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INSTITUTO PEDAGÓGICO DE 
MINAS GERAIS 
 
 
 
Módulo Específico 
Apostila 6 – Serviço de Orientação Escolar 
Coordenação Pedagógica – IPEMIG 
Em parceria com a FACEL 
 
 
 
 
Belo Horizonte - 2010 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03 
 
1 SERVIÇO DE ORIENTAÇÃO ESCOLAR - SOE .......................................... 05 
1.1 Definição .................................................................................................... 05 
1.2 Evolução histórica ...................................................................................... 05 
1.3 Atribuições .................................................................................................. 12 
 
2 O ORIENTADOR E A PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA ......................... 14 
 
3 A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL E VOCACIONAL .................................. 20 
3.1 O uso de testes .......................................................................................... 22 
 
4 A QUESTÃO DA INDISCIPLINA .................................................................. 29 
 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS .......................................... 35 
 
AVALIAÇÃO .................................................................................................... 38 
 
 
 
 
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 (31) 3484-4334 - (31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" 
INTRODUÇÃO 
 
Sejam bem vindos ao tópico que tratará dos Serviços de Orientação Escolar 
pertencente ao curso de Especialização em GESTÃO ESCOLAR COM 
HABILITAÇÃO EM INSPEÇÃO, ORIENTAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR 
oferecido pelo Instituto Pedagógico de Minas Gerais – IPEMIG. 
Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação 
daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências 
atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. 
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, 
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos 
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou 
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e 
provado pelos pesquisadores. 
Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos 
colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada 
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e 
melhorar nosso trabalho. 
Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês 
são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: 
aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é 
demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação 
dos nossos/ seus alunos. 
Falar em Orientação Escolar passa necessariamente por autores como 
Miriam Grinspun e Imídeo Nérici os quais já publicaram muitos estudos sobre o tema 
em epígrafe. 
Segundo Grinspun (2008) a Orientação Educacional no Brasil percorreu um 
longo caminho comprometido com a educação e com as políticas vigentes. Todo o 
processo da orientação manteve sempre, estreita relação com as tendências 
pedagógicas, sendo o seu trabalho desenvolvido a partir do que dela se esperava 
nas diversas concepções. 
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Enquanto tinha sua abordagem na área psicológica, os objetivos da 
Orientação eram claros e precisos, no entanto, na medida que houve mudança no 
enfoque da Orientação, com ênfase nos aspectos sociológicos, os objetivos 
deixaram de ser claros e precisos, uma vez que o conceito e o direcionamento da 
orientação passou de ajustamento da aluno à escola, família ou sociedade para a 
formação do cidadão para uma participação mais consciente no mundo. 
Enfim, a Orientação hoje está mobilizada com outros fatores que não apenas 
e unicamente cuidar e ajudar os alunos com problemas e os profissionais precisam 
se adequar a esse novo tempo, essas nova necessidade e foco de trabalho, ou seja: 
ajudar na construção de um cidadão que esteja mais comprometido com seu tempo 
e sua gente. 
Esperamos que ao final do módulo compreendam que as novas abordagens 
e o novo paradigma para Orientação Educacional, não mais se alicerçam no perfil da 
ajuda ao aluno em uma dimensão psicológica, mas sim no perfil de colaborar com 
esse mesmo aluno na sua formação de cidadania. 
Ressaltamos que o material se trata de uma reunião do pensamento de 
vários autores que entendemos serem os mais importantes para a disciplina. 
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de 
redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. 
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final 
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar 
dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 SERVIÇO DE ORIENTAÇÃO ESCOLAR - SOE 
 
1.1 Definição 
 
De maneira geral, o Serviço de Orientação Educacional (SOE) é um trabalho 
no qual o profissional busca administrar, resolver e viabilizar recursos que propiciem 
um melhor processo de aprendizagem e de autoconhecimento, além de uma 
integração entre a família e a escola, mas sempre buscando a formação integral dos 
alunos. 
Devido o século XXI trazer em seu bojo solicitações novas, nunca antes 
requeridas, demandando do sujeito uma nova postura diante da vida, tanto os 
profissionais quanto os sujeitos-alunos-cidadãos precisam lidar com este cenário 
sob outra ótica: todos devem aprender a pensar, a criticar, a desenvolver a 
autonomia e a interagir com as pessoas, de forma inteligente e criativa. 
Nesse sentido, é necessário construir nos alunos, ou até, em cada um dos 
profissionais, entre outros aspectos, recursos internos que facilitem uma maior 
interação com o outro, com a comunidade, com o planeta. É preciso construir uma 
nova consciência desde a educação infantil até o ensino médio. Daí a necessidade 
de uma atuação do Orientador Educacional onde seja possível, não só desenvolver 
estes recursos, mas interferir e criar estratégias que deem conta de situações 
emergenciais e pontuais. 
 
1.2 Evolução histórica da Orientação Educacional 
 
Para se compreender as atividades desenvolvidas pelos orientadores, temos 
que nos deter aos diferentes períodos em que a Orientação foi desenvolvida e o que 
dela se esperava em termos dos próprios educadores. Acreditamos que houve, 
inicialmente, uma fase romântica que achava que a Orientação por si só resolveria 
todos os problemas dos alunos e também os que envolvessem direta ou 
indiretamente os alunos. Nesta fase o ajustamento era a palavra-chave, e havia um 
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"modelo" de aluno, de filho, de irmão, de colega etc. que deveria ser atingido e 
conquistado. Uma outra fase, que poderia ser chamada de objetiva, foi aquela 
voltada para a Orientação como sendo a prestadora de serviços - de várias ordens - 
que não permitiria que os alunos incorressem em problemas (GRINSPUN, 2008). 
A Orientaçãoestaria sempre atenta, vigilante, esclarecendo objetivamente 
as situações emergenciais para que não ocorressem mais. Na realidade, a 
objetividade procurava esclarecer, mostrar de forma bem transparente a 
necessidade de dominar determinados conceitos, normas, padrões, para que não 
houvesse "problemas" ou desacertos, posteriormente. O conceito-chave é o da 
prevenção. A Orientação Educacional era preventiva, isto é, ela se adiantava em 
todas as circunstâncias para que não se instalassem os conflitos. Hoje vivemos a 
fase crítica, em que se procura ajudar o aluno, como um todo, com os seus 
problemas e o significado dos mesmos junto ao momento histórico em que vivemos. 
A Orientação está do lado do aluno fazendo-o compreender que naquele momento 
assinalado ele também está vivendo a sua própria história de vida. 
São várias as maneiras que podemos apresentar a evolução desse serviço, 
desde analisando os conceitos como por determinadas características usando o 
critério didático, de todo modo, o nosso interesse é identificar através da história do 
Brasil pontos referentes a legislação, ou seja, como foi se construindo esse 
profissional. 
 
1920 a 1941 – período da primeira tentativa de implantação do Serviço de 
Orientação. 
Nérici (1976) acredita que a primeira tentativa de Orientação Educacional no 
Brasil deve-se à Lourenço Filho, que quando diretor do Departamento de Educação 
do Estado de São Paulo, criou o “Serviço de Orientação Profissional e Educacional”, 
em 1931, o qual tinha como maior objetivo, guiar o indivíduo na escolha de seu lugar 
social pela profissão. 
Para Grinspun (2008) a Orientação começa a aparecer no cenário 
educacional brasileiro timidamente associada à orientação profissional, com ênfase 
nos trabalhos de seleção e escolha profissional. A questão do trabalho, na escola, 
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remonta a década de 1920, com os projetos do deputado Fidelis Reis, que desejava 
tornar o ensino profissional obrigatório em todos os estabelecimentos de ensino. 
 
1942 a 1960 – período em que o governo, através do esforço do Ministério da 
Educação e Cultura, implanta institucionalmente o serviço de Orientação, 
procurando dinamiza-lo bem como aos cursos que cuidavam da formação dos 
orientadores educacionais. 
 
1961 a 1970 – Grinspun chama esta década de período transformador porque traz 
uma Orientação Educacional caracterizada como educativa, na Lei n. 4024/61, até a 
profissionalização dos que atuam nesta área, através da Lei n. 5540/48. Começam a 
ganhar maior dimensão os eventos da classe, apresentados em seminários, 
encontros e congressos. Nos congressos brasileiros de Orientação Educacional 
ganham espaço, nesse período, as questões psicológicas. 
Na década de 1960, em que floresceu o aspecto preventivo da Orientação 
Educacional, a escola vivia o seu momento de grande importância, uma vez que a 
educação seria a responsável pelo desenvolvimento do país. 
Abafado entre os muros da escola, o aluno ia sendo "objeto" significativo na 
mudança de currículo, programas, métodos de ensino, materiais didáticos. O fazer 
da Orientação era de fora para dentro, isto é, no sabor da dinâmica do grupo e de 
atividades que sustassem o conflito dentro da escola (GRINSPUN, 2008). 
A escola, com um discurso democrático, começava a exigir de seus 
protagonistas uma atitude que estivesse de acordo com o sistema político vigente. O 
"novo e o diferente", mesmo dentro de uma abordagem pedagógica, não era 
permitido na escola. 
Não havia grêmios nas escolas. A participação dos alunos em grandes 
movimentos, como teatros, festivais, campanhas, festas, elaboração de jornais etc., 
sempre era tida como uma ameaça dentro das escolas. 
 
1971 a 1980 – Fase disciplinadora da Orientação quando fica sujeita à 
obrigatoriedade da Lei n° 5692/71 que determina, inclusive, o aconselhamento 
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vocacional. Ao mesmo tempo, a Orientação quer trabalhar com o currículo da 
escola, encontrando, porém, os seus orientadores, a questionar a sua prática 
pedagógica. Apesar de a diretriz da Orientação assinalar para uma visão mais 
sociológica e coletiva, a legislação dos profissionais da área compromete-os com 
atribuições e funções voltadas para a Psicologia. O Decreto n° 72.846/73, que 
regulamenta a lei que trata do exercício da profissão de orientador educacional, vai 
disciplinar os passos que deverão ser seguidos. A impressão que se tinha é de que 
a Orientação estava buscando seu real papel, mas a lei acenava com a disciplina 
que deveria ser seguida. 
Na década de 1970, sob as luzes das teorias pedagógicas de Althusser, 
Bourdier, Passeron, estuda-se a escola como uma reprodutora do sistema social. 
Uma nova leitura começa a ser feita. 
Desloca-se a análise da escola, das relações internas desta instituição e da 
dinâmica do processo de ensino-aprendizagem, para compreender o que se 
passava no "eixo social" e, posteriormente, trazê-lo para o interior da escola. 
Começa-se a questionar o que faz esta escola e para que servem os serviços que 
estão sob sua responsabilidade. Surge uma lei que obriga a profissionalização do 
ensino, mas existe uma enorme dificuldade em lidar com esse fato novo, desde a 
falta de recursos materiais para sua efetivação até a formação de profissionais para 
sua realização. Centrada nesse mosaico - quase surrealista - retoma à cena a 
Orientação Educacional, costurando um modelo pedagógico, já tentado no início do 
século, de mostrar ao aluno as benesses do sistema aberto às suas potencialidades 
e aptidões. O garimpo pedagógico dos cursos profissionalizantes que atendessem 
ao mercado de trabalho foi extremamente difícil. Houve muitos atropelos, 
modificações (inicialmente o ensino era técnico, depois foi auxiliar técnico e no final 
o ensino terminou como habilitação básica), projetos, sempre envolvendo a 
Orientação Educacional no seu compromisso com a escolha da profissão. 
Interessante observar que em todo o momento a Orientação que deveria realizar o 
aconselhamento vocacional em cooperação com a família, escola e sociedade, na 
realidade o que realizou foi uma informação profissional (GRINSPUN, 2008). 
No final da década de 1970 crescem as denúncias, grita-se contra a falta de 
compromisso da escola e de seus reais protagonistas. Tenta-se resgatar a 
importância da escolaridade para as estratégias de vida das camadas populares, 
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chamando a atenção para a estrutura interna da escola como um dado significativo 
para o desempenho dos alunos. A Orientação estava dentro da escola e não se deu 
conta do seu papel. 
Aliás, assumiu, em alguns momentos, uma ingenuidade pedagógica, 
ouvindo, muitas vezes calada, as críticas às suas atividades, como sendo 
responsável pela fragmentação do trabalho escolar, como não resolvendo todos os 
conflitos que a própria escola não dava conta de resolver (GRINSPUN, 2008). 
A década de 1980 se constitui no período questionador, tanto em termos da 
formação de seus profissionais, quanto da prática realizada. 
Por outro lado, os orientadores, através de seus órgãos de classe, procuram 
respostas para seus questionamentos, nas próprias questões sociais e políticas. A 
década de 80 traz grandes modificações que irão se refletir na educação, na escola 
e na Orientação. 
Os postuladosteóricos desta área vão se modificando para uma dimensão 
mais crítica e consciente do momento político social que vivíamos. 
Esse período é marcado pela realização de muitos cursos de reciclagem, de 
atividades que deveriam ser integradas com os supervisores, de trabalhos voltados 
para o currículo, onde a própria questão do trabalho era o eixo condutor da proposta 
curricular. O orientador educacional quer participar do planejamento - não como 
benesse da Orientação, mas sim como um protagonista do processo educacional - 
procurando discutir objetivos, procedimentos, estratégias, critérios de avaliação, 
sempre voltados para os alunos. O orientador deseja trazer a realidade do aluno 
para dentro da escola e, portanto, começa a discutir suas práticas, seus valores, a 
questão do aluno trabalhador, enfim, o seu "mundo lá de fora". 
Por outro lado, enquanto pertencentes a uma classe de profissionais, 
discutem-se também as funções dos orientadores nos campos de consultoria, 
assessoria e coordenação. 
Os orientadores procuram evidenciar a contribuição da Orientação em uma 
escola pública que se quer democrática e de qualidade. Cada vez mais próxima dos 
laços pedagógicos, a Orientação procura encaminhar-se na direção dos problemas 
macroeducacionais. Libâneo (1984) apresenta uma proposta de trabalho para o 
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orientador educacional dentro da pedagogia crítico-social dos conteúdos, que 
posteriormente será retomada por outros educadores, como Selma G. Pimenta 
(1985), que analisa essa questão específica para o orientador. 
Neste período os orientadores, enquanto trabalhadores, organizam-se de 
maneira mais objetiva nos sindicatos, ampliando e fortalecendo sua relação com os 
demais profissionais da educação. 
Segundo Grinspun (2008) há uma discussão muito grande do papel do 
orientador educacional, como trabalhador, desvelando seu compromisso político e 
pedagógico. O fazer dos orientadores tem a ver com este novo momento vivido. A 
prática ia sendo diferenciada de acordo com as possibilidades do orientador e com 
os espaços conquistados. 
Toda prática da Orientação está debruçada nesta concepção de educação 
como um ato político, como uma instituição que está intrinsecamente relacionada 
com as mudanças ocorridas no próprio núcleo da sociedade. A prática da 
Orientação tem que ser mais aberta e dinâmica: o que seria, hoje, da prática anterior 
quando se pedia ao orientador educacional que trabalhasse o ajustamento do aluno 
à família, à escola e à sociedade? A que tipo de sociedade o aluno, hoje, deveria se 
ajustar? A comunidade? A alguma sociedade utópica? E a família? Qual o "modelo" 
de família a que o jovem deveria ser ajustado hoje? E a que escola? A que se volta 
para os conteúdos, ou a que motiva preferencialmente os valores? 
Discutia-se, mais do que nunca, a questão do trabalho, não pelo caminho da 
sondagem de aptidões individuais, mas pelas questões sociais, de suas 
desigualdades, do significado do próprio trabalho. 
Grinspun (2008) determina como orientador, o período que começa com a 
década de 1990, por acreditar que ela estava encontrando realmente a orientação 
pretendida. Inúmeros são os fatores que nos mostram um novo momento vivido por 
esta área, dentre eles: 
 Houve extinção da Federação Nacional de Orientação Educacional (FENOE); 
 Houve uma tentativa de unificação dos trabalhadores de educação, 
engajando-os em uma entidade nacional - a Confederação Nacional de 
Trabalhadores da Educação (CNTE). 
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A prática que advirá ainda está sendo construída, uma vez que os 
orientadores têm que buscar - sem o apoio específico da sua categoria em termos 
de órgãos de classe - a especificidade requerida no trabalho com os demais 
educadores, mas pontuamos que: 
 Deixar de existir esse profissional na escola é impossível, pois nunca deixará 
de existir a educação e como diz Grinspun (2008), elas estão ligadas a tal 
ponto que o próprio conceito etimológico de educação se compromete, 
enquanto educare, com a Orientação, isto é, refere-se a orientar, guiar, 
conduzir o indivíduo; 
 O centro do processo educacional é o aluno e sempre ele foi o campo de 
trabalho da Orientação; portanto, o aluno é o sujeito da educação, e o sujeito 
e objeto da Orientação; 
 Caminhamos, em todas as ciências, e também na área das ciências 
humanas, para as especializações que atendam com mais propriedade e 
segurança aos seus intentos - não é substituir o professor por outro 
profissional, mas sim ajudar esse professor no seu campo de ação. Pretende-
se mostrar que a especificidade da Orientação se torna necessária no 
processo educacional, quando o desenvolvimento científico-tecnológico 
precisa da "humanização" deste homem; 
 Estamos cada vez mais mergulhados em um novo tempo, com uma nova 
linguagem, com um novo canal de educação, e o orientador poderá ajudar 
nessa realidade existente, com o significado de uma nova leitura a partir do 
que se entende por comunicação e interação social; 
 A educação está construindo novas formas de entender e trabalhar a prática 
pedagógica, respeitando-se as práticas particulares, compreendidas no seu 
contexto histórico e, nesse sentido, a Orientação seria a mediadora, trazendo, 
à prática do aluno, a sua realidade para o cotidiano da escola; 
 A Orientação articula as diferentes vozes, dentro da escola, na construção de 
diálogos necessários ao homem que se quer mais humano e mais justo; 
 A Orientação sempre trabalhou junto à realidade dos alunos, procurando 
identificá-Ia e interpretá-Ia. Havia e continua existindo uma busca da leitura 
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ideológica sobre os fatos existentes. A Orientação Educacional tem que estar 
preparada para ajudar nessas relações em que contradições e conflitos fazem 
parte do contexto do aluno. 
 
1.3 Atribuições 
Os Serviços de Orientação Educacional (SOE) deveriam desenvolver a sua 
ação nos estabelecimentos de educação básica, mas geralmente estão alocados no 
ensino médio - sendo três os domínios considerados para a sua intervenção: 
a) O apoio psicopedagógico a alunos e a professores; 
b) O apoio ao desenvolvimento do sistema de relações da comunidade 
educativa. 
c) A orientação escolar e profissional. 
 
Dentre suas várias atribuições encontramos: 
 Colaborar com a comunidade educativa prestando apoio psicopedagógico às 
atividades educativas, identificando as causas do insucesso escolar e propor 
medidas tendentes à sua eliminação. 
 Articular em colaboração com os órgãos de gestão da escola e com outros 
serviços especializados, nomeadamente das áreas de saúde e da segurança 
social, de modo a contribuir para o correto diagnóstico e avaliação sócio-
médica-educativa dos alunos e planejar medidas de intervenção. 
 Apoiar alunos no processo de desenvolvimento da sua identidade pessoal e 
do seu projeto de vida. 
 Planejar e executar atividades de orientação escolar e profissional através de 
programas e ações de aconselhamento a nível individual e de grupo. 
 Colaborar com outros serviços, nomeadamente no apoio à celebração de 
protocolos, tendo em vista a organização de informação e orientação 
profissional. 
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 Desenvolver ações de informação e sensibilização dos pais e da comunidade 
em geral no que respeita à problemática que as opções escolares e 
profissionais envolvem. 
 Mobilizar a escola, a família e a criança para a investigação coletiva da 
realidade na qual todos estão inseridos; 
 Cooperar com o professor, estando sempre em contato com ele, auxiliando-o 
na tarefa de compreender o comportamento das classes e dos alunos em 
particular; 
 Manter os professores informados quanto às atitudes do SOE junto aos 
alunos, principalmente quando esta atitude tiver sido solicitada pelo professor; 
 Esclarecer a família quanto às finalidades e funcionamento do SOE; 
 Atrair os pais para a escola a fim de que nela participem como força viva e 
ativa; 
 Desenvolver trabalhos de integração: pais x escola, professores x pais e pais 
x filhos; 
 Pressupor que a educação não é maturação espontânea, mas intervenção 
direta ou indireta que possibilita a conquista da disciplina intelectual e moral; 
 Trabalhar preventivamente em relação a situações e dificuldades, 
promovendo condições que favoreçam o desenvolvimento do educando; 
 Organizar dados referentes aos alunos; 
 Procurar captar a confiança e cooperação dos educandos, ouvindo-os com 
paciência e atenção; 
 Desenvolver atividades de hábitos de estudo e organização; 
tratar de assuntos atuais e de interesse dos alunos fazendo integração junto 
às diversas disciplinas. 
 
 
 
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2 O ORIENTADOR E A PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA 
 
As atribuições desses profissionais estão determinadas em documentos 
legais (Decreto n° 72.846/73), direcionando a sua prática, bem como definindo as 
condições para o exercício da profissão. Este decreto apresenta, em artigos 
separados - art. 8° e art. 9° - as atribuições privativas e as não privativas, 
respectivamente, do orientador educacional. Ocorre, entretanto, que a evolução 
histórica da Orientação Educacional tem nos apontado para "fazeres" que efetivaram 
- ou não - as atribuições proclamadas. 
O como fazer, durante longo período nesta história, foi mais importante do 
que o porquê e o para que fazer tal atividade em Orientação. Essas alterações 
observadas na prática estão relacionadas com a evolução do conceito de Orientação 
Educacional, na sua trajetória histórica. Algumas delas pouca ou nenhuma 
efetivação tiveram, no contexto escolar, como a da "coordenação do 
acompanhamento pós-escolar" do aluno. 
Por outro lado, outras atribuições foram pouco exercidas, mas, ao contrário, 
necessitariam de maior amplitude de execução, como a de "realizar estudos e 
pesquisas na área da Orientação Educacional", por exemplo. Tomando como 
referencial as pesquisas realizadas nesta área, a prática exercitada e as 
perspectivas que já se encaminham, neste campo, vamos analisar como foi 
evoluindo a prática dos orientadores para um novo enfoque, uma nova linha de 
ação, a perspectiva construtivista. 
A Orientação Educacional, no contexto atual, busca maior aproximação com 
o projeto pedagógico da escola e pretende contribuir, satisfatoriamente, não mais 
para atender "alunos problemas", mas para discutir, junto com todos os alunos e 
professores, os problemas que vivenciamos e as soluções possíveis de serem 
atingidas. 
Existe, é verdade, um elenco de atribuições identificadas legalmente e 
existe, por outro lado, uma série de atribuições tidas como indispensáveis pelos 
orientadores, mas que não possuem nem o "aval" legal, nem a aceitação dos demais 
profissionais: são atribuições mais relacionadas com os aspectos pedagógicos. Isto 
nos leva a uma prática muito comprometida com as expectativas dos diferentes 
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segmentos onde atua o orientador educacional, onde ainda prevalece uma 
Orientação tradicional e psicológica. 
Uma das suas primeiras atribuições, por exemplo, ocorreu na Escola Amaro 
Cavalcanti, em 1934, e estava relacionada à disciplina da escola e, portanto, o fazer 
daquele profissional era revestido de um papel muito mais de inspetor do que de 
orientador. Depois este profissional foi tendo papéis diferenciados, sob a postura de 
orientador, mas o que na verdade predominava eram os papéis de psicólogo, de 
conselheiro e de coordenador na escola. O que se espera, hoje, são atribuições 
relacionadas à formação do cidadão e, por conseguinte, nosso papel é de um 
educador; o orientador trabalhando diretamente na qualificação da sua 
especificidade, mesmo porque a formação inicial do Orientador é a Pedagogia! 
No cotidiano da escola, a questão do trabalho, da tecnologia, das novas 
relações sociais, fazem parte do seu contexto. Desconhecer esta realidade será um 
prejuízo inevitável à formação do aluno. 
Quanto ao construtivismo, por hora, é preciso entender que o sentido é o 
seguinte: o profissional deve ser mais comprometido técnica e politicamente, com a 
construção de um novo tempo na sua história, com a construção do conhecimento. 
Grinspun (2008) acredita e concordamos com ela que este seja o caminho 
mais produtivo para o orientador, na medida em que sua ação vai ser significativa na 
"exploração e mobilização" do meio em que o aluno vive, do qual participa. Esse 
meio é importante porque é através da interação que o sujeito mantém com o meio 
que ele vai construindo o conhecimento. 
Como afirma Becker (1993, p. 25): " [...] o meio, por si só, não se constitui 
estímulo. E o sujeito, por si só não se constitui sujeito, sem a mediação do meio; 
meio físico e social" 
Portanto, é uma das funções do orientador fazer a mediação entre os dois 
lados da questão: sujeito e meio. O que se pretende é trabalhar neste meio como 
força propulsora do conhecimento do indivíduo, de sua realidade e de sua 
participação para construção do conhecimento necessário à transformação desta 
realidade. 
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Muito relacionado às novas propostas de alfabetização, o construtivismo 
aparece, em grande parte, como se apenas a ela dissesse respeito. O 
construtivismo, porém, fundamenta não só a alfabetização como todas as 
aprendizagens lógicas que ocorrem dentro e fora da escola. 
Grossi e Bordin (1993, p. 131) definem o construtivismo como (...) uma teoria 
filosófica que, dentre suas tantas vertentes, procura explicar um aspecto essencial 
de ser gente, isto é, uma de nossas condições definitórias, a de que acedemos ao 
humano porque aprendemos. 
Para Becker (1993, p. 9), o construtivismo significa (...) a ideia de que nada, 
a rigor, está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é 
dado, em nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela interação 
do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo 
das relações sociais. 
O construtivismo, que assim foi nomeado inicialmente por Piaget, enfatiza a 
dimensão da interação entre o sujeito e a realidade de onde surge o conhecimento. 
Para que ele ocorra há necessidade de um indivíduo ativo. Piaget trabalhou a 
questão da ação como básica para o conhecimento da realidade; Vigotsky valoriza a 
questão da linguagem como fundamental à estruturação do pensamento, assim 
como valoriza o meio social como um indicador no processo da comunicação. 
O que nos chama a atenção é que nas áreas privilegiadas pela perspectivaconstrutivista podemos encontrar o caminho de uma nova prática da Orientação 
Educacional. A Orientação deve trabalhar o meio externo para atingir o nível 
individual do aluno. Também é tarefa do orientador ajudar o aluno na construção do 
seu conhecimento, não apenas como um dado cognitivo, mas como aquisição de 
conhecimentos básicos à sua formação. 
Para isso assume relevância "a forma" como isso ocorrerá com o aluno, 
considerando os esquemas simbólicos que fazem a mediação entre o meio e o 
sujeito, realidade dos alunos, propiciando-Ihes as condições favoráveis à aquisição 
do conhecimento e concomitante a esta aquisição, o próprio desenvolvimento. 
O indivíduo deve construir o conhecimento através da elaboração de 
relações, as mais abrangentes possíveis. O orientador pode ajudar o aluno na 
interpretação das ações do meio, na construção da representação mental dessas 
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ações. Discutindo, refletindo, interpretando o contexto, o orientador pode colaborar 
com a passagem do significado do meio externo para as reflexões pertinentes ao 
próprio indivíduo. 
Aqui cabem dois pontos muito importantes para o raciocínio desse 
pensamento centrado na perspectiva construtivista: a noção de igualdade e o aluno 
como centro da ação pedagógica. 
Se partirmos da noção de igualdade da escola, isto é, igualdade real e 
objetiva de oportunidade no acesso à educação, para todos, sendo esta uma 
condição básica na qualidade pretendida, esta igualdade vai permitir uma 
construção da cidadania plena e responsável pelos seus direitos e deveres. Com 
isto o que se afirma é que o trabalho do orientador, dentro da escola, está consoante 
com a igualdade de oportunidades a todos os alunos desta escola, no seu direito de 
receber a educação e de desenvolver seu processo de formação da cidadania. 
Admitir o aluno como centro da ação pedagógica; - todas as atividades que 
ocorrem na escola, e que devem ser "orientadas" pelo currículo escolar, existem por 
causa do aluno. Com isto, a Orientação não está trabalhando com as exceções, e 
sim com as "regras". 
A escola deve oferecer condições para a socialização e a participação dos 
alunos em uma sociedade em mudança, assim como possibilitar aos alunos o 
acesso aos bens culturais, científicos e tecnológicos desta sociedade. Para tanto, a 
escola deve oportunizar a aquisição do conhecimento a ser construído, bem como 
os meios necessários para tal atividade. Além dos aspectos cognitivos, terão 
importância os demais aspectos básicos àquela construção, revestidos de vivências 
e experiências que o aluno deverá realizar. A escola deve conhecer a bagagem que 
o aluno traz e estimulá-Io para que ele, sempre, seja capaz de produzir e criar. 
Inserida neste contexto temos, então, uma construção do próprio sujeito, que 
envolve o auto e o heteroconhecimento, a questão da participação nas ações 
coletivas, os valores nas escolhas efetuadas e a responsabilidade e autonomia nas 
decisões efetivadas (GRINSPUN, 2008). 
É com este "bloco" de conceitos, principalmente, que o orientador vai lidar 
nas suas atribuições com os alunos, não impondo os conceitos tidos como bons, 
certos e verdadeiros, mas deixando que os alunos os descubram e os construam 
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dentro das suas próprias experiências. O orientador agiria, basicamente, em três 
grandes momentos: o ponto de partida (a realidade), o processo (a Orientação), o 
ponto de chegada (a formação). Ora, como este último momento por si só é um 
processo, conclui-se que, na dimensão construtivista, o trabalho do orientador é 
contínuo, dinâmico e permanente. As diferentes abordagens do conhecimento não 
só se completam cada vez mais umas às outras, mas apontam para uma síntese 
cada vez maior. 
Esta síntese, entretanto, só poderá ser realizada a partir de uma visão 
interdisciplinar do conhecimento e também do indivíduo. O conhecimento é aqui 
entendido como o ato de compreender, relacionar e capacitar a aplicação de 
conceitos em determinadas situações. O conhecimento leva-nos à totalidade e à 
capacidade de reprodução do que é real no nível do pensamento. 
Em um espaço interdisciplinar é necessário que o orientador esteja em uma 
situação de abertura permanente, de diálogo, não só com seus alunos, como com 
seus demais parceiros. O que caracteriza a interdisciplinaridade é a atitude para 
vivenciá-la. 
Como diz Fazenda (1979, p. 8) [...] somente na intersubjetividade, num 
regime de copropriedade, de interação, é possível o diálogo, única condição da 
interdisciplinaridade. Assim sendo, pressupõe uma atitude engajada, um 
comprometimento pessoal. 
Voltando, então, à prática do orientador nesta dimensão construtivista, ela 
atuaria em um primeiro momento, nas condições mobilizadoras do meio externo que 
propiciariam o contato mais próximo do aluno com a realidade. 
Esta realidade seria trabalhada a partir dos significados que o grupo cultural 
empresta à mesma. O orientador poderia trabalhar com grupos, identificando o real, 
fazendo desabrochar os conceitos e abstrações, e despertando para temas, áreas 
ou tópicos de pouco conhecimento dos alunos. 
De um lado, o orientador teria as questões das necessidades dos alunos, 
seus interesses e aspirações e, do outro, o desenvolvimento das questões sociais. 
O orientador poderia atuar em reuniões com os alunos para discussão 
desses temas; na elaboração de jornal escolar ou jornal mural; na criação de grupos 
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interessados na música, na poesia, na política, na ciência etc. para um trabalho 
integrado com os demais professores; nas oficinas de trabalho; nas atividades com a 
comunidade (alfabetização para pessoas da comunidade, por exemplo); enfim, uma 
abertura para novos conhecimentos e novas práticas. 
Na construção do conhecimento três fatores são importantes: a historicidade 
- conhecer, interpretar, analisar e "viver" a história de seu tempo; a totalidade - 
identificar as partes para a formação do todo; e a criticidade - realizar criticamente a 
leitura de sua formação, de sua prática. 
O orientador poderá utilizar-se de inúmeros recursos disponíveis (como um 
jornal, um vídeo, uma entrevista, uma fotografia, etc.) para fornecer elementos 
iniciais que sirvam de fontes esclarecedoras ou provocadoras ao objetivo desejado. 
Convém lembrar que esta proposta, mais do que todas as outras, deve ser 
planejada de acordo com a realidade existente, valorizando aspectos cognitivos e 
afetivos. O que se pretende na proposta em que o aluno é o sujeito da construção 
do conhecimento é possibilitar-lhe a resolver seus próprios problemas, dúvidas e 
indagações, sendo capaz de caminhar para a solução dos mesmos com as reflexões 
necessárias. 
Aqui, Grinspun (2008) chama atenção para a importância da linguagem, da 
comunicação, do diálogo na proposta defendida. 
O orientador promoverá condições, meios, para que a voz dos alunos seja 
ouvida - e respeitada - no espaço pedagógico. 
Se o aluno é o promotor da sua história, ouvi-Io não é nenhuma atitude de 
atendimento específico, mas sim uma obrigação que se insere em uma medida 
educacional. 
A Orientação, então, deverá ser vista como uma atividade, disciplina (no 
sentido de ação), dentro da escola, que ajudará, facilitará os meios e as condições 
necessárias para o aluno buscar, discutir, pensar,refletir, problematizar, agir sobre 
dados e fatos necessários à construção do seu conhecimento, à formação do seu 
entendimento como cidadão. O movimento será uma constante nesse trabalho, mas 
é o próprio movimento que faz o sentido e a existência da vida. 
 
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3 A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL E VOCACIONAL 
 
As mudanças ocorridas nas formas de vida desde o século passado e o 
impacto da globalização e das tecnologias de informação e comunicação 
influenciaram sobremaneira a natureza do trabalho e das relações de emprego, 
trazendo novas exigências para os trabalhadores já inseridos no mercado de 
trabalho e às gerações de jovens que se preparam para o ingresso na força 
produtiva. 
Nas palavras de Carvalho (2005, p. 98), é preciso considerar que “o trabalho 
clássico cede espaço ao trabalho delineado pela atualização da competência, 
impossível de ser medido pelo tempo da hora regular de um relógio”. Mas, o que é 
competência? O conceito é polêmico e muitas vezes definido sob diferentes 
enfoques. 
Na perspectiva educacional, Carvalho (2005, p. 98) destaca que “[...] na era 
do ciberespaço o trabalhador expressa sua força de trabalho através da 
competência, entendendo-a como uma capacidade continuamente melhorada de 
aprender e inovar, atualizada de maneira imprevisível em contextos variáveis”. 
Para Rios (1993), ser competente é saber fazer bem. E saber fazer bem tem 
um duplo caráter – uma dimensão técnica e uma dimensão política. 
A dimensão técnica é a do saber e a do saber fazer, isto é, do domínio dos 
conteúdos que o sujeito necessita para desempenhar seu papel, aquilo que se 
requer dele socialmente, articulado com o domínio das técnicas, das estratégias que 
permitam que ele realize seu trabalho. A dimensão política vai ao encontro daquilo 
que é desejável, que está estabelecido valorativamente com relação à sua atuação, 
nesse caso, o bem responde a necessidades historicamente definidas pelos homens 
de uma determinada sociedade (RIOS, 1993, p. 47). 
Se competência é palavra de ordem no mundo do trabalho, também é útil o 
debate no contexto da formação dos trabalhadores de um modo geral e, em 
especial, do orientador profissional, uma vez que a prática da orientação e do 
aconselhamento de carreira sofre impacto direto de tais alterações do mercado e 
das formas de trabalho. Observa-se, portanto, a necessidade de se estabelecer, no 
contexto brasileiro, parâmetros para a formação e desenvolvimento de competências 
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mínimas para o exercício profissional que resulte em oferta de serviços cada vez 
mais qualificados (MELO-SILVA, 2003). 
Ainda, as mudanças sofridas pela própria área da orientação profissional e 
de carreira, sobretudo no Brasil, implicam em reformulações da estrutura formativa 
dos profissionais inseridos nesse contexto de trabalho, sejam eles psicólogos, 
educadores, ou outros profissionais que atuam em áreas de interface com a 
orientação. 
A orientação profissional e de carreira, no Brasil, desenvolveu-se como uma 
prática voltada ao público adolescente, cujas intervenções objetivam 
primordialmente auxiliar adolescentes que aspiram ao ingresso no Ensino Superior. 
Desta forma, a atuação tem sido circunscrita, muitas vezes, ao alunado de escolas 
privadas do Ensino Médio. Nesse contexto de atuação, a formação do orientador 
está voltada a uma capacitação para o trabalho em grupos, o entendimento das 
questões da adolescência e o conhecimento do mundo profissional marcado pela 
formação superior. 
No cenário atual, entretanto, além das mudanças contextuais que afetam o 
trabalho e a inserção profissional, vive-se um período de expansão e redefinição dos 
propósitos e do alcance da orientação profissional e de carreira. De forma geral, se 
concebe o desenvolvimento de carreira como um processo contínuo e dinâmico que 
não se inicia nem se encerra na adolescência ou em um contexto exclusivo de 
transição, por exemplo, a transição escola-trabalho. 
O indivíduo relaciona-se com o trabalho e vivencia o papel de trabalhador ao 
longo de sua vida e essa relação sofre inúmeras transformações e reorganizações 
nas trajetórias de carreira. Além disto, é importante assumir que o indivíduo que 
trabalha também desempenha outros papéis relevantes ao longo da vida, e está 
inserido simultânea ou sequencialmente em diversos papéis e cenários, como o da 
educação formal, do lar e família, dos serviços comunitários e do lazer, delineando 
um estilo de vida próprio (SUPER, 1980; SUPER; NEVILL, 1986; SUPER; SVERKO, 
1995 apud LASSANCE et al, 2007). 
Nessa perspectiva, o papel da orientação profissional e de carreira, como 
campo teórico e prático, é relevante e deve acompanhar a relação dinâmica entre o 
indivíduo, o trabalho e outros papéis de vida. Intervenções de carreira são possíveis 
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com crianças, adolescentes, adultos inseridos ou não no mundo produtivo, pré-
aposentados, indivíduos com necessidades especiais, jovens em situação de risco e 
com grupos profissionais específicos, entre outros. Nesse sentido, é natural pensar 
que este alargamento do escopo da orientação implique em mudanças também 
significativas na formação do profissional e, indubitavelmente, na definição de 
políticas públicas que visem à implementação e à avaliação de serviços em 
diferentes cenários e contextos (LASSANCE ET AL, 2007) 
 
 
3.1 O uso de testes 
A Orientação Profissional, como uma prática majoritariamente voltada para 
estudantes que aspiram à carreira universitária, ou o “teste vocacional” no senso 
comum, está consolidada. Como o acesso à universidade e à orientação profissional 
não é amplamente democrático, nesse cenário há necessidade de ampliação do 
atendimento nas redes da Educação e Trabalho e de avaliação e aperfeiçoamento 
das práticas instituídas. Em outros cenários e contextos, inúmeros projetos foram e 
estão sendo desenvolvidos em nosso país com populações e objetivos específicos 
e, devido à natureza particular de suas ações educativas, muitas vezes, tais práticas 
não são vistas como sendo do domínio da Orientação Profissional. Os autores 
reconhecem o valor de diversas ações governamentais e não governamentais 
implementadas no país no âmbito da educação para e/ou pelo trabalho (MELO-
SILVA, LASSANCE, SOARES, 2004). 
Na língua portuguesa, genericamente, encontra-se que orientação consiste 
em “ato ou arte de orientar(-se)” (FERREIRA, 1986, p. 1232). A definição sugere a 
possibilidade de a pessoa ser orientada por profissionais qualificados e também a 
possibilidade, mais comum em nosso contexto, da própria pessoa se orientar, ou 
seja, “reconhecer a situação do lugar onde se acha, para guiar-se no caminho” (p. 
1233). Assim, enfatiza-se que as pessoas tomam decisões por si mesmas sem 
necessariamente a ajuda de algum especialista em Orientação Profissional. 
Portanto, a orientação pode ser necessária para indivíduos em determinados 
momentos de sua carreira. Na perspectiva dos orientadores, quanto mais pessoas 
puderem beneficiar-se com Serviços de Orientação qualificados e desenvolvidos por 
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técnicos competentes e credenciados, melhor será para o desenvolvimentoda 
carreira pessoal e profissional dos cidadãos e para o país. 
“Geralmente as expressões ligadas à orientação são: vocacional, 
profissional e educacional, para nos restringirmos ao campo do comportamento 
vocacional” (MARTINS, 1978, p. 13). Mais recentemente observa-se o uso também 
da expressão ocupacional. E como cada uma dessas expressões é definida na 
língua portuguesa? 
O conceito vocacional tem sido entendido como referente à vocação. 
Vocação, do latim vocatione, significa ato de chamar, escolha, chamamento, 
predestinação, tendência, disposição, talento, aptidão. O conceito profissional é 
definido “como respeitante ou pertencente à profissão, ou a certa profissão”; “que 
exerce uma atividade por profissão ou ofício”. 
O conceito orientação profissional, na perspectiva psicológica significa a 
ajuda prestada a uma pessoa com vistas à solução de problemas relativos à escolha 
de uma profissão ou ao progresso profissional, tomando em consideração as 
características do interessado e a relação entre essas características e as 
possibilidades no mercado de emprego” (Brasil, s/d). O conceito orientação 
profissional tem sido utilizado para denominar muitas disciplinas e estágios dos 
cursos de Psicologia e Pedagogia (Melo-Silva, 2003), na legislação que criou a 
profissão do psicólogo e na Recomendação (87) da Organização Internacional do 
Trabalho (OIT) (Brasil, 1949). No senso comum, a terminologia mais utilizada é 
orientação vocacional, sobretudo nas intervenções no campo da Psicologia. Muitos 
autores fazem uso dos dois conceitos como sinônimos enquanto outros definem o 
vocacional como mais amplo, ou seja, o sentido que se atribui à vida que inclui o 
profissional, relativo ao exercício de uma profissão, de uma ocupação. O conceito 
orientação educacional consiste em um “processo intencional e metódico destinado 
a acompanhar, segundo técnicas específicas, o desenvolvimento intelectual e a 
personalidade integral dos estudantes, sobretudo os adolescentes, orientação 
escolar” (FERREIRA, 1986, p. 1232). 
Aos termos vocacional ocupacional, profissional e educacional pode-se 
acrescentar referente à ocupação, trabalho, ofício. De acordo com a Classificação 
Brasileira de Ocupações (CBO), “define-se a ocupação como um conjunto de postos 
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de trabalho substancialmente iguais quanto à sua natureza e às qualificações 
exigidas”. “[...] Pode-se ainda conceituar a ocupação como conjunto articulado de 
funções, tarefas e operações destinadas à obtenção de produtos ou serviços” 
(BRASIL, 1994, p.13). 
A Orientação Profissional realizada no Brasil circunstanciou-se, 
principalmente, no atendimento de jovens do ensino médio, desenvolvendo temas 
como escolha (graus de liberdade, influências), autoconhecimento, informação sobre 
as profissões e vestibular, entre outros emergentes. Atualmente, a questão do 
sistema de cotas também emerge como mais uma variável para aumentar a 
ansiedade em quem julga que poderá ter prejuízo com tal medida. Contudo, cria 
esperanças e gera possibilidades para inúmeras pessoas cujo sonho da carreira 
universitária era praticamente impossível de ser vivido. Sistemas de cotas e de 
bolsas de estudos consistem em temas relevantes e atuais, na ordem do dia, pois 
objetivam o acesso mais democrático à universidade. A educação é um bem público 
e cabe ao Estado exercer sua função reguladora, preservar a qualidade e promover 
a inclusão social. 
O cenário atual é de mudanças, por isso é preciso informações fidedignas 
sobre os projetos de lei e a compreensão do significado das ações afirmativas, a fim 
de subsidiar o mais amplo debate na sociedade, com as pessoas de diferentes 
faixas etárias e classes sociais. O Orientador Profissional não pode ausentar-se 
desses debates e deixar de avaliar as possíveis consequências das mudanças na 
vida de jovens e adultos. 
A escolha profissional envolve uma gama de questionamentos, entre eles, a 
descoberta de campos de interesse, a busca de uma profissão que gere satisfação, 
a diversidade do mercado de trabalho, que se apresenta em constante 
transformação e a análise da consonância entre estes elementos e as 
características do jovem. Considerando a complexidade dos processos de escolha 
de profissão, a Orientação Profissional (OP) deve problematizar as teorias e as 
práticas que a constituem, assim como os métodos e testes psicológicos utilizados 
(MELLO-SILVA, OLIVEIRA E COELHO, 2002). 
Um dos construtos psicológicos importantes no processo de OP são os 
interesses. Eles são definidos como padrões de gostos, neutralidade ou aversão 
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frente a certas atividades ou características profissionais (LENT, BROWN E 
HACKETT, 1994). Em OP, além da análise dos interesses por meio de técnicas não 
padronizadas, é possível utilizar os inventários ou testes de interesses. Esses 
instrumentos buscam investigar quão estreitamente os interesses de alguns 
indivíduos estão relacionados aos de pessoas que estão envolvidas em 
determinadas ocupações (ANASTASI E URBINA, 2000). 
No que se refere ao desenvolvimento dos testes para uso em orientação 
profissional, notou-se um aperfeiçoamento nos últimos anos, especialmente em 
países estrangeiros. No Brasil, no entanto, ainda há a necessidade de construir 
instrumentos para mensurar os interesses profissionais, já que poucos atualmente 
possuem parecer favorável do Conselho Federal de Psicologia (2007), ou seja, 
possuem os padrões mínimos de excelência, como estudos das propriedades 
psicométricas e normatização com amostras brasileiras. 
Ainda nessa direção, outro aspecto relevante é que o diagnóstico em OP 
tem sido compreendido como uma das competências fundamentais para o 
orientador profissional, que por sua vez, poderá ter um serviço de melhor qualidade, 
de acordo com Talavera et al (2004), caso seja desenvolvido com instrumentos que 
possuam características psicométricas adequadas e que mostrem sua utilidade para 
a população específica. 
Um deles possui parecer favorável do Conselho Federal de Psicologia – 
CFP (2007), a Escala de Aconselhamento Profissional - EAP (Noronha, Sisto e 
Santos, 2007) e o outro, o Self-Directed Search Career Explorer – SDS (Holland, 
Fritzsche e Powell, 1994), traduzido literalmente como diretor de autoavaliação 
apesar de ainda não submetido à avaliação do CFP, possui pesquisas realizadas no 
Brasil (Primi, Moggi e Casellato, 2004; Mansão, 2005; Mansão e Yoshida, 2006; 
Sartori, 2007; Nunes, 2007). 
O SDS está estruturado na teoria tipológica de Holland (1963; 1996), que 
propõe seis tipos de personalidades vocacionais, a saber: Realista (R), Investigativo 
(I), Artístico (A), Social (S), Empreendedor (E) e Convencional (C), conhecidos pela 
sigla RIASEC. No que se refere à conceituação dos tipos, o Realista é definido como 
pouco sociável, com boa coordenação motora e rapidez. Os sujeitos realistas 
preferem os problemas concretos aos abstratos; percebem-se como agressivos e 
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possuem valores políticos e econômicos convencionais. O Investigativo é hábil para 
manipular ideias e palavras; é analítico, introvertido e crítico. Já o Artístico utiliza os 
sentimentos para enfrentar as situações cotidianas e prefere trabalhar com coisas 
mais abstratas e em que pode utilizar a criatividade. 
Por sua vez,o Social é sensível, responsável e costuma agir mais pela 
intuição do que pela razão. Os indivíduos com preferência por este tipo tendem a 
possuir maior capacidade verbal e interpessoal. O Empreendedor tende a ser mais 
ousado nos objetivos profissionais, com características de dominância, de 
entusiasmo e de extroversão; com boa capacidade verbal para trabalhar com 
vendas e interesse por política e economia. Por fim, o tipo Convencional prefere 
tarefas bem organizadas, identifica-se com o poder, valorizando os bens materiais e 
a posição social; mostra-se inflexível, rígido e com pouca criatividade. 
Vale destacar que a teoria de Holland (1963; 1996) pressupõe que os tipos 
do RIASEC são produto da interação entre uma variedade de forças pessoais e 
culturais, sendo que a partir dessa experiência, uma pessoa aprende primeiramente 
a preferir algumas atividades em detrimento de outras. Em consequência, essas 
atividades se transformam em interesses. 
O segundo aspecto da teoria refere-se à preferência por alguns tipos de 
ambiente de trabalho, utilizando para tanto a mesma nomenclatura anteriormente 
descrita (Realista, Investigativo, Artístico, Social, Empreendedor e Convencional). 
Assim, as conceituações dos tipos de ambientes são iguais às de pessoas, o que 
facilita o trabalho de parear tipos de pessoas e ambientes. O terceiro pressuposto do 
autor aponta para o fato de que as pessoas procuram ambientes que lhes permitam 
exercer seus talentos, habilidades, valores e a assumir problemas e papéis 
compatíveis. Em acréscimo, propõe que o comportamento é determinado pela 
interação da personalidade com o meio. Fogliatto et al (2003) afirmam que em face 
disso, a teoria do RIASEC tem sido descrita como um modelo de congruência entre 
os interesses e habilidades, de tal sorte que o desenvolvimento da tipologia 
profissional depende de uma série complexa de acontecimentos familiares, 
preferências ocupacionais e interações com contextos ambientais específicos 
(SARTORI, NORONHA E NUNES, 2009). 
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Atualmente, há um relativo consenso de que o aconselhamento vocacional 
tem uma natureza educativa e de que a articulação das concepções 
desenvolvimentistas e sócio-cognitivas considera o desenvolvimento integral da 
pessoa. Enfatiza-se a importância da teoria sócio-cognitiva, no modo privilegiado 
com que focaliza a capacidade auto-regulatória de aprender e de desenvolver as 
estratégias adaptativas para lidar com as contingências pessoais e situacionais, 
perante as características do mundo atual. 
A natureza educativa da orientação remete para a convergência dos 
objetivos que visam o desenvolvimento das potencialidades individuais e o 
desenvolvimento social da comunidade (Guichard & Huteau, 2001). No 
prosseguimento destas finalidades, a intervenção educativa da orientação distingue-
se por adotar estratégias holísticas e integradoras, que articulam a aprendizagem 
formal e informal com a construção dos projetos de vida e de carreira, e abrangem 
todos os grupos, no respeito pela sua autonomia e especificidade cultural 
(TEIXEIRA, 2008). 
Abaixo temos alguns tipos de instrumentos para orientação e avaliação 
profissional que se for de interesse podem ser aprofundados baseando nas 
referências bibliográficas. 
 
Levantamento de Interesses Profissionais (LIP – Del-Nero, 1984). Consiste num 
inventário composto por 256 itens, agrupados em 128 pares de atividades 
profissionais, que dizem respeito a oito áreas, a saber, Ciências Físicas (CF), 
Ciências Biológicas (CB), Calculísticas (C), Persuasivas (P), Administrativas (A), 
Sociais (S), Linguísticas (L) e Artísticas (A). O respondente deve ler os pares e optar 
por um ou ambos os itens, de acordo com sua preferência. No manual, existe 
indicação de correção, mas não há dados normativos para interpretação. 
 
Inventário de Interesses Angelini (Angelini, s.d.). Avalia os interesses profissionais 
em nove áreas: Ciências Físicas (CF); Persuasão (P); Ciências Biológicas (CB); 
Literatura (L); Cálculo (C); Artes (A); Música (M), Burocracia (B) e Serviços 
Assistenciais-Sociais (S). O instrumento é formado por 100 itens, dispostos em 
pares, dos quais o sujeito deve marcar apenas o que mais lhe aprouver. No manual 
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é relatado um estudo de precisão, em que o Alfa de Cronbach variou entre 0,87 e 
0,95 nas dez áreas profissionais. 
Teste de Inteligência não-verbal – Forma A (INV, Rainho, s.d.). Consiste em uma 
medida do fator geral de inteligência, formado por 60 itens, no qual o respondente 
deve descobrir e completar o padrão que governa um conjunto de figuras 
geométricas abstratas, dispostas em matrizes. O manual técnico relata três estudos 
de precisão sobre o INV. Em um, utilizou-se o método das metades, sendo que o 
coeficiente obtido foi de 0,82, em uma amostra de adolescentes comerciários. A 
precisão pelo coeficiente de Kuder-Richardson também foi obtida numa amostra de 
600 crianças entre 7 e 12 anos, tendo-se obtido um alfa de 0,93. Por fim, em um 
estudo com 1000 adolescentes com idades entre 11 e 16 anos, os coeficientes 
variaram entre 0,86 e 0,96, obtidos separadamente para grupos etários. 
 
Bateria de Prova de Raciocínio (BPR-5, Primi; Almeida, 1998). O instrumento visa 
avaliar aptidões cognitivas por meio de cinco provas: raciocínio abstrato (RA-25 
itens), raciocínio verbal (RV-25 itens), raciocínio mecânico (RM-25 itens), raciocínio 
espacial (RE- 20 itens) e raciocínio numérico (RN- 20 itens). Os participantes devem 
responder os problemas lógicos propostos nos itens, escolhendo entre até cinco 
alternativas, com exceção da prova de raciocínio numérico, que não apresenta 
opções de resposta pré-definidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 A QUESTÃO DA INDISCIPLINA 
 
Autoritarismo dos docentes de um lado e indisciplina dos discentes de outro 
lado são componentes de uma equação que sempre terá como resultado um valor 
negativo. E essa situação que não é nova só tem feito aumentar os problemas para 
todos, tanto no âmbito da escola quanto fora dela. 
Como sinônimo de desordem, de rebelião ou desobediência, a verdade é 
que a indisciplina atrapalha o desenvolvimento de uma aula, é falta de respeito para 
com o colega e com o professor, enfim, uma transgressão de regras. 
Sem querer apresentar um culpado para essa condição/situação, pois tanto 
pode vir do ambiente familiar, quanto ser uma maneira de o aluno retribuir o 
tratamento que não lhe é dispensado pelo professor, vamos fazer breves relações 
entre a indisciplina, a família, a escola e o papel do Orientador na mediação desses 
conflitos. 
Segundo Ferreira (2009) a escola tem como um de seus maiores obstáculos 
a conduta em formas de bagunças, falta de limites, maus comportamentos e 
desrespeito aos professores entre outros, ultrapassando assim fronteiras culturais e 
econômicas. A ausência de cultura disciplinar preventiva nas escolas, bem como 
falta de preparo por parte dos professores para lidar com distúrbios em sala de aula, 
trás um contexto social onde a indisciplina se expressa. 
Muitas escolas não oferecem estrutura, ou seja, espaços adequados para a 
prática de esportes, para brincar e interagir nos intervalos. Assim o espaço fica 
limitado somente à sala de aula, essa falta de locais para"gastar" energia conduzirá 
a indisciplina em sala. As causas da indisciplina escolar podem ser divididas em dois 
grupos gerais: 
 - Causas externas à escola => entre elas vemos a influência exercida 
pelos meios de comunicação, violência social e ambiente familiar. 
 - Causas internas => incluem ambiente escolar, condições de ensino-
aprendizagem, modos de relacionamento humano, o perfil dos alunos e a 
capacidade deles em adaptar-se aos esquemas da escola. Em muitos casos as 
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formas de intervenção disciplinar que os professores usam acabam por reforçar a 
indisciplina. 
 Devemos lembrar que as escolas em meados de 1960, conseguiam fazer 
com que seus alunos se comportassem, pois a disciplina era imposta de forma 
autoritária, com ameaças e castigos e não prevaleciam os códigos e leis em defesa 
de crianças e adolescentes. 
O medo levava a obediência e a subordinação por parte dos alunos, eles 
não podiam se posicionar, questionar e refletir, sobre quaisquer que fosse o assunto. 
Atualmente vivemos um outro contexto, onde influenciados por mudanças políticas, 
sociais, econômicas e culturais instituições escolares, alunos e professores, 
assumem um papel diferente na sociedade. Um aspecto importante nessa mudança 
é a escola estar mais aberta para a participação dos pais e da comunidade 
(FERREIRA, 2009). 
As efervescências da sala de aula marcada pela diferença, instabilidade e 
precariedade, apontam para a inutilidade de um controle totalitário, do planejar 
racional, pois o que os alunos procuram é de alguma forma estar juntos e isso 
impede qualquer tipo de autoridade forçada. Daí quanto maior a repressão, maior 
será a força que os alunos usarão para garantir sua vitalidade em grupo. 
A organização do ano escolar dos programas, das aulas, a estrutura do 
prédio e sua conservação não podem estar distantes da realidade dos alunos. A 
escola tem que ter significado para eles, pois o não envolvimento dos alunos com a 
escola pode se transformar em apatia e explodir em indisciplina e violência. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente também tem sido apontado, de 
forma equivocada, como um dos fatores determinantes da indisciplina escolar, pelo 
fato de contemplar apenas os direitos e de não prever expressamente os deveres 
dos educandos, porem estamos nos esquecendo que se não respeitarmos os 
direitos dos educandos é evidente que esse não irá respeitar os educadores. Dentro 
dessa perspectiva, encontramos capítulos e artigos da Constituição Federal e da 
Leis de Diretrizes e Bases que é voltado para o pleno desenvolvimento da pessoa e 
para a prática da cidadania. 
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Devemos fazer uma breve distinção do que vem a ser ato infracional e ato 
indisciplinar, pois embora todo ato infracional seja uma forma de manifestação da 
indisciplina, nem todo ato de indisciplina constitui um ato infracional. 
O ato infracional está definido no artigo 103 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente: "Art.103 considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou 
contravenção penal". 
Já a indisciplina pode ser entendida como um comportamento contrário a 
uma norma explícita no Projeto Político Pedagógico da escola, ou implícita em 
termos escolares e sociais. Que em sua maioria se manifesta em forma de cochicho, 
troca de bilhetes, discussões e na forma de agressões a colegas e professores. 
Dentre as medidas que são tomadas pelas escolas, estão a expulsão e a 
transferência dos alunos "problemáticos", medidas que geram muitas discussões. As 
escolas não podem simplesmente acabar com o problema, transferindo ou 
expulsando o aluno indisciplinado. O aluno que é expulso ou "convidado a se retirar" 
acaba se sentindo injustiçado, rejeitado e isso acaba por interferir em sua 
capacidade de aprendizagem tornando-os ainda mais indisciplinados. 
As escolas têm todo o direito e dever de impor limites e criar obrigações, 
porém, imposição de limites não significa medidas abusivas e acima de tudo, ilegais. 
Com o objetivo de conceder eficácia à educação, a constituição estabeleceu 
diversos princípios, dentre eles, o de igualdade de condições para o acesso e 
permanência na escola. 
Diante do que foi exposto, percebemos que a expulsão e a transferência 
compulsória, como medidas disciplinares não encontram justificativa admissível, pois 
tais medidas constituem flagrante, desrespeito à Constituição Federal e ao Estatuto 
da Criança e do Adolescente. Assim de que se efetive o direito de toda criança e do 
adolescente à educação, deve ser extirpadas de todo Projeto Político Pedagógico 
escolar essas medidas abusivas. 
É frequente a afirmação, por partes dos professores, que os alunos de hoje 
são indisciplinados, evocando um saudosismo de uma suposta educação de 
antigamente, que estabelecia parâmetros rígidos para o uso do corpo e da mente. 
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A origem dos comportamentos ditos indisciplinares podem estar em diversos 
fatores: uns ligados a questões relacionadas ao professor, principalmente na sala de 
aula; outros centrados nas famílias dos alunos; outros verificados nos alunos; outros 
gerados no processo pedagógico escolar; e outros alheios ao contexto escolar. 
A indisciplina na escola pode ter relação com o fraco rendimento escolar dos 
alunos. O seu insucesso pode levá-los a investir pouco nas tarefas escolares e a 
desinteressarem-se pela escola, desencadeando, eventualmente, emoções 
negativas, traduzidas em comportamentos inadequados. 
Estes alunos são chamados de aluno-problema, conceito tomado em geral, 
como aquele que padece de certos supostos "distúrbios psico/pedagógicos"; 
distúrbios estes que podem ser de natureza cognitiva ou de natureza 
comportamental, e nessa última categoria enquadra-se um grande conjunto de 
ações que chamamos usualmente de "indisciplinadas". Esse tipo de entendimento 
da questão disciplinar, mais de cunho psicológico, merece pelo menos dois reparos: 
o primeiro, com relação à ideia de ausência absoluta de limites e do desrespeito às 
regras; o segundo, sobre a suposta permissividade dos pais. 
É tarefa de todos garantir uma escola de qualidade para todos, 
indisciplinados ou não, com recursos ou não, com pré-requisitos ou não, com 
supostos problemas ou não. A inclusão passa a ser o dever de todo educador 
preocupado com o valor social de sua prática e, ao mesmo tempo, ciente de seus 
deveres profissionais. 
Quando desponta algum entrave de ordem disciplinar na sala de aula, uma 
das atitudes usuais por parte dos educadores é convocar as autoridades escolares, 
e estes, os pais para que "deem um jeito no seu filho". 
A tarefa do professor, por sua vez, não é moralizar a criança. O objeto do 
trabalho escolar é fundamentalmente o conhecimento sistematizado, e seu objetivo, 
a recriação deste. Uma das posturas do professor na sala de aula, que é necessário 
que ele desenvolva e conquiste maior autonomia para lidar com a indisciplina na 
sala de aula. Isso não significa deixar o professor sozinho com a indisciplina, mas 
fomentar um trabalho em parceria, baseado em responsabilidades claramente 
definidas e no auxílio estratégico da orientação educacional em situações que 
requerem intervenção. 
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Segundo Schneider (s.d. apud FERREIRA, 2009), normas de convívio 
podem ser soluções para escolas. A ideia é tornar claro o que não pode ser feito e 
ter punições definidas para cada ato irregular, tudo com o comprometimento de 
todos. As normas são decididas em reuniões, ficam escritas e assinadas em ata. 
Mesmo os alunos pequenos devem participar. Ela diz, que as regras variam de caso 
para caso. Se o aluno não pode chegar tarde, isso também vale para o professor. 
Os próprios alunos querem limites. Professor que gritar ou humilhar aluno, também 
pode ser punido. Se o aluno fizer gesto obsceno, falar palavrão, igualmente terá 
punição. Nos últimos trinta anos os alunos ficaram soltos demais, e hoje eles 
precisam de limites. Quando deixarem o colégio, eles terão que ter emprego, onde 
será cobrada disciplina. E eles não vão estar prontos porque fizeram o que queriam. 
Podem até ter conhecimento, mas faltou saber conviver, saber obedecer regras. 
Embora seja difícil e complexo lidar com o problema da indisciplina, o 
professor não pode desistir e nem se acomodar. Não pode deixar que a educação 
silencie e limite os alunos e que impeça seu desenvolvimento criativo e participativo 
em sala de aula. Precisa-se de uma educação que valorize as organizações 
coletivas e que contribua para a construção da autonomia e para o desenvolvimento 
intelectual dos alunos, a fim de que se conquiste uma sociedade democrática. 
Ao questionarmos o papel do serviço de orientação educacional face à 
indisciplina na realidade escolar, ainda vemos sua atuação sendo categorizada 
como secundária, considerando que muitas instituições designam à direção e 
supervisão o "cumprimento" da disciplina. 
Com uma visão errônea sobre a atuação do orientador, ainda hoje, figura-se 
apontamentos como sendo o SOE responsável por lidar e encaminhar os alunos 
problemas, deturpando assim sua importância social e no processo pedagógico. 
Contraditório às considerações anteriores, porém assertivo, é o conceito que 
se faz da atuação do orientador educacional relacionada aos casos de indisciplina, 
que imprime ao SOE um papel distinto, participativo e dinâmico, reconhecendo o 
trabalho desse profissional conjunto à esfera escolar. 
Primordialmente, o orientador educacional estabelece uma relação dialógica 
com a comunidade escolar, podendo então, desenvolver ações preventivas na 
tocante construção disciplinar (FEREIRA, 2009). 
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O setor de orientação educacional analisa, planeja e propicia um ambiente 
harmonioso e seguro ao educando, fazendo-se primo o respeito às individualidades 
e diferenças, originando um ambiente escolar que encerre em si a construção da 
aprendizagem satisfatoriamente. 
Esse equívoco acerca do papel do orientador educacional se dá devido as 
suas atribuições históricas como disciplinador, ajustador e conselheiro, 
evidenciamos que mesmo em casos nos quais o orientador não tem seu papel 
delineado conforme a legislação que o rege atualmente, é pertinente a relação 
sujeito/escola/sociedade,o que podemos mudar, mudando nossas atitudes enquanto 
profissionais. 
No tocante à atuação do SOE nos casos de indisciplina é preciso segurança 
e continuidade do processo, visto a mediação família/escola e a função social do 
mesmo em formar cidadãos capazes de analisar, refletir e agir de maneira 
consciente. 
Geralmente, é na escola que o aluno passa a maior parte do seu tempo e 
nada mais justo que encontre apoio do SOE para aconselhá-lo, para resolver suas 
frustrações, suas raivas, seus medos. 
O trabalho com a família também é essencial, pois em muitos casos ela 
segue uma linha desordenada, desorientada, sem saber quais ações devem ser 
tomadas com esse filho, e o cenário do orientador educacional se faz, detectando no 
aluno seus anseios frustrados, suas necessidades, inseguranças, excessos de 
cuidado e carinho ou se é simplesmente um problema em corresponder-se com 
normas e regras (FERREIRA, 2009). 
Enfim, ouvir o aluno, trabalhar dentro de todos os seus aspectos emocionais, 
cognitivos, estéticos, sociais e interpessoais, é o principal meio para o orientador 
agir junto ao aluno e à família para combaterem a indisciplina. Lidar com essa 
problemática não é fácil, mas o orientador deve desenvolver competências para 
mediar as ações para satisfazer, mesmo que parcialmente, as situações problemas 
do nosso dia a dia escolar. 
 
 
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AVALIAÇÃO 
1)Das afirmativas abaixo, sobre a Orientação Educacional, qual podemos considerar 
pertencente ao período transformador? 
a)período em que foi criado o Serviço de Orientação Profissional e Educacional, em 
1931, o qual tinha como maior objetivo, guiar o indivíduo na escolha de seu lugar 
social pela profissão. 
b) período em que o governo, através do esforço do Ministério da Educação e 
Cultura, implanta institucionalmente o serviço de Orientação. 
c)período em que começam a ganhar maior dimensão os eventos da classe, 
apresentados em seminários, encontros e congressos. Nos congressos brasileiros 
de Orientação Educacional ganham espaço, nesse período, as questões 
psicológicas. 
d)n.r.a. 
 
2)Leia as afirmativas abaixo e assinale a alternativa incorreta: 
a) O centro do processo educacional é o aluno e sempre ele foi o campo de trabalho 
da Orientação; portanto, o aluno é o sujeito da educação, e o sujeito e objeto da 
Orientação. 
b) A Orientação articula as diferentes vozes, dentro da escola, na construção de 
diálogos necessários ao homem que se quer mais humano e mais justo. 
c) A Orientação Educacional tem que estar preparada para ajudar alunos, 
professores, família nas relações em que contradições e conflitos fazem parte do 
contexto do aluno. 
d)A única função do SOE é acabar com a indisciplina na escola, promovendo a 
punição dos alunos que a praticarem. 
 
3)O raciocínio que nos leva a analisar a Orientação pela perspectiva construtivista 
passa pela noção de igualdade e o aluno como centro da ação pedagógica. Qual 
das opções abaixo reflete a segunda noção? 
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a) o trabalho do orientador, dentro da escola, está consoante com a igualdade de 
oportunidades a todos os alunos desta escola, no seu direito de receber a educação 
e de desenvolver seu processo de formação da cidadania. 
b) todas as atividades que ocorrem na escola, e que devem ser "orientadas" pelo 
currículo escolar, existem por causa do aluno. Com isto, a Orientação não está 
trabalhando com as exceções, e sim com as "regras". 
c) o acesso igualitário à educação é uma condição básica na qualidade pretendida, 
esta igualdade vai permitir uma construção da cidadania plena e responsável pelos 
seus direitos e deveres. 
d)n.r.a. 
 
4) Na construção do conhecimento três fatores são importantes. Relacione as 
colunas abaixo e assinale a alternativa correta: 
(1)a historicidade 
(2)a totalidade 
(3)a criticidade 
( ) conhecer, interpretar, analisar e "viver" a história de seu tempo 
( ) identificar as partes para a formação do todo 
( ) realizar criticamente a leitura de sua formação, de sua prática 
a)3,2,1 
b)2,1,3 
c)1,2,3 
d)2,3,1 
 
5)O SDS é um instrumento que propõe seis tipos de personalidades vocacionais. 
Qual das opções condiz, respectivamente, com os sujeitos realista e social. 
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a) preferem os problemas concretos aos abstratos; é hábil para manipular ideias e 
palavras, é analítico, introvertido e crítico - percebem-se como agressivos e 
possuem valores políticos e econômicos convencionais. 
b) preferem os problemas concretos aos abstratos - é sensível, responsável e 
costuma agir mais pela intuição do que pela razão. 
c) preferem os problemas concretos aos abstratos - ousado nos objetivos 
profissionais, com características de dominância, de entusiasmo e de extroversão. 
d) preferem os problemas concretos aos abstratos - prefere tarefas bem 
organizadas, identifica-se com o poder, valorizando os bens materiais e a posição 
social; mostra-se inflexível, rígido e com pouca criatividade. 
 
6)Na fase romântica da orientação qual era o conceito-chave? 
a)terapia 
b)prevenção 
c)curativa 
d)n.r.a. 
 
7)Segundo Martins existem algumas expressões específicas ligadas à orientação, 
das quais podemos excluir: 
a)avaliação 
b)vocacional 
c)profissional 
d)educacional 
 
8)Qual dos instrumentos abaixo visa avaliar aptidões cognitivas por meio de cinco 
provas: raciocínio abstrato (RA-25 itens), raciocínio verbal (RV-25 itens), raciocínio 
mecânico (RM-25 itens), raciocínio espacial (RE- 20 itens) e raciocínio numérico 
(RN- 20 itens)? 
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 (31) 3484-4334 - (31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma"a) Bateria de prova de raciocínio 
b) Teste de Inteligência não-verbal 
c) Levantamento de Interesses Profissionais 
d) n.r.a. 
 
9)Sobre o tópico que discutiu a indisciplina na escola, marque F ou V e assinale a 
alternativa correta: 
( ) Como sinônimo de desordem, de rebelião ou desobediência, a verdade é que a 
indisciplina atrapalha o desenvolvimento de uma aula, é falta de respeito para com o 
colega e com o professor, enfim, uma transgressão de regras. 
( )Todo ato infracional é uma forma de manifestação da indisciplina. 
( )Nem todo ato de indisciplina constitui um ato infracional. 
( )A escola tem que ter significado para os alunos, pois o não envolvimento dos 
alunos com a escola pode se transformar em apatia e explodir em indisciplina e 
violência. 
a)F-V-F-V 
b)F-F-F-F 
c)V-F-V-F 
d)V-V-V-V 
 
10) O trabalho com a família também ________, pois em muitos casos ela segue 
uma linha desordenada, desorientada, sem saber quais ações devem ser tomadas 
com esse _________, e o cenário do ____________ educacional se faz, detectando 
no aluno seus anseios frustrados, suas necessidades, inseguranças, excessos de 
cuidado e carinho ou se é simplesmente um problema em corresponder-se com 
normas e regras. Assinale a opção que completa as lacunas acima: 
a) é essencial – filho - supervisor 
b)é essencial – família - supervisor 
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 (31) 3484-4334 - (31) 8642-1801 "IPEMIG – Conhecimento que transforma" 
c)é essencial – filho - orientador 
d)não é essencial – filho - orientador 
 
GABARITO 
 
Nome do aluno:_______________________________________ 
Matrícula:___________ 
Curso:_______________________________________________ 
Data do envio:____/____/_______. 
Ass. do aluno: ______________________________________________ 
 
 
 SERVIÇOS DE ORIENTAÇÃO 
ESCOLAR 
 
1)___ 2)___ 3)___ 4)___ 5)___ 
 
6)___ 7)___ 8)___ 9)___ 10)___

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