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Na economia moderna o Estado tem três funções básicas: alocativa, redistributiva e estabilizadora. A função alocativa se relaciona diretamente com a capacidade que o Estado tem (ou não) em promover determinados bens e serviços à sociedades através do sistema de mercado. Denominados como “bens públicos” (TONI, J. 2009). Os bens públicos são aqueles cujo consumo/uso é indivisível ou “não-rival” (GIAMBIAGI, 2008). Ao contrario do “ótimo de Pareto”, o seu consumo por parte de um indivíduo ou de um grupo social não prejudica o consumo do mesmo bem pelos demais integrantes da sociedade. Ou seja, todos se beneficiam da produção de bens públicos mesmo que, eventualmente, alguns mais que os outros. Um bem público apresenta as seguintes características (Nostra Economia, 2013): Não é necessário haver rivalidade para que todos o consumam; Não é exclusivo de uma pessoa ou de outra; E é indivisível, o que faz com que todos tenham o mesmo acesso a esse bem. (1) Dado a sua produção, não é possível a exclusão de alguém na sociedade do consumo dessa produção. (2) Dado a oferta disponível, não existe rivalidade no consumo dessa dada oferta na sociedade. Diz-se que certo bem é um bem público não puro quando não há rivalidade no seu consumo, mas a exclusão de seu consumo é possível. Essa classe de bens é passível de ser objeto de produção privada, porque apresenta a possibilidade de exclusão de seu consumo, ou seja, é possível o racionamento desses bens entre os indivíduos pelo sistema de preços. Bens tangíveis: ruas, pontes, iluminação pública; Bens intangíveis: saúde, justiça, segurança pública. É difícil ou mesmo impossível impedir que um determinado indivíduo usufrua de um bem público. Por exemplo, se o governo resolve aumentar o policiamento de uma rua residencial, todos os moradores dessa rua – sem que se possa distinguir entre os indivíduos A ou B – serão beneficiados pela decisão (GIAMBIAGI, 2008). O princípio da “não-exclusão” no consumo dos bens públicos torna a solução de mercado , em geral, ineficiente para garantir a produção da quantidade adequada de bens públicos requerida pela sociedade. O sistema de mercado só funciona adequadamente quando o princípio da “exclusão” no consumo pode ser aplicado. É por esta razão que a responsabilidade pela provisão de bens públicos recai sobre o governo, que financia a produção desses bens através da cobrança compulsória de impostos. Os bens públicos, produzidos pelo Estado, não têm um valor mercantil, mas sim um custo econômico associado e obrigam por isso à poupança na sua utilização (estes bens estão sujeitos a restrições orçamentarias). Por outro lado, a produção de bens públicos tem um impacto fundamental no desenvolvimento econômico de um país, pois permite a todos os cidadãos terem acesso a estes bens, que se fossem garantidos por privados provavelmente nunca conseguiriam consumi-los (Nostra Economia, 2013).
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