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QUAIS OS CRITÉRIOS QUE A PSICOLOGIA DEVERIA SATISFAZER PARA ADQUIRIR O STATUS DE CIÊNCIA

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Aluna: Mirella Ferreira Monteiro de Castro (2019.0338.616.1)
Disciplina: Introdução a Psicologia
Professora: Iara Maria de Farias
QUAIS OS CRITÉRIOS QUE A PSICOLOGIA DEVERIA SATISFAZER PARA ADQUIRIR O STATUS DE CIÊNCIA ?
A Psicologia começou a ser estudada como um ramo da filosofia, e só no século XIX começou a ser reconhecida como ciência.
Durante séculos, a psicologia foi estudada por diversas vertentes, mas sempre buscando entender o comportamento das pessoas em diferentes situações, mas nenhum desses caminhos pode ser confundido com a psicologia científica. Diversas práticas holísticas podem contribuir com a cura do ser humano, e até, particularmente, acredito que a astrologia quando estudada por psicólogos contribuiu muito no entendimento maior sobre o paciente, mas sei que não são constituídas no campo da ciência, a partir do método e dos princípios científicos. 
Entretanto, a psicologia, deve relacionar-se com estes saberes sem preconceito, reconhecendo que o homem construiu muitos saberes e, embora não estejam no campo da Psicologia eles podem se tornar seu objeto de estudo.
Filósofos gregos estudavam a Alma, como um princípio da vida mental e espiritual – “a vida mental é uma função do cérebro”.
Todos estes estudos derivavam as idéias modernas, e foram as primeiras pedras na base da psicologia como ciência. Mas, gradualmente, à medida que a perspectiva científica foi desenvolvida, a filosofia começou a perder sua força e a psicologia foi definida como o “estudo da mente”.
A Psicologia começou a ser considerada uma ciência apenas no século XIX, na Alemanha, por Wilhelm Wundt, quando ele montou o primeiro Instituto de Psicologia em 1879, possibilitando que os primeiros psicólogos profissionais adquiriram as competências de trabalho experimental para estudar a mente. Wundt centrou seu trabalho nas experiências conscientes, e ele substituiu o conceito de espírito por consciência, adotando o método de “introspecção”.
Foi um marco para o reconhecimento da psicologia como ciência.
Decorrido tempo, o desenvolvimento da Psicologia como uma ciência independente tem ímpeto. Os psicólogos começaram rejeitando os diferentes métodos e abordagens baseadas em especulações e tentaram fornecer base científica para o assunto.
Esses esforços resultaram no surgimento de diferentes escolas de pensamento como o estruturalismo, o funcionalismo, Behaviorismo, gestaltismo, Psicanálise, Escola humanista, etc. A formulação destas escolas tem levado a várias abordagens para entender o comportamento em suas próprias maneiras.
Uma breve análise das abordagens da Psicologia
Estruturalismo:
Esta escola centrou a sua atenção para estudar as experiências conscientes, estrutura do cérebro e sistema nervoso que são responsáveis por tais experiências.
O destaque entre os estruturalistas foi EB Titchener (1867-1927) um psicólogo britânico que considerava psicologia como ciência da Consciência. Estruturalismo tentou analisar os três elementos básicos da consciência: sensações, sentimentos e imagens e, desta forma fez um estudo sistemático da mente, analisando sua estrutura e, portanto, foi nomeado como estruturalismo.
Funcionalismo :
Funcionalismo foi iniciado por William James (1842-1910), o pai da psicologia americana. Os outros psicólogos importantes que pertenciam a esta escola foram John Dewey, James Angell, etc. Funcionalistas defendiam o funcionamento da mente como um aspecto importante.
Segundo eles a mente vai sempre ajudar a pessoa a se adaptar a seu meio ambiente. Eles foram influenciados pela teoria da evolução e biologia de Darwin.
Behaviorismo:
Esta escola de pensamento foi iniciada por JB Watson (1878-1958). Os outros psicólogos notáveis incluem Thorndike, Pavlov, Skinner, Tolman, Hull, etc.
Watson definiu a psicologia como ciência do comportamento do organismo. Ele concentrou sua atenção no estudo do comportamento observável e rejeitou as forças internas invisíveis da mente. Watson rejeitou o método de introspecção como não confiável e não-científico e defendeu o método de observação e verificação. Behaviorismo enfatizou os reflexos condicionados como elementos de comportamento.
De acordo com Watson reflexos condicionados são respostas aprendidas aos estímulos. Ele enfatizou a necessidade de observação com objetivo de estudar o comportamento humano e animal. Até o surgimento desta escola, psicólogos se concentravam apenas no estudo do comportamento humano e não havia espaço para estudo do comportamento animal. Watson salientou o papel do ambiente e estímulos na formação do comportamento. Ele declarou que poderia fazer qualquer coisa de uma criança – um mendigo, advogado, cientista ou criminoso.
Psicologia da Gestalt:
Esta escola de pensamento foi criada no ano de 1912 por três psicólogos alemães: Max Wertheimer (1880-1941) e seus colegas Kurt Koffka (1886-1941) e Wolfgang Kohler (1887- 1967).
O termo Gestalt significa “Forma” ou “Configuração”. Esses psicólogos fizeram oposição a abordagem atomística ou molecular para estudar o comportamento. Eles disseram que a mente não é composta de elementos e, portanto, pode ser entendida melhor apenas se estudá-la como um todo.
O princípio fundamental da escola Gestalt é “o todo é melhor do que a soma total de suas partes“. De acordo com ela, o indivíduo percebe uma coisa como um todo e não como um mero conjunto de elementos. Da mesma forma a sensação ou percepção será experimentada como um todo. Por exemplo, quando olhamos para uma mesa de madeira, não vamos enxergá-la como um conjunto de peças diferentes, mas como um todo, só então percebemos como um objeto significativo.
Como resultado, o comportamento humano é caracterizado como um comportamento inteligente, em vez de um mecanismo de estímulos e resposta simples. Desta forma, a psicologia da Gestalt se opôs fortemente os pontos de vista das outras escolas.
Psicanálise:
Psicologia foi concentrando-se principalmente sobre a psique humana normal, até a chegada de Sigmund Freud (1856-1939), que fundou a Escola de Psicanálise. Esta teoria surgiu a partir da história clínica dos doentes mentais.
Freud desenvolveu sua teoria baseada na motivação inconsciente. Ele inclui diferentes conceitos como comportamento consciente, subconsciente e inconsciente, estrutura da psique, a repressão, a catarse, o desenvolvimento psicossexual da criança, libido, análise de sonhos, etc., que ajudam a analisar o comportamento humano integral, especialmente do ponto de vista do entendimento do comportamento anormal.
Com a opinião de que, Freud deu excessiva importância ao sexo, dois de seus seguidores se separaram e estabeleceram sua própria escola de pensamento. Alfred Adler (1870-1937) começou a “psicologia individual”, na qual ele colocou poder como motivo no lugar do sexo de Freud e Carl Gustav Jung (1875-1961) começou a “Psicologia Analítica ‘, que enfatiza o desenvolvimento da personalidade individual do”Inconsciente Coletivo“.
Alguns outros psicólogos influenciados por Freud que eram conhecidos como Neo freudianos também contribuíram muito para a psicologia moderna. Algumas das figuras notáveis são Anna Freud (a filha de Freud), Karen Horney, Sullivan, Eric Fromm, Erik Erickson, etc.
Psicologia Humanista:
Esta escola de pensamento foi desenvolvida por psicólogos como Abraham Maslow, Carl Rogers, Rollo May, Gorden Allport, etc. A psicologia humanista dá mais valor ao ser humano. Humanistas acreditavam que o comportamento é controlado pela nossa própria vontade e não pelo inconsciente ou pelo ambiente.
Eles estavam mais interessados em resolver o problema humano do que em experimentos de laboratório. Humanistas esperam que cada pessoa alcance seu pleno potencial e alcance a auto-realização.
Como foi dito no início, a história da psicologia é muito curta. Mas dentro desta curta duração de cerca de 150 anos, muitos psicólogos contribuíram com o seu conhecimento para fazer psicologia uma ciência.
PSICOLOGIA CIENTÍFICA 
A ciência compõem-se deum conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (que são os seus objetos de estudo), expressos por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. 
Esses conhecimentos são obtidos de maneira programada, sistemática e controlada, para que permita a verificação de sua validade e buscando a objetividade do conhecimento produzido.
Estabelecer os limites entre o senso comum, práticas alternativas, misticismo e a ciência psicológica; 
•Localizar a Psicologia como ciência entre as ciências humanas em suas bases histórico-filosóficas e entre as ciências da saúde em sua atuação profissional; 
•Identificar o(s) objeto(s) e os métodos da psicologia; 
•Conhecer e identificar as principais abordagens teóricas; 
•Identificar os campos de aplicação da psicologia; 
•Conhecer as especificidades da formação, preceitos éticos e regulamentação da profissão de psicologia no Brasil bem como as especificidades do Curso de Psicologia desta instituição. 
PSICOLOGIA CIENTÍFICA 
A ciência é um processo permanente de conhecimento do mundo , um exercício de diálogo entre o pensamento humano e a realidade, em todos os seus aspectos.
OBJETO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA 
SUBJETIVIDADE 
A subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da vida social e cultural; é uma síntese que nos identifica, de um lado, por ser única, e nos iguala, de outro lado, na medida em que os elementos que a constituem são experenciados no campo comum da objetividade social. 
A subjetividade é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um. É o que constitui o nosso modo de ser. 
A subjetividade não é inata, mas se constrói aos poucos, apropriando-se do material do mundo social e cultural, e faz isso ao mesmo tempo em que atua sobre este mundo, ou seja, o homem é ativo na sua construção.
Psicologia é a ciência que estuda o comportamento e as funções mentais.[1][2][3] A psicologia tem como objetivo imediato a compreensão de grupos e indivíduos tanto pelo estabelecimento de princípios universais como pelo estudo de casos específicos,[4] e tem, segundo alguns, como objetivo final o benefício geral da sociedade.[5] Um pesquisador ou profissional desse campo é conhecido como psicólogo, podendo ser classificado como cientista social, comportamental ou cognitivo. A função dos psicólogos é tentar compreender o papel das funções mentais no comportamento individual e social, estudando também os processos fisiológicos e biológicos que acompanham os comportamentos e funções cognitivas. 
Psicólogos exploram conceitos como percepção, cognição, atenção, emoção, Inteligência, fenomenologia, motivação, funcionamento do cérebro humano, personalidade, comportamento, relacionamentos interpessoais, incluindo resiliência, entre outras áreas. Psicólogos de orientações diversas também estudam conceitos como o inconsciente e seus diferentes modelos.[nota 1] 
Embora em geral o conhecimento psicológico seja construído como método de avaliação e tratamento das psicopatologias, também é direcionado à compreensão e resolução de problemas em diferentes camadas do comportamento humano. A grande maioria dos psicólogos pratica algum tipo de papel terapêutico, seja na psicologia clínica ou no aconselhamento psicológico. Outros dedicam-se à contínua pesquisa científica relacionada aos processos mentais e o comportamento, tipicamente dentro dos departamentos psicológicos das universidades ou outros ambientes acadêmicos. Além dos campos terapêutico e acadêmico, a psicologia aplicada é empregada em outras áreas relacionadas ao comportamento humano, como a psicologia do trabalho nos ambientes industriais ou organizacionais, psicologia educacional, psicologia esportiva, psicologia da saúde, psicologia do desenvolvimento, psicologia forense, psicologia jurídica, dentre outros.[6] 
Os psicólogos são os profissionais responsáveis pela elaboração a aplicação dos testes psicológicos e pela construção de escalas que buscam compreender os mais diversos processos mentais (atenção, memória, linguagem, inteligência entre outros), para depressão, ansiedade, e para os mais diversos objetivos como uma avaliação psicológica, um processo seletivo de emprego e na Psicologia Forense por exemplo.[7] 
A psi é a vigésima terceira letra do alfabeto grego e o símbolo universal da psicologia. A psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais dos indivíduos (psiquismo) É geralmente definida como o estudo científico do comportamento e dos processos mentais, isto é, estuda todos os actos e reacções observáveis, mas também processos como os sentimentos, as emoções e as representações mentais que não podem ser observadas directamente. Cabe agora definir tais termos:[10] 
Dizer que a psicologia é uma ciência significa que ela é regida pelas mesmas leis do método científico as quais regem as outras ciências: ela busca um conhecimento objetivo, baseado em fatos empíricos. Pelo seu objeto de estudo a psicologia desempenha o papel de elo entre as ciências sociais, como a sociologia e a antropologia, as ciências naturais, como a biologia, e áreas científicas mais recentes como as ciências cognitivas e as ciências da saúde. Comportamento é a atividade observável (de forma interna ou externa) dos organismos na sua busca de adaptação ao meio em que vivem. Dizer que o indivíduo é a unidade básica de estudo da psicologia significa dizer que, mesmo ao estudar grupos, o indivíduo permanece o centro de atenção - ao contrário, por exemplo, da sociologia, que estuda a sociedade como um conjunto. Os processos mentais são a maneira como a mente humana funciona - pensar, planejar, tirar conclusões, fantasiar e sonhar. O comportamento humano não pode ser compreendido sem que se compreendam esses processos mentais, já que eles são a sua base. Como toda a ciência, o fim da psicologia é a descrição, a explicação, a previsão e o controle do desenvolvimento do seu objeto de estudo. Como os processos mentais não podem ser observados mas apenas inferidos, torna-se o comportamento o alvo principal dessa descrição, explicação e previsão (mesmo as novas técnicas visuais da neurociência que permitem visualizar o funcionamento do cérebro não permitem a visualização dos processos mentais, mas somente de seus correlatos fisiológicos, ou seja, daquilo que acontece no organismo enquanto os processos mentais se desenrolam). Descrever o comportamento de um indivíduo significa, em primeiro lugar, o desenvolvimento de métodos de observação e análise que sejam os mais objetivos possíveis e em seguida a utilização desses métodos para o levantamento de dados confiáveis. A observação e a análise do comportamento podem ocorrer em diferentes níveis - desde complexos padrões de comportamento, como a personalidade, até a simples reação de uma pessoa a um sinal sonoro ou visual. A introspecção é uma forma especial de observação (ver mais abaixo o estruturalismo). A partir daquilo que foi observado o psicólogo procura explicar, esclarecer o comportamento. A psicologia parte do princípio de que o comportamento se origina de uma série de fatores distintos: variáveis orgânicas (disposição genética, metabolismo, etc.), disposicionais (temperamento, inteligência, motivação, etc.) e situacionais (influências do meio ambiente, da cultura, dos grupos de que a pessoa faz parte, etc.). As previsões em psicologia procuram expressar, com base nas explicações disponíveis, a probabilidade com que um determinado tipo de comportamento ocorrerá ou não. Com base na capacidade dessas explicações de prever o comportamento futuro se determina a também a sua validade. Controlar o comportamento significa aqui a capacidade de influenciá-lo, com base no conhecimento adquirido. Essa é a parte mais prática da psicologia, que se expressa, entre outras áreas, na psicoterapia.[10] 
Para o psicólogo soviético A. R. Luria, um dos fundadores da neuropsicologia, a psicologia do homemdeve ocupar-se da análise das formas complexas de representação da realidade, que se constituíram ao longo da história da sociedade e são realizadas pelo cérebro humano, incluindo as formas subjetivas da atividade consciente sem substituí-las pelos estudo dos processos fisiológicos que lhes servem de base nem limitar-se a sua descrição exterior. 
Segundo esse autor, além de estabelecer as leis da sensação e percepção humana, regulação dos processos de atenção, memorização (tarefa iniciada por Wundt), na análise do pensamento lógico, formação das necessidades complexas e da personalidade, considera esses fenômenos como produto da história social (compartilhando, de certo modo com a proposição da Völkerpsychologie de Wundt (ver mais abaixo "História da Psicologia") e com as proposições de estudo simultâneo dos processos neurofisiológicos e das determinações histórico-culturais, realizadas de modo independente por seu contemporâneo Vigotsky).[11] 
Ver também: Anexo:Subdisciplinas e áreas de atuação da psicologia e Subdisciplinas e áreas de atuação da psicologia História[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: História da psicologia 
Wilhelm Wundt (sentado) e seu grupo no seu laboratório psicológico, o primeiro desse tipo. Wundt é creditado pela criação da psicologia como um campo de investigação científica independente da filosofia e biologia. Perspectivas históricas[editar | editar código-fonte] "A psicologia possui um longo passado, mas uma história curta".[12] Com essa frase descreveu Hermann Ebbinghaus, um dos primeiros psicólogos experimentais, a situação da psicologia - tanto em 1908, quando ele a escreveu, como hoje: desde a Antiguidade pensadores, filósofos e teólogos de várias regiões e culturas dedicaram-se a questões relativas à natureza humana - a percepção, a consciência, a loucura. Apesar de teorias "psicológicas" fazerem parte de muitas tradições orientais, a psicologia enquanto ciência tem suas primeiras raízes nos filósofos gregos, mas só se separou da filosofia no final do século XIX. 
O primeiro laboratório psicológico foi fundado pelo fisiólogo alemão Wilhelm Wundt em 1879 tendo publicado seu livro "Principles of Physiological Psychology" em Leipzig, na Alemanha. Seu interesse se havia transferido do funcionamento do corpo humano para os processos mais elementares de percepção e a velocidade dos processos mentais mais simples. O seu laboratório formou a primeira geração de psicólogos. Alunos de Wundt propagaram a nova ciência e fundaram vários laboratórios similares pela Europa e os Estados Unidos. Edward Titchener foi um importante divulgador do trabalho de Wundt nos Estados Unidos. Mas uma outra perspectiva se delineava: o médico e filósofo americano William James propôs em seu livro "The Principles of Psychology (1890)" - para muitos a obra mais significativa da literatura psicológica - uma nova abordagem mais centrada na função da mente humana do que na sua estrutura. Nessa época era a psicologia já uma ciência estabelecida e até 1900 já contava com mais de 40 laboratórios na América do Norte[10] 
Estruturalismo[editar | editar código-fonte] Em seu laboratório Wundt dedicou-se a criar uma base verdadeiramente científica para a nova ciência. Assim realizava experimentos para levantar dados sistemáticos e objetivos que poderiam ser replicados por outros pesquisadores. Para poder permanecer fiel a seu ideal científico, Wundt se dedicou principalmente ao estudo de reações simples a estímulos realizados sob condições controladas. Seu método de trabalho seria chamado de estruturalismo por Edward Titchener, que o divulgou nos Estados Unidos. Seu objeto de estudo era a estrutura consciente da mente e do comportamento, sobretudo as sensações. Um dos métodos usados por Titchener era a introspecção: nela o indivíduo explora sistematicamente seus próprios pensamentos e sensações a fim de ganhar informações sobre determinadas experiências sensoriais. A tônica do trabalho era assim antes compreender o que é a mente, do os comos e porquês de seu funcionamento. As principais críticas levantadas contra o Estruturalismo foram: 
Por ser reducionista, ou seja, querer reduzir a complexidade da experiência humana a simples sensações; Por ser elementarista, ou seja, dedicar-se ao estudo de partes ou elementos ao invés de estudar estruturas mais complexas, como as que são típicas para o comportamento humano e; Por ser mentalista, ou seja, basear-se somente em relatórios verbais, excluindo indivíduos incapazes de introspecção, como crianças e animais, do seu estudo. Além disso a introspecção foi alvo de muitos ataques por não ser um verdadeiro método científico objetivo[10]. Funcionalismo[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Funcionalismo William James concordava com Titchener quanto ao objeto da psicologia - os processos conscientes. Para ele, no entanto, o estudo desses processos não se limitava a uma descrição de elementos, conteúdos e estruturas. A mente consciente é, para ele, um constante fluxo, uma característica da mente em constante interação com o meio ambiente. Por isso sua atenção estava mais voltada para a função dos processos mentais conscientes. Na psicologia, a seu entender, deveria haver espaço para as emoções, a vontade, os valores, as experiências religiosas e místicas - enfim, tudo o que faz cada ser humano único. As ideias de James foram desenvolvidas por John Dewey, que dedicou-se sobretudo ao trabalho prático na educação[10]. 
Gestalt, ou psicologia da forma[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Gestalt Uma importante reação ao funcionalismo e ao comportamentalismo nascente (ver abaixo) foi a psicologia da gestalt ou da forma, representada por Max Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang Köhler. Principalmente dedicada ao estudo dos processos de percepção, essa corrente da psicologia defende que os fenômenos psíquicos só podem ser compreendidos, se forem vistos como um todo e não através da divisão em simples elementos perceptuais. A palavra gestalt significa "forma", "formato", "configuração" ou ainda "todo", "cerne". O gestaltismo assume assim o lema: "O todo é mais que a soma das suas partes"[10]. 
Distinta da psicologia da gestalt, escola de pesquisa de significado basicamente histórico fora da psicologia da percepção, é a gestalt-terapia, fundada por Frederic S. Perls (Fritz Perls). 
O legado dos primórdios[editar | editar código-fonte] Apesar de serem perspectivas já ultrapassadas, tanto o estruturalismo como o funcionalismo e a gestalt ajudaram a determinar o rumo que a psicologia posterior viria a tomar. Hoje em dia os psicólogos procuram compreender tanto as estruturas como a função do comportamento e dos processos mentais absolutos. 
História da Psicologia no Brasil[editar | editar código-fonte] É relevante afirmar que desde o período Colonial no Brasil, já havia preocupações com o fenômeno psicológico, contudo não podemos afirmar que se tratava propriamente de Psicologia. O homem sendo parte fundante e personagem principal do desenvolvimento das ideias, cria e elabora ideias psicológicas, dentre tantas outras. É possível entender que também no Brasil, a Psicologia vai se desenvolvendo como ideias e posteriormente como ciência. 
A pesquisa de Massimi (1990)[13] evidencia que os conhecimentos psicológicos foram sendo elaborados ao longo do tempo em várias culturas e que este objeto de estudo se denomina História das ideias psicológicas. Numa análise sobre o período colonial brasileiro, esta autora pontua que temas relevantes no que diz respeito a conhecimentos e práticas psicológicas foram produzidos. É conveniente evidenciar também que durante o século XIX, principalmente no final deste, a psicologia esteve presente em várias partes do Brasil, vinculadas a outras áreas de conhecimento. Havia uma preocupação com os fenômenos psicológicos no interior da Medicina e da Educação. Para Antunes (2004)[14] , este processo vai aos poucos contribuindo com o reconhecimento da Psicologia como área específica desaber. 
Perspectivas atuais[editar | editar código-fonte] Segue uma descrição sucinta das principais correntes de pensamento que influenciam a moderna psicologia. Para mais informações, ver os artigos principais indicados e ainda psicoterapia. 
A perspectiva biológica[editar | editar código-fonte] 
O caduceu de Asclépio é apenas uma cobra enrolada em um bastão. O erro cometido acima é bastante comum todavia, já que por ignorância, algumas entidades ligadas a medicina acabam utilizando o símbolo do Caduceu, o bastão do deus Hermes, símbolo visto em áreas voltadas ao comércio e a comunicação. Enquanto símbolo da psicologia médica é usado juntamente com o emblema da psicologia, a letra grega "psi" = Ψ A base do pensamento da perspectiva biológica é a busca das causas do comportamento no funcionamento dos genes, do cérebro e dos sistemas nervoso e endócrino. O comportamento e os processos mentais são assim compreendidos com base nas estruturas corporais e nos processos bioquímicos no corpo humano, de forma que esta corrente de pensamento se encontra muito próxima das áreas da genética, da neurociência e da neurologia e por isso está intimamente ligada ao importante debate sobre o papel da predisposição genética e do meio ambiente na formação da pessoa. Essa perspectiva dirige a atenção do pesquisador à base corporal de todo processo psíquico e contribui com conhecimento básico a respeito do funcionamento das funções psíquicas como pensamento, memória e percepção[10]. 
Psicologia médica[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Psicologia médica O processo saúde-doença merece uma atenção especial e pode ser compreendido de diferentes formas além do direcionado ao tratamento do distúrbio mental propriamente dito. Inicialmente abordado pela psicopatologia, advinda da distinção progressiva do objeto da neurologia e psiquiatria, e consolidação destas como especialidades médicas, a percepção da importância dos fatores emocionais no adoecimento e recuperação da saúde já estavam presentes na medicina hipocrática e na homeopatia, contudo foi somente em meados do século XX que surgiram aplicações da psicologia nas intervenções clínicas atualmente denominadas por medicina psicossomática, psicologia médica, psicologia hospitalar e psicologia da saúde.[15] 
A perspectiva psicodinâmica[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Teoria psicanalítica Segundo a perspectiva psicodinâmica, o comportamento é movido e motivado por uma série de forças internas, que buscam dissolver a tensão existente entre os instintos, as pulsões e as necessidades internas de um lado e as exigências sociais de outro. O objetivo do comportamento é assim a diminuição dessa tensão interna. 
A perspectiva psicodinâmica teve sua origem nos trabalhos do médico vienense Sigmund Freud (1856-1939) com pacientes psiquiátricos, mas ele acreditava serem esses princípios válidos também para o comportamento normal. O modelo freudiano é notoriamente reconhecido por enfatizar que a natureza humana não é sempre racional e que as ações podem ser motivadas por fatores não acessíveis à consciência. Além disso, Freud dava muita importância à infância, como uma fase importantíssima na formação da personalidade. A teoria original de Freud, que foi posteriormente ampliada por vários autores mais recentes e influenciou fortemente muitas áreas da psicologia, tem sua origem não em experimentos científicos, mas na capacidade de observação de um homem criativo, inflamado pela ideia de descobrir os mistérios mais profundos do ser humano[10]. 
A perspectiva analítica[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Psicologia analítica Em reação à perspectiva psicodinâmica, Carl Gustav Jung começou a desenvolver um sistema teórico que chamou, originalmente, de "Psicologia dos Complexos", mais tarde chamando-o de "Psicologia Analítica", como resultado direto de seu contato prático com seus pacientes. Utilizando-se do conceito de "complexos" e do estudo dos sonhos e de desenhos, esta corrente se dedica a entender profundamente aos meios pelos quais se expressa o inconsciente. Nessa teoria, enquanto o inconsciente pessoal consiste fundamentalmente de material reprimido e de complexos, o inconsciente coletivo é composto fundamentalmente de uma tendência para sensibilizar-se com certas imagens, ou melhor, símbolos que constelam sentimentos profundos de apelo universal, os arquétipos: da mesma forma que animais e homens parecem possuir atitudes inatas, chamadas de instintos, considera-se também provável que em nosso psiquismo exista um material psíquico contendo alguma analogia com os instintos. 
A perspectiva comportamentalista[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Behaviorismo A perspectiva comportamentalista procura explicar o comportamento pelo estudo de relações funcionais interdependentes entre eventos ambientais (estímulos) e fisiológicos (respostas). A atenção do pesquisador é assim dirigida para as condições ambientais em que determinado indivíduo enquanto organismo se encontra, para a reação desse indivíduo a essas condições, para as consequências que essa reação lhe traz e para os efeitos que essas consequências produzem. Os adeptos dessa corrente entendem o comportamento como uma relação interativa de transformação mútua entre o organismo e o ambiente que o cerca na qual os padrões de conduta são naturalmente selecionados em função de seu valor adaptativo. Trata-se de uma aplicação do modelo evolucionista de Charles Darwin ao estudo do comportamento que reconhece três níveis de seleção - o filogenético (que abrange comportamentos adquiridos hereditariamente pela história de seleção da espécie), o ontogenético (que abrange comportamentos adquiridos pela história vivencial do indivíduo) e o cultural (restrito à espécie humana, abrange os comportamentos controlados por regras, estímulos verbais, transmitidos e acumulados ao longo de gerações por meio da linguagem). A Análise do Comportamento, ciência que verifica tais postulados teóricos, baseia-se sobretudo em experimentos empíricos, controlados e de alto rigor metodológico com animais que levaram ao descobrimento de processos de condicionamento e formulação de muitas técnicas aplicáveis ao ser humano. Foi uma das mais fortes influências para práticas psicológicas posteriores, a maior no hemisfério norte atualmente. Destaca-se das demais correntes da Psicologia por não se fundamentar em abordagens restritamente teóricas e pela exclusiva rejeição do modelo de pensamento dualista que divide a constituição humana em duas realidades ontologicamente independentes, o corpo físico e a mente metafísica - ou seja, nessa perspectiva processos subjetivos tais como emoções, sentimentos e pensamentos/cognições são entendidos como substancialmente materiais e sujeitos às mesmas leis naturais do comportamento, sendo logo, classificados como eventos ou comportamentos encobertos/privados. Tal entendimento não rejeita a existência da subjetividade, como popularmente se imagina, mas destituí a mesma de um funcionamento automatista. As práticas terapêuticas derivadas desse tipo de estudo estão entre as mais eficientes e cientificamente reconhecidas e são, portanto, preferencialmente empregadas no tratamento de transtornos psiquiátricos. O modelo de estudo analítico-comportamental é também vastamente empregado na Farmacologia moderna e nas Neurociências. 
A perspectiva humanista[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Psicologia humanista Em reação às correntes Comportamentalista e Psicodinâmica, surgiu nos anos 50 do século XX a perspectiva existêncial-humanista, que vê o homem não como um ser controlado por pulsões interiores nem por condições impostas pelo ambiente, mas como um ser ativo e autônomo, que busca, conscientemente, seu próprio crescimento e desenvolvimento, apresentando uma tendência à auto realização. A principal fonte de conhecimento da abordagem psicológica humanista é o estudo biográfico, com a finalidade de descobrir como a pessoa vivenciasua existência e entende sua experiência, por meio de um introspeccionismo. Ao contrário do Comportamentalismo, que valoriza a observação externa, a perspectiva humanista procura um entendimento holístico do ser humano e está intimamente relacionada à epistemologia fenomenológica. Exerceu grande influência sobre a psicoterapia[10]. 
A perspectiva cognitiva[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Psicologia Cognitiva lA "virada cognitiva" foi uma reação teórica às limitações instrumentais do Comportamentalismo que excluía a análise inferencial da investigação psicológica. O foco central desta perspectiva é o pensar humano e todos os processos baseados no conhecimento - atenção, memória, compreensão, recordação, tomada de decisão, linguagem etc. Moldar o comportamento do paciente através da reflexão para adequá-lo à realidade pelo questionamento retórico e a reorganização de crenças. A perspectiva cognitivista se dedica assim à compreensão dos processos cognitivos que influenciam o comportamento - a capacidade do indivíduo de imaginar alternativas antes de se tomar uma decisão, de descobrir novos caminhos a partir de experiências passadas, de criar imagens mentais do mundo que o cerca - e à influência do comportamento sobre os processos cognitivos - como o modo de pensar se modifica de acordo com o comportamento e suas consequências. Logo, nota-se que apesar de fortemente influenciada pelo Comportamentalismo, posto que técnicas terapêuticas envolvem, na maioria das vezes, a planificação de metas de condicionamento operante, a Psicologia Cognitivista retoma o modelo convencional das demais correntes psicológicas por afirmar a existência de uma dicotomia entre processos mentais e comportamentais, ainda que reconhecendo uma interdependência entre eles. 
A perspectiva evolucionista[editar | editar código-fonte] A perspectiva evolucionista procura, inspirada pela teoria da evolução, explicar o desenvolvimento do comportamento e das capacidades mentais como parte da adaptação humana ao meio ambiente. Por recorrer a acontecimentos ocorridos há milhões de anos, os psicólogos evolucionistas não podem realizar experimentos para comprovar suas teorias, mas contam somente com sua capacidade de observação e com o conhecimento adquirido por outras disciplinas como a antropologia e a arqueologia[10]. 
A perspectiva sociocultural[editar | editar código-fonte] Já em 1927 o antropólogo Bronislaw Malinowski criticava a psicologia - na época a psicanálise de Freud - por ser centrada na cultura ocidental. Essa preocupação de expandir sua compreensão do homem além dos horizontes de uma determinada cultura é o cerne da perspectiva sociocultural. A pergunta central aqui é: em que se assemelham pessoas de diferentes culturas quanto ao comportamento e aos processos mentais, em que se diferenciam? São válidos os conhecimentos psicológicos em outras culturas? Essa perspectiva também leva a psicologia a observar diferenças entre subculturas de uma mesma área cultural e sublinha a importância da cultura na formação da personalidade[10]. 
A perspectiva biopsicossocial e a multidisciplinaridade[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Modelo biopsicossocial A enorme quantidade de perspectivas e de campos de pesquisa psicológicos corresponde à enorme complexidade do ser humano. O fato de diferentes escolas coexistirem e se completarem mutuamente demonstra que o ser humano pode e deve ser estudado, observado, compreendido sob diferentes aspectos. Essa realidade toma forma no modelo biopsicossocial, que serve de base para todo o trabalho psicológico, desde a pesquisa mais básica até a prática psicoterapêutica. Esse modelo afirma que o comportamento e os processos mentais humanos são gerados e influenciados por três grupos de fatores: 
Fatores biológicos - como a predisposição genética e os processos de mutação que determinam o desenvolvimento corporal em geral e do sistema nervoso em particular, etc.; Fatores psicológicos - como preferências, expectativas e medos, reações emocionais, processos cognitivos e interpretação das percepções, etc.; Fatores socioculturais - como a presença de outras pessoas, expectativas da sociedade e do meio cultural, influência do círculo familiar, de amigos, etc., modelos de papéis sociais, etc.[16] Para ser capaz de ver o homem sob tantos e tão distintos aspectos a psicologia se vê na necessidade de complementar seu conhecimento com o saber de outras ciências e áreas do conhecimento. Assim, na parte da pesquisa teórica, a psicologia se encontra (ou deveria se encontrar) em constante contato com a fisiologia, a biologia, a etologia(ciência dos costumes), a neurologia e às neurociências (ligadas aos fatores biológicos) e à antropologia, à sociologia, à etnologia, à história, à arqueologia, à filosofia, à metafísica, à linguística à informática, à teologia e muitas outras ligadas aos fatores socioculturais. 
No trabalho prático a necessidade de interdisciplinaridade não é menor. O psicólogo, de acordo com a área de trabalho, trabalha sempre em equipes com os mais diferentes grupos profissionais: assistentes sociais e terapeutas ocupacionais; funcionários do sistema jurídico; médicos, enfermeiros e outros agentes de saúde; pedagogos; fisioterapeutas, fonoaudiólogos e muitos outros - e muitas vezes as diferentes áreas trazem à tona novos aspectos a serem considerados. Um importante exemplo desse trabalho interdisciplinar são os comitês de Bioética, formados por diferentes profissionais - psicólogos, médicos, enfermeiros, advogados, fisioterapeutas, físicos, teólogos, pedagogos, farmacêuticos, engenheiros, terapeutas ocupacionais e pessoas da comunidade onde o comitê está inserido, e que têm por função decidir aspectos importantes sobre pesquisa e tratamento médico, psicológico, entre outros. 
Crítica[editar | editar código-fonte] O status científico[editar | editar código-fonte] A psicologia é frequentemente criticada pelo seu caráter "confuso" ou "impalpável". O filósofo Thomas Kuhn afirmou em 1962 que a psicologia em geral estava em um estágio "pré-paradigmático" por lhe faltar uma teoria de base unanimemente aceita, como é o caso em outras ciências mais maduras como a física e a química. 
Por grande parte da pesquisa psicológica ser baseada em entrevistas e questionários e seus resultados terem assim um caráter correlativo que não permite explicações causais, alguns críticos a acusam de não ser científica. Além disso muitos dos fenômenos estudados pela psicologia, como personalidade, pensamento e emoção, não podem ser medidos diretamente e devem ser estudados com o auxílio de relatórios subjetivos, o que pode ser problemático de um ponto de vista metodológico. 
Erros e abusos de testes estatísticos foram sobretudo apontados em trabalhos de psicólogos sem um conhecimento aprofundado em psicologia experimental e em estatística. Muitos psicólogos confundem significância estatística (ou seja, uma probabilidade maior do que 95% de o resultado obtido não ser fruto do acaso, mas corresponder à realidade empírica) com importância prática. No entanto a obtenção de significados estatisticamente significante mas na prática irrelevantes é um fenômeno comum em estudos envolvendo um grande número de pessoas.[17] Em resposta muitos pesquisadores começaram a fazer uso do "tamanho do efeito" estatístico (effect size) como massa de medida da relevância prática. 
Muitas vezes os debates críticos ocorrem dentro da própria psicologia, por exemplo entre os psicólogos experimentais e os psicoterapeutas. Desde há alguns anos tem aumentado a discussão a respeito do funcionamento de determinadas técnicas psicoterapêuticas e da importância de tais técnicas serem avaliadas com métodos objetivos.[18] Algumas técnicas psicoterapêuticas são acusadas de se basearem em teorias sem fundamento empírico. Por outro lado muito tem sido investido nos últimos anos na avaliação das técnicas psicoterapêuticas e muitas pesquisas, apesar de também elas terem alguns problemas metodológicos, mostramque as psicoterapias das escolas psicológicas tradicionais (mainstream), isto é, das escolas mencionadas mais acima neste artigo, são efetivas no tratamento dos transtornos psíquicos. Hoje, há pessoas que defendam que a Psicologia virou algo mais voltado para a opinião pública do que para uma área de pesquisa.[19] 
Terapias "alternativas" não psicológicas[editar | editar código-fonte] Um dos maiores problemas relacionados à distância que separa a teoria científica da psicologia e sua prática terapêutica é a multiplicação indiscriminada do números de "terapias alternativas" que se vê atualmente, muitas das quais baseadas em princípios de origem duvidosa e não pesquisados. Muitos autores[20] já haviam apontado o grande crescimento no número de tratamentos e terapias realizados sem treinamento adequado e sem uma avaliação científica séria. Lilienfeld (2002) constata com preocupação que "uma grande variedade de métodos psicoterapêuticos de funcionamento duvidoso e por vezes mesmo danosos - incluindo "comunicação facilitada" para o autismo infantil, técnicas sugestivas para recuperação da memória, (ex. regressão etária hipnótica, trabalhos com a imaginação), terapias energéticas e terapias new-age de todos os tipos possíveis (ex. rebirthing, reparenting, regressão de vidas passadas, terapia do grito original, programação neurolinguística, terapia por abdução alienígena) surgiram ou mantiveram sua popularidade nas últimas décadas."[21] Allen Neuringer (1984) fez críticas semelhantes partindo da análise experimental do comportamento.[22] 
Especializações[editar | editar código-fonte] A Resolução CFP 13/07 institui a Consolidação das Resoluções relativas ao Título Profissional de Especialista em Psicologia e dispõe sobre normas e procedimentos para seu registro.[23] 
É importante esclarecer que as especialidades regulamentadas são profissionais, isto é, são especialidades no campo do exercício profissional do psicólogo. Claro que há um número maior de especialidades, mas foram regulamentadas algumas que se configuraram como mais definidas e consensuais. 
Novas especialidades poderão ser regulamentadas, pelo CFP, sempre que sua produção teórica, técnica e institucionalização social assim as justifiquem. 
Psicologia Escolar/Educacional Organizacional e do Trabalho Psicologia de Trânsito Psicologia Jurídica Psicomotricidade Psicologia do Esporte Psicologia Clínica Psicologia Hospitalar Psicopedagogia Psicologia Social Neuropsicologia 
	A Psicologia enquanto Ciência
A evolução da psicologia desde a sua fundação e modelos psicológicos
	A Psicologia tem conhecido um grande desenvolvimento em Portugal nos últimos anos, mas apesar desta divulgação e presença nos media de temas psicológicos, são frequentes algumas ideias pré- concebidas, não inteiramente verdadeiras, sobre o que faz o Psicólogo e o que é a Psicologia.
A Psicologia pode ser definida como a ciência que estuda o processo mental humano e o comportamento observável. A sua origem remonta ao séc. V a.C., altura em que Platão e Aristóteles se viam às voltas com muitos dos problemas que ocupam hoje os Psicólogos. O estabelecimento formal desta ciência deu-se em 1879, em Leipzig na Alemanha, com o laboratório de Psicologia Experimental de Wundt.
A Psicologia estuda todos os aspectos do funcionamento interno da mente, como a memória, os sentimentos, o pensamento e a percepção, bem como de funções de relação, como o comportamento e a fala. Estuda também a inteligência, a aprendizagem e o desenvolvimento da personalidade. Alguns dos métodos utilizados em Psicologia são a observação, a recolha de histórias pessoais e a utilização de instrumentos de avaliação de funções cognitivas, como a inteligência e a personalidade.
Existem vários ramos especializados, dentro da Psicologia. Algumas das áreas que tem conhecido um maior desenvolvimento nos últimos anos são a Psicologia Clínica, a Psicologia Social e das Organizações e a Neuropsicologia.
A Psicologia é uma das disciplinas académicas mais antigas, mas também uma das mais novas. É que, apesar dos primeiros pensadores e filósofos já se debruçarem sobre questões que fazem hoje área de estudo da Psicologia, foi no séc. XIX que os pesquisadores , apoiados na investigação e na experimentação, puderam construir uma identidade própria, aperfeiçoando os instrumentos, técnicas e métodos de estudo
 
Aristóteles (séc. IV a.C.), já descrevia as leis da associação, ao estudar a aprendizagem. Defendia a ideia de que o corpo e a alma formam uma unidade vital indivisível e de que “todos os afectos da alma são mostrados por um  corpo , pois ao mesmo tempo que se dão determinações como a coragem, a brandura, o temor, a piedade, a audácia, a alegria, o amor, o ódio, o corpo experimenta uma modificação. Sócrates faz a distinção entre conhecimento sensorial e conhecimento racional e utiliza a argumentação lógica – método sofista (ou socrático) para resolver os problemas da ética e da estética. Hipócrates descreve doenças psíquicas através da teoria dos humores e define a saúde e doença física e mental  na base do equilíbrio dos humores, o que põe em causa a origem mágica e divina de então. Considerava que as relações entre estes humores determinavam o temperamento e personalidade. Por exemplo, excesso de bile amarela resultava num temperamento colérico (zangado, irritado). Também afirma que maltratar o cérebro causa a morte ou a loucura e que a epilepsia tem origem no cérebro, o que mostra uma concepção orgânica das doenças mentais. 
No séc. XVII, Descartes defende um dualismo corpo- espírito. John Locke vai contra a tradição de se encararem os fenómenos psíquicos a partir de Deus e propõe a experimentação e a observação dos fenómenos (empirismo). Faz a distinção entre experiência externa (sensação) e a experiência interna ( reflexão). Leibniz considera a existência de fenómenos psíquicos inconscientes, pois fala em pequenas percepções que podem não se tornar objecto directo do nosso conhecimento, mas que podem influenciar o nosso comportamento.
Foi há pouco mais de cem anos que os psicólogos definiram os fundamentos da psicologia e o seu objecto de estudo. Ao longo do séc. XIX, à medida que o método científico era utilizado para resolver os problemas da psicologia, houve várias manifestações de que esta disciplina estava a emergir. Dão-se as enunciação das leis psicofísicas de Weber e de Fechner e a criação de laboratórios de psicologia por Sergi, em Roma. Mas foi então, em Dezembro de 1879, que Wilhelm Wundt fundou o primeiro laboratório de psicologia do mundo que permitiu conquistar autonomia para esta disciplina, emancipando-se da Filosofia. Wundt também criou a revista Philosophische Studien , dedicada a relatos de experiências.
A Associação Americana de Psicologia (APA) , a primeira organização científica e profissional de psicólogos, foi fundada em 1892. Depois de estabelecida, a nova disciplina desenvolveu-se e expandiu-se rapidamente, em especial nos EUA, onde ainda hoje detém um lugar de destaque na psicologia.
Este crescimento da psicologia tem sido acompanhado por um aumento enorme de informações provenientes de investigações, artigos teóricos e revisões da literatura, bem como de uma diversidade de fontes. A psicologia expandiu-se tanto em termos de número de técnicos, investigadores, académicos e de literatura publicada, bem como em termos do impacto na nossa vida quotidiana. Todos nós somos de alguma forma influenciados pelo conhecimento ou trabalho de psicólogos.
O campo de estudo da Psicologia é muito vasto- alguns dos fenómenos que aborda fazem fronteira com a Biologia, outros com as Ciências Sociais, como a sociologia. De uma forma geral, esta ciência interessa-se por aquilo que os organismos fazem- o comportamento e aqui inclui-se a actividade mental.
Se desejar ter uma ideia mais clara da vastidão de campos que a Psicologia abarca, pode visitar o site oficial da Associação Americana de Psicologia, onde estão as 53 divisões ou domínios de estudo da Psicologia.(site em inglês)
Algumas das suas vertentes mais importantes são a Psicologia Clínica, a Psicologia da Saúde, a Psicologia da Educação, a Psicologia Económica, a Psicologia Política, a Psicologia do Desporto  e a Psicologia do Trabalho e das Organizações.
 
A Psicologia Clínica é um campo complexo para abarcar o comportamento humano e a emoção. A Psicologia clínica centra-se na avaliação, tratamento e compreensão de problemas psicológicos. Procura usar os princípios da psicologia para melhor compreender, prever e aliviar aspectos intelectuais, emocionais, biológicos, psicológicos, sociais e comportamentais do funcionamento humano (APA). Assim, a Psicologia Clínica usa o que é conhecido sobre os princípios do comportamento humano para ajudar as pessoas com inúmeros problemas e preocupações que experimentam no ciclo de vida, nas suas relações, emoções e personalidades.
O nascimento da Psicologia Clínica como especialidade, ocorreu em 1896 com a abertura da primeira clínica psicológica na Universidade da Pensilvânia, por Lightner Witmer (1867- 1956). Muitos dos seus princípios ainda hoje se aplicam: realizar a avaliação/ diagnóstico antes do tratamento; abordagem multidisciplinar, prevenção dos problemas.
Conheça alguns dos modelos mais importantes que a ciência psicológica utiliza para explicar o funcionamento da personalidade e para a intervenção psicológica. 
 
Abordagem Sistémica
Parte da teoria geral dos sistemas e da teoria da comunicação de Watzlawick. É um paradigma que emerge das ciências exactas e fornece uma grelha teórica e prática de compreensão dos sistemas humanos. Nos anos 40, Ludwig von Bertalanffy publicava uma série de princípios válidos para vários sistemas (biológicos, físico- químicos, sociais).
O sistema é uma complexidade organizada em múltiplos elementos que estão em interacção recíproca no seu interior e com o meio. Um sistema pode ser aberto (auto- organização) ou fechado (entropia). 
A perspectiva sistémica constitui um bom suporte teórico para a intervenção, especialmente em terapia familiar. Põe em causa uma epistemologia linear, unidireccional  e conceptualiza os problemas humanos não num único sentido, mas em função dos contextos donde emergem os problemas. Alarga a perspectiva de intervenção, centrada apenas num sistema pessoal, para uma perspectiva que se centra nos contextos de vida e nas redes de apoio dos sujeitos. 
Estes pressupostos foram aplicados sobretudo na terapia familiar. 
 
 
Modelo Cognitivo- Comportamental
Esta perspectiva teve origem nos trabalhos de Aaron Beck e Albert Ellis. Sugere que as nossas crenças e atribuições desempenham um importante papel no comportamento. 
” O que perturba o ser humano não são os factos, mas a interpretação que ele faz dos factos” 
Epitectus- Século I
Esta abordagem é historicamente baseada nos princípios da aprendizagem e da psicologia experimental. Centra-se no comportamento observável e não observável (pensamentos), adquiridos através da aprendizagem e do condicionamento no ambiente social. 
As terapias cognitivo- comportamentais compartilham alguns pressupostos básicos, ainda que existam diferentes abordagens conceptuais e estratégicas para os diversos transtornos. Há algumas características essenciais no núcleo das terapias cognitivo- comportamentais (Dobson, 2001):
 1- A actividade cognitiva influencia o comportamento
 2- A actividade cognitiva pode ser monitorada e alterada. 
 3- O comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança cognitiva 
Esta terapia baseia-se na premissa que uma inter-relação entre cognição, emoção e comportamento é parte integrante do funcionamento psicológico normal. Um acontecimento de vida pode despoletar inúmeras formas de agir, sentir e pensar, mas não é o evento em si que gera as emoções e comportamentos, é o que nós pensamos e interpretamos sobre esse evento. 
Outra premissa é que as distorções cognitivas são muito frequentes em diferentes transtornos. 
Ao contrário do que sucede com o modelo psicanalista, o material trazido à consulta não é interpretado pelo terapeuta, mas elaborado conjuntamente com o cliente, com o objectivo de identificar, examinar e corrigir as distorções do pensamento que causam sofrimento emocional ao indivíduo. 
Albert Ellis centrou-se nas crenças irracionais para lidar com pensamentos e comportamentos problemáticos. Pensamentos como ” toda a gente deve me apreciar”, ” ninguém vai amar alguém tão feio como eu” vão inevitavelmente conduzir á decepção. 
Aaron Beck desenvolveu a terapia cognitiva para tratar a depressão e outros problemas. Beck considera que durante o desenvolvimento, as pessoas formulam regras sobre o funcionamento do mundo, que tendem a ser simplistas, rígidas e frequentemente baseadas concepções erróneas.
As abordagens cognitivistas podem-se distinguir em duas tradições:
– Cognitivismo Substantivo Racionalista: centra-se no conteúdo, pensamento interno, mecanicista. (Ellis, Beck, Meichenbaum, D´Zurilla, etc)
– Cognitivismo Construtivista Desenvolvimental: O Construtivismo promulga que o conhecimento e a experiência humana implicam uma proacção activa do sujeito, a importância das emoções e os problemas psicológicos refletem diferenças entre as exigências do ambiente  e a capacidade adaptativa do cliente. 
Ver também Terapia Cognitiva
 
Abordagem Humanista
 Esta abordagem têm as suas origens na filosofia Europeia eno trabalho psicoterapêutico de Victor Frankl, Carl Rogers, Abraham Maslow, Rollo May, Fritz Perls e outros. Rejeitando as assunções básicas  das teorias psicodinâmicas e comportamentalista, os humanistas assumem uma abordagem fenomenológica que enfatiza a percepção individual e a experiência. Tende a ver as pessoas como activas, pensadoras, criativas e orientadas para o crescimento. Consideram que as pessoas são basicamente bem intencionadas e que naturalmente lutam pelo crescimento, amor, criatividade e auto- actualização. Em vez de se centrar na influência do passado, os humanistas focam-se no “aqui e agora” ou presente. 
Exemplos de Conceitos e Técnicas Humanistas
Empatia- capacidade de ver o mundo a partir da perspectiva da outra pessoa. Transmite a sensação de ser ouvido e compreendido. 
Aceitação incondicional- aceitar totalmente os sentimentos e pensamentos do cliente
Auto- actualização- As pessoas tendem a procurar o crescimento e a atingir o seu máximo potencial. 
Congruência- O terapeuta manifesta sentimentos autênticos durante a consulta. É uma harmonia entre os sentimentos e as acções. 
A terapia centrada no cliente é a perspectiva de Carl Rogers e é um dos exemplos mais clássicos da abordagem humanista. Usa técnicas não directivas como a escuta activa, empatia, congruência e aceitação incondicional. A empatia sincera é necessária para as pessoas se sentirem aceites e compreendidas e para permitir o crescimento. 
 
Abordagem Comportamentalista
  O expoente moderno mais importante do behaviorismo foi Skinner (1904-1990), que considerava que o único objecto da psicologia era o comportamento manifesto (observável). 
Nesta abordagem, pretende-se manipular e controlar o comportamento através do reforço (quando as pessoas têm o comportamento desejado, aumentando a hipótese da sua ocorrência) e através de castigos (quando as pessoas se comportam de maneira indesejável). 
A aprendizagem pode fazer-se por condicionamento clássico, em  um estímulo, até aí neutro, é associado com dado motivacionalmente significativo e surge uma resposta. 
Ex: Condicionamento Clássico de Pavlov:
Pavlov reparou que os cães salivavam muitas vezes sem razão fisiológica aparente, para que tal acontecesse. O cão aprende uma associação entre o alimento e um sinal casual que precedia o alimento. Pavlov verificou que ao tocar a campainha antes de dar comida ao cão, este começava a salivar quando ouvia a campainha, após alguns ensaios de associação entre campainha e comida- o que originava o reflexo condicionado. 
Umacampainha começava a tocar e passado algum tempo, com a campainha ainda a tocar, era fornecido ao animal comida. A sequência campainha- comida foi repetida uma série de vezes. Aos poucos, a quantidade de saliva produzida começou a aumentar logo após a campainha tocar. O cão salivava ao ouvir a campainha, o que não sucedia no início da experiência. 
A  associação repetida entre o som da campainha (estímulo neutro) e a carne, transformou o estímulo inicialmente neutro (campainha) num estímulo condicionado que agora provocava a salivação sob a forma de um reflexo condicionado. 
No condicionamento operante, há um aumento da probabilidade de resposta num determinado meio ambiente devido ao reforço da resposta. 
Ex: rato que carrega numa alavanca para obter uma recompensa de comida.
Vários autores duvidaram da capacidade deste “behaviorismo radical” para explicar a complexidade do comportamento humano. As grandes diferenças de personalidade indicam que não é só importante o que as pessoas fazem, mas também o que pensam e esperam (expectativas). Isto levou a uma evolução do comportamentalismo, aceitando conceitos como expectativa e crença. Estes são os teóricos da aprendizagem social, como Albert Bandura e Walter Mischel. Defendem que muitas das diferenças individuais entre os indivíduos são basicamente cognitivas: são os modos diferentes de interpretar o mundo, de pensar e agir sobre ele. Assim, os comportamentos podem ser aprendidos e desenvolvidos pela observação do comportamento dos outros, em vez de ter de realizar esse comportamento ou ser reforçado para um determinado comportamento. Esta abordagem também valoriza o papel das expectativas no desenvolvimento do comportamento. Por exemplo, alguém pode dedicar muito tempo e dinheiro para obter uma licenciatura, porque espera que essa qualificação vá originar uma carreira e vida satisfatórias. 
 
Abordagem Psicodinâmica
 Foi fundada com o trabalho de Sigmund Freud. Muitos neo- Freudianos e outros revisionistas fizeram uma grande adaptação, desenvolvimento e mudança na abordagem básica de Freud. Esta abordagem ainda mantém certas concepções sobre o comportamento humano e problemas psicológicos. 
Defende que o comportamento humano é influenciado por desejos intra-psíquicos, motivações, conflitos e impulsos. Os mecanismos de defesa do ego (adaptativos ou não), são utilizados para lidar com com conflitos, desejos, necessidades e fantasias não resolvidos, que contribuem para o comportamento normal ou anormal. As experiências precoces na infância desempenham um papel fundamental no desenvolvimento psicológico e no comportamento adulto. A compreensão destas influências inconscientes e a sua discussão e integração nas experiências quotidianas ajuda a melhorar o funcionamento psicológico. A relação de transferência que se desenvolve entre o cliente e o terapeuta também ajuda a melhorar o funcionamento psicológico. 
Freud desenvolveu uma compreensão do comportamento humano baseado em três estruturas mentais, que normalmente estão em conflito:
– o Id, desenvolvido à nascença, funciona segundo o princípio do prazer e representa todos os desejos e necessidades mais primitivos. O Id não conhece juízos de valor, moral, ou o bem ou o mal. O Id procura a satisfação imediata sem considerar as circunstâncias da vida real. A nossa energia psíquica básica (líbido)  está contida no Id e exprime-se através da redução da tensão. Contudo, para a satisfação das necessidades é preciso interagir com o mundo real. O ego, que é mediador entre o id e o mundo exterior, ajuda nesta interacção.
– o ego, que funciona segundo o princípio da realidade, mantém em suspenso as exigências para o prazer que provêm do id, até que se encontre um objecto apropriado para satisfazer a necessidade e reduzir a tensão. Desenvolve-se cerca do primeiro ano de idade e representa os aspectos racionais e razoáveis da nossa personalidade, ajudando-nos a adaptar a um mundo desafiante. 
– o superego, que se desenvolve cerca dos cinco anos de idade, quando são assimiladas as regras de comportamento ensinadas pelos pais, através de um sistema de recompensas e castigos. Representa a internalização de normas e regras sociais, culturais e familiares. O superego inclui o ego ideal (a imagem perfeita do que somos e do que podemos ser) e a nossa consciência (as regras de bons e maus pensamentos e comportamento). 
Irá haver um conflito inevitável entre id, ego e superego para lidar com a ansiedade e desconforto e a necessidade de utilizar mecanismos de defesa do ego. O ego está numa posição difícil, pois têm de lidar com forças opostas. Os mecanismos de defesa são estratégias desenvolvidas pelo ego para proteger o indivíduo destes conflitos internos e em geral, inconscientes. Eles ajudam a lidar, adaptativamente ou não, com a inevitável ansiedade de ser humano. Há uma variedade de mecanismos de defesa, como a repressão (manter pensamentos, desejos, sentimentos e conflitos desagradáveis fora da consciência), negação (negar que existem pensamentos ou sentimentos problemáticos), sublimação (substituição de uma meta que não pode ser satisfeita por uma outra socialmente socialmente aceitável), projecção ( a origem da ansiedade é atribuída a outra pessoa).
Freud também definiu vários estádios psicossexuais do desenvolvimento da personalidade. No decorrer destes estádios, as crianças são auto-eróticas ao obter prazer erótico quando estimulam as zonas erógenas do corpo. Cada estádio tende a estar localizado numa determinada zona erógena. Estes incluem as fases oral, anal, fálica, latente e genital. 
– O Estádio oral vai desde o nascimento até ao segundo ano de vida. A estimulação da boca (sugar, morder, etc) é a fonte de satisfação erótica. 
– No estádio anal, a satisfação vai da boca para o ânus e as crianças têm prazer na zona anal. Nesta fase treinam a higiene pessoal e as crianças podem reter ou expelir fezes. 
– No estádio fálico, por volta do quarto ano de idade, a satisfação erótica passa para zona genital, havendo manipulação e exibição dos órgãos genitais. Neste estádio há o desenvolvimento do Complexo de Édipo, em que o rapaz desenvolve um desejo incestuoso e de morte, desejando unir-se à mãe e eliminar o pai. Os medos de retaliação e de castração resultam na repressão destes impulsos e na identificação com o pai. 
O objectivo desta abordagem é o insight- compreensão de factores inconscientes que levam a comportamentos e sentimentos problemáticos, através de uma análise aprofundada e cuidadosa do papel de desejos, impulsos e conflitos inconscientes na vida diária. 
Técnicas como a associação livre ( dizer tudo o que nos passa pela cabeça) , a análise dos sonhos e a interpretação, são usadas para compreender e tratar vários problemas.