Buscar

APOSTILA ECA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 120 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 120 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 120 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIP
ECA
PROFA.: MÁRCIA S. SOARES
UNIVERSIDADE PAULISTA 
Disciplina : Direito da Criança e Adolescente e Estatuto do Idoso
Professora: Márcia S. Soares 
Esquema de apresentação 
Aula 1 – 
1-Apresentação do plano de ensino 
PLANO DE ENSINO
CURSO: Direito
PERÍODO: 10º Semestre 2009/1 e 9º Semestre 2009/2
TURNO: Diurno/Noturno
DISCIPLINA: Direito da Criança, Adolescente e Estatuto do Idoso
CARGA HORÁRIA SEMANAL: 02 hora/aula
CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 44 horas/aula
I – EMENTA
Direitos fundamentais da criança e do adolescente. Prevenção no Direito da Criança e do Adolescente. Política de atendimento. Medidas de proteção. Prática de ato infracional. Medidas pertinentes aos pais ou responsável. Competência. Acesso à justiça. Crimes e as infrações administrativas no Estatuto da Criança e do Adolescente. Direitos fundamentais do idoso. Medidas de proteção ao idoso. Política de atendimento ao idoso. Acesso à justiça no Estatuto do Idoso. Crimes no Estatuto do Idoso.
II – OBJETIVOS GERAIS
Promover a compreensão e a importância do Direito da Criança e do Adolescente e do Direito do Idoso, assim como apresentar e discutir o significado dos institutos fundamentais relacionados; de forma a estimular a capacidade de análise, domínio de conceitos e terminologia jurídica, argumentação, interpretação e valorização dos fenômenos jurídicos e sociais envolvidos.
III – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Preparar para utilização de elementos de doutrina, jurisprudência e legislação componentes da técnica jurídica dos direitos relacionados, com uma visão crítica e consciência sociopolítica. 
Promover o desenvolvimento das competências e habilidades definidas no perfil do egresso, quais sejam:
Leitura, compreensão e elaboração de textos, atos e documentos jurídicos ou normativos, com a devida utilização das normas técnico-jurídicas;
Interpretação e aplicação do Direito;
Pesquisa e utilização da legislação, da jurisprudência, da doutrina e de outras fontes do Direito;
Adequada atuação técnico-jurídica, em diferentes instâncias, administrativas ou judiciais, com a devida utilização de processos, atos e procedimentos;
Correta utilização da terminologia jurídica ou da Ciência do Direito;
Utilização de raciocínio jurídico, de argumentação, de persuasão e de reflexão crítica;
Julgamento e tomada de decisões;
Domínio de tecnologias e métodos para permanente compreensão e aplicação do Direito.
IV – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Direitos Fundamentais da Criança e do Adolescente. 
1.1. Direito á Vida e à Saúde. 
1.2. Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade.
1.3. Direito à Convivência Familiar e Comunitária. 
1.4. Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer. 
1.5. Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho.
2. Prevenção no Direito da Criança e do Adolescente. 
2.1. Disposições Gerais.
2.2. Prevenção Especial.
3. Política de Atendimento à Criança e ao Adolescente.
4. Medidas de Proteção à Criança e ao Adolescente
5. Prática de Ato Infracional. 
5.1. Garantias Processuais. 
5.2. Procedimento Relativo à Apuração do Ato Infracional.
5.3. Medidas Sócio-Educativas 
5.4. Remissão. 
6. Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável. 
6.1. Procedimento Relativo à Perda e Suspensão do Pátrio Poder.
6.2. Procedimento Relativo à Destituição da Tutela.
6.3. Procedimento Relativo à Colocação em Família Substituta.
7. Competência em Matéria de Criança e Adolescente.
7.1. Competência Jurisdicional.
7.2. Conselhos de Direitos.
7.3. Conselhos Tutelares.
8. Acesso à Justiça no Estatuto da Criança e do Adolescente.
8.1. Justiça da Infância e da Juventude.
8.2. Procedimentos.
8.3. Recursos.
8.4. Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos.
9. Crimes e as Infrações Administrativas no Estatuto da Criança e do Adolescente.
10. Direitos Fundamentais do Idoso.
10.1 Direito à Vida como Fundamento Maior.
10.2. Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade.
10.3. Alimentos.
10.4. Direito à Saúde.
10.5. Educação, Cultura, Esporte e Lazer.
10.6. Profissionalização e do Trabalho.
10.7. Previdência Social.
10.8. Assistência Social.
10.9. Habitação.
10.10. Transporte.
11. Medidas de Proteção ao Idoso. 
12. Política de Atendimento ao Idoso.
13. Acesso à Justiça no Estatuto do Idoso.
14. Crimes no Estatuto do Idoso.
15. Temas e Casos Práticos da Área voltados para a Realidade Regional de Inserção do Curso.
V – ESTRATÉGIA DE TRABALHO
A disciplina será desenvolvida com aulas expositivas e práticas, sendo incentivada a participação dos alunos nos questionamentos e discussões apresentadas, acompanhadas de metodologias que privilegiam a integração entre teoria e prática, entre elas: estudos de casos, análise de jurisprudência, elaboração de trabalhos práticos e produção de textos, realização de seminários (elaborados pelos alunos da disciplina) e ciclo de palestras (com professores convidados, profissionais da área e/ou de áreas afins), quando pertinente.
VI – AVALIAÇÃO
A avaliação será realizada por intermédio de provas regimentais e atividades desenvolvidas em sala de aula, conforme solicitação do professor da disciplina, tendo como referência as metodologias adotadas de integração entre teoria e prática. 
VII – BIBLIOGRAFIA
Bibliografia Básica:
CURY, Munir; et al (Coords.). Estatuto da criança e do adolescente: comentários jurídicos e sociais. São Paulo: Malheiros, 2008.
MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso de direito da criança e do adolescente. 3ª ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008.
PINHEIRO, Naide Maria. Estatuto do idoso comentado. São Paulo: Servanda, 2008.
Bibliografia Complementar:
FRANCO, Paulo Alves. Estatuto do idoso anotado. 2ª ed. São Paulo: Servanda, 2005.
LIBERATI, Wilson Donizeti. Direito da criança e do adolescente. 2ª ed. São Paulo: Rideel, 2007. 
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Comentários ao estatuto do idoso. São Paulo: LTR, 2006.
PEREIRA, Tânia da Silva. Direito da criança e do adolescente: uma proposta interdisciplinar. 2ª ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.
VERONESE, Josiane Rose Petry; MOTA, Moacyr. Da tutela jurisdicional dos direitos da criança e do adolescente. São Paulo: LTR, 1998.
VERONESE, Josiane Rose Petry. Direito da criança e do adolescente. Florianópolis: OAB/SC, 2006.
2- Direito da Criança e Adolescente 
2.1 – Amparo legal: Lei n. 8069, de 13/07/1990
2.2 – Doutrina da proteção integral adotada pelo ECA
Introdução
"A criança é a nossa mais rica matéria-prima. Abandoná-la à sua própria sorte ou desassistí-la em suas necessidades de proteção e amparo é crime de lesa-pátria." Tancredo Neves. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente resultou da fusão de duas emendas populares, que levaram ao Congresso cerca de 200 mil assinaturas de crianças e adolescentes. Em sua elaboração trabalharam juristas e pessoas de diversas instituições espalhadas por todo o país. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei complementar n. 8.069/90, substituiu o Código de Menores que era de 1979. Optou-se por Estatuto pois tem sentido de punir e Código tem sentido de direitos, segundo o Senador Gerson Camata. Plácido e Silva (terminologia jurídica) explica que: Código traz consigo a idéia de uma coleção de leis e Estatuto a de uma lei especial de uma coletividade ou corporação. 
Com este Estatuto, os conceitos ideológicos e anti-científicos de 'situação irregular' e o termo estigmatizador de 'menor' com sentido pejorativo e marginalizador ficaram definitivamente revogados. Salientamos que neste estudo adotaremos a denominação 'menor' para designar genericamente criança e adolescente. 
O presente Estatuto se divide em dois livros. No primeiro elencam-se os direitos fundamentais da nossa infância e adolescência, sem exclusão de qualquer natureza. Em seu segundo livro, define as diretrizes e bases da política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente em situação de risco social e pessoal. As disposições finais e transitórias normatizam a aplicação do diploma legal, definindo estrutura e mecanismospara a sua concretização. 
A sociedade também possui uma parcela de responsabilidade na tutela à criança e ao adolescente. Sendo que tal responsabilidade tornou-se obrigação com a promulgação de nossa Carta Magna, pois o 'caput' do art. 227, preceitua que: "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão." Sabemos que o Estado destina verbas insuficientes para a assistência ao menor, mas a comunidade precisa se conscientizar urgentemente de sua importância nos Conselhos Comunitários. 
Esta lei complementar se aplica a todos os menores de 18 anos em qualquer situação; ou seja, até se completar essa idade, todos são menores para efeitos penais. Desta forma, todo menor está sob tutela, sem qualquer discriminação. 
Existe um juízo especializado em causas menoristas, pois a Justiça Comum possui competência para separação de casais, para guarda dos filhos, entre outras, e a Justiça Menorista é a competente para apreciar a situação de todos os menores de 18 anos. É importante lembrar que para efeitos penais não há distinção entre criança e adolescente. 
De acordo com o art. 1º, o ECA adota a doutrina da proteção integral, baseada no reconhecimento de direitos especiais e específicos de todas as crianças e adolescentes (art. 3º). A C.F. em seu art. 227, afastou a doutrina da situação irregular, que limitava-se basicamente em 3 matérias: a) menor carente; b) menor abandonado; c) diversões públicas, para assegurar direitos fundamentais à criança e adolescente. 
2.3 – Convenção sobre os direitos da criança 
O primeiro documento internacional relativo à criança e adolescente foi uma convenção internacional de 1924, Declaração de Genebra aprovada no Brasil em 26/01/1990, pelo decreto legislativo n. 28 de 14/09/1990. O ECA está conforme a Convenção da ONU. De acordo com a doutrina da proteção integral há necessidade de um conjunto articulado de ações por parte do Estado e da sociedade que vão desde a concepção de políticas públicas até a realização de programas locais de atendimento implementados por entidades governamentais ou não governamentais. A doutrina da proteção integral nasceu no IX Congresso Panamericano Del Niño, realizado em Caracas em 1948, e no X Congresso Panamericano Del Niño, realizado no Panamá em 1955
2.4 – Natureza jurídica do direito da criança e adolescente 
O direito da criança e adolescente pertence ao direito ao público, cuja natureza de suas normas é ius cogens, onde o Estado surge para fazer valer a sua vontade, diante de sua função protecional e ordenadora. 
2.5 – O ECA e a denominação técnica de criança e adolescente – art. 2º
2.5.1- Teorias sobre o momento exato em que a pessoa completa a idade
1ª) Completa-se qualquer idade no primeiro minuto do dia em que festeja o aniversário, independentemente da hora do nascimento. 
2ª) Completa-se qualquer idade na hora que consta do assento de nascimento. 
3ª) Completa-se qualquer idade após o transcurso integral do dia em que se dá o aniversário. 
A tese predominante entre nós é aquela em que a pessoa completa qualquer idade no primeiro momento do dia do seu aniversário (RT, 360:117). O Estatuto fixou a adolescência aos 12 anos completos, no entanto, as regras mínimas que as Nações Unidas para a Administração da Justiça de Menores recomenda é que nos sistemas jurídicos que reconheçam o conceito de responsabilidade penal para menores, seu começo não deveria fixar-se numa idade demasiado precoce, levando em conta as circunstâncias que acompanham a maturidade emocional, mental e intelectual. 
Para Paulo Lúcio Nogueira essa fixação é prejudicial ao menor, pois crianças de 12/13 anos não possuem maturação suficiente para se responsabilizarem por atos infracionais, com o processo do contraditório e a ampla defesa. Ele defende que a imputabilidade penal seja fixada aos 16 anos completos. 
Quanto ao nascituro, a sua inclusão como criança exige uma anotação mais extensa. Pode-se resumidamente elencar 3 posições: natalista, personalidade condicional e concepcionista. É certo que a interpretação sistemática do ECA leva à inclusão do nascituro como incluso na expressão criança. 
2.5.1 – Jovem 
A Emenda Constitucional nº 65 de 13 de julho de 2010 introduziu no art. 227 texto constitucional a expressão jovem. Previu, além disso, um estatuto do jovem, ratificando a tendência jurídica de se criarem microssistemas a amparar as chamadas faixas etárias vulneráveis. 
A ONU definiu jovem como a pessoa entre 15 e 29 anos de idade. 
2.5.2 – Exceções do parágrafo único do art. 2º 
A referência do parágrafo único às pessoas entre 18 e 21 anos, se relaciona claramente à hipótese de maioridade civil, pois à época de entrada em vigor do ECA estava em vigor o C.C. de 1916. 
O ECA expressamente permite a internação do maior de 18 e menor de 21 anos. 
Na questão da adoção de maior de 18 anos, levando-se em conta a data do ajuizamento, continua a aplicar-se as regras do ECA, de acordo com o disposto no art. 1619 do C.C.
3- Análise do art. 3º 
Entende-se como direitos humanos fundamentais são o conjunto de direitos e garantias do ser humano, objetivando a proteção da dignidade, protegendo contra o arbítrio do Estado e estabelecendo regras mínimas de desenvolvimento. 
Há direitos que são destacáveis da pessoa humana e há outros que são inerentes a mesma. (características – art. 11 do C.C. ). Além dos direitos fundamentais da pessoa humana, gozam a criança e adolescente do direito subjetivo de desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, preservando-se sua liberdade e dignidade. 
Os art. 3º resume os princípios 1 e 2 da Declaração dos Direitos da Criança, das Nações Unidas; já os arts. 4º e 5º foram extraídos do art. 6º e 227 da C.F. 
4 – Direito ao voto 
5- Dos direitos fundamentais
5.1-Conceito de políticas públicas
“São os mecanismos executados pelo poder público com a intenção de aniquilar ou reduzir drasticamente o espectro da fome, da pobreza e da injustiça social.”
5.2- Responsabilidade pelas políticas públicas
 As políticas públicas são de incumbência do Poder Executivo, que deve reservar parte de seu orçamento na consecução de seus objetivos. A omissão pode ser sanada por meio de ação civil pública em que o M.P. possui legitimidade para propô-la. 
5.3- Sistema de proteção dos direitos da criança e adolescente 
 Sabemos que o ECA adota a doutrina da proteção integral, garantindo-lhes instrumentos efetivos de defesa. Inicialmente, no art. 3º menciona o direito de gozo de todos os direitos fundamentais da pessoa humana. Para garantia e efetivação desses direitos, criou mecanismos para tal, mencionando a prevenção no Título III, estabelecendo como “dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente”. (Ex: limitação imposta no art. 80 do ECA). 
 Na Parte Geral, temos os direitos fundamentais da criança e adolescente, sendo que introduziu a regra da proteção integral, determinou regras eminentemente administrativas baseadas no poder de polícia e finalmente efetivou instrumentos para a garantia da efetivação desses direitos fundamentais da criança e adolescente na parte especial. 
5. 4- Direito à saúde – art. 8º ECA
 O art. 7º ao 14 traçam regras gerais de garantia à vida e à saúde da criança e adolescente. O art. 7º reproduz os dois primeiros direitos elencados no art. 227 da C.F. e o art. 8 remete, implicitamente ao seu art. 198, que trata do SUS. 
 Esse direito inclui uma fase anterior que é a gestação e o parto, constituindo em próprio direito da criança a nascer, o atendimento pré-natal e perinatal. Trata-se de um verdadeiro direito do nascituro.A Lei n. 12.010-2009 inseriu o dever de assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré-natal e pós-natal. O estado puerperal pode ser definido como a perturbação psíquica sofrida pela mãe decorrente do parto que pode levar a impulsos homicidas (art. 123 C.P.). Deriva do princípio da responsabilidade primária e solidária do poder público. 
5,4.1- Ação de obrigação de fazer contra a gestante
 Em caso de omissão da mesma, os agentes de saúde devem comunicar ao Conselho Tutelar e na continuação da omissão, deve comunicar ao órgão ministerial, que oferta ação de obrigação de fazer contra agestante, sendo essa obrigação de comparecer ao serviço hospitalar. 
 5.4.2- Omissão do governo do Estado ao art. 8º do ECA
 Cabe ação civil pública de obrigação de fazer .
 5.4.3-Princípio da prioridade absoluta e do direito à vida e a permissão do aborto do art. 128 do C.P. 
 A criança e adolescente possuem direito à vida, incluindo o direito ao nascimento, inclusive como preceito constitucional (art. 227 da C.F.), temos três hipóteses em que é permitido o aborto (aborto necessário ou terapêutico, justificando-se pelo estado de necessidade, aborto sentimental e feto anencefálico. 
5.4.4- Direito de amamentar - art. 9º ECA.
 A C.F. no art. 7º, XVIII garantiu 120 dias de licença-maternidade e estabilidade no emprego durante amamentação. A Lei n. 11.770 – 2008 instituiu o programa empresa cidadã, destinado a prorrogar por 60 dias a duração da licença-maternidade. O art. 396 da CLT, prevê que as mulheres têm direito, durante a jornada de trabalho, a dois descansos diários especiais, de meia hora cada um, até que a criança complete 6 meses de idade, podendo esse período ser dilatado se a saúde da criança o exigir. Em caso de proibição do exercício desse direito, cabe mandado de segurança. 
 A Lei n. 11.942-2009, assegura às mães presas e aos recém-nascidos condições mínimas de assistência. 
5.4.5- Identificação e atendimento médico do neonato
 A ausência dolosa ou culposa, do registro a que alude o art. 10,I do ECA, pode configurar a figura penal do art. 228 do ECA. A ausência do teste do pezinho, implica o delito do art. 229 do ECA. 
5.4.6 – Atendimento integral à saúde da criança e adolescente
 Em se tratando de direito fundamental da pessoa humana, a saúde deve ser garantida pelo Estado em todos os seus planos e aspectos, que vão do preventivo à manutenção e recuperação, abrangendo a assistência médico-hospitalar, com o fornecimento de medicamentos, apoio psicológico, tratamento para dependentes químicos e outros. 
5.4.7 – Direito a acompanhante
 O art. 12 aplica-se a hospitais tanto da rede pública e privada. 
5.4.8 – Maus-tratos 
 O descumprimento do art. 13 implica as sanções administrativas o art. 245 do ECA. Os maus tratos podem ser físicos ou não (art. 136 do C.P.) A comunicação não implica o crime previsto no art. 154 do C.P.. 
5.4.9 – Encaminhamento à Justiça da Infância e Juventude
 A Lei n. 12.010-2009, incluiu o parágrafo único no art. 13 do ECA, para determinar a obrigatoriedade de encaminhamento à Justiça da Infância e da Juventude as gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção. Se necessário, deve ser prestada assistência psicológica ( art. 8º ECA)
5.4.10- Programas de educação e prevenção sanitárias
 O dispositivo resume as atribuições cometidas pelo SUS pela C.F. \(art. 200, \\I a IV), enfatizando as medidas de prevenção, particularmente a de vacinação, e as campanhas de educação sanitária. A omissão pode configurar infração administrativa do art. 249 do ECA ou o crime de maus-tratos ( art. 136 C.P), 
6- Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade
 O dispositivo do art. 15 simplesmente reforça a idéia do art. 4º, sendo tais garantias fundamentais a base necessária ao sadio desenvolvimento do ser humano. 
6.1 – Direito à liberdade
 Art. 16 ECA
6.2 – Liberdade de locomoção
 As restrições legais encontram-se nos arts. 75, 80, 83 e 85 ECA). No caso do adolescente, a liberdade de locomação pode, ainda, ser limitada pela aplicação das medidas sócioeducativas de internação e semiliberdade, em razão de prática de atos infracionais. 
 Privar a criança ou adolescente de liberdade, configura crime previsto no art. 230 do ECA. 
6.3 – Liberdade de pensamento
 Não se concebe educação sem que o destinatário possa livremente formar suas convicções (liberdade de opinião) e eventualmente externá-las (liberdade de expressão). 
6.4- Liberdade religiosa
 A ofensa à liberdade de religião pode configurar, dependendo do que consistir, nos crimes previstos no art. 140, par. 3º do C.P. ou art. 208 do C.P. ( ultraje ao culto). 
6.5- Liberdade de brincar, praticar esportes e divertir-se
 Corolário ao direito social de lazer ( art. 6º da C.F.) , a liberdade de brincar, praticar esportes e de divertir-se busca garantir à criança e adolescente, o espaço mínimo indispensável ao seu sadio desenvolvimento. Contudo há limitações, conforme os arts. 74 a 80 do ECA. 
6.6 – Liberdade de participar da vida familiar e comunitária
 Essa interação está disposta no art. 227 da C.F. 
6.7 – Liberdade de participação na vida política 
 Sabemos que o adolescente não é elegível, mas pode votar a partir dos 16 anos. 
6.8- Liberdade de buscar refúgio, auxílio e oritentação
 O inciso VII do art. 16 destina-se ao menor em situação de risco.
7 – Direito ao respeito 
 Encontra-se explicitado no art. 17 do ECA. e abrange a inviolabilidade identidade; a preservação da autonomia; a preservação dos valores, idéias e crenças e a preservação dos espaços e objetos pessoais. 
8- Direito à convivência familiar e comunitária
 De acordo com o art. 19 do ECA, a inserção em lar substituto é medida protetiva, excepcional, destinada a crianças ou adolescentes em situação de risco ( art. 98 do ECA). 
8.1 – Direito à criação em ambiente salutar
 O art. 19 prevê a necessidade de criação e educação “em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes”. 
8.2- Serviços de acolhimento 
 Os serviços de acolhimento visam atender, temporária e excepcionalmente, crianças ou adolescentes que, por alguma razão, tiveram seus vínculos familiares rompidos e-ou precisam ser afastadas, temporária ou definitivamente, de seus lares. 
 De acordo com a Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009, os serviços de acolhimento para crianças e adolescentes dividem-se em: 
Serviço de acolhimento institucional, nas seguintes modalidades (art. 98):
Abrigo institucional (20)
Casa-lar e (10)
república
Serviços de acolhimento em família acolhedora
 No acolhimento familiar, pessoas ou casais, previamente inscritos em programas municipais específicos, recebem crianças ou adolescentes em situação de risco, na modalidade de guarda, até que ocorra a reintegração familiar ou a colocação definitva em família substituta pela adoção. 
8.3- Serviço de acolhimento institucional 
 O abrigamento deve perdurar até o retorno à família de origem ou colocação em família substituta. Tendo como prazo máximo 2 anos. 
8.4 – República
 A república tem como destinatários, jovens-adultos em situação de vulnerabilidade e risco. 
8.5- Excepcionalidade e temporariedade do acolhimento – art. 19, par. 1º
 Há a determinação que, no mínimo, semestralmente, deve ser feita a reavaliação da situação das crianças ou adolescentes inseridos em programas de acolhimento institucional ou familiar, com vistas a verificar a possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta. Havendo omissão do Estado na implementação de políticas públicas que permitam medidas efetivas de restabelecimento dos vínculos familiares ou a inclusão em família substituta, é cabível ação civil pública. 
8.6 – Outros princípios que regulam os serviços de acolhimento
 De acordo com as orientações técnicasdo Conselho Nacional de Assistência Social, além da excepcionalidade e temporariedade do acolhimento, são também princípios que devem nortear os serviços de acolhimento: 
a)preservação e fortalecimento dos vínculos familiares e comunicatórios;
b)garantia de acesso e respeito à diversidade e não discriminação;
c) oferta de atendimento personalizado e individualizado;
d)garantia de liberdade de crença e religião;
e)respeito à autonomia da criança , do adolescente e do jovem . 
8.7- Audiências concentradas de reavaliação das medidas de acolhimento institucional ou familiar
 Tais audiências são atos processuais conjuntos, de que participam todas as pessoas envolvidas na política da criança e do adolescente, com o objetivo de viabilizar o retorno da criança institucionalizada ao seio familiar. 
 O ECA prevê apenas a necessidade de reavaliação periódica da situação dos acolhidos e que a realização de audiências concentradas é mera recomendação, não gerando, portanto, obrigatoriedade. 
 A situação dos acolhidos deve ser avaliada pelo juízo da infância e da juventude para verificar:
a)a possibilidade de reintegração familiar;
b)a possibilidade de colocação em família substituta;
c)acompanhamento do plano individual de atendimento (PIA – art. 101 do ECA).
 A audiência para acompanhamento do PIA deve ser feita, uma vez não obrigatória ou exigível, sempre que pertinente e necessária, para avaliar a eficácia, dirimir dúvidas ou corrigir omissões do programa e definir possíveis medidas protetivas adicionais, ouvidos os acolhidos, suas famílias e demais profissionais envolvidos. 
8.8 – Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos 
 A iniciativa tem por objetivo complementar o banco de dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e contém o histórico de crianças e adolescentes, destituídos ou não do poder familiar, que se encontram em entidades de acolhimento. 
 O acesso ao sistema (CNCA) é restrito, mas os dados estatísticos podem ser acompanhados por meio da Agência CNJ de Notícias. 
9-Modalidades de colocação em família substituta.
 A colocação em família substituta se faz mediante guarda, tutela ou adoção. A colocação em família substituta estrangeira só ocorrerá em forma de adoção.
9.1- Fliação – art. 20 ECA , art. 227, par. 6º da C.F. e art. 1596 C.C. 
 Temos a filiação legítima, ilegítima e civil 
10- Poder familiar – art. 21 ECA.
 O poder familiar não é absoluto, podendo ser suspenso ou extinto. 
10.1 – Deveres dos pais – art. 22 ECA e art. 1634 do C.C. 
 O não cumprimento dessas obrigações poderá importar em perda ou suspensão do poder familiar, conforme o art. 24 do ECA. 
10.2 – Carências de recursos materiais e poder familiar – art. 23 ECA. 
 O vínculo sanguíneo, pela sua importância deve ser preservado, e a família carente incluída em programas oficiais de auxílio
10.3- Perda ou suspensão do poder familiar
 Suspensão – art. 1637 C.C.
 Extinção sem responsabilidade – art. 1635, I a IV do C.C.
 Extinção por responsabilidade – art. 1635, V e 1638 C.C.
 
 
5- Princípios Fundamentais 
a)Do direito à vida e à saúde
"'A vida é realmente o único bem que a pessoa tem', já que os demais virão por acréscimo." A vida e a saúde também são consideradas direitos fundamentais da criança e do adolescente, já que estão em fase de desenvolvimento, devendo existir programas assistenciais que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência, assegurando à gestante, à parturiente e à nutriz (mulher que amamenta) todas as condições necessárias. 
O Capítulo referente à vida e à saúde prevê atendimento pré, peri e pós-natal, preferencialmente pelo mesmo médico, através do Sistema Único de Saúde (SUS), convém salientar que este sistema é precário, insuficiente e falho. Sendo que tal prerrogativa legal é utópica, pois de nada adianta fazer exigências legais se não houver real implantação de uma política de saúde eficaz, séria e satisfatória. 
Quando ocorrer suspeita de maus tratos (art. 13), deve-se comunicar imediatamente o Conselho Tutelar (art. 131), órgão constituído por cidadãos eleitos em cada município que deverá ter um importante papel na proteção ao menor, pois esse Conselho que irá tomar as providências cabíveis em cada caso. 
b)Liberdade, Respeito e Dignidade
O direito à liberdade é bastante amplo, mas sempre deve-se ter em vista a segurança da criança e do adolescente, e, por esse motivo, é que existem certas restrições e limites. 
Os menores devem respeitar os outros indivíduos, principalmente os idosos, da mesma forma que a criança e o adolescente merecem o respeito de todos. Ao exigir deveres para os menores, o ECA estabeleceu o equilíbrio indispensável à sociedade sadia. 
A liberdade de crença e religião é tão importante que o legislador se preocupou em preceituar o direito de conhecer todas as crenças religiosas existentes. 
c)Convivência Familiar e Comunitária
Pela regra geral acredita-se que a família, de direito ou de fato, é o lugar ideal para a criação e educação do menor. E isto porque os pais são os maiores responsáveis pela formação dos filhos, possuindo o pátrio poder sobre eles e o pátrio dever de lhes garantir os direitos fundamentais. A Constituição da República igualou o pátrio poder, portanto, ele será exercido igualmente pelo pai e pela mãe. Qualquer divergência entre eles poderá ser resolvida em juízo. 
A legislação penal prevê crimes contra a assistência familiar (arts. 244, 246, 247 e 245) visando tutelar o menor de 18 anos. Em casos excepcionais o menor deverá ser colocado em família substituta. A perda ou suspensão do pátrio poder só deve ocorrer nos casos em que a família natural se desinteresse ou abandone o filho. Essa perda ou suspensão somente poderá ser decretada judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na lei. 
d)Família Natural
É a comunidade formada pelos pais, ou qualquer um deles e seus descendentes. Família Substituta é aquela que recebe o menor em guarda, tutela ou adoção. A família substituta estrangeira é uma medida que deve ser tomada excepcionalmente, sendo admissível apenas na modalidade de adoção. 
Os filhos havidos fora do casamento podem ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente; no próprio termo de nascimento; por testamento; mediante escritura; mediante outro documento público. Vale lembrar que qualquer que seja a origem da filiação, os filhos podem ser reconhecidos, ou seja, pouco importa o estado civil dos pais. O direito ao estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível. 
A guarda visa regularizar a posse de fato da criança. É a primeira forma de colocação do menor em família substituta ou associação até que se torne definitivo. Poderá ser revogada a qualquer tempo mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público. 
A tutela é uma instituição legal destinada à proteção de menores órfãos, que não possam dirigir suas pessoas ou bens, por si sós, precisando de tutor. Existem três formas de tutela: testamentária (por ato de última vontade), legítima (decorre da lei e cabe aos parentes) e dativa (deriva de sentença judicial). O artigo 409, do Código Civil estabelece uma ordem determinada para a nomeação de tutor, mas não é rígida, porque visa o interesse do menor (RT, 614:56; 566:56). 
A adoção é o instituto que tem sido utilizado desde a antigüidade, pois trata-se de meio pelo qual o casal sem filhos consegue assegurar a continuidade de sua descendência, recebendo um estranho na qualidade de filho. 
e) Prevenção 
Visto que é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação de direitos, ninguém pode eximir-se desta obrigação. Qualquer atentado aos direitos fundamentais, por ação ou omissão, merece exemplar punição (art. 5º). Maus tratos contra 'X' ou 'Y' (é suficiente a simples suspeita) devem serobrigatoriamente levados ao conhecimento do Conselho Tutelar da cidade (art. 13) e ao juiz da infância e juventude, para as providências legais cabíveis. 
O descumprimento das normas de prevenção, sujeita os responsáveis (pessoa física ou jurídica) à obrigação de reparar o gravame ocasionado, por ação ou omissão, sem prejuízo da responsabilidade penal. 
f) Proteção
As medidas de proteção devem ser aplicadas pelo Conselho Tutelar ou pela autoridade judiciária, e devem sempre buscar os fins sociais a que se destinam, conforme o art. 6º do ECA, levando em consideração o universo bio-psicossocial que vivem. As medidas específicas de proteção aplicam-se: 
1) às crianças e adolescentes carentes (art. 98, I e II, c/c artigo 136, I, ambos do ECA); 
2) às crianças e adolescentes infratores (art. 98, III, c/c 6s art5g6s 105; 112, VII e 136, VI, todos do ECA). 
O Conselho Tutelar, órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, terá atribuição para aplicar as medidas específicas de proteção às crianças e aos adolescentes carentes e às crianças infratoras (arts. 136, I, c/c artigo 98 e seus incisos e art. 105, todos do Estatuto). O juiz da infância e da juventude tem competência para administrar privativamente as medidas de proteção aos adolescentes infratores e conforme dispõe o artigo 126, ECA, conhecer da problemática e administrar tudo o que é da competência do Conselho Tutelar, enquanto este não é criado. 
"A sociedade conquistou instrumentos para a construção da cidadania de milhões de crianças e adolescentes excluídos dos benefícios do desenvolvimento, que, se tomados com seriedade, firmeza, vontade e determinação política na sua consecução do Projeto Cidadão-Criança, poderemos alcançar o Estado Democrático de Direito." BENEDITO RODRIGUES DOS SANTOS - Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente. 
FAMÍLIA NATURAL
1-Conceito – art. 25 do ECA
*Abrange a união estável (família informal) e monoparental 
2-Diferença entre família natural e ampliada – art. 25, par. único ECA.
*A família extensa foi inserida pela Lei n. 12.010, de 03 de agosto de 2009. 
3- Conceito de parentesco – É a relação que une duas ou mais pessoas em laços de família. Pode ser natural ou consangüíneo, quando decorre do vínculo genético com um ancestral comum, e civil ou por afinidade, quando advém do casamento ou de outras relações sociais. 
 Lembrando que o parentesco consangüíneo pode ser, em linha reta (art. 1591 C.C.) ou colateral (art. 1.592 C.C.). O vínculo civil é definido pelo art. 1.595 C.C., caput. 
4- Unidades de famílias possíveis: matrimonial, informal (união estável), homoafetiva, monoparental (art. 226, par.4º C.F.), parental ou anaparental (ausência dos genitores, quer por morte ou abandono). É constituída pela convivência entre parentes, irmãos, tios, primos, ou mesmo por terceiros, que assumem o compromisso do cuidado recíproco; pluriparental (formadas pela união de famílias monoparentais, quer de fato, quer pelo matrimônio, em que cada integrante agrega filhos provenientes de uma relação antecedente; paralelas (decorrente de ligações afetivas eventuais e transitórias e ou adulterinas, que não são suficientemente longas a ponto de configurar o concubinato, mas que podem levar à existência de prole e, sem dúvida, à existência de vínculos emocionais. A família eudemonista, é formada por uma entidade grupal que nasce da solidariedade e da afetividade de seus membros.
5 – Reconhecimento voluntário – art. 26 ECA. 
 De acordo com o art. 1.609 do C.C., que acolheu o art. 1º da Lei n. 8.560-1992, prevê que o reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento pode ser feito:
a)no registro do nascimento;
b) por escritura pública ou escrito particular em cartório;
c)por testamento, ainda que incidentalmente manifestado; e
d) por manifestação expressa e direta perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém. 
 O reconhecimento de filho maior não pode ser feito sem o seu consentimento. O filho menor que pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade ou emancipação ( art. 1.614 do C.C.). O reconhecimento não pode ser revogado (art. 1.610) e não comporta qualquer condição (art. 1.613). 
 A mãe só pode contestar a maternidade aposta no termo do nascimento do filho se provar a sua falsidade material ou ideológica (art. 1.608). O filho havido fora do casamento , e reconhecido por um dos cônjuges, necessita do consentimento do outro para poder residir no lar conjugal \(art. 1.611), priorizando o legislador civilista o casamento e estabilidade da família legítima em detrimento da proteção integral da criança. Assim,tal norma deve ser vista como inexistente. 
 Para Paulo Afonso Garrido de Paula, a segunda parte do art. 1616 é incompatível com a doutrina da proteção integral,
 A ação de investigação de paternidade ou de maternidade pode ser contestada por qualquer pessoa com justo interesse (art.1615 C.C.) 
6- Natureza do reconhecimento do estado de filiação 
 O M.P. , sem prejuízo de quem tenha legítimo interesse, tem legitimidade para ajuizar ação de investigação de paternidade. 
 É direito indisponível e imprescritível, não sendo possível renúncia ou a transação.
 Ação de investigação de partenidade é imprescritível, mas a de petição de herança não o é. (Súmula 149 do STF)
 A ação pode ser proposta independentemente do estado civil dos genitores ou de eventual grau de parentesco entre eles, sempre em face dos supostos pais ou, se falecidos , contra seus herdeiros. A ação de investigação de paternidade post mortem, cumulada, ou não, com petição de herança, a legitimidade passiva ad causam fica restrita aos herdeiros, assim compreeendidos os que herdaram, ou que poderiam herdar e os seus sucessores. A demanda pode ser ajuizada independentemente da ação de anulação do registro de nascimento do investigante, cujo cancelamento é mera conseqüência da decisão procedente na investigatória, sem necessidade de expresso pedido de cumulação. 
 Por não se enquadrar nas hipóteses do art. 208, a competência é da Vara Especializada de Família e Sucessões, ou, à sua falta, à Vara Cível . Devendo se ajuizada no foro do domicílio do réu (art. 94 do C.P.C.), ou, quando cumulada com alimentos, no foro do domicílion ou residência do autor (art. 100, II do C.P.C. e Súmula 1 do STJ.
 O processo deve correr em segredo de jusiça
7- Investigação de maternidade 
 O art. 27 do ECA garante a sua aplicabilidade em caso de investigação de maternidade
FAMÍLIA SUBSTITUTA
 De acordo com o art. 28 do ECA, a colocação em família substituta pode ocorrer por guarda, tutela ou por adoção. Nesses casos indo ao encontro da teoria da desbiologização da paternidade. O Estatuto acolheu a chamada paternidade social, reconhecendo ao lar alternativo o mesmo patamar de família natural. 
1-Oitiva da criança e adolescente por equipe interprofissional
 Sempre que possível, o menor deve ser previamente ouvido por equipe interprofissional e sua opinião devidamente considerada pelo julgador (art. 28, par. 1º e 168 do ECA)
2- Requisitos para apreciação do pedido de colocação em família substituta. 
 O magistrado deve levar em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as conseqüências decorrentes da medida. 
 Ao priorizar e procurar preservar os vínculos e laços familiares, o legislador não apenas cumpriu o preceito constitucional insculpido no art. 226 da C.F., como aderiu à tendência do “fenômeno jurídico-social denominado repersonalização das relações civis, que valoriza o interesse da pessoa humana mais do que suas relações patrimoniais. Pela nova tendência, a família afasta-se da tradicional função política-religiosa-procriacional e assume a forma de um espaço comum de afetividade e dignidade onde o ser humano é moldado. 
3- Atenção especial às crianças ou adolescentes indígenasou provenientes de comunidade remanescente de quilombo
 Prescrevendo o respeito à sua identidade social e cultural, aos seus costumes e tradições, bem como às suas instituições, desde que não incompatíveis com os direitos fundamentais rcconhecidos pela legislação. O art. 28, par. 6º prescreve que a colocação familiar seja feita prioritariamente no seio da própria comunidade ou junto a membros da mesma etnia. 
3.1- População indígena
 O reconhecimento dos direitos específicos à população indígena tem como marco fundamental o Estatuto do Índio. Ao se decidir sobre a colocação em família substituta, deve-se priorizar a comunidade de origem ou os membros da mesma etnia. A FUNAI deve ser ouvida. 
3.2 – Comunidades remanescentes de quilombos
 As comunidades remanescentes de quilombos formam, ainda hoje, grupamentos sociais dotados de identidade étnica, que as separa do restante da sociedade e que garante sua reprodução física, social, econômica e cultural. O art. 68 do ADCT se limitou à questão fundiária. 
 O procedimento para colocação do menor em família substituta encontra-se regulado pelos arts. 165 a 170 do ECA. 
4- Vedações à colocação em família substituta
 De acordo com o art. 29 ECA, o juiz deve procurar o ambiente mais propício ao sadio desenvolvimento de crianças e adolescentes. As incompatibilidades podem ser de qualquer natureza, econômica, moral, comportamental, social, ética, etc. A avaliação deve ser baseada em estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional (art. 167 ECA). 
5- Indelegabilidade
 O art. 30 veda a transferência dos menores para pessoas físicas ou jurídicas governamentais ou não, sem autorização judicial. Caso tal preceito não seja acatado pela família substituta, incorre em infração administrativa prevista no art. 249 do ECA, bem como, dependendo da conduta, em um dos crimes contra a assistência familiar (art. 244 a 247 do C.P. )
6- Medida excepcional 
 A adoção internacional, caracteriza exceção extrema, já que os nacionais merecem prioridade. Para os estrangeiros residentes fora do país, qualquer medida de caráter transitório ou cautelar é vedada, podendo ser concedida a adoção definitiva. 
7- Compromisso do guardião e do tutor
 Aplica-se o art. 32 do ECA combinado com o art. 1.187 C.C.
GUARDA
1- CONCEITO 
“É um meio utilizado para colocar o menor em família substituta ou em associações, independentemente da sua situação jurídica, até que se resolva definitivamente o destino do menor”.
2- CARACTERISTICAS
Destina-se à prestação de assistência moral, material e educacional do menor.
Não importa em previa suspensão do poder familiar.
O detentor do menor tem o direito de se opor a terceiros, inclusive aos pais.
Uma vez conferida a guarda a alguém tido como idôneo, não se admite a transferência do menor à terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais sem autorização judicial.
A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado, e com manifestação do MP.
A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada nos mesmos autos do procedimento.
É a modalidade mais simples de colocação em família substituta.
A guarda, tratada no ECA, é deferida à criança ou ao adolescente que, por abandono dos pais ou orfandade, necessitam de colocação em família substituta.
3- MODALIDADES 
PROVISÓRIA: 
pode ser concedida através de medida liminar ou incidentalmente nos processos de adoção
Não é possível nas adoções por estrangeiros.
PERMANENTE
Destina-se a atender a situação nas quais, por qualquer razão, não se logrou a adoção ou tutela.
Objetiva, também regularizar a guarda de fato.
PECULIAR
É destinada a atender situações excepcionais ou eventuais, permitindo ao juiz outorgar representação ao guardião para a prática de determinados atos em beneficio do menor.
*** OBS: O fato de o menor estar sob guarda não exime os pais da obrigação de prestar alimentos.
4- GUARDA COMPARTILHADA
Instituída pelo Código Civil de 2002
Ambos os pais permanecem com a guarda do menor, mesmo não vivendo sobre o mesmo teto.
Regularizada pela Lei 11.698/2008.
Promoveu alteração radical no modelo de guarda dos filhos, ate então dominante no direito brasileiro, ou seja, da guarda unilateral conjugada com o direito de visita.
A lei instituiu a preferência pela guarda compartilhada, que só deve ser afastada quando o melhor interesse dos filhos recomendar a guarda unilateral.
A guarda compartilhada não é mais subordinada ao interesse dos genitores quando se separam, ao contrário, quando não houve acordo será fixada pelo juiz, sempre que possível.
A guarda compartilhada pode ser requerida por um dos pais ou por ambos, ou em medidas cautelares preparatórias das ações de separação judicial ou divórcio.
O juiz pode fixar a guarda compartilhada ainda que não requerida pelos pais, quando perceber que ela se impõe para atender as necessidades específicas do filho.
A guarda compartilhada é exercida em conjunto pelos pais separados, de modo a assegura ao filho a convivência e o acesso livres a ambos.
Nessa modalidade, a guarda é substituída pelo direito a convivência dos filhos em relação aos pais.
Ainda que separados, os pais exercem em plenitude o poder familiar.
Na guarda compartilhada é definida a residência de um dos pais, onde viverá ou permanecerá, visando garantir-lhe a referencia de um lar, para suas relações de vida, ainda que tenha liberdade de freqüentar a do outro; ou mesmo de viver alternadamente em uma ou outra.
A guarda compartilhada tem por finalidade essencial a igualdade na decisão em relação ao filho ou co-responsabilidade, em todas as situações existenciais e patrimoniais.
A guarda compartilhada é caracterizada pela manutenção responsável e solidária dos direitos-deveres inerentes ao poder familiar, minimizando-se os efeitos da separação dos pais.
Os períodos de convivência do filho com seus pais não necessitam de ser rigorosamente iguais, para que o filho não tenha uma existência partida.
Uma modalidade que se aproxima da guarda compartilhada é a guarda alternada. Nesta, o tempo de convivência com o filho é dividido entre os pais, passando a viver alternadamente, de acordo com o que ajustarem os pais ou o que for decidido pelo juiz, na residência de um e do outro.
TUTELA
1- CONCEITO 
 “É um complexo de direitos e obrigações conferidos pela lei a um terceiro, para que a proteja a pessoa de um menor, que não se acha sob o poder familiar, e administre os seus bens”.
2- CARACTERISTICAS
Visa proteger o menor não emancipado e seus bens, se seus pais faleceram, foram declarados ausentes, suspensos ou destituídos do poder familiar.
Não pode coexistir simultaneamente com o poder familiar; onde um incide não há lugar para o outro.
É um instituto de caráter assistencial, que tem por escopo substituir o poder familiar
O tutor não poderá sem autorização judicial, transferir a criança ou o adolescente a terceiros ou a entidades governamentais e não-governamentais.
3- ESPÉCIES
TESTAMENTÁRIA: 
Se institui em virtude de nomeação de tutor aos menores, por ato de ultima vontade.
Deve ser instituída somente pelo pai ou pela mãe, desde que tenham o poder familiar.
Compete aos pais em conjunto.
Será nula se feita por pai ou mãe, que não seja detentor do poder familiar ao tempo da lavratura do testamento ou da escritura publica.
Será válida, se à época da nomeação do tutor, o pai ou mãe, estava suspenso do poder familiar, mas o recuperou antes de falecer.
Será inválida, se à época da nomeação do tutor, o pai ou a mãe era detentor do poder familiar mas no momento do falecimento o havia perdido.
Será inválida se feita por um dos pais, mas ou outro sobreviver, e ser capacitado para exercer o poder familiar.
Só poderá ser instituída se ambos os pais forem falecidos.
Aos irmãos órfãos será nomeado apenas um tutor
*** OBS: Quem instituir um menor como seu herdeiro ou legatário, poderá nomear curador especial para osbens deixados ainda que o beneficiário se encontre sob poder familiar ou tutela.
LEGÍTIMA
É a que se dá em falta da testamentária.
É deferida pelo juiz, ouvindo o menor e seus parentes mais próximos.
É estabelecida na seguinte ordem, a qual poderá ser alterada por entendimento do juiz
ascendentes
irmãos ou tios
DATIVA
É oriunda de decisão judicial, pois na falta de tutor testamentário ou legitimo ou quando os mesmos forem excluídos, removidos, ou escusados da tutela.
A nomeação recairá sobre:
pessoa estranha;
idônea;
que resida no domicilio do menor (*** Obs: esta exigência é exclusiva da tutela dativa).
É cabível mesmo quando os pais do menor forem vivos, mas decaíram do poder familiar.
IRREGULAR
É aquela que não há propriamente uma nomeação, na forma legal.
O suposto tutor zela pelo menor e por seus bens como se estivesse legitimamente investido do oficio tutelar.
Esta tutela não gera efeitos jurídicos, não passando de mera gestão de negócios.
4- IMPEDIMENTOS PARA O EXERCÍCIO DA TUTELA
Não poderão ser tutores e serão exonerados do exercício (art. 1735, I a IV)
Os que não tiverem a livre administração de seus bens;
Os que possuem obrigação para com o menor
Os inimigos do menor ou de seus pais, ou os que foram excluídos expressamente da tutela.
Os condenados por crime 
As pessoas de mau procedimento
Os que exercerem função publica incompatível com a boa administração da tutela
5- ESCUSA OU DISPENSA DOS TUTORES 
A escusa não é absoluta.
Art 1736, I a VII
as mulheres casadas;
os maiores de 60 anos;
os que tiverem em seu poder mais de três filhos;
os impossibilitados por enfermidade;
os que habitarem longe do lugar onde se deve exercer a tutela;
os que já estiverem no exercício de tutela ou curatela;
os militares em serviço
Quem não for parente do menor, pode recusar a tutela, se houver, no lugar, parente idôneo, consangüíneo ou afim, em condições de exercê-la.
 O pedido de dispensa deverá ser feito no prazo decadencial de 10 dias.
6- GARANTIAS DA TUTELA
Os bens do menor devem ser entregues ao tutor, mediante termo especificado deles e de seus valores, mesmo que os pais o tenham dispensado
7- EXERCICIO DA TUTELA
A tutela é exercida por um tutor, com o auxílio, quando necessário, de um protutor;
A nomeação do protutor deverá recair sobre pessoa idônea e competente para exercer o ônus de fiscalização dos atos praticados pelo tutor.
O tutor pode ser substituído durante a tutela, por motivo de dispensa, remoção ou morte, sem que esta sofra solução de continuidade, daí ser órgão permanente.
O poder do tutor é uno e indivisível, sem possibilidade de delegação.
A função tutelar é similar ao poder familiar, mas não idêntica a ele, uma vez que seu exercício se efetua sob inspeção judicial.
A venda dos bens do menor, pelo tutor, só poderá se dar mediante autorização judicial, através da expedição de alvará.
O tutor não pode, ainda que com autorização judicial:
obter para si mesmo, ou para pessoa interposta, bens pertencentes ao menor;
alienar, a titulo gratuito, os bens do menor;
adquirir credito, ou direito, contra o menor, por negocio jurídico em que figure como cessionário.
O tutor exercerá seu mandato por 2 anos, podendo ser reconduzido de acordo com sua vontade.
O tutor não tem direito ao usufruto dos bens do tutelado.
O tutor tem direito a reembolso do que realmente vier a despender no exercício da tutela, e ainda uma gratificação ou remuneração proporcional à importância dos bens do menor por ele administrados.
O protutor, por sua vez, apenas fará jus a uma gratificação módica pela fiscalização dos autos do tutor por ele feita.
A prestação de contas é feita em juízo com audiência do Ministério Público, sendo que as contas deverão ser organizadas em forma mercantil ou contábil.
O tutor deverá apresentar balanço anual de sua administração
O tutor deverá prestar contas de sua administração de dois em dois anos.
8- CESSAÇÃO DA TUTELA
Em relação ao tutelado:
se ele atingir a maioridade
completando 18 anos de idade
atingindo a emancipação
se ele cair sob o poder familiar, em caso de reconhecimento ou adoção
se ele se alistar ou for sorteado para o serviço militar.
Em relação ao tutor:
se expirar o termo em que era obrigado a servir;
se sobrevier escusa legítima;
se for removido por ter se tornado incapaz e por exercera tutoria, revelando-se negligente ou prevaricação.
*** Obs: o tutor destituído deverá prestar contas de sua administração e será nomeada outra pessoa idônea para ficar em seu lugar, mesmo que antes da aprovação daquela prestação de contas.
ADOÇÃO
1- CONCEITO E FINALIDADE
“A adoção vem a ser o ato jurídico solene pelo qual, observados os requisitos legais, alguém estabelece, independentemente de qualquer relação de parentesco consangüíneo ou afim, um vinculo fictício, trazendo para a sua família, na condição de filho, pessoa que, geralmente, lhe é estranha”. 
Dá origem, a uma relação legal que possibilita que se constitua entre o adotante e o adotado um laço de parentesco de 1º grau na linha reta.
Tal possibilidade de filho será definitiva ou irrevogável, para todos os efeitos legais.
Há o desligamento do adotado de qualquer vinculo com os pais de sangue, salvo os impedimentos para o casamento (CF, art. 227, § § 5º e 6º), criando verdadeiros laços de parentesco entre o adotado e a família do adotante (CC, art. 1.626).
Pode ser realizada por pessoas solteiras ou por pessoas casadas ou que vivam em regime de união estável. Admitindo-se, atualmente, a adoção por homossexuais.
Vedada por procuração
Se maior de 12 anos é necessário o seu consentimento.
Direito de conhecer sua origem biológica e possibilidade de acesso aos processo de adoção após os 18 anos ou quando menor, desde que verificada a necessidade da criança.
Possibilidade de alteração do nome, desde que consentido.
2- REQUISITOS
I- Efetivação por maior de 18 anos.
Quando a adoção for singular, o adotante deverá obrigatoriamente ter mais de 18 anos de idade; (CC, art. 1.618)
Quando a adoção for por casal (adoção conjugal) ligado pelo matrimônio ou por união estável, desde que pelo menos um deles tenha completado 18 anos de idade comprovada a estabilidade familiar (art. 1.618, parágrafo único). 
Ninguém pode ser adotado por duas pessoas, salvo se forem marido e mulher, ou se viverem em união estável. (art.1.622, caput)
Se, porventura, alguém vier a ser adotado por duas pessoas (adoção conjunta ou cumulativa) que não sejam marido ou mulher, nem conviventes, prevalecerá tão-somente à primeira adoção, sendo considerada nula a segunda, caso contrario ter-se-ia a situação absurda de um individuo com dois pais e duas mães. 
Os divorciados e os separados judicialmente poderão adotar conjuntamente se o estagio de convivência com o adotado houver iniciado na constância da sociedade conjugal e se fizerem acordo sobre a guarda do menor e o regime do direito de visitas (CC, art. 1.622, parágrafo único). 
Se um dos cônjuges ou conviventes adotar filho do outro, os vínculos de filiação entre adotado e o cônjuge, ou companheiro, e de parentesco entre o adotado e o cônjuge, ou companheiro, e de parentesco entre os respectivos parentes serão mantido.
Não estão legitimados a adotar seus tutelados ou curatelados, os tutores ou curadores, enquanto não prestarem contas de sua administração, sob a fiscalização do Ministério Publico e julgadas pelo juiz, e saldarem o debito, se houver, fizerem inventario e pedirem exoneração do munus publico (CC, art. 1.620).
Nada impede a adoção pelo pai ou mãe, do filho havido fora do relacionamento conjugal, se não quiser reconhecê-lo, uma vez que não existe na legislação nenhuma norma que proíba relações de parentesco civil entre pais, ou mãe, e filho “natural”.
Marido e mulher não podem ser adotados pela mesma pessoa, pois passariam a ser irmãos.
Se a adoção se der por pessoa solteira ou que não viva em união estável, formar-se uma entidade familiar, ou seja, uma família monoparental.
Diferença mínimade 16 anos de idade entre o adotante e o adotado.
É imprescindível que o adotante seja mais velho para que possa desempenhar cabalmente o exercício do poder familiar. 
Se o adotante for um casal, bastará que um dos cônjuges, ou conviventes, seja 16 anos mais velho que o adotando.
Consentimento do adotado, de seus pais ou representante legal (tutor ou curador).
Não cabe nesta matéria suprimentos judiciais. 
Se o adotado for menor de 12 anos ou se for maior incapaz, consente por ele seu representante legal (pai, tutor ou curador), mas se contar mais de 12 anos, deverá ser ouvido para manifesta sua concordância.
O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente, se seus pais forem desconhecidos ou tiverem sido destituídos do poder familiar.
Se se trata de relativamente incapaz, deverá participar do ato assistido pelo seu representante legal.
Se for maior de 18 anos e capaz, deverá manifesta sua aquiescência por ato inequívoco (RT, 200:652).
O consentimento é revogável até a publicação da sentença constitutiva da adoção.
Apenas será admitida a adoção que constituir efetivo benéfico para o adotado (CC, art. 1.625), visto que não há adoção intuitu personae, pois o juiz é quem terá o poder-dever de optar pela família substitutiva adequada e não os pais da criança a se adotado, e muito menos os adotantes. 
O Poder Judiciário é que analisara a convivência ou não, para o adotando, e os motivos em que se funda a pretensão dos adotantes, ouvindo, sempre que possível, o adotado, levando em conta o parecer do Ministério Publico. 
O Juiz deverá agir com prudência, verificando se os adotantes têm condições morais e econômicas de proporcionar um pleno e saudável desenvolvimento físico e mental ao adotado.
Intervenção judicial na sua criação, pois somente se aperfeiçoa perante juiz, em processo judicial.
Há necessidade de intervenção do Ministério Publico, inclusive em caso de adoção de maior de 18 anos.
A competência para julgar pedidos de adoção de menores de 18 anos será da Justiça da Infância e da juventude. 
Irrevogabilidade: A adoção, tanto de maiores como de menores é irrevogável, mesmo que os adotantes venham a ter filhos, aos quais o adotado está equiparado, tendo os mesmos deveres e direitos, inclusive sucessório, proibindo-se quaisquer designações discriminatórias, relativas à filiação.
Irreversibilidade:A adoção é irreversível, entrando o adotado definitivamente para a família do adotante. 
A morte do adotante não restabelecerá o poder familiar dos pais naturais.
Necessidade de estágio de convivência entre os adotantes e adotados.
Para os divorciados ou separados judicialmente (adotantes) e adotados, é necessário que o estágio de convivência tenha se iniciado na constância da sociedade conjugal.
O estagio de convivência pode ser dispensado somente se o menor tiver menos do que um ano de idade ou se, independentemente de sua idade, já estiver na companhia do adotante durante tempo suficiente para a avaliação dos benefícios da constituição do vínculo.
Para adoções internacionais o estágio será de 30 dias dentro do território brasileiro.
Acordo sobre guarda e regime de visitas feitas entre divorciados e judicialmente separados que pretendem adotar, conjuntamente, pessoa que com eles conviveu na vigência do casamento (CC, art. 1.622, parágrafo único, 2ª parte).
Prestação de contas da administração e pagamentos dos débitos por parte de tutor e curador que pretenda adotar pupilo ou curatelado (CC, art. 1.620).
Comprovação de estabilidade familiar se a adoção se der por conviventes (CC, art. 1.618, parágrafo único, in fine).
3- REQUISITOS PARA ADOÇÃO DE MENORES (ECA)
O procedimento para tanto será o indicado na Lei n. 8.069/90. requisitos específicos para a concessão desse pedido;
qualificação de requerente e de seu cônjuge ou companheiro, com expressa anuência deste;
indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, especificando se há ou não algum parente vivo;
qualificação completa do adotado e de seus pais, se conhecidos;
indicação do cartório onde se deu a inscrição do nascimento do adotado, anexando, se for possível, uma copia de sua certidão de nascimento;
declaração sobre a existência de bens, diretos ou rendimentos pertencentes ao adotado.
A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade (art. 43). 
A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoco manifestação de vontade, vier a falecer na pendência do procedimento, antes que a sentença judicial seja prolatada, hipótese em que a sentença constitutiva do vinculo da adoção retroagirá à data do óbito. Essa adoção post mortem só é possível por que o adotante já havido manifestado sua vontade de adotar ainda em vida.
A sentença judicial concessiva da adoção terá efeito constitutivo e devera ser inscrito no registro civil, mediante mandado do qual não se fornecera certidão.
 A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus ascendentes, com o intuito de fazer crer, a todos, que o parentesco entre adotantes e adotado é consangüíneo. 
O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do doador. 
Nas certidões do registro não poderá constar nenhuma observação sobre a origem do ato, e a critério do magistrado poderá ser fornecida certidão para a salvaguarda de direitos. 
A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido deste, poderá determina a modificação do prenome. 
A doação produzirá seus efeitos a partir do transito em julgado da sentença.
4- ADOÇÃO DE MAIORES DE 18 ANOS
A adoção de maior de 18 anos não dispensa a efetiva assistência do poder publico, nem processo judicial; 
O magistrado da Vara de Família deverá examinar se foram, ou não, cumpridos os requisitos legais e averiguar se a adoção é conveniente para o adotado.
A adoção só se consuma com o assento da sentença constitutiva, que se perfaz com a sua averbação à margem do registro de nascimento do adotado, efetuada à vista de petição acompanhada da decisão judicial.
5- EFEITOS PESSOAIS E PATRIMONIAIS
Os efeitos pessoais decorrentes da adoção são:
Rompimento automático do vínculo de parentesco com a família de origem. 
Salvo os impedimentos matrimoniais;
Os genitores não mais poderão exigir noticias da criança ou o adolescente, nem mesmo quando se torna maior de idade. 
Os vínculos de filiação e parentesco anteriores cessam com a inscrição da adoção no Registro Civil. 
Nem mesmo, a morte do adotante restabelecerá o poder família dos pais naturais. 
As relações sucessórias que prendiam o adotado aos pais de origem e as obrigações alimentícias decorrentes do parentesco natural não mais substituirão.
Estabelecimento de verdadeiros laços de parentesco civil entre o adotado e o adotante, 
abrange toda a família do adotante, exceto para efeitos matrimoniais, em que prevalecem os impedimentos dirimentes previstos no art. 1.521, I,III e V, do Código Civil.
Será recíproco direito sucessório entre adotado, seu descendentes, o adotantes, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observando-se a ordem de vocação hereditária.
Transferência definitiva e de pleno direito do poder familiar para o adotante, se o adotado for menor, com todos os direitos e deveres que lhe são inerentes: companhia, guarda, criação, educação obediência respeito, consentimento para casamento, nomeação de tutor, representação e assistência. 
O poder familiar mesmo com a morte, interdição ou ausência do adotante não se restaura em favor do pai natural, pois o adotado, sendo menor, ficará sob tutela.
Liberdade razoável em relação à formação do nome patronímico do adotado, pois o art. 1.627 do Código Civil reza a decisão confere ao adotado o sobrenome do adotante.
Pode-se determinar a modificação do prenome do adotado, se menor, a pedido do adotante ou do adotado.
 Apenas o pronome de menor adotado poderá sofrer alteração, logo o do maior serámantido por ser elemento que o identifica socialmente. 
O sobrenome do adotado, maior ou menor, será o mesmo do adotante. 
Tal sobrenome transmitir-se-á aos descendentes do adotado.
Possibilidade de promoção da interdição do pai ou mãe adotiva pelo adotado ou vice-versa (CC, art. 1.768).
Inclusão do adotante e do adotado entre os destinatários da proibição de serem testemunhas e entre aqueles com relação aos quais o juiz tem impedimentos.
Determinação do domicilio do adotado menor de idade, que adquire o do adotante.
Se o adotado for maior, ou emancipado, terá domicilio próprio e independente se viver em lugar diverso do adotante.
6- EFEITOS JURIDICOS PATRIMONIAIS DA ADOÇÃO
Dentre os efeitos jurídicos patrimoniais produzidos pela adoção temos;
Direito do adotante de administração e usufruto dos bens do adotado menor, para fazer frente às despesas com sua educação e manutenção, perdendo esse direito o pai, ou mãe, natural, por ter perdido o poder familiar.
Obrigação do adotante de sustentar o adotado enquanto durar o poder familiar (CC, art. 1.634)
Dever do adotante de prestar alimentos ao adotado(CC, art. 1.694, 1.696 e 1.697), nos casos em que são devidos pelo pai ao filho maior.
Direitos à indenização do filho adotivo por acidente de trabalho do adotante, para fins de sub-rogação do seguro, em matéria de responsabilidade por fato ilícito
Responsabilidade civil do adotante pelos atos cometidos pelo adotado, menor de idade (CC, arts. 932, I, 933 e 934)
Direito sucessório do adotado, visto que se equipara ao filho advindo de parentesco consangüíneo.
Reprocidade nos efeitos sucessórios, pois se o adotado falecer sem descendência, se lhe sobreviveu o adotante, a este caberá por inteiro a herança, faltando cônjuge ou convivência do de cujus.
Filhos adotivos não está compreendido na exceção do Código Civil.
Rompimento de testamento se sobrevier filho adotivo, que é descendente sucessível ao testador, que não o tinha quando testou, se esses descendente sobreviver ao testador.
Os efeitos da adoção têm inicio com o transito em julgado da sentença, salvo se o adotante vier a falecer no curso do procedimento, caso em que terá força retroativa à data do óbito (CC, art. 1.628, 1ª parte) e, conseqüentemente, o adotado, na qualidade de filho, será considerado seu herdeiro.
7- INEXISTÊNCIA, NULIDADE E ANULABILIDADE
	São casos de inexistência de adoção;
Falta de consentimento do adotado e do adotante
Falta de objeto p. ex., se o adotante estiver privado do exercício do poder familiar por incapacidade, ausência ou intervenção civil.
Falta de processo judicial com a intervenção do Ministério Publico.
Poder-se-á torna nula a adoção, judicialmente, desde que violadas as prescrições legais.
São casos de nulidade da adoção:
O adotante não tiver mais de 18 anos (CC, art. 1.618, caput).
por não haver diferença de pelo menos 16 anos de idade entre adotado e adotante(CC, art. 1.616).
Duas pessoas, sem serem marido ou mulher ou convivente, adotaram a mesma pessoa (CC, art. 1.622 e parágrafo único);
O tutor ou curador não prestou contas (CC, art. 1.620).
Vício restante de simulação (CC, art. 167) ou de fraude à lei (CC, art. 166, VI).
São casos de anulabilidade
Falta de assistência do pai, tutor ou curador, ao consentimento do adotado relativamente incapaz (CC, art. 171, I).
Ausência e anuência de pessoa sob cuja guarda se encontra o menor ou interdito.
Consentimento manifestado somente pelo adotado relativamente incapaz (CC, art. 171, I)
Vício resultante p. ex., de erro, dolo, coação (RT, 586:40; CC, art. 171, II).
Falta de consentimento do cônjuge ou convivente do adotante e do consorte do adotado, mas há julgamento, no que concordamos, visto que a lei não exige tal anuência, dispensando-a (RT, 481:96, 475:96, 610:193), se a adoção for feita pelo casal, caso em que se pressupõe, expressa ou tacitamente, o consenso de ambos.
A ação de impugnação da adoção tem causa na nulidade ou anulabilidade da adoção, desdobrando-se em;
I- 	Ação de nulidade da adoção:
É meramente declaratória;
Não produz efeitos constitutivos, por que não tem o poder de dissolver vínculo de filiação que já nasceu ineficaz, limitando-se apenas a declarar essa situação.
A declaração da nulidade dispensa processo especial, podendo vir a lume em qualquer processo onde a questão venha a ser ventilada(RT, 182:460).
II- 	Ação de anulação da adoção 
movida pelo adotante ou adotado que pretende romper o laço de parentesco civil.
Nestas ações tem legitimidade ativa o adotado, porém terceiros interessados, com parentes das partes, sucessores ou legatário também poderão movê-la. 
Exige-se, ainda, nestas ações, a intervenção do Ministério Publico (CPC, art. 82, II) por versar sobre estado da pessoa. 
O lapso prescricional para sua propositura pelo adotado, segundo alguns julgados, é o de 10 anos (CC, art. 205) contados da morte do adotante(RT, 143:266; RF, 92:145).
8- EXTINÇÃO
Extingue-se a doação, por iniciativa do adotante ou do adotado, ou seja;
Pela deserdação, pois a norma jurídica confere ao adotante e ao que foi adotado a possibilidade de romper o efeito sucessório da adoção, desde que surjam os casos dos arts. 1.814, 1.962 e 1.963 do Código Civil declarando a causa em testamento(CC, art. 1.964).
Pela indignidade, ou melhor, pela existência de casos que autorizam exclusão do adotado ou adotante da sucessão, arrolados no art. 1.814 do Código Civil, ou seja, se houver sido autor ou cúmplice em crimes de homicídio doloso ou tentativo deste, contra a pessoa de cuja sucessão se trata, seu cônjuge.
Pelo reconhecimento judicial do adotado pelo pai de sangue, devido à incompatibilidade de haver, na mesma pessoa e com relação ao mesmo filho, concomitantemente, paternidade natural e paternidade adotiva, tal reconhecimento só deverá ser admitido excepcionalmente, ante a irrevogabilidade de adoção.
Pela morte do adotante ou do adotado, porem com a subsistência daqueles efeitos que lhe sobrevivem (RT, 141:621). Contudo o poder familiar do pai de sangue não pode ser restabelecido (RT, 610:193), ficando o menor sob tutela.
9- ADOÇÃO DE MENORES BRASILEIROS POR ESTRANGEIROS
GENERALIDADES
A adoção por estrangeiro deverá obedecer aos casos e condições estabelecidos legalmente (CC, art. 1.629).
9.1-ADOÇÃO POR ESTRANGEIRO NO DIREITO PÁTRIO
Como no Brasil prevalece a lei do domicilio (LICC, art. 7º), qualquer estrangeiro aqui radicado e residente poderá adotar, mesmo que a lei de seu país de origem ignore o instituto da adoção, seguindo o mesmo procedimento exigido para um adotante brasileiro .
A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissível na modalidade de adoção, apresentando as seguintes restrições legais, que poderão, infelizmente, até conduzir o adotante à desistência.
Impossibilidade de adoção por procuração, método que era muito usado por casais domiciliados no exterior, que, outorgando procuração a um conhecido brasileiro, davam entrada ao processo de adoção de nossas crianças.
Necessidade de estagio de convivência, exigido na hipótese de adoção por estrangeiro residente ou domiciliado fora do Brasil, a ser cumprido no território nacional, será de 30 dias
Necessidade de consentimento do adotado.
A prioridade será sempre dos casais brasileiros.
Comprovação da habilitação do adotante à adoção, consoante as leis de seu país de origem mediante documento expedido pela autoridade competente do seu domicilio.
Apresentação de estudo psicossocial do adotante feito por agencia especializada e credenciada no seu país de origem, que atestará sua sanidade mental, sua idoniedade moral, sua condições econômicas para adotar, etc. ...
Apresentação de texto pertinente à legislação estrangeira, acompanha a prova de sua vigência, a pedido do juiz, de oficio, ou do Ministério Público, pois o conhecimento da lei alienígena é essencial para evitar problemas que, eventualmente, possam surgir.
Juntada ao autos de documentos estrangeiros,devidamente autenticados pela autoridade consular, com observância dos tratados e convenções internacionais e acompanhados da respectiva tradução juramentada.
A permissão da saída do adotando do território nacional apenas após a consumação da doação .
Tema: 
Medidas de Proteção
Tema: 
Medidas sócio-educativas 
3.1 – Conceito = é uma medida jurídica aplicada ao adolescente autor de ato infracional. O rol destas medidas encontra-se no art. 112 do ECA.
3.2 – Classificação
a) Advertência = simples administração verbal (art. 115 ECA). Esgota-se em si mesma (instantânea). Além disso, conforme preconiza o ECA, esta pode ocorrer apenas com indícios suficiente de autoria + materialidade. Entende-se que esta norma é inconstitucional, pois para a doutrina basta nesta hipótese ocorrer indícios suficientes de autoria para aplicá-la, já para as demais é necessário os dois requisitos. 
	Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada.
b) Obrigação de reparar o dano (art. 116 ECA) = pode ser aplicada quando o ato infracional tiver reflexos patrimoniais. Ex.: Adolescente que pichou o muro (a forma de reparação do dano seria lixar e pintar o muro). 
	Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
	Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada.
c) Prestação de serviço à comunidade (art. 117 ECA) = realização de tarefas gratuitas e de interesse geral que são desempenhadas pelo adolescente. Possui o prazo máximo de 6 meses à proporção de 8h/semana.
	Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
	Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.
d) Liberdade Assistida (arts. 118/119 ECA) = consiste ao acompanhamento na orientação e no auxílio do adolescente que é realizado por um orientador. Prazo mínimo de seis meses (a lei não fala e prazo máximo, mas utiliza-se o da internação que é de três anos).
	Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
	§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.
	§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
	Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros:
	I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
	II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;
	III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;
	IV - apresentar relatório do caso.
e) Regime de Semi-Liberdade (art. 120 ECA) = importa na limitação da liberdade do adolescente. Ele permanecerá por um período junto à sua família e por outro período junto à uma entidade de atendimento. Não possui prazo determinado e é de sua natureza a possibilidade de atividades externas, das quais independem de autorização judicial (ex.: freqüentar curso de informática, escola ou praticar esporte fora do “muro da entidade”). O juiz não pode vedar sua prática. Nesta hipótese, o adolescente sai e retorna à entidade sem a necessidade de ser escoltado. 
	
	Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial.
	§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade.
	§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à internação.
f) Internação (arts. 121 a 125 ECA) 
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; 
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a três meses.
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada. 
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
V - ser tratado com respeito e dignidade;
VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
XI - receber escolarização e profissionalização;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.

Continue navegando