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MORFOLOGIA BACTERIANA MICROBIOTA CORPÓREA (ENDÓGENA): Qualquer líquido ou tecido corporal pode ser sujeito a investigação microbiológica. O corpo humano está colonizado por um grande número de micro-organismos que constituem a microbiota normal e que não está distribuída uniformemente. Morfologia Celular Bacteriana As bactérias são seres procariontes unicelulares que possuem diversas estruturas metabólicas rudimentares revestidas por um envoltório complexo. Classificam-se por sua forma e arranjo em: cocos (diplococos, estreptococos, micrococos, estafilococos, sarcina), bastonetes (fusiformes e filamentosos), espirilos, vibriões e espiroquetas. Morfologias ARRANJOS DIPLOCOCOS ESTREPTOCOCOS TÉTRADES ESTAFILOCOCOS SARCINA Membranas Celulares Procariotos INTERIOR DA CÉLULA EXTERIOR DA CÉLULA Proteínas Transportadoras de Membrana A MEMBRANA CITOPLASMÁTICA bacteriana segue o modelo de mosaico fluído, proposto por Singer e Nicholson. Formada por bicamada lipídica com proteínas com função de seletividade na passagem de substâncias. Considerando sua capacidade em reter os corantes cristal violeta e fucsina básica ou safranina foram divididas em dois grandes grupos: GRAM POSITIVAS ou GRAM NEGATIVAS Morfologia Celular Bacteriana Parede Celular: Bactérias – Peptideoglicano Parede Celular: Bactérias – Peptideoglicano A PAREDE BACTERIANA GRAM-POSITIVA É formada por espessa camada de peptídeoglicano (ácidos N- acetil murâmico e N-acetil glicosamina) transfixada por moléculas de ácido teicóico que quando se encontra ligado ao lipídio da membrana citoplasmática denomina-se ácido lipoteicóico (LTA). O LTA representa a porção antigênica da parede da bactéria Gram-Positiva. Bactérias Gram-Positivas Peptideoglicano + Ác. Teicóico ou Lipoteicóico Bactérias Gram-Positivas A PAREDE BACTERIANA GRAM-NEGATIVA É formada por duas membrans. A Membrana Externa possui estruturas especializadas como porinas (grupo de moléculas protéicas que formam poros conferindo-lhe permeabilidade seletiva) e lipopolissacarídeos - LPS (moléculas de lipídio e açúcar presentes na porção mais externa da parede) responsáveis por sua ação antigênica. Os LPS são formados por diversas unidades de monossacarídeos ligados a lipídio complexo (lipídio A) por meio de um núcleo de natureza glicídica. O lipídio A é formado pelos ácidos beta-hidroximirístico, lauromirístico e miristomirístico. Há um espaço entre a membrana externa e a citoplasmática (interna), onde se insere uma pequena camada de peptideoglicano. Este espaço é denominado ESPAÇO PERIPLASMÁTICO ou PERIPLASMA, o qual possui uma alta concentração de enzimas responsáveis pela neutralização de toxinas e auxílio no transporte de substâncias. Bactérias Gram-Negativas Membrana Externa + Peptideoglicano + Membrana Interna LPS Bactérias Gram-Negativas Microscopia de transmissão Bacillus subtilis E. coli COLORAÇÃO DE GRAM CÉLULAS BACTERIANAS DISTINTAS GÊNEROS NÃO CLASSIFICADOS PELO MÉTODO DE GRAM Outros grupos bacterianos, embora eubactérias (bactérias verdadeiras), são classificadas a parte, por não possuírem alguma estrutura necessária ao seu metabolismo ou resistência. Esses grupos merecem destaque por se apresentarem como parasitas intracelulares obrigatórios (PIO): RICKETTSIAS Que possuem ácido murâmico em sua parede e apresentam-se nas formas de cocobacilo ou bacilo, causadores do Tifo. CLAMÍDIAS Não possuem ácido murâmico são de forma esférica, destaque para espécie trachomatis – responsável por uretrites. CÉLULAS BACTERIANAS DISTINTAS GÊNEROS NÃO CLASSIFICADOS PELO MÉTODO DE GRAM MICOPLASMA Menores micro-organismos de vida livre, não possuem parede celular e são altamente pleomórficos, relacionados a doença periodontal e pneumonia. MYCOBACTERIUM Possuem alta concentração de lipídeos em sua parede tornando-as resistentes à ação de descoloração por uma mistura de álcool e ácido (coloração é o Ziehl Nielsen). Grupo saprófita de grande importância clínica por ser responsável pela Tuberculose (tuberculosis) e pela Hanseníase (leprae); ESPIROQUETAS Grupo em forma de espiral não se coram com facilidade pelo método de Gram; Destacam-se gêneros Treponema pallidum (sífilis) e T. denticola relacionado às infecções bucais agressivas como gengivite úlcero necrosante (GUNA). ESTRUTURAS DE SUPERFÍCIE BACTERIANA A cápsula pode ser definida como uma camada externa à parede celular, geralmente apresentando-se como um material viscoso, fortemente associado à superfície celular, geralmente de natureza polissacarídica e raramente protéica. Por outro lado, o termo camada limosa é algumas vezes definido como uma uma zona difusa, contendo material pouco organizado, sendo facilmente removida. CÁPSULA (GLICOCÁLIX E CAMADA LIMOSA) Micrografia eletrônica de transmissão, revelando a delgada cápsula circudando a célula Micrografia óptica, empregando a técnica de coloração negativa, revelando células capsuladas. CÁPSULAS A presença da cápsula normalmente confere vantagens às bactérias, pois suas principais funções incluem: ligação às células do hospedeiro, fator de virulência por dificultar a fagocitose e também a proteção, seja aumentando a resistência ao dessecamento, uma vez que armazena grandes quantidades de água, fonte de nutrientes e proteção contra a infecção por bacteriófagos ou interação com anticorpos. FÍMBRIAS PILI “PILI SEXUAL” (conjugação bacteriana) .gif FLAGELOS ESTRUTURA DOS FLAGELOS TIPOS DE MOVIMENTAÇÃO TIPOS DE FLAGELOS (Adaptado de Tortora et al., 1998 - Microbiology) ANFITRÍQUIA LOFOTRÍQUIA PERITRÍQUIA MONOTRÍQUIA OU POLAR FLAGELOS PERIPLASMÁTICOS Estes flagelos são encontrados apenas nos espiroquetas (sendo muitas vezes denominados de filamentos axiais). Como o próprio nome indica, estes flagelos situam-se no periplasma, localizando-se abaixo da membrana externa destas bactérias. Os flagelos periplasmáticos originam-se a partir dos polos celulares, voltando-se em direção ao centro da célula, envolvendo a membrana citoplasmática do corpo bacteriano. Microscopia colorida revelando os flagelos periplasmáticos (em amarelo) Micrografia eletrônica revelando o flagelo periplasmático, situado abaixo da membrana externa LCOMOÇÃO POR DESLIZAMENTO Saprospira grandis – acesse o link para observar a movimentação desta bactéria marinha VEJA O VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=OKv6zlQJFwM Respostas Comportamentais - TAXIAS FOTOTAXIAS Fototaxia Fonte de Luz Colônias com milhares de células bacterianas Respostas Comportamentais MAGNOTOTAXIAS Magnetoglobus multicellularis Segue a direção de um campo magnético aplicado sobre ele. Essa característica se deve à presença em sua estrutura de cristais de magnetita (Fe3S4) ou greigita (Fe3S4), ambos minerais constituídos de ferro e que, portanto, sofrem a ação de uma força na presença desse campo. Podem armazenar: - lipídeos Grânulos de poliidroxibutirato -enxofre - gás .gif Respostas Comportamentais - AEROTAXIAS E OSMOTAXIAS ENDÓSPOROS Estruturas de latência que exibem altíssima resistência tanto a agentes físicos como químicos. Os esporos foram encontrados, até o momento, em alguns gêneros Gram positivos, tais como Clostridium, Bacillus e Sporosarcina. ENDÓSPOROS Estas estruturas de dormência se caracterizam pela extraordinária resistência ao calor, às radiações, aos desinfetantes e à desidratação. Quando as bactérias com capacidade de esporular se encontram em ambientescujas condições tornam-se inadequadas, estas iniciam o processo de esporulação, garantindo assim a manutenção de seu material genético. Uma possível explicação para a enorme resistência dos esporos seria a presença de um composto denominado ÁCIDO DIPICOLÍNICO, localizado no cerne. O ácido dipicolínico associa-se a íons cálcio, originando o DIPICOLINATO DE CÁLCIO, que provavelmente estabiliza os ácidos nucléicos contidos no cerne. ENDÓSPOROS Processo de germinação do esporo (Adaptado de Prescott et al., Microbiology, 2000) Micrografia eletrônica colorizada, de um bacilo com um endósporo ainda no interior da célula FORMAÇÃO DOS ENDÓSPOROS FORMAÇÃO DOS ENDÓSPOROS REPRODUÇÃO E GENÉTICA BACTERIANA O CROMOSSOMO BACTERIANO contém todos os genes requeridos para o metabolismo e ciclo vital da bactéria.Todo material genético de uma bactéria está em contato direto com o citoplasma. O cromossomo bacteriano existe na forma de uma molécula circular única de DNA de cadeia dupla, altamente enovelada. Na microscopia eletrônica, o cromossomo bacteriano é visualizado como uma massa amorfa difundida pelo interior da célula e que é denominada nucleóide. PLASMÍDEOS são moléculas de DNA circulares, com tamanhos variando entre a mil vezes menores a dez vezes menores que o cromossomo bacteriano. A maioria das bactérias conhecidas transporta um ou mais tipos de plasmídios. Os genes que transportam não são essenciais à sobrevivência da bactéria, mas podem condicionar características adicionais tais como fatores de virulência, resistência a agentes antimicrobianos, bacteriocinas, toxinas, fixação de nitrogênio, etc. Plasmídeos As bactérias não constroem seus próprios plasmídios, mas os adquirem através do fenômeno da conjugação bacteriana, na qual uma bactéria transportando um plasmídio o transfere para uma outra bactéria, mantendo para si uma cópia deste. REPRODUÇÃO: FISSÃO BINÁRIA TROCA DE MATERIAL GENÉTICO: 1) TRANSFORMAÇÃO: Envolve presença de DNA livre da célula doadora; VEJA O VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=MRBdbKFisgI TROCA DE MATERIAL GENÉTICO - TRANSFORMAÇÃO: TROCA DE MATERIAL GENÉTICO: 2) CONJUGAÇÃO: A transferência envolve o contato entre as células e a presença de um plasmídeo conjugativo na célula doadora; Conjugação: Transferência de plasmídeo ou de DNA cromossomal CONJUGAÇÃO CONJUGAÇÃO – troca de material genético VEJA VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=hm8SZaFmlWg TROCA DE MATERIAL GENÉTICO: 3) TRANSDUÇÃO: Para entender a transdução é fundamental saber como ocorre normalmente uma replicação viral. .gif VEJA O VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=txSq-7BchUQ TROCA DE MATERIAL GENÉTICO: 3) TRANSDUÇÃO: A transferência do DNA da célula doadora é mediada por um vírus. TROCA DE MATERIAL GENÉTICO TRANSDUÇÃO PATOLOGIAS BACTERIANAS X STAPHYLOCOCCUS - Cocos – arranjos em cachos - GRAM + - Imóveis - Não esporulantes - Pode conter cápsula - Crescem em elevado teor de NaCl (10%) - 18 a 40°C - aeróbios facultativos - resistentes ao dessecamento - piogênicos/pirogênicos Existem 33 tipos de estafilococos, alguns mais virulentos que outros. O tipo mais comum na nossa pele é o Staphylococcus epidermiditis, uma espécie de estafilococo bem mais branda que o Staphylococus aureus, o mais virulento da espécie. FATORES DE VIRULÊNCIA Staphylococcus ENZIMAS - Catalase + - Coagulase + (fator clumping), lipases, DNAses - Hialuronidase - Estafiloquinase(fibrolisina) - beta-lactamases - proteína A Staphylococcus Hemolisinas EXOTOXINAS - toxina epidermolítica - Hemolisinas (alfa, beta, gama) - Leucocidinas - Esfoliativas A e B - Enterotoxinas A e E - TSST –1 (toxic shock syndrome toxin) Staphylococcus Staphylococcus aureus Formas de resistência A resistência à penicilina foi detectada logo após o início de seu uso na década de 40. Essa resistência era mediada pela aquisição de genes que codificavam enzimas, inicialmente conhecidas como penicilinases, e agora chamadas β-lactamases. Na década de 1950, a produção de penicilinases pelos S. aureus passou a predominar nas cepas isoladas de pacientes hospitalizados. Fonte: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/gramp_staphylo.htm Em 1960, a meticilina foi lançada no mercado como alternativa terapêutica para cepas produtoras de penicilinase, uma vez que essa droga não sofre ação dessa enzima. Porém, já em 1961, relatos de cepas também resistentes à meticilina passaram a ser descritos e foram identificados os denominados Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA). MRSA – meticilina resistente O Staphyloccus aureus resistente (MRSA) não é mais agressivo do que o Staphylococus não MRSA. O seu problema está nas opções reduzidas de antibiótico e não na virulência da bactéria. Transmissão: contato entre pessoas (mãos). Profissionais de saúde - levam o MRSA de um paciente para outro. lavar as mãos após examinar os pacientes β-lactamases Sugestão de leitura: Gelatti et al. Staphylococcus aureus resistentes à meticilina: disseminação emergente na comunidade. An Bras Dermatol. 2009;84(5):501-6. Santos et al. Staphylococcus aureus: visitando uma cepa de importância hospitalar. J. Bras Patol Med Lab., v. 43, n. 6, p. 413-423, dezembro 2007. Staphylococcus aureus O Staphylococcus aureus é considerado um patógeno humano oportunista e frequentemente está associado a infecções adquiridas na comunidade e no ambiente hospitalar. As infecções mais comuns envolvem a pele (celulite, impetigo) e feridas em sítios diversos. Algumas infecções por S. aureus são agudas e podem disseminar para diferentes tecidos. Episódios mais graves, como bacteremia, pneumonia, osteomielite, endocardite, miocardite, pericardite e meningite, também podem ocorrer. Fonte: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/gramp_staphylo.htm DOENÇAS E SINTOMAS Staphylococcus IMPETIGO NÃO BOLHOSO Pequenas bolhas parecidas com espinhas cheias de pus (pápulas eritematosas), especialmente ao redor do nariz e da boca, mas que também podem surgir nos braços e nas pernas. Quando rompem e vazam, essas bolhinhas dão lugar a feridas avermelhadas que, depois, são cobertas por uma crosta cor de mel, que cai sem deixar cicatrizes. IMPETIGO BOLHOSO Toxinas que favorecem o aparecimento de vesículas maiores, cheias de líquido amarelado. Em geral, elas se instalam no peito, braços, abdômen e nádegas, principalmente de bebês e crianças na idade pré-escolar, e podem vir acompanhadas de febre e mal-estar. Quando rompem, deixam no lugar uma lesão vermelho-vivo, inflamada e úmida, que não dói, mas pode coçar e desaparece sem deixar marcas. Segundo dados publicados pela Anvisa, o impetigo bolhoso é responsável por 10% dos casos da doença. ECTIMA Forma mais grave do impetigo, porque acomete as camadas mais profundas da pele. Geralmente é causada pelo Streptococcus pyogenes, embora possa ocorrer uma infecção simultânea pelo Staphylococcus aureus. As lesões (uma ou várias) – úlceras profundas, dolorosas e cheias de pus – aparecem sobretudo nas pernas e deixam cicatrizes depois de curadas. Outro sinal de ectima é a presença de linfonodos (gânglios linfáticos) aumentados na cadeia próximas das feridas, como resposta do sistema de defesa do organismo contra o agente agressor. Furúnculo / Carbúnculo Acomete o folículo piloso, a glândula sebácea e o tecido subcutâneo ao redor. Sua principal característica é a formaçãode um abscesso, ou seja, de um nódulo avermelhado, endurecido e quente, com uma área amarelada na parte central indicativa da presença de pus. O tamanho varia segundo a profundidade dos tecidos infectados. Terçol É a infecção de uma pequena glândula da pálpebra (meibômio). Inicia-se com vermelhidão na pálpebra e pode ficar um pouco dolorido, após forma um pequeno nódulo contendo pus em seu interior. Esse pus pode ser absorvido pelo organismo, pode supurar (vazar pus) ou se tornar crônico. Neste caso, o terçol evolui sem sinais de inflamação deixando um nódulo indolor na pálpebra chamado calázio. Síndrome da Pele Escaldada É doença causada por toxina epidermolítica. Geralmente, acomete crianças menores de 5 anos. O diagnóstico pode ser confirmado pelo isolamento de S. aureus coagulase positivo. A toxina epidermolítica se dissemina a partir de um foco de infecção primária, geralmente nariz ou região periorbitária. Caracteriza-se pelo aparecimento de eritema macular e edema em áreas intertriginosas e periorificiais, que se espalha por todo o corpo. O estado geral pode estar comprometido, com irritabilidade e febre. A pele começa a exsudar e esfoliar, criando crostas melicéricas e fissuras radiais ao redor da boca e dos olhos, dando à doença seu aspecto característico. Ao longo de dois ou três dias, a camada superficial da epiderme se torna enrugada e pode se desprender com facilidade à fricção leve (Sinal de Nikolsky). Nos dias seguintes, se não houver intercorrência infecciosa, toda pele descama, sem deixar cicatriz ou sequela. Sugestão de leitura: Souza et al. Síndrome da pele escaldada: relato de caso. Boletim Científico de Pediatria - Vol. 4, N° 2, 2015 Abscessos Material purulento (pus) decorrente de infecções bacterianas. STREPTOCOCCUS - Cocos – arranjos em cadeia ou pares - GRAM + - Imóveis - Não esporulantes - Pode conter cápsula - aeróbios ou anaeróbios facultativos - piogênicos/pirogênicos - catalase negativo / hemolíticos - 20 grupos sorológicos de Lancefield (A -H / R - V) Streptococcus sp. - TIPOS DE HEMÓLISE α-hemólise (hemólise parcial) β- hemólise (hemólise completa) ϫ-hemólise (sem hemólise) Streptococcus pyogenes FATORES DE VIRULÊNCIA SOMÁTICOS Reação cruzada de proteínas de superfície com proteínas do tecido cardíaco = doença auto-imune ESPALHAMENTO (enzimas) Estreptolisina O Estreptolisina S Hialuronidase Estreptoquinase Estreptodornase TOXINA ERITROGÊNICA Cepas que carregam um fago lisogênico = escarlatina Streptococcus pyogenes Exemplos: • Streptococcus pneumoniae é uma causa comum de pneumonia; • Streptococcus agalactiae pode provocar infecções graves em recém- nascidos; • Streptococcus viridans é uma causa comum de endocardite. Faringite Estreptocócica A bactéria Streptococcus pyogenes é altamente contagiosa, podendo ser transmitida através da tosse, espirro, gotículas de saliva emitidas durante a fala ou pelo compartilhamento de talheres ou copos. Mãos contaminadas por secreções respiratórias também são um importante veículo de transmissão do Estreptococo do grupo A. Geralmente, as crianças entre 3 e 14 anos são o grupo com maior risco de contaminação. Porém, nem todas as pessoas que se contaminam com o Streptococcus pyogenes vão desenvolver inflamação na garganta. Os adultos frequentemente entram em contato com a bactéria e não desenvolvem sintomas. Os sinais mais específicos de faringite/amigdalite bacteriana são as petéquias no palato e a presença de pus na faringe ou nas amígdalas. Ainda assim, nenhum deles nos permite afirmar com 100% de certeza que estamos diante de uma faringite bacteriana, pois 5 a 10% das inflamações de garganta de origem não bacteriana podem ter esses sinais. Faringite Estreptocócica Entre as possíveis complicações da faringoamigdalite estreptocócica: ✓ Febre reumática. ✓Glomerulonefrite pós-estreptocócica. ✓ Escarlatina. ✓ Transtorno neuropsiquiátrico autoimune pediátrico associado à infecção pelo estreptococo do grupo A (PANDAS). ✓ Síndrome do choque toxico por Estreptococo. ✓ Abscesso nas amígdalas. ✓ Otite média. ✓ Sinusite bacteriana. ✓ Meningite ou abcesso cerebral. Escarlatina ✓ É uma doença infecciosa aguda, causada por uma bactéria chamada estreptococo beta hemolítico do grupo A. Os estreptococos são, também, agentes causadores de infecções da pele (impetigo, erisipela). O aparecimento da escarlatina não depende de uma ação direta do estreptococo, mas de uma reação de hipersensibilidade (alergia) às substâncias que a bactéria produz (toxinas). ✓ É uma doença que afeta principalmente crianças em idade escolar. ✓ Atransmissão da escarlatina faz-se de pessoa para pessoa, através de gotículas de saliva ou secreções infectadas, provenientes de doentes ou de portadores são, que são aquelas pessoas saudáveis que transportam a bactéria na garganta ou no nariz sem apresentarem sintomas (portadores sãos ou saudáveis). Escarlatina O seu início é súbito com febre, mal estar, dores de garganta, por vezes vômitos, dor de barriga e prostração. A febre, elevada nos dois ou três primeiros dias, diminui progressivamente a partir daí, mas pode manter-se durante uma semana. A erupção da escarlatina aparece por volta do segundo dia de doença, com início no pescoço e no tronco, progredindo em direção à face e membros. É constituída por pequenas manchas do tamanho de uma cabeça de alfinete, cor vermelho vivo e que são mais intensas na face, nas axilas e nas virilhas, poupando a região em volta da boca que se apresenta pálida, e as palmas das mãos e plantas dos pés. Estas alterações atingem também a língua, que se apresenta branca e saburrosa no início, ficando depois com aspecto de framboesa (língua em framboesa), devido ao aumento das papilas que adquirem um tom vermelho arroxeado nos bordos e na ponta da língua. A erupção da escarlatina, que confere à pele um toque áspero, desaparece ao fim de seis dias , acompanhando-se de uma descamação fina durante alguns dias. Nas mãos e nos pés a descamação pode ser em lâminas. S. pyogenesErisipela ✓ A erisipela é uma condição inflamatória que atinge a derme e o panículo adiposo (tecido celular subcutâneo) da nossa pele, com grande envolvimento dos vasos linfáticos. ✓ Acomete, predominantemente, os membros inferiores de pacientes da terceira idade, cuja circulação venosa e linfática estão debilitadas. Porém, pode atingir pessoas de qualquer idade e outras regiões da pele. ✓ Habitualmente, a erisipela está relacionada a um fator chamado “porta de entrada”, como úlcera venosa crônica, pé de atleta, picada de insetos, ferimento cutâneo traumático e manipulação inadequada das unhas. ✓ Por meio desta porta de entrada, bactérias penetram na pele , atingindo as camadas cutâneas inferiores e se espalhando facilmente com muita velocidade. ✓ A principal bactéria envolvida é o Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, porém, outras bactérias também podem estar envolvidas. Pessoas com baixa condição imunológica, obesas e com má circulação são as mais suscetíveis. Piodermite ou Impetigo estreptocócico S. pyogenes ✓Caracteriza-se pelo surgimento de lesões milimétricas principalmente nos membros, sempre mais do que uma, duas a três por vez. Para o surgimento do impetigo é necessário uma porta de entrada que pode ser representada por picadas de inseto, quedas com ferimentos abertos ou abrasões, lesões alérgicas, dermatite atópica, dermatite seborréica, varicela, entre outras. ✓ As lesões do impetigo estreptocócico se iniciam por máculas, que rapidamente evoluem para a forma de vesícula e crosta; esta evolução é tão rápida que, na maioria das vezes, não conseguimos detectar a fase de vesícula. ✓ O impetigo estreptocócico, na grande maioria das vezes, é autolimitado,isso é, em sete a dez dias as lesões surgem e desaparecem com cura total. Mas, em alguns casos, o quadro pode continuar repetitivo, com o surgimento de surtos, sem que o processo estacione. Celulite infecciosa ✓ As celulites são processos infecciosos freqüentes em crianças e se caracterizam pela infecção de pele e tecido celular subcutâneo, em alguns casos evoluindo até a musculatura subjacente. As celulites mais comuns são aquelas que atingem os membros, principalmente os inferiores. ✓ As bactérias penetram e desenvolvem a infecção por ferimentos abertos ou lesões dermatológicas. Mas, aqui há também a possibilidade de que traumas fechados possam provocar micro-hematomas no subcutâneo e, a partir daí, desenvolver-se a infecção. ✓ Os agentes etiológicos mais freqüentemente envolvidos são o S. aureus e o Streptococo β- hemolítico do grupo A. ✓ O quadro clínico é característico, com a criança apresentando febre, dor, calor e rubor no ponto de inoculação, seguidos de aumento de volume na região comprometida, deixando um comprometimento regional com delimitação muito clara entre a pele sã e a doente. Síndrome de Fournier ➢ A celulite necrotizante, ou gangrena bacteriana progressiva, é uma lesão que acomete primariamente a pele e o subcutâneo, sendo mais comumente encontrada nas regiões perineais, pelve, coxas, pernas, pés, braços e parede abdominal. ➢ Há geralmente um trauma de pele e subcutâneo, cirúrgico ou não, como fator desencadeante.A fisiopatogenia dessa lesão é explicada por vários mecanismos, como a necrose dos tecidos por compressão, pelo gás produzido por certas bactérias em espaços fechados, efeito de enzimas e toxinas bacterianas ou, ainda, tromboses vasculares com vasculite séptica. ➢ Vários microrganismos têm sido implicados nesta doença, como Escherichia coli, Streptococcus beta-hemolítico, S. aureus, Bacteroides fragilis e o Clostridium perfringens. ➢ Pode ser causada por diferentes agentes bacterianos, aeróbicos e anaeróbicos, isolados ou combinados. A doença de Fournier ou celulite necrotizante da região perineal merece especial destaque. Inicialmente descrita em adultos, foi depois observada em crianças menores de três anos de idade, identificando-se como fatores de risco a existência de doenças de pele prévias ao diagnóstico. Síndrome de Fournier ➢ Trata-se de doença rapidamente progressiva, dolorosa, com febre e toxemia em graus variáveis e acometimento de pele e subcutâneo, que adquirem aspecto necrótico, estendendo-se por escroto e pênis ou vulva. ➢ A artéria pudenda interna e os ramos da pudenda externa são atingidos pelo processo infeccioso do subcutâneo, sofrendo obliteração e conseqüente necrose da região por elas irrigada. As artérias espermáticas são poupadas pelo processo, ficando os testículos intactos. ➢ O adequado tratamento dessa doença envolve manipulação cirúrgica, com retirada dos tecidos desvitalizados, exposição das áreas sugestivas de infecções por germes anaeróbicos e antibioticoterapia. ➢ Por vezes, faz-se a opção de desvio temporário do trânsito intestinal por colostomia, enquanto o processo não está controlado. A reconstrução cirúrgica da região, através da cirurgia plástica, é muitas vezes requerida. Síndrome de Fournier Síndrome de Fournier Pós-desbridamento Síndrome de Fournier Síndrome de Fournier Streptococcus pneumoniae - Diplococo - oportunista - capsulado - α-hemolítico (aeróbias) - β-hemolítico (anaeróbias) - leucocidina - ácido teicóico com colina (proteína C) - sensível a optoquina (disco P) - multirresistência Sugestão de leitura: Ferreira, L.L.M.; Carvalho,E.S.; Berezin,E.N.; Brandileone, M.C. Colonização e resistência antimicrobiana de Streptococcus pneumoniae isolado em nasofaringe de crianças com rinofaringite aguda. Jornal de Pediatria - Vol. 77, Nº3, 2001. Streptococcus pneumoniae ✓É o principal agente etiológico de infecções respiratórias adquiridas da comunidade (otites, sinusites e pneumonias). ✓As pneumonias podem ser acompanhadas de bacteremias, principalmente em pessoas idosas ou muito jovens. ✓Outras infecções graves como meningite, endocardite, peritonites, osteomielite, artrite séptica são também associadas a esse agente. As doenças pneumocócicas são responsáveis por um dos maiores problemas de saúde pública em todo mundo, inclusive no Brasil. Estima-se que nos países em desenvolvimento, o pneumococo seja responsável por mais de um milhão de óbitos em crianças, a maioria por pneumonia. Nos EUA o S. pneumoniae é responsável anualmente por 3000 casos de meningite, 500.000 casos de pneumonia, 50.000 casos de bacteriemias e 7.000.000 casos de otite média. Fonte: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/gramp_strepto.htm Streptococcus pneumoniae Fatores de virulência Radiografia de tórax com pneumonia no pulmão direito. Streptococcus pneumoniae PNEUMONIA não é uma doença contagiosa como a gripe ou tuberculose. Você pode entrar em contato com um paciente com pneumonia, que não haverá risco de contaminação. O desenvolvimento da pneumonia depende da virulência do invasor, da quantidade de micróbios que conseguem chegar aos pulmões e das condições imunológicas do paciente. Em geral, uma pneumonia surge quando um germe agressivo consegue penetrar o trato respiratório e encontra o sistema de defesa comprometido. Streptococcus agalactiae ✓Coco ✓Gram+ ✓Grupo B ✓β ou α-hemolítico ✓encapsulado ✓proteína C ✓laminina ✓pode ser intracelular Sugestão de leitura: Frey, et al. Streptococcus agalactie como agente etiológico de Doença Sexualmente Transmissível. An Bras Dermatol. 2011;86(6):1205-7. Streptococcus agalactiae O único representante dos Streptococcus do grupo B (GBS), o Streptococcus agalactie, é um importante micro-organismo causador de doenças em gestantes, neonatos, idosos (maiores de 65 anos de idade), e portadores de doenças crônicas debilitantes, sendo um patógeno incomum em pacientes que não se enquadrem nestas faixas etárias ou perfil clínico. Causa: Mastite,secreção vaginal, fetos, septicemia... Streptococcus agalactiae Infecções em fetos e neonatos O Streptococcus agalactiae tem grande importância médica nas infecções neonatais graves associadas com morbidade e mortalidade. É a bactéria mais frequentemente isolada dos quadros de septicemia, pneumonia e meningite neonatal. Clostridium tetani ✓ O agente etiológico é o Clostridium tetani, um bacilo Gram- positivo longo, fino e anaeróbio. ✓ É importante conhecer as definições de período de incubação (pode variar de um dia a três ou mais semanas, e compreende o período que vai do momento da exposição ao agente infeccioso até o surgimento dos primeiros sintomas) e período de progressão (tempo entre o surgimento dos primeiros sintomas e a primeira contratura), já que quanto menor o período de incubação e o período de progressão (menos de 48 horas), no caso do tétano, mais grave poderá ser a doença. riso sardônico Sugestão de leitura: GOMES, A.P. Infecção por Clostridium tetani no recém-nascido: revisão sobre o tétano neonatorum. Rev. bras. ter. intensiva vol.23 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2011. opistótono Clostridium tetani (https://www.bio.fiocruz.br/index.php/tetano-sintomas-transmissao-e-prevencao) Sintomas O tétano é uma infecção aguda e grave, causada pela toxina do bacilo tetânico (Clostridium tetani), que entra no organismo através de ferimentos ou lesões de pele e não é transmitido de um indivíduo para o outro. O tétano decorrente de acidentes se manifesta por aumento da tensão muscular geral. Quando os músculos do pescoço são atingidos, há dificuldade de deglutição. No caso de contratura muscular generalizada e rigidez muscular progressiva, sãoatingidos os músculos reto-abdominais e os do diafragma, o que leva à insuficiência respiratória. O doente pode sofrer de crises de contraturas, geralmente desencadeadas por estímulos luminosos, sonoros ou manipulação da pessoa, podendo levar à morte. Já o tétano neonatal é decorrente da contaminação do cordão umbilical em recém-nascido (criança com até 28 dias de vida). Neste caso, o sistema nervoso é afetado e o tétano provoca fortes dores, fazendo com que a criança tenha contrações, chore bastante e sinta dificuldade para mamar. Transmissão Ocorre pela introdução dos esporos da bactéria em ferimentos externos, geralmente perfurantes, contaminados com terra, poeira, fezes de animais ou humanas. Isso porque o bacilo se encontra no intestino dos animais, especialmente do cavalo e do homem (sem causar doença) e os esporos podem estar presentes tanto em solos contaminados por fezes ou com esterco, como na pele ou na poeira das ruas, por exemplo. Queimaduras e tecidos necrosados também são uma porta de entrada, o que favorece o desenvolvimento da bactéria. Não apenas pregos e cercas enferrujados podem provocar a doença: a bactéria do tétano pode ser encontrada nos mais diversos ambientes. Já a transmissão do tétano neonatal, também chamado de “mal de sete dias”, ocorre pela contaminação do coto umbilical por esporos do bacilo tetânico, que podem estar presentes em instrumentos sujos utilizados para cortar o cordão umbilical ou em substâncias pouco higiênicas usadas para cobrir o coto. Clostridium tetani TÉTANO LOCALIZADO: o início dos sintomas ocorre com mialgia por contrações involuntárias dos grupos musculares próximos ao ferimento, podendo ficar restrito a um determinado membro. TÉTANO CEFÁLICO: ocorre devido a ferimentos em couro cabeludo, face, cavidade oral e orelha, levando a paralisia facial ipsilateral à lesão, trismo, disfagia e comprometimento dos pares cranianos III, IV, IX, X, XII. TÉTANO GENERALIZADO: caracterizado pelo trismo, devido à contração dos masseteres e músculos da mímica facial, ocasionando o riso sardônico. Outros grupos musculares são acometidos, como os retos abdominais e a musculatura paravertebral, podendo ocasionar opistótono (característico das crianças). Com a evolução da doença, os demais músculos do organismo são acometidos progressivamente. As contraturas musculares vêm logo a seguir e, dependendo de sua intensidade e freqüência, o tétano poderá ser de menor ou maior gravidade, piorando aos estímulos auditivos, visuais e táteis. Dependendo de sua intensidade, esses espasmos podem evoluir até para fraturas de vértebras ou parada respiratória. O paciente tetânico, a despeito de sua gravidade, permanece sempre lúcido. A febre, quando presente, indica mau prognóstico ou infecção secundária. Entre as manifestações de hiperatividade simpática, temos: taquicardia, hipertensão arterial lábil, sudorese profusa, vasoconstrição periférica, arritmias cardíacas e até hipotensão arterial. TÉTANO NEONATAL: é causado pela aplicação de substâncias contaminadas na ferida do coto umbilical. O período de incubação é de aproximadamente sete dias e tem como característica principal o opistótono. No início, a criança pode apresentar apenas dificuldade para se alimentar. Geralmente ocorre em filhos de mães não-vacinadas ou inadequadamente vacinadas no pré-natal. É importante o diagnóstico diferencial com meningite e sepse do período neonatal, já que os quadros infecciosos graves neste período podem cursar com opistótono. O QUE É BOTULISMO? O botulismo é uma doença neuroparalítica grave, não contagiosa, causada pela ação de uma potente toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. É uma doença bacteriana rara, que entra no organismo por meio de machucados ou pela ingestão de alimentos contaminados, principalmente os enlatados e os que não têm preservação adequada. A doença pode levar à morte por paralisia da musculatura respiratória. Embora existam três formas de o botulismo ser diagnosticado, em todas elas as manifestações são neurológicas e/ou gastrointestinais. As formas do botulismo são: Alimentar; Por ferimentos; Intestinal. IMPORTANTE: Todas as formas de botulismo podem matar, se não tratadas adequadamente, e são consideradas emergências médicas. Por isso, com a presença de qualquer sintoma é essencial procurar ajuda médica imediata. No Brasil, o botulismo está diretamente relacionado à contaminação alimentar. Clostridium botulinum Como a toxina botulínica age: Como o botulismo é transmitido? A bactéria causadora do botulismo produz esporos que sobrevivem até em ambientes com pouco oxigênio, como em alimentos em conserva ou enlatados. Ele produz uma toxina que, mesmo se ingerida em pouquíssima quantidade, pode causar envenenamento grave em questão de horas. Além disso, os esporos desta bactéria são amplamente distribuídos na natureza, como em solos e sedimentos de lagos e mares. Também estão presentes na água não tratada e em produtos agrícolas, como legumes, vegetal e mel, e em intestinos de mamíferos, peixes e vísceras de crustáceos. Sintomas do botulismo Os sintomas do botulismo variam de acordo com o tipo de infecção da doença. No entanto, os sintomas mais comuns da doença, de forma geral, são: dores de cabeça; vertigem; tontura; sonolência; visão turva; visão dupla; diarréia; náuseas; vômitos; dificuldade para respirar; paralisia descendente da musculatura respiratória, braços e pernas; comprometimento de nervos cranianos; prisão de ventre; infecções respiratórias. É importante lembrar que nem todos os sintomas acontecem na mesma pessoa e que, às vezes, só aparecem os sintomas menos graves, dificultando o diagnóstico da doença. Clostridium botulinum C. botulinum - sintomas Sugestão de leitura: Cereser, N.D. Botulismo de origem alimentar. Cienc. Rural vol.38 no.1 Santa Maria Jan./Feb. 2008. Botulismo alimentar - TRANSMISSÃO Ocorre por ingestão de toxinas em alimentos contaminados e que foram produzidos ou conservados de maneira inadequada. Os alimentos mais comumente envolvidos são: conservas vegetais, principalmente as artesanais (palmito, picles, pequi); produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal (salsicha, presunto, carne frita conservada em gordura – “carne de lata”); pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta de queijos e, raramente, em alimentos enlatados industrializados. O período de incubação (entre a contaminação e o início dos sintomas) pode variar de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas. Quanto maior a concentração de toxina no alimento ingerido, menor o período de incubação. Botulismo alimentar - SINTOMAS Os sintomas podem ser gastrointestinais e/ou neurológicos, com início rápido e progressivo. As manifestações gastrointestinais mais comuns são: náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal, que podem anteceder ou coincidir com os sintomas neurológicos. Os principais sintomas neurológicos são: visão turva, queda da pálpebra, visão dupla, dificuldade de engolir e boca seca. Com a evolução da doença, a fraqueza muscular pode se espalhar, descendo para os músculos do tronco e membros. O botulismo pode apresentar progressão por 1 a 2 semanas e estabilizar-se por mais 2 a 3 semanas, antes de iniciar a fase de recuperação, com duração variável. Nas formas mais graves, o período de recuperação pode durar de 6 meses a 1 ano, embora os maiores progressos ocorram nos primeiros três meses após o início dos sintomas. BOTULISMO (TIPOS) Fonte: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/botulismo Botulismo por ferimentos – TRANSMISSÃO Uma das formas mais raras, o botulismo por ferimentos é causado pela contaminação de ferimentos com C. botulinum. As principais portas de entrada para os esporos são úlceras crônicas com tecido necrótico, fissuras, esmagamento de membros, ferimentos em áreas profundas malvascularizadas ou, ainda, aqueles produzidos por agulhas em usuários de drogas injetáveis e lesões nasais ou sinusais, em usuários de drogas inalatórias. O período de incubação pode variar de 4 a 21 dias, com média de 7 dias. Botulismo por ferimentos - SINTOMAS O quadro clínico desse tipo de botulismo é semelhante ao do botulismo alimentar, mas com febre decorrente de contaminação do ferimento e sem os sintomas gastrointestinais. Ferimentos ou cicatrizes que nem sempre são encontrados, como em mucosa nasal, seios da face e locais de injeção, devem ser investigados - especialmente em usuários de drogas. BOTULISMO (TIPOS) Fonte: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/botulismo Botulismo intestinal – TRANSMISSÃO Neste tipo de botulismo, os esporos contidos em alimentos contaminados se fixam e multiplicam no intestino, onde ocorre a produção e absorção de toxina. Em adultos, são descritos alguns fatores de risco, como cirurgias intestinais, Doença de Crohn e/ou uso de antibióticos por tempo prolongado, que levaria à alteração da flora intestinal. Não se sabe o período de incubação deste tipo da doença porque é impossível saber o momento da ingestão dos esporos. Botulismo infantil - Este tipo de botulismo é na verdade do tipo intestinal. Mais frequente em crianças com idade entre 3 e 26 semanas, uma das principais causas são a ingestão de mel de abelha nas primeiras semanas de vida. Os casos de botulismo infantil têm sido notificados na Ásia, Austrália, Europa, América do Norte e América do Sul. A incidência e a distribuição real não são precisas porque os profissionais de saúde, em poucas ocasiões, suspeitam de botulismo. Esta doença pode ser responsável por 5% dos casos de morte súbita em lactentes. Botulismo intestinal – SINTOMAS Nas crianças, o aspecto clínico do botulismo intestinal varia de quadros com constipação leve à síndrome de morte súbita. Há casos leves, caracterizados apenas por dificuldade de se alimentar e fraqueza muscular discreta. Em casos mais graves, os sintomas começam por constipação e irritabilidade, seguidos por dificuldade de controle dos movimentos da cabeça, sucção fraca, choro fraco e paralisias bilaterais descendentes, que podem progredir para comprometimento respiratório. Em adultos, suspeita-se de botulismo intestinal quando não há indicativo de contaminação alimentar ou por ferimentos. O botulismo intestinal tem duração de 2 a 6 semanas, com instalação progressiva dos sintomas por 1 a 2 semanas, seguida de recuperação em 3 a 4 semanas. BOTULISMO (TIPOS) Fonte: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/botulismo Clostridium perfringens ✓ gram-positivo ✓ anaeróbico ✓ produtor de esporos ✓ largamente distribuído no meio ambiente, no solo, habitando o trato intestinal de pessoas saudáveis e animais (gado, porcos, aves e peixes). ✓ Período de incubação - de 6 a 24 horas, em geral, de 8 a 12 horas. ✓ A doença é produzida pela formação de toxinas no organismo. ✓ Modo de transmissão - ingestão de alimentos contaminados por solo ou fezes. A maioria dos surtos está associada a carnes aquecidas ou reaquecidas inadequadamente como carnes cozidas, tortas de carne, molhos com carne, peru ou frango. Esporos sobrevivem às temperaturas normais de cozimento, germinam e se multiplicam durante o resfriamento lento, armazenamento em temperatura ambiente e/ou inadequado reaquecimento. ✓ Susceptibilidade e resistência - a maioria das pessoas é provavelmente susceptível, com maior risco para idosos e crianças. Estudos demonstram que a doença não confere imunidade. Descrição da doença Uma desordem intestinal caracterizada por início súbito de cólica abdominal, acompanhada de diarréia; náusea é comum, mas vômitos e febre geralmente estão ausentes. Dura em torno de 24 horas; em idosos ou enfermos pode durar até 2 semanas. Um quadro mais sério pode ser causado pela ingestão de cepas tipo C que provocam a enterite necrotizante ou doença de Pigbel (enterite necrosante - necrose do jejuno e do íleo) com 40% de letalidade. Sintomas: - dor abdominal aguda - diarréia sanguinolenta - vômitos - choque - peritonite Enterite necrosante em animais Clostridium perfringens Sugestão de leitura: Madalosso, G. et al. Intoxicação alimentar em refeitório de supermercado no município de São Paulo, SP, setembro de 2007. BEPA, Bol. Epidemiol. Paul. (Online) vol.5 no.51 São Paulo mar. 2008. Tipos de toxinas: - Tipo A: produz toxina alfa (fosfolipase C) - Tipo B: produz toxinas alfa, beta e epsilon - Tipo C: produz toxina alfa e beta (necrotizante) - Tipo D: produz toxinas alfa e epsilon (permease) - Tipo E: produz toxinas alfa e iota (necrotizante)). Clostridium perfringens Enterococcus sp. - Gram-positivos agrupados em cadeia - Anaeróbios facultativos - Catalase negativa - Possuem capacidade de crescimento a 10C e 45C e em pH 9,6. - Sobrevivem na concentração de 6,5% de NaCl, a 60C por 30 minutos A infecção por enterococos resistentes à vancomicina (VRE) é comum em hospitais e instituições de longa permanência. Espécies bacterianas que causam infecção por VRE, mas as mais comuns são: •Enterococcus faecium •Enterococcus faecalis Sugestão de leitura: Paradella, T.C. Enterococcus faecalis: clinical and microbiological considerations. Rev. odontol. UNESP, vol.36, n2, p.163-168, 2007. Enterococcus sp. Os enterococos, além de serem amplamente distribuídos na natureza, fazem parte da microbiota normal do ser humano, principalmente do trato gastrointestinal. Podem ser isolados em indivíduos saudáveis em outras localizações como pele, região perianal, via hepatobiliar e em secreções de orofaringe e vaginal. Dentre as espécies descritas, os E. faecalis e E. faecium são os mais associados a manifestações clínicas. . A associação deste gênero com endocardite bacteriana é classicamente conhecida. Por outro lado, denota-se atualmente o isolamento destas bactérias, em diversos sítios, causando infecções relacionadas à assistência à saúde, como: •Infecções do trato urinário (ITU); •Infecções da corrente sanguínea (ICS); •Infecções de sítio cirúrgico e intra-abdominais. No trato urinário, além de infecção, podem representar colonização ou bacteriúria assintomática. Mais raramente, são descritas pneumonias em pacientes debilitados, bem como empiema em portadores de doença hepática, mesmo na ausência de outras manifestações respiratórias. As meningites também são apontadas como infecções infreqüentes, ocorrendo na presença de fatores predisponentes, como o período neonatal, alterações do sistema nervoso, incluindo defeitos anatômicos e procedimentos neurocirúrgicos, doenças crônicas de base e, em dados mais recentes, em pacientes portadores da síndrome da imunodeficiência humana (AIDS). Neisseria gonorrhoeae ✓ Diplococo, Gram –, não flagelado, não formador de esporos, encapsulado, anaeróbio facultativo. ✓ Infecta: uretra, colo do útero, útero, tubas uterinas, boca, garganta, olhos e ânus. ✓ Transmissão: via sexual (oral, vaginal e anal) - partilhar objetos sexuais, toalhas ou roupas íntimas, entre mãe e filho durante o parto (Não há descrições de transmissão da gonorreia através banheiros públicos ou piscinas). ✓ Incubação: varia de 2 a 8 dias. Neisseria gonorrhoeae SINTOMAS: 90% dos homens Uretrite com disúria (dor ou desconforto na hora de urinar) é manifestação clínica mais comum e se manifesta como uma secreção espontânea de pus pela uretra, com aspecto leitoso, capaz de manchar as roupas íntimas.Infecção do epidídimo (pequeno ducto, localizado acima dos testículos, que coleta e armazena os espermatozoides), provocando dor e edema unilateral na bolsa escrotal 50% das mulheres Na maioria dos casos a bactéria ataca o colo do útero e pode haver escapes de sangue pela vagina. Coceira, dor durante o ato sexual e corrimento vaginalpurulento. Neisseria gonorrhoeae Neisseria gonorrhoeae ✓ Artrites infecciosas em joelho, tornozelos e cotovelos. ✓ Lesões de peles (pequenos pontos purulentos principalmente em mãos e pés). ✓ Acometimento do fígado, com hepatite. ✓ Endocardite (infecção das válvulas do coração). ✓ Meningite. ✓ Osteomielite (infecção dos ossos). PREVENÇÃO! Sugestão de leitura: Oliveira et al. Fatores de virulência de Neisseria spp. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v.8(1), jan./abr., 2004. Belda Júnior et al. Atividade in vitro de cinco drogas antimicrobianas contra Neisseria gonorrhoeae. An Bras Dermatol; 77(6): 661-667, nov.-dez. 2002. A Organização Mundial da Saúde já havia alertado para a aparição de um perigoso tipo de gonorreia resistente a antibióticos. Agora, um grupo de médicos britânicos anunciou o caso "mais grave" já detectado no mundo dessa doença sexualmente transmissível. Neisseria meningitidis • Causa a doença meningocócica ou meningite meningocócica é um importante agravo de saúde pública. Geralmente isolada do líquido céfalo-raquidiano. • É um patógeno exclusivo de humanos, e, em situação não epidêmica, cerca de 10% dos indivíduos sadios são portadores da bactéria que coloniza o trato respiratório superior. • Neste contexto, a bactéria convive com o ser humano como um comensal. Em situação de confinamento, a taxa de portadores pode aumentar. Neisseria meningitides Características: • diplococo • gram-negativo • o principal determinante antigênico é a endotoxina do meningococo conhecida como lipooligossacarídeo, usado para a determinação sorológica do soroimunotipo. • múltiplos sorogrupos causadores de doença invasiva: A, B,C, X, Y, Z, W135 e L. Os sorogrupos B e C são os responsáveis pela maioria dos casos de doença meningocócica. O sorogrupo A tem sido associado a epidemias da doença. • A doença meningocócica pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais frequente em crianças menores de 5 anos. FATOR DE VIRULÊNCIA O mais essencial à sobrevivência bacteriana na corrente sangüínea é o polissacarídeo capsular. Ele protege o micro-organismo da bacteriólise mediada por complemento e da fagocitose por neutrófilos e macrófagos. Na meningococcemia: a liberação de endotoxina é o principal fator de virulência bacteriano responsável pelas ações finais do micro-organismo que culminam com o desenvolvimento de um estágio séptico em que o alvo mais importante é a microvasculatura. MENINGE Pia Mater: é a membrana mais próxima do cérebro Aracnoide: é a membrana do meio, localizada entre a pia mater e a dura mater. Dura Mater: é a membrana mais externa, próxima ao osso do crânio. É a camada mais grossa e opaca. O liquor (líquido cefalorraquidiano) fica localizado entre a pia mater e a aracnoide. MENINGITE Inflamação da meninge, membrana que recobre o sistema nervoso central. PATOGENIA DA MENINGOCOCCEMIA Quatro condições básicas precisam ocorrer para que a doença meningocóccica invasiva se estabeleça: - exposição a uma cepa patogênica; - colonização da mucosa naso-faríngea; - passagem através da mucosa; - sobrevida do patógeno na circulação sangüínea; - produção da resposta tecidual hemorrágica. TRANSMISSÃO: Entre as pessoas por contato direto ou por gotículas aspergidas a uma distância de até 1 m. A bactéria ganha relavância clínica quando, após a colonização, invade a barreira mucosa ganhando o meio interno do hospedeiro. As principais síndromes clínicas produzidas pela Neisseria meningitidis são: ✓ Meningite ✓ Sepse por meningococo (meningococcemia), isoladas ou combinadas. A meningococcemia caracteriza-se clinicamente por um estado séptico associado a manifestações hemorrágicas principalmente em pele e mucosas. Menos frequentemente, pode também produzir outras síndromes clínicas tais como: ✓Artrite Séptica ✓Pneumonia ✓Pericardite Purulenta ✓Otite ✓Sinusite ✓Uretrite Ofício do Ministério da Saúde esclarece dúvidas: Ofício nº 01/2015 da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná esclarece que não há recomendação para embalsamar e/ou lacrar caixão pós-morte de meningite bacteriana, uma vez que a transmissão só se dá em vida. Sugestão de leitura: Gomes et al. Neisseria meningitidis com sensibilidade intermediária à penicilina. Um problema emergente. Rev Assoc Med Bras 2002; 48(2): 93-117. Branco et al. Doença meningocócica e meningite. J Pediatr (Rio J). 2007;83(2 Supl):S46-53. Faria et al. Meningites bacterianas – diagnóstico e conduta. Jornal de Pediatria - Vol. 75, Supl.1, 1999. Vibrio cholerae - Vibrião – bacilo - GRAM – - anaeróbios facultativos ou fermentadores - 200 subgrupos O (O1 e O139) - monotríquios ou peritríquios - Oxidase + ou – - halofílicos Mais comuns: V. cholerae V. parahemolyticus CICLO Autóctone de águas doces, marinhas e estuarinas Vibrio cholerae (Cólera) Adsorção de enterotoxinas (impede entrada de sódio) = causa DIARRÉIA “ÁGUA DE ARROZ” -Toxinas: colérica CT - Fatores de colonização intestinal: pilus TCP (toxina correguladora de pili) proteínas AcfA - AcfD Vibrio choleraePREVENÇÃO! Vacinação contra a cólera na cidade de Tete, centro de Moçambique • Existem três vacinas para cólera pré-qualificadas pela OMS: Dukoral®, Shanchol ™ e Euvichol®. • Todas são de administração oral e requerem duas doses para proteção total. • Atualmente, a vacinação é indicada apenas para populações de áreas com cólera endêmica, em situação de crise humanitária com alto risco para cólera ou durante surtos de cólera, sempre em conjunto com outras estratégias de prevenção e controle. • Ressalta-se que a vacinação não deve interromper a provisão de outras intervenções de saúde de alta prioridade para controlar ou prevenir surtos de cólera. DADOS DE EPIDEMIA DE CÓLERA NO PAÍS 1991 a 1999 Vibrio cholerae Traumatic Arm Wound Infected With Vibrio cholerae in a Non-immunocompromised Host HIROTA, D. et al., 2010 1° caso de injúria tecidual relatado Enterobacteriaceae Trato gastrointestinal Enterobacteriaceae - GRAM – - bacilos - aeróbias / anaeróbias facultativas - Não esporulantes - móveis (peritríquias) ou imóveis - fermentadoras - adesinas em fímbrias, pili ou cápsula - endotoxinas (lipídeo A - LPS - lipopolissacarídeo) - enterotoxinas (Sta / Stb) - não pirogênicos - aproximadamente 150 sorotipos (O111, O55, O26, O127) - verotoxina (VT) / shigatoxina (Stx) - oportunistas - colonizam o intestino grosso Enterobacteriaceae Plasmídeos podem produzir ou agir: ✓ Enterotoxina ✓ β-hemolisina ✓ Bacteriocinas ✓ Resistência a antibióticos ✓ Conjugação Principais exigências para patogenicidade (virulência): ✓ Colonizar o hospedeiro ✓ Penetrar nas superfícies mucosas ✓ Invadir e multiplicar-se no tecido ✓ Escapar ou inibir o sistema imune ✓ Causar danos direta ou indiretamente TRANSMISSÃO: Fecal-oral Alimentos (água, carne, leite,....) CAUSA: ✓Diarréia grave ✓Extra-intestinais: Feridas, uretrites, cistite, pielonefrite ✓Meningite ✓Infecções pós-cirúrgicas, peritoniais, do trato urinário ✓Septicemia ✓Nosocomiais Escherichia coli Cistite Pielonefrite Síndrome hemolítico-urêmica Escherichia coli Escherichia coli Sugestão de leitura: SILVA, et al. Ocorrência de Escherichia coli O157:H7 em vegetais e resistência aos agentes de desinfecção de verduras. Ciênc. Tecnol. Alim., Campinas 23(2), 167-173, n maio-ago, 2003. Escherichia coli – toxina Shiga Escherichia coli Tipos: EPEC - E.coli Enteropatogênica EHEC - E.coli Entero-hemorrágica ETEC - E.coli Enterotoxinogênica EAEC - E.coli Enteroagregativa EIEC - E.coli Enteroinvasiva DAEC - E.coli AderenteEscherichia coli - tipos Salmonella sp. Bacilo Gram – Pirogênicas endotoxinas / enterotoxinas / citotóxicas não esporulantes Flageladas antígenos de superfície: O / H / Vi (polissacarídeo externo) 1000 sorotipos Salmonella sp. Transmissão: ✓ Fecal-oral ✓ Alimentos (água, carne, leite, ovos, vegetais) Sugestão de leitura: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/dezembro/15/manual-diagnostico-salmonella-spp- web.pdf Salmonella sp. Causa: - Gastroenterite / Enterocolite (náusea, vômito, diarréia, febre leve); Febre tifóide. - Septicemia (perfuração do intestino, peritonite, lesões suporativas, meningites, esplenomegalia, endocardites) Salmonella typhi Os sintomas da Febre Tifoide são febre alta, dores de cabeça, mal-estar geral, falta de apetite, retardamento do ritmo cardíaco, aumento do volume do baço, manchas rosadas no tronco, prisão de ventre ou diarreia e tosse seca. FEBRE TIFÓIDE OU FEBRE ENTÉRICA O habitat natural das salmonelas pode ser dividido em três categorias, com base na especificidade do hospedeiro e padrão clínico por ele determinado: 1) altamente adaptadas ao homem, incluindo S. Typhi e S. Paratyphi A, B e C, agentes da febre entérica (febres tifoide e paratifoide); 2) altamente adaptadas aos animais, representadas por S. Dublin (bovinos), S. Choleraesuis e S. Typhisuis (suínos), S. Abortusequi (equinos), S. Pullorum e S. Gallinarum (aves), responsáveis pelo paratifo dos animais. Entretanto, em determinadas situações (idade jovem, pacientes com doenças crônicas, idosos, imunocomprometidos), os sorovares S. Dublin e S. Choleraesuis podem determinar no homem um quadro septicêmico, isto é, mais grave do que o causado por S. Typhi. 3) atingem indiferentemente o homem e os animais, designadas salmonelas zoonóticas, as quais são responsáveis por quadro de gastrenterite (enterocolite) ou por doenças de transmissão alimentar. Sua distribuição é mundial, sendo os alimentos os principais veículos de sua transmissão. São responsáveis por significantes índices de morbidade e mortalidade, tanto nos países emergentes quanto nos desenvolvidos, determinando pequenos e grandes surtos, envolvendo, principalmente, o consumo de alimentos de origem animal, como ovos, aves, carnes e produtos lácteos. Infecções gastrintestinais O quadro clínico humano pode variar com fezes diarreicas de características aquosas, semelhante à diarreia colérica, a fezes consistentes com sangue oculto, ou visível, e muco. O quadro diarreico regride, usualmente, de três a quatro dias. Pode ocorrer febre (39ºC) em cerca de 50% dos casos, normalmente de curta duração (dois dias), cólicas abdominais leves a intensas quando houver invasão dos linfonodos (linfadenite mesentérica), que podem mimetizar apendicite. Desenvolvimento de síndrome de cólon irritado – SCI, que se caracteriza por diarreia branda persistente seguida de quadro agudo de gastrenterite. Bacteremia A febre entérica é usualmente determinada por S. typhi, S. paratyphi A e C e S. sendai, entretanto pode ser determinada por outros sorovares. Sua frequência é mais elevada entre pacientes do sexo masculino, acometendo de 1% a 4% dos pacientes imunodeprimidos (especialmente doenças do sistema reticuloendotelial, linfoma, leucemia, câncer, lúpus sistêmico e outras doenças vasculares). O risco de desenvolvimento de bacteremia entre pacientes portadores do vírus da imunodeficiência adquirida – HIV é de 20 a 100 vezes maior do que na população normal. Entre esses, somente 20% dos pacientes apresentam quadro posterior diarreico. Infecções do Sistema Nervoso Central As infecções incluem meningites, abscessos, empiema subdural. A presença de diarreia e de outros sintomas gastrentéricos são apontados em 50% dos casos. Embora a bacteremia seja comum em pacientes portadores do vírus da imunodeficiência adquirida, complicações do sistema nervoso central raramente são apontadas. A maior prevalência dessas infecções ocorre entre pacientes de longo período de hospitalização, drenagem cirúrgica e terapia antimicrobiana prolongada. Os sorovares de maior prevalência em bacteremia e nas infecções do sistema nervoso central são S. Typhimurium e S. Enteritidis. Infecções em outros sítios As infecções variam de bacteriúria ao comprometimento de juntas (mais comuns), ossos e tecidos e endocardites (< 1% a 0.1%). Podem ocorrer no baço e no trato genital, assim como em complicações pulmonares. No trato urinário, há maior prevalência em mulheres, das quais 50% apresentam quadro diarreico. Os principais fatores de risco são imunossupressão, cistite, pielonefrite e abscesso renal, entretanto a maioria dos casos ocorre em pacientes sem fatores de risco conhecidos. Mycobacterium sp. Sugestão de leitura: CAMPOS, H.S. Mycobacterium tuberculosis resistente: de onde vem a resitência?. Bol. Pneumol. Sanit. v.7 n.1 Rio de Janeiro jun. 1999. GUIA PRÁTICO SOBRE A HANSENÍASE. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/novembro/22/Guia-Pratico-de-Hanseniase-WEB.pdf. •As micobactérias são Bacilos Álcool Ácido Resistentes (BAAR), pois ao contrário das bactérias de outros gêneros sua parede permanece corada em rosa pela fucsina após o tratamento da lâmina com uma solução de 3% de HCl em etanol. •São bacilos muito finos, de tamanho variável. •São bactérias imóveis, não apresentando flagelos. •As células de algumas espécies podem se unir formando agregados longos como se fossem cordas (de sisal nas quais os fios se encontram um ao lado do outro). •As paredes celulares são muito complexas em termos químicos, com forte caráter hidrofóbico, apresentando ácidos micólicos em sua superfície. •As micobactérias são aeróbias. •São consideradas facultativamente intracelulares, pois resistem à morte no interior dos fagócitos do sistema imunológico. •Estas bactérias toleram baixas tensões de oxigênio no interior das células do sistema imunológico e de amebas de vida livre no solo e na água. Mycobacterium tuberculosis e o Mycobacterium leprae são patógenos exclusivamente humanos. Mycobacterium tuberculosis: coloração Ziehl-Neelsen evidenciando disposição de crescimento em cadeias paralelas formando cordões Mycobacterium tuberculosis (http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/tuberculose) Manifestações clínicas A forma pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública, principalmente a positiva à baciloscopia, pois é a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença. A forma extrapulmonar, que acomete outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas que vivem com o HIV, especialmente entre aquelas com comprometimento imunológico. Cultura do bacilo em placa de petri Mycobacterium tuberculosis (http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/tuberculose) Transmissão É uma doença de transmissão aérea e ocorre a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos. Calcula-se que, durante um ano, numa comunidade, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas. Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não têm papel importante na transmissão da doença. Sintomas O principal sintoma é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigada para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como: febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço/fadiga. Mycobacterium leprae (http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/hanseniase)A hanseníase é transmitida pelas vias áreas superiores (tosse ou espirro), por meio do convívio próximo e prolongado com uma pessoa doente sem tratamento. A hanseníase apresenta longo período de incubação, ou seja, tempo em que os sinais e sintomas se manifestam desde a infecção. Geralmente, é em média de 2 a 7 anos. Há referências com períodos mais curtos, de 7 meses, como também mais longos, de 10 anos. Mycobacterium leprae (http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/hanseniase) Mycobacterium leprae (http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/hanseniase) Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são: ➢ Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas. ➢ Áreas com diminuição dos pelos e do suor. ➢ Dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas. ➢ Inchaço de mãos e pés. ➢ Diminuição sensibilidade e/ou da força muscular da face, mãos e pés, devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos. ➢ Úlceras de pernas e pés. ➢ Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos. ➢ Febre, edemas e dor nas articulações. ➢ Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz. ➢ Ressecamento nos olhos.