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28/08/2019 1 Avaliação Respiratória Carlos Henrique S. de Andrade ▪ A anamnese refere-se à fase informativa da avaliação e baseia-se na coleta de dados dos pacientes [leitura do prontuário e/ou de entrevista com os pacientes e/ou responsáveis. ▪ As informações adquiridas nessa etapa são essenciais para a interpretação dos achados físicos, estabelecendo o diagnóstico, o prognóstico e o planejamento terapêutico. 1 2 28/08/2019 2 ▪ Após a coleta dos dados da anamnese, o fisioterapeuta deve buscar a interação entre os achados clínicos e as alterações funcionais possivelmente apresentadas. ▪ Considerando-se que o paciente sedado, em assistência ventilatória mecânica ou comatoso, não fornece dados referentes à anamnese, o prontuário se torna uma relevante fonte de informações. ▪ Composição da Anamnese o Identificação. o Queixa principal. o História da doença atual [sequência coerente e cronológica]. o Listagem de sinais e sintomas. o Antecedentes pessoais e familiares. o Hábitos de vida. o Aspectos socioeconômicos e sociais. 3 4 28/08/2019 3 ▪ Alterações do Nível de Consciência ▪ Coma [ausência ou redução da capacidade de despertar e responder a estímulos]; ▪ Torpor [presença de movimentos voluntários e respostas a comandos verbais]; ▪ Confusão [perda da atenção e do diálogo coerente]; ▪ Obnubilação [redução e lentidão na percepção e na compreensão associadas à sonolência e à desorientação]. ▪ Delirium [ocorre em até 80% dos pacientes internados na unidade de cuidados intensivos e está associado a aumento significativo da morbidade e mortalidade no doente crítico]. 5 6 28/08/2019 4 ▪ O delirium pode ser definido como um distúrbio do nível de consciência associado à alteração na função cognitiva aguda [curso flutuante]. ▪ Os principais fatores de risco para desenvolver delirium foram: idade maior que 65 anos, consumo de álcool, período pós-operatório e dias de ventilação mecânica. ▪ Uso de sondas e cateteres, restrições físicas e privação de sono são alguns dos fatores agravantes. ▪ Pode ser classificado em hiperativo, hipoativo e misto [o primeiro é mais prevalente]. ▪ A retirada da sedação é uma conduta padrão para desfechos positivos na funcionalidade, no tempo de VM e na função cognitiva. ▪ Está comprovado que a mobilização precoce na UTI reduz a incidência do delirium e ajuda a reduzir os custos de hospitalização. 7 8 28/08/2019 5 ▪ Para avaliar o grau de sedação, empregam-se inúmeras escalas, sendo a escala de Ramsay a mais utilizada. ESCALA DE SEDAÇÃO DE RAMSAY [RSS] Escore Descrição 1 Ansioso, agitado, inquieto. 2 Cooperativo, orientado, tranquilo. 3 Responde apenas a comandos. 4 Resposta rápida a leve estímulo glabelar ou estímulo sonoro alto. 5 Resposta lenta a leve estímulo glabelar ou estímulo sonoro alto. 6 Não responde. Parâmetro Resposta Observada Pontuação Abertura Ocular Abertura ocular espontânea 4 Abertura ocular sob comando verbal 3 Abertura ocular sob estímulo doloroso 2 Sem abertura ocular 1 Melhor Resposta Verbal Resposta adequada [orientada] 5 Resposta confusa 4 Respostas inapropriadas 3 Sons incompreensíveis 2 Sem resposta verbal 1 Melhor Resposta Motora Obedece a comandos 6 Localiza estímulos dolorosos 5 Retira ao estímulo doloroso 4 Flexão anormal [decorticação] 3 Extensão anormal [descerebração] 2 Sem resposta motora 1 E s c a la d e C o m a d e G la s g o w 9 10 28/08/2019 6 A. Padrão de decorticação. B. Padrão de descerebração. ▪ Interpretação Pontuação Grau de Comprometimento 3 pontos Menor responsividade 4-8 pontos Coma profundo 9-12 pontos Coma moderado 13-15 pontos Coma leve 11 12 28/08/2019 7 ▪ Avaliação dos Sinais Vitais ▪ Temperatura [36º a 37,5ºC]. o Acima desses valores, considera-se hipertermia ou hiperpirexia, enquanto abaixo de 36ºC denomina-se hipotermia. ▪ Frequência cardíaca [60 a 80 bpm em adultos]. o A condição na qual ultrapassa 100 bpm é denominada taquicardia, enquanto abaixo de 60 bpm é denominada bradicardia. ▪ Pressão Arterial 13 14 28/08/2019 8 ▪ Saturação Periférica de Oxigênio [SpO2] o A oximetria de pulso permite monitorização contínua e não invasiva da oxihemoglobina arterial. o Seu valor de normalidade situa-se entre 91-98%. Manifestações Clínicas das Doenças Respiratórias 15 16 28/08/2019 9 ▪ Tosse ▪ Ação reflexa do organismo [resultado de estímulos locais nos receptores da mucosa do trato respiratório]. ▪ Estímulos mecânicos [corpo estranho, poeira]; químicos [gases]; inflamatórios [hiperemia, secreções, edema] ou térmicos [frio ou calor excessivo]. ▪ Fases da Tosse I. Inspiração profunda. II. Fechamento da glote. III. Contração dos músculos expiratórios. IV. Abertura da glote. 17 18 28/08/2019 10 ▪ Tipos de Tosse ▪ Úmida I. Produtiva [há eliminação de secreção]. II. Não produtiva [existe secreção, mas não é eliminada]. ▪ Seca I. Não há produção de secreção [irritativa]. ▪ Eficácia da Tosse ▪ Eficaz [capaz de mobilizar a secreção de vias aéreas periféricas para regiões mais centrais]. ▪ Ineficaz [dificuldade ou ausência em uma ou mais fases da tosse devido a alguma alteração]. 19 20 28/08/2019 11 ▪ Escarro ou Secreção o Em um adulto normal são produzidos e eliminados diariamente ≈100 ml de secreção traqueobrônquica. ▪ Viscosidade o Fluida ou espessa. ▪ Duração o Aguda [até 03 semanas]; subaguda [3-8 semanas] e crônica [>8 semanas]. Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos – Barbara A. Webber; Guanabara Koogan ▪ Aspecto da Secreção Aspecto da Secreção Purulento Infecção bacteriana. Mucoide Processo inflamatório e infecção viral. Hemático Processos neoplásicos do sistema respiratório, tuberculose, embolia pulmonar. Espumoso [róseo] Edema agudo de pulmão. 21 22 28/08/2019 12 ▪ Hemoptise o Eliminação de sangue dos pulmões observada juntamente com o escarro. ▪ Dor Torácica o Podem ser classificadas como pleurítica [piora na inspiração profunda] e não pleurítica [não é afetada pela respiração. Incluem angina, espasmo esofágico, refluxo gastroesofágico e muscular]. ▪ Dispneia o É a sensação subjetiva de falta de ar. Pode ser de origem cardíaca ou respiratória. Pode ser avaliada através de escalas subjetivas [Borg]. Classificada em: o Platipneia [é um sintoma raro de dispneia. Ocorre na posição sentada, que é aliviada na posição supino]. o Ortopneia [falta de ar na posição supina]. 23 24 28/08/2019 13 o Dispneia paroxística noturna [relacionada à fase não REM do sono I menor atividade simpática]. o Trepopneia [é um sintoma da dispneia que ocorre quando a pessoa está em decúbito lateral]. ▪ Inspeção Clínica ▪ Constitui o primeiro elemento do exame físico do tórax e divide-se em: o Estática [observar a forma do tórax e suas anormalidades congênitas ou adquiridas, localizadas ou difusas, simétrica ou não. o Dinâmica [verificar os movimentos respiratórios, suas características e alterações. 25 26 28/08/2019 14 ▪ O tórax anterior deve ser examinado de preferência com o paciente em decúbito lateral. Na região posterior, o paciente deverá estar em sedestação ou em posição ortostática. ▪ Em pacientes restritos ao leito, com dificuldade de mobilização espontânea, o exame do tórax posterior deve ser feito em decúbito lateral. ▪ Inspeção Estática I Alterações Tegumentares ▪ Baqueteamento ou Hipocratismo Digital o Sinal caracterizado pelo aumento [hipertrofia] das falanges distais dos dedos edas unhas das mãos e está associada a diversas doenças [cardíacas e pulmonares]. 27 28 28/08/2019 15 Normal Leve Grave ▪ Verificar a presença de cicatrizes [drenagem torácica, toracotomia e mastectomia], além da presença de edemas, fístulas torácicas e alterações na coloração [hiperemia, palidez ou cianose]. ▪ Cianose ▪ É um sinal ou sintoma marcado pela coloração azul-arroxeada da pele, dos leitos ungueais ou das mucosas. Classificam-se em: o Central [provocada por deficiência na hematose pulmonar. Visualizada principalmente na língua, mucosas orais e pele]. o Periférica [ocorre pelo aumento da extração de oxigênio nos tecidos periféricos - estase sanguínea, exposição a baixas temperaturas]. 29 30 28/08/2019 16 ▪ Nível de Suporte Ventilatório o Ar ambiente. o Oxigênio suplementar [cateter nasal ou máscara]. o Ventilação mecânica [invasiva ou não invasiva]. 31 32 28/08/2019 17 ▪ Presença de Drenos Torácicos ▪ Presença de Drenos Torácicos o Aspecto do líquido drenado, débito, verificar oscilação e borbulhamento. o Não fixar o sistema na cama, levantar ou pinçar. ▪ Tipos de Tórax o Normolíneo [ângulo infraesternal - Charpy - em torno de 90°]. o Brevilíneo [membros curtos, tórax alargado, estatura baixa e o pedículo adiposo espesso. Ângulo com mais de 90º]. o Longilíneo [membros logos, tórax afilado e achatado, estatura alta. Ângulo com menos de 90°]. 33 34 28/08/2019 18 ▪ Tipos de Tórax o As principais alterações osteoarticulares referem-se aos diâmetros e ao formato da caixa torácica. 35 36 28/08/2019 19 ▪ Tórax em Barril o As costelas perdem seu ângulo de 45° com a coluna torácica e tornam-se quase horizontais [impressão de um tórax mais curto]. 37 38 28/08/2019 20 ▪ Inspeção Dinâmica ▪ Na etapa de inspeção dinâmica do exame físico, avaliam-se: o Frequência respiratória; o Ritmo respiratório o Padrão respiratório; o Expansibilidade torácica; o Uso de musculatura acessória. ▪ Frequência Respiratória ▪ No adulto oscila entre 12 e 20 rpm [eupneia]. Suas alterações são: o Bradpneia [FR ≤ 10 rpm]. o Taquipneia [FR ≥ 20-24 rpm]. o Apneia [ao final da expiração]. o Apneuse [ao final da inspiração]. 39 40 28/08/2019 21 ▪ Atenção aos seguintes conceitos: o Hiperventilação: aumento da taxa de ventilação alveolar, que se torna excessiva em relação à produção de CO2. o Taquipneia: aumento da frequência respiratória. o Hiperpneia: aumento do volume minuto [VM]. o Dispneia: sensação subjetiva de falta de ar. ▪ Ritmo Respiratório ▪ Respiração de Cheyne-Stokes o Caracteriza-se por aumento e diminuição da frequência/ profundidade da respiração, seguido de períodos de pausas respiratórias. As causas mais frequentes são o AVE e o TCE. 41 42 28/08/2019 22 ▪ Respiração de Biot o Apresenta duas fases: a primeira constituída de apneia e a segunda composta por movimentos insp. e exp. anárquicos quanto ao ritmo e amplitude [grave comprometimento cerebral]. ▪ Respiração de Kussmaul o Caracteriza-se por respirações profundas e rápidas, seguidas ou não de pausas insp. e exp. [acidose metabólica]. Ventilação minuto muito alta! 43 44 28/08/2019 23 ▪ Respiração de Suspirosa o Apresenta-se como movimentos inspiratórios de amplitude crescente, seguidos de expiração rápida e breve. o Outras vezes, os movimentos respiratórios normais são interrompidos por suspiros isolados ou agrupados. Traduz tensão emocional e ansiedade. ▪ Expansibilidade Torácica o Normalmente é simétrica e equivalente nos dois hemitórax. o Deve ser avaliada tanto na inspeção quanto na palpação. o Simétrica diminuída [DPOC e DNM] ou assimétrica [atelectasias, derrame pleural, pneumotórax]. 45 46 28/08/2019 24 ▪ Cirtometria o Paciente em DD. A caixa torácica deve ser medida no nível do 4º espaço intercostal e a dimensão abdominal na cicatriz umbilical. o O índice diafragmático [ID] reflete o movimento toracoabdominal. ID = AB AB + CT AB da dimensão abdominal entre a fase inspiratória e expiratória. CT da dimensão da caixa torácica entre fase inspiratória e expiratória. 47 48 28/08/2019 25 ▪ Dor o Importância da avaliação sistemática dos níveis de dor por autoavaliação. ▪ Padrão Respiratório ▪ Observa-se a movimentação do tórax e do abdome, a fim de reconhecer os seguintes padrões: ▪ Respiração torácica ou costal o Em bipedestação ou sedestação, há o predomínio da elevação do tórax sobre o abdome. Predomínio nas mulheres. 49 50 28/08/2019 26 ▪ Respiração diafragmática ou abdominal o Predomínio da elevação do abdome em relação ao tórax na inspiração [característico dos homens e crianças]. ▪ Respiração mista o Os compartimentos abdominal e torácico se movimentam com a mesma amplitude. ▪ Respiração paradoxal o Ocorre em condições patológica e é observado quando existe assincronia entre o compartimento abdominal e torácico. 51 52 28/08/2019 27 o Caracteriza-se por retração da parede abdominal e projeção externa do tórax durante a inspiração. o Ocorre na presença de fadiga ou paralisia diafragmática. ▪ Tiragens o São retrações intermitentes da pele que recobre a parede torácica durante a inspiração devido a uma grande redução na pressão intratorácica. o Podem ser observadas abaixo da caixa torácica [subcostais], acima das clavículas [supraclaviculares] e entre as costelas [intercostais]. 53 54 28/08/2019 28 ▪ Musculatura Acessória ▪ O aumento do esforço respiratório pode ser caracterizado pela presença dos seguintes sinais clínicos: o Contração da musculatura acessória da inspiração, em especial, da musculatura cervical e musculatura expiratória [abdominais]; o Batimento de asa de nariz. ECOM Serrátil Anterior Peitoral Maior Peitoral Menor Trapézio 55 56 28/08/2019 29 ▪ Sinal de Hoover ▪ Durante a inspiração, a contração de suas fibras promove a redução do diâmetro laterolateral da região inferior do tórax [retração torácica]. Observado em pacientes com hiperinsuflação grave, cujo diafragma se mantém retificado e rebaixado]. 57 58 28/08/2019 30 ▪ Palpação Torácica ▪ Consiste em utilizar o tato para a percepção das estruturas da caixa torácica, visando avaliar a presença de anormalidade como: o Edemas o Temperatura o Alterações de sensibilidade o Expansibilidade torácica o Frêmito toracovocal ▪ Trofismo Muscular ▪ Encontra-se relacionado com as propriedades viscoelásticas do músculo. o Eutrofia o Atrofia o Hipotrofia o Hipertrofia o Pseudo-hipertrofia 59 60 28/08/2019 31 ▪ Tônus Muscular ▪ Estado de contração discreta e contínua do músculo. o Hipotonia o Hipertonia elástica [sinal do canivete] = Espasticidade o Hipertonia plástica [roda denteada] ▪ Percussão Torácica o Macicez [aumento da densidade pulmonar. Exemplo: condensações e derrame pleural]. o Timpanismo [diminuição da densidade pulmonar. Exemplo: enfisema pulmonar e pneumotórax]. 61 62 28/08/2019 32 ▪ Torna-se mais perceptível em condições de neoplasias e derrame pleural, estando reduzido na presença de pneumotórax ou hiperinsuflação. ▪ A mão não dominante repousa sobre o tórax e o dedo médio da mão dominante percute sobre a base da falange distal do dedo médio. 63 64 28/08/2019 33 ▪ Ausculta Pulmonar ▪ O estetoscópio foi inventado por René Lannenc [1816] e permitiu melhor avaliação dos sons pulmonares. É composto por cinco partes: ▪ A ausculta deve ser realizada durante todo o ciclo respiratório.Os sons respiratórios dividem-se em: o Normais ou fisiológicos [murmúrio vesicular]. o Adventícios contínuos [roncos e sibilos]. o Adventícios descontínuos [estertores finos e grosseiros]. o Atrito pleural. 65 66 28/08/2019 34 ▪ O componente inspiratório é mais audível em função do fluxo ser mais turbulento nessa fase [o som se origina nas vias aéreas lobares e segmentares]. ▪ Na fase expiratória, o som é audível somente na fase inicial, pois a expiração é passiva [fluxo menos turbulento] [o som surge de vias aéreas mais centrais]. Iniciar a ausculta na parte anterior do tórax. 67 68 28/08/2019 35 Linha axilar média Linha axilar posteriorLinha axilar anterior ▪ Durante o ortostatismo ou a sedestação, os sons respiratórios são mais audíveis nas bases pulmonares, onde a pressão pleural é menos negativa. ▪ A terminologia, confusa e imprecisa, e a falta de um consenso na literatura acabam induzindo ao erro nas denominações dos sons pulmonares. 69 70 28/08/2019 36 Sons Descrição dos Sons Sibilo Contínuos ou musicais de alto tom. Roncos Contínuos ou musicais de alto tom. Estertores grosseiros Descontínuos ou não musicais grosseiros: alta amplitude, longa duração, baixo tom. Estertores finos Descontínuos ou não musicais finos: baixa amplitude, curta duração, alto tom. Ruído Caráter Fase Características Sibilo Contínuo Expiratória + Comum Obstrução acentuada ao fluxo aéreo por secreção em brônquios de pequeno calibre (insp). Espasmo de músculo liso (exp). Som agudo (asma). Roncos Contínuo Inspiratória + Expiratória Redução da luz brônquica por secreção espessa em VA de grande calibre. Som grave. Estertores Creptantes Descontínuo Inspiratória + Expiratória Abertura súbita de pequenas VA até então fechadas e na expiração pelo fechamento das mesmas. Presença de líquido intersticial nos alvéolos. Atrito de mecha de cabelo entre os dedos (EAP). Cornagem - Inspiração Estenose e/ou edema de VA. Lesões traumáticas. Aspiração de corpos estranhos. Ouve-se à distância. 71 72 28/08/2019 37 ▪ Avaliação Neurológica em Terapia Intensiva ▪ A pressão intracraniana [PIC] é a pressão exercida pelo crânio sobre o componente parenquimatoso, liquórico e vascular. ▪ O valor da PIC varia de acordo com a idade [normal ≤ 10 mmHg e aceitável entre 10 e 20 mmHg]. ▪ Hipertensão intracraniana > 20 mmHg [moderada entre 20-40 mmHg; grave entre 40-60 mmHg e quase sempre fatal > 60 mmHg]. ▪ A monitorização da PIC é um procedimento invasivo. A indicação é restrita a um determinado perfil de pacientes: o TCE grave [ECG < 8] com suspeita de HIC; o Casos graves de lesão isquêmica cerebral; o Meningite grave; o PO de hematomas espontâneos e tumores. 73 74 28/08/2019 38 ▪ Pressão de Perfusão Cerebral PPC = PAM - PIC o Valores abaixo de 60 mmHg indica hipoperfusão cerebral. ▪ Fluxo Sanguíneo Cerebral FSC = PPC/RVC ou FSC = PAM - PIC/RVC PAM = pressão arterial média. PIC = pressão intracraniana. RVC = resistência vascular cerebral. ▪ Pressão Arterial Média [PAM] ▪ A PAM é o principal determinante de perfusão dos órgãos. ▪ Monitorização invasiva [artéria radial, braquial ou femoral] e não invasiva através da seguinte fórmula: PAM = [PAS + (2 x PAD)] / 3 75 76 28/08/2019 39 ▪ Recursos Adicionais I Manovacuometria ▪ A pressão inspiratória máxima [Pimáx] e a pressão expiratória máxima [Pemáx] são índices de força muscular. ▪ Ambas podem ser medidas por meio de um instrumento [analógico ou digital] denominado [manovacuômetro]. ▪ Mensuração de pressões positivas [manômetro] e negativas [vacuômetro]. 77 78 28/08/2019 40 ▪ A Pimáx é um método simples, reprodutível e não-invasivo [influenciada pelo sexo, idade, volume pulmonar ▪ A Pemáx avalia a força dos músculos expiratórios. Sua redução pode aumentar o VR, diminuir o pico de fluxo expiratório [tosse]. ▪ Indicações o Avaliar a força dos músculos respiratórios em pacientes saudáveis ou com distúrbios pulmonares e/ou neuromusculares; o Auxilia na avaliação da mecânica respiratória; o Indicação de intubação, desmame do respirador e extubação; o Avaliação da resposta ao treinamento muscular respiratório. 79 80 28/08/2019 41 ▪ Aspectos Técnicos o Utilização de bocal ou máscara facial [evitar o escape aéreo]. o Influência da posição corporal [sedestação] [mensurações seriadas na mesma posição]. ▪ Na medida de Pemáx, a insuflação passiva da musculatura das bochechas durante o esforço expiratório tende a reduzir o volume medido. ▪ Na medida da Pimáx, os músculos da boca e da orofaringe podem gerar uma pressão negativa que pode alterar os resultados. 81 82 28/08/2019 42 ▪ A Pimáx costuma ser medida a partir da posição de expiração máxima [VR]. No entanto, pode ser medida a partir da CRF. ▪ A Pemáx costuma ser medida a partir da posição de inspiração máxima [CPT]. No entanto, pode ser medida a partir da CRF. ▪ A verdadeira posição de relaxamento passivo ocorre no nível da CRF. Entretanto, a CRF é um volume menos reprodutível que o VR e a CPT. 83 84 28/08/2019 43 ▪ A avaliação das pressões respiratórias máximas é dependente da vontade [volitivo] e motivação do paciente. ▪ Realização de, no máximo, cinco manobras e se obter três manobras aceitáveis [duração de pelo menos 2 segundos e ausência de vazamentos]. ▪ Contraindicações IAM Pneumotórax HAS não controlada Angina instável Hérnias abdominais Glaucoma Problemas agudos do ouvido médio Deslocamento de retina Aneurisma da aorta e cerebral Fístulas pulmonares 85 86 28/08/2019 44 ▪ Equações de referência Pimáx = [-0,80 x idade] + 155,3 Pimáx = [-0,49 x idade] + 110,4 Pemáx = [-0,81 x idade] + 165,3 Pemáx = [-0,61 x idade] + 115,6 ▪ Fraqueza muscular é a condição na qual a capacidade do músculo descansado gerar força esta diminuída [irreversível ao repouso] [Pimáx = -70 a -45 cmH2O]. ▪ Fadiga muscular é a perda da capacidade de gerar força de um músculo em resposta a uma carga [reversível com o repouso] [Pimáx = -40 a -25 cmH2O]. ▪ Falência muscular é a incapacidade de gerar força [reversível com o repouso] [Pimáx < -20 cmH2O]. 87 88 28/08/2019 45 ▪ Recursos Adicionais I Oxímetro de Pulso ▪ É um método não invasivo que se destina à mensuração contínua da saturação periférica de oxigênio [SpO2]. ▪ O oxímetro de pulso avalia a absorção da oxihemoglobina [saturada] e desoxihemoglobina [reduzida]. ▪ A oxihemoglobina absorve mais a luz infravermelha [940nm] e permite que a luz vermelha [660nm] passe por meio dela. ▪ Valor de normalidade [91 a 98%]. ▪ Não reflete a oxigenação dos tecidos. Pequena margem de erro para saturação acima de 70%. 89 90 28/08/2019 46 ▪ Curva de Dissociação da Hemoglobina ▪ Limitações Técnicas o Redução da perfusão da extremidade [hipotermia, hipotensão]; o Edema; o Arritmias cardíacas; o Agitação e mau posicionamento do paciente; o Esmalte nas unhas; o Pigmentação da pele [negros]; o Grande luminosidade no ambiente. 91 92 28/08/2019 47 ▪ Recursos adicionais I Pico de fluxo expiratório ▪ Avalia o grau de obstrução brônquica. Inspiração até a CPT e expiração o mais rápido e forte possível. Possui como vantagens: I. Avaliação da gravidade da obstrução brônquica (comparar com os valores de referência). II. Avaliação rápida e segura da reversibilidade da obstrução brônquica após procedimento. III. Paciente sentado e com a cabeça em posição neutra. Realizar 03 medidas e eleger a maior (variação aceitável de 20 L/min). IV. O valor de referência vai dependerda idade, estatura e sexo. V. A variabilidade do PFE pode ser mais importante que o seu valor absoluto. 93 94 28/08/2019 48 VI.A variabilidade diária deve ser realizada duas leituras por dia durante 2 semanas (variação de >10% em adultos asmáticos e >13% em crianças asmáticas). [Maior PFE - Menor PFE ou Média dos dois PFE] Média dos PFE ao longo de uma semana ▪ O limite da variabilidade diária em adultos saudáveis é de 9% e 12,3% em crianças saudáveis. O PFE avalia grandes vias aéreas e seus valores variam entre os diversos aparelhos (esforço dependente). Fase mais tardia na asma (pequenas VA) = VEF1 vai ser mais fiel. 95 96 28/08/2019 49 97 98 28/08/2019 50 ▪ Recursos adicionais I Ventilometria ▪ Monitorização simples, preventiva e fidedigna, para determinação da gravidade e do progresso de diversas disfunções neuromusculares. ▪ Os volumes pulmonares que pode ser mensurados: volume minuto, volume corrente e capacidade vital. 99 100 28/08/2019 51 ▪ Os valores normais para a capacidade vital são de 65 a 75 ml/Kg. ▪ Sua redução evidencia pacientes com fraqueza de músculos respiratórios ou com alterações de mecânica pulmonar [sobrecarga]. ▪ Associa-se uma CV menor que 10 a 15 ml/kg ao fracasso do desmame da ventilação mecânica. ▪ Os volumes pulmonares variam em função do gênero, altura, idade, peso, postura e atividade física. ▪ A CV obtida em DD poderá ser menor que 25% ou mais em relação à obtida na posição sentada. ▪ As avaliações dependem do entendimento e da colaboração do paciente [volitivo]. 101 102 28/08/2019 52 carlos.andrade@unifavip.edu.br 103
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