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Planejamento Agregado e Planejamento da Capacidade no Médio Prazo 3.1 ' Conceituação básica o planejamento agregado é o processo de plane- jar e controlar os vários aspectos da produção com o objetivo de atingir as necessidades dos clientes da em- presa (FREELAl\jD; LANDEL, 1984). O planejamento agregado visa planejar a produção no médio prazo, com a finalidade de "casar" taxa de produção e taxa de demanda (SIPPER; BULFIN, 1997). Esse médio prazo variade acordo com cada autor. Neste texto, adotamos de três a dezoito meses,sendo o mais usual 12 meses para Captar toda a sazonalidade (se houver) do ano. A unidade de tempo planejada geralmente é o mês, O planejamento agregado é a comunicação chave en- tre a alta gerência e a manufatura, Ele é a base para o atingimento dos objetivos estratégicos da empresa por meio damobilização dos recursos da produção (VOLLMAN etal., 1997). De acordo com Corrêaet al. (2001), o planeja- mento agregado proporciona coerência entre as de- cisões das funções da empresa (coerência horizontal, nas palavras de Corrêa et al., 2001) e entre estas e os objetivos da organização => assim, atualmente, vários autores, por exemplo, Vollman et al. (1997), substi- tuem o termo planejamento agregado por soles and operariam planning (S&OP). S&OP é um processo de planejamento caracteriza- do por revisões mensais e contínuos ajustes de acordo com as flutuações da demanda, da disponibilidade de recursos e do suprimento. Para Corrêa et-al. (2001) o principal objetivo do S&OP é gerar planos de vendas, produção, financeiro e introdução de novos produtos que sejam realistas, viáveis e coerentes uns com os outros e coerentes com os objetivos estratégicos da 01'-. ganização. Isso é conseguido por meio de um processo do qual participam elementos das principais áreas da empresa, para que sejam analisados os impactos de cada decisão em todas as áreas envolvidas. Neste texto nos preocupamos basicamente com métodos e estraté- gias de obtenção do plano de produção agregado, Para outras informações sobre o S&OP: pré-requisitos, fases principais, importância com respeito à integração de decisões, dentre outras, ver Corrêa et al. (2001). Como vimos no Capítulo 1, o PCP tem suas ativi- dades distribuídas hierarquicamente, ou seja, o plane- jamento agregado estabelece os objetivos básicos para o subsequenre trabalho de cada atividade. O foco do planejamento agregado é um grupo Oll família de produtos similares, isto é, que tenham características de produção semelhantes (daí o nome agregado). Dessa forma, o planejamento agregado em uma fábrica de lápis não é feito para cada tipo especí- fico de lápis e sim os tipos de, lápis com características semelhantes são unidos em famílias, como por exern- pio: família de lápis redondo, família de lápis trian- guíar, família de lápis sexravado e assim por diante. As razões dessa agregação é que ela proporciona um erro menor em termos de produçãodoque se os itens fossem tratados separadaruenre.Esse conceito advérn de um importante teorema estatístico: o teorerna do limite central. Para mais informações consultar textos especializados em estatística.' 48 Planejamento e Controle da Produção • Fe r n andc s / Godinho Filho o planejamento agregado não necessita de nível de detalhe, uma vez que isso é feito nos níveis inferio- res de planejamento. Portanto, no planejamento agre- gado diferentes produtos são agregados em famílias e usam uma mesma unidade de medida no processo de agregação (tempo, volume de produção ou dinheiro). Isso também facilita o papel do planejamento agre- gado na comunicação com a alta gerência, a qual se relaciona melhor com essas unidades. A experiência mostra que o número de famílias adequado para fa- cilidade de gerencíamento é de 5 a 15 (VOLLMAt\I et al.,1997). Basicamente, o planejamento agregado envolve alcançar um plano de produção para cada família de produtos da empresa de forma que a demanda prevista seja atendida e que os custos envolvidos sejam mini- mizados. Os principais custos envolvidos são: i) custos básicos de produção: são os custos fixos e variáveis incorridos em produzir um produto; ii) custos de manter estoque: são os custos de se ter uma quantidade de produtos em es- toque. Basicamente, esse custo é composto pelo: custo do capital empatado (custo de oportunidade) mais o custo de possuir esto- ques (seguro, risco de obsolescência etc.) e mais o custo de armazenagem, iii) custo de falta,no caso make tostock: são os custos ocorridos quando da falta de um pro- duto, como por exemplo perda de receita de venda e confiança; iv) custos de conrraração: são os custos envolvi- dos com a contratação de funcionários, como por exemplo exames médicos, treinamento, aprendizagem, burocracia; v) custos de demissão: são os custos envolvi- dos com a demissão de funcionários, Como por exernplorperda de produtividade, custos . legais, possibilidade de queda da moral dos funcionários; vi) custo de horas extras: se refereao valor e número de horas excedentes a seremcon- tratadas; vii) custo de subcontratação: se refere àquan- tidadede produtos a ser produzida por ter, ceiros: esses custos são maiores conforme o prazo em relação àdata atual. O planejamento agregado inclui decisões do tipo: volume a ser produzido por unidade de tem- po (mês); níveis de estoque necessários em cada pe- ríodo; número de pessoas necessárias em cadape- ríado; níveis de pedidos pendentes; necessidade de horas extras; utilização de banco de horas; necessidade de subcontratações; dentre outras. Marçola et al. (2002) tratam do assunto da Uti- lização do banco de horas para o planejamento agre- gado, trazendo um modelo matemático que encontra o número de horas do banco de horas a serem traba- lhadas em cada-período de planejamento. Ainda de acordo com esses autores, as vantagens para a em- presa do banco de horas são: minírnizaçãodc uso de horas extras, maior flexibilidade ao sistema, mínima formação de estoques, baixa ociosidade, evita demis- sões; já as desvantagens para a empresa são: válido somente para pequenos incrementos devido a restri- ções legais, aumento dos custos de controle e risco de não compensação das horas oudo pagamento de horas extras. Existem dois conjuntos demétodos para realizar o planejamento agregadovasaber: a) métodos de plonilno; são métodos simples, baseados em tenratíva.e erro, que fornecem uma solução heurística(isto é,rápida e ge- . ralrnente não ótima} para o problema; b) métodos avançados: que. buscam gerar uma solução ótima para o problema utilizando a . pesquisa operacional.Alguns desses métodos são: . .. b.l) programação 'linear: como por exem- plo os. modelos.mostrados .ern Sipper e Bulfin (1997}, Nahmías (2005) e·em Vollman et al. (1997); v b.2) programação inteira mista: por exem- plo o mod~l0rn'0st'rado em Vollmanet al. (1997); . b.3) regra de decisão linear: proposto por Holt et aI. Cl9S3) e mostrado em Nah- j mias (2005), Vollman et al. (1997) e Narasirnhan er.al. (1995); bA) abordagem dos coeficientes gerenciaís: . proposto por Bowman (1963) e mostra- do em Nahmias (2005); Vollman et a!. (1997) e Narasirnhan et a!. (1995). Os métodos de planilha são mais fáceis, de custo mais baixo, mais flexíveis que métodos baseados em pesquisa operacional, dependem demais de criatívi- dade e tempo da pessoa que está realizando o plane- jamento e são muito mais utilizados na prática que os métodos avançados. O planejamento agregado é uma atividade com- plexa, pois envolve fatores internos e externos ao sis- tema deprodução. A Figura 3.1 ilustra alguns desses fatores: enquanto que internamente existem restri- ções de força. de trabalho, capacidade física, níveis de estoque e atividades requeridas para a produção, externamente as principais restrições são a demanda, condições econômicas, ambientecompetitivo, disponi- bílidadede fornecimento e capacidade externa. Nesse ponto, entra a outra atividade do PCP que é objeto destecapítulo, o planejamento de capacidade de médio prazo. Planejamento de capacidade é uma atividade crítica, uma vez quecapacidade insuficiente leva à deterioração do nivelde serviço aos clientes e, por outro lado, excesso desnecessário de capacidade Pl an ej arne nro Ag reg a d o e Pi a n ejaruento d" Cnp ac idn de no Médio Prazo 49 representa altos CLlStoS,difíceis de serem suportados no atual ambiente competitivo. O objetivo gerencial no planejamento da capaci- dade é garantir o balanceamento entre a capacidade disponível nos centros de trabalho e a capacidade ne- cessária para alcançar o plano de produção evOLL- MAl\) et al., 1997). Vários tipos de unidades de me- dida podem ser utilizados para se medir capacidade: unidades de produto que um recurso pode produzir OLlhoras (SIPPER; BULFIN, 1997) ou ainda unidades do material de consumo (por exemplo, toneladas de cana moída num mês). 3.2 Planejamento agregado: métodos de planilha Existem inúmeras estratégias que podem ser con- sideradas dentro dos métodosde planilha. A Figura 3.2 mostra essas estratégias; Na verdade, também está dentro do escopo do planejamento agregado a possibilidade de se trabalhar com a demanda, ou seja,- buscar formas de se influenciara demanda de forma a torná-Ia mais constante ao longodos períodos. Dentro dessa estratégia pode-se,por exemplo: a) não satisfazer a demanda-em períodos de pico de tal forma. que somente determinada Fonte: .Adaptado de Marçola (2000). Figura 3.1 OSGT/lbíentes interno ee.xterno do planejamento agregado .. 50 Planejamento c Contro'leda Produção " Fernandes / Godinho Filho' Figura 3,2 Estroségicsdepíanejomeru» agregado. parcela de mercado será atendida e quanti- dadesa mais serão perdidas; b) alocara demandados períodos de pico para períodos sem 'pico; ou criar demanda para períodos sem pico por meio de forte inves- timento em propaganda e utilização de pro- moções; c) produzir gama de produtos com picos de demanda em diferentes períodos, como por exemplo motos de neve e jetskis; d) usar capacidade de reserva. Paralelamente a essas estratégias de se trabalhar com a demanda, o foco do planejamento agregado é na verdade trabalhar com a produção (ilustrado na Figura 3.2). Algumas estratégias que se encontram nessa categoria são as seguintes: a) trabalhar com a produção acompanhando a demanda; b) trabalhar com a força de trabalho constante, permitindo faltas; c) trabalhar com a força de trabalho constante, não permitindo faltas; d) trabalhar com a.força de trabalho constante, utilizando horas extras; e) trabalhar com a força de trabalho constante, utilizando subconrraração: f) estratégias mistas que combinam caracterís- ticas das outras estratégias. ,.~ Força de trabalhd·'~onstaríte: permitindo ou não.faltas. utilizando horas extras ou súbcontrataçao . " Estratégias mistas Dentro de cada uma dessas estrarégiàs existem variações dependendo dosparârnetrosassurnidos, como já mencionado. Encontrar a soluçãode menor custo por tentativa e erro é uma questão de habilida- de do planejador, sorte, existência de capital e tempo disponíveis para a geração de planos alternativos; , Nas próximas subseções, são apresentadas essas seis estratégias por meio de um exemplo. Os dados deste exemplo encontram-se na Tabela 3.1. 3.2.1 Estratégia do acompanhamento da demanda Nessa estratégia, não há formação de estoques e em cada mês é produzida exatamente a quantidade demandada. Os principais métodos para permitir fle- xibilidade da produção são utilizados: contratações, demissões, horas extras, banco de horas, dentre ou- tros. Aqui mostramos um exemplo desse método uti- lizando contratações e demissões. '. Uma vantagem clara da estratégia de acompa- nhamento da demanda e de evitar o alto custo dos estoques. Por outro lado, as desvantagens são: aba- 10 na moral de funcionários, pouca habilidade de acompanhar demanda no curto prazo, risco de falta; dificuldade em se manterem padrões de qualidade e níveis de serviço. Na Tabela 3.2, mostramos um exemplo dessaes- tratégia utilizando os dados da Tabela 3.1. .1 Planejame ntoAg r eg adc e Ptancjam~ntoda Capacidade no Médio Prazo 51 Tabela 3.1 Dados para exemplificar estratégias de planejcimento agregado. . ., .'\ . . '-.': Mês DiasOenianda .Janeiro 20 2.940 " Fevereiro 20 3.250 I Março 22 3:820Ó: . Abril I··· 22 3.410 Maio 21 3;.000 " Junho 20 2.850 Produção: quatro unidades/trabalhador/dia Salários e benefícios: $ 150/trabalhador/dia Custo de Contrafaç~o: $ SOO/trabalhador Custo de demissão: $ 650/trabalhador Custo deArmazenagem:$6/unidade/mês Custo de falta =$ 20/unidade/mês Número.de trabalhedores no início: 33 Turno de trabalho; 8 horas Custo de 5ubcontratação:$ 80/unidade Custo de hora extra = $ 30/hora ou $ 60/unidade Estoqueno início de. janeiro e no final do mês de junho: O unidade Número-de trabalhadores necessários no mês Demanda mensal Capacidade produtiva = (unidades/trabalhador/ mês) x número de trabalhadores Unidades Produzidas = min {demanda, capaci- dade produtiva} Unidades/trabalhador/mês Trabalhadores contratados = max {O, trabalhado- res necessários -- trabalhadores disponíveis} Trabalhadores demitidos = max {O, trabalhado- resdísponíveis =-trabalhadores necessários} As linhas em destaque representam os dados do exercício. Observe que não há custos de estocagem e nem de faltas. Vê-se que o custo total dessa estratégia é igual a $ 742.700. Tabela 3.2 Estratégia de acompanhamento da demanda. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Total Dias 20 19 22 22 21 20 124 Unidades/trabalhador/mês 80 76 88 88 84 80 496 Demanda 2.940 3.250 3.820 3.410 3.100 2.850 19.370 Trabalhadores necessários 37 43 44 39 37 36 236 Trabalhadores disponíveis 33 37 43 44 39 37 233 Trabalhadores contratados 4 6 1 O O O 11 Custo de contratação 2.000 3.000 500 O O O 5.500 Trabalhadores demitidos O O O 5 2 1 8 Custo de demissão O O O 3.250 1,300 650 5.200 Trabalhadores utilizados 37 43 44 39 37 36 236 Custo da mão de obra 111.000 122.550 145.200 128.700 116.550 108.000 732.000 Unidades produzidas 2.940 3.250 I 3.820 3.410 3.100 2.850 19.370 O O , O O O O OEstoque , Custo de armazenagem O O O O O O O Custo de falta O O O O O O O Custo total 113.000 125.550 145.700 131.950 117.850 108.650 742.700 52 Planejamento e Controle da Pr oduc áo • Fe r n and e s / Godinho Filho 3.2.2 Estratégia da força de trabalho constante permitindo faltas Número de L demanda no período trabalhadores .-- Lunidades/trabalhador/mês no período == 19.370 = 39 05 ~ 40 496 ,-Nessa estratégia, a força de trabalho é mantida constante ao longo do tempo. Estoques são armaze- nados e utilizados em períodos nos quais a 'demanda é maior que a capacidade produtiva. Faltas (represen- tadas por estoque negativo) são permitidas. Existem custos de estoques e faltas, bem como pode haver um custo inicial com contratação/demissão. A Tabela 3.3 mostra um exemplo dessa estratégia para os dados da Tabela 3-1_ Algumas das fórmulas e pressupostos uti- lizados nessa tabela são: Estoque no final do período t == (Estoque no final do período t - 1) + (Produção no período r) - (be~ .- manda no período t). ' .Ó Unidades produzidas (janeiro a maio) = (unida- des/trabalhador/mês) x número de trabalhadores. Unidades produzidas (junho) == somente quanti- dade para zerar estoque no final de junho. Tabela 3.3 Estratégia da força de trabalho constante permitindo faltas. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun .. Totai Dias 20 19 22 22 21 . 20 124_ Unidades/trabalhador/mês 80 76 88 88 84 80 496 Demanda 2.940 3.250 3.820 3.410 3.100 2.850 19.370 Trabalhadores necessários 40 40 40 40 "'40 40 I 240Trabalhadores disponíveis 33 40 40 40 40 40 233 Trabalhadores contratados 7 O O O ·,·.0 '.0 7 Custo de contratação 3.500 O O O . - - -'-0' O 3;590 Trabalhadores demitidos O o O O O;. ;0 Ó O . - o o 'OCusto de demissão O O O Traba lhadores ·utilizados 40 40 I 40 40 :-......40- 40 240 Custo da mão de obr~. 120.000 114.000 .132.000 132.000 126 ..000 .12.0.090 744.000 Unidades produzidas 3.200 3040 3.520 3_520 3:360 2.730 19.370 Estoque 260 50 - 250 - 140 120 O . " Custo de armazenagem 1.560 300 O O '- ; 720 o. 2,5$0 Custo de falta -, O O. 5.000 2.800 " ,;:0 O 7.800 Custo total 125.060 114.300 137.000 134.800 126.720 '120.000 .·757.880 --,' vê-s« que o custo totaldessa estratégia é igual a S 757,880. ,~ " -: : 3.2.3 Estratégia âa.jorçadetrobcliio constante nãopeT'mitÍndo faltas constantes rios períodos de~e~se, para cada-mês, di- vidir a sornatória da demandapela somatória unida- des/trabalhador/mês. O maior valor encontrado é o número de trabalhadores constante para não haver. falta. Isso é ilustrado na Tabela 3.4. Vemos que esse número é 41,025, aproximando paracima, 42. . . Essa estratégia ébastante parecida com a ante- rior. A diferença é que faltas não são permitidas. Des- sa forma, para se calcular o número de trabalhadores i..1, Planejamento Agregado e Planejamento da Capacidade no M'édio Prazo 53 Tabela 3.4 Cálculo do nlÍmeTode trabalhadores constantes para não haver falta. , , Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Demanda .' 2.940 3.250 3.820 ' 3.41.0 .3.100 I' 2.850 Somatória daderrianda 2.940 6.190 10.010 13.420 16.520 19.370 Unidades/traba Ihad or/mês 80 76 88 88 84 80 Somatória unidades/trabalhador/mês 80 156 244 332 416 496 Trabalhadores necessários para não haver falta 36,750 39,679 41,025 40.422 39,712 39,052 Na Tabela 3.5, está ilustrado, para os dados da Tabela 3.1, a estratégia de força de trabalho constante não permitindo faltas. Algumas fórmulas e pressupos- tos nessa estratégia são: Unidades produzidas (janeiro a março) == (uni- dades/trabalhador/mês) x número de trabalha- dores Unidades produzidas (abril ajunho) == somente quan tidade para zerar estoque no final de cada mês Tabela 3,5 Estratégia da força de trabalho constante não permitindo falta. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Total Dias 20 19 <22 22 21 /.\i',.·.,· ..·20. -...... 124 Unidades/trabalhador/mês 80 76 88 88 84 80 496 Demanda .....2.940 3.250 . 3.820 3.410 3.100 .....•.2.850 19.370 Trabalhadores necessários 42 42 42 42 42 42 252 Trabalhadores disponíveis 3,3 42 42 42 42 42 243 Trabalhadores contratados 9 O O O O O 9 Custo de contratação 4.500 O O O O O 4.500 Trabalhadores demitidos O O O O O O O Custo de demissão O O O O O O O Traba Ihadoresuti lizados 42 42 42 42 42 42 252 Custo da mão de obra 126.000 119.700 138.600 138.600 132.300 126.000 781.200 Unidades produzidas 3.360 3,192 .3.696 3.172 3,100 2.850 19.370 Estoque 420 362 238 O O O Custo de armazenagem 2.520 2.172 1.428 O O O 6120 Custo de falta O Custo total 133.020 121.872 140.028 138.600 132.300 126.000 791.820 o custo total dessa estratégia é de $ 791.820. Nessa estratégia, utiliza-se um número constan- te de trabalhadores ao longo dos períodos e, quando essa produção regular não é suficiente, utilizam-se horas extras. Horas extras são os recursos mais frequentemente utilizados devido à facilidade de implantação e flexi- bilidade da solução. A desvantagem é o aumento de custos e a diminuição da produtividade. Além disso, as horas extras somente podem aumentara capacida- de até um limite estabelecido. Às decisões sobre ho- ras extras em empresas brasileiras são adotadas com naturalidade, sendo que ess sdecisôes cabem muitas vezes até aos escalões de m i~.baixa gerência. 3.2.4 Estratégia da força de trabalho constante utilizando horas extras 54 Planejamento. eConúo.le da Produçâo-"- Fe r nuud es / Gud inh o Pj lho Nessa estratégia, o cálculo do número de traba- lhadores constantes pode-ser feito de diversas ma- neiras, gerando-se diversosplanos alternativos, Para nosso exemplo, dado pela Tabela 3.1, sabemos que com 40 trabalhadores adernanda do período é aten- dida, porém, com falta. O rnirnero de trabalhadores ', ..... -.' .. "' necessários que atende à menor-demanda é deSó (ver estratégia de acornpanhamentó.da demanda). Portan- to, podem-se gerar alternativas, por exernplo.identro desse intervalo (36 a 40 trabalhadores constantes). Em nosso exemplo manternosSê trabalhadores cons- tantes, como pode ser visto na Tabela 3.6. Tabela 3.6 Estratégia daforça de trabalho constante (38 trabalhadores) Utilizando horas extras. . Jan. Fev. Mar. Abr. Maio . Jun . Total Dias 20 19 22 22 21 20 124 Unidades/trabal hador/més 80 76 88 88 84 80 496 Demanda 2.940 3.250 3.820 3.410 3.100 2.850 19.370 Trabalhadores necessários 38 38 38 38 38 38 228 Trabalhadores disponíveis 33 38 38 38 38 38 223 Trabalhadores contratados 5 O O O O O 5 Custo de contratação 2.500 O O O O O 2.500 .Trabalhadores demitidos O O O O O O O Custo de demissão O O O O O O O Trabalhadores utilizados 38 38 38 38 38 38 228 Custo da mão de obra 114.000 108.300 125.400 125.400 119.700 114.000 706.800 Unidades produzidas 3.040 2.888 3.344 3.344 3.192 2.758 18.566 Unidades produzidas com horas extras O 262 476 66 O d 804 Custo de horas extras O 15.720 28.560 3.960 O O 48.240 Estoque 100 O O O 92 O Custo de armazenagem 600 O O O 552 O 1.152 Custo de falta O O O O O O o Custo total 117.100 124.020 153.960 129.360 120.252 114.000 758.692 Vemos que o custo dessa estratégia é $ 758.692. Houve uma ineficiência no último período de 282 unidades. Portanto, poderíamos tentar trabalhar com 37 trabalhadores. Fazendo-se isso o custo vai para $ 758.528 e a ineficiência no último período cai para 118 unidades (ver Tabela 3.7). Esse é um típico exem- plo do método da tentativa e erro: para cada estra- tégia mostrada pode haver inúmeras possibilidades (algumas delas inclusive podem reduzir o custo total) dependendo de suposições feitas. 3.2.5 Estratégia da força de trabalho constante utilizando subcontratação A gerência pode optar por realizar subcontrata- ção de serviços para substituir as variações na mão de obra, mantendo a parcela de mercado. ESsa estratégia normalmente leva a alterações menores e mais geren- ciáveis nas níveis de estaque e de força de trabalho (FREELAND; LANDEL, 1984). As desvantagens da subcontratação são: altos custos, menor controle so- . bre entregas e qualidade, risco de os subcontratantes . desejarem entrar na mesmo mercado. Urnaregra bá- sica sobre subccntratação é a seguinte: quanto maior o prazo do contrato de subcontratação, menores são os custos. A ideia dessa estratégia é bastante semelhante à estratégia anterior. A diferença é que ao. Invés de uti- lizar horas extras para compensar demandas maiores que a capacidade, é utilizada a subcontratação. É ela- ro que ~ número máximo possível de horas subcon- . tratadas depende da capacidade de fornecimento dós terceiros da empresa. Para o númerode trabalhadores constantes vale a que já foi dito anteriormente: exis- tem várias possibilidades. Aqui-vamos restar o núrne- . ':"" l- I Planejamento Agregndo e Planejamento da Capac id adc no Méd\o Prazo 5S Tabela 3.7 Estratégia da força de trabalho constC!nte (37 trabalhadores) utilizando horas extras. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Total Dias 20 19 22 22 21 20 124 Li nidad es/tra ba Ihador/mês 80 76 88 88 84 80 496 Demanda 2.940 3.250 3.820 3.410 3.100 2.850 19.370 Trabalhadoresnecessá rios 37 37 37 37 37 37 222 Trabalhadores disponíveis 33 37 37 37 . '37 37 218 Trabalhadores contratados 4 O O O O O 4 Custo de contratação 2.000 O O O O O 2.000 Trabalhadores demitidos O O O O O O O Custo de demissão O O O O O O O Trabalhadores utilizados 37 37 37 37 "'37 37 222 Custo da mão de obra 111.000 105.450 122.100 122.100 116.550111.000 688.200 Unidades produzidas 2.960 2.812 3.256 -. 3.256 3~108 2.842 18.234 Unidades produzidas com horas extras O 418 564 154 O O 1.136 Custo de horas extras O 25.080 33.840 9.240 O O 68.160 Estoque 20 O O O . 8 O Custo de armazenagem . 120 O O O 48 O 168 Custo de falta O O O O O O O Custo total 113.120 130.530 155.940 131.340 116.598 111.000 758.528 ro de trabalhadores necessários para atingir a menor demanda: 36trabalhadore$ (ver Tabela 3.2). ATabela 3.8 mostra essaestratégia,()tusto total dessa estra- tégia é de $ 794 -,620. Outras' possibilidades poderiam também ser testadas, por exernpló.rurn número maior de trabalhadores constantes ao longo dos períodos. Isso é feito para 37 trabalhadores e mostrado na Ta- bela 3.9. O custo total passoua-sers 781.248 ... Tabela3.8 EStratégiadajorça'de trabalho constante [36 tmbalhadores) utilizando subcontrataçào, •• Jan . Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Total Dias . '. ... 20 19 22 22 21 20 124.. Un idades/tra ba Ihador/mês •.: 80 76 88 88 84 80 496 Demanda -: 2.940 3.250 .... 3.820 3.410 3.100 2.850 19.370 Trabalhadores necessários ;. 36 36 36 36 36 36' 216 Trabalhadores disponíveis '.' 33 36 36 36 36 36 213 Trabalhadores contratados. 3 O O O '0 O 3 Custo de contratação .. 1.500 O O O O O 1.500 Trabalhadores demitidos ... O O O O O O O Custo de demissão O O . '0 O O O O Trabalhadoras utilizados ..•..• 36 36 36 36 36 36 216 Custo.da máo de obra ......i 108.000 102.600 118.800 118.800 113.400 108.000 669.600 Unidades produzidas ". 2.880 2.736 3.168 3.168 3.024 2.850 17.826.... Unidades subcontratedas ..... 60 514 652 242 76 O 1.544 Custo de subcontrataçãO .: 4.800 41.120 .52.160 19.360 6.080 O 123.520 Estoque .: .. O O O O O O O Custo de armazenagem .. O O O O O O O Custo de falta .'. . O O O O O O O Custo total 114.300 143.720 170.960 138.160 119.480 108.000 794.620 56 Pl aneja menr o e Controle da Pr od ução • Fernandcs I Godinho Filho Tabela 3.9 Estratégia da força de trabalho constante (37 trabalhadores) utilizando subcontratação, Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Total Dias 20 19 22 22 21 20 1~4 Unidades/trabalhador/mês 80 76 88 88 84 80 496 Demanda 2.940 3.250 3.820 3.410 ·.·3.100 2.8501" 19.370 Tra balhadores necessá rios 37 37 37 37 ··-.' 37 37 222 Trabalhadores disponíveis 331 37 37 37 ···37 37 ;n8 Trabalhadores contratados 4 O O O: O O 4 Custo de contratação 2.000 O O O .... O O 2.000 Trabalhadores demitidos O O O O O O O.. Custo de demissão O O O O '. :0 O O Trabalhadores utilizados 37 37 37 37 37 37 222 Custo. da mão de obra 111.000 105.450 122.100 122.100 H 6.55'0 111.000 688.2:00 Unidades produz.idas 2.960 2.812 3.256 3.256 3..108. '2.842 -. 18.234 Unidades subcontratadas O 418 564 154 . '0 O 1.136 Custo de subcontrataçáo O 33.440 45.120 12.320 O . O 90.880 Estoque 20 O O O . ·8 O 28 Custo de armazenagem' 120 O O O 48 O O Custo de falta O O O o. -:ccO o '0 Custo total 113.120 138.890 167.220 134.420 1'16.598 ·111.000 781.248 A estratégia mista é a mais. utilizada n~ prática; . Ela consiste da combinação inteligente das estratégias puras, aproveitando 'suas vantagens e descartando desvanragens inrrínsecas:Ni+abela 3.10 mostrarhb~ . um exemplo de estratégia' mista:' nos doisprimeiros .' , . períodos contratamospessoas.urna vez que a deman- da estava aumentando. Mantemos o número de tra- balhadores constantes emf~·~ereiro ~ março. Como a 3.2.6 Estratégia mista Tabela 3.10 Estratégia mista. <:«: .. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio.' Juri . • Total Dias 20 19 22 22 21 20 124 Unidades/trabalhador/mês .: 80 76 88 88 84 80 496.. Demanda '. " 2.940 3.250 3.820 3.410 3.100 2.850 .19.370 Trabalhadores necessários sz.oo 43,00 43,00 36,00 36,ÔO 36,00 231 Trabalhadores disponíveis; 33 37 43 43 36 36 228 Trabalhadores contratados 4 6 O O O O 10 Custo de contratação 2.000 3.000 O O O O 5.000 Trabalhadores demitidos " O O O 7 .() O 7 Custo de demissão I O O O 4,550 O O 4.550 Trabalhadores utilizados 37 43 43 36 36 36 231 Custo da mão de obra 111.000 122.550 141.900 118.800 113.400 108.000 715.650 Unidades produzidas 2.960 3.268 3.784 3.168 3.024 2.850 19.054 Unidades produzidas com horas extras O O O 240 76 O . . Custos com horas extras O O O 14.400 4.560 O 18.960 Estoque 20 38 2 O O O Custo de armazenagem 120 228 12 O O O Custo de falta O O O O O O Custo total 113.120 125.778 141.912 133.200 117.960 108.000 739.970 l. .1. Planejamento Agregado' e Planejamento daCapacidcde no Médio Prazo S7 demanda a p~rtir de abrilcçi!Íle~a a cair, demitimos sete funcionários, deixando 6. nÚmero de trabalha- dores constantes ernabril, maio.e junho. Quando a demanda é maior que a capdcidade utilizamos horas extras (abril emaiô).6 custototal dessa estratégia é de$ 739.970, a.rnenor até então (veja tabela compa- rativa dos custos de todas.asestratégias mostradas na Tabela. 3; 11). Geralmente, a.estratégiarnista resulta nomelhor CUStO, uma vez que éacombinação.dos pon- tos fortes. de cada Jma: das estratégias vistas, porém é íoteressanre avaliar as estratégiakpuras exatamente para se conhecer melporo problema e identificar os pontos fortes e fracos decadaestratégia. 'Tabela 3.11 Compa;ação dos; custos totais de cada estratégia vIsta:, Estratég,ia Custo total Acompanhamento da demanda $ 742.700 Força de trabalho constante per- $ 757.880 mitindo falta Força de trabalhei constante não $ 791,820 permitindo falta Força de tra'balho constante (38 tra- $ 758,692 balhadores) e horas extras Força de' trabalho constante (37 tra- $ 758.528 balhadores) e horas extras Força de trabalho constante (36 tra- $ 794,620 balhadores) e subcontratação Força de trabalho constante (37 tra- $ 781.248 balhadores) e subcontratação Mista $ 739,970 3.3 Planejamento agregado: métodos avançados Nesta seção apresentamos uma modelagem do problema de planejamento agregado por meio de pro- gramação linear. Também exemplificamos esse mode- lo utilizando os mesmos dados utilizados nos métodos de planilha vistos anteriormente, O modelo apresen- tado é bastante análogo aos modelos mostrados em Sipper e Bulfin (1997) e Nahmias (2005), Sejam os seguintes parârnetros, os quais assumi- mos que sãoconhecidos: ," :", '. - .horizonte de planejamento em períodos; , t, - índice dosperíodos, t = 1,2, .... , T; , , previsão de demanda no período L número de unidades que podem ser pro- duzidas por um operário no período t; nível inicial de estoque no início dohori- zonte de planejamento; número inicial de trabalhadores no início do horizonte de planejamento; custo de produção deuma unidade no período t utilizando horas normais; custo de estoque de uma unidade no pe- ríodo r; custo de um trabalhador no período t; custo de falta de uma unidade no período t; custo de contratação de um funcionário no período t; custo de demissão de um funcionário no T IV c" c~ período t; c( custo de subcontratar uma unidade no período t; C,H custo incremental para se produzir uma unidade utilizando hora extra no período t. Sejam as seguintes variáveis: P, número de unidades produzidas com horas regulares no período r: E, número de unidades em estoque no final do período t; W; número de trabalhadores disponíveis no período t; B, C, número de unidades em falta no período t; número de trabalhadores contratados no período r: número de trabalhadores demitidos no período t; número de unidades subcontratadas no período t; número de unidades produzidas em horas extras no período t; D, s, H, Veja que: 58 Pla nejnm e n ;o e Co ntro le da Produção' Fern and e s / Godinho Filho n,W, = capacidade produtiva da força de trabalho regular no período t Afunção objetivo é dada pela somatória de todos os custos envolvidos: T MinI)c;p, + ctE, + c;"W, + c,DB, + ('=1 As restrições são as seguintes: 1. Conjunto de restrições de conservação defor- ça de trabalho: o número de trabalhadores no período t é igual ao número de trabalha- dores do período anterior somado às contra- rações no período t e subtraído das demissões no período t. Isso pode ser escrito como: W, = W'_l + C, - D, para 1 :S t :S T 2. Conjunto de restrições de balancearnento de material: o estoque ao final de um período t é igual ao estoque no final do período ante- rior somado à produção do período t, sorna' do às possíveis quantidades subcontratadas e produzidas em horas extras no período t subtraindo-se a previsão de demanda para o período t. Isso pode ser escrito como: E, = Ec.! -r- P, + S, +H,- F; para 1 :S t :ST 3. Conjunto de restrições que limitam apro- duçãono período t:a quantidade produzida em um período t deve ser menor ou igual à capacidade produtiva da força de trabalho regular no período. Isso pode ser escrito ma- tematicamente como: 4. p,S n,W,. para 1 :S t S T Conjunto de-restrições de produção COl1'l ho- ras extrasesubcontratação: existe-um limi- te para horas extras; bem como geralmente também existe uni limite para subcontrata- ções. Se, por exemplo, não se deseja que a produção tanto em horas extras como sub- contraração.ultrapasse 25% da capacidade produtiva em cada período, escreve-se: H, :S O,25n,vV: S, :S O,25n,\tV, para 1 :S t :S T .para 1 :S t :S T 5. Restrições de não negatividade: as variáveis devem ser não negativas, ou seja: Outras restrições para situações específicas po- dem ser acrescentadas a esse modelo original. Exem- plos dessas situações: necessidade de estoque de Segurança em al- gum período t; limite do número de operários a serem con- tratados ou demitidos; restrições de capacidade produtiva; limitações de espaço de estocagem; dentre outras situações. o modelo básico mostrado também pode ser, ex- pandido para tratar múltiplos produtos eprocessos, como mostrado em Sipper e Bulfin (1997). A seguir ilustramos O modelo matemático visto pormeio de suaaplicaçãóutilizandoosdados da Ta- bela 3.1. Algumas premissassão: . estoques inicial efinaLig~aisq' zero; custo de produção'iguala zero, uma vez que a quantidade produzidautilizando-se as heu- rísticas vistas é amesma; não permitimos faltas. o modelo foi resolvido utilizando-se o sojtwar« Lindo. A Tabela 3.12 mostraoresultado.ótimo. Onú- mero de trabalhadores a serem contratados nospe- ríodos 1 e 2 são 3,75 e 6,359756, respectivamente. O número de tréi.balhadotesaserem demitidos é de 4,359756, 1,845238 e 1,279762 nos períodos 4, 5e 6, respectivamente. Existe-um estoque de 26,34 uni- dades no final do períodoêNão é vantajoso trabalhar nem com horas extras é nerneom subcontratação. O custo total é de $ 736.4s8.E§se valor representa uma melhoria de 'somente O,47Sb/oem relação.à solução da, melhor heurística vista para o exemplo; que é a estratégia mista. .'. É claro que número de trabalhadores éuma variá- vel discreta. Portanto, temos que arredondar a solução da Tabela 3.12 para torná-la realística. Isso ~ feito na Tabela 3.13. Veja que o novó.custo totalé agora dado por $ 738.946, piorando apenas emO,34% a solução dada na Tabela 3.12. Agora a diferença entre essa solução e a solução da: melhor heurística éinsignifi- 1 Pln neja mento Agregado e Pln n ejam e nro da Capacidade no ;'I.lêdio Prazo 59 Tabela 3.12 Resultado ótimo para o e.xemplo dado na Tabela 3.1. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Total Dias 20 19 22 22 21 20 124 Unidades/trabalhador/mês 80 76 88 88 84 80 496 Demanda 2.940 3.250 3.820 3.410 3.100 2.850 19.370 Trabalhadores necessários 37,00000 44,00000 44,00000 39,00000 37,00000 i 23736.00000 i Trabalhadores disponíveis 33 36,75 43,10976 43,10976 38.75 36,90476 231,6243 Trabalhadores contratados 3,750000 6,359756 0,000000 0,000000 0,000000 I 0,000000 10.10976 Custo de -contratação 1.875 3.179,878 O O O O 5.054,878 Trabalhadores demitidos 0,000000 0,000000 0,000000 4,359756 1,845238 1,279762 i 7,484756 Custo de demissão O O O 2.833,841 1.199,405 831,8453 4.865,091 Trabalhadores utilizados 36,7500 43,1098 43,1098 38,7500 36,9048 35,6250 234.2493 Custo da mão de obra 110.250 122.862,8 142.262,2 127.875 116.250 106.875 726.375 Unidades produzidas . 2.940 3.276,3415 3.793,659 3.410 3.100 2.850 19.370 Estoque O 26,34 0,00 0,00 0,00 0,00 26,34141 Custo de armazenagem O 158,05 0,00 0,00 0,00 0,00 158,0484 Custo de falta O O O O O O O Horas extras O O O O O O O Subcontratação O O O O O O O Custo de horas extras O O O O O O O Custo de subcontratação O O O O O O O. Custo total 112.125 126.200,73 142.262,2 130.708,8 117.449,4 107.706,8 736.453 Tabela 3.13 Soluçiio ótima·aITedondada. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio . Jun. Total I Dias 20 19 22 22 21 ...· 20 124 Unid ad es/tr aba lhado r/mês I 80 76 88 88 84 80 496 Demanda 2.940 3.250 3.820 3.410 3.100 ,'.....",2.850 19.370 Trabalhadores necessários .' 37,00000 44,00000 44,00000 39,00000 37,00000 36,00000 237 Trabalhadoresd ispon íveis .. 33 37 43 43 39 .' -. 37 232 Trabalhadores contratados ., 4,0000 6 O O Ó '.' O 10'. .' Custo de contratação ; 2.000 3.000 O '0 O O 5.000; Trabalhadores demitidos 0,0000 0,0000 0,0000 4,0000 2,0000 i,oOOO 7 Custo de demissão O O O 2.600 1300 .650 4.550 Trabalhadores utilizados " ';-: 37,0000 43,0000 43,0000 39,0000 37,0000 ~.36,0000 235 Custo da mão de obra ::,: ':, 111.000 122.550, 141.900 ".128)00 . 11.6.550 '. ; ,108.000 728.700 Unidades produzidas .. 3:.432 3.108 19.370,. 2.960 3.268 3.784 2.818 ,,'- Estoque ",':.. 20 38 ... 2 24 32 O 116 Custo de armazenagem 120 228 12 .144 192 O 696"-, ; O O O OCustode falta :. O O O Horas extras ',' , " O O O O O. , .Subcontratação , .'" ,,: O O O ', . O O O O, .... Custo de horas extras' . , O O O'. o O .., o O Custo de subcontratação '" O O .0 O O O O .Custo tota I . .' " .. 113.120 125.778 141.912 ..131.444 ·118.042 108.650 738.946 ....... .~, 60 Pl anej a rne nto e Controle daPro'dução • -Ferua ndes /'Codinho,Filho cante: apenas b,138%.É claro que nem sempre essa pequena diferença será verdade: como já foi dito, uma boa heurística dependemuito da habilidade do pla- nejador, sorte e tempo disponível para a geração de planos alternativos. 3.4 Planejamento da capacidade no médio prazo' Capacidade de uma instalação é o número rnáxi- mo de unidades que a instalação pode produzir em um período ou é o número máximo de horas de trabalho que a instalação pode. oferecer em um período. Planejar a capacidade no médio prazo significa que a capacidade pode ser mudada substancialmente, ou seja, a capacidade passa a ser uma variável centro- . lável (ou variável de decisão), já que há tempo para contratar e treinar muitas pessoas e adquirir bens de capital sob encomenda com prazos de entrega de, por exemplo, 12 meses. Isso é mostrado em detalhes nesta seção por meio de um exemplo. Esta seção é baseada num trabalho de graduação que Orientamos (DOMENIGHETTI, 1986). O objetivo aqui é mostrar como se pode utilizar o planejamento agregado da produção para realizar o planejamento da capacidade de médio prazo. O caso abordado ocorreu numa empresa de fabri- cação e montagem de equipamentos de movimentação e transporte de material (escavadeiras hidráulicas, retroescavadeiras e pás carregadeiras) situada no in- terior do estado de São Paulo. A área de fabricação envolve os setores que trans- formam a matéria-prima em produtos serniacabados, participam efetivamente na fabricação de peças e sub- conjuntos para posterior acabamento e montagem. Os setores são três: corte, usinagem e solda. A área de montagem estabelece padrões finais de acabamentos aos conjuntos e peças. É composta pelos setores de cilindros, pinturas e linhas de montagem dos produtos. A área de fabricação é o foco do estudo desta seção. No corte ,tem-se: o corte a frio constituído ba- sicamente por serras e guilhotinas;o corte a quente, constituído basicainente por equipamentos que fa- zem uso de maçarico (pantógrafos (de leitura ótica e leitura magnética) e equipamentos CNC (controle numérico por computador), a conformação onde a forma é modificada por mei~ depre~sas, dobrade;ras; desempenadeiras e calandras::Na usinagem, 'têm·se~s furadeiras (grande, média, pequena; coluna simples, coluna dupla, múltipla; rnaridrilhadoras) eos tornos (de diversos tipos; fresadoras). Já o setor de solda faz a união de peças provenientes do corte e usinagem. O setor de fabricação é o gargalo e, coerente com esse fato, o objetivo adotado é utilizar o máximo pos- sível a capacidade de fabricação. Portanto, a função objetivo é o volume total de produção dos. dez pro- dutos da empresa (rnax z = P1 + P2 + ... + P10)' A função objetivo deve ser maxímizada e Pi representa o volume a ser produzido do' produto P, duranteum determinado período de tempo (por exemplo, sem. perda de generalidade, dia). A agregação ocorre em termos de setores produti- vos. Há a família de equipamentos do corte (setor j = 1), solda (j = 2), furadeiras (j = 3) e tornos (j = 4). A capacidade de um setor foi determinada da se- guinte forma: tomando-se como exemplo o setor de tornos, ele possui 23 equipamentos que podem ope- rar 9,23 horas. no turno diurno e 8,51 horas no turno' noturno. Portanto, a capacidade é de 408 horas de trabalho disponível por dia, ou seja, C4= 408 é a ca- pacidade diária do setor 4. ' A. é o número necessário de horas de trabalho do I) setor j para se produzir uma unidade do produto i. As restrições do modelo de planejamento agrega- do são as seguintes: restrições de capacidade: 102:Aijt; < Cj paraj = 1, 2,3,4 i=l restrições de mercado (o produto Pi deve ser disponibilizado para o mercado em no mínimo de m i unidades e em no máximo de, Mi unidades) P i :::: mi para i = 1,2, , 10 P, ::; ~i para l = 1,2, , 10 Rodando-se esse modelo agregado é possível identificar que setor(es) é (são) utilizado(s)totalmen- te, ou seja, para que setores a' restrição de capacidade é ativa (a variável de folga correspondente é iguala zero). Para este(s) setor(es) vamos rodar um modelo desagregado considerando os equipamentos indivi- duais desse(s) setor(es).O modelo desagregado é: , . Maxirnizar z = PI+P2 + ... + PIO sujeita a: !O 2:AikP; .:::::Ek para cacjaum das equiparrien- j~1 tas pertencentes aa(s) setar(es) gargalas.(s), ande Ek é a número . de horasdisponíveis da equipa- mento.x : . Pi'~ Tnj para i = 1, 2, .•.;,'io· Pj:5 Mi para i = 1, 2, .' 10 Esse modelo desagregado e refinada ao. levar em contadois aspectos: i) o tempo de reparodosequipamentos devido ao. desgastee eventuais paradas par quebra. Isso. élevado em Cal}ta par meia do. fator Rk ande . Rk = 1- (tempo. esperada de reparo da equi- pamento. k durante o horizonte de planeja- mentoj/fhorizónte.de planejamento): ii) a tempo.esperadoqepteparaçãa(serup) du- rante ohorizontede planejamento. decre- mentaacapacidade.dispanível da equipa- mento k:em:Skharas. Sk é determinada por meia deummodelo.de regressão linear múl- tipla, a saber: Sk = ao+al1 + alz+ ..· + a1llO Para agílizar a determinação. de 5k trabalha-se com ummodeloagregado em termos de produtos (os dez produtos são agregados em cinco. famílias) e em termos de setores: 5) = bo + blX1 + b;;2 + ...+ b?Cs Com 24dadôs históricos, os resultadas são. as seguintes: Setor corte (j = 1): SI = 329,08 + 5,696XI + 9,l02X2 - 12,048X3 + 13,057X4 + 6,259Xs Coeficiente de correlação. linear múltipla (r) 87,15% Setor solda (j = 2): 52 = 19,745 + O,604X1 - O,457X2 - O,180X3 + 1,612X4 + O,093Xs Coeficiente de correlação linear múltipla (r) 76,94% Setor furadeiras (j = 3): Planejamento Agregado e Pla neja rn e n ro da Capacidade no Médio Pr az o 61 S3 = 41,294 + 1,797Xi c,O,306Xz ~ 1,607X3 + 1,658X4 + 1,206Xs. Coeficiente de correlaçãoIinear múltipla (r) 87,13% Setor tornos (j = 4); 54= 148;40 + 2,036XI +1,952Xz- 2,906X3+ 14,428X4+ 1,S92Xs Coeficiente de correlação linear múltipla (r) 85,53% Denomina-se resíduo rs da observação. da ponto arnostralso valor obtido pela diferença entre a valor projetado' pela equação. da modelo de regressão múl- tipla linear e o vaiar real observado. Exemplificanda parao casa da setor salda, tem-se: R, = (19,745 +O,604Xj- O,4.57X2 - O,180X3 + J,612X4 + 0,093Xs) - S, para cada uma das observações 5 (s de 1 a 24, já que são 24 observações) . Paraverificarmos se de fato. a ajuste foi bem su- cedida não. basta termas um valor alto do caeficiente de 'correlação. Deve-se ainda verificar se a variação. de S. em torno da linha teórica da regressão. ocorre. ). segunda uma distribuição normal. Isso implica afir- mar que a variação. residual de S) seja normalmente distribuída com média zero e desvia-padrão. constan- te. A visualizaçãa .desse fato pade ser realizada pela procedimento. da Análise de Resíduos. O leitor inte- ressada deve reportar-se a um livro de Estatística, par exemplo, Box et alo (1978). Os gráficos de Análise de Resíduos obtidos para um total de 24 abservações nas mostrou que os re- sultadas foram altamente satisfatórios para as setores corte, furadeíras e tornos. Isso, aliada a um alta coe- ficiente de correlação, nas faz afirmar que hauve um ajuste bem sucedida para esses casos. Já para a setorsolda, além de o coeficiente de cor- relação. ter um valor bem menor, embora satisfatória, a análise deresíduos mostra que para a primeira metade das observações as resíduos são. (na grande maioria) positivas e para a segunda metade das observações as resíduos são (na grande maioria) negativos. Esse fato. demonstra que a ajuste não. foi tão. bom quanta a ajuste para as outros setores, mas não. é crítica, uma vez que a setor salda apresenta a menor carga de setup entre as setores da área de fabricação. Obtida a 5. da setor j, todas as equipamentos da ) setor j terão. sua capacidade reduzida em função. da 62 Planejamento c Controle da Pr od ucáo • Fernandcs / Godinho Filho parâmetro S, e na proporcional idade de utilização de cada equipamento. Ou seja, a quantidade global de horas de setup do setor j é proporcionalmente partilha- da a um equipamento particular do setor j de acordo com seu nível de utilização no processo de produção. Por exemplo, o equipamento E34 do setor solda possui lima utilização de 60,99% considerando a quantidade de produtos determinada pelo modelo.' desagregado. Além disso, 4,29% das horas despendidas pelo setor solda são absorvidas pelo E34 e a quantidade de setup diário do setor solda é 3,98 horas, portanto, Fator de setupdo setor solda: 3,98 ~ 100% Fator de setup do E34: Sk ~ 4,29% para k = 34 Dessa regra de três obtém-se o fator de setup do E34 com sendo X = 0,171 horas diárias de setup do' equipamento E34~ . , . " Com as considerações acima chega-se ao modelo' desagregado final: Maximizar z =r, + P2 + ...+ PIO Sujeito a: 10 . .L Ai)~ :5 (Ekx e, - s; )para cada um dos equi- 'i=1 . .', parneruos pertencentes ao(s) setortes) gargalosf s), onde Eké o número de horas disponíveis 90 equipa- mento k, R; é o tempo de reparo dos equipamentos devido ao desgaste e eventuais paradas por quebra, Sk é o fator temppde preparação (setup) para utilização do equipamento k, P. éaquantidade a ser produzida do produto i e Aik éonúmero de horas necessárias de trabalho do equipamento k para se produzir uma unidade do produto ie (varia de 1 a 37Uá que são 37 equipamentos). P 2: m. paraí = 1.,'2;.~., 10 (no mínirnodeve-se p~odu;ir m, unidadesdo produto i) Fi :5 Mi para i == 1~2,:.., 10 (no máximo deve-se produzir Mi unidades de i) Os resultados obtidos com o modelo acima são: P 1 = 4,979/dia= 1.200/ano; P 2 = 0,310;dia = 75/ ano; P3= 1,641/dia=396/ano; P4= 0,240/dia = 58/ano; Ps = 0,160/dia = 39/ano;Pó = 0,099/dia = 24/ano; P7 == 1,065/dia = 257/ano; Pg= 0,016/dia == 4/ano; P9 = 18,25/dia = 4.398/ano; PlO= 1,970/ dia = 475/ano. Valor da função objetivo: z= 28,73/dia = 6.924/ ano. Nesse ponto, para fins de planejamento da ca- pacidade produtiva, devemos responder às seguintes questões: i) Quais tipos de equipamentos (entre 0~37 tipos) deveriam ser adquiridos .de modo a aumentar a capacidade da' fábrica? ii) Qual a contribuiçãoreal em termos dequan- . tidades de produtos fabricados que um tipo de equipamento pode oferecer de tal forma a justificar seuinvestimentoz. ,".;' - ." Essas indagações s&6 respondidas a partir daes- , trutura dual do rnodeloprirnal:" Maximizar z ~:Pt-+ Fi + ...;+Pl0 Sujeito a: 10 LAikP; :s: (Ek x Rk':::"sd para k = 1,2, .. ,,37 1-=1 . Pi 2: mi para i ~ 1,2, 10 P:s Mpara.i = 1,2., .;'. i° " . Modelo dual: " 37' ; ',. Minimizar Y =L (Ek.XRk - Sk )x \IVk - k=I', ..' . Sujeito a: 37LAikW;, - VV(i ~ 37) + l"'<i_ 47) 2: 1 para i = 1, 2, 1,:=1 ••• ,10 W" + 37) :s 1 para i = 1, 2, , 10 W(i _ '17)2': 1 para i = 1; 2, , 10 Pode-se afirmar que o modelo prima Imaximiza o volume de produção em função das horas absorvidas e das horas efetivamente disponíveis pata utilização, enquanto que o modelo dualrninimiza uma quantida- de de horas efetivamente disponíveis para a fabricação. de uma quantidade máxima de produtos. '. . As variáveis duais Wk representam a taxa de va- riação da função objetivo em relação aum aumento de uma unidade na quantidade CEk x Rk - SJ de horas 1 efetivamente disponíveis pará. a fabricação. Assim, se uma variávelduaHor mila,significa que a função ob- jetivonão varia.com o aumento das horas disponíveis na respectiva restrição da variável dual. Solução do modelodual: y = 28,73 (note que, nãoé coincidência, y ~..z .28,73); W 9 = 0,0147; Wl9 = 0,2042; W24 =0,O~34; w{ = Opara os demais kentre 1 e 37. . . Com tal soluçãoexisté'Ú1 trêsequipamentos gar- galos (tipos 9; 19 é 24) eo primeiro equipamento a se cogitar um aumento de capacidade é o equipamento 19. Um aumento de urna hora por dia na disponibili- dadedo equipamentcl çlevaa.urri aumento na função objetivo dual deQ,2042 e, portanto, em um aumento da função objetivoprimal (volume de produção) tam- bém deO,2042.Ássim, o volume de produção diário passaria de 28,73 para 28,93; no ano, o aumento do volume a ser produzido é significativo. Isso responde à primeira questão levantada. Adquirir um equipamento do tipo 9, um equipa- mento do tipo 19 e um equipamento do tipo 24 resul- taria num investimento de US$ 1.200.QOO e isso gera- ria um aumento no lucro anual igual a USS 750.000. Assim, o payback é 1,7 ano, ou seja, é um investimento bastante atrativo. Em cinco anos, a taxa interna de retorno seria de 55,66%,01l seja, o investimento é bastante atrativo. Isso responde à segunda questão levantada. 3.5 Análise. da capacidade de médio prazo A diferença entre análise da capacidade e plane- jamento da capacidade é que no planejamento da ca- pacidade é possível decidir mudar substancialmente a capacidade, já na análise da capacidade o que se faz é: dado. um plano ouprograma de produção avalia-se a capacidade necessária, ou seja, calcula-se a carga de trabalhá e, então, compara-se a capacidade disponível com a carga de trabalho e, se a carga for maior que a capacidade disponível ou se fazem incrementos re- lativamente pequenos de capacidade' que podem ser implementados no momento atual (por exemplo, ho- ras extras) ou altera-se iterativamente o plano ou o programa de produção e repete-se o processo de ava- . liação até que a carga calculada seja menor ou igual à capacidade disponível. A análise da capacidade é uma atividade funda- mental e deve ser desenvolvida paralelamente a outras atividades do planejamento e controle da produção Pl ariejameru oAgregado e ~Ianejamllnto da Capacidaueno Médio Prazo 63 nos 'lá rios horizontes de planejamento. A análise de capacidade deve ser feita em três principais níveis, hierarquicamente: análise da capacidade no nível do planeja- mento agregado: chamado na literatura de RRP iResource Requirements Planning), tem como objetivo subsidiar as decisões geradas no planejamento agregado; de forma que o plano agregado proposto seja viável em ter- mos de capacidade produtiva. Naturaimente, se o planejamento da capacidade (seção 3.4) foi realizado, a análise da capacidade RRP se torna desnecessária; análise da capacidade no nível do progra- ma mestre da produção (MPS): é chamada na literatura de RCCP (Rough-Cut Capacity Planning) e tem como tradução literal pla- nejamento "grosseiro" da capacidade. Essa análise tem por objetivo subsidiaras decisões do MPS de forma que o programa mestre de produção (programa de produção dos itens finais) seja factível em termos de capacida- de produtiva; análise da capacidade no nível de coordena- ção de ordens, ou seja, no nível da ativida- de de Programar ou Organizar/Explodir as necessidades em termos de componentes e materiais: nesse nível, o objetivo é verificar a capacidade para a produção e montagem dos itens componentes. Essa compreende uma avaliação detalhada de capacidade. É chamada na literatura de CRP (Capacity Re- quirements Planning'), quando referente ao sistema de coordenação de ordens MRP. Nesta seção, tratamos do RRP, deixando o RCCP e o CRP para os capítulos que tratam do MPS e rVIR.P, respecti varnen te. De acordo com Corrêa etal, (2001), o RRP deve ser simples e rápido para adequar-se à agilidade ne· cessaria das simulações da reunião executiva de S&OP; por isso, eles requerem agregação .. Nesta seção, mostramos o cálculo do RRP baseado no método de fatores globais de utilização de recursos, como proposto por Corrêa et al, (2001). Esse método também pode ser utilizado para a realização do RCCP, como sugerem Sipper e Bulfin (1997) e Vollrnan et al. (1997), quando não se dispõe do tempo de operação unitário necessário em cada centro de trabalho. A seguir, mostramos em um exemplo a utilização do método dos fatores globais de utilização de recur- sos para a realização do RRP. 64 Planejamento e Controle da Produção' Fernandes / Godinho Filho Exemplo: Suponha uma empresa que disponha de três famílias de produtos: I, II e m. O plano agregado de produção (em mil peças) para cada uma dessas famílias é mostrado na Tabela 3.14. Tabela 3.14 Plano agregado de produção para famiiios 1, II e lll. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov, Dez. Produção Família I 160 180 180 170 170 170 190 210 210 180 180 180 Produção Família 11 140 150 150 160 180 180 190 200 200 200 160 160 Produção Família 111 160 160 150 160 150 150 160 170 170 150 160 160 relação ao volume de produção. Uma análise do his- tórico de produção para as famílias denosso exemplo indicou que para a família, I, aproximadamente 20% da produção vem do item Ia; 40%do,item Ib e 400/0 do item Ic. Para a família )1, 15o/~vem do' item lIa, 30% do item Ilb e 55% eló item: IIc. Já: para a família III temos que 25% vemd'a 'item.Illa; 40% do iteriJIIIb o e 35% do item IIIc. ' 00' ' ' , , Cada uma das famílias é composta de três pro- dutos (a, b e c). Esses nove produtos utilizam cinco centros de trabalho (T, U, V, X e Z). O regime de tra- balho é de dois turnos (16 horas por dia e 320 horas no mês), com 85 % de eficiência, ou seja, 272 horas trabalhadas. Os fatores globais de utilização são definidos como quantas horas são necessárias para a produção de um item de determinada família. Portanto,preci- sa-se do tempo unitário por família e não por item., Para se calcularem os fatores globais de utilização de recursos para cada família pode-se então realizar' uma média: dós tempos unitários de processarnento de cada elemento da família devidamente pondera-o do pelo peso que cada item tem em sua família com (Ó,3x 200/0) +(0,4 x 40(%) +CO,52x 40%)= 0,06 + 0,16 + 0,208;': 0,43 h, . ~. ..:. ,. ".. , . .' . . As Tabelas 3.15 a 3.17 mostram os cálculos dos fatores globais de utilização de recursos para cada centro de trabalho para. asfamílias I, II e III, respec- tivamente. Os tempos estão.ern horaspormil peças. Por exemplo, o valor 0,4311 para a família I no centro de trabalho T foi obtidoda seguinte forma: TabelaSi l S Calculo âos.fatores globais de utilização de recursos para a familia 1. Produto Ia Produto Ib .Produto Ic Volume Ia Volume Ib ,Volume le 'Fator para (h) , '(h) , '(h) .(%) (%) :'.;' (%) família I Centro T 0,3 0,4 0,52 ! 20 40 '" 40 , " 0,43"":;:~ o'," Centro U 0;37 0,2 0,38 20 40 40 0,31 Centro V I 0,8 0,69 0,63 20 40 40 0,69 Centro X 0,38, 0,46 0,42 20 40 . 40 043. . I . Centro Z 0,91 ; 0,55 0,76 20 40 ." 40 0,71.'. ~ Tabela 3.16 Calculo âosjatores globais de.utilizaçiio de recursos para a familia lI. Produto lia . Produto IIb Produto Ile Volume lia Volume IIb Volume lIe Fator para (h) (h) (h) (%) (%) (%) família II Centro T 0,41 ' 0,56 0,39 15 30 55 .0,44 Centro U 0,58 " 0,48 0,41 15 30 55 0,46 Centro V 0,42 0,31 0,53 15 30 55 0,45 Centro X 0,39 . . 0,32 0,41 15 30 55 0,38 Centro Z 0,84 0,59 0,68 15 30 55 0,68 l.1, Pl anej a rriemo Agregado e Pla:1ejarnento da Capacidade no Media Pr az o 65 Tabela 3.17 Cálculo dos fatores globais de utilização de recursos para a [amilia lll. Produto (lia Produto IIIb Produto utc Volume IIla Volume Illb Volume lllc Fator para (h) (h) (h) (%) (%) (%) família 111 Centro T 0,39 0,36 0,31 25 40 35 0,35 CentroU 0,79 0,79 0,88 25 40 35 0,82 Centro V 0,41 0,38 0,39 25 40 35 0,39 Centro X 0,41 0,42 0,45 25 40 35 0,43 Centro Z 0,56 0,53 0,64 25 40 35 0,58 Após serem calculados os fatores globais de utili- zação de recursos para cada família, deve-se calcular o número de horas necessárias em cada centro.de traba- lho. Isso é feito multiplicando-se o volume de produ- ção de cada família (dado pelo plano agregado) pelo fator global de cada família. Isso é mostrado na Tabela 3.18. Por exemplo, 187 horas no centro de trabalho T em janeiro foram calculadas da seguinte forma: (160 x 0,43) + (140 x 0,44) + (160 x 0,35) ;O; 186,6 Tabela 3.18 Cálculo do número de horas necessárias em cada departamento. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out .. Nov, Dez. Centros de Horas necessáriastrabalho T 186,6 199,6 196,1 199,8 205,2 205,2 221,7 238,2 238,2 .218,3.' 204,1 204,1 U 244,3 255,0 246,8 256,5 257,4 257,4 276,3 295,2 295,2 269,6 . 259;6 259,6 V 235,3 253,5 249,6 251,1 256,2 256,2 278,3 300,5 300,5 272,0 258,0 258,0 X 190,2 202,5 198,2 202,0 205,4 205,4 222,D 238,6 238,6 217,2 206,3 206,3 Z 299,9 320,8 315,0 320,5 328,3 328,3 354,9 381,6 381,6 >348,9 327,6 327,6 I ., , Pinalmente, para se calcular a utilização de cada centro de trabalho basta dividir O número de horas necessárias pelo número de horas disponíveis em cada departamento (272). ATabela3.19 mostra a utiliza- ção de cada centro de trabalho.. Tabela 3.19 Cálculo da utili~C).çêioem cada centro de trabalho. Jan. Fev-,'·· Mar. Abr, Maio 1 Jun. JuL 'Ago. Set. Out. Nov. I Dez. Centros de Percentual .de utilizaçãotrabalho '0, , T 69% 73% 72% 73% 75% 75% 82%i ·88% 88% 80% I 75% 75% U 90% 94°)0 . '91% 94% 95% 95% 102% 109% 109% 99% 95% 95.% 93°ío: 94% 102% 110% 110% ·1 95% 95%V 87% ,<92% 92% 94% 100% I X 70% 74%, '73% 74% 76% 76% 82% 88% 88% 80% 76% 76% Z 110% 118% 116% 118% 121% 121% 130% 140% 140% 128% 120% 120% 66 Planejamento e Controle da Produção • Fernandes / Godinho Filho Na Tabela 3.19, as caselas em destaque mostram utilização maior que 100%. Algumas alternativas para tratar esse estouro de capacidade são: transferir a produção dos períodos em que houve estouro da capacidade para outros períodos (no exemplo, isso pode ser feito, por exemplo, para os centros de trabalho U e V); utilizar horas extras ou subcontratações (isso pode ser feito no nosso exemplo para o cen- tro de trabalho Z); melhorias na produção, de forma a aumentar a eficiência da produção. Portanto, pequenos ajustes da capacidade per- tencem ao escopo da análise de capacidade. Por outro lado, se deixarmos a capacidade como uma variável controlável sujeita a grandes variações, estamos no âmbito do planejamento da capacidade de médio (ou longo) prazo. Exemplos de ações nesse âmbito (levam um tempo considerável para serem implantadas) são: aquisição de novos equipamentos (bens de capital) fof' necidos por encomenda; abertura de um ou rnais.tur- nos, o que requer cont~atação e treinamento de grande contingente de mão de obra etc. Essas ações exigem um planejamento COmbastante antecedência. 3.6 Questões 1. Fornecidos os dados abaixo, aplique as diversas esrrarégiasdeplaneiamento agregado mostrados comparando os custos totais de cada urnadelas: Modele matematicamente e resolva utilizando o modelo visto na seção 3.3. ·Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun, Demanda Prevista 2.200 i.soo 1.lÔO 900 1.100 1.600 Dias úteis 22 19 21 21 22 20 Dados: Custo de material: $ IDO/unidade Custo de manutenção-de estoque: $ 1,50/uni- dade-mês Custo de falta de estoque: $ S/unidade/mês Custo com subcontratação: $ 125/unidade Custo de contratação e treinamento: $ 200/tra- balhador Custo de demissão: $ 250/trabalhador Trabalho necessário por unidade: 5 horas Custo do trabalho (primeiras 8 horas erncada dia): $ 4/hora Custo da hora extra: $ 6/hora Estoque inicial: 400 unidades Número de trabalhadores atualmente disporií- veis: 30 Número de horas trabalhadas em horas normais por dia: 8 horas 2. Faça o cálculo do RR.Pbaseado no S&OP das fa- mílias 1 e 2 dados abaixo. A família 1 é composta pelos produtos A (20%)eB (80%) ea família 2, pelos produtos C (30%)e D(7Ó%). Os tempos de produção unitáriosdosprodutos em-cada recurso (X,Y, Z e W) também sãedados, destaque Inicial da família 1 é de 300 unidadese Odá família 2é de 100 unidades. Adote uma eficiência de 8S%, Tempos (h) de produção unitários nos recursos Prod. A PtÇld.!l Pro d, C Prod. O Oep. X 0,3 0;6 .' 0,3 0.4 '.' Dep '.Y 1,0 . 0/4 "0,4 0.5 Oep. Z 3.0 0;4: 1.0 0,8 Dep. W 0,6 0,3 0.8 0,2 . Com base no RRP,verífique se a capacidade é in- suficiente em algum período. Se isso acontecer, o que você sugere que seja feito? 3. Qual a diferença. entre planejamento da capací- dade de médio prazo eanálisedacapacidade de médio prazo? Referências bibliográficas do Capítulo 3 BOwMAN,E. Hr Consistency andoptírnaliry in managerial decisionrnaking. MariagetnentScience, v. 9, nU 2, p. 310- 321,1963. " BOX,G. E. P.; HUNTER, W. G.;I-IlJNTER, J. S. Statistics jor experimenters: anintrcductiontodesign, data analysis and model building. New York: Johnwiley, 1978. cORRÊA, H. L.; GIANESI, L G;N.; CAON, M. Planejamen- to, programaçãoe controledaflrodução. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001. . DOMENIGHETTI, J.R.B. 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