 
tentando ingresso na universidade. Observando a rápida expansão 
da matrícula no ensino superior, paralelo ao crescimento do 
número de concluintes do ensino médio, não estaríamos diante 
de mudanças nas expectativas escolares destes alunos? 
(OLIVEIRA, 2004). 
 
 Todas estas transformações têm induzido mudanças nas concepções 
relativas ao modo como se aprende, tanto nas formas de interação entre quem 
aprende e quem ensina, quanto ao modo como se reflete sobre a natureza do 
conhecimento (Teodoro, 1992). Nesta permanente mudança o ensino tradicional 
baseado na transmissão de um conjunto de conhecimento e na aprendizagem 
passiva e individual, não dá resposta às solicitações do indivíduo. 
 Os alunos dos cursos noturnos vão para a escola por motivos vários, entre 
os quais se pode citar: 
 1) as condições que as empresas impõem ao contratar jovens trabalhadores de 
que estes estejam matriculados em escolas noturnas, pois estudos realizados por 
Rodriguez e Héran,(2005) comprovam que 57% dos estudantes ou já trabalham ou 
estão em busca de trabalho; 
 2) vão à escola para encontrar seu grupo social ; 
3) para buscar algo melhor na vida. 
 O aluno-trabalhador busca na escola à noite sem “dúvida” algo que lhe 
interesse, ou seja, além das necessidades naturais, quer também formação e 
informação que o auxiliem no dia-a-dia, na luta pela sobrevivência. Sendo assim, 
se a escola não lhe oferecer o que ele busca, com certeza será levado a 
abandoná-la. Outros motivos também podem reforçar esse abandono da escola. 
 Os alunos, portanto, buscam nas escolas muito mais do 
que instrução; buscam igualdade de oportunidades e formas de não-exclusão. As 
experiências vividas no ambiente de trabalho marcam profundamente a relação 
com a escola e criam uma expectativa imediatista a respeito do que a escola pode 
lhes oferecer. 
 Rodrigues (1995) afirma que esse trabalhador- estudante freqüentador dos 
cursos noturnos experimenta diariamente uma divisão social. Durante o dia ele 
trabalha, produz, realiza. E à noite, ele deve pensar refletir, calcular e planejar. 
Passa, portanto, da condição de trabalhador manual para a condição de 
11 
 
trabalhador intelectual o que faz com que ele estabeleça com a escola um tipo de 
relação diferente daquele estabelecido pelos alunos que freqüentam a escola em 
cursos diurnos. 
 Um dos aspectos mais gritantes dessa relação pode ser revelado na forma 
de exclusão que o ensino noturno provoca, pois o aluno que o freqüenta recebe 
ensino defasado em relação ao oferecido nos cursos diurnos. 
 A escola noturna como instituição não se refere ao seu 
aluno como trabalhador. E, quando faz referência a essa condição de trabalhador, 
o faz de certa forma paternalista ou autoritária, pois pretende se justificar uma 
diferença de tratamento quanto à seleção de conteúdos e à avaliação ou à carga 
horária em relação aos cursos diurnos. Esses argumentos costumam vir 
acompanhados de justificativas como: o aluno vem cansado, ou não tem interesse 
ou ainda não tem responsabilidade (atrasos, faltas, desistências). 
 Marcantes defasagens ou falta de base em conteúdos já estudados e 
aparentemente aprendidos em séries anteriores são justificadas porque os alunos, 
na maioria das vezes, sustentam-se a si próprios, são ”arrimo de família,ou 
reprovados ou desistentes, matriculam-se no ano seguinte recomeçando o ciclo 
novamente. 
 Essa situação provoca dificuldades ainda maiores para o prosseguimento 
de estudos universitários ou técnicos, ou ainda, para melhorar sua posição na 
empresa em que trabalha. 
 No entanto, se um dos motivos da opção por classes 
noturnas é que esses jovens precisam trabalhar em tempo integral, isso não quer 
dizer que todos os alunos do ensino médio noturno sejam trabalhadores com 
empregos fixos. Esta afirmação pode conduzir a erros, pois a escolha por estudar a 
noite pode ser motivada por outros aspectos que não o trabalho. Entre esses 
motivos, podem-se citar: 
1) a idade, pois os alunos podem ter interrompido os estudos por não 
apresentarem a idade própria para este nível de ensino, ou por terem reprovações 
sucessivas; 
2) a inexistência em muitos pequenos municípios do Brasil de cursos de ensino 
médio diurno; 
3) a procura de emprego para auxiliar na manutenção da família; 
12 
 
4) a necessidade de auxiliar em trabalhos domésticos; 
5) a busca pela convivência com amigos ; 
6) a busca pelas possíveis “facilidades” oferecidas nos cursos noturnos. 
 Pelos motivos citados, para eles está claro que 
conseguir concluir o ensino médio “será um passo importante frente o mundo em 
que vivem, uma vez que, grande parte deles, vindos de famílias com baixo nível de 
escolarização. O ensino médio, portanto, é um momento de muita importância no 
processo de escolarização, para aqueles estudantes que conseguem chegar até 
esta etapa. 
 
 “É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem é 
que se pode melhorar a próxima prática.” ( FREIRE, 1996, pág. 
43). 
 
 A maioria dos municípios brasileiros possuem escolas públicas noturnas. E 
não havendo, os alunos são conduzidos a escolas nos municípios vizinhos, na 
maioria das vezes em transporte público. Mas mesmo com essas facilidades, ainda 
há, conforme dados do IBGE, muitos jovens estão fora da escola. A população 
jovem do país é de 28,8 milhões1, o que corresponde a 20% da população 
brasileira. Em 2006, havia 8.906.820 matriculados no ensino médio sendo que 
destes em torno de 40% estão em classes noturnas. 
 Outro fato importante é que, em classes de ensino médio noturno, convivem 
alunos jovens e alunos já mais amadurecidos, em busca de novas oportunidades. 
Essas faixas etárias possuem diferentes perspectivas e percepções a respeito das 
condições de ensino-aprendizagem a serem realizadas. 
 Esses aspectos devem ser compreendidos por outros agentes envolvidos 
no processo pedagógico como professores e infra-estrutura das escolas. Quem 
são os professores que atuam em classes de ensino médio noturno? 
 Grande parte deles possui titulação adequada, que é Licenciatura Plena 
em sua área de atuação, para exercerem atividades pedagógicas nas escolas. 
Geralmente esses professores lecionam também durante o dia, pois os contratos 
de trabalho são de 40 horas semanais, e, alguns até 60 horas semanais, pois os 
índices salariais não são coerentes com o trabalho realizado. Quando chegam à 
escola, à noite, já estão, em muitos casos, no seu terceiro turno de trabalho 
diário. 
13 
 
 Cansados, enfrentam classes numerosas e heterogêneas, conteúdos a 
serem desenvolvidos são os mesmos dos cursos diurnos, mas os interesses dos 
alunos do noturno são diferentes daqueles do diurno e, portanto, a forma de 
trabalhar os conteúdos também deve ser diferente além dificuldades de infra -
estrutura. 
 A metodologia empregada por esses professores deve conter uma seleção 
de conteúdos justificada pela sua utilização em sala de aula, os procedimentos 
utilizados como técnicas, recursos, interações, atividades em classe extraclasse 
devem ser contiuamente avaliados. Também deve ser levado em consideração o 
registro do que ocorre para que estes momentos pedagógicossejam elos de uma 
corrente que possibilitará a construção continua do conhecimento. 
 No entanto, a falta de tempo, desconhecimento das atividades dos alunos 
e de suas expectativas, podem fazer com que esses conteúdos sejam trabalhados 
da mesma forma que nos cursos diurnos. Os mesmos tipos de exercícios, os 
mesmos livros didáticos, textos ou apostilas que nada trazem para o atendimento 
das necessidades desses estudantes provocando desinteresse e o incentivo a 
conversa entre os alunos, não motivando situações de aprendizagem significativas. 
 Sendo assim como deve se sentir o professor ao trabalhar em escolas 
noturnas? Seu envolvimento com os alunos, interações acerca dos conteúdos a 
serem estudados, e o comprometido com tudo isso? 
 
 “Até que ponto lecionar à noite significa o empenho em 
trabalhar para a construção da cidadania do aluno, para a 
explicitação da inter-relação entre o saber produzido na academia e 
o produzido na indústria, na oficina, na loja, na lavoura? É comum, 
no entanto, pela rotina já estabelecida das salas de aula, que nem 
o realmente acadêmico chegue até a sala de aula, há o refúgio dos 
livros didáticos, onde a simplificação atropela a compreensão dos 
conceitos”. (Carvalho, 1998, p. 80). 
 
 
 Prossegue a autora, dizendo que o desconhecimento, por parte dos 
professores, das situações cotidianas vividas pelos alunos do ensino noturno, 
deixa de estabelecer a ponte entre o conhecimento sistematizado da Escola e o 
conhecimento do cotidiano impregnado do senso comum produzido pelo trabalho. 
Carvalho, (1998). 
 Os professores, porém, quase sempre taxados como os culpados pelo 
14 
 
fracasso dos alunos, são também vitimas da estrutura organizacional que inclui os 
cursos de ensino médio noturno, dentro da qual têm que realizar seu trabalho. 
 É necessário lembrar então, que o ensino noturno, com seus alunos e 
professores, está inseridos num contexto no qual os comprometimentos pelos 
possíveis fracassos fogem da responsabilidade única e exclusiva do professor. 
 É preciso que as necessidades e as expectativas dos estudantes dos 
cursos noturnos sejam atendidas. Este é o desafio do profissional da educação que 
atua hoje nesses cursos. E também é o desafio das autoridades responsáveis pelo 
ensino no país. 
 Muitas das vezes a escola noturna que recebe esses alunos, sejam eles 
trabalhadores empregados ou não, e que possui entre seus funcionários, 
professores que, como os alunos, vêm de uma segunda ou terceira jornada de 
trabalho, é uma escola que, em grande parte das vezes, ressalta as diferenças 
sociais existentes. 
 Isso faz com que esses alunos trabalhadores sejam tachados por uma 
série de preconceitos e relegados a serem atingidos por práticas pedagógicas que 
cada vez mais os fazem sentir as desigualdades sociais a que são submetidos. 
 Essas desigualdades, ao longo do tempo, têm consagrado a falta de 
oportunidades de acesso a níveis melhores de ensino e de oportunidades de 
trabalho que os esperam ao término do processo de escolarização. 
 A escola que se quer é um lugar onde todos e cada um possa refletir e 
discutir, bem como construir relações sociais em que haja possibilidade da criação 
e da recriação do fazer pedagógico de professores e alunos. 
 Com todas estas possibilidades é preciso não esquecer que os alunos da 
escola noturna precisam também ser integrados na "era da comunicação e da 
informação", pois, como diz Carvalho (1998), a apropriação do saber científico e 
tecnológico presente no moderno processo produtivo deve, necessariamente, 
integrar o currículo escolar e o fazer dos professores, contribuindo para a própria 
transformação da escola em um local de trabalho. 
 Sendo assim, é necessário também oferecer ao aluno das escolas noturnas 
o acesso às novas tecnologias como ferramenta de apoio à aprendizagem e 
também como inclusão digital tão necessária no mundo do trabalho. 
 Conforme o entendimento de Kuenzer (2001), a Lei que rege este nível de 
15 
 
ensino pressupõe que o compromisso da escola com os jovens é o de Ihes 
proporcionar educação para que possam participar política e produtivamente no 
mundo das relações sociais concretas, utilizando-se do comportamento ético e do 
compromisso político, conquistando autonomia tanto intelectual quanto moral. 
 Mas será que as escolas estão oferecendo aos seus alunos a possibilidade 
de adquirirem estas habilidades? 
 Para que os alunos dos cursos médios noturnos possam adquirir estas 
habilidades, as escolas deverão possibilitar-lhes através de seus projetos político-
pedagógicos, oportunidades de, ao longo da vida escolar, aprenderem 
permanentemente; refletirem criticamente; agirem com responsabilidade individual 
e social; participarem do trabalho e da vida coletiva; serem solidários; poderem 
acompanhar, vivenciando as mudanças sociais; e enfrentarem problemas novos, 
construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização 
metodologicamente adequada dos conhecimentos adquiridos, científicos ou 
tecnológicos. 
 Mas não parece que isso venha acontecendo; como já foi dito 
anteriormente, as escolas, além de receberem alunos com características 
peculiares, se encasulam dentro de medidas e padrões que nada dizem a esses 
alunos-trabalhadores. 
 Quanto ao uso de novas tecnologias, é pouco provável que as escolas de 
ensino médio da rede pública possam oferecer este recurso a seus alunos, uma 
vez que: 
a) os programas do governo federal que "dizem" oferecer laboratórios de 
informática para as escolas, raramente "têm dado certo", e as escolas que são 
contempladas com esses projetos, raramente recebem a maquinaria prometida; 
 b) outras escolas que, por recursos próprios ou dos Conselhos Escolares 
conseguem montar seus laboratórios, costumam mantê-los muitas vezes trancados 
"à chave" por medo de violência ou de roubo; 
 c) quando as escolas possuem laboratório de informática, são os professores que 
têm dificuldades ou medo de utilizar estes equipamentos. 
 Assim sendo, a inclusão digital ou o acesso às novas mídias, que poderia 
também auxiliar os alunos no seu trabalho como "trabalhadores diurnos" fica 
prejudicado. A mesma situação se aplica ao que se refere aos conhecimentos 
16 
 
científicos. 
 Em virtude dos currículos defasados, os alunos das escolas noturnas 
muitas vezes deixam de construir conhecimentos que lhes abririam portas 
importantes na seqüência dos estudos e na ascensão profissional. 
 Como alternativa tem se apresentado um modelo de aprendizagem mais 
flexível, ativa e centrada no aluno, onde se aprende em colaboração com outros, 
por meio da troca de idéias, dúvidas e ponto de vista. Por outro lado a reflexão do 
professor construindo o seu próprio percurso, procurando respostas adequadas 
aos seus problemas. Assim por exigência do mundo moderno, a formação contínua 
tem que estar presente organizada e estruturada na vida do professor. 
 Para oferecer um ensino adequado às necessidades dos alunos, a escola 
precisa saber o que quer, envolver a equipe pedagógica e a comunidade escolar 
na definição de metas, com o estabelecimento de diretrizes básicas, linha de 
ensino e uma atuação com compromisso assumido por todos envolvidos em torno 
do mesmo projeto educacional. 
 O planejamento adequado irá determinar as ações para que a escola possa 
atingir suas metas. 
 Segundo Freire (1997) “do planejamento, depois, sairão os planos de aula, 
adaptados ao cotidiano em classe elaborados tendo como base a Proposta 
Curricular Pedagógica onde a escola tem a oportunidade para selecionar o 
currículo e organizaro espaço e o tempo de acordo com as necessidades de 
ensino”. 
 Continuando Freire (1997) “o ideal é que o documento seja resultado de 
reflexo coletivo proporcionando espaços para que cada uma das partes exponha 
seus objetivos e interesses com base nos princípios educativos com os quais todos 
concordam”. E ainda apresenta que “tanto a proposta como o planejamento devem 
estar sempre paralelos com a construção do conhecimento, isso impedindo que 
esses dois documentos se transformem em instrumentos engavetados, só revistos 
no final do ano. 
 O planejamento serve como roteiro para os professores, permitindo aplicar 
no dia-a-dia e avaliando os erros e acertos permitindo propor atividades que façam 
sentido e após refletir sobre a prática analisando as próprias inadequações ao 
ensinar em lugar de atribuir aos alunos incapacidade de aprender.” 
17 
 
 O sonho idealizado dos profissionais da educação é que a escola seja um 
local de incentivo, de desafios, de construção do conhecimento, de 
transformações. 
 Um lugar onde haja o debate acerca das questões sociais e culturais; a 
eleição conjunta e refletida dos princípios e valores que devem ser vivenciados; a 
formulação e implementação de um projeto pedagógico viável para a comunidade 
escolar; obviamente, além dos conteúdos sistematizados. 
 
 Um lugar que contemple a leitura de mundo e a discussão, que possibilite a 
construção de relações de emancipação e autonomia, de criação e recriação do 
trabalho educativo, levando ao desenvolvimento professores e alunos, e 
conseqüentemente a valorização e ao reconhecimento do trabalho docente, enfim, 
um local de ensino e aprendizagem. 
 Deste sonho apenas algumas escolas públicas estaduais diurnas são 
contempladas, porque a realidade dos cursos noturnos é realmente oposta àquilo 
que idealizamos. 
 Por isso, não é difícil constatar que em meio a tudo que se diz, se lê e se 
escreve, a propósito de políticas educacionais a serem deflagradas ou fortalecidas, 
o ensino médio, principalmente, o que existe no curso noturno, até o presente 
momento, é o grande ausente no conjunto de medidas concretas acenadas para a 
melhoria do sistema de educação básica. 
 Carvalho (1994 p.15) trata da importância da prática escolar e a vivência do 
trabalhador quando cita que 
“sem o diálogo entre trabalhador e o conteúdo real da 
aprendizagem, sem o diálogo entre a prática profissional e a prática 
escolar, não haverá possibilidade de que o conhecimento adquirido 
através do cotidiano profissional seja reelaborado a partir da prática 
escolar. Sem esse diálogo, dificilmente se conseguirá que o 
trabalhador conheça os meios de superação de sua condição social 
e os limites e possibilidades, que lhe são impostos pela sociedade 
mais ampla.” 
 
 De um modo geral, o cotidiano do ensino noturno apresenta uma 
característica singular, pois recebe alunos esgotados, que na sua grande maioria, 
chega à escola após uma jornada de trabalho. 
 Alunos que já chegam reprovados pelo cansaço, que se evadem e 
desistem da escola porque o que aprendem na sala de aula pouco tem a ver com o 
18 
 
mundo do trabalho. 
 Continua Carvalho (1994) que “sem esse diálogo, dificilmente se 
conseguirá que o trabalhador conheça os meios de superação de sua condição 
social e os limites e possibilidades que lhe são impostos pela sociedade mais 
ampla.” 
 Sendo assim essas políticas devem ser reavaliadas, refletidas, discutidas e 
com uma ação junto aos professores que atuam no ensino médio noturno e com 
todos envolvidos sob a liderança da equipe pedagógica para corrigir desvios e 
lançar as bases para promover a melhoria de um ensino. 
 A complexidade do processo de mudança é grande, pois representa um 
desafio. Não se muda por decreto ou pelo querer deste ou daquele grupo.Mudança 
é processo e sendo assim, exige um árduo trabalho de desconstrução e 
reconstrução a que os atores desse processo terão que se dedicar com 
competência, contínua e pacientemente. Não se trata apenas de mudar, mas de 
inovar. 
 A necessidade de uma nova organização das disciplinas deve ser 
repensada e precisa ser acompanhada de uma profunda reflexão e revisão das 
práticas pedagógicas para que possam realmente acolher e incluir de fato esses 
estudantes. 
 Afinal, considerando a afirmativa de Peter Drucker (2001, p. 165) “A escola 
é responsável pelos resultados que produz”. 
 Até quando vamos permitir que o ensino médio noturno seja aquele criado 
para alunos idealizados, que concluíram com sucesso um excelente ensino 
fundamental que nunca existiu? 
 Para Carvalho (1994, pág. 55) ‘’O ensino noturno é reservado ao aluno que 
trabalha, sendo essa a maior diferenciação entre os períodos, mesmo assim essa 
“atenção especial”, no entanto não evita a exclusão do aluno”. 
 No ensino noturno ensina-se menos, exige-se menos e reprova-se mais, e 
essa constatação é evidenciada com os discursos dos alunos a respeito do 
cotidiano escolar, da significação do conteúdo e de representação que fazem da 
figura do professor. 
 O contexto da sala de aula e da própria escola como um todo tem sido 
apontado por alguns autores como elemento que contribui para otimizar a 
19 
 
motivação do aluno (GUIMARÃES, 2001; BZUNECK, 2001; CARDOSO, 2002). 
 Na realidade um conjunto de estratégias pensadas pelo professor na 
condução de seu trabalho pedagógico pode fazer com que o aluno se envolva de 
uma forma mais dinâmica nas atividades escolares. Essas estratégias envolvem 
desde a preparação das tarefas até o momento da avaliação, que deve ser 
entendido como um momento de reflexão tanto para o professor como para o aluno 
Hoffmann (1998). 
 
 
 
3. Fracasso Escolar X Sucesso Escolar: Vencendo Desafios 
 O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, 
questões e desafios que assolam a sociedade em que se vive, tem influenciado e 
criado novas necessidades na educação e na formação dos indivíduos fazendo 
com que os sistemas educativos reposicionem-se face a esta nova realidade. 
 Essas transformações tem induzido mudanças no modo como se aprende e 
na interação de quem aprende e quem ensina. Nesse contexto de permanente 
mudança, o ensino tradicional de transmissão de conhecimento e aprendizagem 
passiva, não dá resposta às solicitações dessa sociedade atual. 
 Na busca da melhoria do ensino, um aspecto nem sempre lembrado, mas 
que assume especial relevância é o que se refere ao dimensionamento do papel 
formativo da escola principalmente nos dias atuais em que se ampliam e se 
aprimoram as demais meios informativos, especialmente, a imprensa, a televisão, 
os meios de comunicação. 
 Seria uma atitude ingênua conceber uma ação de disputa com os demais 
meios, uma vez quem por sua própria natureza, a escola exerce uma função 
própria nos âmbitos da leitura, da escrita e do domínio do acervo de 
conhecimentos relacionados às ciências, matemática, arte, história, geografia, 
literatura em geral. 
 Dessa forma, cabe a escola não uma posição de concorrente com os 
diversos meios educativos, mas sim de integradora das experiências a que são 
submetidos nossos alunos. 
 É preciso resgatar a concepção da escola como um meio de instrumento 
20 
 
capaz de transmitir conhecimentos que sirvam de base para a aquisição de uma 
cultura geral. Portanto romper com a idéia de que a escola ideal deve dispor de 
um currículo amplo, integrado com as mais diversas atividades intra e extra- 
escolares. 
 Pelo contrário o currículo recomendável deve ser o mais simples possível 
constituído de um mínimo básico e comum a todos,conforme a nova lei de 
diretrizes e bases da educação nacional. (LDBEN) 
 O tempo dedicado pelas escolas de uma semana para planejar, ”não se 
pode pretender a elaboração de um planejamento global das atividades escolares 
para um ano. O que deveria ser feito é chegar à determinação dos conteúdos 
mínimos a serem alcançados no ensino de cada matéria de modo a se assegurar a 
sua efetiva contribuição à formação geral do aluno. 
 
 “Outros pontos a serem discutidos, como avaliação, 
recuperação, utilização de biblioteca, etc.. serão subordinados a 
esse ponto prioritário: o que efetivamente é indispensável ensinar 
em cada matéria e como fazê-lo” (Azanha, 1981, p.32) 
 
 
 Ninguém se educa sem aprender algo, sem se instruir, assim como também 
ninguém se instrui sem que haja oportunidade de formar hábitos e desenvolver 
atitudes. Nessas condições, o empenho do professor em ensinar e o esforço do 
aluno em aprender são elementos indispensáveis num trabalho educativo sério. 
 Não é possível ensinar diretamente alguém a ser crítico, mas a atitude 
crítica pode ser desenvolvida à medida que o individuo se instrui, adquirindo uma 
cultura geral sólida no que reforça a afirmação sobre a função formativa da escola. 
 O tema fracasso escolar encontra – se constantemente na pauta de 
discussões de todos os envolvidos com a educação. Não é de hoje que medidas 
político-administrativo e pedagógicas vêm sendo elaboradas e adotadas e, da 
mesma forma, pesquisas vêm sendo realizadas com o intuito de solucionar 
problemas referentes ao grande número de evasão e repetência dos alunos do 
Ensino Médio Noturno. 
 Diante dessa difícil realidade escolar, do seu despreparo técnico e dos 
obstáculos que parecem ultrapassar suas possibilidades de ação, os professores 
se sentem impotentes e paralisados, aliando-se à violência da discriminação social, 
do fracasso escolar onde raramente vemos uma avaliação do processo de 
21 
 
aprendizagem do aluno por meio do seu desempenho na realização das tarefas, 
nos testes de conteúdo ou em seu crescimento intelectual em relação à turma. 
 
 “Se a própria escola não for capaz de se debruçar sobre 
os seus problemas, de fazer aflorar esses problemas e de se 
organizar para resolvê-los, ninguém fará isso por ela” Azanha, 
1995, p.24) 
 
 O fracasso escolar deve necessariamente ser problematizado a partir da 
clara delimitação de um projeto pedagógico autônomo e mínimo, que, como afirma 
o autor, só a escola é capaz de realizar. 
 Embora não exista uma definição clara e consensual do fracasso escolar, 
geralmente nos reportamos ao aluno que não atingiu os níveis desejados para sua 
progressão escolar, além disso, os próprios membros da classe pobre não 
valorizam a educação, para esses a evasão escolar não é um problema, visto ser 
mais importante uma ocupação monetária do aluno para auxiliar no rendimento da 
família .Hogart (1957). 
 Dos estudos realizados sobre o fracasso escolar, foram formulados três 
conceitos sobre essa problemática:1) o fracasso dos indivíduos (Poppovic, 
Exposito & Campos, 1975); 2) o fracasso de uma classe social (Lewis, 1967, 
Hoggart, 1957) ou 3) o fracasso de um sistema social, econômico e político 
(Freitag, 1979; Porto, 1981) 
 Para Poppovic (1975) é preciso rever todos os conceitos de fracasso 
escolar, no sentido que a escola deve reavaliar as suas metodologias, pois se o 
aluno é visto como remanescente de uma cultura que não se preparou para a 
aprendizagem, a escola precisa adequar-se a essas exigências individuais, pelo 
papel social que desempenha. 
 Estudos e medidas quase sempre realizados a partir de uma perspectiva 
embasada nos interesses das classes dominantes colocam a escola e a educação 
formal como os “salvadores” das desigualdades sociais. 
 Segundo Patto (1996) foram teorias baseadas num discurso pedagógico 
liberal que serviram de “pano de fundo para as explicações do fracasso escolar 
durante o percurso da pesquisa da política educacional no país”. 
 Ao longo da história as pesquisas sobre o fracasso escolar estiveram 
marcadas por um discurso biológico em que as causas do fracasso escolar 
22 
 
estavam relacionadas a fatores genéticos, raciais ou hereditários dos indivíduos. 
Por volta dos anos 70, essa teoria foi questionada e surge um novo discurso, que 
dá origem as teorias da carência cultural. 
 Embora não existindo uma definição concisa para o insucesso escolar, em 
geral seria aquele aluno que não alcançou os níveis desejados dentro dos 
parâmetros estabelecidos por uma disciplina, o que seria um comprometimento 
para a sua projeção escolar. Não poderíamos simplesmente analisar dentro desse 
prisma apenas, centrado exclusivamente na concretização dos objetivos 
pedagógicos do aluno. 
 A análise deverá estar centrada no aluno e suas características específicas, 
como atraso de desenvolvimento cognitivo, personalidade, meio familiar que o 
envolve; na escola e no sistema educativo, com todos os fatores associados como 
corpo docente, métodos de ensino que utilizam gestão da disciplina, clima escolar, 
currículos defasados. 
 Diante dessa preocupação com a quantidade de indivíduos que se evadem 
do meio escolar prevenindo a exclusão e promovendo o sucesso educativo deve-
se priorizar as atuações como: 
1) priorizar o sucesso educativo dos alunos prejudicados pelo alheamento das 
famílias relativamente à escola; 
2) humanizar os espaços educativos da escola, dotando-o de aspectos mais 
acolhedor; 
3) ocupar de forma estruturada e educativa os tempos livres e os “furos” nos 
horários dos alunos; 
4) desenvolver uma política de aproximação à comunidade, no sentido de 
integração dos seus recursos e capacidades; 
5) promover o acesso e a utilização às tecnologias de informação e comunicação 
da internet na escola. 
 Para vencer esses desafios seria necessário: 
• Combater o abandono escolar precoce; 
• Prevenir a exclusão; a promoção de hábitos de trabalho e estudo 
• Melhoria das relações aluno-professor e aluno-aluno; 
• A integração dos alunos problemáticos; 
• Prevenção de comportamentos e atitudes indesejáveis dentro e fora da sala de 
23 
 
aula; 
• Agilizar a participação efetiva dos representantes de sala e grêmios estudantis; 
• Na concretização das estruturas educativas da equipe pedagógica, do conselho 
escolar, dos pais e demais envolvidos com a educação. 
• Reforçar a interdisciplinaridade; 
• Criar instrumentos de auto-avaliação; 
• Utilizar a avaliação como instrumento para a construção da cidadania. 
 
 “A autonomia da escola é algo que se põe 
com a relação à liberdade de formular e executar um projeto 
educativo” (José Mário Pires Azanha) 
 
 No ensino médio noturno as características emocionais e sócias são 
extremamente importante para a construção do conhecimento. Devem ser 
avaliadas, pois normalmente são fatores que interferem na questão do aprender 
produzindo um sentimento de inferioridade e uma baixa auto- estima. 
 A intervenção do professor é muito importante, no sentido de fazer 
encaminhamentos que se fizerem necessários para superar as dificuldades no 
acesso ao conhecimento, pois os alunos vem de um período de trabalho ou de 
seguidas reprovação ou evasão escolar e para compensar essa defasagem 
procurar colocá-los em condições de igualdade com seus colegas no sentido de 
melhorar o nível de ensino, e exercendo seu papel para que a escola possa ser 
um lugar agradável e estimulante para o ato de aprendizagem. como um todo. 
 
3.1. Indisciplina. Um desafio para todos os professores. 
. Dentre ascaracterísticas importantes para o sucesso escolar destaca-se a 
indisciplina. Um desafio para todos os professores. Uma vez que tem sido motivo 
para a formação de um crescente exército de educadores estressados, deprimidos, 
emocionalmente doentes e afastados da sala de aula. 
 Os graves problemas socioeconômicos refletem diretamente nas famílias 
das quais provêm esses alunos que, também estressados e sofrendo toda sorte de 
conseqüências provenientes da situação de desemprego, discussões, 
incompreensões e violência, refletem em sala de aula, sob a forma de indisciplina, 
suas insatisfações, por vezes até inconscientes, dessa lamentável situação. 
24 
 
 
 “É preciso, portanto, que o professor, a partir dessa 
compreensão, deixe de adotar uma posição passiva e procure se 
municiar para o enfrentamento correto e compreensivo desse 
problema que são desaguados em sala de aula. A simples 
compreensão desse fato permite que o professor seja menos 
exigente e adote uma posição menos inflexível em relação à 
indisciplina do aluno”. (Ayres, 2004, p.113) 
 
 
 Continua Ayres(2004) quando o professor se exalta e começa a gritar com 
um aluno, demonstra, com esse fato, que aceitou a provocação dele. Não grite. 
Apenas haja com serenidade e firmeza tomando, com naturalidade, as 
providências necessárias. 
 Nunca deixe a impressão de que está agindo por represália ou vingança. 
Quando se mantém a serenidade nessas situações, está sedimentando o respeito 
dos alunos pelo professor. Os alunos simplesmente desprezam e detestam 
professores histéricos. 
 Frustre as expectativas do aluno de que ele irá levar "um sermão". 
Escolha um momento adequado em que se possa conversar sozinho com ele. 
Trate-o com cortesia e amabilidade, questionando, de maneira coerente e lógica, a 
razão de sua indisciplina e termine a entrevista com um aperto de mão amistoso. 
Se fizer isso, com boa dose de probabilidade, você estará conquistando um aliado. 
 
 "Creio que uma das qualidades essenciais que a 
autoridade docente democrática deve revelar em suas relações 
com a liberdade dos alunos é a segurança em si mesmo [... ]. 
Segura de si, a autoridade não necessita, a cada instante, fazer o 
discurso sobre a sua existência, sobre si mesma. Não precisa 
perguntar a ninguém, certa de sua legitimidade, se 'sabe com quem 
está falando? ' Segura de si, ela é porque tem autoridade, porque a 
exerce com indiscutível sabedoria" (Freire, 1998, p. 102). 
 
 Torna-se fundamental promover esse ambiente escolar que potencie o 
desenvolvimento das características associadas ao sucesso escolar, de forma a 
evitar as indesejáveis retenções causadas às vezes pela indisciplina e, mais 
importante, a integrar plenamente os alunos na escola. Com uma nova escola, 
novos, professores e novas metodologias e filosofias, promotoras de uma 
sociedade mais justa, culta e humanizada. 
 
25 
 
 
 
4. Metodologias No Ensino Médio Noturno 
- Em Busca De Mudança De Prática - 
 “ Como etapa final da educação básica, o Ensino Médio deve 
consolidar o domínio das diferentes linguagens, desenvolver o 
raciocínio lógico e a capacidade de usar conhecimentos científicos, 
tecnológicos e sócio- históricos para compreender e intervir na vida 
social e produtiva de forma crítica e criativa, construindo 
identidades autônomas intelectual e eticamente capazes de 
continuar aprendendo ao longo de suas vidas.” Kuenzer (2005, p. 
76) 
 
 A LDBEN no seu capítulo sobre o Ensino Médio já tem previsto a 
superação dos currículos com fim academicista e enciclopedista, Conforme 
Kuenzer (2005) a finalidade do Ensino Médio além de domínio dos conteúdos, 
deverá levar o jovem, a saber, se relacionar com o conhecimento de forma ativa, 
construtiva e criadora. 
 Os pressupostos que delineiam a escola pública é de uma escola 
comprometida, transformadora na construção de uma sociedade mais justa e 
igualitária, promovendo o desenvolvimento da autonomia intelectual e ética. 
Isso o aluno-trabalhador deve encontrar na escola e no professor, que deve ser 
responsável pela organização dos conhecimentos de uma maneira agradável e 
prazerosa. 
 Essa prática ainda causa dificuldades ao professor, pois implica na 
construção do novo, na organização do trabalho, no entendimento novas 
tecnologias que podem ser superadas com a articulação do conhecimento através 
da construção coletiva de novos conhecimentos e práticas pedagógicas para 
responder a demanda de qualidade do trabalho pedagógico escolar. 
 Segundo Rangel ( 2007, p.15 ) O desenvolvimento e a estrutura do método 
e das técnicas de ensino e aprendizagem encaminham-se mediante diversos 
processos, que ocorrem nas relações entre professores, alunos, conteúdo e 
contexto de ensino aprendizagem. 
 Sendo assim, é interessante que o professor focalize questões essenciais 
e significativas do conhecimento para a construção da aprendizagem do aluno do 
ensino médio noturno. 
 “Novas idéias abrem possibilidades de mudança, mas não 
26 
 
 mudam. O que muda a realidade é a prática.”, ( Vasconcellos, 
2005 p.65) 
 
 Para Vasconcelos (2005, p.67) é possível propor não uma nova relação de 
idéias sobre a realidade, mas uma nova relação com idéias e com a realidade. A 
mudança de mentalidade se dá pela mudança de prática que se enraízam pela 
tentativa de colocá– las em prática; estas mudanças devem ser feitas para a 
construção de algo novo, colocando-se, assim, o desafio da transformação. 
 Aquele professor que quer superar os problemas precisa passar por uma 
autocrítica e usar a criatividade, pois, as pessoas criativas transformam os 
próprios limites em vantagens. Limites esses que podem aparecer na forma de 
falta de recursos materiais ou conhecimento insuficiente de técnicas didático-
pedagógicas que possam favorecer o planejamento de uma aula que agrade a 
maioria dos alunos. 
 Construir uma aula mais interessante com propostas diferencias conhecer 
os alunos, envolvê-los em desafios, conhecer suas idéias, implica cuidado e 
trabalho especial com o planejamento. Nada vem pronto. É preciso estudar, testar, 
repetir várias vezes, estar aberto a novas experiências e não entender a 
criatividade como coisa feita às pressas, improvisada, sem ser planejada. Se os 
métodos e técnicas forem utilizados de maneira correta, servirão como excelente 
ferramenta para o benefício da aprendizagem 
 
 “Nas dificuldades, algumas pessoas criam asas; outras 
usam muletas”. (dito popular) 
 
 Práticas da criatividade pode ser úteis em vários contextos. Praticá– las 
desenvolve a fluência criativa e outros processos mentais e tendem a beneficiar 
as pessoas em vários aspectos da vida. 
 
 “Evidentemente, seria exigir muito do professor que ele 
se tomasse um especialista em psicanálise. É a ciência que se 
preocupa com o inconsciente do ser humano e busca 
compreender todos os problemas que daí advêm. Isso é uma 
tarefa para os seguidores de Freud, que são pessoas que exercem 
o seu trabalho num consultório, e não numa sala de aula “ (Ayres, 
2004, p.40 ) 
 
 Sendo o professor o responsável pela construção do conhecimento, 
27 
 
deve ter no mínimo, noções de metodologias que podem ser úteis para 
dinamizar a prática criativa do seu trabalho no contexto de uma escola. Se esses 
métodos forem utilizados de maneira correta, levando em conta, fatores como 
idade, temperamento, capacidade de compreensão, grau de envolvimento, tipo deinteresse , limitação do tempo, espaço, constituirão em excelente ferramenta 
para o benefício da aprendizagem ao mesmo tempo,eficiente e agradável.(Ayres, 
2004,p.96) . 
 É necessário dentro das metodologias avaliar a dosagem de informação, a 
formação de turmas e a organização geral que influem na qualidade de ensino são 
esses fatores que contribuem, muitas vezes, na dificuldades de aprendizagem 
originadas na própria história do aluno e a atuação do professor, aqui, consiste em 
tentar decidir entre uma coisa e outra, a fim de poder optar pela solução mais 
apropriada. 
: 
4.1. Sugestões metodologicas. 
 Para Ayres( 2004) a prática pedagógica competente amplia 
os saberes do professor de uma maneira simples e prática, melhora o 
desempenho em sala de aula, desperta e mantém a atenção do aluno, desenvolve 
a capacidade de diagnosticar os comportamentos agressivose como ensinar 
corretamente para cada faixa etária, tornando-o mais capaz, criativo e querido 
pelos alunos. 
 
 O ambiente pedagógico tem de ser um lugar de fascinação 
e inventividade. Hugo Asmann 
 
4.1. 1. Exposição oral 
 Também conhecida corno aula expositiva ou preleção, é o que mais 
tradicionalmente vem sendo utilizado em escolas de todos os níveis. É o método 
em que o professor, posicionado diante do grupo, expõe oralmente parte da lição 
ou mesmo a lição inteira, falando ele só, o tempo, de quando e o poder da palavra 
falada e contribui para o desenvolvimento da personalidade do professor junto aos 
alunos. 
 
4.1.1.1Vantagens do método 
1) Abrange um grande número de pessoa; 
28 
 
 2) Permite ao professor organizar sua apresentação, expondo maior quantidade 
de informações, em menor espaço de tempo; 
3) Facilita uma apresentação sistemática, na qual podem ser delineados, com 
precisão, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão, evitando-se dessa forma, 
disgressões. 
4) Pode ser enriquecido com a eloqüência e o entusiasmo do professor, o que cria 
um clima propício ao ensino. 
 
4.1.1.2 Desvantagens do método 
1) Exige grande preparo, capacidade e habilidade por parte do professor. 
2) Centraliza o ensino na figura do professor, exigindo pouco ou nenhum preparo 
da lição por parte dos alunos. 
3) Não permite que o professor dê atenção especial a todos os alunos, obrigando-
o, em alguns casos, a nivelar a aula, por mera suposição. 
4) Pode tomar-se monótono e cansativo, com grande facilidade. ( Ayres, 2004, p. 
96) 
4.1.2. Perguntas e respostas 
 Conhecido também como método catequético é largamente utilizado por 
professores experientes, desde os dias da Antiguidade. É um dos métodos mais 
eficaz, quando conduzido com habilidade. Sua eficácia reside no fato de que as 
perguntas sempre são desafiadoras. Elas têm o poder de mexer com a motivação 
dos alunos, levando-os a raciocinar, a confrontar e a pôr em xeque as informações 
de que dispõem. 
 A mente, neste caso, não apenas recebe informação, mas a analisa e 
pondera. Existe todo um processo de reflexão, análise e avaliação que ocorre no 
cérebro do aluno, enquanto ele recebe a pergunta, medita nas suas implicações e 
verbaliza a resposta. 
 
4.1.2.1. Vantagens do método 
1) Ajuda a manter acesa a chama da atenção. 
 2) Serve como treinamento para o raciocínio dos alunos, permitindo que eles 
desenvolvam o pensamento analítico. 
3) Proporciona a oportunidade de participação ativa na aula, de maneira conduzida 
29 
 
e responsável. 
4) Auxilia e desenvolve a expressão das idéias. 
5) Permite ao professor monitorar a atividade e checar a aprendizagem. 
6) Pode ser aplicado a todas as idades. 
 4.1.2.2. Desvantagens do método 
1) Pode levar o aluno a raciocinar na direção errada, se não for utilizado de forma 
correta. 
2) Pode levar alunos mais expansivos a monopolizar o tempo, em prejuízo dos 
alunos mais tímidos. 
3) Pode levar a situações constrangedoras, caso o grupo ridicularize algum aluno 
que dê uma resposta inadequada. 
 Como se percebe, o método de perguntas e respostas, embora seja eficaz 
no sentido de contribuir para a efetiva aprendizagem do assunto tratado na aula, 
precisa ser administrado com parcimônia, a fim de que promova os efeitos 
desejados. 
 
 4.1.2.3.Cuidados a ser observados, para a sua boa utilização: 
1) Evite fazer perguntas cujas respostas sejam simplesmente sim ou não. Elas não 
contribuem para a reflexão e o raciocínio do aluno. 
 2) Faça uma pergunta de cada vez, dirigindo-se primeiramente à classe toda. Se 
não obtiver a resposta imediatamente, dirija-se especificamente a um ou mais 
alunos, sem exigir, contudo, que responda de imediato. Dê tempo para que os 
alunos raciocinem. 
3) Evite colocar alunos em evidência: dê oportunidade a todos, igualmente. 
4) Complete as respostas, quando isso se fizer necessário. Deixe claro ao aluno 
que sua resposta foi compreendida. 
5) Dê importância e atenção a todas as respostas e nunca ridicularize as que não 
forem corretas. Trate o aluno com compreensão e encoraje-o a encontrar a 
resposta certa. 
6) Quando perceber que a resposta adequada está difícil de surgir, refaça a 
pergunta com outras palavras e encoraje o grupo até que a resposta venha à tona. 
7) Tenha especial cuidado com os alunos mais introvertidos. Faça-os sentir que a 
participação deles é bem-vinda e bem aceita. (Ayres, 2004,99) 
30 
 
4.1.3. Discussão ou debate 
 O método de discussão ou do debate é aquele em que um tópico da aula 
é colocado para ser discutido entre os membros do grupo. Tem a vantagem de 
mobilizar toda a classe, motivando-a a aprendizagem. Para que funcione a 
contento é necessário que haja respeito mútuo entre todos os participantes, uma 
vez que a discussão deve ser um esforço conjunto, e não uma oportunidade para 
se desmerecer pontos de vista alheios. Trata-se de um esforço cooperativo em 
benefício da aprendizagem e, para a sua realização, o professor deve atuar como 
moderador. 
 
 4.1.3.1. Vantagens do método 
 1) É altamente motivador e permite a participação de todos. 
2) Centraliza o processo de aprendizagem no grupo, permitindo que chegue, por si 
mesmo, às conclusões desejadas. 
3) Desenvolve o raciocínio inquiridor e a capacidade para apreciar pontos de vista 
alheios. 
4) Sedimenta o ensino, uma vez que não é o professor que oferece a resposta à 
questão, mas o grupo que a obtém, como resultado de seu trabalho. 
5) Toma a aula e as atividades mais produtivas, uma· vez que elas são 
beneficiadas pelo esforço de sinergia grupal. 
 
 4.1.3.2. Desvantagens do método 
1) Se não houver o devido cuidado, os alunos mais desinibidos podem monopolizar 
a discussão. 
2) Pode levar alunos mais inibidos a sentirem-se inferiorizados. 
3) Pela própria natureza da atividade (debate), pode levar a um desvirtuamento 
dos objetivos, uma vez a se desmerecer pontos de vista alheios. Trata-se de um 
esforço cooperativo em benefício da aprendizagem e, para a sua realização, o 
professor deve atuar como moderador. ( Ayres,2004.p102) 
. 
4.1.4. Philips 66 
 Em Philips 66, a turma é dividida em grupos de, em média, seis pessoas, 
para dialogarem e debaterem sobre um assunto por, aproximadamente, seis 
31 
 
minutos. Cada grupo tem um coordenador, que organiza e faz controle do tempo 
do debate, e um expositor, a quem compete a apresentação ou o relato das 
questões debatidas. 
 Na seqüência, novos grupos poderão ser formados. Na nova formação, 
pode-se adotar o painel integrado. Nesse painel, os grupos se organizam de modo 
que cada um tenha pessoas dos grupos anteriores. 
 Para facilitar esse tipo de remanejamento,garantindo a participação de 
pessoas dos grupos anteriores, pode-se adotar o recurso de que cada uma dessas 
pessoas receba um número, por exemplo, de 1 a 6, e a formação de cada grupo do 
painel integrado se faça de acordo esses números, podendo-se, então, formar 
grupos de todas as pessoas de número 1, ou com todas as de número 2, e assim 
por diante. O sentido de organização em grupos também se aplica no trabalho em 
dupla. Rangel (2007) 
 
4.1.5. Trabalho em dupla 
 No trabalho em dupla, cada grupo de dois alunos realizam estudo, após a 
exposição e as explicações do professor. Esse estudo inclui leitura, diálogo, 
respostas a questões, ou realização de exercícios. Após um tempo determinado, 
previsto no início do estudo, cada dupla apresenta seu trabalho à turma, podendo-
se, então, estabelecer um diálogo entre as duplas e com o professor .Rangel 
(2007) 
 
4.1.6 Técnica da entrevista 
 Na técnica da entrevista, seja após as explicações do professor sobre um 
tema e o estudo, individual ou em grupo, dos alunos, seja como introdução e 
motivação a esse estudo, o professor e/ou os alunos convidam um especialista- 
que poderá ser um pesquisador, ou autor, ou profissional competente no tema em 
questão - para uma entrevista. Poderá haver, então, um ou mais alunos na função 
de entrevistadores. 
 A entrevista pode ser realizada em sala de aula, diante da turma, que 
poderá complementar, livremente, as perguntas feitas pelos colegas 
entrevistadores. 
 Comentários e agradecimentos são incumbências do professor, dos 
32 
 
entrevistadores e de demais alunos que, por sua própria motivação, desejem se 
pronunciar ao final da entrevista, destacando aspectos que consideraram 
significativos ao conhecimento sobre o tema. 
 Finalmente, observam-se, nesse conjunto de técnicas, diversas 
modalidades de encaminhamento da aprendizagem, envolvendo os alunos em 
processos grupais; utilizarias de maneira diversificada auxilia a motivação e a 
dinamização das aulas. ( Rangel, 2007, p. 58) 
4.1.7. Dramatização 
 Muitos professores utilizam-se da dramatização, ou do chamado 
"teatrinho" simplesmente porque ela é extremamente dinâmica e altamente 
motivadora, quando proposta aos alunos. 
 Não há classe que não se motive com a proposição de dramatizar uma 
história que constitui ou simplesmente ilustra o tópico que está sendo ensinado. 
 Permite que o aluno projete no personagem que representa todos aqueles 
aspectos interiores que, normalmente, ele não teria coragem de revelar em sua 
pessoa. O professor tem condições, então, de, a partir desses conteúdos 
inconscientes que vêm à tona, atuar muito melhor objetiva e preventivamente. 
 
4.1.8. Redação 
 A redação está também situada entre as mais eficientes técnicas, não 
apenas para os professores de português, mas os de todas as outras matérias 
podem solicitar redações de seus alunos ("júri-simulado" e tantas outras) 
constituem ótimos recursos para que o professor compreenda melhor o que se 
passa no interior de seus alunos, e utilize essa compreensão em beneficio deles. 
 Quando um aluno redige, independentemente do fato de sua produção ser 
temática ou de livre escolha, sempre acaba projetando em seu texto motivações e 
fantasias que fazem parte de seu imaginário pessoal. (Ayres, 2004, p.43) 
 
4.2. Atividade para a abertura do período letivo 
 
 Criatividade é permitir que eu próprio cometa os erros . 
Scott Adams 
 
4.2.1. O Barbante 
 Distribuir os participantes espalhados e imóveis pela sala. Apanhar um rolo 
33 
 
de barbante, amarrando a ponta em seu dedo indicador e apresente – se a turma. 
Escolher um aluno e, avisando – o para segurar, arremesse cuidadosamente para 
ele o rolo de barbante. Peça-lhe, agora, que dê uma volta com o barbante no dedo 
indicador e faça o mesmo que você, ou seja, que se apresente. 
 Feito isso, deverá arremessar o rolo para outra pessoa, mantendo o fio 
retesado. O jogo prosseguirá nessa dinâmica até que o último aluno falca sua 
apresentação. 
 A partir desse momento, peça que o último aluno desenrole o fio de seu 
dedo, arremesse o rolo ao colega anterior e apresente-o. Oriente-lhe para tentar 
relembrar o mais fielmente possível o que o colega havia dito. 
 Em caso de esquecimento do nome do companheiro, permita que a ele seja 
perguntado. Caso um aluno não consiga se lembrar com fidelidade das 
peculiaridades do outro, será permitido qualquer tipo de ajuda por parte dos 
colegas. O jogo, agora, prossegue nessa sistemática até que o rolo chegue às 
suas mãos. Você, portanto, deverá apresentar à turma a última pessoa.( Miranda, 
2007,p32) 
 
 4.2.2. Jogando bola 
 Pedir para que a turma fique em pé ou sentados . Entregar 
uma bola para qualquer um dos alunos. Oriente-lhe para que diga seu próprio 
nome,de forma como costuma e gosta de ser chamado e em seguida jogue a bola 
para qualquer outro colega. Esse também deverá dizer seu pr´prio nome e 
arremessar a bola para um terceiro.O jogo prossegue nesse processo até que 
todos tenham pronunciado seus nomes. 
 Em um segundo momento, escolha outro aluno para repetir o jogo, ou 
peça a presença de um voluntário. Desta feita, o aluno que irá jogar a bola deverá 
pronunciar antes o nome do que receberá . será permitido ao primeiro, todavia, 
perguntar o nome do segundo, se não tiver conseguido memorizá – lo. O jogo 
prossegue , até que todos tenham participado. 
4.3. Aulas dinâmicas com recursos simples. 
 Os sábios aprendem a partir das experiências alheias. 
Os criativos sabem fazer uma migalha de experiência durar a vida 
inteira. Eric Hoffer 
 
 
34 
 
4.3.1. Cordel pedagógico 
 Utilize uma área da sala para dispor vários barbantes esticados de lateral a 
lateral, à semelhança de diversos varais. Prepare suas demonstrações com 
antecedência em retângulos de cartolina com a borda superior dobrada alguns 
centímetros para trás, a fim de pendurá-los ali. Não os disponha de uma vez, 
como uma exposição artística. Utilize-os, ordenadamente, à medida que for 
progredindo na exposição oral. 
 
4.3.2. Transparências em retroprojetor 
 Se não tiver um equipamento de data-show, mas um velho retroprojetor, 
então mãos a obra. Nada de transparências à mão ou fotocópias de livros. 
Prepare as lâminas de transparência em programa PowerPoint. 
 Ênfase as imagens. Texto, só o essencial, com fundos interessantes e 
gravuras relaciona das ao tema. É possível encontrá-las em sites especializados 
na Internet. 
 Uma dica em relação ao uso do retroprojetor: o uso do “ponteiro de laser“. 
Mais uma dica. Se quiser utilizar as transparências mais de uma vez e a 
impressão for à base de jato de tinta é só deixá-las submersas em água. 
 Após dez minutos, ou um pouco mais, é só colocá-las para secar a sombra 
na posição horizontal e com a parte rugosa para cima. 
 
4.4. Apresentação e revisão de conteúdo. 
 Criatividade é invenção, é experiência, é germinação, é 
risco, é quebra de regras, é muita diversão. Mary Lou Cook. 
 
 4.4.1. Campeonato do saber 
 Forme tantos times quantos forem possíveis e peça aos alunos que os 
batizem. O “número de perguntas a serem elaboradas depende da relação entre 
a quantidade de times e a “de “ rodadas”. Por exemplo, se forem seis times, e 
cada um for “jogar, cinco vezes, você deverá preparar 30 questões de múltipla 
escolha. 
 O conteúdo que será abordado nesse interessante campeonato deve ter 
sido indicado com antecedência, de modo que a turma tenha tido tempo para se 
preparar. Elabore a tabela decompetição. Considerando que tenham surgido seis 
times, este poderia ser um exemplo de tabelas. 
35 
 
 
 
 
 
 
Rodada n º 1 
Os Bambas X Os CDFs 
As Meninas X Os Gatões 
Os Imbatíveis X Os Vencedores 
 
 
 
 
 
 
Rodada n º 3 
Os Bambas X Os Vencedores 
Os CDFs X As Meninas 
Os Gatões X Os Imbatíveis 
 
Rodada n º 5 
As Meninas X Os Imbatíveis 
Os Vencedores X Os Gatões 
Os Bambas X Os CDFs 
 
 Comece a argüição seguindo a tabela. Em caso de vitória, ou seja, se 
naquele jogo um time responder acertadamente, ele receberá três pontos. O outro, 
zero. Em caso de empate, isto é, se ambos acertarem, os dois receberão um 
ponto. Lance os pontos no quadro para acompanhamento. E, com esses critérios, 
conduza o campeonato até o seu final. Declare vencedor o time que chegar com 
maior número de pontos.( Miranda, 2007,p.57) 
 
4.5. O filme na sala de aula 
 A criatividade consiste em rearranjar o que sabemos: a 
Rodada n º 2 
Os CDFs X Os Gatões 
Os Bambas X As Meninas 
Os Imbatíveis X Os Vencedores 
Rodada n º 4 
 
Os Vencedores X Os CDFs 
Os Bambas X Os Gatões 
Os Imbatíveis X As Meninas 
36 
 
fim de encontrar o que não sabemos.George Kneller. 
 
 Computadores, aparelhos de DVD, TVs coloridas e, mais recentemente, os 
modernos datashows são acessórios utilizados pelo professor e funcionam como 
elementos auxiliares de apoio à realização do ensino. No entanto, não apenas 
esses· modernos recursos são eficientes. O nosso velho quadro-negro ainda é 
uma ferramenta extremamente útil para o trabalho do professor. Ao lado dele, o 
quadro imantado, projetores de slides, retroprojetores, álbuns-seriados, 
flanelógrafos, mapas, varais de desenhos etc. constituem ainda ótimos recursos 
instrucionais. 
 Esses recursos instrucionais, todavia, não podem ser usados a qualquer 
momento, sem critério, conforme indicar a vontade do professor, apenas. Seu 
emprego deve estar em consonância com os objetivos de ensino a serem 
atingidos e com os métodos de ensino a serem utilizados. Ayres(2004, p.107) 
 A apresentação de vídeos na sala de aula deve ser encarada com muita 
seriedade. O vídeo para os alunos tem o significado de descanso e não de “aula”. 
 O filme deve ser selecionado, assistido antes, levantar perguntas-chaves, 
integrá-lo com o assunto da aula relacionando-as com o tema, procurando extrair 
o máximo de conteúdo pedagógico. O vídeo explora pessoas, cenários, cores, 
músicas, e efeitos sonoros, textos, etc. 
 O vídeo, emociona ,instiga a imaginação, a afetividade e isso nos seduz. 
Daí a responsabilidade de não usar o vídeo de maneira inadequada. como: colocar 
o filme como, “tapa buraco” na falta do professor, ou como enrolação para 
camuflar uma aula. Com freqüência desvaloriza o uso do vídeo. Diminui sua 
eficácia e empobrece a aula. 
 Um bom vídeo é interessantíssimo para introduzir um novo assunto, 
despertar curiosidade, a motivação sobre um tema, mostrar o que se fala na sala 
de aula, compor cenário desconhecido dos alunos, simular experiências de 
química, o crescimento acelerado de uma planta. Também como registro de 
eventos nas salas de aula, experiências, entrevistas, 
 
 Para os alunos serve de incentivo a produção de 
programas informativos feito por eles mesmos, incentiva os mais 
tímidos e para os professores com, o avaliação Moran, (1995, 
p.27) 
 
37 
 
 
 Continua Moran, antes da exibição do vídeo devemos comentar sobre os 
aspectos gerais, mas não interpretá-lo, checar o ponto desejado, o som. Ainda 
escolher um aluno para contar as cenas, outro para anotar as palavras –chaves, 
outro ainda para anotar caracterização dos personagens etc.. 
 Durante a exibição anotar as cenas mais importantes, se necessário fazer 
uma pausa e observar a reação dos grupo. Após a apresentação passar os 
quadros mais significativos, observar o som, música, efeitos, e analisá-lo 
comentando os destaques deixando a opinião para os alunos, se posicionando 
 no final da discussão com questões como: aspectos positivos, aspectos 
negativos, idéias principais, o que mais chamou atenção, significado de algumas 
cenas, conseqüências para vida, o que poderia ser mudado no vídeo. 
 Esse trabalho poderia ser individual ou em grupos pequenos para depois 
ser relatado em plenária. Com questões como: o que chamou mais atenção? O 
que destacaria na música? Nos diálogos? Modelo de sociedade apresentada. 
Valores apresentados (justiça, amor, amizade, trabalho). Assistindo ou não o filme 
até o final poderia modificar ou propor um final diferente. 
 Dentro do contexto estudado agora, a resposta ou respostas a essa 
pergunta deverão levar o professor a estabelecer o alvo ou os alvos que pretende 
alcançar com determinado tema do seu ensino. 
 Ao fazer isso, ele estará como conseqüência, fixando os objetivos de ensi-
no que pretende atingir. Essa pergunta, finalmente, levará o professor a selecionar 
os recursos instrucionais que julgar mais adequados a cada objetivo e método 
escolhido e a seleção do método, por sua vez, depende do objetivo a ser atingido. 
 Com essa providência, lucrarão o próprio professor, os alunos e a escola 
será mais conceituada na comunidade 
 
4.5.1. Como analisar um filme 
- Fazer estas quatro perguntas: aspectos positivos do vídeo; aspectos negativos; 
idéias principais que passa e o que vocês mudariam neste vídeo. 
- Análise Concentrada: escolher depois da exibição uma das cenas marcantes e 
revê-Ias. Perguntar oral ou por escrito: o que chama mais atenção; o que dizem as 
cenas; conseqüências. 
- Análise Funcional: antes da exibição escolher algumas funções ou tarefas 
38 
 
(desenvolvidas por vários alunos). Ex.: o contador de cenas, anotar as palavras 
chaves, anotar as imagens. Após a exibição cada aluno fala e o resultado será 
colocado no quadro. 
- Análise da linguagem: que história é contada (reconstrução da história); como é 
contada essa história; modelo de sociedade apresentado; valores afirmados e 
negados. 
 
 4.5.2. Dramatização de situações do vídeo assistido e discutido 
 Alguns alunos escolhem personagens de um determinado vídeo e os 
representam, adaptando-os à sua realidade. Depois se comparam os personagens 
do vídeo e os da representação. Uma aula bem preparada utilizando o filme tem 
um efeito de valor imensurável, uma oportunidade de motivar os alunos, estimula 
a determinação, a auto-superação, a auto-estima, o auto-conceito. 
 
 
4.5.3. Sugestões de filmes: 
O DESCOBRIMENTO DO BRASIL, Brasil, 1937, direção de Humberto Mauro, 90 min., 
D.B.F. (Distribuidora de Filmes Brasileiros). Conteúdos: descoberta do Brasil; o processo 
de expansão marítima e comercial portuguesa nos séculos 15 e 16. 
 
TEMPOS MODERNOS (Modem Times), Estados Unidos, 1936, 87 min., direção de 
Charles Chaplin, United Artists. conteudos: fordismo; revolução industrial; movimento 
proletário 
 
O NOME DA ROSA (Der Nameder Rose)) Itália, França, Alemanha, 1986,130 min., 
direção de JeanJacques Annaud, Flashstar Filmes. CONTEÚDOS:igreja medieval; 
Inquisição; 
 
ILHA DAS FLORES, Brasil, 1989, 13 min., direção de Jorge Furtado, documentário (o 
filme está disponível para dowmload no site www. portacurtas. com.br). Conteúdos : 
globalização; capitalismo; injustiça social. 
 
O VELHO - A HISTÓRIA DE LUIS CARLOS PRESTES, Brasil, 1977, 105 min., 
direção de Toni Venturi, documentário, Versátil Home Vídeo. Conteúdo:Movimento 
comunista brasileiro; Coluna Prestes;

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