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DIREITO PENAL I - CCJ0007 Título Caso Concreto 9 Descrição Caso concreto. Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: No dia 31 de março de 2012 (sábado), por volta das 19h30 min, na Avenida X, Antonino, dirigindo o veículo VW/Fusca 1300, placas XXX, cor verde, ano de fabricação/modelo 1976, atropelou Felizberto, causando-lhe lesões corporais das quais adveio sua morte por hemorragia encefálica consecutiva a fraturas de ossos do crânio. Restou comprovado que Antonino estava conduzindo seu veículo em estado de embriaguez alcoólica e em velocidade aproximada de 50km/h, durante a noite, com os faróis do veículo desligados, bem como sem possuir habilitação para conduzir veículo automotor, quando simplesmente colheu frontalmente a vítima, a qual caminhava bem próximo ao meio fio da calçada, causando-lhe as graves lesões corporais que o levaram a óbito. O acusado foi preso em flagrante e, no mesmo dia, posto em liberdade mediante o pagamento de fiança. Ante o exposto, a partir dos estudos sobre a teoria finalista da ação, responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: a) Diferencie as condutas dolosas e culposas e apresente seus elementos caracterizadores. Resposta: Para a teoria finalista da ação, atualmente consagrada e adotada pelo ordenamento penal pátrio, não se pode dissociar a ação da vontade do agente, já que a conduta é precedida de um seu raciocínio que o leva a realizá-la ou não, ou seja, conduta é o comportamento humano, voluntário e consciente (doloso ou culposo) dirigido a uma finalidade. A teoria finalista da ação prevê que para todo e qualquer comportamento humano existe uma finalidade específica e não apenas uma simples conduta aleatória. A ação é, portanto, um acontecimento finalístico (= dirigido a um fim), não um acontecimento puramente causal ou uma modificação do mundo fenomênico. Assim, o dolo e a culpa fazem parte da conduta (que é o 1° requisito do fato típico) e, dessa forma, quando ausentes, o fato é atípico. Um crime culposo é aquele resultante da inobservância do cuidado objetivo necessário, imposto a todos que convivem em sociedade, que se exterioriza numa conduta (imprudente, negligente ou imperita) que produz, em regra, um resultado naturalístico não querido, porém, previsível. Os elementos caracterizadores da culpa são: conduta humana voluntária, violação de um dever de cuidado objetivo, resultado naturalístico, nexo causal, previsibilidade e tipicidade. Poder ser: consciente ou inconsciente. Já os elementos caracterizadores do dolo são: representação e vontade (no caso do dolo natural) ou representação, vontade e consciência atual da ilicitude do fato (no caso do dolo normativo). Poder ser: direto, indireto, eventual ou alternativo. b) No caso concreto ora narrado, a conduta se configura dolosa ou culposa? Resposta: Extrai-se do caso em tela, que Antonino não se embriagou com o intuito de praticar o crime, ou seja não houve intenção de matar, configurando-se, portanto, homicídio culposo na direção de veículo, notadamente na modalidade culpa inconsciente, que caracteriza-se quando, apesar de possível, o agente não prevê o resultado. Ademais, Antonino conduzia o veículo em baixa velocidade, em que pese os faróis do veículo desligados, bem como sem possuir habilitação para conduzir veículo automotor. Todavia, houve também culpa da vítima, vez que caminhava fora da calçada, na área destinada aos veículos, expondo-se, portanto, a acidente de trânsito c) A conduta restará tipificada no Código Penal ou no Código de Trânsito Brasileiro (Lei n.9503/1997)? Resposta: Seguramente no CTB, que, tratando-se de lei especial, avocou para si o munus público de criar, abstratamente, as infrações penais realizadas pelos condutores de veículos no trânsito. O CP terá caráter subsidiário nas questões que envolvam infrações no trânsito. Questão objetiva. Com a desclassificação no torneio nacional, o presidente do clube AZ demite o jogador que perdeu o pênalti decisivo. Irresignado com a decisão, o futebolista decide matar o mandatário. Para tanto, aproveitando o dia da assinatura de sua rescisão, acopla bomba no carro do presidente que estava estacionado na sede social do clube. O jogador sabe que o motorista particular do dirigente será fatalmente atingido e tem a consciência que não pode evitar que torcedores ou funcionários da agremiação, próximos ao veículo, venham a falecer com a explosão. Como para ele nada mais importa, a bomba explode e, lamentavelmente, além das mortes dos dois ocupantes do veículo automotor, três torcedores e um funcionário morrem. A partir da leitura desse caso, é correto afirmar que o indiciamento do jogador pelos crimes de homicídio sucederá a) por dolo direto de primeiro grau em relação ao presidente e ao motorista. b) por dolo eventual em relação ao motorista; aos torcedores e ao funcionário. c) por dolo direto de segundo grau em relação ao presidente e ao motorista. d) por dolo eventual apenas em relação aos torcedores. e) por dolo direto de segundo grau apenas em relação ao motorista. Resposta: Letra E
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