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FACULDADE FEDERAL DO TOCANTINS Campus Porto Nacional Curso de Relações Internacionais Gabriela Alcon Rosa Introdução às Relações Internacionais - 2019.1 Teoria das Relações Internacionais - Correntes e Debates O estudo Clássico das Relações Internacionais é dado a partir do pressuposto da existência de relações formais entre Estados soberanos, tal qual implica na aceitação plena quando comparado aos ideais de nação e Estado. Entretanto, evoluem o conceito de formação da sociedade e selecionar as principais necessidades para continuar mantendo suas ligações domésticas. Logo, ao evoluir a teoria das Relações Internacionais que, se caracterizam na estreita ligação entre a dinâmica da natureza e transformação correlata entre Estados, países e outros atores internacionais representados por seus diplomatas nativos - uma elite intelectual fechada e estereotipada até meados do século XX -, acordos são selados, priorizando o bem da soberania da nação representada a partir da persuasão oral, em viés da melhora política, econômica ou social de um país, tanto interna e externamente, construindo diferentes maneiras da formação da política externa para o crescimento doméstico estatal. Como apontado por Henrique Marinho (2008), a análise das relações internacionais apresenta diversas teorias que explicam as estratégias de política internacional. Portanto, como já salientado, para desenvolver acordos e negociações de uma país, torna-se indiscutível a necessidade da formulação de teorias científicas - inspiradas em teóricos filosóficos ou políticos - para representar os anseios da nação que estará usufruindo de tal teoria para representação de seus interesses políticos.Tais teorias adquirem uma imensa adesão aos teóricos da ciência política quando a mesma passa a ser incorporada ao campo de estudo das Relações Internacionais devido suas inúmeras modificações para atingir tal patamar de desenvolvimento. O termo “teoria” dentro da ciência política evidencia a política interna e sua hegemonização como algo complexo (quase que impossível) de ser explicada em sua totalidade. Teorias selecionam - dentre os componentes da política doméstica - , quais tornam-se elementos de suma importância para compreensão e explicações teóricas - que podem ser divergentes entre si, porém, não necessariamente excludentes - do por quê tais atores estão inseridos em diversos debates político-sociais. O campo científico para explicar as relações entre Estados, Soberanos e suas maneiras de cooperação - as Relações Internacionais -, aborda diversos conceitos teóricos, entre eles o liberalismo; realismo; marxismo; construtivismo; positivismo e afins. Tais teorias serão abordadas ao longo do texto comparadas uma entre as outras devido suas proximidades ou contrastes em determinados períodos específicos, em maneira de debates teóricos, marcantes para ciência política dentro do final do século XIX e decorrer do século XX. 1° DEBATE TEÓRICO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS: LIBERALISMO vs REALISMO O primeiro debate teórico dentro do campo das Relações Internacionais se caracteriza pela quebra de diferentes ideais e visões teóricas de diferentes “escolas” quando analisado questões sócio-políticas e a maneira de interação entre a natureza humana e a política doméstica e externa de certa nação, trazendo à tona, a primeira manifestação, contestando ou comparando a sociedade e seu meio de ação dentre diferentes visões intelectuais, abordando questões de natureza ideológica correlata a diferentes correntes de pensamento e seus paradigmas. A corrente de pensamento liberalista, -” grande tradição do pensamento Ocidental, que deu origem a teorias sobre o lugar do indivíduo na sociedade, sobre a natureza do Estado e sobre a legitimidade de instituições de governo”(MESSARI & NOGUEIRA, 2005)]” -, foi duramente criticado por pensadores da corrente realista, os caracterizando como idealistas, uma maneira de insulto regido por seus ideais teóricos de atingir um bem estar social onde indivíduos cooperaram para formação de um mundo mais politizado e pacífico. Norman Angell, um dos principais pensadores do liberalismo, foi duramente criticado por teóricos e conceitos realistas, devido suas falas influenciadas pelo “idealismo” proposto, porém, é de suma importância padronizar que o ideias liberalistas e suas estruturas evoluíram muito após o fim da Guerra Fria, principalmente. Já o realismo, um dos principais pensamentos clássicos, como uma das teorias influenciadoras de tomadas de decisões diplomáticas, se opondo a diversos conceitos sintetizados no liberalismo, dando ao mundo, uma nova perspectiva sobre a natureza do indivíduo, suas ações e tomadas políticas internacionais. CORRENTE LIBERAL - “IDEALISMO” O princípio do estudo para a Escola Liberal o Estado, ou as relações entre eles, mas sim o livre comércio, atores mundiais, a democracia, a cooperação entre países, nações e Estados, ou seja, diferentes indivíduos com diferentes posições políticas e tomadas de decisão pois o local influencia muito na maneira de como o ser humano irá se comportar. O primeiro debate se deu após tensões dadas pelo período entreguerras europeu - 2° Guerra Mundial e Guerra Fria -, no século passado. Surge, primeiramente, os pensamentos liberais, onde propõe que o indivíduo é dado como um ser egoísta devido sua necessidade de satisfazer seus interesses, a implicância em seus padrões de vivência que, se são como racionais. Porém, propõem que, todo indivíduo, em sua natureza humana deve dotar de seus direitos naturais: vida/liberdade/propriedade. Evidencia também que as dinâmicas entre nações são regidas, majoritariamente, pela competição que, muitas vezes pode resultar de um conflito. A corrente propõe um Estado provedor dos direitos naturais do ser humano, e mantenedor político representativo externo que, deve cumprir os interesses da sociedade dentro do locus representado, e, um Sistema Internacional anárquico devido a junção de nações soberanas, para não haver imposição de poderio de uma hegemonia sob outros Estados-Nações menos desenvolvidos ou emergentes. A teoria salienta, também, a manifestação de poder dos Estados inseridos na organização internacional influenciam e moldam a política interna de cada um e vice-e-versa, acreditando que uma cooperação internacional é possível contando que os interesses de cada nação passem a ser em viés do bem comum, colocando o caráter competitivo dentro da política mundial como subalterno. Em tese, o liberalismo não foi muito abrangente quando analisa-se pesquisas e artigos publicados sobre o mesmo tendo como seu principal, mais importante, e, talvez um dos únicos apoiadores de tal teoria, o presidente estadunidense Thomas Woodrow Wilson (1913-1921), que procurava propagar a paz ao invés da guerra, evitar uma possível guerra civil em seu continente. Seu pensamento foi uma das principais influências para a criação da Liga das Nações em 1919, prioritariamentecom influências iluministas do século XVIII. CORRENTE REALISTA A corrente realista, dentro da Teoria das Relações Internacionais, foca na representação dos direitos e seguridade do indivíduo e a sociedade na qual se insere, focando em seus interesses egoístas políticos dotados de poder, onde os Estados estão em constante competição para declarar sua nação como hegemonia do globo, mesmo que haja a necessidade de atritos conflituosos, como grandes guerras. Para teóricos realistas, enquanto houver diferentes interesses, caracterizados pelo local de vivência, maneira de reger a política e a posição de certo país no mercado internacional, haverão guerras. Propondo, também, um dos únicos conceitos que concorda com a escola liberalista: a ideia de um Sistema Internacional anárquico, devido junção de Estados advindo de suas soberanias. Quanto a maneira organizacional internacional, a corrente sugere a ideia do tal sistema organizacional ser um “barco vazio”, onde organizações e instituições de nada influenciam em tal organização devido já ser comandada pelos Estados que detém um poder maior do que outros - potenciais ou países hegemônicos, fazendo com que, torne-se raro a cooperação entre Estados devido o enraizado egoísmo. Tais teorias foram propostas e reconhecidas, principalmente, por filósofos ou pensadores como Maquiavel e Hobbes. O primeiro teórico salientado no parágrafo anterior, Maquiavel, é um grande influenciador para sustentação da corrente, constatando que o Estado tem de se visto como o ator, através da obra “O príncipe (1532)” , demonstrando que qualquer controlador ou mantenedor do poder dentro de um Estado - seja ele monárquico, absolutista, democrático ou republicano -, nada seria sem o controle de seu meio doméstico, o mesmo perderia sua relevância e respeito advindo de sua sociedade. Assim como Maquiavel, Thomas Hobbes é alvo de estudo realista a partir da concepção de “Estado e Natureza” e da “Guerra de todos contra todos”, pois os mesmos desenvolvem uma das principais e mais defendida teoria dentro da corrente do realismo: a anarquia dentro do Sistema Internacional, a soberania de cada Estado dentro do sistema. Tal conceito fez com que Messari concluísse que, há uma ausência de um Estado ou uma instituição de poder máximo acima de todos Estados e suas soberania, concretizando as relações internacionais e o estado de natureza proposto por Hobbes. “A ideia da anarquia no sistema jurídico-político internacional é um dos seus pressupostos fundamentais, permeando todas as Teorias das Relações Internacionais. No que concerne à genealogia da palavra, essa encontra raízes no grego, denotando a ausência de autoridade política. O conceito de anarquia utilizado na Teoria Política Internacional é diferente do uso comum, como caos ou desordem. Ao contrário, a ausência de uma autoridade política superior não significa que não há ordem nas Relações Internacionais – há uma ordem, mas não há um claro governo global com o objetivo de criar ou facilitar condições harmônicas. Essa anarquia é, no mais, um conceito completamente dissociado do anarquismo político, baseado nos ideários de Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), Mikhail Bakunin (1814-1876), Piotr Kropotkin (1842-1921) ou Enrico Malatesta (1853-1932)”. A partir de tal debate, dado em meados do século XX, atualmente, no século XXI, há a modernização de tais teorias e seu debate ainda continua em ação devido seus contrastes explícitos. porém, que concordam com o principal modo de conversação entre Estados, mantendo suas guardas pacíficas: a anarquia Propondo, então, um novo debate teórico, entre Neoliberais e Neorealistas, advindos do positivismo que afirma, em suas teorias científicas que, a realidade existe e é concreta por si só, materializada e não tem como ser transformada. Resta ao indivíduo captar as sensações dadas pelo menos para tentar explicar tal realidade que já foi dada como, por exemplo, a ideia do Big Bang, não debatendo se o mesmo de fato ocorreu ou não. E, sim, debatendo questões advindas do “onde”; “quando”; “a partir do quê”. O positivismo é linkado como assunto central das Políticas Internas de um Estado que, por sua vez, se teorizam a partir da dimensão militar, distensão da Guerra Fria. Tal qual surge com novos temas, e, os mesmos passam a ser integrados à agenda doméstica política necessitando, então, de explicações teóricas, transferindo a realidade internacional para a nacional, interna - evoluindo questões tecno-científicas, comunicativas e infraestruturais. Em 1970, a ideia de interdependência dos Estados cresce, progressivamente, devido consequência da melhora interna das nações nos três âmbitos - política, econômica e social -, promovendo atualizações dentro do maistream mundial. O realismo se tornou a leitura chefia do campo das Relações Internacionais quando abordado a vertente que analisa competições e conflitos dentro da sistemática internacional, avaliando seus atores desde suas maneiras comportamentais internas - advindas da natureza, proposta por Hobbes - que resultam no seu regimento político externo adjunto de uma dimensão estratégica imensurável. Nos dias atuais, o conceito de Interdependência Complexa surge para explicar teria que rege Estados no século da globalização que propõe conceitos para explicação de como sociedades humanas alcançaram níveis altos de interdependência económica; cultural e política formando assim, múltiplos canais bilateria se multilaterais de comunicação e negociação. É importante salientar que, as duas escolas - realismo e liberalismo - não se opõe 100%, e sim, focam em diferentes interpretações e vertentes das relações estatais ao redor do globo. Como por exemplo, o neorrealismo foca no estudo teórico da seguridade, poder, conflito e sobrevivência interna e externa. E, no Neoliberalismo predomina-se estudos político-econômicos, visando uma cooperação internacional, propondo uma possível unificação de interesses que, por sua vez, não dão prioridade a nenhum Estado em específico, e, sim ao Sistema Internacional visto como um todo. Ambos oferecem tentativas de explicações, a partir de teorias político-científicas, comportamentais que justificam ações tomadas por nações, a natureza política internacional e seus Estados. Cada “Neo” possui seu foco, o Neoliberalismo, como já avaliado ao longo do texto, - proposto por David Baldwin (1993) - varia, em si, entre quatro explicações dadas a partir do liberalismo do sé culo XIX para o XX: ● Comercial, onde a economia é dada pelo sistema capitalista de livre mercado para o alcance da paz e prosperidade; ● Republicana respeitando direitos de cada Estado ao estabelecer suas próprias leis, evitando um viés de governo autoritário ou oligárquico; ● Sociológico; ● Liberal Institucional O caminho para prosperidade passa pela relativização da soberania ( acordos e tratados) ou reunião de recursos estatais, onde nações cedem um percentual de sua liberdade de ação para entrar em cooperaçãocom outras nações, respeitando determinadas regras impostas a partir da reunião e troca de ideais e propostas. Porém, é preciso avaliar o local de enunciação de cada Estado, a origem acadêmica e de vivência do autor ou pensador que propões devidas teorias, muitas vezes entrando em conflito com a teoria crítica, desenvolvida especialmente por teóricos marxistas, para aprofundar teorias influenciadas pelo pensamento de karl marx para assim, concretizar um conceito proposto pelas correntes iniciais de pensamento de maneira mais desenvolvida, enxergando o mundo então, como injusto, formulando perspectivas científicas com potencial para transformação de determinada sociedade desigual, formando um novo debate: Positivismo vs Construtivismo. Para o positivismo a única ciência é a EXPLICAÇÃO, caracterizando um viés a-normativo em seus ideais, onde o pesquisador e a pesquisa não criam uma ligação estreita, propondo uma imparcialidade inexistente e para o construtivismo, não existe a realidade concreta, e, sim, a construção da mesma por meio de múltiplas interações e como as normas exercem influência para a política internacional e vice-e-versa para assim ser possível montar comportamentos diferentes dos atores, advindo da confiança de cooperações entre os mesmos, para assim, formular a transformação do sistema internacional político, mudando o conceito estereotipado do campo das Relações Internacionais, a luta pelo poder. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS https://jus.com.br/artigos/17929/a-perspectiva-realista-na-teoria-das-relacoes-interna cionais http://funag.gov.br/loja/download/40-Vinte_Anos_de_Crise_-_1919-1939.pdf http://www.fflch.usp.br/dcp/assets/docs/BibliografiaSelecaoPos/WALTZ_2002.pdf http://www.scielo.br/pdf/ln/n83/a05n83.pdf http://www.periodicos.ufgd.edu.br/index.php/moncoes/article/view/2188/1525 http://www.scielo.br/pdf/cint/v27n2/v27n2a01.pdf
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