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PANORAMA DA PISCICULTURA NO MUNICÍPIO DE MOCAJUBAPARÁ, COM ENFOQUE ECONÔMICO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS/CAMETÁ
POLO UNIVERSITÁRIO DE BAIÃO
LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS NATURAIS
EMANO ANTONIO PINTO BARRADAS
KELRY RAFAELLA MARTINS PINHEIRO
PANORAMA DA PISCICULTURA NO MUNICÍPIO DE MOCAJUBA/PARÁ, COM ENFOQUE ECONÔMICO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA
BAIÃO-PARÁ
2018
EMANO ANTONIO PINTO BARRADAS
KELRY RAFAELLA MARTINS PINHEIRO
PANORAMA DA PISCICULTURA NO MUNÍCÍPIO DE MOCAJUBA/PARÁ, COM ENFOQUE ECONÔMICO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Pará, Campus Universitário do Tocantins/Cametá, polo universitário de Baião como requisito para obtenção do grau de licenciados em Ciências Naturais. 
Orientadora: Mª. Larissa Aviz.
	
BAIÃO/PARÁ
2018
EMANO ANTONIO PINTO BARRADAS
KELRY RAFAELLA MARTINS PINHEIRO
PANORAMA DA PISCICULTURA NO MUNÍCÍPIO DE MOCAJUBA/PARÁ, COM ENFOQUE ECONÔMICO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA
Banca examinadora: 
_______________________________________________ 
Mª. Larissa Aviz. UFPA, Campus de Abaetetuba. 
_______________________________________________ 
_______________________________________________
BAIÃO-PARÁ
2018
DEDICATÓRIA
Dedicamos este estudo para todas as pessoas que contribuíram de maneira significativa para a conclusão desta pesquisa.
EPÍGRAFE
“Hoje é sempre o dia certo de fazer as coisas certas, de maneira certa.
Amanhã será tarde”.
Martin Luther King.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus pelo dom da vida e por nos dar forças para continuarmos, mesmo nos momentos mais difíceis.
Agradecemos a todos das nossas minha famílias que nos ajudaram de maneira direta e indireta para a conclusão deste curso.
Agradecemos à Universidade Federal do Pará, por acreditar e investir na interiorização.
Agradecemos aos colaboradores do Polo Universitário de Baião/Pará. Pelos serviços prestados aos alunos de Ciências Naturais.
Agradecemos a prefeitura de Mocajuba/Pará. Por disponibilizar transporte escolar durante o curso de graduação.
Agradecemos a banca examinadora por se disponibilizar em participar da nossa defesa de Trabalho de Conclusão de Curso.
Agradecemos a nossa orientadora, Professora Mª Larissa Aviz, pelo carinho, compreensão.
Agradecemos aos piscicultores e entidades que nos forneceram informações relevantes para nosso estudo.
	 SUMÁRIO
	
	RESUMO...................................................................................................................10
	INTRODUÇÃO...........................................................................................................11
	1.1 JUSTIFICATIVA..................................................................................................11
	OBJETIVOS..............................................................................................................12
	2.1 OBJETIVO GERAL..............................................................................................12
	2.2 Objetivos específicos...........................................................................................13
	INTRODUÇÃO A PISCICULTURA.......................................................................13
	3.1 PRINCIPAIS ESPÉCIES DA PISCICULTURA BRASILEIRA..............................15
	3.2 SISTEMAS DE CULTIVOS PISCÍCOLA..............................................................18
	3.3 PANORAMA DA PISCICULTURA BRASILEIRA.................................................21
	3.4 PANORAMA DA PISCICULTURA PARAENSE...................................................24
	CARACTERIZAÇÃO DA PISCICULTURA NO MUNICÍPIO DE MOCAJUBA...........................................................................................................25
	METODOLOGIA....................................................................................................27
	4.1 ALGUMAS PROPRIEDADES VISITADAS..........................................................29
	RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................38
	REFERÊNCIAS.........................................................................................................39
	APÊNDICE I - QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PISCICULTORES DE MOCAJUBA.........................................................................................................................42
LISTAS DE FIGURAS E GRÁFICOS
	
FIGURA 1.Ramificações da Aquicultura. A) Criação de peixes (Piscicultura). B) Criação de camarões (Carcinicultura). C) cultivo de algas (Alginicultura). D) cultivo de ostras (Ostreicultura)................................................................................................................................
	
14
	
FIGURA 2.Principais espécies da atividade piscícola do Brasil. A)Tilápia-Oreochromisnilóticus. B) Tambaqui - Colossomamacropomum. C) Tambacu – (híbrido da fêmea do tambaqui + macho do pacu); D) Pacu (Piaractus mesopotamicus)...................................................................................................................
	
16
	FIGURA 3. Sistema extensivo de cultivo de peixes.............................................................
	19
	FIGURA 4. Sistema semi-intesivo de criação de peixes......................................................
	20
	FIGURA 5.Sistema intensivo de cultivo de peixes..............................................................
	21
	FIGURA 6.Regionalização da Aquicultura no Brasil...........................................................
	27
	FIGURA 7. Algumas propriedades visitadas. A) Comunidade de Acapucuara. B) Comunidade de Angelin. C) Comunidade de Nova aliança. D) comunidade de caximguba............................................................................................................................
	
29
	GRÁFICO 1. Grau de escolaridade dos piscicultores...........................................................
	30
	GRÁFICO 2. Descrição dos piscicultores quanto o recebimento ou não de visita técnica para a piscicultura..................................................................................................................
	
31
	GRÁFICO 3. Descrição sobre a tentativa de buscar assistência técnica na EMATER...............................................................................................................................
	
31
	GRÁFICO 4. Relatos dos piscicultores quanto ao conhecimento na área piscícola...............................................................................................................................
	
32
	GRÁFICO 5. Concepções dos piscicultores para que a piscicultura tenha melhores resultados...............................................................................................................................
	
34
	GRÁFICO 6. Os tipos de peixes cultivados nas propriedades dos piscicultores entrevistados..........................................................................................................................
	
35
	GRÁFICO 7. Relatos dos piscicultores quanto a dificuldade de obter alevinos..................................................................................................................................
	
36
	GRÁFICO 8. Descrições quanto ao número de despesca realizado por ano.........................................................................................................................................
	
36
	GRÁFICO 9. Relatos dos piscicultores quanto a dificuldade em vender o pescado.............
	37
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADEPARÁ – AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIADO ESTADO DO PARÁ
EMATER - EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E RURAL
FAO -ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS)
MPA – MNISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA
SENAR - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
SEMAGRI - SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRICULTURA
SEBRAE – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÁS MICROEMPRESAS
RESUMO
A piscicultura é uma atividade ramificada da aquicultura, que se configura pela criação de peixes. No Brasil essa atividade que vem crescendo de maneira significativa apresentando números expressivos na sua produção, sua origem se deu na china pelos monges, onde os mesmos criavam peixes em piscinas naturais, daí o nome de piscicultura. Essa atividade foi ganhando mais destaque devido a pesca predatória excessiva que culminou em criar peixes em cativeiro. O Brasil em razão de possuir uma vasta diversidade em sua fauna, possui uma gama de variedades de peixes naturais e outros introduzidos na piscicultura brasileira, tendo a Tilápia como a mais cultivada seguida no Tambaqui e o Tambacú (híbrido da fêmea do tambaqui + macho do pacu), apesar da sua crescente ascensão a piscicultura brasileira ainda necessita de mais apoio: assistência técnica, escoamento. Muitos agricultores possuem a piscicultura como a segunda renda da propriedade, ou seja, hoje no Brasil a piscicultura ainda não está conseguindo se manter sólida, os piscicultores precisam possuir uma outra renda e/ou cultivo para sobreviver. A problemática deste estudo surgiu em razão de o por que que os peixes da piscicultura mocajubense são poucos desenvolvidos em relação a peixes advindos de outras regiões, quais os motivos que estão levando a esse fator? Tendo como objetivos: Compreender o panorama da piscicultura no município de Mocajuba/PA, com enfoque econômico e assistência técnica; Conhecer os entraves da piscicultura mocajubense; Expor uma análise da piscicultura no município de Mocajuba; Confrontar os dados da pesquisa com o de outros municípios. Nesse sentido com os dados levantados com 20 piscicultores entrevistados onde se alcançou os seguintes resultados: a piscicultura mocajubense ainda necessita de mais apoio técnico, em especial de maneira gratuita, a falta de planejamento ainda é um dos grandes entraves encontrados, a ausência dos órgãos competentes (EMATER, SEMAGRI) comprometem o melhoramento da atividade piscícola no munícipio. Nesse contexto se faz necessário que haja união dos piscicultores, criação de uma cooperativa que possa sanar alguns problemas no cultivo e escoamento da produção.
Palavras-chave: Atividade piscícola. Assistência técnica. Região tocantina.
1. INTRODUÇÃO
A atividade piscícola se configura no cultivo de peixes e é uma ramificação advinda da aquicultura, sendo esta configurada no cultivo de organismos vivos em ambientes aquáticos e semiaquáticos. A aquicultura é o cultivo de organismos aquáticos de maneira integral ou parcial, como peixes, moluscos e plantas aquáticas. A aquicultura abrange o cultivo de água doce e de água salgada em organismos sob condições controladas. (FAO, 2012).
	Este estudo visa em duas perspectivas da atividade piscícola: como tal atividade está sendo desenvolvida, no sentido de assistencialismo técnico e econômico. 
A piscicultura é uma alternativa agropecuária com excelente perspectiva de desenvolvimento e retorno econômico otimizando os recursos da propriedade. As técnicas de manejo em piscicultura apoiada as inovações tecnologias, elevam a produtividade incrementando a renda do produtor rural. (FARIAS, 2015).
É necessário compreender como a piscicultura no município de Mocajuba/PA, está configurada, nafinalidade de coletar dados relevantes que possam ser destinados para comunidade acadêmica; órgãos competentes de apoio aos agricultores, piscicultores. De modo a contribuir para a melhoria desta atividade, no sentido de criar projetos de assistência técnica qualificada, para que os piscicultores possam ter melhores rendimentos financeiros e impulsionar a economia local.
1.1 JUSTIFICATIVA
A piscicultura é uma atividade que vem crescendo de maneira significativa no Brasil. De acordo a FAO (2014),o Brasil vem apresentando uma crescente participação na produção de organismos aquáticos, como é o caso dos peixes.
Desse modo esta pesquisa pretende realizar um levantamento da atividade piscícola no município de Mocajuba/PA. Pois se percebe que essa atividade está se tornando bastante frequente, sendo que a produção apresenta peixes poucos desenvolvidos.
De acordo com (BRITO, 2016, p. 11) “A piscicultura é uma atividade que vem ao longo dos anos ganhando força em meio tantas outras criações do ramo da aquicultura, tais como: criação de jacaré, cultivo de plantas aquáticas” esse grande avanço possui diversos fatores, por demanda pela carne de pescado, possuindo elevado valor alimentício, com proteínas e gorduras boas para o combate ao colesterol ruim e por aumentar a lucratividade econômica impulsionada pela tendência de mercado. 
Atualmente com o uso desenfreado das atividades pesqueiras muitas espécies estão ficando cada vez mais escarças e nesse sentido surge à piscicultura como uma alternativa que minimiza essa escarceis com o cultivo de diversas espécies de peixes com grande aceitação de mercado. 
Segundo Ostrensky (1998, p.82), "a piscicultura é uma atividade que vem crescendo em um ritmo de aproximadamente 30% ao ano no Brasil".
A piscicultura “caracteriza-se por apresentar espécies variadas que melhor se adaptam a determinadas regiões e onde, encontram melhor aceitação no mercado” entre as espécies que mais se destacam estão as Tilápias e os Tambaquis, peixes que possuem uma habilidade em se adaptar em diversos ambientes, onde muitos piscicultores enxergam nessas espécies a oportunidade de iniciar sua atividade de piscicultura. (BEERLI; LOGATO, 2004, p. 03).
	É uma atividade que está em evidência, está ajudando na renda de muitas famílias de agricultores, onde os mesmos estão investindo cada dia mais no ramo da piscicultura, pois é um mercado dinâmico e com boa aceitação comercial (BRITO, 2016. p. 15).
	Este estudo se faz importante de ser realizado no município de Mocajuba/PA. Pois é evidente a grande quantidade de peixes advindos da piscicultura na feira de peixes, e comparados os peixes da piscicultura local com os advindos de outras regiões, é bastante visível a diferença no desenvolvimento.
	A origem para a elaboração deste estudo tem como problemática: Por que os peixes da piscicultura mocajubense são poucos desenvolvidos em relação a peixes advindos de outras regiões, quais os motivos que estão levando a esse fator?
	Na busca por essas respostas que será desenvolvido este estudo de maneira coerente e sistemática, a fim de identificar os fatores que circundam essas indagações.
2. OBJETIVOS
2.1OBJETIVO GERAL
Compreender o panorama da piscicultura no município de Mocajuba/PA, com enfoque econômico e assistência técnica. 
2.2 Objetivos Específicos 
Conhecer os entraves da piscicultura mocajubense;
Expor uma análise da piscicultura no município de Mocajuba;
Confrontar os dados da pesquisa com o de outros municípios.
3. INTRODUÇÃO À PISCICULTURA
	A aquicultura possui diversas ramificações além destas já citadas temos a criação de camarão chamado de carcinicultura, criação de Rãs conhecidas por Ranicultura. Todas essas ramificações contemplam a aquicultura.
De acordo com SEBRAE (2015) Na aquicultura existem ramificações conforme a classe do organismo aquático cultivado. Atualmente, esses segmentos se dividem de acordo com suas culturas locais.
	Piscicultura: cultivo de peixes; Piscicultura continental: cultivos de peixes em água doce; Piscicultura marinha: cultivos de peixes em água marinha; Maricultura: cultivo de organismos aquáticos marinhoestuarinos; Algicultura: cultivo de algas; Ostreicultura: cultivo de ostras; Carcinicultura: cultivo de camarões. (SEBRAE, 2015). Vejamos na (Figura 1A-D) a ilustração de como essasculturas são cultivadosna Aquicultura.
Figura 1
. Ramificações da Aquicultura. A)C
riação de peixes (Piscicultura)
. 
B
) C
riação de cam
arões (
Carcinicultura
).
 C
)
 cultivo de algas (
Alginicultura
)
.
 D
)
 cultivo de ostras (Ostreicultura).
Dentre tantas ramificações da aquicultura, a piscicultura é uma das culturas mais antigas que vem ao longo do tempo se desenvolvendo com novas técnicas de cultivo e manejo. A piscicultura é tão antiga quanto o homem, quando ele empregava a atividade de pesca para o sustento de sua família (SANCHEZ, 1989).
A pesca extrativista descontrolada afetou o estoque pesqueiro dos rios e mares no mundo todo, levando ao declínio da produção de pescados e, consequentemente, elevou-se os preços dos peixes. (SEBRAE, 2015). Deste modo a piscicultura tende reduzir a pesca extrativista, dando oportunidades para o cultivo de peixes em cativeiro.
 Essa prática socioeconômica foi sendo empregada por outras nações ao longo dos anos. A piscicultura originou-se na China há cerca de 4 mil anos, quando, a partir da observação dos peixes no seu ambiente natural, construíram-se viveiros para criá-los. (SOUSA, 1985).
O desenvolvimento da piscicultura na china se configurava, quando os monges realizavam a captura de carpas em estado de alevinos. Esses peixes viviam livres em seu ambiente natural e após sua captura era realizado o sistema de engorda. (FILHO, 1995). Foi por meio deste tipo de cultivo rudimentar que a criação de peixes evoluísse e se tornou um ramo da aquicultura bastante praticado nos dias atuais.
A piscicultura possibilita o melhor uso racional de área como alagados, rios, represas, áreas escavadas por olarias, mangues, etc. Por ser o peixe um indicador de qualidade da água, sua criação não compromete os recursos hídricos como as demais explorações zootécnicas. (FILHO, 1995).
Devido à criação de peixes serem realizadas de maneira controlada, a sua produção acaba sendo mais eficiente em relação a outros tipos de culturas tais como: criação de gado, de suíno. Que utilizam grandes áreas para serem desenvolvidas.
A água é o meio em que os peixes vivem; neste meio é que eles encontram proteção, alimento, condições para sobreviver e se reproduzir. (FILHO, 1995). O ambiente aquático não sofre com alterações drásticas o que possibilita que o peixe se adapte mais facilmente. Isso se contrasta com os cultivos terrestres que sofrem de maneira mais significativa com as alterações climáticas.
3.1 PRINCIPAIS ESPÉCIES DA PISCICULTURA BRASILEIRA
Devido o Brasil possuir uma biodiversidade expressiva em peixes e um grande manancial hídrico. Por essa razão a piscicultura brasileira possui uma gama de diversidade de peixes que são cultivados em tanques, açudes, represas. 
O Brasil possui uma vasta variedade de tipos de peixes, que segundo Machado e Carratore (2000, p. 19), há uma ampla biodiversidade aquática no país e esse acontecimento se dá pelo “desenvolvimento de pesquisas e novas tecnologias de reprodução artificial e larvicultura”. Deste modo, a cada dia, o número de espécies aquáticas na piscicultura brasileira vem aumentando, gerando novas possibilidades de cultivo para os piscicultores. Do mesmo modo que se utilizam peixes nativos, outras espécies advindas de outros países também conseguem se adaptar nos ambientes brasileiros e no paladar do consumidor. Na (Figura 2A-D), apresenta os peixes mais comuns na piscicultura brasileira.
Figura 2. 
Principais espécies da atividade piscícola do Brasil. A)
Tilápia-
Oreochromisnilóticus
. 
B) Tambaqui - 
Colossomamacropomum
. 
C) 
Tambacu
 – (
híbrido da fêmea do tambaqui + macho do pacu); 
D) 
Pacu (
Piaractusmesopotamicus
).
Esses peixes são conhecidos pelos piscicultores por se adaptarem a água parada o que possibilita maior manejo. Segundo (FILHO, 1995) são denominados peixes de água parada aqueles que habitam lagoas ou igarapé e que não necessitam de subir corredeiras para estimularem-se no período da desova.
Em relação às espécies mais cultivadas, a Tilápia (Oreochromis spp.) Figura2A¸é a principal, em 2011 contribuiu com 47% da produção nacional por aquicultura, seguida pelo Tambaqui (Colossomamacropomum) Figura 2B, com 20% de contribuição (BRITO, 2015). Vale ressaltar que os demais contribuírem de maneira expressiva com uma contribuição de mais de 20% da produção piscícola brasileira. (MPA, 2013).A produção brasileira de pescado vem ao longo do tempo subindo patamares na produção de peixes. E o mercado consumidor tem boa aceitação de peixes advindos da piscicultura. 
A Tilápia (Oreochromisniloticus) é o peixe que possui maior destaque na produção, por se adaptar rapidamente a vários tipos de cultivos (FAO, 2000 apud SAMPAIO, 2005). A Tilápia grupo de peixes africanos comumente chamados de Tilápias, fazem parte da família de ciclideos, dentro de várias espécies de Tilápias a Oreochromisniloticusa que melhor se adapta nas condições ambientais do nosso país, nós conhecemos por tilápia do Nilo, devido essa espécie ser rústica acaba resistindo a doenças, a mudanças de climas, e até mesmo ao manejo. Alimenta-se de algas unicelulares, mas aceita com facilidade qualquer outro tipo de alimento. (FILHO, 1995). 
Alguns piscicultores que possuem outras atividades agrícolas, às vezes alternam a alimentação desses peixes entre ração comercial e alimentos produzidos de seus cultivos tais como: milho, derivados da mandioca, abobora (cortados em pedaços pequenos).Possui um hábito alimentar diversificado, excelente conversão alimentar, aceita condições ambientais adversas, tem capacidade de sobreviver em ambientes com altas densidades populacionais, resiste à ampla variação do pH da água e resistente a temperaturas elevadas (AYROZA et al., 2005).
Em segundo lugar na produção o Tambaqui (Colossomamacropomum), esta espécie é da família do pacu, é de origem amazônica, pouco resistente as oscilações de temperatura de outras regiões. De acordo com (BRITO, 2015) O tambaqui possui um crescimento quase que nulo no inverno, em razão de não se adaptar com as mudanças de temperatura, principalmente quando estão abaixo de 20 º C.
Essa espécie é a segunda da América Latina que possui escamas, podendo chegar até aos 30 kg. devido a esta qualidade é que podemos aguardar um aumento de até 2 kg durante o período quente do ano. Os tanques para engorda do tambaquí devem ter áreas com mais de 2,5 m de profundidade para abrigar o animal nos períodos de frio e a produção esperada é de 5.000 a 7.000 kg/hectare. (FILHO. 1995).
A alimentação desta espécie varia de acordo com seu tamanho e desenvolvimento. Variando entre plâncton, alimento vegetal e animal. Enquanto tiver uma mancha preta na lateral do corpo é considerado filhote alimentando-se exclusivamente de plâncton, larvas, insetos, girinos e, em cativeiro, completamos a dieta com ração farelada à base de arroz, milho, soja, farinha de carne. (FILHO. 1995). Após este fase passa a se alimentar de tudo: frutas (goiaba, banana, manga, melão); tubérculos (batata); raiz (mandioca); sementes (milho, arroz, sorgo); restos de agroindústrias (cascas e sementes de tomate, resíduos de matadouro); resto de cozinha; rações de frango, suínos, cães e de peixes. (FILHO. 1995).
Em razão dos peixes de pisciculturas estarem presos e confinados exceto os de sistema extensivo, se faz necessário que o piscicultor forneça alimentos que contemplem suas necessidades alimentares para que se possa obter um peixe com nutrientes adequados. O interessante do tambaqui é que essa espécie é de fácil manejo na hora da despesca, sendo facilmente capturado não oferecendo muita resistência, ou seja, não pulam pela rede de captura. (BRITO, 2015).
3.2 SISTEMAS DE CULTIVO PISCÍCOLA
	Na atividade piscícola na antiguidade o cultivo de peixes era realizado em piscinas naturais, onde os monges capturavam os alevinos para a engorda, em razão de ser cultivado nessas piscinas naturais, que se relacionou a criação de peixes à piscicultura. Falavam de "piscinas", nas quais eram armazenadosos peixes capturados no mar para serem consumidos na época em que determinadas espécies não estivessem disponíveis (SOARES, 2003). 
Devido ao desenvolvimento da piscicultura, algumas técnicas foram criadas e aperfeiçoadas para melhor cultivar os peixes e dentre essas técnicas estão os tipos de sistema de criação. A aceitação dos sistemas de criação de organismos aquáticos como um ecossistema proporciona condições adequadas para o seu manejo e para a compreensão holística de suas interações com o ambiente. (LOPES, 2012). Os sistemas de manejo variam do mais simples ao mais desenvolvido.
O SistemaExtensivo(Figura 3),se configura como o mais simples entre os demais sistemas. Nesse sistema os peixes são cultivados de maneira semelhante ao seu habitat natural. “O sistema extensivo, tem como característica a utilização exclusiva do alimento natural presente nos corpos d’água (represa, açude)”. (BRITO, 2016, p. 18). Devido esse cultivo não utilizar rações ou outro alimento que não seja do ambiente natural, não há troca da água. 
Figura 3. Sistema extensivo
 de cultivo de peixes
Nesse sistema é normal encontrarmos poucos peixes no mesmo ambiente. Habitualmente o percentual de peixes em estocagem é baixo por viveiro, podendo conter uma (monocultura) ou mais espécies usadas de modo conjunto (policultura) (LOPES, 2012). A monocultura ou monocultivo é usar apenas uma cultura, exemplo criar apenas peixe em um ambiente. A policultura ou policultivo é utilizar duas ou mais culturas em um mesmo ambiente. Exemplo, em um mesmo tanque criar, peixes, camarões, quelônios.
O Sistema semi-intensivo(Figura 4) se configura em cultivar os peixes em um ambiente (tanque, poço) de maneira reduzida de espaço, e alimentação a base de rações adequadas com o intuito de melhorar o desenvolvimento dos peixes. No sistema semi-intensivo, a construção dos viveiros é adaptada para a produção comercial. (BRITO, 2016, p. 19). Nesse sistema os peixes possuem tamanhos definidos. Nesse de sistema existe renovação de contínua da água, sendo realizado o controle da acidez da água e adição de fertilizantes alimentarespara aumentara produção, que é utilizada por meio de ração balanceada (BRITOet al., 2015; SAMPAIO; MAVIGNIER, 2003). É comum encontrarmos espécies de hábitos alimentares distintasconstituíremesse sistema que, segundo Lopes (2012), apresenta boa produtividade, devido aos cuidados aplicados.
Figura 4. 
Sistema 
semi-intesivo
 de criação de peixes
Normalmente encontramos nesse tipo de sistema peixes diferentes que não se interferem no seu desenvolvimento. Exemplo, Tambaqui (Colossomamacropomum), Piau (Leporinusobtusidens).Em um açude podemos ter o pacu ou tambaquí como peixe principal, povoando com cerca de 7 a 8 mil alevinos ou peixes jovens que irão explorar os alimentos da coluna d’água e a ração a ser fornecida. (FILHO, 1995). O Piau nesse sistema se incumbirá de se alimentar de detritos da profundeza do tanque e da fauna bentônica. O resultado desse tipo de sistema está em se ter alimentação para todas as espécies e na manutenção da qualidade da água. (BRITO, 2015). Em caso de problemas pela falta de oxigênio, recomenda-se a renovação da água e a adubação.
O Sistema-intensivo se configura por cultivar uma única espécie em um ambiente de espaço bastante reduzido. O sistema intensivo de produção se caracteriza principalmente pelo monocultivo: utilização de uma só espécie de peixe, com predominância da tambatinga em Mato Grosso, do tambaqui em Rondônia e da tilápia nos outros Estados. (SEBRAE, 2015). Tendo como fonte principal de alimento a ração extrusadaque contempla todas as exigências nutricionais dos peixes.
As rações indicadas são as extrusadas – uma tecnologia de produção que submete a ração a altas temperaturas e pressão por um período curto de tempo, proporcionando seu cozimento, eliminando agentes patogênicos e fatores antinutricionais, bem como diminuindo a densidade do seu “pellet” para que consiga flutuar, reduzindo, assim, o desperdício e melhorando a conversão alimentar. (SEBRAE, 2015).
Com esse processo o piscicultor consegue aproveitar o seu tanque de cultivo, fazendo a despesca em menor tempo. Consequentemente irá aumentar sua renda.
O Sistema-intensivo (Figura 5) se configura por reduzir o espaço de cultivo realizando a alimentação dos peixes por ração especial e a renovação contínua da água. Esse sistema, além do peixe ser alimentado com ração balanceada, o seu cultivo é feito em tanques apropriados onde a disponibilidade de oxigênio, e as demais características da água são controladas. (FILHO, 1995).Esse sistema é mais viável principalmente para pequenos produtores rurais por ser mais econômico. Em todo o mundo esse sistema é o mais praticado.
Figura 5. Sistema 
intensivo de
 cultivo de peixes
Esse tipo de sistema de cultivo visa produzir de maneira mais elevada, usando espécies que suportem a elevada taxa de estoque de peixes em um único tanque, normalmente são selecionados os peixes para adentrarem nesse sistema e opta-se por uma única espécie caracterizando-se assim o monocultivo.
3.3 PANORAMA DA PISCICULTURA BRASILEIRA 
	
O Brasil vem crescendo de maneira ainda que lenta na produção de peixes advindos da piscicultura, atualmente se encontra entre os 15 países que mais produtivos.Para Sidonioet al., (2012) há dificuldade na aquisição de licenças, deficiência de assistência técnica, manejo inadequado, falta de padronização, insuficiência de pacotes tecnológicos e grande necessidade de capital de giro. Mesmo com esses entraves. Entretanto, a piscicultura surge como uma oportunidade de negócios para muitos produtores rurais.
“No Brasil, a piscicultura é uma atividade que teve seu grande avanço mais recentemente, após os anos de 1990. No entanto, seu histórico é um pouco mais antigo, tendo início a partir do século XVIII no litoral nordestino”. (BATISTA, 2013, p. 26). Mais precisamente nos anos de 1970, o Brasil voltou a investir no ramo aquícola, mas precisamente na piscicultura quando houve o investimento em espécies de peixes.
Segundo Ministério da Pesca e Aquicultura (FAO, 2011 apud BRASIL, 2012), o Brasil vem avançando sua capacidade de produção de peixes ao longo dos anos. Em 2010, a atividade piscícolacontribuiu com 82,3% da produção total do país, comparado aos demais ramos da aquicultura, com produção estimada de 394.340,0 toneladas.
Segundo Mendes e Carvalho (2016) A produção brasileira de pescado por regiões, no ano de 2010, apresentou a região Sul com maior produção, apresentando 133.425,1 t, seguido pelo nordeste com 78.578,5 t, e Sudeste, Centro-Oeste e Norte com produções de 70.915,2 t; 69.840,1 t e 41.581,1 t, respectivamente.
De acordo com informações oficiais do Ministério da Pesca eAquicultura (MPA/IBGE, 2013) a produção nacional de pescado em 2013 foi de1.241.807 toneladas, sendo que, destas, 765.287 toneladasforam de origem da pesca (61,6%) e 476.512 toneladas deorigem da aquicultura (38,4%). Esse crescimento foi graças ao melhoramento genético de espécies de peixes, vastas terras, abundância de águas e criação de politicas como programas de desenvolvimento da aquicultura.
“A piscicultura é a que mais contribui para a produção aquícola, com 44,1 milhões de toneladas de peixe, sendo os cultivos de águas interiores os maiores responsáveis por esse quantitativo, somando 38,6 milhões de toneladas em 2012”. (BRITO, 2015, p. 14). Atualmente o Brasil de acordo com dados do ministério da pesca e aquicultura está entre os 5 mais produtivos de pescado da América do Sul. Ocupando o 3º lugar, ficando na frente até mesmo da Argentina que foi o primeiro país sul-americano a implantar um sistema piscícola.
“O Brasil tem grande potencial para se tornar um dos maiores produtores de carne de peixe do mundo. Falta apenas direcionamento na linha de trabalho da piscicultura nacional” (VALENTI et al., 2000). Falta para o Brasil melhores investimentos, a assistência técnica especializada para os piscicultores, qualificar os piscicultores de acordo com as novas tecnologias.O Brasil reúne condições extremamente favoráveis para a aquicultura, em especial o seu grande potencial hídrico. São mais de 2,5 milhões de quilômetros quadrados em mar territorial e 5 milhões de hectares de água doce em reservatórios naturais e artificiais que poderão ser aproveitados na produção de organismos aquáticos. (TEIXEIRAet al., 2006, p. 95).
Na piscicultura saber escolher o tipo de sistema para cultivar os peixes são essenciais, pois cada tipo de sistema dependerá, do clima, do relevo, da espécie a ser cultivada, do ambiente e o econômico. Por essa razão se faz necessário que o piscicultor tenha o conhecimento necessário antes de fazer o investimento.
De acordo com (MPA, 2015) ocultivo de peixes marinhos, aindaque possua uma potencialidade no litoral brasileiro, que proporciona inúmeras vantagenspara o desenvolvimento da piscicultura, ainda necessita dedesenvolvimento tecnológico, sobretudo relacionado à reprodução e nutrição. Énecessário também ampliarprogramas tecnológicos adequados à realidade brasileira.A piscicultura marinha deve ser vista como um negóciolucrativo para pequenos produtores e para investidores daagroindústria, uma vez que a maioria das espécies de peixepossui maior valor agregado (MPA, 2015).
3.4 PANORAMA DA PISCICULTURA NO ESTADO DO PARÁ
	Devido a grande procura e consumo por pescado e a carência de peixes advindos da pesca extrativista. Muitos estados brasileiros enxergam como uma alternativa de otimizar renda.
A demanda mundial por pescado tem sofrido um significativo incremento nas últimas décadas, principalmente em função do crescimento populacional e da busca dos consumidores por alimentos mais saudáveis. Neste contexto, a aquicultura desponta como a alternativa mais viável para continuar aumentando a oferta nos próximos anos, visto que a pesca encontra-se com a produção estabilizada desde a década de 1990 (FAO, 2014). 
Alguns Estados apresentam sistemas de produção em práticas mais desenvolvidas de estrutura piscícola. Muitas são autossustentáveis no que diz respeito aos insumos fundamentais e na disposição de beneficiamento, enquanto outros são menos estruturados e carecem de maiores investimentos. Segundo Brabo (2014) o estado do Pará se enquadra no segundo grupo, mesmo apresentando condições naturais privilegiadas para o desenvolvimento das mais diversas modalidades aquícolas. 
O cultivo de peixes de água doce é a principal atividade aquícola do Pará, sendo presente em todos os seus 144 municípios. Para Brabo et al., (2006). A carcinicultura marinha e a ostreicultura contam com poucas iniciativas, cinco e sete empreendimentos comerciais, respectivamente, todos localizados na mesorregião Nordeste. “Além delas, há registros de iniciativas de jacaricultura e quelonicultura, geralmente em escala familiar e até experimental” (BRABO, 2014). 
O Pará possui uma atividade piscícola bastante variada de peixes. Devido ao seu clima que favorece até mesmo o cultivo de algumas espécies não nativas como é o caso da tilápia (Oreochromisniloticus) e espécies nativas sob um sistema controlado, ou seja, fora do seu habitat natural.
Para Brabo (2014) Deste modo, a piscicultura de peixe de água doce constitui-se na principal atividade aquícola do Estado do Pará, tendo o tambaqui Colossomamacropomum, a pirapitinga Piaractusbrachypomus, o tambacuColossomamacropomum♀ x Piaractusmesopotamicus ♂, a tambatingaColossomamacropomum♀ x Piaractusbrachypomus ♂, a tilápiaOreochromisniloticus, o pirarucu Arapaima gigas, o surubim Pseudoplatystomaspp., o matrinxãBryconamazonicus, o piau Leporinusspp. e o curimatã Prochilodusspp. Como principais espécies. 
O sistema extensivo de produção é vastamente utilizado no estado, fazendo uso de diversas espécies no mesmo sistema. De acordo com Brabo (2014) por outro lado o sistema semi-intensivo permeia a maioria dos empreendimentos comerciais, geralmente com peixes redondos em viveiros de derivação ou de barragem, e em menor escala com pirarucu ou surubim alimentado com ração comercial ou com peixes forrageiros, principalmente a Tilápia. 
No caso da Tilápia e outros peixes advindos de outros países, é necessário que haja um cuidado bastante grande. Pois são espécies exóticas que não devem ser cultivadas perto de rios, igarapés, bacias hidrográficas.
De acordo com Brabo (2014) um dos temas mais discutidos entre os atores sociais da cadeia produtiva da piscicultura no paraense é a proibição da criação de espécies exóticas em sistemas abertos, executada pelo Artigo 29 da Lei Estadual n° 6.713 de 25 de janeiro de 2005, que dispõe sobre a política pesqueira e aquícola.
Esse cuidado se faz necessário para que não haja a introdução indevida de espécies exóticas, que possam comprometer a fauna pesqueira. Por disputa por alimentação, abrigo. E em razão de algumas espécies exóticas se adaptarem facilmente com o clima amazônico acabam sobressaindo sobre as espécies nativas. 
Segundo Brabo (2014) adiscordância de ideias nos possíveis impactos que possam ser gerados em caso de escape para cursos d’água naturais, uma parcela acredita que não haverá modificaçõesexpressivas na ictiofauna local, já que sua criação no Estado ocorre desde a década de 1970 e não existem indicativos de alterações ecossistêmicas, enquanto outra parcela defende que uma produção massiva provocará maior número de escapes, causando a competição por espaço e alimento com espécies nativas e o estabelecimento da população no novo ambiente, em função da fecundação, da estratégia reprodutiva e da capacidade adaptativa desta espécie. 
	O Estado do Pará possui muitos piscicultores que não possuem assistência técnica o que acomete a fazerem um cultivo de maneira desorganizada, até mesmo irresponsável (BRITO, 2015). A assistência técnica se faz importante, pois é a maneira do piscicultor ter conhecimento de como fazer o cultivo correto, tendo ciência dos agravantes que a atividade pode ocasionar se for realizada de maneira inadequada.
3.	5 CARACTERIZAÇÃO DA PISCICULTURA NO MUNICÍPIO DE MOCAJUBA/PARÁ
	A atividade piscícola no município de Mocajuba/PA, ainda é recente é precária. (BRITO, 2015, p. 15). O referido autor foi o primeiro a desenvolver um estudo sobre a atividade no município. Onde identificou que o município não possuía nenhum piscicultor cadastrado na secretaria de agricultura e nem na EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Rural). De acordo com Brito (2015) o motivo de não encontrar nenhum piscicultor cadastrado na EMATER para obter assistência técnica, foi em razão de que os piscicultores não se enquadrarem nos requisitos legais para obter o licenciamento ambiental.
De acordo com Kubitza; Ono e Campos (2011), a piscicultura é o ramo mais desenvolvido da aquicultura brasileira, tendo como principais fatores limitantes para o seu desenvolvimento: dificuldade de regularização ambiental; elevado custo de produção; assistência técnica insuficiente; baixa qualificação dos produtores; poucas opções de linhas de crédito; baixos preços pagos ao piscicultor; dificuldade de acesso à tecnologia; limitações do mercado regional; e mortalidade de peixes por enfermidades. 
	De acordo com Brito (2015) foram identificadas nas atividades piscícolas do referido município, carência total de assistência técnica, onde dos 17 piscicultores entrevistados, apenas um possuía assistência técnica, sendo esta assistência de modo contratado. Toda essa falta de assistência técnica interfere diretamente na produção e na lucratividade do piscicultor. Peixes com pouco desenvolvimento, perda na produção, devido à falta de conhecimento específico.
	Conforme abordam Araújo e Moraes (2010) a qualidade dos peixes, assim como o seu melhor desenvolvimento depende de um bom manejo alimentar, sanitário, entre outros; sendo que dentre os manejos existentes, quando se tem um bom manejo alimentar e os piscicultores buscam opções de fornecer aos peixes alimentos alternativos, além dos tradicionais, eles estarão alcançando melhores retornos financeiros.
	Segundo SEBRAE (2001), quem almeja entrar na atividadepiscícola, precisa ter informações técnicas e treinamento adequado. Obter um pescado competitivo e de boa qualidade é uma questão de sobrevivência. Quem já está no mercado, usando métodos ultrapassados necessita se modernizar com urgência. 
	Para Brito (2015) a piscicultura mocajubense em razão de não possuir assistência técnica, está mais voltada para a fonte alimentar dos piscicultores, tendo como outras fontes: plantação de mandioca, açaí, pimenta-do-reino, aves. A agricultura familiar viu na piscicultura uma alternativa de renda e de alimentação que viabilizasse melhoria na qualidade de vida.
	De acordo com (BRITO, 2015) nem sempre é possível para o agricultor familiar conseguir resultados satisfatórios somente com uma atividade. Muitos agricultores utilizam a piscicultura como segundo atividade.
Fonte: MPA, 2015
Figura 6
. Regionalização da Aquicultura no Brasil
Na figura acima podemos perceber que a piscicultura é a principal representante da aquicultura no Brasil. Se destacando praticamente em todos os estados brasileiros.
4 METODOLOGIA
	O lócus de pesquisa foi no município de Mocajuba/Pará. Localizado no Baixo Tocantins, nos meses de novembro de 2017 à maio de 2018. Utilizando como princípio a revisão bibliográfica como base para a pesquisa em questão.
A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica. Para tanto, é de suma importância que o pesquisador realize um planejamento sistemático do processo de pesquisa, compreendendo desde a definição temática, passando pela construção lógica do trabalho até a decisão da sua forma de comunicação e divulgação. (BOCATTO, 2006).
A pesquisa bibliográfica servirá de embasamento teórico. Partindo desse pressuposto, buscou-se analisar diversas obras que pudessem enriquecer o presente estudo.
Pesquisa é definida como o(...) procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionarrespostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulaçãodo problema até a apresentação e discussão dos resultados.(GOLDENBERG, 1997, p. 17).
	A pesquisa é o meio pelo qual o investigador faz um levantamento de hipótese, a fim de buscar respostas plausíveis para o problema de estudo. Outra análise relevante para este estudo foi por meio da pesquisa quantitativa. 
	Conforme aborda Fonseca (2002) neste tipo de pesquisa quantitativa os resultados podem ser quantificados. Como as amostras na maioria das vezes são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a populaçãoalvo da pesquisa. 
Segundo Fonseca (2002) a pesquisa quantitativa centraliza na objetividade, Influenciada pela afirmação do entrevistado, considera que a realidade só pode sercompreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos como auxílio de instrumentos padronizados e neutros. 
“A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas deum fenômeno, as relações entre variáveis”. (FONSECA, 2002, p. 20). Vale ressaltar que o emprego conjunto dapesquisa qualitativa e quantitativa permite coletar mais informaçõesdo que se poderia conseguir de maneira isolada.
Para que este estudo pudesse ser desenvolvido de caráter sistemático, foi utilizado questionário semiestruturado baseado nos estudos realizados por Batista (2013) na cidade de Dourados-MS e Farias (2015) no município de Baião-PA, subdivididos em III blocos, através de entrevistas realizadas com os piscicultores cadastrados na SEMAGRI (Secretaria Municipal de Agricultura) no município de Mocajuba/Pará, buscou-se informações a respeito de outros piscicultores na EMATER; Colônia dos pescadores Z38; e outras associações de pescadores artesanais). Ao todo foram entrevistados 20 piscicultores que se encontraram nas seguintes localidades rurais (Acapúcuara, Angelin, Bom futuro, Guariba e Caximguba e Nova aliança).
Após o término das entrevistas, todas as informações contidas no questionário semiestruturado foram digitalizadas em uma planilha eletrônica Word Excel, organizando todos os dados coletados e representando por meio de gráficos e percentagem. De modo coerente, dando clareza nos resultados. 
4.1 ALGUMAS LOCALIDADES VISITADAS
D
C
B
A
Figura 
7
. Algumas propriedades visitadas. A)
 Comunidade de 
Acapucuara
. B) Comunidade de 
Angelin
. C) Comunidade de Nova aliança. D) comunidade de 
caximguba
.
Essas foram algumas das 20 propriedades visitadas durante a pesquisa de campo, outras comunidades foram Igarapé preto, Bom futuro. Em todas as comunidades fomos muito bem recebidos pelos pisicicultores, que em nenhum momento se negaram a contribuir com este estudo.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No tocante deste estudo buscou-se mostrar com clareza os dados obtidos nas pesquisas, verificou-se que esta atividade é normalmente gerida por homens com faixa etária de 33 anos, tendo como base os 20 piscicultores entrevistados, todos são do sexo masculino e esses dados também podem ser encontrados em outros estudos realizados por Farias (2015) no município de Baião/PA e (BATISTA, 2013) em estudo feito na cidade de Dourados (MS).
	Quanto a naturalidade dos piscicultores identificou que 75% são naturais do município de estudo, já 25% são de outros municípios. Sendo 2 de Tucuruí, 1 de Bragança e 2 Baião. Esses dados se assemelham com os estudos realizados por Farias (2015) que identificou em seu estudo que 84% dos entrevistados eram Baionenses, esses dados se contrastam com os estudos realizados por Batista (2013) em Mato Grosso do Sul, onde identificou que a maioria dos piscicultores era advinda de outras localidades.
GRÁFICO 
1
.
 Grau de escolaridade dos piscicultores 
Em relação ao grau de escolaridade, do total dos entrevistados 15 alegaram possuir apenas o ensino fundamental incompleto que corresponde a 65%, já 03 dos entrevistados que corresponde a 15% alegaram possuir o ensino fundamental completo. Outros respectivamente alegaram possuir 02 (ensino médio completo), 02 (ensino superior), que corresponde a 10% cada.
Esses dados se comparados com os estudos realizados por Farias (2015) acabam se assemelhando, onde em seus estudos constatou-se que 44% dos entrevistados possuíam baixa escolaridade, já se comparado com os estudos de Batista (2013) há uma disparidade, onde em seu estudo o mesmo verificou que a maioria dos piscicultores possuía ensino superior.
Quando questionados sobre a assistência técnica 65% dos entrevistados responderam que possuem assistência, mas que é particular, pagando para um profissional realizar a verificação do Ph da água, instruções sobre alimentação e manejo. Para os 35% alegaram não possuir nenhum tipo de assistência.
	
GRÁFICO 
2
. Descrição dos piscicultores quanto o recebimento ou não de visita técnica 
para a piscicultura.
Ao serem perguntados se já tinham tido alguma perda na produção (total ou parcial), 12 dos entrevistados alegaram já ter tido perdas parciais na produção, sendo que 08 piscicultores alegaram ter tido perdas parciais mais de uma vez em sua produção. Com isso percebe-se que a ausência de assistência técnica acaba comprometendo de maneira significativa na melhoria da produção piscícola.
Quando perguntados sobre se já terem tentado obter assistência técnica junto ao órgão EMATER, encontramos os seguintes resultados: 
Dos piscicultores entrevistados 60% alegaram já terem tentado conseguir assistência técnica originada da EMATER, 40% dos entrevistados nunca tentaram. Algo que merece ser exposto é que dos 12 piscicultores que tentaram obter assistência técnica nenhum conseguiu. Onde os entrevistados alegaram que o motivo de não adquirirem a assistênciatécnica seria a falta de licenciamento ambiental. Esses resultados se diferem dos resultados encontrados por Farias (2015) no município de Baião, onde 44% dos entrevistados possuíam assistência técnica derivada da EMATER.
Percebe-se que apesar dos dois municípios Mocajuba e Baião serem vizinhos, há uma diferença no que diz respeito à assistência técnica prestada pela instituição EMATER, com isso verifica-se que a piscicultura mocajubense ainda necessita está adequada aos requisitos legais: documentação de terras, licenciamento, para que os mesmos possam obter assistência técnica.
Ao serem questionados sobre os seus conhecimentos na atividade piscícola, todos os entrevistadosalegaram possuir algum conhecimento sobre piscicultura. Sendo que 65% alegaram possuir o conhecimento devido a troca com outros piscicultores. Para os 25% dos entrevistados afirmaram possuir o conhecimento través de cursos técnicos, e apenas 10 % alegaram possuir o conhecimento adquirido ao longo do tempo, por meio de erros e acertos em suas produções. 
	
Quando indagados quanto a participação da Secretaria Municipal de Agricultura no apoio na piscicultura, 14 dos entrevistados que corresponde à 70% alegaram que a SEMAGRI oferece apoio para os piscicultores, sendo que 30% afirmaram não possuir nenhum apoio da SEMAGRI.
	Dos 14 entrevistados que alegaram receber apoio da SEMAGRI, 9 dos piscicultores afirmaram receber apenas apoio quanto ao maquinário, onde a SEMAGRI oferece as máquinas para as escavações dos poços e os piscicultores entram de contrapartida com a diária do operador da maquina e o combustível. Analisando esse fator percebe-se que o apoio da SEMAGRI ainda é bastante ínfimo.
Para os outros 5 piscicultores que alegaram receber apoio da SEMAGRI, quando perguntados que tipo de apoio recebem, as informações prestadas foram unânimes relatando receber: orientação na alimentação, controle do Ph da água e construção de poços. Algo interessante que merece atenção nestes dados é que estes últimos 5 piscicultores pertencem exclusivamente à uma localidade denominada de Nova Aliança, já os demais que alegaram não possuir nenhum e/ou apenas apoio maquinário, não de outras localidades distantes da comunidade Nova Aliança. Com isso percebe-se que há um beneficiamento de apenas uma comunidade enquanto as outras ficam isentas da prestação de serviços da SEMAGRI. Mas é preciso destacar que a comunidade de Nova Aliança possui um grupo de piscicultores unidos e fortemente engajados sempre buscando por melhorias na área e cobram veementemente dos órgãos municipais pela prestação de serviços.
	Ao serem perguntados se a SEMAGRI promove cursos aos piscicultores 75% dos piscicultores alegaram que não/ou não sabem se a referida secretaria oferece cursos aos piscicultores, já 25% dos entrevistados alegaram que a referida secretaria já promoveu ou às vezes promove cursos aos piscicultores pelo SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). Conforme relatam França e Pimenta (2012) em seus estudos na região de Dourados (MS) A assistência técnica especializada é essencial para manter o bom funcionamento da produção, assim, essa assistência precisa ser satisfatória para os produtores.
	Dos piscicultores que entrevistados que alegaram terem participado dos cursos oferecidos pela SEMAGRI em parceria com o SENAR, obteve-se a seguinte resposta quando perguntados se houve melhoria após o curso:2 dos piscicultores alegaram terem melhorado o controle do Ph da água e alimentação, outros 2 piscicultores afirmaram terem adquirido técnicas de policultivo e alimentação, 1 dos piscicultores alegou adquirir conhecimentos na reprodução em cativeiro de alevinos, controle de Ph da água e alimentação.
	Percebe-se que os cursos de capacitação são imprescindíveis e dão não só ao piscicultor, mas como ao cidadão autonomia e independência para gerir sua produção, mesmo com ausência da assistência técnica é possível dar ao piscicultor melhores condições de cultivo.
	Quando indagados o que precisava ser melhorado para que houvesse melhores resultados na piscicultura do município obtiveram-se os dados a seguir:
	Os dados mostram que 75% dos entrevistados acreditam que a assistência técnica seria fundamental para que a piscicultura no município de Mocajuba/PA, possa ter melhores resultados, 20% acreditam que o barateamento da ração seria essencial na melhoria da piscicultura, 30% alegaram que a criação de um mercado de peixe destinado apenas aos piscicultores seria principal na melhoria da piscicultura, 25 % dos entrevistados acreditam que a criação de uma cooperativa seria mais viável para melhorar a piscicultura do município e 10% alegaram que o transporte para escoar a produção seria mais útil na melhoria da piscicultura municipal.
	Esses dados se assemelham os estudos realizados por França e Pimenta (2012) em Dourados (MS), onde foram verificado que 53% acreditam que a assistência técnica pode melhorar significativamente na produção piscícola.
	Adentrando no Bloco III que diz respeito a piscicultura do ponto de vista econômico, verificou-se os tipos de peixes criados. Chegando aos seguintes dados:
	
Dos piscicultores entrevistados 90% possuem o Tambaqui (Colossomamacropomum) como principal espécie da propriedade, tendo o Piau (Leporinusobtusidens) como segunda espécie cultiva representando 85%, em terceiro lugar empatado temos respectivamente: Pirabanha(Serrasalmusnattereri) ePiracucu (Arapaima) com uma representação de 40% dos entrevistados, a Carpa (Cyprinuscarpio) aparece logo em seguida com 15%, sendo esta espécie considerada nova para os conhecimentos dos piscicultores e com 10% aparece a Tilápia(Oreochromisniloticus). 
O Tambaqui (Colossomamacropomum) ainda é a principal espécie mais cultivada entre os piscicultores, esses dados se assemelham com os estudos realizados por Farias (2015), onde verificou que 86% dos piscicultores baionenses também utilizam o Tambaqui como principal espécie. Já a Tilápia que aparece como a menor espécie cultivada, no estudo realizado por Brito (2016) a Tilápia aparecia em segundo lugar com 29% seguido da Tambatinga com 18%. Com isso percebe-se que outras espécies foram sendo introduzida na piscicultura do município em razão de maior aceitação comercial e desenvolvimento produtivo.
Quando perguntados sobre a obtenção dos alevinos obteve-se os seguintes resultados: 85% dos entrevistados que corresponde a 17 piscicultores afirmaram comprar os alevinos, 15% alegaram reproduzir na sua propriedade. Ao indagados se existe dificuldades para a obtenção dos alevinos encontrou-se os seguinte resultado:
	
Os dados mostram que 85% dos piscicultores entrevistados alegaram que o transporte em seguida do preço com 60% são os principais entraves para a obtenção dos alevinos, 15% afirmaram não possuir dificuldade para a obtenção dos alevinos. Esses dados se diferem nos resultados encontrados nos estudos de Farias (2015) onde 56% dos piscicultores entrevistados afirmaram não possuir dificuldade na obtenção dos alevinos.
Quanto ao número de despescas por ano, obtiveram-se os seguintes resultados:
Dos piscicultores entrevistados 60% alegaram realizar 8 despescas por ano, 25% afirmaram realizar 4 despescas por ano e 15% relataram fazer 2 despescas por ano. O preço médio do pescado advindo da piscicultura variou entre 8 a 12 R$ o Kg.
Ao perguntados sobre para quem é vendido o peixe, o resultado foi surpreendente com 100% dos entrevistados alegaram vender diretamente para o consumidor. Isso mostra que a piscicultura no município ainda é pouca estruturada e organizada. Esses dados se assemelham com os dados obtidos por Farias (2015) que constatou que os piscicultores baionenses em sua grande maioria também vendem seus peixes em feiras livres direto para o consumidor e quando comparados com os estudos realizados por DOTTI, VALEJO e RUSSO (2012) que foi constatado que a produção dos piscicultores é vendida para supermercados, feiras, frigoríficos e pesque-pague da região de Itaporã (MS).
Quando perguntados sobre a quantidade(quilos) produzidas por ano 40% não souberam responder é o que corresponde à 8 dos piscicultores entrevistados, já 35% referente a 7 dos entrevistados alegaram produzir entre 600 a 800 quilos por ano, tendo 15% dos entrevistados correspondente a 3 afirmaram produzir entre 900 a 1.200 quilos, e 10% dos entrevistados que somam 2 afirmaram produzir entre 1.200 a 1.500 por ano. Percebe-se que a maioria dos entrevistadosnão souberam responder quanto a sua produção o que representa que a piscicultura ainda é feita sem planejamentos.
Ao serem indagados sobre se existe dificuldade em vender o pescado alcançou-se os seguintes resultados:
Dos entrevistados 85% alegaram existir dificuldades na venda do pescado, 15% afirmaram não existir dificuldade. Aos que alegaram existir dificuldade para vender o pescado, diversas foram as razões que vão desde o transporte, burocracia em tirar o GTA (guia de transporte animal) obrigatório sendo a ADEPARÁ o órgão responsável pela fornecimento do documento de liberação, fiscalização excessiva por parte da vigilância sanitária que dificulta a venda de peixes em locais inadequados (Ex: nas esquinas das ruas). 
Ao final foi feita a seguinte pergunta aos piscicultores entrevistados: Você aponta alguma solução para este problema, os resultados foram impressionantes onde 18 dos entrevistados que corresponde a 90% alegaram que a criação de uma cooperativa seria essencial para solucionar os problemas enfrentados pela piscicultura local, e 10% alegaram que para solucionar os problemas da piscicultura seria maior participação dos órgãos municipais e estaduais em prol dos piscicultores, fornecendo assistência técnica, cursos de capacitação e políticas de escoamento da produção piscícola.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	A partir das informações coletadas verificou-se que o sistema piscícola do município de Mocajuba-PA, possui piscicultores com baixa escolaridade e que enxergaram na piscicultura uma alternativa de rentabilidade para ajudar na agricultura familiar. Onde alguns entraves são visíveis nas produções piscícolas tendo a falta da assistência técnica gratuita como uma das principais que afetam a produção dos piscicultores: com perda parcial da produção, peixes pouco desenvolvidos.
	O principal obstáculo identificado na obtenção da assistência técnica gratuita pelo órgão da EMATER foi à falta do licenciamento ambiental, sendo esta licença de fundamental importância, pois através dela o piscicultor conseguirá não só adquirir a assistência técnica como também financiamento para investir em sua produção.
	Com essa falta de licenciamento ambiental, os caminhos acabam ficando cada vez mais difíceis, ocasionando aos piscicultores a retenção de sua produção, ficando inviável o escoamento e consequentemente os piscicultores acabam realizando suas vendas direto para o consumidor o que resulta no barateamento no quilo do peixe em razão da ampla concorrência tanto com outros piscicultores quanto os pescados advindos da pesca predatória.
	Por essa razão se faz necessário que haja uma melhor integração dos piscicultores, para que os mesmos possam se unir e engajados consigam cobrar os órgãos municipais e estaduais a legalização de suas produções. Nesse sentido a criação de uma cooperativa seria de fundamental importância para que esses entraves sejam superados de maneira efetiva.
	Espera-se com este estudo divulgar informações relevantes para que possam chegar até os órgãos competentes e aos demais piscicultores, para que sejam sanados os problemas da piscicultura do município de Mocajuba-PA. Cuja atividade vem se mostrando em constante ascensão no município que apesar de ser recente, a mesma está cada vez mais presente nas propriedades das famílias rurais e até na cidade, onde é constatado o grande número de pessoas que estão investindo nos quintais de suas casas em criação de peixes.
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