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A verdade e o Ceticismo

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO MARAVILHA
TRABALHO INVESTIGATIVO DE EPISTEMOLOGIA DA PSICOLOGIA 
TEMA:
A VERDADE E O CEPTICISMO
ELABORADO PELO GRUPO Nº02
1º ANO
Período: Pós Laboral 
Curso: PSICOLOGIA JURÍDICA 
 A DOCENTE
 _________________________
 Drª Maria da C.F. Cachembe 
 
BENGUELA/ MAIO DE 2019
 
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO MARAVILHA
TRABALHO INVESTIGATIVO DE EPISTEMOLOGIA DA PSICOLOGIA 
TEMA:
A VERDADE E O CEPTICISMO
INTEGRANTE DO GRUPO 
Aladino de Assunção da F. Cassessa
Adália Sole Isalino
Sérgio Paulo D. Gombo 
BENGUELA/ MAIO DE 2019
INTRODUÇÃO
O Cepticismo é a doutrina do constante questionamento. O termo Cepticismo é de origem grega e significa exame, seu fundador foi Pirro, no século IV a.C.. Pintor nascido no Peloponeso, não deixou nenhum escrito filosófico sobre o assunto, mas desenvolveu um grande interesse por filosofia que o levou a fundar uma escola filosófica que garantiu sua reputação entre os contemporâneos. Pirro deixou como discípulo Tímon, que, por sua vez, produziu uma vasta obra escrita da qual só nos restaram alguns fragmentos. A escola céptica criada por Pirro passa por um período de escuridão com a morte de seu fundador e renasce com Enesidemo, cujo período de vida não é muito bem determinado, porém sua obra é muito conhecida. A partir daí aparecem com destaque os nomes de Agripa, Sexto Empírico e Antíoco de Laodicéia. Até que chega ao fim o período do chamado Cepticismo Antigo.
Cepticismo ou ceticismo é qualquer atitude de questionamento para com o conhecimento, fatos, opiniões ou crenças estabelecidas.Filosoficamente, é a doutrina da qual a mente humana pode não atingir certeza alguma a respeito da verdade. 
O cepticismo filosófico é uma abordagem global que requer todas as informações suportadas pela evidência. O cepticismo filosófico clássico deriva da Skeptikoi, uma escola que "nada afirma”. Adeptos de pirronismo, por exemplo, suspenderam o julgamento em investigações. Os cépticos podem até duvidar da confiabilidade de seus próprios sentidos. O cepticismo religioso, por outro lado é "a dúvida sobre princípios religiosos básicos (como a imortalidade, a providência e a revelação)".
A única posição justa é a recusa em assumir qualquer posição. A atitude céptica, no entanto, não deve ser interpretada como indiferença: ela representa um esforço activo por manter no espírito o equilíbrio entre as representações da realidade e as opiniões sobre essas representações.
A VERDADE E O CEPTICISMO
Cepticismo é uma doutrina filosófica segundo a qual, do ponto de vista teórico, não se pode conhecer a verdade e, do ponto de vista prático, só se chega à felicidade, entendida como ausência de inquietação (ataraxia), pela suspensão de todo juízo. Caracterizado por uma atitude que repele os dogmas, o cepticismo busca demonstrar a inconsistência de qualquer afirmação.
Segundo o cepticismo A verdade não existe; se existisse, seria impossível conhecê-la; e ainda que se pudesse conhecê-la, seria impossível comunicá-la. Essa fórmula resume os princípios do cepticismo e orienta a reflexão sobre os fundamentos e limites do conhecimento.
Partindo do princípio platónico de que não há ciência possível no mundo sensível, os filósofos gregos Arcesilau (século III a.C.) e Carnéades (século II a.C.) praticaram uma forma moderada de cepticismo. Ambos admitem a hipótese de que há opiniões mais ou menos prováveis e contestam a doutrina dos estóicos, para quem a verdade é evidência directa, ou seja, existe harmonia entre as representações e as coisas representadas.
No século I a.C., Enesidemo sistematizou as teses cépticas sobre o carácter efémero e a não-confiabilidade dos juízos e empreendeu uma crítica dos poderes limitados da razão. Organizou em dez tropos os argumentos cépticos que recomendam a suspensão de todo juízo. A instabilidade dos juízos deve-se a diferenças entre
Espécies de seres animados;
Classes de homens;
Sensações;
Disposições humanas;
Posições no espaço;
Diversos meios interpostos entre os sentidos humanos e os objectos;
Estados mutáveis do próprio objecto;
Relações das coisas entre si e entre o sujeito e as coisas que ele julga;
Número de encontros entre o sujeito e os objectos que ele julga; e
Tipos de educação, costumes, leis, crenças e opiniões dogmáticas do sujeito.
A principal fonte de informação a respeito do cepticismo antigo são os escritos do astrónomo e médico grego Sexto Empírico, que viveu nos séculos II e III da era cristã. Sua formação levou-o a valorizar a observação prática e a busca de juízos com maior probabilidade de validade. Segundo Sexto, os argumentos do cepticismo contra os dogmáticos são:
O carácter relativo das opiniões;
A necessidade de uma regressão ao infinito para encontrar-se o primeiro princípio, no qual todos os outros se sustentam;
O carácter relativo das percepções;
Toda demonstração se funda em princípios que não se demonstram, mas se admitem por convenção; 
Demonstrar algo supõe no homem a faculdade de demonstrar e a validade da demonstração.
Fora da antiguidade greco-romana, a identificação de elementos cépticos em outras doutrinas filosóficas é uma questão sútil e controversa. De modo geral, pode-se dizer que a filosofia medieval, marcada pela teologia, permaneceu praticamente fechada à dúvida céptica. Posteriormente, a influência do cepticismo pode ser apontada em pensadores tão diversos como o humanista cristão Pico della Mirandola, o matemático Gassendi e o pré-iluminista Pierre Bayle.
Montaigne, no século XVI, voltou-se inquisitiva e reflexivamente contra o antropocentrismo religioso e humanístico, que constituía a base da aspiração renascentista ao conhecimento racional universal. No século XVIII, David Hume criticou as noções metafísicas de existência e substância e o princípio racional da causalidade, sustentando que as relações de causa e efeito são indemonstráveis. Segundo Hume, todo o conhecimento provém de percepções da experiência, que podem ser impressões dados directos dos sentidos ou da consciência ou ideias, que são combinações de impressões. No pensamento de Immanuel Kant, contemporâneo de Hume, a influência dos argumentos cépticos se manifesta, por exemplo, na distinção entre fenómeno, que é objecto de conhecimento, e a "coisa em si", sempre inacessível à razão.
No século XIX, o dinamarquês Søren Kierkegaard criticou a teoria do conhecimento de Hegel, amplamente difundida e acatada, argumentando que não se pode conhecer de modo absoluto e sistemático uma realidade que é incompleta e mutável, e que a primeira das verdades é a incerteza. Suas ideias constituíram o fundamento do existencialismo, uma das correntes filosóficas mais importantes do século XX
 	 O Cepticismo Filosófico é exactamente esse que começa com a escola de Pirro e que se expandiu pela chamada “Nova Academia” que ampliou as perspectivas teóricas, refutando verdades absolutas e mentiras. Seus seguidores alegavam a impossibilidade de alcançar o total conhecimento e adoptaram métodos empíricos para afirmar seus conhecimentos. Assim, o Cepticismo Filosófico se dedicou a examinar criticamente o conhecimento e a percepção sobre a verdade.
O Cepticismo Científico tem, naturalmente, ligação com o Cepticismo Filosófico, que é a base de tudo. Porém não são idênticos e muitos dos praticantes do Cepticismo Científico não concordam as proposições da corrente filosófica. A corrente científica é a contemporânea, as pessoas que se identificam como cépticas são aquelas que apresentam uma posição crítica geralmente baseando-se no pensamentocrítico e nos métodos científicos para constatar a validade das coisas. Assim, ganha muita importância a evidência empírica, o que não quer dizer que os cépticos façam seu uso constantemente. 
A necessidade de evidências científicas é mais recorrente na área da saúde, onde os experimentos não podem colocar em risco a vida das pessoas.
Entre os cépticos há os chamados desenganadores que dedicam-se ao combate contra o charlatanismo, expondo suas práticas falsas e não-científicas. Os religiosos afectados por esses indivíduos, quando chamados a provar suas convicções, preferem atingir pessoalmente os cépticos e não discutir suas práticas. 
Por outro lado, há também o pseudo-ceticismo, que, invés de manter o perfil de questionamento, partem logo para a negação. Assim, o Cepticismo pode levar a um ciclo vicioso e tornar seu praticante em um fanático tecnológico.
Cepticismo como inércia
A ciência moderna é baseada no cepticismo. Por um lado, a ciência deve estar sempre aberta a novas ideias (por mais estranhas que pareçam), desde que apoiadas em evidências científicas, mas deve fazê-lo de forma que sejam sempre devidamente escrutinadas, de modo a assegurar a veracidade de suas implicações e resultados. Sempre que uma nova hipótese é formulada ou uma nova alegação é realizada, toda a comunidade científica se mobiliza de modo a comprovar sua viabilidade teórica e prática. Como em qualquer outro plano, quanto mais incomuns forem as novas ideias e invenções, mais resistência tendem a enfrentar durante seu escrutínio por meio do método científico. Uma consequência disso é que vários cientistas através da história, ao apresentarem suas ideias, foram inicialmente recebidos com alegações de fraude por colegas que não desejavam ou não eram capazes de aceitar algo que requereria uma mudança em seus pontos de vista estabelecidos. Por exemplo, Michael Faraday foi chamado de charlatão por seus contemporâneos quando disse que podia gerar uma corrente eléctrica simplesmente movendo um ímã por uma bobina de fio.
Em janeiro de 1905, mais de um ano após Wilbur e Orville Wright terem feito o seu primeiro voo em Kitty Hawk (em 17 de Dezembro de 1903), a revista Scientific American publicou um artigo ridicularizando o voo dos Wright. Com assombrosa autoridade, a revista citou como principal razão para questionar os Wright o fato de a imprensa americana ter falhado em cobrir o voo. Outros a se juntarem ao movimento cético foram o New York Herald, o Exército dos Estados Unidos e inúmeros cientistas americanos. 
Somente quando o presidente Theodore Roosevelt ordenou tentativas públicas no Forte Mayers, em 1908, após o voo do 14-bis de Alberto Santos Dumont, numa aeronave aprimorada, os irmãos Wright comprovaram suas afirmações e compeliram até os cépticos mais zelosos a aceitarem a realidade das máquinas voadoras mais pesadas que o ar. Na verdade, os irmãos Wright foram bem sucedidos em demonstrações públicas do voo de sua máquina cinco anos antes do voo histórico. Nesse contexto, embora o voo dos irmãos Wright, mesmo não calando os cépticos, tenha sido talvez o primeiro onde uma nave mais pesada do que o ar alçou voo após os voos pioneiros de Otto Lilienthal. No entanto, o primeiro voo de uma máquina capaz de alçar voo totalmente por conta própria, sem ajuda de catapultas, é contudo correctamente creditado a Santos Dumont, esse devidamente registrado e documentado.
A maioria das invenções revolucionárias modernas, como o microscópio de corrente de tunelamento, que foi inventado em 1981, ainda encontram intenso ceticismo e até mesmo ridículo quando são anunciados pela primeira vez. Como físico, Max Planck observou em seu livro "The Philosophy of Physics" [A Filosofia da Física], de 1936: "uma importante inovação científica raramente faz seu caminho vencendo gradualmente e convertendo seus oponentes: raramente acontece que 'Saulo' se torne 'Paulo'. O que realmente acontece é que os seus oponentes morrem gradualmente e a geração que cresce está familiarizada com a ideia desde o início".
O RELATIVISMO
O relativismo é o conceito de que os pontos de vista não têm uma verdade absoluta ou validade intrínsecas, mas eles têm apenas um valor relativo, subjectivo, de acordo com diferenças na percepção e consideração.
O relativismo, dessa forma, leva em consideração diversos tipos de análise, mesmo sendo análises aparentemente contraditórias. As diversas culturas humanas geram diferentes padrões segundo os quais as avaliações são geradas. Max Weber, em suas obras sobre epistemologia, abre espaço para o relativismo nas ciências da cultura quando diz que a ciência é verdade para todos que querem a verdade, ou seja, por mais diferentes que sejam as análises geradas por pontos de vista culturais diferentes, elas sempre serão cientificamente verdadeiras, enquanto não refutadas.
Assim podemos concluir que o Relativismo é um termo filosófico que se baseia na relatividade do conhecimento e repudia qualquer verdade ou valor absoluto. Todo ponto de vista é válido.
Na filosofia moderna o relativismo por vezes assume a denominação de "relativismo céptico", relação feita com sua crença na impossibilidade do pensador ou qualquer ser humano chegar a uma verdade objectiva, muito menos absoluta.
Nietzsche na sua obra "A Gaia Ciência", no tópico intitulado "Nosso novo infinito", assim afirma: "o mundo para nós tornou-se novamente infinito no sentido de que não podemos negar a possibilidade de se prestar a uma infinidade de interpretações"; frase que Michel Foucault objecta: "Se a interpretação nunca se pode completar, é porque simplesmente não há nada a interpretar, pois, no fundo, tudo já é interpretação".
No diálogo platónico "Teeteto", atribui-se a Protágoras uma concepção relativista do conhecimento, por haver afirmado que "o homem é a medida de todas as coisas". Nesse caso, cada um de nós é, por assim dizer, o juiz daquilo que é e daquilo que não é. Sócrates levanta então uma série de objecções contra essa forma radical de relativismo subjectivista, tentando mostrar a incoerência interna da suposição de que o que parece verdadeiro a alguém é verdadeiro para ele ou ela. Se são verdadeiras todas as opiniões mantidas por qualquer pessoa, então também é preciso reconhecer a verdade da opinião do oponente de Protágoras que considera que o relativismo é falso. Ou seja, se o relativismo é verdadeiro, então ele é falso (desde que alguém o considere falso). Haveria, por assim dizer, uma auto-regulação (ou uma autodestruição) do relativismo cognitivo.
Em nossos dias, o relativismo cognitivo tem assumido várias formas distintas. Nas versões mais radicais, entende-se que quaisquer opiniões são igualmente justificáveis, dadas suas respectivas regras de evidência, e que não há questão objectiva sobre qual conjunto de regras deve ser preferido ("igualitarismo cognitivo" ou tese da "equipolência das razões"). Em suma, é possível dar boas razões tanto para se admitir quanto para se recusar qualquer opinião. 
E, portanto, o procedimento de dar boas razões nunca permite decidir entre opiniões rivais, nunca nos obriga a substituir uma crença por outra. Nesse caso, uma crítica do relativismo cognitivo pode ser feita de acordo com a seguinte linha argumentativa (seguida, por exemplo, por Paul Boghossian em "What the Sokal Hoax Ought to Teach Us"): se toda regra de evidência é tão boa quanto qualquer outra, então para que uma opinião qualquer seja tomada como justificada basta formular um conjunto apropriado de regras em relação ao qual ela está justificada. Em particular, a opinião de que nem toda regra de evidência é tão boa quanto qualquer outra deve poder ser igualmente justificada. (E o relativista assim não consegue mostrar, mas deveria mostrar, que a sua posição é melhor que a de seu oponente.) Uma alternativa seria dizer que algumas regras de evidência são melhores do que outras; mas então deveria haver fatos independentes de perspectiva sobre o que as torna melhores do que outras, e nesse caso estaríamos assumindo a falsidade do relativismocognitivo.
Em contraposição, há espécies de relativismo que são bastante triviais, como, por exemplo, a tese da diversidade (também chamada de "relativismo cultural"): consiste em registrar que diferentes pessoas mantêm crenças diferentes; que as opiniões variam de comunidade para comunidade, de uma época para outra. Nesse caso, não se afirma que tais crenças ou opiniões sejam verdadeiras ou justificadas, e portanto não se tem ainda um relativismo cognitivo (epistemológico). Tal diversidade de crenças é plenamente compatível com uma visão absolutista ou objectivista do conhecimento.
Dentro deste conceito antropófago, o relativismo cultural é um ponto de vista extremo oposto ao etnocentrismo, que leva em consideração apenas um ponto de vista em detrimento aos demais. Porém, os críticos dessa visão apontam que o relativismo torna impossível um avanço científico nas ciências da cultura na medida em que coloca todos os tipos de análise, absurdas ou não, em igualdade de veracidade.
Relativismo cultural
O relativismo cultural é um método de observar sistemas culturais sem uma visão etnocêntrica em relação à sociedade do pesquisado. Ou sejaː realizar a observação sem usar nenhum meio ou parâmetro preconcebido pela cultura ocidental e, assim, realizar um estudo e/ou observação do sistema cultural em questão sem nenhum preconceito. E, com isso, realizar a avaliação sem privilegiar os valores de um só ponto de vista, e estruturar o corpo social a partir de suas próprias características. As culturas estudadas adquirem, assim, seus próprios sistemas de valores e sua própria integridade cultural.
O relativismo cultural parte do pressuposto de que cada cultura se expressa de forma diferente. Dessa forma, trata-se de pregar que a actividade humana individual deve ser interpretada dentro do contexto de sua própria cultura.
Esse princípio foi estabelecido como axiomático na pesquisa de Franz Boas, nas primeiras décadas do século XX e, mais tarde, popularizado pelos seus alunos. Porém, o relativismo não é mero axioma (algo que não precisa ser provado ou um ponto de partida a priori), mas, antes, parte das conclusões que são produzidas da observação e da convivência com outros grupos e com suas convicções. Conforme um dos alunos de Boas, Melville Herskovits: A ideia foi articulada por Boas em 1887:
Contudo, Boas nunca usou a expressão “relativismo cultural”, que - em seu caráter axiomático - acabou ficando comum entre os antropólogos depois da sua morte, em 1942. A expressão foi usada pela primeira vez em 1948, na revista American Anthropologist, e representava as ideias de Boas conforme a síntese de seus alunos a respeito dos princípios ensinados por ele.
Boas desenvolve o método tendo, por base, o relativismo cultural em contraposição às ideias evolucionistas vigentes de sua época. Critica, arduamente, o método desenvolvido por autores como Lewis Henry Morgan, que consiste em elucidar a evolução de todos os processos culturais em razão da sociedade mais “evoluída"ː nesse caso, a sociedade Europeia. Ou seja, todas as culturas estariam em um estado, em menor ou maior grau, de aproximação do que seria a sociedade mais evoluída, com isso, criando o método comparativo, que permeia as justificativas do evolucionismo. Pode-se citar Darwin como progenitor desse conceito através das ciências biológicas. 
Ideias relativas, provando que as sociedades precisam ser estudadas através de seus próprios conceitos e, assim destruindo o discurso evolucionista vigente até então. Antes, as ideias de F. Boas parecem coincidir com os postulados de Albert Einstein em sua teoria da relatividade.
Para Einstein, baseando-se em Galileu, dois observadores podem observar o mesmo fenómeno de formas distintas. O que não significa relativismo absoluto, mas que, simplesmente, nos convida a procurar formas de diálogo. Na física, é a velocidade da luz que permite tal intercâmbio de perspectivas; já nas ciências sociais, tal possibilidade de troca seria ainda mais complexa, mas não inexistente, como reflecte a noção boasiana de Herzenbildung (a cultura do coração), que envolve a vontade e a capacidade que os indivíduos em suas culturas têm de conferir oportunidade aos outros. Especialmente oportunidades concernentes a abrigo, comida e outras necessidades básicas.
Contraste com o Relativismo Moral
Já o relativismo moral defende que o bem e o mal, o certo e o errado, entre outras categorias de valores, são relativos a cada cultura. O “bem” coincide com o que é “socialmente aprovado” e o mal coincide com o que é socialmente desaprovado numa dada cultura. Os princípios morais, na realidade, descrevem convenções sociais e devem ser baseados nas experiências e normas compartilhadas pela sociedade analisada. Além disso, o relativismo cultural envolve declarações em epistemologia e metodologia. Se tais afirmações necessitam ou não de uma postura ética, é um argumento a ser debatido. Por tudo isso, é importante que esse princípio não seja confundido com relativismo moral. 
Origens epistemológicas do relativismo cultural 
Kant, quer na gnoseologia, ao apresentar o homem como dotado de conceitos puros a priori, as doze categorias; quer na ética, por meio da boa vontade (racional e formal), faz depender o conhecimento e a acção humana de categorias ou formulação universal. Por isso, Kant não apresenta um pensamento de relativismo cultural. Ele defende, sim, a subjectividade - a subjectividade do sujeito epistémico ou do homem que decide de forma autónoma, obedecendo ao (seu) imperativo categórico. Aplica, com isso, um aspecto bem interessante da psicologia.
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A VERDADE E A CORREPONDÊNCIA
As teorias da verdade-como-correspondência estão baseadas na ideia de que “verdade é correspondência com a realidade”, ou seja, um portador-de-valor-de-verdade é verdadeiro quando as coisas no mundo são como os portadores-de-valor-de-verdade dizem que são. As teorias correspondências estão entre as teorias robustas da verdade; isto é, aquelas teorias que consideram que a verdade tem uma natureza. Além disso, constituem, em geral, segundo Lynch (2001, p. 5), uma visão realista objectiva: se algo é verdadeiro, isso não depende daquilo em que cada um acredita; a verdade depende do mundo e não de nós. Mas dizer apenas
“Verdade é correspondência com a realidade” não expressa adequadamente a essência dessas teorias. Será necessário esclarecermos três aspectos da ideia de verdade-como correspondência (LYNCH, 2001, p. 9):
O quê tem a propriedade de ser verdadeiro (qual é o portador-de-valor-de verdade).
A “realidade” à qual corresponde o portador-de-valor-de-verdade.
A correspondência (ou seja, qual a relação entre o portador-de-valor-de-verdade e a realidade).
Portadores-de-Valor-de-Verdade
Teorias da verdade-como-correspondência têm utilizado os seguintes como portadores-de-valor-de-verdade: crenças, pensamentos, ideias, juízos, sentenças, asserções, expressões vocais e proposições. Contudo, é de costume usar a expressão “portadores-de valor-de-verdade” sempre que queremos assumir uma postura neutra dentre essas opções.
Na literatura contemporânea quase somente proposições são mencionadas como portadores-de-valor-de-verdade.
A Relação de Correspondência
Como vimos, a correspondência se dá entre portador-de-valor-de-verdade e a realidade. Mas o que conecta ou relaciona, de modo geral, um portador-de-valor-de-verdade à realidade? Em outras palavras, o que é a noção de correspondência?
Discutiremos duas interpretações sobre essa noção: a correspondência como correlação, também conhecida como relação fraca, e a correspondência como congruência, também conhecida como relação forte (Grayling, 1997, p. 142-143; Pitcher, 1964, p. 9-14).
A correlação pode ser entendida como o emparelhamento de itens, ou membros de dois ou mais grupos de coisas, um-para-um, de acordo com algumas regras ou princípios.
Podemos considerar, por exemplo, o sentido de correspondência um-para-um dos matemáticos. Suponhamos que coloquemos a série de números naturais com umacorrespondência um-para-um com a série dos números naturais pares. 
Segundo Kirkham (1992, p. 174), Aristóteles foi o primeiro a apresentar uma concepção da verdade-como-correspondência como correlação, em sua formulação: “Dizer daquilo que é que não é, ou daquilo que não é que é, é falso, enquanto dizer daquilo que é que é, ou daquilo que não é que não é, é verdadeiro” (ARISTÓTELES, 1969, p. 107).
Outro filósofo que defende a visão de correspondência como correlação é J. L. Austin (1950). Sua visão é a de que todo portador-de-valor-de-verdade está correlacionado a um fato possível; se esse fato possível realmente acontece, então o portador-de-valor-de-verdade é verdadeiro; caso contrário, é falso. A verdade, para Austin, é considerada como uma relação quaternária entre uma afirmação (é a informação transmitida por uma sentença declarativa), uma sentença, um estado de coisas (um fato possível), e um tipo de estado de coisas. 
A correspondência é determinada por convenções linguísticas, que especificam se o estado de coisas ao qual uma sentença se refere é do tipo apropriado para torná-la verdadeira. Para Austin (1950, p. 28), as palavras e o mundo são correlacionados de duas formas:
Por meio de convenções descritivas, correlacionando palavras (sentenças) com tipos de situações encontrados no mundo (estados de coisas), 
Por convenções demonstrativas, correlacionando palavras (afirmações, isto é, sentenças realmente emitidas) com situações de fato encontradas no mundo em ocasiões particulares.
Assim, uma afirmação é considerada verdadeira, quando ‘o estado de coisas particular ao qual está correlacionada pelas convenções demonstrativas’ é de um tipo que a sentença usada para fazê-la está correlacionada pelas convenções descritivas. Por exemplo, suponhamos que alguém, S, em um instante t, diga “X está dormindo”. 
As convenções descritivas correlacionam as palavras com situações em que as pessoas dormem, e as convenções demonstrativas correlacionam as palavras com a real actividade de X no instante t. O que S diz em t será verdadeiro se a situação real, correlacionada com as palavras que S profere pelas convenções demonstrativas, é do tipo correlacionado com aquelas palavras pelas convenções descritivas.
Por outro lado, a correspondência como congruência pode ser entendida em termos de “encaixar” ou “ajustar”, como quando nós dizemos que extremidades reunidas de um pedaço de papel rasgado se encaixam ou se ajustam. Tais teorias da verdade alegam que há um isomorfismo estrutural entre os portadores-de-valor-de-verdade e os fatos aos quais eles correspondem quando o portador-de-valor-de-verdade é verdadeiro.
Segundo Bertrand Russell, em seus artigos “Da Natureza da Verdade e da Falsidade” de 1910 e “Verdade e Falsidade” de 1912, a correspondência consiste em um isomorfismo estrutural entre as partes de uma crença e as partes de um fato; é a correspondência daquilo que se acredita ser verdadeiro ou falso com os fatos que tornam as crenças verdadeiras ou falsas.
Realidade – Realismo e Não Realismo
Vimos que a correspondência relaciona um portador-de-valor-de-verdade com a realidade e essa relação se dá, sob, pelo menos, as duas possíveis interpretações descritas, por correlação ou congruência. Assim, falta-nos compreender o significado de ‘realidade’.
A realidade ou parte dela é tratada, geralmente, sob os nomes: fatos ou estados de coisas. Kirkham (1992) caracteriza estado de coisas e fatos da seguinte maneira: utilizo o termo “estado de coisas” no seu sentido filosófico (que não é o usual):
“estado de coisas” não é um sinónimo para “fato” ou “situação”, porque fatos potenciais mas não realizados são também estados de coisas. Até mesmo fatos impossíveis contam como estados de coisas, embora esses estados de coisas nunca ocorram em nenhum mundo possível. Talvez a melhor maneira de se definir “estados de coisas” seja dizer que qualquer coisa cuja ocorrência possa ser asseverada (com verdade ou falsidade) por meio de uma sentença declarativa conta como um estado de coisas, sendo que nada mais, além disso, conta. Um fato, então, é um estado de coisas que ocorre no mundo real. (KIRKHAM, 1992, p. 109-110).
VERDADE E COERÊNCIA
Uma definição da verdade bem diferente se impôs a partir do século XX. Eis, por exemplo, a definição dada por David Hilbert (1862-1943) em uma correspondência com Gottlob Frege (1848-1925) no início de 1900:
Se os axiomas arbitrariamente estabelecidos não se contradizem mutuamente ou ainda em relação a uma de suas consequências, eles são verdadeiros [como coerência] e as coisas assim definidas existem [no pensamento]. Eis para mim o critério da verdade [-coerência] e da existência. 
Uma primeira constatação se impõe: essa definição da verdade não faz referência de modo algum ao mundo exterior, ela depende somente de propriedades do discurso. É a ausência de contradição interna no discurso que nos permite declarar que ele é verdadeiro. É o que basta para impedir o uso do mesmo significante (palavra) para designar duas noções diferentes. Nós a chamamos de verdade-coerência.
Mas há outras características que distinguem as duas definições de verdade:
• Aristóteles pensa que a verdade pode se definir por uma única proposição, que ele chama de “princípio”. Havendo vários princípios, novas proposições podem ser obtidas por dedução. Para Hilbert, a verdade diz respeito a um discurso constituído de axiomas e de todas as suas consequências. É uma propriedade global de um discurso.
• A verdade-correspondência é ante predicativa, no sentido de que a conjunção de dois seres do mundo precede a proposição que a expressa. Aristóteles exprime isso claramente: Não é porque dizemos a verdade chamando-te de branco que tu o és, mas é porque tu és branco que, ao dizê-lo, dizemos a verdade.
A verdade e coerência não pode, evidentemente, proceder assim, pois ela não faz nenhuma referência ao mundo. A verdade-coerência é o resultado de um longo processo: uma vez que uma axiomática é apresentada como verdadeira a título de hipótese, as consequências ou teoremas podem ser obtidos pouco a pouco por dedução. A cada passo, o processo pode ser interrompido, sempre que uma contradição for encontrada entre o teorema corrente e um axioma ou um teorema anterior. A verdade-coerência é dita pós-predicativa, pois todos os teoremas devem ter sido exibidos antes de poder declarar que o discurso é verdadeiro.
A noção de existência na definição da verdade-coerência é enganosa. Para Hilbert, a existência de um conceito é a consequência da ausência de contradição interna no discurso. Todos os cientistas anteriores a Hilbert associaram a noção de existência de um termo ao fato de que ele correspondia às coisas do mundo. Hilbert, por sua vez, afirma que a existência de um conceito não depende senão da coerência do discurso! Para distinguir essas duas acepções do termo “existência”, eu acrescento: “existência em meu espírito”. Nos diagramas de Venn essa noção será representada pelo símbolo ∃.
A VERDADE E VALOR PRAGMÁTICO
Junto com Charles Sanders Peirce (1839-1914), William James (1842-1910) é considerado o fundador do pragmatismo norte-americano, apesar de ambos os pensadores terem desenvolvido duas escolas distintas na tradição. Peirce é reconhecidamente o criador do método pragmatista, mas foi James quem o popularizou e usou pela primeira vez o termo em livros e conferências. Peirce e James estão de acordo quanto ao fato de o pragmatismo não ser uma filosofia propriamente dita, isto é, não diz nada a respeito do que é o mundo e sobre o conhecimento que temos dele, e muito menos se configura como uma doutrina ou metafísica.
Aristóteles, no Livro I'da Metafísica, define a verdade da seguinte maneira: "Dizer daquilo que é, que é, e daquilo que não é, que não é, é verdadeiro; dizer daquilo que não é, que é, e daquilo que é, que não é, é falso". Na Idade Média, os Escolásticos afirmavam que a verdade é a adequação entre pensamento e realidade.
A ideia central de Tarski foia de considerar o conceito de verdade como consistindo numa relação entre sentenças de uma linguagem e a estrutura na qual esta linguagem está interpretada. Não há sentido falar de verdade ou de falsidade de uma sentença a não ser que se saiba exactamente a que linguagem essa sentença pertence e de que modo a linguagem está interpretada.
A definição de Tarski pressupõe que a linguagem de base possui uma estrutura bem definida, pois ela deve ser tratada do ponto de vista matemático. Por conseguinte, a definição de Tarski se aplica principalmente às linguagens artificiais, simbólicas, da Lógica e da Matemática.
Não podemos apresentar, aqui, mesmo de modo informal, a Teoria de Tarski, dado que é demasiadamente técnica. No entanto, como ela é a base da Lógica tradicional, pode ser encontrada em bons livros de Lógica, como os de Shoenfield (1967) e de Mendelson (1979). Conforme a linguagem estudada, a definição correspondente de verdade possui características peculiares.
As concepções de Peirce, James e Dewey
A concepção pragmática da verdade se deve basicamente a C. S. Peirce, um dos grandes lógicos e filósofos do século passado e do começo deste, o criador do pragmatismo.
Peirce escreveu: "considere que efeitos práticos concebemos que o objecto de nossa concepção tem. Então, nossa concepção desses efeitos constitui o conteúdo total de nossa concepção desse objecto" (C. S. Peirce 1965, p. 31).
A afirmação de Peirce pode ser claramente interpretada como significando que a verdade pragmática de uma proposição depende de seus efeitos práticos, supondo-se, naturalmente, que esses efeitos sejam aceitos como verdadeiros, ou falsos, no sentido comum da palavra verdade.
Como se observa em Mikenberg, da Costa e Chuaqui (1986), esses efeitos podem ser formulados como certas proposições básicas e, portanto, uma asserção (hipótese ou teoria) pode ser tida como pragmaticamente verdadeira se suas consequências básicas são verdadeiras, no sentido da Teoria da Correspondência. Para eles, esta interpretação do dictum de Peirce constitui a essência da Teoria da Verdade de Peirce.
Assim, a verdade pragmática é fundada em suas conseqüências básicas ou efeitos práticos, e não se mostra completamente independente no sentido de correspondência com a realidade. Como afirmam da Costa e Chuaqui: "Ao contrário, um enunciado — em geral, um enunciado teórico — é pragmaticamente verdadeiro somente quando os enunciados básicos que ele implica são verdadeiros no sentido da Teoria da Correspondência da Verdade. Mas, ainda, uma asserção básica é verdadeira, do ponto de vista pragmático, se, e somente se, ela é verdadeira de acordo com a Teoria da Correspondência. Assim, a verdade pragmática não é inteiramente arbitrária" (Da Costa e Chuaqui, no prelo).
Formalização da Teoria Pragmática da Verdade
Mikenberg, da Costa e Chuaqui nos apresentam, como já dissemos acima, uma matematização de uma concepção pragmática de verdade que eles denominaram de quase-verdade (cf. Mikenberg, da Costa e Chuaqui 1986). Embora não encarem sua definição como uma exegese da posição peirciana, o fato é que a definição dada por eles capta, sem dúvida alguma, aspectos relevantes e significativos da doutrina da verdade do pensador norte-americano.
Nossa finalidade agora é a de descrever, de modo sucinto e sem o simbolismo e as técnicas necessárias para sua formulação precisa, a definição de da Costa e Chuaqui. Porém, antes disso, seria interessante fazer um resumo geral do trabalho desses autores, que foi muito bem sumariado por J. Corcoran.
"Filosofias Pragmáticas enfatizam a prioridade da experiência e da acção sobre o ser e o pensamento. Oponentes do pragmatismo são algumas vezes chamados de 'intelectualistas'. Característica das Filosofias Pragmáticas é o fato delas manterem pontos de vista claros sobre três questões: 
Significado,
Verdade 
Conhecimento. 
Devido a extensas variações entre tais filosofias, é simplista considerar qualquer combinação destes pontos de vista como típica (veja A. O. Lovejoy, J. Philos. 5 (1908), nº 1, 5-12; ibid. 5 (1908), nº 2, 29-39). Todavia, a seguinte combinação pode ser tida como um exemplo. O significado de uma proposição é identificado com seu significado experimental e prático, i.e., com a totalidade das experiências possíveis que ela prediz. (2) A verdade de uma proposição consiste na realização no decurso do tempo (passado, presente e futuro) de seu sentido. (3) A crença na verdade de uma proposição é garantida pelo grau com que ela tem sido testada na prática e se mostrado satisfatória (pela pessoa ou comunidade que possui a crença)."
A Teoria Pragmática da Natureza da Verdade (ponto de vista (2)) está intimamente relacionada com a Teoria Pragmática do Critério de Verdade (ponto de vista (3)), ainda que sempre é importante distinguir entre a Teoria da (a natureza da) Verdade e uma Teoria do Critério de Verdade. Esta distinção é familiar a matemáticos através dos trabalhos de Tarski, que enfatizou a correspondência como a natureza da verdade matemática e da probabilidade como o critério da verdade matemática. A demonstração de Tarski do teorema de Gödel explora esta distinção, notando que indefinibilidade aritmética da verdade aritmética (teorema da provabilidade aritmética), para implicar que verdade aritmética não é coextensiva com a provabilidade aritmética (A. Tarski, Logic, semantics, metamathematics, tradução inglesa, veja pp. 197-8, 246-54, Clarendon Press, Oxford, 1956; MR 17, 1171; segunda edição, Hackett, Indianapolis, Ind., 1983; MR 85e: 01065; Sci. Amer. 220, 1969, 63-77, especialmente pp. 69-77).
ESPECIES E NOÇÕES DE VERDADE
Verdade Provável: (aquela que depende da situação) - São as verdades "matemáticas", por assim dizer. possíveis, prováveis e até coerentes. Contudo, verdade não é apenas o que é coerente, abrangente, provável ou que funciona para se executar uma tarefa ou explicar algo (o nome pra isso é “teoria” no primeiro caso e “hipótese” no segundo). A chamada verdade provável é construída a partir de dados experimentais, matemáticos, indutivos e sempre depende de algum estudo estatístico ou método de medição. 
O que é muito útil, mas apresenta algumas limitações: precisa de constante reciclagem, é passível de mudança súbita mediante novas descobertas, etc. Um caso clássico é quando um candidato é apontado como favorito na disputa eleitoral e perde. Supondo que não houve desonestidade na pesquisa a explicação fica simples: toda pesquisa é feita com uma “amostra” da população ou de “alguns casos” envolvendo o objecto de estudo (que pode ser uma doença, uma tendência de mercado, ou até mesmo uma opinião convicta baseada nas experiências pessoais de sua vida). Como a pesquisa no exemplo acima apresentou um resultado equivocado a explicação mais provável é que tenham entrevistado, por acaso, uma amostra de pessoas que era favorável ao candidato derrotado, mas não eram a maioria dos eleitores.
Verdade Substancial (outra que também depende da situação) - É a verdade de um fato concreto ou daquilo que é, ou que ocorreu com alguém em alguma época e em algum lugar. Filmes como Matrix ilustram como pode haver um disparate entre a realidade e o que nós achamos ser real. Se eu digo: "Hoje, dia 30 de Setembro de 2006, às 16h e 21min, eu, Jean, sinto frio." - trata-se de algo verdadeiro pra mim se eu realmente estiver sentindo frio (coisa que só eu sei), mas não é verdadeiro se estiver se referindo a, por exemplo, você, ou a alguém que esteja no equador na mesma data e hora, ou de alguém que esteja muito bem agasalhado e tomando chá quente sentado diante de uma lareira. É o famoso "cada um, cada um". Essa é a categoria de “verdade” onde ficam enquadradas nossas opiniões e experiências pessoais, mas o fato de cada um ter a sua não quer dizer que todos estão certos ao mesmo tempo num mesmo sentido nem muito menos que não existam verdades inquestionáveis.
Verdade Inegável (verdade inquestionável) - De tão verdadeira, não pode, sob hipótese alguma, ser refutada ou negada. É através dela quedefinimos a realidade e estão directamente ligadas à fala (50%) e à estrutura do pensamento (50%). Sem elas não poderíamos sequer construir um simples pensamento. Ex.: Se eu observo um triângulo e quero explicar pra alguém o que é um triângulo eu digo que “triângulo é todo objecto que tem 3 lados”; se falo de uma bola, esta nunca poderá ser quadrada; se falo que 2+2=4 isso nunca será 2+2=5, se falo de um morto ele não pode mais estar vivo, se me refiro a um homem casado, ele não pode mais estar solteiro. São todas verdades inegáveis porque a própria definição daquilo que eu afirmo não permite outro significado nem nenhuma outra interpretação senão a descrição precisa e exacta de um fato.
Verdade Necessária (verdade absoluta) - ou verdade ontológica, é uma verdade que não só é impossível de ser negada como é também impossível de não existir, já que dela implica a existência de todas as outras categorias. Lembrando que “intenção, crença ou desejo não são verdades absolutas” (afinal, atire a primeira pedra quem nunca falou algo que achava estar certo e errou? Ou ainda, quem de nós nunca mudou de ideia sobre algo que antes gostava? Ou mesmo quem de nós nunca acreditou numa mentira?). Se o mundo existe e podemos pensar sobre ele, do mesmo modo como para cada desejo existe uma forma de satisfação, se eu digo algo como “não existe verdade” é o mesmo que dizer: “a verdade não corresponde à realidade”, mas isso também é uma tentativa de explicar algo que correspondente à verdade (pois é o mesmo que tentar explicar a realidade dizendo que a realidade não existe!). Logo, o que digo é falso! O ser humano pensa através de comparações, isso nos mostra que “verdade é a correta descrição do assunto sobre o qual falo”. A “verdade necessária” da qual decorre todo o conhecimento e que todos nós usamos para compor cada pensamento nosso é sempre que: “alguma coisa é verdade absoluta”. Ainda que você não saiba ou não queira saber que verdade é essa.
Cepticismo absoluto – Pírron de Élis (360-270 a.C.)
É impossível ao sujeito apreender o objecto;
Não há, por conseguinte, qualquer conhecimento verdadeiro;
Logo, aconselha a suspensão do juízo.
Cepticismo mitigado – Arcesilau (315-241 a.C.) e Carnéades (213-128 a.C.)
Um tipo de cepticismo mais moderado do que o cepticismo pirrónico;
Não estabelece a impossibilidade absoluta do conhecimento mas sim a impossibilidade de um saber rigoroso;
Não podemos afirmar se este ou aquele juízo é ou não verdadeiro, se corresponde ou não à realidade, apenas podemos dizer se é ou não provável.
Cepticismo metódico (Descartes):
O cepticismo como parte do espírito crítico e autónomo, um meio para alcançar a verdade e não uma confissão explícita de que não a podemos encontrar;
Descartes começa por pôr tudo em dúvida, para eliminar o falso e chegar a um saber absolutamente seguro.
com a dúvida, liberta-se a razão, para alcançar o verdadeiro conhecimento.
Cepticismo metafísico (David Hume)
Destaca a impossibilidade de conhecermos aquilo que ultrapassa a nossa experiência sensível;
Deus, a alma, o mundo espiritual não são realidades acessíveis ao conhecimento humano – nem sequer podemos afirmar que existam;
Devemos limitar-nos à experiência, evitando especulações.
ALGUNS ARGUMENTOS DO CEPTICISMO NA RESPOSTA DO CENSO COMUM
O cepticismo, na sua versão mais extrema, é a ideia de que o conhecimento não é possível. Os cépticos podem apresentar o seguinte argumento a favor da sua posição:
Se S sabe que P, então não é possível que S esteja enganado acerca de P. 
É possível que S esteja enganado acerca de P. 
Portanto, S não sabe que P.
Este argumento é um modus tollens e tem, por isso, forma válida. Se as premissas forem verdadeiras, o argumento é sólido e a conclusão verdadeira. A primeira premissa é meramente a expressão da condição que uma proposição tem de estar justificada de modo a garantir a sua verdade para que possa ser conhecimento. Admitamos, por isso, que é verdadeira. E a segunda? Como prova o céptico esta premissa? É possível defendê-la apelando, por exemplo, aos erros e ilusões dos sentidos ou às limitações da memória e da razão. Mas também é possível defendê-la com um argumento mais geral que vise mostrar que nunca podemos justificar as nossas crenças e, portanto, que é sempre possível que estejamos enganados acerca delas.
Para vermos como, pensemos numa qualquer afirmação de cuja verdade julguemos estar absolutamente certos, como, por exemplo, que “A Lua é o único satélite natural da Terra”, ou que “Portugal situa-se na Europa”. A questão crucial é esta: que justificação temos para estarmos certos da sua verdade? Temos de ter uma justificação, claro. Caso contrário essas crenças não constituem conhecimento. Podemos justificar as nossas crenças dizendo, por exemplo, que as aprendemos na escola com os nossos professores de Geografia ou de Ciências da Natureza, que, dada a sua formação, são especialistas no assunto. O que fizemos, deste modo, foi justificar uma crença com outra crença. Mas isto, como é óbvio, levanta uma outra questão: que justificação temos para esta nova crença? Esta crença está, afinal de contas, numa posição similar à primeira. Se essa precisa de uma justificação, porque sem ela não constitui conhecimento, o mesmo se passa com esta. 
E, evidentemente, se esta não constitui conhecimento, também não pode justificar a primeira. Uma forma de justificar esta segunda crença é, claro, recorrer a uma outra da qual ela possa derivar. É fácil ver, no entanto, que o mesmo problema se colocará em relação a essa nova crença. Também ela precisará de uma justificação. Cada afirmação precisa de uma justificação e a justificação de uma nova justificação, numa regressão sem fim. Desse modo, parece, nem a primeira nem qualquer das outras crenças está justificada.
Respostas aos cépticos
O argumento dos cépticos, apesar da sua aparente força, está em conflito com as nossas crenças de senso comum. Pensamos e agimos com base na convicção de que temos conhecimento. É, portanto, natural que tenham surgido respostas ao trilema de Agripa com o objectivo de mostrar que, ao contrário do que esse trilema pretende, o conhecimento existe. São três as principais respostas.
A primeira resposta que vamos considerar é o infinitismo. O infinitismo é o ponto de vista segundo o qual é possível justificar as nossas crenças por intermédio de cadeias infinitas de crenças. Os defensores do infinitismo recusam, portanto, que a primeira opção do trilema de Agripa não permita justificar as nossas crenças. Embora tenha alguns defensores recentes, esta posição é, de todas, a menos popular e historicamente menos importante. Com efeito, não se vê como uma cadeia infinita de crenças pode justificar uma crença. Por mais que remontemos nas crenças há sempre uma crença que não está justificada e que carece de justificação.
Uma segunda tentativa de resposta é o coerentismo. Os defensores desta tese recusam que não seja possível justificar uma crença por uma cadeia circular de justificações, como pretende o trilema de Agripa. Segundo eles, as nossas crenças constituem uma espécie de rede ou de teia, que se for suficientemente vasta, permite às crenças que a constituem suportarem-se mutuamente. Deste ponto de vista, uma crença está justificada se se integra coerentemente, isto é, sem conflito, nesse conjunto de crenças que constitui a rede. Uma objecção clássica ao coerentismo é, no entanto, que é possível ter um conjunto coerente de crenças falsas, como acontece, por exemplo, com as pessoas que sofrem de paranóia ou na maioria das teorias da conspiração.
Que podem os fundacionistas responder a esta objecção? Os fundacionistas podem responder que há certas crenças ― as crenças fundacionais ― que são auto-evidentes, ou não precisam de justificação ou são justificadas pela experiência, o que garante a sua verdade e a verdade de todas as crenças não-fundacionais que são justificadas por seu intermédio. Isto é, os fundacionistas podem responder que o conhecimento existe porque podemos justificaras nossas crenças por intermédio de outras crenças que, por serem fundacionais, é impossível serem falsas. 
Infinitismo: Toda a crença justificada é justificada por uma cadeia infinita de crenças.
Coerentismo: Toda a crença justificada é justificada por uma rede de crenças na qual se integra sem conflito.
Fundacionismo: Toda a crença justificada é justificada directa ou indirectamente por uma crença que não precisa de justificação.
COCNCLUSÃO
Depois da investigação chegamos a conclusão que O Cepticismo é a doutrina do constante questionamento. O termo Cepticismo é de origem grega e significa exame, seu fundador foi Pirro, no século IV a.C.. Pintor nascido no Peloponeso, não deixou nenhum escrito filosófico sobre o assunto, mas desenvolveu um grande interesse por filosofia que o levou a fundar uma escola filosófica que garantiu sua reputação entre os contemporâneos. 
Segundo o cepticismo A verdade não existe; se existisse, seria impossível conhecê-la; e ainda que se pudesse conhecê-la, seria impossível comunicá-la. Essa fórmula resume os princípios do cepticismo e orienta a reflexão sobre os fundamentos e limites do conhecimento.
A ciência moderna é baseada no cepticismo. Por um lado, a ciência deve estar sempre aberta a novas ideias (por mais estranhas que pareçam), desde que apoiadas em evidências científicas, mas deve fazê-lo de forma que sejam sempre devidamente escrutinadas, de modo a assegurar a veracidade de suas implicações e resultados. 
O relativismo é o conceito de que os pontos de vista não têm uma verdade absoluta ou validade intrínsecas, mas eles têm apenas um valor relativo, subjectivo, de acordo com diferenças na percepção e consideração.
O relativismo, dessa forma, leva em consideração diversos tipos de análise, mesmo sendo análises aparentemente contraditórias.
As teorias da verdade-como-correspondência estão baseadas na ideia de que “verdade é correspondência com a realidade”, ou seja, um portador-de-valor-de-verdade é verdadeiro quando as coisas no mundo são como os portadores-de-valor-de-verdade dizem que são. 
A verdade e coerência não pode, evidentemente, proceder assim, pois ela não faz nenhuma referência ao mundo. A verdade-coerência é o resultado de um longo processo:
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