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5 Malária - Plasmodium spp

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20/04/2019
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Profa Dra Fabiana Nabarro Ferraz
Plasmodium spp
Mal aria  sentido literal mau ar
Também conhecida como:
 Paludismo;
 Febre Palustre;
 Febre Intermitente...
Doença infecciosa febril aguda (com padrão 
paroxístico* e intermitente), potencialmente 
fatal.
paroxística = vem em crises, em acessos, no seu momento de maior intensidade, frequência e/ou duração.
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AGENTE ETIOLÓGICO
Filo: Apicomplexa
Ordem: Haemosporida
Família: Plamodiidae
Gênero: Plasmodium
• Plasmodium vivax
• Plasmodium falciparum
• Plasmodium malariae
• Plasmodium ovale
4 espécies 
• FILO: Arthropoda
• CLASSE: Insecta
• ORDEM: Diptera
• FAMÍLIA: Culicidae
• GÊNERO: Anopheles
• Anopheles darlingi;
• Anopheles aquasalis;
• Anopheles bellator...
TRANSMISSÃO
Picada do inseto vetor  fêmeas 
infectadas do gênero Anopheles
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TRANSMISSÃO
Apesar de menos frequente, a malária pode ser
transmitida por:
Transfusão sanguínea Seringas contaminadas
Acidentes de Laboratório
Congênita
CICLO BIOLÓGICO
Heteroxênico
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CICLO NO HOSPEDEIRO VERTEBRADO
Durante o repasto 
sanguíneo as fêmeas 
infectadas do gênero 
Anopheles inoculam os 
esporozoítos; 
Os esporozoítos na 
corrente sanguíne migram 
para o fígado;
os esporozoítos invadem os 
hepatócitos e 
transformam-se em 
trofozoítos pré-
eritrocíticos; 
INICIA-SE O CICLO 
PRÉ-ERITROCÍTICO
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A divisão nuclear dos 
trofozoítos (esquizogonia) 
origina uma célula 
mutinuceada, o esquizonte;
Ao final de 8 a 15 dias, o 
hepatócito parasitado libera 
milhares de merozoítos na 
circulação sanguínea.
Na infecção por P. vivax e P. ovale, alguns esporozoítos
originam formas dormentes intra-hepáticas – HIPNOZOÍTOS;
Semanas ou meses após a infecção primária, os hipnozoítos
podem reativar-se  recaídas tardias – mesmo após tratamentos
eficazes.
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CICLO ERITROCÍTICO
FORMAS EVOLUTIVAS
♦ Ciclo eritrocítico 
Morfologia
-Trofozoíto jovem
-Trofozoíto maduro
- Esquizonte
- Rosácea ou merócito
-Gametócitos
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merozoítos
A liberação dos merozoítos na corrente sanguínea
coincide com os picos febris periódicos característicos
da malária.
O intervalo entre os picos febris correspondem a
duração da esquizogonia sanguínea de cada espécie.
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CICLO ESQUIZOGÔNICO REPETE-SE EM 
PRAZOS REGULARES:
• Plasmodium vivax - Febre terçã benigna – o ciclo
eritrocítico de repete a cada 48 horas;
• Plasmodium falciparum - Febre terçã maligna -
48 horas;
• Plasmodium ovale - Febre terçã benigna – 48
horas;
• Plasmodium malariae - Febre quartã -72 horas.
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CICLO NO HOSPEDEIRO INVERTEBRADO
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DEPENDE:
Espécie do parasito (três espécies têm patogenicidades 
diferentes) x Imunidade do paciente;
RELAÇÃO PARASITO HOSPEDEIRO
Patogenia
As gestantes, as crianças e os primoinfectados estão sujeitos a
maior gravidade, principalmente por infecções pelo P. falciparum,
que podem ser letais.
 A passagem do parasito pelo fígado não é patogênica e
não determina sintomas;
 Apenas o ciclo eritrocítico é responsável pelas
manifestações clínicas e patogenia da malária 
destruição dos eritrócitos, liberação dos parasitos e de
seus metabólitos na circulação provocam uma resposta
do hospedeiro.
. 
Patogenia
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MECANISMOS PATOGÊNICOS
 Principal ação patogênica:
- Destruição dos eritrócitos;
- Toxicidade resultante da liberação de citocinas;
- Sequestro de eritrócitos parasitados nos capilares (
P. falciparum mais patogênico);
- Lesão capilar (glomérulo) por deposição de
imunocomplexos (glomerulonefrite  P. malariae).
MECANISMOS PATOGÊNICOS
Destruição dos eritrócitos
- Estão presentes em todos os tipos de malária 
participam o desenvolvimento da anemia;
- destruição de eritrócitos não-parasitados pelo sistema imune ou
por aumento da eritrofagocitose esplênica;
- participação de auto-anticorpos com afinidades tanto para o
parasito como para o eritrócito;
- disfunção da medula óssea estimulada por ação de citocinas
(diseritropoiese).
ANEMIA
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MECANISMOS PATOGÊNICOS
P. falciparum – Sequestro dos eritrócitos parasitados
na rede capilar  Fenômeno de citoaderência.
Parasitimo induz modificações na superfície dos
eritrócitos  permite adesão ao endotélio dos capilares
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS 
DAS HEMÁCIAS
- Este fenômeno de citoaderência é mediado por
proteínas do parasito que são expressas na membrana
dos eritrócitos parasitados (proteína 1 de membrana
do eritrócito do P. falciparum – PfEMP1) formando
protuberâncias (knobs);
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ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS 
DAS HEMÁCIAS
 Permite a adesividade dos eritrócitos nas células
endoteliais dos capilares de órgãos vitais (cérebro,
coração, fígado, rins, intestino) - sequestro visceral;
 Podem levar a obstrução da microcirculação (formação
de trombos)  redução do fluxo sanguíneo  infarto.
Malária grave: complicações cerebrais, insuficiência
renal aguda, hepatite...
 Liberação de citocinas  resposta imune
- Durante a fase aguda da malária, ocorre ativação de
células do sistema imune  produzem citocinas 
agem direta ou indiretamente no parasito  mas que
pode ser nocivas para o hospedeiro;
- Parasito (antígenos) estimula a liberação de
pirogênio pelos monócitos e macrófagos  FEBRE
MECANISMOS PATOGÊNICOS
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 Liberação de citocinas  resposta imune
- Hemozoína ou pigmento malárico  induz a produção
de citocinas TNF, IL-1, IL-6, IL-8 por
monócitos/macrófagos e células endoteliais  FEBRE
E MAL ESTAR;
- Ação inibitória da gliconeogênese  HIPOGLICEMIA
 importante na malária grave.
MECANISMOS PATOGÊNICOS
 Lesão capilar por deposição de
imunocomplexos
- Em infecções crônicas por P. malariae é descrita a
ocorrência de glomerulonefrite;
- A lesão glomerular é produzida pela deposição de
imunocomplexos nos glomérulos  alterando a
permeabilidade  perda maciça de proteínas,
hipoalbuminemia e edema (casos não tratados).
MECANISMOS PATOGÊNICOS
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Fase sintomática inicial
- Antes dos acessos febris (ataque paroxístico agudo) o
indivíduo apresenta:
• dores de cabeça;
• mal-estar;
• dores no corpo;
• cansaço.
• I
QUADRO SINTOMÁTICO
Acesso Malárico
- 3 fases podem ser reconhecidas no curso de um
ataque paroxístico malárico típico:
1ªFASE:
• Calafrio e sudorese
• passa entre 15 min a 1 hora 
QUADRO SINTOMÁTICO
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2ªFASE:
• Febre (41°C ou mais)
Dura de 2 a 4 horas
3ªFASE:
• Sudorese;
• Temperatura cai;
• O doente pode apresentar certo grau de fadiga ou 
se recuperar totalmente.
Entretanto, o caráter de febre intermitente de cada espécie é pouco
comum nos dias atuais, em decorrência do tratamento precoce;
Febre nem sempre é referida pelos pacientes que já sofreram várias
infecções no passado – cefaléia, mialgia, fraqueza...
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MALÁRIA NÃO COMPLICADA
Manifestações clínicas mais frequentemente na fase
aguda são comuns nas quatro espécies que parasitam os
humanos  acessos maláricos são acompanhados de
intensa debilidade física, náuseas e vômitos, palidez e
com baço palpável.
Anemia apresenta-se em graus variáveis, sendo mais
intensa nas infecções por P. falciparum.
MALÁRIA GRAVE E COMPLICADA
Adultos não-imunes, crianças e gestantes, podem
apresentar manifestações mais graves da infecção,
podendo ser fatal no caso de P. falciparum.
Atualmente, encontro de P. vivax em quadros clínicos
graves da doença tem ocorrido – sugerindo um novo
comportamento de virulência desta espécie.
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A hipoglicemia,o aparecimento de convulsões, vômitos
repetidos, hiperpirexia, icterícia e distúrbio da
consciência são indicadores de pior prognóstico e podem
preceder as seguintes formas clínicas da malária grave e
complicada:
- Malária cerebral;
- Insuficiência renal aguda;
- Edema pulmonar aguda...
ÓBITO
MALÁRIA GRAVE E COMPLICADA
Diagnóstico Clínico
Pela inespecificidade dos sinais e sintomas o diagnóstico
clínico da malária não é preciso  existem doenças febris
agudas podem apresentar sinais e sintomas semelhantes;
Além disso, indivíduos semi-imunes ao plasmódio podem
ter o parasito mas sem sintomas da doença;
Em situações de epidemia em áreas de difícil acesso,
indivíduos com febre são considerados portadores de
Malária.
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Anamnese do paciente
•febre intermitente;
•anemia;
•baço aumentado e doloroso;
•residências em zona endêmica;
•visita a área endêmica; 
•transfusão de sangue ...
Diagnóstico Clínico
O ideal seria: tomada de decisão de tratar um
paciente por malária deve ser baseada na confirmação
laboratorial da doença:
Diagnóstico Laboratorial
Pesquisa do parasito no sangue (gota espessa e 
camada delgada);
Testes rápidos imunocromatográficos
Será estudado na AULA PRÁTICA
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Diagnóstico Laboratorial
Camada delgada
Gota Espessa
As formas evolutivas serão estudados na AULA
PRÁTICA – Diferenciar espécies  TRATAMENTO.
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Diagnóstico Clínico
Testes rápidos imunocromatográficos
Epidemiologia
Malária ocorre nas áreas tropicais e subtropicais do
mundo  40% da população mundial vive em áreas de
transmissão e exposta ao risco de contrair a doença -101
países endêmicos
 São registrados cerca de 200 milhões de casos de
malária no mundo  90% concentram-se na África.
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Malária no Brasil
- 9 estados endêmicos
(Amazônia legal);
- 49 milhões de pessoa em
áreas de risco;
- 150 a 200 mil casos
/ano.
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PROFILAXIA
 Medidas de proteção individual;
 Tratamento dos indivíduos infectados;
Medidas de combate ao inseto vetor;
Saneamento básico;
Desenvolvimento de vacinas.
REFERÊNCIAS