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PEN 13 - Os Crimes Contra os Costumes

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DIREITO PENAL 
 13 
Os Crimes Contra 
os Costumes 
 
 
 
 
 
 
 
Os Crimes Contra a Liberdade Sexual, 
Sedução, Corrupção de Menores e Rapto 
 
 
 Estupro 
 
Art. 213 - Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
 
Parágrafo único - (Revogado pela Lei n.º 9.281, de 04-06-1996). 
 
Noções Iniciais: 
É um delito de constrangimento ilegal visando à prática da conjunção carnal. O “nomem juris” deriva 
de “stuprum”, do direito romano, termo que abrangia todas as relações carnais. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se com o dispositivo em estudo a liberdade sexual da mulher, ou seja, o direito que tem ela 
de dispor de seu corpo com relação aos atos genésicos, e não a sua simples integridade física. 
 
Sujeito Ativo: 
Somente o homem pode praticar o delito, uma vez que só o varão pode manter conjunção carnal com 
mulher. 
 
! Sobre a possibilidade da prática do crime do marido contra a mulher há divergência na doutrina, entendendo a maioria que não há crime, exceto quanto aos atos de libertinagem diversos da cópula 
normal e nos casos em que o marido é portador de moléstia venérea. 
 
Sujeito Passivo: 
Só a mulher pode ser vítima de estupro. 
 
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Tipo Objetivo: 
A conduta típica no crime é manter conjunção carnal por meio de violência ou grave ameaça. 
a) conjunção carnal: cópula em que há introdução total ou parcial do membro viril em ereção, 
na cavidade vaginal feminina, com ou sem ejaculação; 
b) violência: exige-se que a vítima se oponha com veemência ao ato sexual, resistindo com toda 
sua força e energia, em dissenso sincero e positivo; 
c) grave ameaça: deve ser grave (promessa da prática de mal considerável). 
 
 
Jurisprudência - Estupro: 
 
Descaracterização. Falta de prova segura do emprego de violência física anterior ou 
concomitante à relação sexual, apenas provada a agressão posterior ao coito. Absolvição 
decretada. Apesar de provado que o agente manteve relação completa com a vítima, não se pode 
aceitar como caracterizado o crime de estupro se não há prova segura de que a violência física 
por ele levada a efeito tenha relação com o coito, mostrando a prova apenas que houve agressão 
posterior. TJSP - 1ª C Férias - Ap. 99.370-3. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de constranger, obrigar ou forçar a mulher a manter conjunção carnal. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se com a introdução completa ou incompleta do pênis na vagina da mulher. 
A tentativa é admitida. 
 
Concurso Formal: 
Haverá no caso de perigo de contágio venéreo, se o agente sabe estar contaminado. Se o desejo do 
agente for a transmissão da doença, haverá concurso formal impróprio. 
 
Concurso Material: 
Pode ocorrer concurso material no caso de: 
a) rapto; 
b) lesões corporais graves ou gravíssimas (se forem leves, são absorvidas); 
c) homicídio; 
d) atentado violento ao pudor, desde que não seja simples prelúdio da cópula. 
 
Continuação: 
Pode haver continuação no estupro tanto quanto à mesma vítima como na conduta contra vítimas 
diversas, sendo que esta última hipótese não é aceita pacificamente. Nega-se a possibilidade de 
continuação entre o estupro e o atentado violento ao pudor porque não são crimes da mesma espécie; 
havendo jurisprudência contra: 
 
Jurisprudência - Estupro: 
 
Continuidade delitiva com atentado violento ao pudor. Reconhecimento admissível. Delitos da 
mesma espécie. Votos vencidos. De fato, estupro e atentado violento ao pudor são práticas da 
mesma espécie. Basta à conclusão, que se confira o teor do art. 214 do Código Penal, onde 
deixou claro o legislador que ato libidinoso é gênero, de que a conjunção carnal é espécie. TJSP 
3º Gr.Cs. Rev. 113429-3/8. 
 
 
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Desistência Voluntária ou Arrependimento Eficaz: 
Em havendo, responderá o agente por atentado violento ao pudor se já houver praticado atos 
libidinosos. 
 
 
 Atentado Violento ao Pudor 
 
Art. 214 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que 
com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
Parágrafo único - (Revogado pela Lei n.º 9.281, de 04-06-1996). 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a liberdade sexual do indivíduo. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, inclusive o marido contra a mulher, mulher contra outra mulher e mulher 
contra o homem, quando o obriga à pratica de ato libidinoso diverso da conjunção carnal. 
 
" A mulher que força o homem a manter com ela conjunção carnal, responderá apenas pelo crime de constrangimento ilegal. 
Alguém que obriga um casal a manter conjunção carnal estará praticando o crime de estupro 
quanto à mulher e constrangimento ilegal quanto ao homem. 
 
Sujeito Passivo: 
Pode ser qualquer pessoa, homem ou mulher. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é a prática do ato libidinoso diverso da conjunção carnal. 
 
! Ato Libidinoso: Ato libidinoso é aquele voltado para a satisfação sexual. O caráter de libidinosidade do ato deve 
vir do padrão médio da sociedade, assim busca-se no caso concreto a libidinosidade. 
São tipos de atos libidinosos: 
a) coito anal, oral ou inter-femoral, cunnilingüe, anilingüe; 
b) heteromasturbação, uranismo, pederastia, lesbianismo, tribadismo ou safismo; 
a) o beijo aplicado de modo lascivo ou com fim erótico; 
b) tateio das nádegas, coxas, seios e virilhas. 
 
! Contemplação Lasciva: Na contemplação lasciva não há a necessidade de contato físico entre o agente e a vítima (se a 
vítima é obrigada a se masturbar, por exemplo, configura o crime de atentado violento ao pudor). 
Mas a vítima deve participar do ato. Se a vítima é obrigada a assistir um ato com terceiros, pode 
configurar outro crime (ex.: constrangimento ilegal, corrupção de menores). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar a conduta típica, ou seja, a de constranger mediante violência ou 
ameaça a vítima à prática libidinosa. 
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Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a prática do ato libidinoso. Admite-se a tentativa. 
 
Importunação Ofensiva ao Pudor (art. 61 da LCP): 
Nem todos os atos atentatórios ao pudor caracterizam a prática do crime, podendo serem tidos como 
contravenção penal. São exemplos: 
a) um beliscão; 
b) ato obsceno em que a vítima não é tocada (porém considera-se o crime quando o agente 
obriga a vítima a masturbar-se, tendo em vista a contemplação lasciva); 
c) meras expressões verbais, assim como o convite ou proposta à prática de ato libidinoso. 
 
Jurisprudência – Atentado Violento ao Pudor: 
 
Desclassificação para a contravenção de perturbação da tranqüilidade. Beijo tentado e 
apalpamento dos seios e do órgão genital da vítima que não levaram senão alguns segundos. 
Caracteriza a contravenção de perturbação da tranqüilidade e não o crime de atentado violento 
ao pudor, o beijo tentado e o apalpamento dos seios e do órgão genital da vítima que não 
levaram senão alguns segundos. TJSP 5ª C. Ap. 135642-3/0. 
 
 
 Posse Sexual Mediante Fraude 
 
Art. 215 - Ter conjunção carnal com mulher honesta, mediante fraude: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
Parágrafo único- Se o crime é praticado contra mulher virgem, menor de 18 (dezoito) e maior 
de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
 
Noções Iniciais: 
É o chamado estelionato sexual. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a liberdade sexual da mulher honesta. 
 
Sujeito Ativo: 
É somente o homem, pois como no estupro, só ele pode manter conjunção carnal. 
 
Sujeito Passivo: 
É a mulher honesta, não se exigindo que seja ela virgem. Estão excluídas da proteção, portanto, não 
só as prostitutas, como as promíscuas, francamente desregradas, as mulheres fáceis, de vários leitos. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é a prática da conjunção carnal total ou parcial mediante fraude. Fraude é a 
utilização de ardil, estratagema, embuste ou engodo. As circunstâncias devem ser tais que a mulher 
se engane sobre a identidade do agente ou sobre a legitimidade da conjunção carnal a que presta. São 
exemplos: 
a) a mulher semi sonolenta, que em quarto escuro se deixa possuir, supondo tratar-se do 
marido; 
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b) quando aquele dizendo-se curandeiro, consegue enganar a vítima e, a pretexto de curá-la, 
com ela mantém conjunção carnal, desvirginando-a. 
 
! Porém, haverá estupro, com violência presumida, quando a mulher, por ter ingerido bebida ou narcóticos, não pode oferecer resistência à conduta do agente. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de enganar a ofendida a fim de manter a conjunção carnal. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a conjunção carnal ainda que incompleta. Admite-se a tentativa. 
 
 
 Atentado ao Pudor Mediante Fraude 
 
Art. 216 - Induzir mulher honesta, mediante fraude, a praticar ou permitir que com ela se 
pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
 
Parágrafo único - Se a ofendida é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a liberdade sexual da mulher honesta. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, homem ou mulher. 
 
Sujeito Passivo: 
É mulher honesta. Quanto ao homem, este se encontra fora da proteção do artigo, podendo entretanto 
se tiver: 
a) quatorze anos ou menos configurar o crime de atentado violento ao pudor com presunção de 
violência; 
b) maior de quatorze anos e menor de dezoito, corrupção de menores; 
c) dezoito anos ou mais, o fato é atípico. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é a de induzir a vítima à prática do ato libidinoso. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de induzir a vítima, com fraude, à prática do ato libidinoso. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma com a prática do ato libidinoso, podendo ocorrer a tentativa quando o sujeito 
ativo, apesar de iludir a vítima, não logra o resultado libidinoso. 
 
 
 
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 Assédio Sexual 
 
Art. 216-A – Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, 
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao 
exercício de emprego, cargo ou função. 
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a liberdade sexual do indivíduo. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa desde que seja superior hierárquico, não pode ser aqueles que exercem a 
mesma função ou cargo inferior. Pode ser entre homem e mulher e também entre os indivíduos do 
mesmo sexo. 
 
Sujeito Passivo: 
É qualquer pessoa desde que seja inferior hierárquico ao sujeito passivo. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é o ato de constrangimento exercido por alguém em busca de satisfação sexual. 
Envolve portanto, relação de poder, sujeição da vítima, ofensa à sua dignidade e, por fim, afetação à 
sua liberdade sexual. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de constranger sexualmente a vítima prevalecendo-se da sua condição de superior 
hierárquico. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma com a prática do constrangimento. 
 
 
 Sedução 
 
Art. 217 - Seduzir mulher virgem, menor de 18 (dezoito) anos e maior de 14 (catorze), e ter com 
ela conjunção carnal, aproveitando-se de sua inexperiência ou justificável confiança: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a virgindade da mulher e a liberdade sexual dentro da moralidade média e dos bons 
costumes. 
 
Sujeito Ativo: 
É o homem. 
 
Sujeito Passivo: 
Apenas a mulher virgem, menor de dezoito e maior de quatorze anos pode ser sujeito passivo do 
crime. 
 
Tipo Objetivo: 
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A conduta típica é seduzir a menor, levando-a à prática da conjunção carnal. Seduzir é atrair, 
dominar, desviar, conduzir, convencer, viciar a vontade da mulher (ex.: sujeito que faz promessa de 
casamento em namoro sério ou noivado). 
 
! Não sendo a vítima virgem ou não havendo justificável confiança, poderá ocorrer o crime de corrupção de menores. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de seduzir. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma com a cópula vagínica, completa ou incompleta. A tentativa teoricamente é 
possível, mas os atos preliminares poderão configurar, residualmente, o crime de corrupção de 
menores. 
 
 
 Corrupção de Menores 
 
Art. 218 - Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa maior de 14 (catorze) e menor de 18 
(dezoito) anos, com ela praticando ato de libidinagem, ou induzindo-a a praticá-lo ou presenciá-
lo: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
 
Noções Iniciais: 
Não há que se confundir o crime de corrupção de menores deste artigo com o descrito na Lei 2.252, 
que é a corrupção ou facilitação de corrupção de menor de 18 anos com ele praticando infração penal 
ou induzindo a praticá-la. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se os bons costumes e a integridade sexual e moral do menor. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o menor, homem ou mulher, maior de quatorze e menor de 18 anos. 
 
Tipo Objetivo: 
O núcleo do tipo é: 
a) corromper: é perverter, viciar, depravar, desnaturar, contaminar a moral da vítima; 
b) facilitar a corrupção: prestar auxílio, ajuda, favorecer os desejos do menor. 
Há três meios de execução: 
a) praticar com o menor ato de libidinagem; 
b) induzir o menor à prática de ato de libidinagem em si mesmo ou em terceiro; 
c) induzir o menor a presenciar ato de libidinagem praticado pelo agente ou por terceiro. 
 
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! No caso de realização de filmagens, apresentações ou fotografias pornográficas feita com menores, incorre-se nos arts. 240 e 241 do ECA. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar a conduta prevista na lei. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se com a efetiva prática do ato libidinoso. A tentativa é possível quando o agente não logra 
a prática do ato, porém ficando evidente o fim da lascívia. 
 
Concurso: 
Pode haver concurso: 
a) formal heterogêneo: com o crime de ato obsceno quando é praticado em lugar público, aberto 
ou exposto ao público; 
b) material:rapto e sedução, por serem duas condutas e dois resultados. 
 
 
 Rapto 
 
Art. 219 - Raptar mulher honesta, mediante violência, grave ameaça ou fraude, para fim 
libidinoso: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a liberdade sexual da mulher e a própria manutenção da família. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser tanto o homem, como também a mulher. 
 
Sujeito Passivo: 
É a mulher honesta. Considera-se mulher desonesta aquela que: 
a) vende ou busca prazeres; 
b) tem uma conduta desregrada. 
A exclusão da mulher desonesta deve-se à não existência de abalo à honra ou reputação da vítima, 
porém responderá o agente pelo delito subsidiário de sequestro, bem como qualquer outro delito 
contra a liberdade sexual. O mesmo ocorre em relação ao homem. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é raptar, que significa subtrair, sequestrar, privar de liberdade, arrebatar, tirar a 
vítima da esfera de sua proteção (dá-se a retenção da vítima, mesmo que no seu próprio ambiente em 
que ela viva, mas fora das suas atribuições normais). 
 
! Só há rapto, se a subtração da vítima for por um tempo relevante. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de privar de liberdade a mulher para fins libidinosos. 
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Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o rapto com a subtração da mulher. Admite-se a tentativa. 
 
Rapto e Sequestro: 
Distingue-se o rapto da extorsão mediante sequestro por neste existir o fim de obtenção de vantagem 
econômica, e, do simples sequestro, em que não há fim libidinoso ou pecuniário. 
 
Rapto Consensual: 
Protege-se neste artigo, além da liberdade sexual da menor, o pátrio poder ou a autoridade tutelar; 
A conduta passa a ser de raptar, retirando a vítima da esfera de proteção dos pais ou tutores. 
 
Art. 220 - Se a raptada é maior de 14 (catorze) anos e menor de 21 (vinte e um), e o rapto se dá 
com seu consentimento: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
 
! No caso de rapto com autorização dos pais, no entender de Noronha, Hungria e Mirabete o crime persiste, já Damásio entende que não há crime. 
 
Jurisprudência - Rapto: 
 
Rapto consensual. Menor que aceita o convite para conviver maritalmente com o namorado. 
Conhecimento paterno. Pai que aguarda a oportunidade do agente para a realização do 
casamento. Desistência deste de realizá-lo. Não pode o pai, depois de dissolvida a união valer-se 
da lei para punir o réu. Lei que protege tão somente o pátrio-poder. Apelação provida para 
absolver o réu. Voto vencido. Ementa Oficial: “O que a lei tutela é o pátrio-poder. Não tendo 
feito o pai nenhuma objeção a que sua filha passasse a viver maritalmente com o acusado, não 
poderia depois de algum tempo de convívio, por ter a união se dissolvido, pretender valer-se da 
lei para puní-lo. O que a lei pune é o rapto em si e não o eventual insucesso da vida comum do 
casal”. TACrimSP 13ª C. Ap. 947357/9. 
 
Rapto Privilegiado: 
Há dois casos de diminuição de pena: 
a) no primeiro caso o fundamento da atenuação é o caráter menos anti-social do ato, visto que 
se visava o casamento; 
b) no segundo caso é necessário que a vítima seja colocada em liberdade por livre vontade do 
agente e que não tenha ocorrido qualquer ato libidinoso. 
 
Art. 221 - É diminuída de um terço a pena, se o rapto é para fim de casamento, e de metade, se o 
agente, sem ter praticado com a vítima qualquer ato libidinoso, a restitui à liberdade ou a coloca 
em lugar seguro, à disposição da família. 
 
Concurso de Crimes: 
O rapto, mesmo que seja meio para a prática de um dos outros crimes sexuais (estupro, atentado 
violento ao pudor, etc.) é ele sempre autônomo, ocorrendo, indiscutivelmente, concurso material. 
 
Art. 222 - Se o agente, ao efetuar o rapto, ou em seguida a este, pratica outro crime contra a 
raptada, aplicam-se cumulativamente a pena correspondente ao rapto e a cominada ao outro 
crime. 
 
 
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 Normas Gerais 
 
Formas Qualificadas: 
 
Art. 223 - Se da violência resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
 
Parágrafo único - Se do fato resulta a morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 25 (vinte e cinco) anos. 
 
Em relação ao rapto violento há dois entendimentos: 
a) Damásio acha que se aplica no caso de lesão corporal ou morte aplica-se o art. 222 por ser 
disposição especial; 
b) Mirabete entende que o art. 222 só serve para o crime culposo, aplicando-se o art. 223. 
 
Violência Presumida: 
Mirabete entende que este artigo serve apenas para tipificar o crime, mas não para agravar o crime 
(art. 9.° da Lei de Crimes Hediondos). 
 
Presunção de violência 
Art. 224 - Presume-se a violência, se a vítima: 
a) não é maior de 14 (catorze) anos; 
b) é alienada ou débil mental, e o agente conhecia esta circunstância; 
c) não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência. 
 
Lei de Crimes Hediondos: 
Art. 9º - As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput 
e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua 
combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de metade, 
respeitado o limite superior de 30 (trinta) anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses 
referidas no art. 224 também do Código Penal. 
 
Jurisprudência – Lei de Crimes Hediondos: 
 
Violência presumida. Vítima menor de 14 anos de idade. Pena. Aumento da metade estabelecido 
pelo art. 9º da Lei 8072/90. Inadmissibilidade. Violência, já computada na tipificação do delito, 
não devendo pesar na fixação da reprimenda, o que seria um verdadeiro bis in idem. 
Declarações de votos vencedor e vencido. O atentado violento ao pudor é praticado com 
violência. Sem esta não há o crime por faltar um de seus elementos integrantes. A violência pois, 
integra o tipo penal. Daí porque aumentar-se a pena em razão da violência, conforme determina 
o art. 9º da Lei 8072/90 constitui um verdadeiro bis in idem. TJSP 3ª C. Rev. 118428-3/0. 
 
Crime hediondo. Pena. Aumento de metade previsto no art. 9º da Lei 8072/90. Aplicação apenas 
nos casos de lesão grave ou morte. Inteligência do art. 223 “caput’ e parágrafo único do CP. O 
aumento de metade do art. 9º da Lei de Crimes Hediondos aplica-se apenas nas hipóteses de 
lesão grave ou morte, ante a expressa remissão da lei ao art. 223 “caput” e parágrafo único, cp. 
TJSP, 1ª C, Ap. 180293-3/1 
 
Ação Penal: 
 
Art. 225 - Nos crimes definidos nos capítulos anteriores, somente se procede mediante queixa. 
 
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§ 1º - Procede-se, entretanto, mediante ação pública: 
I - se a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo, sem privar-se de recursos 
indispensáveis à manutenção própria ou da família; 
II - se o crime é cometido com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou 
curador. 
 
§ 2º - No caso do n.º I do parágrafo anterior, a ação do Ministério Público depende de 
representação. 
 
Aumento de Pena: 
 
Art. 226 - A pena é aumentada de quarta parte: 
 
I - se o crime é cometido com o concurso de duas ou mais pessoas; 
 
II - se o agente é ascendente, pai adotivo, padrasto, irmão,tutor ou curador, preceptor ou 
empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; 
 
III - se o agente é casado. 
 
 
 
 
 
 
 Lenocínio e Tráfico de Mulheres 
 
 
 Mediação para Servir a Lascívia de Outrem 
 
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
 
§ 1º - Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu 
ascendente, descendente, marido, irmão, tutor ou curador ou pessoa a que esteja confiada para 
fins de educação, de tratamento ou de guarda: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
 
Objetividade Jurídica: 
É a disciplina da vida sexual, de acordo com os bons costumes, a moralidade pública e a organização 
da família. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a pessoa que satisfaz a lascívia de outrem, homem ou mulher. 
 
 
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Tipo Objetivo: 
A conduta típica é induzir: incitar, incutir, mover, levar persuadir alguém para satisfazer a lascívia de 
outra pessoa. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de induzir ou convencer a vítima para satisfazer a lascívia de outrem. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se no momento em que a vítima satisfaz a lascívia de terceiro. Admite-se a tentativa. 
 
Formas Qualificadas: 
 
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência. 
 
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
 
 Favorecimento da Prostituição 
 
Art. 228 - Induzir ou atrair alguém à prostituição, facilitá-la ou impedir que alguém a abandone: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
 
Noções Iniciais: 
Este crime difere do anterior, pois aqui não se pretende servir a pessoa determinada, mas sim o 
exercício da prostituição em geral. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se com o dispositivo os bons costumes e a moralidade pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
Pode ser qualquer pessoa, inclusive o homem. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é induzir, atrair ou facilitar o seu caminho. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de induzir, atrair ou facilitar com fins a prostituição. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma com a prática das condutas descritas. 
 
Formas Qualificadas: 
 
§ 1º - Se ocorre qualquer das hipóteses do § 1º do artigo anterior: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. 
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§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, além da pena correspondente à violência. 
 
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
 
 Casa de Prostituição 
 
Art. 229 - Manter, por conta própria ou de terceiro, casa de prostituição ou lugar destinado a 
encontros para fim libidinoso, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário 
ou gerente: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se os bons costumes da sociedade. 
 
Sujeito Ativo: 
É qualquer pessoa que mantenha a casa ou o local, com ou sem a persecução de lucro. A prostituta 
que recebe o cliente em sua própria casa não comete o crime. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é manter a casa ou o lugar destinado a prostituição de forma habitual. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de manter a casa ou o local com o fim de encontros libidinosos. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a manutenção da casa ou do local. Não é admitida a forma tentada. 
 
 
 Rufianismo 
 
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou 
fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se os bons costumes e a moralidade pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a pessoa dedicada à prostituição, homem ou mulher. 
 
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Tipo Objetivo: 
A conduta típica é caracterizada pelo proveito da prostituição, participando dos lucros ou se fazendo 
sustentar. É crime habitual. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de receber os proventos do meretrício. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a participação reiterada nos lucros ou com a manutenção do agente pela 
prostituta. Não admite a forma tentada, por ser crime habitual. 
 
Forma Qualificada: 
 
§ 1º - Se ocorre qualquer das hipóteses do § 1º do art. 227: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, além da multa. 
 
§ 2º - Se há emprego de violência ou grave ameaça: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, além da multa e sem prejuízo da pena 
correspondente à violência. 
 
 
 Tráfico de Mulheres 
 
Art. 231 - Promover ou facilitar a entrada, no território nacional, de mulher que nele venha 
exercer a prostituição, ou a saída de mulher que vá exercê-la no estrangeiro: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a moralidade pública sexual. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a mulher, embora tenha ocorrido forma semelhante com homens (travestis). 
 
Tipo Objetivo: 
As condutas típicas são promover ou facilitar a entrada ou a saída da mulher no país não se exigindo 
o exercício da prostituição e havendo ou não o seu consentimento. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de promover ou facilitar a entrada ou a saída da mulher no país 
para o exercício da prostituição. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a entrada ou a saída da mulher no território nacional. 
 
 
 
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Formas Qualificadas: 
 
§ 1º - Se ocorre qualquer das hipóteses do § 1º do art. 227: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. 
 
§ 2º - Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude, a pena é de reclusão, de 5 (cinco) a 
12 (doze) anos, além da pena correspondente à violência. 
 
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
 
 Normas Gerais 
 
Art. 232 - Nos crimes de que trata este Capítulo, é aplicável o disposto nos arts. 223 e 224. 
 
Presunção de Violência: 
Presume-se haver violência se a vítima não é maior de 14 anos, é alienada ou débil mental, e o agente 
conhecia esta circunstância, ou não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência. 
 
Ação Penal: 
Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 Ultraje Público ao Pudor 
 
 
 Ato Obsceno 
 
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o pudor público. 
 
! O pudor coletivo é aquele que atende ou está em conformidadecom os costumes vigentes em determinado lugar e durante determinado tempo. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. Freqüentemente o agente é inimputável por sofrer alienação mental. 
 
Sujeito Passivo: 
Não só o Estado e a coletividade, mas qualquer pessoa que presenciar o ato obsceno. 
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Tipo Objetivo: 
1) Ato Obsceno: O ato obsceno é o ato impudico, que tenha qualquer característica sexual em sentido 
amplo, real ou simulado, atritando com o sentimento médio de pudor. São atos obscenos aqueles que, 
embora não se referindo à atividade sexual, envolvem órgãos a da referentes. 
São atos obscenos: 
a) a prática erótica ou libidinosa sozinho ou entre indivíduos; 
b) o beijo quando lascivo; 
c) a bolinação; 
d) a exibição de órgãos genitais; 
e) andar ou correr desnudo, ou o travesti andar com o corpo semi-nu ou apenas com roupas 
íntimas de mulher. 
2) Lugar Público: Para que o ato obsceno constitua crime é necessário que seja ele praticado em 
lugar público, ou aberto ou exposto ao público: 
a) lugar público: é aquele acessível a todos a qualquer momento (ex.: ruas, praças, caminhos). 
Entende-se que não há publicidade se o fato for praticado em lugar sem iluminação e de 
difícil acesso; 
b) lugar aberto ao público: é o lugar público por destino (ex.: igreja, teatro, cinema, casa 
particular quando em festa); 
c) lugar exposto ao público: é o local privado, mas, permite que o público veja o que aí se faz; 
exige-se, porém, que o ato praticado em lugar privado possa ser visto de outro lugar público 
(ex.: no interior de um automóvel, no jardim de uma casa), se for visto apenas de outro lugar 
privado, não há crime (ex. janela de apartamento). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar o ato, ciente de estar em lugar público. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma com a prática do ato obsceno, ainda que não seja presenciado por qualquer 
pessoa ou que o assistente não se sinta ofendido. Admite-se a tentativa. 
 
Exclusão do Crime: 
É estado de necessidade, quando o agente se apresenta despido porque perdeu sua roupa por qualquer 
acidente. 
 
Concurso: 
Pode ocorrer concurso formal com outros delitos: estupro, atentado violento ao pudor, corrupção de 
menores e etc. 
 
 
 Escrito ou Objeto Obsceno 
 
Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de 
distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto 
obsceno: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. 
 
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem: 
 
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste artigo; 
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II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição 
cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter; 
 
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de 
caráter obsceno. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o pudor público e o particular. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. Normalmente há co-autoria para a consecução do delito. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade e o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
O objeto material dos crimes são as coisas obscenas que ofendem o pudor médio da coletividade. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar qualquer das condutas descritas, entende-se porém possível o erro 
invencível no caso de obras artísticas, em especial quando foram aprovadas pela censura oficial. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma com a prática de qualquer das condutas. A tentativa é possível. 
 
 
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 Questões de Concursos 
 
 
01 - (Ministério Público/MG – 40) A pequena comarca do interior ficou estarrecida quando se 
apurou que João, um rude lavrador, mantinha regularmente conjunção carnal com sua filha 
Terezinha, de apenas 13 anos de idade. Joana, mãe de Terezinha, mesmo possuindo total 
conhecimento dos fatos e ampla possibilidade de noticiá-los à autoridade competente, 
desde o início quedou-se inerte. Por esta conduta omissiva, Joana deverá responder: 
( ) a) por um crime de estupro (art. 213, CP) a cada conjunção carnal verificada; 
( ) b) por um crime de sedução (art. 217, CP) a cada conjunção carnal verificada; 
( ) c) pelo crime de mediação para satisfazer a lascívia de outrem (art. 227, CP); 
( ) d) pelo crime de favorecimento à prostituição (art. 228, CP); 
( ) e) por crime algum, sendo sua conduta atípica uma vez que nossa legislação não 
contempla a participação por omissão. 
 
 
02 - (Magistratura/SP – 173) Para a consumação do crime de estupro, é exigida(o) 
( ) a) a introdução completa do pênis na vagina da vítima. 
( ) b) a introdução completa do pênis na vagina da ofendida, com ejaculação. 
( ) c) somente a introdução parcial do membro viril na vagina da ofendida. 
( ) d) rompimento do hímem. 
 
 
03 - (Magistratura/RS – 2000) A agrediu fisicamente a vizinha Z, do sexo feminino, maior de 21 
anos, constrangendo-a à conjunção carnal. Da violência resultaram lesões em Z. Esta, 
contudo, negou-se a representar contra A. A este respeito, assinale a assertiva correta. 
( ) a) O Ministério Público denunciará por estupro, pois relativamente às lesões seria 
necessária a representação. 
( ) b) A ação penal pelo delito de estupro, no caso, é pública incondicionada, e a lesão fica 
absorvida. 
( ) c) Estupro é crime de ação penal privada. Não oferecida a queixa-crime no prazo, 
extingue-se a punibilidade. 
( ) d) Tanto o estupro quanto a lesão corporal são crimes de ação pública condicionada à 
representação. 
( ) e) A ação penal, pelo estupro, é privada; quanto às lesões, dependem de representação. 
 
 
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 Gabarito 
 
 
01.A 02.C 03.B 
 
 
 
 
 
 
 Bibliografia 
 
 
• Direito Penal 
 Damásio E. de Jesus 
 São Paulo: Editora Saraiva, 9º ed., 1999. 
 
• Manual de Direito Penal 
Júlio Fabbrini Mirabete 
São Paulo: Editora Atlas, 9º ed., 1995. 
 
 
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