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Usucapião: O que é e como funciona

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USUCAPIÃO
Erick Ribeiro, Lucas, Natália Guimarães, Valeria Dutra.
Disciplina: Noções de arquitetura e urbanismo. Docente: Rosinete Fernandes. 
USUCAPIÃO 
Diferença de posse e propriedade
Quando uma pessoa ou família ocupa determinado espaço, diz-se que há uma relação de posse, ou seja, o terreno é ocupado ou pertence a alguém na pratica. Já a propriedade é a relação formal e jurídica que determina oficialmente a quem um terreno pertence.
Você sabe o que é Usucapião?
	Usucapião é o direito que o indivíduo adquire em relação à posse de um bem móvel ou imóvel em decorrência da utilização do bem por determinado tempo, contínuo e incontestadamente. Esse procedimento pode acontecer em diversas categorias, sendo as mais comuns o usucapião ordinário e usucapião extraordinário, ambas previstas no Código Civil Brasileiro.
Bens que não podem ser adquiridos pelo usucapião: 
Em caso de imóvel, qualquer bem que não seja público pode ser adquirido através do usucapião:
São bens públicos, os bens de uso comum do povo, rios, mares, estradas, ruas e praças; os bens de uso especial, edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual ou municipal, inclusive os edifícios ou terrenos das autarquias; e os bens dominicais, aqueles que constituem o patrimônio das entidades federativas, União, estados e municípios. Além disso, os bens que constituem objeto de direito real e pessoal dessas entidades também não podem ser usucapidos. 
O que é necessário para que se consiga o usucapião? 
1 - Que o possuidor que quer pedir o usucapião, realmente esteja no imóvel com intenção de posse, explorando o bem sem subordinação a quem quer que seja, com exclusividade, como se proprietário fosse;
2 - Que a posse não seja clandestina, precária ou mediante violência;
3 - Que seja então, posse de forma mansa, pacífica e contínua.
Tipos de Usucapião
Bens Imóveis – Código Civil, artigo 1.238
Extraordinária:
- Posse do imóvel por 15 anos, sem interrupção, nem oposição.
- Independente de título e boa-fé.
- Redução de prazo para 10 anos, se: o possuidor estabelecer no imóvel a sua moradia habitual, houver realizado obras, ou ainda,  tiver realizado serviços de caráter produtivo no local.
 
Ordinária – CC, artigo 1.242
- Posse durante 10 anos continuamente.
- Boa-fé.
- Justo título.
- Redução para 5 anos, se: houver aquisição onerosa, com base em registro, cancelada posteriormente, ou os possuidores tiverem estabelecido moradia no local, ou os possuidores tiverem realizado investimento de interesse social e econômico.
Especial rural – Constituição Federal, artigo 191 / Código Civil, artigo 1.239
- Posse por 5 anos. 
- Zona rural.
- Área não superior a 50 hectares.
- Área produtiva pelo trabalho próprio ou da família, tendo nela sua moradia.
- O possuidor não pode ter outro imóvel.
Especial Urbana – CF, artigo 183 / CC, artigo 1.240 
- Posse por 5 anos.
- Zona urbana.
- Área não superior a 250 m².
- Moradia.
- O possuidor não pode ter outro imóvel.
Coletiva – Estatuto das Cidades, artigo 10
- Áreas urbanas.
- Ocupação por população de baixa renda para sua moradia, durante 5 anos ininterruptamente. 
- Área superior a 250m².
- Onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor.
- Os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
 
Especial familiar – Código Civil, artigo 1.240 – A
- Posse exclusiva, ininterruptamente, por 2 anos. 
- Imóvel urbano de até 250m².
- Ex-cônjuge ou ex-companheiro ter abandonado o lar.
- Utilização para moradia própria ou de sua família.
- Não ser proprietário de outro imóvel.
Bens móveis
Ordinária – Código Civil, artigo 1.260.
- Possuir coisa móvel como sua, continua e incontestadamente durante 3 anos.
- Justo título.
- Boa-fé.
Extraordinária – Código Civil, artigo 1.261
- Posse da coisa móvel por 5 anos.
- independente de título e boa-fé.
Por sua vez, a usucapião sobre bem imóvel possui oito modalidades:
Usucapião constitucional urbana é a aquisição da propriedade por meio do exercício contínuo e ininterrupto da posse de área com até 250 m², por cinco anos, desde que utilize para sua moradia ou de sua família;
Usucapião constitucional rural é a aquisição da propriedade rural, cuja área não ultrapasse 50 hectares, por cinco anos ininterruptos e sem oposição, desde que a torne produtiva pelo trabalho e seja sua moradia;
 
Usucapião especial coletiva é a aquisição da propriedade de área urbana com mais de 250 m², ocupada por população de baixa renda para moradia, por cinco anos ininterruptos e sem oposição, em que não seja possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel rural ou urbano;
Usucapião ordinária dá-se pela aquisição da propriedade pelo possuidor com justo título, boa-fé e que exerça posse contínua e incontestadamente por dez anos;
 
 
Usucapião ordinária com prazo reduzido dá-se pela aquisição da propriedade pelo prazo de cinco anos, se o imóvel houver sido adquirido pelo possuidor, onerosamente, ainda que conste registro cancelado em cartório, desde que o possuidor tenha estabelecido sua moradia ou realizado investimento social e econômico;
Usucapião extraordinária é a aquisição da propriedade pelo possuidor que exerça posse contínua, sem interrupção ou oposição, por quinze anos, independentemente de justo título ou boa-fé;
 
 
Usucapião extraordinária com prazo reduzido é a aquisição da propriedade pelo possuidor que exerce posse contínua, sem interrupção ou oposição, pelo prazo de dez anos, desde que utilize para sua moradia ou realize obras ou serviços de caráter produtivo;
Usucapião tabular familiar é aquisição da propriedade pelo ex-cônjuge ou ex-companheiro, de imóvel em condomínio, por meio da posse por dois anos ininterruptos e sem oposição, em imóvel nos padrões da usucapião constitucional urbana, adquirindo a propriedade exclusiva, desde que tenha ocorrido abandono do lar pelo ex-cônjuge ou ex-companheiro.
 
 
O que é necessário para ganhar a propriedade do imóvel?
Consultar um advogado para avaliar a viabilidade do processo. 
Dar início à ação frente a vara civil (quando o processo civil é aberto, é comum que o juiz peça ao possuidor do terreno que comprove com documentos sua posse, habitação e participação no imóvel). 
Apresentar plantas e desenhos arquitetônicos, que mostram a realidade do imóvel. Essas plantas são importantes para delimitar a fronteira do terreno usucapiendo, bem como as metragens e áreas do imóvel.
Diferença entre obter a propriedade e legalizar um imóvel
A conclusão de um processo de usucapião bem sucedido culmina na posse do imóvel, mas não necessariamente em sua legalização. Isso acontece porque a SMU (secretaria municipal de urbanismo) apresenta uma série de critérios os principais mínimos para que a planta seja legalizável. Em geral, critérios são a taxa de ocupação máxima, ventilação em todos os cômodos e espaçamento mínimo entre área construída e o limite o terreno.
A IMPORTÂNCIA DO MEMORIAL DESCRITIVO PARA O PROJETO DE USUCAPIÃO
O memorial descritivo é um documento necessário para dar andamento a uma ação de usucapião. Nele estão escritas todas as informações do terreno que tenham importância para o projeto de forma detalhada.
Segue uma lista do que ele deve conter:
Descrição e localização do terreno em relação ao norte (N) e ao leste (E);
Depois do perímetro, a área informada em hectares com quatro casas decimais;
Assinatura do responsável com a qualificação profissional e CREA;
Descrição de áreas internas (área de preservação, reserva e outras), se existirem.
Certifique-se que o responsável pela obra é um profissional altamente qualificado. Um memorial descritivo realizado de maneira correta pode ser o diferencial para o sucesso na sua ação de usucapião.
Por fim, não confunda memorial descritivo de projeto arquitetônico com memorial descritivo para projeto deusucapião, o primeiro é utilizado para controle de obras e estudo de viabilidade do projeto, e o segundo é utilizado para apresentar as especificações do terreno.
Obrigado pela atenção.

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