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Curso de Especialização em Direito Tributário - IBET
Módulo: Exigibilidade do Crédito Tributário
Seminário II: Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário, Mandado de Segurança e Liminares
Aluno: Edmar Rufino Borges Filho
1. No art. 151 do CTN, que significa o termo “exigibilidade”? Quando surge essa “exigibilidade”? E qual o efeito da suspensão da exigibilidade? Impede-se (i) o lançamento, (ii) a inscrição na dívida ativa, (iii) a execução fiscal; (iv) todos estes atos? (vide anexo I a IV).
Segundo Barros Carvalho (2016, p. 545):
Por exigibilidade havemos de compreender o direito que o credor tem de postular, efetivamente, o objeto da obrigação, e isso tão só ocorre, como é obvio, depois de tomadas todas as providências necessárias à constituição da dívida (...).
Assim, nas palavras do renomado doutrinador, “exigibilidade”, nos termos do art. 151 do CTN, significa a possibilidade de exigir o pagamento do tributo devido, ou seja, realizar sua cobrança. Essa “exigibilidade” surge após a constituição da dívida tributária, que é quando nasce o crédito tributário, o qual nasce com o ato do lançamento.
Nesse sentido segue os ensinamentos de Barros Carvalho (2016, p. 545):
(...) com a lavratura do ato de lançamento. No período que antecede tal expediente, ainda não se tem o nascimento da obrigação, inexistindo, consequentemente, crédito tributário, o qual nasce com o ato do lançamento. Ocorrendo alguma das hipóteses previstas no art. 151, da Lei n. 5.172/66, aquilo que se opera, na verdade, é a suspensão do teor da exigibilidade do crédito, não do próprio crédito que continua existindo qual nascera”.
O efeito da suspensão é o de suspender o teor da exigibilidade do crédito tributário, impedindo o fisco de exercer o direito de cobrança, de forma temporária. Nesse mesmo sentido, O STJ, no julgamento do RESP n. 843.027, afirmou que as causas suspensivas da exigibilidade do crédito tributário impedem tão-somente a realização, pelo Fisco, de atos de cobrança, os quais têm início exatamente com a lavratura do auto de infração. 
A suspensão da exigibilidade não suspende o lançamento, vez que sem lançamento não há crédito tributário, pois não houve constituição da dívida tributária. Assim, não há como exigir um crédito que ainda não nasceu, muito menos suspendê-lo. 
Com base no RESP n. 843.027, os efeitos da suspensão da exigibilidade pela concessão de medida liminar anteriormente ao auto de infração têm o condão de impedir a sua lavratura, assim como de coibir o ato de inscrição em dívida ativa ou o ajuizamento da execução fiscal. E após o ajuizamento da execução fiscal, os efeitos são o de suspender o prosseguimento da mesma.
2. Em que sentido a expressão “crédito tributário” foi utilizada no art. 151 do CTN? Essa expressão congrega também liames decorrentes da prática de atos ilícitos (e.g. multa por desrespeito aos deveres instrumentais)?
O sentido da expressão “crédito tributário” utilizada no art. 151 do CTN é o de exigibilidade do valor devido em razão da obrigação tributária principal. Isso quer dizer que o que se suspende não é o crédito tributário em si, mas sim sua exigibilidade, vez que os efeitos das situações previstas no art. 151 do CTN não atingem o crédito em si, pois não alcançam nenhum de seus elementos existenciais, mas somente sua exigibilidade.
Sobre o assunto Del Padre Tomé leciona (2010, p. 1):
Situado no Livro Segundo do Código Tributário Nacional, o Capítulo III do Título III intitula-se “Suspensão do crédito tributário”. Sabemos, porém, que o legislador emprega linguagem técnica, aproveitando algumas palavras e expressões do domínio científico, mas edificando seu discurso com suporte na linguagem natural. Isso leva à inevitável presença de equivocidades redacionais, cabendo ao intérprete suplantá-las. Nesse sentido, e seguindo a lição de renomada doutrina brasileira, concluímos que não é o “crédito tributário” que se suspende, mas sua “exigibilidade”.
O próprio art. 151 do Código Tributário Nacional, ao disciplinar o assunto, relaciona as hipóteses que “suspendem a exigibilidade do crédito tributário”, dispondo sobre os efeitos das situações fáticas que indica: moratória, depósito do montante integral do crédito tributário, concessão de medida liminar em mandado de segurança, concessão de medida liminar ou de tutela antecipada em outras espécies de ação judicial e parcelamento. Tais fatores não atingem o crédito em si, em quaisquer de seus elementos existenciais, mas somente sua exigibilidade.
Assim, o dispositivo do CTN trata das consequências jurídicas da suspensão da exigibilidade em decorrência da obrigação tributária principal, mas não da suspensão do crédito tributário em si.
O parágrafo único do art. 151, do CTN, prevê que “o disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes”.
A respeito do assunto, Del Padre Tomé (2010, p. 10), afirma que “A suspensão da exigibilidade do crédito tributário consiste na inibição do processo de positivação das normas jurídicas veiculadoras do direito de o credor postular o recebimento do valor devido a título de tributo. Não inibe, contudo, a aplicação das normas prescritivas de deveres instrumentais. Estes permanecem exigíveis, conforme estípula o parágrafo único do art. 151 do Código Tributário Nacional”.
No mesmo sentido, Leonor Leite Vieira (1997, p. 39) explica que “À evidência, a suspensão do crédito tributário consiste na sustação temporária dos atos atinentes à obrigação tributária “principal”, sem dispensar o sujeito passivo das chamadas “obrigações acessórias” (deveres instrumentais) que dependem ou sejam consequentes daquela cujo crédito esteja suspenso”.
Com base na afirmação das renomadas autoras e no próprio CTN, que de forma expressa proíbe a suspensão do cumprimento dos deveres instrumentais, entendo que a expressão “crédito tributário” não congrega também liames decorrentes da prática de atos ilícitos como, por exemplo, multa por desrespeito aos deveres instrumentais.
3. As hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no art. 151 do CTN são taxativas? (vide anexo V). 
Há parte uma parte da doutrina que entende que as hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no art. 151 do CTN não são taxativas, havendo possibilidade de outras situações suspenderem a exigibilidade do crédito tributário, tais como: pedido de compensação, a sentença em mandado de segurança, consulta fiscal, seguro garantia e a fiança bancária.
No entanto, uma outra grande parte da doutrina e da jurisprudência entendem que as hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no art. 151 do CTN são taxativas, vez que somente Lei Complementar trata de normas gerias de direito tributário, sobretudo no que diz respeito ao crédito tributário. Baseiam-se na corrente tricotômica.
Sobre o assunto vejamos a jurisprudência:
TRIBUTÁRIO. Anulatória de débito fiscal. 1. Decisão de primeiro grau que indeferiu pedido de liminar, por não entender possível atribuir à fiança a eficácia de suspender a exigibilidade do crédito tributário, porque tal ato jurídico não está inserido no rol taxativo do art. 151 do CTN e porque ausente de plausibilidade o direito da autora. 2. Possibilidade de sustação dos efeitos do protesto e das inscrições nos órgãos de proteção ao crédito e CADIN. 3. Art. 151, V, do CTN. Precedentes. 4. Recurso parcialmente provido. (TJ-SP - AI: 20070196220198260000 SP 2007019-62.2019.8.26.0000, Relator: Coimbra Schmidt, Data de Julgamento: 07/04/2012, 7ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 02/04/2019)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRELIMINAR DE AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. NÃO ACOLHIMENTO. DECISÃO FUNDAMENTADA, AINDA QUE SUCINTAMENTE. MÉRITO. SUSPENSÃO DO PROCESSO EXECUTIVO FISCAL. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DO ART. 151 DO CTN. ROL TAXATIVO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJ-RR - AgInst: 900092849201882300009000928-49.2018.8.23.0000, Relator: Des., Data de Publicação: DJe 21/01/2019, p.)
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - DIREITO TRIBUTÁRIO - TUTELA DE URGÊNCIA - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE - CRÉDITO TRIBUTÁRIO - PARCELAMENTO - DEPÓSITO JUDICIAL - DESVIRTUAMENTO DA NORMA - PROVIMENTO. - O art. 151, do CTN, prevê, em rol taxativo, as hipóteses, independentes entre si, em que a exigibilidade do crédito tributário pode ser suspensa - A permissão para que os valores do parcelamento sejam depositados "na via judicial", representa, a toda vista, desvirtuamento das hipóteses listadas pelo dispositivo legal, impondo a reforma do decisum -Recurso provido. (TJ-MG - AI: 10000180396269001 MG, Relator: Carlos Levenhagen, Data de Julgamento: 11/06/0019, Data de Publicação: 17/06/2019)
APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CND/CPD-EN. AUSÊNCIA DE CAUSA DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 1. O rol do art. 151 do CTN é taxativo e não admite interpretação ampliativa. 2. A discussão judicial do débito não é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. 3. Inexistência de direito líquido e certo ao fornecimento de CND/CPD-EN. 4. Apelação desprovida. (TRF-3 - Ap: 00180405820114036100 SP, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL NINO TOLDO, Data de Julgamento: 19/02/2019, DÉCIMA PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:22/02/2019)
APELAÇÃO CÍVEL. TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO EM VIRTUDE DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO, PENDENTE DE DECISÃO, NO QUAL SE DISCUTE O DIREITO À COMPENSAÇÃO DO DÉBITO FISCAL COM OS CRÉDITOS DE PRECATÓRIOS JUDICIAIS. IMPOSSIBILIDADE. CAUSAS DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DA EXAÇÃO PREVISTAS NO ART. 151, INCISO III DO CTN. ROL TAXATIVO. ALUSÃO AO ART. 69 DO DECRETO 2.473/79, QUE REGULA O PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO NO ÂMBITO ESTADUAL. REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO DE COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA QUE NÃO SE INSERE NAS HIPÓTESES LEGAIS PARA EFEITO DE OBSTAR A COBRANÇA DO DÉBITO FISCAL. PRECEDENTES DO STJ E DO TJERJ. INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA QUE SE IMPÕE. PROVIMENTO DO APELO. (TJ-RJ - APL: 03827436920128190001 RIO DE JANEIRO CAPITAL 11 VARA FAZ PUBLICA, Relator: SERGIO RICARDO DE ARRUDA FERNANDES, Data de Julgamento: 27/02/2018, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 01/03/2018)
 
Tal entendimento ainda pode ser corroborado pelos arts. 141 e 111, I, do Código Tributário Nacional, que assim dispõem:
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
Sendo assim, com base na jurisprudência, nos dispositivos supracitados, do CTN e na corrente tricotômica, entendo que as hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no art. 151 do CTN são taxativas, vez que somente Lei Complementar trata de normas gerias de direito tributário, sobretudo no que diz respeito ao crédito tributário. Assim, somente o Código Tributário Nacional pode tratar das causas de sustação provisória da exigibilidade do crédito tributário.
Considerando que não houve alteração nos art. 151 do CTN, pergunta-se:
a) A equiparação, prescrita pelo §2º do art. 835 do CPC/15, a dinheiro da fiança bancária e do seguro garantia, tem o condão de consagrar a hipótese de suspensão do crédito tributário prevista no art. 151, II, do CTN?
Segundo a Súmula 112/STJ "O depósito somente suspende e exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro". Assim, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário só pode ocorrer mediante o depósito, em dinheiro, do montante integral devido, nos termos do art. 151, inciso II, do CTN. 
Além disso, lembrando o que foi dito na questão anterior, as hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no art. 151 do CTN são taxativas, vez que somente Lei Complementar trata de normas gerias de direito tributário, sobretudo no que diz respeito ao crédito tributário. Assim, somente o Código Tributário Nacional pode tratar das causas de sustação provisória da exigibilidade do crédito tributário.
Sendo assim, o Código de Processo Civil é uma Lei Ordinária, aplicável à matéria processual, e não a questões que digam respeito ao crédito tributário ou normas gerais de direito tributário, que somente Lei Complementar trata. Portanto, a equiparação, prescrita pelo §2º do art. 835 do CPC/15, a dinheiro da fiança bancária e do seguro garantia, não tem o condão de consagrar a hipótese de suspensão do crédito tributário prevista no art. 151, II, do CTN.
b) As espécies de tutela provisória previstas no CPC/15 se aplicam ao Processo Tributário? Tais medidas têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário?
Com o advento do Código de Processo Civil de 2015 surgiu a tutela provisória que está dividida em duas espécies: a tutela de urgência e a tutela de evidência. Sobre as espécies de tutela provisória previstas no CPC/15, Vergueiro Catunda (2015, p. 237/238) explica:
Como apontamos, no CPC/2015 as tutelas provisórias são subdividas em duas categorias, a tutela de urgência e a tutela de evidência, que se diferenciam em razão do fundamento jurídico que autoriza a sua concessão: a tutela de urgência está baseada na ideia de perigo; - a tutela de evidência não está abalizada na ideia de perigo, mas, sim, na de incontroversibilidade fática provada documentalmente (na evidência do direito) e/ou na existência de precedente repetitivo ou Súmula Vinculante, ou no intuito protelatório da parte. Bem, se o processo tributário toma como pano de fundo a relação jurídica material tributária, as tutelas provisórias previstas no CPC/2015 devem respeitar as peculiaridades da relação tributária e os efeitos que decisões desse quilate podem produzir no âmbito do direito material tributário. [...] Isto significa que o requerimento de tutela provisória no processo tributário dependerá da constatação da existência de perigo, ou da evidência do direito invocado pelo sujeito passivo, ou do intuito protelatório da Fazenda Pública, no caso concreto, tal como exige o CPC/2015, mas, o efeito promovido pela concessão da tutela provisória fundada no perigo ou na evidência do direito nas regras condutoras do processo de aplicação da regra-matriz de incidência tributária será o mesmo: suspender a exigibilidade da obrigação tributária nos termos do artigo 151, V do Código Tributário Nacional.
O artigo 151, V do CTN, estabelece que o crédito tributário terá sua exigibilidade suspensa quando ocorrer a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial. Nesse caso, cabe ao CPC estipular a definição, conteúdo e o alcance de liminares.
Assim, o Código Tributário Nacional permite a suspensão da exigibilidade do crédito tributário em caso de concessão de liminar, porém a definição de liminar deixou a cargo do Código de Processo Civil, que é a lei geral do processo, para estabelecer sua aplicação no âmbito tributário.
No CPC de 1973 havia a separação de liminares (cautelares) e tutelas antecipadas, porém com o nascimento do CPC de 2015 liminares (cautelares) e tutelas antecipadas fazem parte do gênero tutelas provisórias. Assim, o CPC de 2015 ampliou as possiblidades de alcance do inciso V do art. 151 do CTN. Ainda sim o rol é taxativo, no entanto, é necessário se fazer uma releitura atualizada do inciso V, vez que houve o nascimento de um novo CPC. 
No mesmo sentido, corroborando nosso entendimento, Vergueiro Catunda (2015, p. 239) afirma que “Deferida pelo magistrado a tutela de urgência (cautelar ou antecipada) ou a tutela de evidência no processo tributário, o efeito imediato da decisão será a suspensão da exigibilidade da obrigaçãotributária, de modo a bloquear, ainda que temporariamente, o processo de aplicação das regras tributárias”.
4. Sobre o depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta antes da constituição do crédito tributário, pergunta-se: trata-se de faculdade do contribuinte? Há distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II do CTN e prestação de caução? O levantamento do depósito judicial pelo contribuinte vincula-se ao êxito (com trânsito em julgado) da ação pelo contribuinte ou o juiz pode a qualquer tempo autorizar o levantamento do depósito? (vide anexo VI).
O depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta antes da constituição do crédito tributário, constitui uma faculdade do contribuinte, vez que o crédito tributário nasce com o ato de lançamento, portanto, antes do lançamento não houve constituição do crédito tributário, logo, não há que se falar em exigibilidade, ou seja, não há possibilidade de cobrança do tributo. Assim, mesmo que haja eventual depósito judicial por parte do contribuinte, não haverá suspensão do lançamento do crédito tributário. Portanto, não é uma obrigação do contribuinte, mas sim uma faculdade.
Haverá distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II do CTN e prestação de caução se esta não for feita em dinheiro, vez que somente o depósito do montante integral e em dinheiro tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário. Se a caução for feita em dinheiro não haverá distinção, vez que terá o mesmo efeito prático do depósito judicial para fins do 151, II do CTN.
Com base no anexo VI, a jurisprudência tem o entendimento de que o depósito efetuado para suspender a exigibilidade do crédito tributário é feito também em garantia da Fazenda e só pode ser levantado após sentença final transitada em julgado se favorável ao contribuinte, tendo como fundamento para tal entendimento o disposto no § 2º, do art. 32, da Lei 6830, que assim dispõe:
Art. 32 - Os depósitos judiciais em dinheiro serão obrigatoriamente feitos:
(...)
§ 2º - Após o trânsito em julgado da decisão, o depósito, monetariamente atualizado, será devolvido ao depositante ou entregue à Fazenda Pública, mediante ordem do Juízo competente.
Sendo assim, com base no dispositivo supracitado, o requisito para levantamento do depósito judicial é o trânsito em julgado da decisão. 
Portanto, o levantamento do depósito judicial pelo contribuinte vincula-se ao êxito (com trânsito em julgado) da ação judicial, não podendo o juiz a qualquer tempo autorizar o levantamento do depósito.
5. A partir da vigência do CPC/15 foi instituído um novo fundamento para a concessão de tutela provisória, a evidência do direito, tal como preveem os arts. 294 e 311. Pergunta-se:
a) Identifique a diferença entre tutela antecipada e tutela cautelar. É possível a concessão de tutela provisória antecipada em mandado de segurança? Ou em mandado de segurança tão somente é admissível medidas provisórias de natureza cautelar?
Tutela Antecipada e Tutela Cautelar são espécies de Tutela Provisória de Urgência. Na Tutela Antecipada se busca a antecipação do provimento jurisdicional fim, enquanto na Tutela Cautelar se busca assegurar um direito de uma parte. 
A principal diferença entre esses dois tipos de tutelas são os requisitos necessários para a concessão de cada medida. Os requisitos para a concessão da Tutela Antecipada estão previstos no art. 300, do CPC, que é demonstrar a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Já a Tutela Cautelar, prevista no art. 301, do CPC, deve demonstrar que visa assegurar um direito que está sob a iminência de um dano irreparável ou de difícil reparação, através de medidas como arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e entre outros.
Entendo que não é possível a concessão de tutela provisória antecipada em mandado de segurança, vez que em matéria tributária não há como antecipar os efeitos do provimento jurisdicional fim, pois não é possível anular o crédito tributário em sede liminar (já que o se busca é anular o crédito tributário), mas tão somente suspender a exigibilidade da obrigação tributária. Assim, a tutela cautelar visa assegurar um direito da parte, enquanto que a tutela antecipada visa antecipar os efeitos do provimento fim, portanto, somente a tutela cautelar teria o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário.
Portanto, em mandado de segurança, no que diz respeito a matéria tributária, tão somente é admissível medidas provisórias de natureza cautelar.
b) É cabível o requerimento de liminar em mandado de segurança fundada na evidência do direito a partir da vigência do CPC/15? Ou diante das disposições da Lei Federal n. 12.016/09, apenas é cabível o requerimento de liminares fundadas em urgência, a outra espécie de tutela provisória prevista no CPC/15?
Entendo que é cabível o requerimento de liminar em mandado de segurança fundada na evidência do direito.
O requisito para a concessão da segurança é a existência de direito líquido e certo. De sua vez, a liminar em mandado de segurança é concedida quando se verificar o fumus boni iuris, isto é, a probabilidade, de plano, do direito invocado, e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida.
 Porém, vejamos o que diz professor Paulo Cesar Conrado (2016) no que tange à inovação processualística (tutela de evidência):
“E não cogitaríamos que a tomada dessa ideia representaria o indevido afastamento da exigência do periculum in mora, como se fosse uma espécie de reescritura ilegítima da lei de regência do mandado de segurança: esse importante instrumento processual, embora disciplinado em lei própria, deve ser interpretado em contexto com o CPC/2015, e não isoladamente, como se alheio estivesse — o que é especialmente relevante se (re)lembrarmos que a tutela de evidência, na mencionada hipótese do inciso II do artigo 311, pauta-se na existência (i) de prova cabal dos fatos (ideia que coincide com a de direito líquido e certo; até ai, portanto, nenhuma novidade) e (ii) de tese firmada em julgamento de recursos, especial ou extraordinário, repetitivos ou em súmula vinculante; vale dizer: quando se propõe a aplicação, em mandado de segurança, de parâmetros tais como os da tutela de evidência (notadamente a fundada no decantado inciso II), garante-se a incidência, também nessa espécie processual, de um de uma dos principais pilares do CPC/2015, sabidamente relacionado à vinculação/prevalência da orientação jurisprudencial assentada.
Quando se fala de tutela de evidência, tem-se que a mesma, de acordo com o CPC é tratada como espécie de tutela provisória, que pode ser deferida quando, entre outras hipóteses, as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. É a mesma ideia de direito líquido e certo do mandado de segurança. 
6. Dado o seguinte caso concreto: Gênesis Waves Ltda. obteve liminar em Mandado de Segurança para suspender a exigibilidade do crédito tributário que posteriormente foi “cassada” pela sentença de denegação da segurança. Pergunta-se:
a) na hipótese de a empresa apelar da sentença que “cassou” a liminar, o recebimento de sua apelação, nos efeitos suspensivo e devolutivo, tem o condão de afastar os efeitos da sentença e reconstituir os efeitos da liminar? Responder a pergunta considerando as disposições do CPC/15 a respeito dos efeitos da apelação (vide anexo VII).
Na hipótese de a empresa apelar da sentença que “cassou” a liminar, o recebimento de sua apelação, nos efeitos suspensivo e devolutivo, tem o condão de afastar os efeitos da sentença e reconstituir os efeitos da liminar, vez que houve o deferimento do efeito suspensivo à apelação, assim, haverá suspensão dos efeitos constantes na sentença e, por conseguinte, da própria cassação do efeito suspensivo.
Corroborando nosso entendimento, o AgRg no ARESPn. 183.378/SP vai no mesmo sentido ao afirmar que “a jurisprudência deste Sodalício orienta pela possibilidade de ser concedido duplo efeito à apelação interposta em face de decisão que denegou a segurança – restabelecendo-se a liminar anteriormente deferida – quando presentes circunstâncias peculiares na espécie que autorizem a tomada dessa providência excepcional”.
b) Há incidência de multa e juros moratórios em relação ao período em que o crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar concedida em Mandado de Segurança, posteriormente cassada por ocasião da sentença? E se a liminar foi concedida depois de vencido o prazo para pagamento do tributo? (vide anexos VIII e IX).
Com base no AgRg no RESP n. 839.962/MG, não incidem multa nem juros moratórios em relação ao período em que o crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar concedida em mandado de segurança, posteriormente cassada por ocasião de sentença. 
Tal entendimento tem como fundamento o art. 63, §2º, da Lei 9.430/96, que assim dispõe:
Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de ofício.
(...)
§ 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição.
No entanto, o ERESP n. 839.962/MG, demonstra entendimento parcialmente contrário, vez que entende que não há incidência de multa, porém, há incidência de juros moratórios em relação ao período em que o crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar concedida em Mandado de Segurança, posteriormente cassada por ocasião da sentença.
Contudo, concordo com o entendimento fixado no julgado AgRg no RESP n. 839.962/MG, vez que a suspensão da exigibilidade do crédito tributário paralisa o processo de positivação da obrigação tributária, assim, não há que se falar na incidência de multa e juros moratórios em relação ao período em que o crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar concedida em mandado de segurança, posteriormente cassada por ocasião de sentença.
7. Primeiramente distinga tutela antecipada e tutela cautelar. Fixados esses conceitos, responda à seguinte pergunta: diante do novo cenário das tutelas provisórias do código de processo civil de 2015, a ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária, que tenha fundamento na urgência ou na evidência, assume natureza antecipada ou cautelar?
Tutela Antecipada e Tutela Cautelar são espécies de Tutela Provisória de Urgência. Na Tutela Antecipada se busca a antecipação do provimento jurisdicional fim, enquanto na Tutela Cautelar se busca assegurar um direito de uma parte. 
A principal diferença entre esses dois tipos de tutelas são os requisitos necessários para a concessão de cada medida. Os requisitos para a concessão da Tutela Antecipada estão previstos no art. 300, do CPC, que é demonstrar a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Já a Tutela Cautelar, prevista no art. 301, do CPC, deve demonstrar que visa assegurar um direito que está sob a iminência de um dano irreparável ou de difícil reparação, através de medidas como arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e entre outros.
A ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária, que tenha fundamento na urgência ou na evidência, assume natureza cautelar, vez que em matéria tributária não há como antecipar os efeitos do provimento jurisdicional fim, pois não é possível anular o crédito tributário em sede liminar (já que o se busca é anular o crédito tributário), mas tão somente suspender a exigibilidade da obrigação tributária. Assim, a tutela cautelar visa assegurar um direito da parte, enquanto que a tutela antecipada visa antecipar os efeitos do provimento fim, portanto, somente a tutela cautelar teria o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo XIII.
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CONRADO, Paulo César. Tutela de evidência em mandado de segurança afeta Direito Tributário. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2016-mai-25/paulo-conrado-tutela-evidencia-ms-afeta-direito-tributario. Acesso em: 17 jun. 2019.
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CATUNDA, Camila Campos Vergueiro. TUTELAS PROVISÓRIAS NO CPC/2015 E AS LIDES TRIBUTÁRIAS. XII CONGRESSO. Instituto Brasileiro de Estudos Tributários. 2015.

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