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7º ano volume 1

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Prévia do material em texto

7o. ano
Volume 1
ooo
Geografia
1
2
3
Representação artística
Imagem ampliada
Fora de escala numérica
Escala numérica
Formas em proporção
Imagem microscópica
Coloração artificial
Coloração semelhante à natural
Fora de proporçãoO projeto gráfico atende aos 
objetivos da coleção de diversas 
formas. As ilustrações, os 
diagramas e as figuras contribuem 
para a construção correta dos 
conceitos e estimulam um 
envolvimento ativo com os temas 
de estudo. Sendo assim, fique 
atento aos seguintes ícones:
Aspectos naturais: clima e 
vegetação 37
Aspectos naturais: 
geologia, relevo e 
hidrografia 20
Brasil: formação e 
organização 
do território 2
Livro
didático
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1 Brasil: formação 
e organização 
do território
Observe a sequência de imagens. Por meio delas, é possível perceber como o território 
brasileiro foi se expandindo ao longo dos séculos. Aponte as principais transformações que 
você pode notar.
Di
vo
. 2
01
7.
 D
ig
ita
l.
1534
1709
1823
1889
1943
Século XXI
2
Como você pôde perceber na imagem de abertura do capítulo, houve grandes transformações 
no formato e no tamanho de nosso território até que este atingisse as dimensões que conhecemos 
hoje. Durante o longo espaço de tempo que abrange todas essas transformações territoriais, também 
aconteceram, e ainda acontecem, muitas mudanças na maneira de se viver no país, ou seja, em sua cultura. 
Desde a chegada dos portugueses, o Brasil se constituiu, primeiramente, como uma colônia de Portugal; 
em seguida, um império; e, por fim, uma república moderna. Portanto, a configuração territorial atual de 
nosso país é resultado de um processo histórico com mais de 500 anos, que envolveu relações muito 
complexas.
Foram inúmeras transformações nesse processo, e alterações continuarão a ocorrer. Portanto, é 
importante saber que você é um dos agentes que ajudarão a construir o Brasil do amanhã e que, para isso, 
é necessário desenvolver conhecimentos e pensamentos críticos. Que tal começarmos essa empreitada 
reconhecendo as características gerais de nosso país e de seu território?
 Localização e características gerais do território 
brasileiro 
Atualmente, podemos considerar que um país é formado por três elementos principais: a) seu povo 
ou população, isto é, os cidadãos com seus costumes e suas culturas; b) seu governo, do qual se originam 
as instituições e leis que serão 
seguidas; e c) seu território, que é 
o espaço que delimita o exercício 
da autoridade do governo.
Ao observamos um planisfério, 
notamos a grande quantidade de 
países que existem e percebemos 
que o Brasil é um dos maiores 
do mundo. Mas você saberia 
descrevê-lo? 
Ao caracterizar um país, 
podemos usar certos elementos, 
entre eles, a localização, a área, o 
número de habitantes, quais são 
os países vizinhos, entre outros 
aspectos. Reunindo tudo isso, é 
possível identificar e dimensionar 
tal país no globo.
Objetivos
• Compreender a formação e a organização do território brasileiro com base em suas caracterís-
ticas gerais, como localização e extensão. 
• Conhecer os principais tratados internacionais e atividades econômicas que impulsionaram a 
formação territorial brasileira. 
• Entender a regionalização e a organização atual do território brasileiro, bem como as relações 
internacionais do país no século XXI.
Observe os dez cards 
de países disponíveis na 
página 1 do material de 
apoio. No verso de cada 
um deles, há algumas li-
nhas nas quais você pode 
inserir mais informações a 
respeito do país em ques-
tão, complementando 
seus cards. Siga as orien-
tações do professor sobre 
quais dados pesquisar e, 
depois, suas instruções so-
bre como jogar. 
Jogos geográficos
Brasil
O R D E M E P R O G R E S S O
Nome oficial: República Federativa do Brasil
Continente onde se localiza: América do Sul
Capital: Brasília
Área: 8 515 759,090 km2
População (Censo de 2010): 190 732 694 
habitantes (estimativa do IBGE para 2019: 
190 732 694).
3
O Brasil está localizado totalmente no Hemisfério 
Ocidental. A maior parte de seu território, aproxima-
damente 93%, situa-se no Hemisfério Sul. Além da Li-
nha do Equador, o Trópico de Capricórnio passa pelo 
território brasileiro, como você pode observar na ima-
gem ao lado e no mapa desta página. 
No sentido norte-sul, o país apresenta uma exten-
são territorial de 4 378,4 km e, no sentido leste-oeste, 
a extensão é de 4 326,6 km. Como se pode notar, a 
diferença é de apenas 51,8 km, ou seja, trata-se de um 
território um pouco mais alongado no sentido norte-
-sul. Observe esses pontos no mapa e, também, a dis-
posição espacial do território no continente, fazendo 
fronteira com quase todos os países.
• Uma placa indica o local por onde passa a linha imaginária do 
Trópico de Capricórnio, no município de Sorocaba, SP, 2014
Ki
no
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Ja
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1. Com base nas informações do mapa, responda às questões propostas.
Brasil: pontos extremos
Ta
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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 94. Adaptação.
a) Quais estados brasileiros 
apresentam parte de seu ter-
ritório no Hemisfério Norte?
b) Quais estados brasileiros 
apresentam o território ou 
parte dele ao sul do Trópico 
de Capricórnio? 
c) Quais são os dois países da 
América do Sul que não fa-
zem fronteira com o Brasil?
d) Qual cidade, capital de um 
estado brasileiro, é atravessa-
da pela Linha do Equador?
e) O município onde você mora 
está situado ao norte ou ao sul 
do Trópico de Capricórnio?
f) Pesquise as coordenadas geo-
gráficas do município onde 
você vive e registre-as.
7o. ano – Volume 14
Saiba +
O município de Macapá, capital do estado do Amapá, 
é atravessado pela Linha do Equador. Desse modo, uma 
parte da cidade fica no Hemisfério Sul, e a outra, no He-
misfério Norte. Tendo em vista essa “divisão imaginária” 
da cidade, foi construído um estádio de futebol cuja linha 
de meio-campo no gramado coincide exatamente com a 
Linha do Equador. Trata-se do Estádio Milton Corrêa, po-
pularmente conhecido como “Zerão”, que apresenta, as-
sim, um lado ao norte da Linha do Equador, e outro ao sul.
Diversos tratados internacionais e atividades econômicas interferiram na expansão territorial de nossas 
fronteiras no decorrer dos séculos. É o que verificaremos a seguir.
 Tratados internacionais, atividades econômicas 
e formação do território brasileiro
O Brasil tem mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados de extensão territorial, o que corresponde 
a 47% de toda a América do Sul, isto é, quase a metade do subcontinente. Para chegar a tais dimensões, 
foram necessários longos processos de ocupação de terras e desenvolvimento de diferentes atividades 
econômicas. Tais processos começaram a ocorrer antes mesmo da vinda dos portugueses, em 1500. 
O Tratado de Tordesilhas (1494) e as capitanias 
hereditárias: do pau-brasil à cana-de-açúcar
Antes da chegada oficial dos portugueses ao litoral brasileiro, as terras que viriam a compor nosso país já 
haviam sido divididas de acordo com os interesses dos reinos de Portugal e Espanha. É fato que não se co-
nhecia em detalhes o que estava sendo partilhado. O Tratado de Tordesilhas, assinado pelas duas coroas em 
1494, definiu um meridiano localizado cerca de 370 léguas a oeste de Cabo Verde, arquipélago no Oceano 
Atlântico de domínio português. As terras a oeste do meridiano seriam espanholas, e as situadas a leste, 
portuguesas. Considerando esse tratado, o território teria cerca de 3 milhões de quilômetros quadrados de 
extensão, menos da metade do que apresenta atualmente.
Em razão de interesses em outras terras, os portugueses iniciaram o processo de 
colonizaçãoefetivamente apenas por volta de 1532, quando perderam parte do domínio 
comercial que tinham no Oriente e perceberam a aproximação de outros países que 
queriam explorar as terras brasileiras.
Criaram, por isso, frentes colonizadoras com certa autonomia ao longo da costa. Assim, em 1534 for-
maram as capitanias hereditárias: grandes faixas de terras doadas a nobres portugueses que as recebiam 
como donatários com a missão de desenvolvê-las a serviço da Coroa.
 léguas: unidade de medida muito utilizada no período das Grandes Navegações. Existem diferentes tipos de léguas. A légua marítima 
corresponde a aproximadamente 6 quilômetros.
arquipélago: conjunto de ilhas.
donatários: pessoas que recebem uma doação.
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• Estádio Milton Corrêa, em Macapá, 
capital do Amapá, 2000
 Geografia 5
O mapeamento dessas capitanias era de extrema importância para que Portugal conhecesse o território 
que colonizava, mesmo a distância. Contudo, consistia em uma tarefa complexa, como veremos a seguir.
Cartografar, nos primórdios da colonização, era uma atividade imprecisa e, por vezes, bastante tenden-
ciosa. Observe que, no mapa à esquerda, elaborado por um reconhecido cartógrafo português chamado 
Luís Teixeira, cuja data aproximada é de 1586, o estuário do Prata, situado entre a Argentina e o Uruguai, as-
sim como o Rio Paraná, aparecem dentro das possessões portuguesas. Ao compará-lo com um mapa atual 
mais preciso, ao lado, percebemos grandes divergências. O estuário do Prata, assim como o Rio Paraná, na 
realidade estava dentro dos limites espanhóis. Perceba a diferença entre a posição do rio nos dois mapas. 
É interessante refletir sobre os fatos que levavam a tais tipos de registros. Poderiam ser apenas erros ou mes-
mo atitudes propositais para se apropriar de recursos situados para além dos domínios acordados no tratado.
Brasil: capitanias hereditárias
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Fonte: ATLAS histórico escolar. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 
1964. Adaptação.
• Mapa de Luís Teixeira, datado aproximadamente de 1586, 
Biblioteca da Ajuda, Lisboa 
O mapa mostra a divisão da América portuguesa em capitanias. A 
linha de Tordesilhas está deslocada dez graus mais a oeste. 
 Escreva, nas linhas a seguir, as principais diferenças entre os dois mapas. 
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7o. ano – Volume 16
• O quadro de Benedito Calixto (1853-1927) 
retrata engenho de cana-de-açúcar com mão 
de obra escravizada
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• Exemplar da ibirapitanga, ou pau-brasil, 
em São Paulo, SP, 2008
A primeira atividade econômica rentável desenvolvi-
da em terras brasileiras no século XVI foi a exploração da 
madeira denominada pelos povos indígenas nativos de 
“ibirapitanga”. Chamado pelos portugueses de “pau-brasil”, 
esse recurso era utilizado para produção de móveis, além 
de como corante de tecidos e outros materiais. Porém, os 
gastos da Colônia eram elevados, e os lucros com a extra-
ção de madeira, insuficientes. Assim, tornou-se importante 
encontrar novas atividades econômicas que trouxessem 
mais ganhos aos portugueses.
Como a extração do pau-brasil não se mostrou uma 
atividade tão lucrativa, a saída foi a produção de açúcar. 
As primeiras tentativas de se cultivar a cana-de-açúcar 
no Brasil ocorreram na capitania de São Vicente, área 
atualmente pertencente ao estado de São Paulo. A divisão das capitanias hereditárias favoreceu, em certas 
localidades, o cultivo da cana, porém nem todas as áreas chegaram ao mesmo nível de resultados.
As dificuldades na produção açucareira na capitania de São Vicente fizeram com que a prática fosse 
abandonada no local. A partir disso, a Região Nordeste seria o principal ponto de desenvolvimento da 
economia canavieira no Brasil, utilizando para tal a mão de obra escravizada – em especial a africana, mas 
também a indígena.
A vinda dos povos escravizados trazidos da África contribuiu não apenas para o desenvolvimento eco-
nômico de nosso país, mas também para a nossa riqueza cultural e identidade nacional.
Portugal obteve grandes lucros com o trabalho escravo na produção açucareira. Contudo, a presença 
e as investidas dos holandeses logo passaram a ameaçar os interesses lusitanos. Entre idas e vindas, além 
de diversas batalhas, em 1634 eles conseguiram tomar posse de importantes áreas de cultivo da cana no 
Brasil. Esse episódio representou um duro golpe aos portugueses.
A Região Nordeste foi o principal alvo dos holandeses, mas não o único, já que também atacaram loca-
lidades como São Vicente, Rio de Janeiro e Salvador, porém sem sucesso. Em 1634, contudo, conseguiram 
ocupar Recife, em Pernambuco, além de São Luís, no Maranhão, e outras áreas, nas quais chegaram a for-
mar um novo governo.
Somente depois de mais de 20 anos, 
em 1654, os holandeses foram vencidos 
pelos portugueses e expulsos do Nor-
deste brasileiro. Entretanto, mesmo de-
pois de expulsos, passaram a concentrar 
sua produção de açúcar nas Antilhas, 
um pequeno arquipélago de ilhas locali-
zado no mar do Caribe, que já eram pos-
sessões holandesas, fazendo encolher a 
próspera atividade canavieira brasileira. 
Ou melhor, portuguesa, já que o Brasil 
ainda era uma colônia. 
CALIXTO, Benedito. Moagem da cana na Fazenda Cacheira, em Campinas. 
[ca. 1920]. 1 óleo sobre tela; 105 cm × 136 cm. Museu Paulista da 
Universidade de São Paulo.
 Geografia 7
Observe, na página 3 do material de apoio, os mapas das atividades econômicas desenvolvidas no 
território brasileiro nos séculos XVI e XVII. Em seguida, responda às questões propostas.
1. Além da expansão da mineração e do comércio das drogas do Sertão, a ocupação do território pas-
sou por modificações entre um século e outro. Quais modificações podemos perceber por meio da 
análise dos mapas? 
2. Quais atividades econômicas já eram praticadas desde o século XVI? Quais diferenças se podem per-
ceber na distribuição delas pelo território? 
Cartografar
A expansão para o interior e o Tratado de Madrid (1750) 
A busca por ouro e outros minerais, bem como por produtos amazônicos que serviam para temperar 
ou conservar alimentos e fabricar medicamentos (as chamadas drogas do Sertão), entre outras questões, 
motivou a exploração do interior do território. No século XVIII, muitos portugueses já haviam desrespeitado 
os limites com as terras espanholas estabelecidos no Tratado de Tordesilhas.
Assim, foram se formando vila-
rejos que se tornariam vilas e, mais 
tarde, cidades. É o caso de São João 
del Rei (1713), São José del Rei 
(1718), atual Tiradentes, e Vila Rica 
(1711), hoje Ouro Preto. O interior 
do território passava a ser ocupado 
pelos colonizadores.
Enquanto o Nordeste prospe-
rava com base, principalmente, 
no cultivo da cana e na produção 
de açúcar, a capital da Colônia era 
Salvador. À medida que a região 
das minas ganhou importância, a 
transferência da capital para um lo-
cal mais próximo se fez necessária. 
Entretanto, o acesso ao interior ain-
da era lento e precário, de modo 
que o litoral seria mais indicado 
para abrigar a capital da Colônia. Dessa forma, em 1763, esta foi transferida para o Rio de Janeiro, permane-
cendo assim até a inauguração de Brasília, em 1960, conforme veremos mais adiante.
A busca por riquezas e por atividades econômicas que lhes gerassem lucros levou os colonizadores a 
adentrar cada vez mais o território e a se depararem com os povos nativos que os habitavam milenarmen-
te, os indígenas. O contato com esses povos, na maioria das vezes, não se dava de forma pacífica, pois os 
nativos lutavam para defender suas terras.
• Centro histórico de Tiradentes, MG, fundada em 1718, 
em pleno ciclo do ouro. Foto de 2012
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7o. ano – Volume 18
Os povos indígenas e a expansão para o 
interior 
O crescimento do território nesse período se 
deu, em grande parte, em decorrência das entra-
das e bandeiras.
Simplificadamente, é possível afirmar que 
as entradas eram incursões promovidas pelo 
próprio governo, sendo, portanto, oficiais. Seu 
intuito era procurar metais preciosos, além de 
reconhecer o interior do território.
Já as bandeiras eram expedições promovidas 
por interesses particulares, costumavam partir de 
São Paulo, não respeitavam o Tratado de Tordesi-
lhas e visavam, principalmente, encontrar metais 
preciosos e capturar indígenas.
A figura histórica dos bandeirantes é contraditória. Isso porque a maioria deles era de filhos de portu-
gueses com mães indígenas. Assim, em geral tinham a fisionomia dos nativos e falavam predominante-
mente a língua guarani. Apesar de se identificarem como colonizadores, habitualmente tinham feições e 
costumes mais indígenas que portugueses, devido à ascendência materna. 
Havia, também, indígenas integrados à colonização que participavam 
das bandeiras.
Outro grupo que estabeleceu contato com os povos nativos habitantes 
do interior do território colonial foi o dos jesuítas, como eram conhecidos 
os padres católicos da Companhia de Jesus. Esses homens fundavam as 
missões, que eram povoados administrados por eles com o objetivo de 
catequizar os indígenas.
A relação entre os bandeirantes e os jesuítas era, portanto, conflituosa. Isso em grande parte porque os 
bandeirantes preferiam capturar indígenas já catequizados, visto estarem adaptados a trabalhar em lavou-
ras e outros ofícios ensinados pelos padres.
A escravização e a falta de resistência imuno-
lógica para as doenças trazidas pelos europeus 
resultaram na morte de milhares de nativos, 
bem como em grande perda cultural. Apesar 
de tais conflitos e atrocidades contra os po-
vos indígenas, estes desempenham um papel 
fundamental na formação da nação brasileira. 
Assim, a preservação de sua identidade cultural 
é uma forma de respeito à própria identidade 
cultural do Brasil.
DEBRET, Jean-Baptiste. Soldados índios de Mogi das Cruzes. 1834. Gravura sobre 
cartão, 32,6 cm × 21,3 cm. Museu Castro Maya, Rio de Janeiro.
• A obra de Jean-Baptiste Debret (1768-1848) retrata bandeiran-
tes em sua atividade de captura de indígenas
RUGENDAS, Johann M. Índios em sua cabana. [Século XIX]. 21 cm × 26,5 cm. 
Viagem pitoresca através do Brasil. Coleção Banco Itaú, São Paulo. 
• Tela de Rugendas (1802-1858) que retrata indígenas 
em cena cotidiana nas florestas que ocupavam boa 
parte do interior do território nacional 
A Companhia de Jesus é 
uma das ordens religiosas 
da Igreja Católica conhe-
cida pelas atividades de 
catequização de diversos 
povos colonizados.
 Geografia 9
 Como você pôde verificar nos mapas da página 3 do seu material de apoio, o interior do território foi 
colonizado lentamente. De início adentraram no território em busca de pau-brasil, criação de gado e, poste-
riormente, à procura de ouro e diamantes. Nesse contexto, as demarcações do Tratado de Tordesilhas seguiam 
sendo desrespeitadas na porção norte do território da Colônia. A busca por cravo, urucum, baunilha e outras 
especiarias, conhecidas como drogas do Sertão, fez com que a região amazônica se tornasse atrativa para os 
lusitanos. Por fim, a Região Sul se destacava pela pecuária e produção de carne, porém ainda estava sob domí-
nio espanhol, que cederia lugar aos portugueses somente a partir de meados do século XVIII.
Na página 4 do material de apoio, há um mapa que representa as atividades econômicas desen-
volvidas no território brasileiro no século XVIII. Escreva quais diferenças é possível perceber em relação às 
atividades exercidas durante o século XVII. 
Cartografar
Tanto a exploração da ibirapitanga, ou pau-brasil, como de cana-de-açúcar ocorreram bem próximo ao 
litoral. Esse fato estimulou uma exploração centrada, principalmente, no litoral nordestino, sendo o interior do 
território habitado lentamente pelas margens dos rios, como o São Francisco, por criadores de gado.
Enquanto isso, os espanhóis, preocupados com o comércio dos montantes de prata encontrados no lado 
oeste da América do Sul, sobretudo na Bolívia, ocuparam também as margens do Rio Paraná e seus afluentes 
até o estuário do Prata, com intuito de fundar missões jesuíticas.
O Tratado de Tordesilhas não tinha, então, mais significado prático. Dessa forma, Portugal e Espanha firma-
ram um novo acordo, na cida-
de de Madri, em 13 de janeiro 
de 1750. O Tratado de Madrid 
delimitou boa parte das terras 
portuguesas que viriam a se 
tornar o Brasil, já com dimen-
sões semelhantes às atuais. 
Um avanço muito impor-
tante do tratado foi o fato de 
considerar os acidentes na-
turais para os novos limites 
territoriais. À época, essa era 
uma necessidade, já que a 
linearidade do meridiano de 
Tordesilhas representava um 
grande problema para a iden-
tificação visual das fronteiras. 
Isso deu, portanto, um recorte 
variado ao novo território. Ob-
serve o mapa ao lado. 
M
ar
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Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel M. de. Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: FAE, 1991, 
p. 30. Adaptação.
Brasil: tratados de Madrid (1750) e Tordesilhas (1494)
7o. ano – Volume 110
Século XIX: a independência e o café 
Como verificamos, durante o século XVIII, a economia da ainda Colô-
nia passou a ser mais diversificada. Contudo, no fim do século, a extração 
do ouro já não era tão volumosa, e os descontentamentos com o gover-
no português começavam a se intensificar.
Em 1822 o Brasil se tornou independente de Portugal. A partir desse 
acontecimento, o café passou a ser a atividade econômica que garantiria 
a estabilidade do país. Durante praticamente um século, esse passou a ser o principal produto da economia 
brasileira, cultivado, sobretudo, no estado de São Paulo, ainda com a mão de obra escravizada até 1888, 
quando foi sancionada a Lei Áurea. No Nordeste, principalmen-
te na Bahia, também era cultivado por meio do trabalho escravo 
o cacau. Até os dias de hoje há cultivos desse produto na região.
Com esses e outros eventos que estabeleceram a definição po-
lítica do Brasil, as fronteiras do país foram se consolidando nos ma-
pas, porém permaneciam indefinidas em muitas áreas por onde 
passavam. Era necessário um grande esforço de demarcação, o que 
exigia longas negociações com os países vizinhos. Entre o fim do 
século XIX e começo do século XX, tais demarcações foram esta-
belecidas, em grande parte, graças à atuação de um importante 
diplomata, conhecido como Barão do Rio Branco.
Atividades
1. Por que houve pouco interesse pela exploração do interior do território no início da colonização?
2. A descoberta de ouro no interior do território provocou tanto uma mudança econômica quanto 
populacional, visto que povoados passaram a surgir nesses locais. Qual mudança política foi feita em 
decorrência dessas transformações da economia e da população da Colônia?
3. Ao observar o mapa “Brasil: tratados de Madrid (1750) e Tordesilhas (1494)”, você pode notar que 
houve um grande ganho longitudinal no território colonial com o Tratado de Madrid. Utilizando uma 
régua, calcule, com base na escala do mapa, quantos quilômetros aproximadamente a fronteira se 
expandiu, desde o limite estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas até o ponto extremo oeste definido 
pelo Tratado de Madrid.
A Lei Áurea, aprovada pela 
princesa Isabel, filha do en-
tão imperador Dom Pedro II, 
aboliu a escravidão no Brasil. 
• Trabalhadores escravizados realizam 
a colheita do café no Vale do Paraíba, 
em 1885
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 sancionada: aprovada.
 Geografia 11
Brasil: fronteirasdefinidas pelo Barão 
do Rio Branco
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O Barão de Rio Branco e a definição das fronteiras brasileiras
Observe, na página 4 do material de apoio, o mapa relativo às atividades econômicas desenvolvi-
das no território brasileiro no século XIX. Em seguida, escreva quais diferenças é possível perceber em 
relação às atividades praticadas durante o século XVIII? 
Cartografar
Observe o mapa que representa as 
áreas do território nacional e as fronteiras 
definidas por intermédio da atuação do 
diplomata José Maria da Silva Paranhos 
Júnior. Mais conhecido como Barão do 
Rio Branco, é uma das figuras mais impor-
tantes da história das relações internacio-
nais brasileiras.
O território do Brasil chegou aos seus 
atuais formato e dimensão entre o fim do 
século XIX e o início do século XX, quando 
as últimas fronteiras internacionais foram 
estabelecidas pelos tratados ou acordos 
liderados pelo Barão do Rio Branco, por 
meio de longas negociações internacio-
nais. No total, ao consolidar as fronteiras, 
garantiu ao país uma área de mais de 900 
mil quilômetros quadrados de território, 
com nove diferentes vizinhos. Grandes 
feitos que renderam a ele muita popula-
ridade, até sua morte em 1912. 
O mérito dos acordos estabelecidos 
pelo Barão do Rio Branco também pode 
ser notado pelo fato de que, desde então, 
o Brasil praticamente não se envolveu 
em disputas territoriais com seus vizi-
nhos, ao contrário dos demais países do 
continente.
As principais mudanças territoriais 
ocorridas depois aconteceram nas fron-
teiras internas do país e definiam o terri-
tório das unidades da federação.
Fonte: GOES FILHO, Synesio S. Navegantes, bandeirantes, diplomatas: um ensaio 
sobre a formação das fronteiras do Brasil. San Pablo: Martins Fontes, 1999, p. 409. 
Disponível em: <http://funag.gov.br/loja/download/1118-Navegantes_bandeirantes_
diplomatas%20_(08-06-15).pdf>. Acesso em: 22 ago. Adaptação.
7o. ano – Volume 112
Séculos XX e XXI: mudanças na configuração das 
unidades da federação brasileira 
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A construção de Brasília, entre 1956 e 
1960, trouxe nova dinâmica econômica e 
populacional ao Centro-Oeste brasileiro. Nas 
imagens, as obras do Palácio do Planalto e 
da Esplanada dos Ministérios, em 1959. 
Nas primeiras décadas do século XX, o mundo pas-
sou pela Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918. 
Até essa época, o Brasil se destacava como produtor 
agrícola, principalmente de café. Muitos produtores 
deixaram de investir em outros artigos para cultivar 
essa planta, o que ocasionou excesso de produção. 
Além disso, fatores externos, como a queda nas expor-
tações, provocada por crises econômicas em outros 
países, comprometeram a agricultura e causaram vá-
rios problemas internos. 
Diversas alterações marcaram o 
século XX no país, como o início da 
industrialização, o aumento da popu-
lação urbana, a criação de Brasília e a 
mudança da capital.
Com a industrialização, aumentaram as ativida-
des econômicas das áreas urbanas, a taxa de cres-
cimento da população se elevou e o perfil do Brasil 
no cenário internacional mudou. À medida que o 
país se modernizava internamente, diversificava 
suas trocas comerciais e políticas externas.
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Carros importados no porto do Rio de 
Janeiro, então capital federal, em 1954, 
simbolizavam a modernização do país com 
o aumento do comércio internacional. 
O Brasil ou República Federativa 
do Brasil tem hoje 27 unidades da 
federação, sendo 26 estados e o Dis-
trito Federal, que é a sede da capital 
federal, Brasília. Mas no início do sé-
culo XX não era assim.
 Geografia 13
Até 1940, nosso país se chamava República dos Estados Unidos do Brasil e estava dividido em cinco 
grandes regiões, contando com 20 estados mais o território do Acre e o Distrito Federal, que estava loca-
lizado na cidade do Rio de Janeiro. Somente em 1960 este deixou de ser a Capital Federal.
Com a Segunda Guerra Mundial e a necessidade de promover maior desenvolvimento no interior de 
alguns estados, o governo criou diversos territórios federais nos anos seguintes, como os do Amapá, do Rio 
Branco (posteriormente Roraima), Guanabara (no antigo Distrito Federal) e do Guaporé (posteriormente 
Rondônia), entre outros, porém eles permaneceram sob essa condição por poucos anos. Havia também 
alguns litígios ou áreas em disputa por dois estados. Observe tais transformações nos mapas a seguir. 
Brasil: divisão estadual em 1940
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Fonte: IBGE. Atlas nacional do Brasil Milton Santos. Rio de Janeiro, 2010, 
p. 37. Adaptação.
Brasil: divisão estadual em 1960
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Fonte: IBGE. Atlas nacional do Brasil Milton Santos. Rio de Janeiro, 2010, 
p. 37. Adaptação.
Por quais mudanças a divisão político-administrativa do Brasil passou entre as duas datas representadas 
nos mapas? 
Cartografar
7o. ano – Volume 114
Brasil: divisão estadual em 1980
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Fonte: IBGE. Atlas nacional do Brasil Milton Santos. Rio de Janeiro, 2010, 
p. 37. Adaptação.
Brasil: divisão estadual em 2016
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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. 
Adaptação.
Em 1962, o Acre passou de território a estado. O número de unidades da federação continuou o mesmo 
até 1977, quando foi criado o Mato Grosso do Sul, desmembrado do Mato Grosso. Havia, ainda, vários ter-
ritórios federais, que eram unidades administradas pelo governo federal. Como exemplos, podemos citar o 
território de Rondônia (criado em 1956), além de Amapá e Rio Branco. 
Com a promulgação da Constituição em 1988, ocorreram as últimas mudanças significativas na divisão 
interna do Brasil. A organização em grandes regiões atingiu a configuração atual com a criação do estado 
do Tocantins, desmembrado de Goiás. Foi ainda extinta a unidade espacial chamada “território”, com a ele-
vação de Roraima e do Amapá à categoria de estado. Assim, os territórios federais administrados pelo pre-
sidente passaram a ter seus próprios governadores. Observe, nos mapas a seguir, as transformações citadas.
1. Que transformações ocorreram na configuração territorial brasileira entre 1960 e 1980? 
2. Quais transformações ocorreram entre 1980 e 2016 na divisão estadual do território brasileiro? 
Cartografar
 Geografia 15
Apesar de parecerem complexas, as alterações que 
ocorreram com o passar do tempo influenciaram prin-
cipalmente a forma de administrar e governar cada lo-
calidade, ou seja, se a responsabilidade era do governo 
federal ou estadual. 
O último território, o arquipélago de Fernando de No-
ronha, passou a ser distrito do estado de Pernambuco 
também em 1988. No século XXI, houve criação de no-
vos municípios, mas não mais alterações nas fronteiras 
do país. Áreas de disputa entre estados ainda existem, 
mas são desconsideradas pelo IBGE. 
Como você pôde analisar, a evolução do nosso país foi marcada pelo desenvolvimento de importantes 
atividades econômicas. Estas determinaram não somente a história, mas a geografia do nosso país e estão 
diretamente ligadas à atual organização do território. E o que podemos esperar do país?
Passamos por muitas mudanças internas, mas as relações externas, ou seja, as ligações com os outros 
países, também são uma preocupação constante. Dessa forma, o Brasil tem diversificado suas alianças inter-
nacionais.Sem abandonar antigos parceiros 
ricos, como Estados Unidos e União Europeia, 
estão sendo estabelecidas novas parcerias 
com nações africanas e asiáticas, com desta-
que para países de língua portuguesa, como 
Moçambique e Angola, fortalecendo, tam-
bém, alianças com países vizinhos e com a 
China. Nesse sentido, distinguem-se iniciativas 
como o Mercosul (Mercado Comum do Sul) e 
o BRICS.
Da mesma forma que dividimos a Federação em 
unidades da federação, que são os estados e o 
Distrito Federal, os estados são divididos em mu-
nicípios, com seus governos municipais próprios. 
Nesse caso, um prefeito e algumas leis específicas. 
Ou seja, os municípios são divisões administrativas 
dos estados. A zona urbana dos municípios, as ci-
dades, sediam as prefeituras, responsáveis por sua 
administração. Os municípios que são sedes dos 
governos dos estados são as capitais estaduais. 
Além das relações comerciais, é importante a participação em organizações internacionais, como é o 
caso da ONU – Organização das Nações Unidas, cuja finalidade é facilitar a cooperação entre os países em 
relação a direitos humanos, desenvolvimento econômico, progresso social, bem como na manutenção da 
paz entre as nações.
O Brasil participa da ONU desde sua origem, em 1945. As principais bandeiras de atuação brasileira 
nessa organização dizem respeito a temas como ambiente e direitos humanos. Por isso, o país tem sediado 
importantes eventos nas últimas décadas, como a Rio-92 e a Rio+20, conferências ambientais ocorridas no 
Rio de Janeiro em 1992 e em 2012. Além disso, o país tem procurado colaborar em missões de paz da ONU, 
como no Timor Leste e no Haiti, enviando forças militares que 
atuam no sentido de garantir a estabilidade social de países em 
conflito civil.
• Edifício-sede do Mercosul ou Mercado Comum do Sul, 
fundado por Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, em 
1991. Montevidéu, Uruguai, 2015 
• Líderes de diversos países do mundo se encon-
tram na 71ª seção da Assembleia Geral das Na-
ções Unidas, em Nova Iorque, EUA, 2016 ©
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 BRICS: iniciativa de integração econômica entre Brasil, Rússia, Índia, China e 
África do Sul.
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7o. ano – Volume 116
Brasil: regiões geoeconômicas
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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Disponível em: <http://atlasescolar.
ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_regioes_geoeconomicas.
pdf>. Acesso em: 28 fev. 2015. Adaptação.
Brasil: grandes regiões
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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. 
p. 94. Adaptação.
Território brasileiro e suas regiões 
O território brasileiro, por sua grande extensão, apresenta muitas variações em relação a diversos elementos. 
Os aspectos naturais e humanos do Norte do país, por exemplo, são muito diferentes dos que encontramos no 
Sul ou no Nordeste. Para compreender melhor a variação dos aspectos do território brasileiro, podemos 
regionalizar o país, isto é, agrupá-lo em regiões considerando características comuns. 
A regionalização do IBGE é largamente a mais utilizada, em situações como nos programas do go-
verno federal, em programas televisivos dedicados à previsão do tempo atmosférico, etc. Entretanto ela 
não é a única e está sujeita a críticas e imperfeições. Isso acontece porque, mesmo considerando carac-
terísticas naturais e sociais, essa divisão promove generalizações e, muitas vezes, partes de uma região 
podem ser muito diferentes da área que as envolve. 
Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger propôs uma regionalização do Brasil baseada em caracte-
rísticas históricas e socioeconômicas do território nacional, porém, diferente da regionalização do IBGE. 
Os Complexos Regionais ou Regiões Geoeconômicas de Geiger não respeitam as fronteiras internas 
do país e, neles, alguns estados têm seu território em mais de uma região. Observe as duas formas de 
regionalização nos mapas a seguir.
 Geografia 17
Hora de estudo
18
Organize as ideias 
 Com base no que você estudou neste capítulo, complete o quadro a seguir de forma objetiva e resumida.
Formação territorial do Brasil
Maneira como foi organizada a ocupação 
inicial da Colônia
Fatores que levaram Portugal a colonizar o 
Brasil de forma mais intensa a partir de 1532
Primeira atividade econômica desenvolvida 
pelos colonizadores em território brasileiro
Tratado internacional de grande importância 
para os primeiros estabelecimentos 
portugueses
Tratado internacional de grande importância 
para consolidar a ocupação do interior do 
território pelos portugueses
1. Marque V para a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).
a) ( ) O estabelecimento das fronteiras entre os países, muitas vezes, ocorre de forma conflituosa, 
por meio de guerras.
b) ( ) As últimas fronteiras internacionais do Brasil foram definidas em 1945, durante a Segunda 
Guerra Mundial.
c) ( ) A assinatura do Tratado de Madrid pode ser considerada a última alteração internacional nas 
fronteiras brasileiras.
d) ( ) A unidade espacial denominada de “território federal” deixou de existir no Brasil após a Cons-
tituição de 1988. Dessa forma, Roraima e Amapá foram elevados à categoria de estados.
e) ( ) As principais transformações espaciais ocorridas no Brasil após a década de 1980 estão asso-
ciadas à criação de novos municípios.
Atividades
1. A unidade da federação onde você mora fica em qual das regiões geoeconômicas brasileiras?
2. E considerando a regionalização do IBGE, em qual região fica sua unidade federativa? 
3. Quais as principais diferenças espaciais que você pode perceber entre as duas formas de regionalizar o Brasil? 
2. Observe a imagem da obra de arte. Analise-a e, 
em seguida, responda às questões propostas.
DEBRET, Jean-Baptiste. Soldados índios da província de Curitiba 
escoltando prisioneiros nativos. 1834.
a) O que mostra a imagem?
b) Qual o principal grupo que realizava essa 
atividade? Como se chamavam suas expedi-
ções e quais suas características principais? 
c) Repare no título da obra. Ele indica que tanto 
os soldados quanto os prisioneiros são indíge-
nas. Como é possível explicar essa contradi-
ção?
3. Explique os principais fatores que levaram ao 
deslocamento do centro político e econômico 
da Colônia na segunda metade do século XVIII 
de Salvador para o Rio de Janeiro.
4. Leia o trecho a seguir e, depois, responda às 
questões. 
LAFER, Celso. A identidade internacional do Brasil e a política externa 
brasileira. São Paulo: Perspectiva, 2007. p. 43.
a) Qual a importante contribuição do Barão do 
Rio Branco para que o Brasil fosse hoje uma 
exceção em relação às fortes tensões interna-
cionais em áreas de fronteira, se comparado 
com os outros três países mencionados? 
b) Faça uma pesquisa sobre as tensões interna-
cionais que envolvem Rússia, China ou Índia 
em torno de suas fronteiras e possessões 
territoriais e registre as informações princi-
pais nas linhas a seguir. 
países de escala continental, têm até hoje dificul-
dades a respeito e, por conta disso, guerrearam e 
foram guerreados no correr de sua história.
A fixação de fronteiras é sempre um proble-
ma-chave para a política exterior de qualquer 
país. Rússia, China e Índia, que são como o Brasil 
19
2
Neste capítulo, vamos estudar elementos da geologia do Brasil, como o relevo e a hidro-
grafia. Você sabe definir esses elementos? 
Com base na paisagem apresentada, quais são as características das formas de relevo do 
local retratado? 
Aspectos naturais: 
geologia, relevo 
e hidrografia
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• Área de chapada no Parque Estadual do Jalapão, que se espalha pelos municípios de Mateiros e São Félix do Tocantins, 
localizados no estado do Tocantins, região seca durante boa parte do ano, conhecida pela beleza de suas paisagens naturais
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Objetivos
• Identificar as estruturas geológicas do território brasileiro.
• Conhecer as formas de relevo predominantes e seus principais agentes modificadores.
• Compreender as principais características hidrográficas do território brasileiro.
• Desenvolver um olhar crítico sobre o aproveitamento dos recursos naturais disponíveis no país.
Estrutura geológica do território brasileiro 
A estrutura geológica de determinado país ou 
região pode ser verificada pela disposição das for-
mações rochosas no subsolo desse espaço. Com-
preender isso é essencial para explicar a distribuição 
das jazidas minerais, como veremos adiante.
Essa compreensão começa pela localização do 
país na Placa Sul-Americana, conforme você pode 
observar por meio da imagem de satélite. 
Enquanto, na Cordilheira dos Andes, as altitudes 
ultrapassam os 6 mil metros, no Brasil, apenas 7% 
do território transpõe os 900 metros de altitude. O 
ponto mais elevado é o Pico da Neblina, situado na 
fronteira com a Venezuela, na Serra do Imeri, com 
2 995 metros. Já nos Andes, o ponto mais elevado é 
o Cerro Aconcágua, com 6 962 metros, mais que o 
dobro da altitude do Pico da Neblina. Observe suas 
localizações circuladas na imagem ao lado. 
Isso ocorre porque, no território brasileiro, não 
acontecem mais processos de formação de monta-
nhas, os quais cessaram há milhões de anos. Desse 
modo, a estrutura rochosa é considerada antiga na 
maior parte dos casos, sendo, em geral, por essa ra-
zão, mais desgastada que a dos países vizinhos e, 
portanto, mais rebaixada.
A distância em relação às áreas de contato entre 
as placas explica a maior estabilidade geológica de 
nosso território. Entretanto, isso não significa que 
estejamos totalmente livres de tremores de terra, 
como você lerá a seguir. 
Brasil: localização na Placa 
Sul-Americana 
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Fonte: WICANDER, Reed; MONROE, James S. Fundamentos de Geologia. 
Tradução de Harue Ohara Avritcher. Revisão técnica de Maurício Antônio 
Carneiro. São Paulo: Cengage Learning, 2009. p. 36. Adaptação.
• Pico da Neblina, ponto mais alto do 
Brasil, com 2 995 metros de altitude
21
Brasil: estrutura geológica
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Fonte: ROSS, Jurandyr L. S. Geografia do Brasil. 5. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 
2005. Didática 3. p. 47. Adaptação.
Um país tão extenso quanto o Brasil certamente apresenta diferentes características em cada região do 
território. Contudo, apesar da grande extensão territorial, a estrutura geológica brasileira é relativamente 
simples. Observe o mapa a seguir e a descrição de suas estruturas.
Saiba +
Ocorrem terremotos no Brasil?
Muitas pessoas acreditam que o Brasil, 
por não sofrer grandes catástrofes geológi-
cas, estaria totalmente livre de ser atingido 
por terremotos. No entanto, não é bem as-
sim. Embora seja pouco provável que terre-
motos de grande intensidade ocorram em 
nosso território, é um exagero pensar que 
eles nunca acontecem.
Na verdade, o Brasil sofre pequenos aba-
los sísmicos, ou seja, terremotos de baixa in-
tensidade, todos os anos, mas a maior parte 
deles não chega a ser percebida pelas pes-
soas. Alguns poucos, ocasionalmente, che-
gam a ser sentidos por habitantes dos locais 
mais próximos da origem do tremor, ou dos 
andares mais altos dos prédios. Com menos 
frequência, porém, provocam danos físi-
cos nas construções, como rachaduras, por 
exemplo. Apenas uma vez, em 2007, uma 
pessoa foi vítima fatal de um terremoto ocor-
rido no Brasil, no município de Itacarambi 
(Minas Gerais), atingida pelos destroços de 
uma parede. 
Os terremotos no Brasil, em geral, se dão 
por dois motivos principais: como tremo-
res secundários decorrentes de terremotos 
maiores na região dos Andes; ou por falhas 
geológicas que causam abalos sísmicos. 
 falhas geológicas: rupturas ou descontinuidades em uma camada rochosa.
7o. ano – Volume 122
Crátons: também chamados de “escudos”, são constituídos por rochas metamórficas e magmáticas 
muito antigas, formadas na Era Pré-Cambriana, algumas com mais de 3 bilhões de anos. Por serem muito 
antigas, a ação da erosão foi muito forte, além de diversas áreas cratônicas estarem cobertas por outras 
rochas. Esses locais cobertos por outras rochas são denominados “embasamentos cristalinos”.
Dobramentos antigos: como o nome sugere, são áreas de formações muito antigas, datadas do Pré-
-Cambriano, as quais, em virtude dos movimentos da crosta, sofreram dobramentos, dando origem ao que 
hoje classificamos como serras e chapadas. Esses dobramentos antigos são compostos por diferentes tipos 
de rochas. Por meio dos processos erosivos, os agentes externos foram modelando as serras e as chapadas. 
Bacias sedimentares: são formadas por rochas sedimentares de diferentes idades. Algumas antigas, com 
mais de 600 milhões de anos, outras bem mais recentes, com cerca de 1 milhão de anos. Em determinados 
locais, rochas sedimentares mais antigas foram recobertas por outras rochas, por exemplo, as rochas magmá-
ticas vulcânicas como o basalto, cobrindo grandes extensões de áreas sedimentares no sul do país.
Estrutura geológica e recursos minerais brasileiros 
Chamamos de recursos minerais aquilo que pode ser extraído da crosta terrestre, e cujo principal com-
ponente é um mineral ou um conjunto de minerais que podem ser explorados economicamente. Os mine-
rais são justamente os elementos essenciais das rochas; é a presença de diferentes tipos destes que forma e 
caracteriza as rochas que conhecemos. Assim, a disponibilidade desses recursos está estreitamente ligada 
à característica geológica de cada espaço. 
Alguns minerais têm grande valor econômico, o que justifica e viabiliza sua exploração. Aqueles que 
apresentam valor comercial, especialmente os metais, são denominados minérios. Observe, no mapa a 
seguir, a disposição espacial das principais jazidas minerais no Brasil e faça uma comparação com o mapa 
anterior, verificando em quais estruturas geológicas se encontram os recursos minerais.
Brasil: principais jazidas minerais
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Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli A. de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. 2. ed. 
São Paulo: Edusp, 2008. p. 72. Adaptação.
Os minerais são impor-
tantes para a economia de 
muitos países. Em razão de 
suas características geo-
lógicas, o Brasil apresenta 
grande disponibilidade de 
recursos minerais, principal-
mente metálicos. Estima-se, 
por exemplo, que 8% das 
reservas mundiais de minério 
de ferro estejam no território 
brasileiro.
 jazidas minerais: ocorrência de minerais compondo um depósito natural que existe concentrado em certos pontos da superfície do globo 
terrestre.
 Geografia 23
Presença do minério de ferro nos crátons e dobramentos antigos
Comumente, as rochas magmáticas e 
metamórficas são encontradas nas áreas 
cratônicas e nos desdobramentos anti-
gos. São áreas mais propensas à extração 
de minerais metálicos, como o ferro.
O minério de ferro é uma das maté-
rias-primas fundamentais para a maioria 
das indústrias de base. Esse tipo de in-
dústria produz aço, peças e maquinários 
para outras indústrias, as quais fabricam 
bens de consumo. As siderúrgicas são 
exemplos de indústrias de base que ge-
ram metais para outras indústrias.
O setor da construção civil tambémdepende muito de insumos vindos das 
indústrias siderúrgicas, pois o ferro e ou-
tros metais compõem grande parte da 
estrutura das construções atuais. Por essas 
razões, a indústria siderúrgica e a minera-
ção estão entre os setores econômicos 
mais importantes para o desenvolvimen-
to de muitos países, entre eles o Brasil.
Combustíveis fósseis nas bacias sedimentares 
As bacias sedimentares, por sua vez, são regiões propícias à formação de combustíveis fósseis, como 
petróleo, gás natural e carvão mineral, já que estes não são provenientes apenas das rochas, mas também 
da decomposição de matéria orgânica. Como essa sobreposição tem maior possibilidade de acontecer nos 
ambientes de acúmulo de sedimentos, caso das bacias sedimentares, estas são as principais áreas de explo-
ração de combustíveis fósseis no Brasil. Sua distribuição pelo país e pelo globo é extremamente irregular. 
Ou seja, costuma ocorrer de forma concentrada em alguns locais espalhados ao longo do território, mas 
não ocorre na maior parte dele. 
Assim, no Brasil, as jazidas de carvão estão concentradas na Região Sul, nos estados de Santa Catarina 
e Rio Grande do Sul. Por ser de baixa qualidade, ainda é necessário importar cerca de metade do carvão 
utilizado no país. Em geral, o recurso é aproveitado principalmente para geração de energia em usinas 
termelétricas e para fabricação de outros metais em indústrias siderúrgicas. 
A importância do petróleo na economia global contemporânea também é muito grande. Os automó-
veis, por exemplo, geralmente são movidos a gasolina e outros produtos derivados do petróleo, havendo 
alguns movidos a gás natural, o qual costuma ser encontrado com o petróleo.
• Trabalhadores lidam com aço fundido em usina de 
Belo Horizonte, MG, 2008
 indústrias de base: setor das indústrias que abastece os demais setores, pois fornece materiais úteis para a produção de bens, como metais ou 
energia. 
bens de consumo: mercadorias prontas para serem consumidas. Podem ser duráveis, como carros, roupas e móveis; ou não duráveis, como 
alimentos ou itens de higiene.
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7o. ano – Volume 124
No Brasil, o petróleo é extraído e refinado principal-
mente pela Petrobras, empresa estatal criada em 1953 
para este fim, apresentando grande importância na 
economia nacional. No caso do nosso país, o petróleo 
e o gás que o acompanha são explorados com mais 
frequência no litoral, mais especificamente em nossa 
plataforma continental. 
Dessa forma, o país tornou-se um relevante produ-
tor de tecnologias de exploração em águas profundas, 
até atingir, em 2007, grandes reservas em uma camada 
rochosa abaixo de outra espessa e profunda camada 
de sal. Por ter se formado em uma faixa imediatamente 
anterior à da formação do sal, há mais de 100 milhões 
de anos, foi denominado “petróleo pré-sal”. 
Essa descoberta do pré-sal e o desenvolvimento 
da capacidade da prospecção mais barata podem 
ampliar ainda mais nossa produção e exportação de 
petróleo. 
Apesar de ser uma importante fonte de combustíveis 
para a sociedade global contemporânea, atualmente, 
existe a preocupação com os impactos ambientais cau-
sados pelo uso excessivo de combustíveis fósseis, prin-
cipalmente em relação ao aquecimento global. Por isso, 
várias são as linhas de investimentos e pesquisas cujo 
objetivo é desenvolver e viabilizar fontes renováveis de 
energia, como a energia solar ou a eólica.
Além disso, países não autossuficientes em petróleo 
têm de comprá-lo de países produtores, despendendo 
grande soma de recursos que poderiam ser investidos 
em desenvolvimento interno. 
Leito do
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Camada em área profunda, 
que fica entre 7 000 e 8 000 
metros abaixo do leito do 
oceano, depois de uma 
camada de sal
A camada se estende por 
uma faixa de 800 km que 
vai do litoral de Santa 
Catarina ao Espírito Santo
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Atividades
1. Com base no mapa “Brasil: estrutura geológica”, da página 22, responda às questões propostas.
a) Qual tipo de estrutura geológica é predominante no Brasil?
b) Qual tipo de estrutura predomina na unidade federativa onde você mora? 
2. Cite alguns exemplos de objetos que são comuns no seu dia a dia, feitos com recursos extraídos da litosfera 
terrestre, os chamados “recursos minerais”. 
3. Em quais estruturas geológicas é mais comum a extração de petróleo? 
4. Em quais tipos de estruturas é mais comum a extração de minério de ferro?
 plataforma continental: área submersa, mas com características geológicas parecidas com a área continental próximo a ela.
prospecção: é a pesquisa feita por meio de trabalhos geológicos para determinar o valor econômico de uma jazida mineral. A prospecção é 
muito importante para se descobrir a existência de petróleo e a delimitação da bacia petrolífera.
 Geografia 25
Formas do relevo brasileiro 
Podemos dizer que o relevo é basicamente constituído pelas irregularidades presentes na superfície 
terrestre. As características dos terrenos, como o fato de serem mais baixos ou mais altos, mais planos ou 
mais inclinados, contínuos ou com desníveis, é o que configura o relevo de determinado local ou determi-
nada área. 
As formas do relevo brasileiro são variadas, mas, de acordo com a classificação mais recente, podemos 
notar que, de modo geral, predominam planícies, planaltos e depressões. Você sabe identificar cada uma 
dessas formas? 
A classificação do relevo de um território deve levar em conta vários fatores, tais como altitude, tectonis-
mo (ação das placas tectônicas), intemperismo e erosão (desagregação das rochas), entre outros. Quando 
falamos de um país inteiro e com a extensão territorial do Brasil, essa identificação nem sempre é uma 
tarefa simples. Por isso, o desenvolvimento de novas tecnologias e novos estudos são sempre necessários 
para melhorar essas classificações, aprofundando, assim, o conhecimento a respeito da natureza brasileira. 
A classificação do relevo brasileiro e o projeto Radam-Brasil
Entre os anos de 1970 e 1985, o exército brasileiro sobrevoou diversas partes do território brasileiro 
e forneceu imagens do relevo. Essas imagens foram captadas por meio de tecnologia de radar, a qual é 
instalada em um avião. O projeto foi chamado inicialmente de Radam, ou Radar da Amazônia e, depois, 
ampliado para Radambrasil. 
Para elaborar a classificação mais atual do relevo brasileiro, o geógrafo Jurandyr Ross utilizou levanta-
mentos topográficos (referentes ao terreno) feitos pelo Radambrasil por imagens aéreas durante as déca-
das de 1970 e 1980. Antes de Ross, outros importantes geógrafos se dedicaram à tarefa de analisar o relevo 
brasileiro. Seus trabalhos foram igualmente importantes, pois serviram de base para os estudos mais atuais. 
Como dispunha de recursos mais avançados, Jurandyr Ross pôde formular uma classificação mais com-
pleta, a qual levou em consideração alguns fatores, como a estrutura rochosa do relevo, além da ação do 
clima e dos agentes externos ao longo de milhões de anos. 
1. Observe o mapa na página seguinte e, com base nele, responda às questões.
a) Quais as principais formas de relevo brasileiro? 
b) Que unidade de relevo predomina na unidade federativa onde você mora? 
Cartografar
7o. ano – Volume 126
Unidades do relevo brasileiro: classificação de Jurandyr Ross
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Fonte: ROSS, Jurandyr L. Sanches (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2008. p. 53. Adaptação.
Vejamos, agora, os três principais tipos de formas de relevo encontrados no Brasil. 
Planaltos 
Os planaltos brasileiros apresentam, geralmente, su-perfícies onduladas. Em alguns casos, nas bordas, há 
escarpas, isto é, degraus no terreno que podem atingir 
desníveis elevados. É o que acontece nas áreas denomi-
nadas de chapadas, como a Chapada dos Veadeiros, em 
Goiás; Diamantina, na Bahia; dos Guimarães, no Mato 
Grosso; ou Chapada das Mesas, no Maranhão.
Também há planaltos caracterizados por terrenos mais 
acidentados, denominados de serras e morros, especial-
mente nas proximidades dos litorais e divisas entre dois 
planaltos distintos. 
• Escarpa em São Luiz do Purunã marca com um “degrau” 
a transição entre dois planaltos no Paraná 
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 Geografia 27
Muitas dessas regiões preservam suas características naturais e apresentam paisagens de grande bele-
za. Com isso, atraem turistas que procuram um contato mais próximo com a natureza. 
O turismo nas áreas de chapada mencionadas vem se desenvolvendo nos últimos anos, o que é um 
fator importante para a conscientização ambiental, tanto das pessoas que viajam quanto daquelas que 
vivem nos lugares visitados. Isso porque, quando os cuidados com a natureza são tomados, há menos 
impacto ambiental e se gera renda para a população local.
Depressões 
As depressões brasileiras são áreas que fre-
quentemente apresentam inclinações suaves, 
já que são terrenos que sofreram e continuam 
sofrendo forte erosão. Muitas se estendem a 
partir das bordas dos planaltos ou das bacias 
sedimentares. Por essa razão, recebem denomi-
nações como depressão periférica ou depres-
são marginal do local onde ocorrem. 
Outras tantas depressões acompanham os 
cursos e vales de grandes rios, recebendo de-
nominações como depressão do Araguaia, do 
Tocantins ou do São Francisco. 
Planícies 
As planícies representam a menor área ocu-
pada entre os três compartimentos do relevo 
brasileiro. Ocorrem em uma faixa junto ao li-
toral do país, ao longo das margens do Rio 
Amazonas e de seus formadores, na região do 
Pantanal Mato-Grossense e nas margens do Rio 
Araguaia. 
As regiões de planície, principalmente 
aquelas que acompanham o leito de grandes 
rios, como a Planície do Rio Amazonas e a Pla-
nície do Pantanal (Rio Paraguai), estão sujeitas 
a inundações periódicas na época das chuvas.
Hidrografia do Brasil 
A hidrografia trata do estudo das águas do planeta. Dessa maneira, por meio desse ramo da ciência geo-
gráfica são analisadas as águas em suas diferentes formas, desde as geleiras até os mares e oceanos; bem 
como as águas continentais, ou seja, os rios, os lagos e os aquíferos, entre outros. No território brasileiro, 
podemos agrupar nossas águas em três categorias principais: águas subterrâneas, águas superficiais e o 
mar territorial brasileiro. Vamos verificar separadamente cada uma delas. 
• Imagem de parte da Depressão Sertaneja e do São Francisco em 
 Tacaratu, PE, 2015 
• Relevo plano onde se estende a Ilha do Bananal, maior ilha fluvial do 
mundo, localizada no Rio Araguaia, na planície de mesmo nome, 2015
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7o. ano – Volume 128
O mar territorial brasileiro 
Como você deve saber, o mar corresponde às porções de água salgada próximo ou no interior dos 
continentes. Mas o que é o mar brasileiro?
Nosso mar territorial, bem como a plataforma continental e a Zona Econômica Exclusiva (ZEE), faz 
parte das águas jurisdicionais brasileiras. Isto é, são águas que estão sob o controle da autoridade bra-
sileira. Tem importância estratégica e econômica em razão dos recursos naturais que apresenta, sendo, 
por isso, chamado de “Amazônia Azul”.
Observe o mapa ao 
lado. O mar territorial se 
estende até 12 milhas 
náuticas (cerca de 22 km) 
além da costa. Nessa 
área, todas as embarca-
ções estão sujeitas às de-
terminações da Marinha 
brasileira, visto ser uma 
extensão do território 
nacional. A Zona Econô-
mica Exclusiva, como o 
nome sugere, correspon-
de à área de exclusiva ex-
ploração econômica dos 
recursos naturais, mas 
com livre navegação de 
embarcações de outros 
países. Esta se estende 
desde as 12 milhas até 
200 milhas náuticas, cer-
ca de 370 quilômetros.
Brasil: mar territorial
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Fonte: SERAFIM, Carlos F. S.; CHAVES, P. de T. O mar no espaço geográfico brasileiro. 
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Brasília, 2005, p. 17. Adaptação.
Os aquíferos: abrigos das águas subterrâneas brasileiras 
O Brasil é o país que detém a maior quantidade de água doce disponível no mundo, cerca de 12% do 
total. Boa parte dela está nos aquíferos brasileiros. Mas você sabe o que é um aquífero? Trata-se de unida-
des rochosas ou de sedimentos, porosas e permeáveis, capazes de armazenar grandes volumes de água 
subterrânea e cuja exploração é viável. 
Olhar geográfico
 O nome “Amazônia Azul” tem um significado simbólico. Pense sobre o assunto e responda à questão: 
Por que se estabeleceu uma comparação entre as águas jurisdicionais e a Amazônia?
 Geografia 29
Brasil: grandes aquíferos
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Fonte: SILVEIRA, Evanildo da. Reservas ocultas. Revista Planeta, n. 531, 19 jun. 2017. Disponível em: 
<http://www.revistaplaneta.com.br/reservas-ocultas/>. Acesso em: 23 ago. 2017. Adaptação.
• Sistema Aquífero Grande 
Amazônia, SAGA, foi denomi-
nado, a princípio, como Aquí-
fero Alter do Chão, porém, 
por pertencer a um comple-
xo maior e em razão de restri-
ções ao uso do nome, já que 
Alter do Chão denominava 
também uma região turísti-
ca, passou-se a chamá-lo de 
Grande Amazônia.
• Sistema Aquífero Guarani, 
SAG, é um aquífero forma-
do por rochas sedimenta-
res, principalmente arenito, 
limitado superiormente por 
rochas de origem basál-
tica (magmáticas). Como 
é possível perceber no 
mapa, ocupa grande parte 
do território brasileiro, mas 
também se estende para 
Paraguai, Argentina e Uru-
guai.
Cartografar
1. Com base no mapa “Brasil: grandes aquíferos”, responda às questões propostas. 
a) O Aquífero Grande Amazônia abrange o território de quais estados brasileiros? 
b) Quais países são abastecidos pelo Aquífero Guarani?
c) Cite ao menos três estados brasileiros sob os quais o Aquífero Guarani se estende.
Sua formação está diretamente ligada à característica geológica da região onde se encontra, visto que 
nem todo tipo de rocha pode armazenar água. 
Além de abundante disponibilidade de rios, temos grandes reservas de águas subterrâneas. Os princi-
pais e maiores aquíferos brasileiros compõem dois grandes sistemas: o Sistema Aquífero Grande Amazônia 
(SAGA) e o Sistema Aquífero Guarani (SAG). Observe a localização dessas duas importantes reservas de 
água subterrânea. 
7o. ano – Volume 130
Águas superficiais: bacias e regiões hidrográficas do Brasil 
As bacias hidrográficas são as áreas de drenagem ou escoamento das águas pluviais que vão abaste-
cer os rios principais, seus afluentes ou tributários.
O tamanho dessas bacias é definido pelo relevo, o qual determina e é determinado pelo caminho 
que a água percorre pelo interior do continente até chegar a um lago, rio ou oceano. Ao mesmo tempo 
que isso acontece, há barreiras naturais que os condicionam e determinam seu caminho. 
O maior e mais volumoso rio do mundo (e também a maior e mais volumosa bacia hidrográfica), o 
Rio Amazonas, fica no Brasil, embora não seja totalmente brasileiro. Contudo, apesar da grande quanti-
dade geral, há uma distribuição desigual das águas superficiais pelo território.
Os rios brasileiros desembocam em lagos, lagoas ou em outros rios até que, cedo ou tarde, despejam 
suas águas no Oceano Atlântico. Isso acontece mesmo com aqueles que se dirigem ao interiordo ter-
ritório, como na Região Hidrográfica do Paraná, por exemplo. Isso porque suas águas desembocam em 
outras bacias, as quais vão desaguar no estuário do Prata.
Já região hidrográfica é a principal unidade para a gestão das bacias. Corresponde ao espaço de uma 
ou mais bacias hidrográficas vizinhas, com características naturais e socioeconômicas similares. Por meio 
dela, é possível melhorar o gerenciamento e o planejamento dos recursos hídricos.
Em decorrência da grande dimensão de seu território e da abundância dos recursos hídricos, o Brasil 
apresenta 12 grandes regiões hidrográficas, as quais foram determinadas pela ANA (Agência Nacional 
das Águas). Elas estão representadas no mapa “Brasil: regiões hidrográficas”. 
Brasil: regiões hidrográficas
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Fonte: AGÊNCIA Nacional de Águas (ANA). Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil: informe 2012. Ed. Especial. 
Brasília, 2012. p. 23. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/arquivos/Conjuntura2012.pdf>. Acesso 
em: 28 out. 2016. Adaptação.
 Geografia 31
Como você pode observar, essas regiões hidrográficas variam em dimensão e disposição. Vamos conhe-
cer as principais características de algumas delas.
Região Hidrográfica Amazônica 
A maior região hidrográfica brasileira está localizada na porção norte do território e tem como principal 
rio o Amazonas. Sua bacia compreende a área de outros sete países da América do Sul mais o território 
ultramarino francês (Guiana Francesa). Muitos dos seus rios nascem do degelo ocorrido em altas altitudes 
dos Andes peruanos, sendo alimentados pelas intensas chuvas tropicais que se dão ao longo do seu curso. 
Apesar das polêmicas relacionadas a possíveis impactos ambientais, projetos de grande porte destina-
dos à obtenção de energia elétrica estão sendo implantados na Região Hidrográfica Amazônica. Alguns já 
estão em fase de obras, outros, em planejamento. Há pouco tempo, a construção da Usina Hidrelétrica de 
Belo Monte no Rio Xingu, afluente do Rio Amazonas, foi alvo de vários protestos por grupos indígenas e 
ambientalistas.
Com o crescimento econômico no Brasil, a demanda por energia aumentou. Dessa forma, houve a 
necessidade de produzir mais energia elétrica. A fim de suprir tal necessidade e evitar um corte no abas-
tecimento, o país resgatou planos de construção de hidrelétricas da década de 1970 e iniciou as obras da 
Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
A construção começou em julho de 2010 em meio a polêmicas e protestos, inclusive internacionais. Os 
críticos alertavam para os problemas ambientais causados pelas grandes dimensões das construções em 
uma região florestal com alta biodiversidade, além de chamar a atenção para questões sociais. 
Entre as preocupações ambientais, des-
tacam-se as alterações sobre o curso e a di-
nâmica do Rio Xingu, que atingirão os ciclos 
de cheia e estiagem, afetando inclusive a 
reprodução de peixes que habitam a área.
Já do ponto de vista social, há o impac-
to sobre os povos indígenas que utilizam o 
rio para seu sustento econômico e o reas-
sentamento de famílias de ribeirinhos, que 
tiveram de abandonar seus lares para a 
construção da usina. 
A vinda de mais de 20 mil trabalhado-
res também afeta fortemente a cidade de 
Altamira, município da região, ainda mais 
porque muitos destes devem permanecer 
no local após o término da obra. Isso pode sobrecarregar os serviços públicos do município, bem como 
aumentar o corte ilegal de madeiras como atividade de sobrevivência. 
As atividades humanas sempre influenciarão, em menor ou maior intensidade, o ambiente. O grande 
desafio, contudo, é o desenvolvimento sustentável, que implica harmonia entre as dimensões ambiental, 
social e econômica.
• Indígenas da etnia Munduruku protestam no canteiro de obras da Usina 
Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, PA, 2013
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7o. ano – Volume 132
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Fonte: BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Projeto de Integração do Rio São Francisco 
com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional. Relatório de Impacto Ambiental – 
RIMA. Junho/2004, p. 39. Disponível em: <http://www.integracao.gov.br/c/document_library/
get_file?uuid=ceeff01f-6440-45da-859b-9acd1bfa87cf&groupId=66920>. Acesso em: 5 nov. 2014. 
/ Disponível em: <http://f.i.uol.com.br/folha/mercado/images/16198228.png>. Acesso em: 28 dez. 
2016. Adaptação.
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Região Hidrográfica do São Francisco 
A Região Hidrográfica do Rio São Francisco, como ocorre com a maioria das regiões hidrográficas, coin-
cide com a Bacia Hidrográfica de mesmo nome, percorrendo inicialmente uma faixa no sentido sul-norte 
e, posteriormente, oeste-leste. Nasce em Minas Gerais e vai até o Nordeste, onde faz uma curva e deságua 
no Oceano Atlântico. 
Trata-se do maior rio totalmente brasileiro, presente tanto em nosso folclore quanto relacionado a ques-
tões políticas e de planejamento nacional. Por conectar as regiões Nordeste e Sudeste, muitos o denomi-
nam como o “rio da integração nacional”.
O Rio São Francisco é de ex-
trema importância para os ha-
bitantes da região mais seca do 
Brasil, no interior nordestino, 
área conhecida como Sertão. 
Por conta disso, qualquer inter-
venção humana em seu curso 
sempre envolve muitos deba-
tes e, por vezes, polêmicas. É o 
que ocorre com a iniciativa de 
transposição de suas águas, um 
grande projeto destinado a le-
var a água do rio, por meio de 
canais artificiais, até essas áreas 
no Nordeste. Com isso, busca-se 
amenizar o problema da seca, 
característica do clima semiárido 
da região (tema presente no pró-
ximo capítulo). Observe o mapa.
Transposição do Rio São Francisco
Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia 
A Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia fica 
na região central do país. Seus rios correm no sentido 
norte. Além de no Rio Tocantins, as águas dessa região 
escoam pelo Rio Araguaia. Os dois se juntam na divisa 
entre Maranhão, Tocantins e Pará antes de seguir para 
norte e desaguar no Atlântico. No Rio Tocantins, está 
instalada outra grande hidrelétrica, a UHE Tucuruí. 
Regiões Hidrográficas do Paraná, Paraguai e Uruguai 
A Região Hidrográfica do Paraná é a que apresenta maior potencial hidrelétrico (capacidade de produ-
ção de energia) do país. Isso porque alguns de seus rios correm por áreas de planaltos, o que proporciona 
maior aproveitamento na geração de energia. Seu principal rio é o Paraná, o qual chega ao Atlântico depois 
de se juntar com o Rio Paraguai, formando o estuário do Prata.
• Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no município 
de mesmo nome no sul do Pará, 2010 
 Geografia 33
Essa usina foi construída entre 1975 e 1982 e inaugurada em 1984, sendo 
considerada, na época, a maior do mundo.
Todos os anos, as Cataratas do Iguaçu, no município de Foz do Iguaçu e 
parcialmente na Argentina, atraem muitos turistas de outras partes do 
Brasil e do mundo para a região. Imagem de 2016.
Patrimônio Natural da Humanidade é um título 
concedido pela Unesco (Organização das Nações 
Unidas para a Educação, Ciências e Cultura), uma 
agência da ONU (Organização das Nações Unidas), 
a locais considerados de grande interesse para toda 
a humanidade. Também existem os títulos de patri-
mônio cultural da humanidade e os mistos. 
No Rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o 
Paraguai, fica uma das maiores usinas hidrelé-
tricas do mundo, a Usina Binacional de Itaipu.
Outro ponto de interesse são as cataratas 
localizadas no Parque Nacional do Iguaçu, em 
Foz do Iguaçu, fronteira do Brasil com a Argen-
tina. Considerado Patrimônio Natural da Hu-
manidade, o parque abriga um conjunto com 
mais de 150 quedas que chegam a 82 metros 
de altura,além de grande biodiversidade. 
Na Região Hidrográfica do Paraguai, temos 
planícies com inundações periódicas que dão ao 
lugar características naturais especiais. O Panta-
nal Mato-Grossense está localizado nessa região. 
O principal rio da Região Hidrográfica do Uru-
guai é o rio de mesmo nome. Ele define a frontei-
ra entre o Rio Grande do Sul e a Argentina. Nele, 
situa-se o Salto do Yucumã, conjunto de quedas-
-d’água considerado atração natural do vasto ter-
ritório brasileiro.
As bacias dos rios Paraguai, Uruguai e Paraná 
fazem parte da Bacia Platina, que se estende a 
porções da Bolívia, da Argentina, do Uruguai e do 
Paraguai.
Pesquisa
As regiões hidrográficas brasileiras 
Em grupos, façam uma pesquisa e reúnam informações e imagens sobre a região hidrográfica brasileira 
que o professor indicará à sua equipe. A tarefa da turma é produzir uma página do Atlas Hidrográfico do 
Brasil, composto pelas 12 regiões hidrográficas, contendo dados, imagens e mapas. Lembre-se de identifi-
car a região hidrográfica que você pesquisou no mapa. 
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Tuiuiús e outros pássaros típicos do Pantanal se espalham na paisagem nas 
épocas de cheia no município de Poconé, MT. 
• Usina Binacional de Itaipu, localizada no município de Foz do Iguaçu, 
Paraná, e parcialmente no Paraguai. Imagem de 2015
7o. ano – Volume 134
Organize as ideias 
Observe o mapa conceitual e, depois, responda às questões a seguir.
1. Em qual ou quais tipos de estruturas geológicas é mais provável encontrar recursos como minério de 
ferro e combustíveis fósseis, como gás, petróleo ou carvão? 
2. Ainda com base no mapa conceitual, descreva, nas linhas abaixo, as categorias principais da hidrogra-
fia do território brasileiro. 
3. Das três principais formas de relevo que você estudou, qual apresenta menor ocorrência no território 
brasileiro? Em que áreas se manifesta? 
Hidrografia
Formas do relevo
Estrutura geológica
Planície
Bacias sedimentares Combustíveis fósseis
Dobramentos antigos
Minérios
Crátons
Mar territorial
Aquíferos
Águas superficiais Bacias e regiões hidrográficas
Planalto 
Depressão
 Geografia 35
Hora de estudo
1. Faça uma pesquisa e verifique como o relevo 
interfere na forma de ocupar os espaços e nas 
atividades econômicas que são praticadas no 
município onde você mora. Registre os resulta-
dos de sua pesquisa.
2. Marque V para as afirmativas verdadeiras e F 
para as falsas, indicando ou corrigindo o erro 
encontrado.
a) ( ) O minério de ferro é matéria-prima fun-
damental para muitas indústrias de base.
b) ( ) Os combustíveis fósseis, como o petró-
leo, formam-se em áreas onde há ro-
chas magmáticas.
c) ( ) Contando a partir no nível do mar, o 
petróleo do pré-sal está abaixo de uma 
profunda camada de sal.
d) ( ) A obtenção do petróleo do pré-sal é 
simples e barata, o que facilita sua 
exploração.
e) ( ) Para que uma jazida mineral seja eco-
nomicamente viável, o investimento 
no processo de exploração deve ser 
compensatório, sendo menor que o 
preço obtido na venda.
f) ( ) A autossuficiência em petróleo é uma 
característica de países nos quais se 
consegue satisfazer a procura interna 
por meio da própria produção. 
3. Responda às questões.
a) O que é uma região hidrográfica? 
b) Qual é a maior região hidrográfica brasileira? 
c) Quais unidades da federação a Região 
Hidrográfica do São Francisco abrange? 
d) A unidade da federação onde você mora 
faz parte de qual (quais) região(ões) 
hidrográfica(s)?
e) Que rios percorrem essa(s) região (ões)?
4. Leia o texto a seguir. 
Fonte de gases de efeito estufa, carvão 
mineral briga por espaço no mercado
NÁDIA PONTES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
28/11/2016 - 02h00
No bastidor do debate sobre mudança cli-
mática, uma disputa pelo mercado de energia 
se acirra. Ao mesmo tempo em que países as-
sumem compromisso de limpar a matriz ener-
gética, a indústria do carvão tenta não perder 
seu espaço.
[...]
A Associação Brasileira do Carvão Mineral 
se prepara para o embate. “Não é uma briga 
pelo clima, é uma briga de mercado”, afirma 
Fernando Zancan, presidente do órgão.
Atualmente, o carvão, fonte mais potente de 
emissão de gases de efeito estufa, produz 41% da 
eletricidade no globo, segundo dados da Agência 
Internacional de Energia (IEA). No Brasil, é res-
ponsável por 4,5% da matriz elétrica. [...]
PONTES, Nádia. Fonte de gases de efeito estufa, carvão mineral briga 
por espaço no mercado. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.
br/seminariosfolha/2016/11/1835730-fonte-de-gases-de-efeito-estufa-
carvao-mineral-briga-por-espaco-no-mercado.shtml>. 
Acesso em: 4 jan. 2017.
 Você sabe o que é uma matriz energética? Pes-
quise informações sobre a matriz energética 
brasileira e escreva um texto de uma página, 
abordando as vantagens e desvantagens de 
duas delas no Brasil.
36
3
Aspectos naturais: 
clima e vegetação
Por sua extensão territorial, o Brasil apresenta diferentes tipos climáticos. 
Considere as características do regime de chuvas e das temperaturas na atual época do 
ano no município onde você vive e reflita sobre como isso causa impactos na rotina da popu-
lação e no tipo de vestimenta utilizada. Faça o mesmo exercício em relação à imagem acima 
e compare: Quais são as diferenças?
• Moradores de São Joaquim, município localizado na Serra Catarinense, em Santa Catarina, divertem-se quando a cidade fica 
coberta com o branco da neve. Imagem de 2013 
[...]
Como é linda minha terra sob a neve,
Lindas matas, lindos campos a branquear.
Surge a lua linda e calma sobre a serra
[...]
Trecho do hino de São Joaquim da Serra, Santa Catarina.
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ndndndddndndndndndndndn a a aa aa aaa e eee e e e e e cacacacacacacacacacaccacalmlmlmlmlmlmlmlmmmmmlma a a a aaa sosososososososossobrbrbrbrbrbrbrbrbrbrbreee ee eee e a aa aaa aaaaa sessesesesseseseerrrrrrrrrrrrrrrrrrrr aaaaaaaaaa
ão Joaquim da Serra, Santa Catarina.
37
O Brasil é reconhecido internacionalmente por suas características naturais. Constantemente, pessoas 
de outras nacionalidades descrevem nosso país como um lugar de clima bastante quente, com florestas 
exuberantes cortadas por grandes rios, ou belas praias. Até certo ponto, essa é uma visão verdadeira, porém 
as paisagens naturais brasileiras são muito mais diversificadas, como você pôde observar na foto da página 
anterior. Neste capítulo, você estudará mais a respeito dessas características, principalmente no que se 
refere a clima e vegetação. 
Fatores que influenciam os climas no Brasil 
Os fatores climáticos são condicionantes do clima, ou seja, externos a ele, mas o influenciam. Assim, 
alguns deles são naturais, como as cadeias de montanhas, a proximidade do mar e do nível do mar, a latitu-
de, as correntes de ar ou marítimas. Outros são artificiais, como a presença de uma grande represa ou uma 
densa malha urbana, com veículos e fábricas. A seguir, vamos verificar os principais fatores que interferem 
nos climas do Brasil. 
Altitude 
Apesar de o território brasileiro não apresentar as grandes elevações observadas na maioria dos países 
vizinhos,

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