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ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PARA O CUIDADO Lina Sant Anna Dietas hospitalares Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os pressupostos básicos da dieta hospitalar. Diferenciar os tipos de dietas hospitalares e suas indicações. Discutir as indicações e contraindicações da nutrição enteral e parenteral. Introdução A alimentação hospitalar é reconhecida por sua relação com a melhoria do tratamento dos pacientes, em conjunto com outros cuidados de saúde. Ela é particularmente importante devido às altas taxas de desnutrição hospitalar, ao aumento da expectativa de vida e às mudanças nos perfis de morbidade da população. O fornecimento de terapia nutricional en- teral ou parenteral requer uma equipe de saúde multiprofissional. Nessa equipe, o enfermeiro possui um papel primordial. Ele é responsável por coordenar o atendimento ao paciente, trabalhando em conjunto com o nutricionista e outros membros da equipe de saúde. Neste capítulo, você vai conhecer os pressupostos básicos da dieta hospitalar. Também vai diferenciar os tipos de dietas hospitalares e suas indicações. Por fim, vai ver as indicações e contraindicações da nutrição enteral e da nutrição parenteral. Pressupostos básicos da dieta hospitalar O hospital é uma organização de prestação de serviços de saúde. Ele é consi- derado um subsistema de cuidados secundários (cura e tratamento) e terciários à saúde (reabilitação e reintegração). Possui como objetivo principal a recu- peração da saúde e a atenção integral ao paciente sob internação. Para isso, abrange um conjunto de cuidados. Entre eles, os relacionados à alimentação e à nutrição, dirigidos de acordo com as características individuais e o tipo de enfermidade dos pacientes. Dentro dos hospitais, está inserido o Serviço de Nutrição e Dietética (SND) ou Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN). Essa unidade de trabalho ou órgão tem como função primária a produção e o fornecimento de refeições com qualidade nutricional, características organolépticas adequadas e segurança microbiológica, tanto para funcionários como para pacientes internados ou ambulatoriais. Outras funções incluem a educação nutricional e a orientação dietética, contribuindo para o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis e possibilitando aos pacientes a manutenção da terapia nutricional após a alta hospitalar. As atividades desenvolvidas encontram-se alicerçadas no tripé: assistência, ensino e pesquisa. Esta última é realizada principalmente nos SNDs conectados a estruturas acadêmicas, de pesquisa e/ou de formação de pessoal de nível superior (VIEIRA; JAPUR, 2012). Geralmente, o SND está subdividido em: cozinha geral — prepara as refeições para atender pacientes com dieta geral, equipe de saúde, funcionários e estagiários; cozinha dietética — prepara as dietas hospitalares que têm como ob- jetivo a prevenção, a manutenção e a recuperação de enfermidades por meio da oferta de alimentos com consistência ou nutrientes adequados à necessidade do paciente; copas — responsáveis pela distribuição de refeições para pacientes e acompanhantes; almoxarifado — local específico para recebimento, armazenamento e distribuição de gêneros alimentícios, fórmulas infantis e de nutrição enteral. O cuidado nutricional do paciente hospitalizado deve ser realizado pela Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN). Segundo a RDC nº 63, de 6 de julho de 2000, essa equipe é um grupo formal e obrigatoria- mente constituído de pelo menos um profissional de cada categoria, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico (BRASIL, 2000). Ele pode ainda incluir profissionais de outras categorias, habilitados e com treinamento específico para a prática da terapia nutricional. Portanto, vê-se que o cuidado deve ser realizado por meio de uma abordagem multidisciplinar, dividindo responsabilidades e integrando as diversas atividades da força de trabalho. Sem Dietas hospitalares2 esforços coordenados e complementares de diferentes membros da equipe, o resultado não é satisfatório. Todos os profissionais envolvidos no cuidado direto ao paciente devem apreciar o valor de fornecer uma nutrição adequada e estar familiarizados com as possibilidades de fornecer suporte nutricional, se necessário. O hospital e o SND, juntamente à equipe multiprofissional, devem ter total responsabilidade pelo cuidado nutricional dos pacientes, visto que a prevalência de desnutrição em pacientes hospitalizados é muito alta. Uma revisão sistemática de literatura de 1.467 artigos sobre o estado nutricional de cerca de 30 mil pacientes em 12 países da América Latina observou uma prevalência relatada de desnutrição relacionada à doença de 40% a 60% no momento da admissão, com vários estudos relatando um aumento na preva- lência com o aumento da duração da hospitalização (CORREIA; PERMAN; WAITZBERG 2017). Segundo os autores do estudo, a desnutrição relacionada a doenças em pacientes hospitalizados é um problema de saúde pública tanto em países industrializados quanto em emergentes ao redor do mundo. O estado nutricio- nal deficiente está associado ao aumento da morbidade e da mortalidade, ao aumento do tempo de internação, à readmissão mais frequente e ao aumento dos custos de saúde. No entanto, apesar do crescimento econômico de muitos países, a desnutrição relacionada à doença continua sendo sub-reconhecida e subtratada. Diferentes fatores colaboram para a desnutrição em pacientes hospitalizados. Enquanto alguns casos são consequência das doenças, outros decorrem da ingestão inadequada devida à perda de apetite, à inabilidade de ingestão de alimentos ou à má absorção, em casos de doenças que afetam os órgãos digestivos. Portanto, a dieta hospitalar é importante por garantir o fornecimento de nutrientes ao paciente internado e, assim, preservar ou recuperar seu estado nu- tricional. Também é importante por atenuar o sofrimento gerado nesse período em que o indivíduo está separado de suas atividades e papéis desempenhados na família, na comunidade e nas relações de trabalho. Além disso, é necessário considerar que ele se encontra ansioso devido ao próprio adoecimento e aos 3Dietas hospitalares procedimentos hospitalares, muitas vezes pouco compreendidos. Portanto, é necessário trabalhar a alimentação dos pacientes, elaborando-a não só no sentido de suprir suas necessidades básicas de manutenção ou recuperação da saúde, mas propiciando bem-estar físico e mental (DE SOUZA; NAKASATO, 2011). Para fornecer a oferta adequada de nutrientes e reduzir as taxas de desnu- trição, deve-se garantir que a prescrição elaborada pelo médico seja seguida corretamente por toda a equipe. O propósito da prescrição de uma dieta hos- pitalar é transmitir a intenção do médico à equipe de saúde. Na prescrição ou formulação da dieta, deve-se considerar: a natureza da doença, o que pode ser realizado pela dieta e se a dieta será aceita pelo paciente. A seguir, você pode ver as características de uma boa prescrição (DOVERA, 2007). A prescrição deve ser concisa e específica. Deve ser transmitida por poucas palavras ou sentenças. A prescrição deve ser clara e inequívoca. Se puder ser interpretada de maneira diferente da intencionada, ela foi mal redigida. A prescrição deve ser completa. Todas as modificações ou restrições dietéticas devem ser repetidas todas as vezes que a dieta for modifi- cada. Quando as mudanças são feitas em uma parte da dieta, não se deve presumir que o nutricionista automaticamente manterá as outras modificações. A prescrição deve ser intrinsecamente coerente. Uma modificação dietética não deve entrar em conflito com outra. Se a prescrição incluir muitas modificações, a mais importante deveser registrada primeiramente, com prioridade. A prescrição deve ser necessariamente restrita ou completa. Embora mudanças circunstanciais requeiram medidas dietéticas muito restri- tivas, restrições menos rigorosas podem cumprir o que é pretendido. Mudanças frequentes na prescrição devem ser evitadas. Embora mu- danças circunstanciais no hospital possam requerer modificações die- téticas, deve-se formular precocemente no hospital uma dieta que possa ser utilizada após a alta. A formulação precoce dá aos nutricionistas tempo para a execução de ordens e permite ao paciente um melhor entendimento de suas necessidades dietéticas a longo prazo. O grau de controle dietético deve ser especificado o mais claramente possí- vel. O termo “mínimo” indica que a dieta fornece a menor quantidade possível de substância sem ser inconveniente ou desagradável ao paladar. “Baixo”, Dietas hospitalares4 “limitado” e “restrito” são usados para indicar uma redução intermediária da quantidade da substância na dieta. Os termos “abundante” e “alto” indicam um aumento da substância na dieta, que é executado convenientemente. A extensão da quantidade implícita nesses termos gerais é especificada, quando possível, na dieta (DOVERA, 2007). O médico e toda a equipe de saúde possuem como responsabilidade informar ao paciente as suas restrições dietéticas. A ideia é que ele esteja ciente da importância do plano alimentar, melhorando assim a sua a aceitação e, consequentemente, a ingestão. Tipos e indicações de dietas hospitalares Dieta geral hospitalar A dieta geral hospitalar é indicada ao paciente adulto que não necessita de modificações dietéticas específicas. É indicada para aqueles que possuem função de mastigação e função gastrintestinal preservadas. O objetivo da dieta é fornecer uma quantidade suficiente de proteínas, calorias e outros nutrientes, ou seja, ela é normocalórica, normoproteica, normolipídica, balanceada e completa. A dieta geral é composta de 5 a 6 refeições diárias. Os alimentos recomendados e evitados nesse tipo de dieta são listados a seguir (PAIVA; BUDARUÍCHE, 2011). Alimentos recomendados: pães, cereais, arroz, massas, leguminosas e seus produtos integrais, pobres em gorduras; hortaliças e frutas frescas; leite, iogurte, queijo com pouca gordura e sal; carnes, aves, peixes e ovos magros (sem pele e gordura); e gorduras, óleos e açúcares com moderação. Alimentos a serem evitados: hortaliças e frutas, enlatadas com sal e óleo, e conservas com calda de açúcar, respectivamente; leite, iogurte e queijo ricos em gordura e sal; carnes, aves, peixes e ovos ricos em gordura e sal, como os frios em geral; e gorduras, óleos e açúcares em excesso. 5Dietas hospitalares Em muitas circunstâncias, a hospitalização não é o momento apropriado para a imposição de restrições dietéticas excessivas, especialmente se as mo- dificações não fornecerem ao paciente proteínas e calorias suficientes para as suas necessidades nutricionais em caso de doenças, ferimentos ou cirurgias. A importância da ingestão de alimentos adequados e apropriados durante essas situações justifica o uso de um plano alimentar tradicional (DOVERA, 2007). Na dieta geral hospitalar, seguem-se dois princípios para o fornecimento de alimentos e nutrientes para o paciente internado. Um deles consiste em, por meio de exemplificação, ensinar ao paciente a prática nutricional. O outro consiste em fornecer ao paciente alimentos que ele queira e possa ingerir. Geralmente, a aplicação dos dois princípios consegue suprir as necessidades de cada paciente. Dietas modificadas Uma dieta hospitalar modificada é um plano alimentar que controla a ingestão de certos alimentos ou nutrientes. Ela faz parte do tratamento de uma condição médica e é normalmente prescrita por um médico e planejada por um nutri- cionista. Uma dieta modificada é geralmente uma adaptação da dieta geral. Ela é modificada para se ajustar às necessidades nutricionais de um paciente em particular. As dietas são modificadas: em nutrientes; em textura; em caso de alergias ou intolerâncias alimentares. As razões mais comuns para a prescrição de dietas modificadas são (MA- RYLAND, 2014): manter ou restaurar o estado nutricional; reduzir calorias para controle de peso; fornecer calorias extras para ganho de peso; equilibrar quantidades de macronutrientes para controle de alguma doença; Dietas hospitalares6 fornecer uma quantidade maior de um nutriente, como proteínas; diminuir a quantidade de um nutriente, como o sódio; excluir alimentos devido a alergias ou intolerância alimentar; proporcionar modificações de textura devido a problemas de mastigação e/ou deglutição. Dieta branda Essa dieta modifica a consistência da dieta geral e é usada quando um paciente tem alterações e/ou perturbações orgânicas e funcionais do trato gastrintestinal. Tem como objetivo fornecer calorias e nutrientes para manter o estado nutri- cional, além de melhorar a mastigação, a deglutição e a digestão. A maioria dos alimentos na dieta geral pode ser incluída com alterações mecânicas baseadas na tolerância individual. É uma dieta normoglicídica, normoproteica e normolipídica, balanceada e completa com consistência branda. Ou seja, os alimentos são cozidos e picados ou amassados para abrandar as fibras alimentares e diminuir os resíduos ce- lulósicos e de tecido conjuntivo. Os alimentos recomendados e evitados nesse tipo de dieta são listados a seguir (PAIVA; BUDARUÍCHE, 2011). Alimentos recomendados: salada cozida; carnes frescas cozidas, assadas, grelhadas; vegetais cozidos no forno, água, vapor e refogados; ovo cozido, pochê ou quente; frutas (sucos, em compotas, assadas ou bem maduras, sem a casca); torradas, biscoitos, pães enriquecidos (não integrais); pastel de forno, bolo simples, sorvete simples; sopas, óleos vegetais; margarina; gordura somente para cocção, não para frituras. Alimentos a serem evitados: cereais e derivados integrais; frituras em geral; frutas oleaginosas; vegetais, exceto em sucos e cremes; frutas, exceto em sucos; leguminosas inteiras; doces concentrados; condimentos fortes, picantes; queijos duros e fortes. 7Dietas hospitalares Na Figura 1, você pode ver um exemplo de dieta branda. Figura 1. Dieta branda. Fonte: Adaptada de Stihl024 2nd/Shutterstock.com. Dieta pastosa A dieta pastosa é usada para indivíduos que têm dificuldade de mastigar e/ ou engolir. Também pode ser utilizada em pacientes em pós-operatório, ou que estejam em transição da dieta líquida para a branda. Quaisquer alimentos da dieta geral que podem ser adequadamente transformados em purê devem ser incluídos nessa dieta. Indivíduos que necessitam de uma dieta pastosa simplesmente devido a dificuldades de mastigação podem ser capazes de tolerar itens alimentares adicionais. Isso deve ser especificado no plano de atendimento do indivíduo. Os procedimentos dietéticos devem ser aplicados para que os alimentos vi- rem um purê, mas também é necessário fornecer porções corretas e adequadas, equivalentes às porções usadas em uma dieta regular. A consistência deve ser lisa e grossa o suficiente para montar no prato e semelhante à consistência de um creme (MARYLAND, 2014). É uma dieta normocalórica, normoproteica, normoglicídica e normolipídica. Os alimentos recomendados e evitados nesse tipo de dieta são listados a seguir (PAIVA; BUDARUÍCHE, 2011). Dietas hospitalares8 Alimentos recomendados: todos os alimentos que possam ser trans- formados em purê. Mingaus de amido de milho, aveia, creme de arroz. Alimentos sem casca ou pele, moídos, liquidificados e amassados. Alimentos a serem evitados: alimentos duros, secos, crocantes, em- panadas, fritos, cruas, com semente, casca, pele. Preparações contendo azeitona, passas,nozes (outras frutas oleaginosas), coco e bacon. Iogurte com pedaços de frutas, frutas com casca, hortaliças folhosas cruas, com sementes; biscoitos amanteigados, pastelarias. Na Figura 2, você pode ver um exemplo de dieta pastosa. Figura 2. Dieta pastosa. Fonte: Adaptada de zstock/Shutterstock.com. Dieta líquida A dieta líquida completa consiste em alimentos que são principalmente líqui- dos. Essa dieta é indicada para pacientes gravemente doentes ou que sejam incapazes de engolir ou mastigar alimentos sólidos. Outros beneficiados são os pacientes que precisam de repouso do trato gastrintestinal, que estejam em transição da dieta enteral para a oral e no pré e pós-operatório. 9Dietas hospitalares Após de 3 a 5 dias, a necessidade dessa dieta deve ser avaliada para ga- rantir uma nutrição adequada. Se as circunstâncias indicam que essa dieta é necessária para qualquer período de tempo, suplementos devem tornar-se um componente essencial dela (DOVERA, 2007; MARYLAND, 2014). É uma dieta hipocalórica, hipoproteica, normoglicídica e hipolipídica. Os alimentos recomendados nesse tipo de dieta são (PAIVA; BUDARUÍCHE, 2011): No Quadro 1, a seguir, você pode ver as características nutricionais das várias dietas, de acordo com a sua consistência. Fonte: Adaptado de Paiva e Budaruíche (2011). Dieta Carboidrato (%) Proteína (%) Lipídeo (%) Energia (kcal) Geral 56 14 30 2.800 Branda 57 14 29 2.500 Pastosa 58 14 28 2.100 Líquida 63 12 25 1.200 Quadro 1. Características nutricionais das várias consistências de dieta Dieta com baixo teor de sódio Essa dieta é indicada no auxílio do controle de hipertensão leve ou edema. Pode ser eficaz quando usada em conjunto com terapia medicamentosa, se a condição é mais grave. Os alimentos incluídos nessa dieta são semelhantes aos de uma dieta regular, com a omissão de alimentos altamente salgados e sal (MARYLAND, 2014). Exemplos de alimentos com alto teor de sódio que devem ser evitados são: queijos; embutidos como salame, salsicha, presuntos; alimentos ou refeições pré-preparadas industrialmente; alimentos em conserva com sal; peixes e carnes salgados; pão industrializado e bolachas com sal. Também devem ser restritos os edulcorantes artificiais contendo sacarina sódica e ciclamato de sódio. Dietas hospitalares10 Dieta para insuficiência renal Essa dieta é indicada para pacientes com insuficiência renal aguda ou crô- nica. É utilizada para suprir as necessidades nutricionais desses pacientes e preservar a sua função renal. Existem duas categorias dessa dieta, incluindo (MARYLAND, 2014): a) uma dieta pré-diálise para restringir a ingestão de proteína (hipopro- teica), fósforo, potássio (hipocalêmica), sódio (hipossódica) e líquidos; b) uma dieta de diálise, que é menos restritiva. A dieta pode ser oferecida em qualquer consistência, contanto que tenha restrição dos nutrientes mencionados. Os alimentos a serem reduzidos são batata, folhosos escuros, leite e derivados, laranja, banana, carnes e sal. Dieta para diabetes Essa dieta tem como objetivo suprir as necessidades nutricionais de pacientes com diabetes, além de auxiliar no controle glicêmico, evitar hipo ou hiper- glicemia e diminuir a sintomatologia. Pode ser utilizada por pacientes com diabetes mellitus tipo 1 ou 2, mulheres com diabetes gestacional e pacientes com intolerância à glicose. Ela é caracterizada por ser uma dieta normoca- lórica, normoproteica, hipoglicídica e normolipídica. Deve haver a restrição de carboidratos simples e são proibidos alimentos como açúcar e doces em geral (MATTEDI et al., 2015). Dieta rica em fibras Essa dieta é indicada para pacientes que apresentam obstipação intestinal, que pode ocorrer na doença diverticular ou na colite distal. Também é indicada no pós-cirúrgico ginecológico, para a promoção da formação do bolo fecal e alívio da obstipação. As fibras alimentares estimulam a motilidade intestinal, além de auxiliar na formação de fezes mais macias, contribuindo para a normalização do trânsito intestinal (SÃO PAULO, 2012; MARYLAND 2014). 11Dietas hospitalares As dietas podem ser enriquecidas com alimentos fontes de ácido di-hidroxifenil- -isolina (ameixa preta). Contudo, as dietas com alto teor de fibras não devem ser usadas indiscriminadamente. Quando os sintomas persistem, outras causas devem ser investigadas (SÃO PAULO, 2012). Os pacientes devem ser encorajados a consumir alimentos integrais, como pão rico em fibras, arroz integral, macarrão integral, além de muitos folhosos, legumes e frutas frescas. Pode ser utilizado um suco laxativo feito com mamão, ameixa e creme de leite, ou outros alimentos como mingau de aveia, abacate, coco e sementes de linhaça ou chia. O aumento do consumo de líquidos é imprescindível nesse tipo de dieta. Dieta pobre em fibras Essa dieta é indicada para pacientes cuja condição clínica exige modificações dietoterápicas por interferir no trato gastrintestinal. É o que acontece nos casos de: A oferta de líquidos e eletrólitos deve ser suficiente para repor as perdas. É possível indicar água de coco e bebidas isotônicas, por serem fontes de potássio. Os alimentos que devem ser excluídos da dieta são as especiarias e condimentos fortes, bebidas gaseificadas, hortaliças e legumes crus, leite e derivados, frutas ricas em fibras, doces e açúcar (MARYLAND, 2014). Dieta hipercalórica hiperproteica (HPHC) Essa dieta é indicada para os pacientes que apresentam patologias que induzem a um estado catabólico ou hipermetabólico — como estados infecciosos, câncer, cicatrização de feridas, síndrome da imunodeficiência adquirida — e no pós-cirúrgico (SÃO PAULO, 2012). Também é indicada para pacientes com história de perda de peso ou que estão abaixo do peso e pessoas que apresentam falta de apetite, história de autonegligência. É uma dieta hipercalórica, hiper- glicídica, hiperproteica e normolipídica. Deve ocorrer o aumento da oferta de alimentos fontes de proteínas, principalmente proteína de alto valor biológico, presente em carnes e ovos (SÃO PAULO, 2012; SOUTHERN HEALTH NHS FOUNDATION TRUST, 2015). Dietas hospitalares12 No planejamento do suporte nutricional, deve-se considerar que a oferta de energia não ultrapasse 45 kcal/kg de peso ideal/dia; a de proteínas, 2 g/kg/ peso ideal/dia; e a de lipídeos; 2,5 g/kg/peso ideal/dia. Você também deve ter em mente que a oferta hídrica deve ser abundante, para evitar a sobrecarga renal (SÃO PAULO, 2012). Dieta hipocalórica É indicada para pessoas com hipotireoidismo ou obesidade que necessitam restringir o consumo energético. Tem como objetivo restringir a quantidade de calorias, permitindo que a pessoa emagreça com saúde, pois a dieta apre- senta todos os nutrientes essenciais para manter o organismo em equilíbrio sem prejudicá-lo. O cálculo das necessidades nutricionais do paciente deve ser individualizado e acompanhado. Para alcançar o peso saudável, é importante a programação da redução ponderal, com planejamento individual das necessidades nutricionais, estabelecendo a reeducação nutricional. A dieta possui como características: consistência normal, normocalórica, normoproteica, normoglicídica. Além disso, deve ser restrita em carboidratos simples e alimentos gordurosos. A dieta hospitalar e a atenção nutricional devem integrar o tratamento do paciente hospitalizado. Elas são componentes importantes para a recuperação da saúde. Indicações e contraindicações da nutrição enteral e da nutrição parenteral Indicações da nutrição enteral De acordo com a Resolução RDC nº 63, de 6 de julho de 2000, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2000), a nutrição enteral é caracte- rizada como um alimento para fins especiais. Ela envolve ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composiçãodefinida ou estimada. É especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via 13Dietas hospitalares oral, industrializada ou não. Além disso, é utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutri- dos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou à manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. A nutrição enteral pode ser dividida em (BRASIL, 2000): nutrição enteral em sistema aberto — requer manipulação prévia à sua administração, para uso imediato ou atendendo à orientação do fabricante; nutrição enteral em sistema fechado — fórmula industrializada, estéril, acondicionada em recipiente hermeticamente fechado e apropriado para conexão ao equipo de administração. A nutrição enteral engloba tanto a nutrição por via oral quanto a nutrição por meio de sondas e ostomias, como você pode ver a seguir. Oral: ocorre em situações em que o paciente consegue se alimentar pela via oral normal, mas a quantidade de nutrientes ingerida por ele está abaixo de suas necessidades nutricionais; ou então a doença de base requer uma quantidade de calorias e nutrientes superior ao con- sumo de uma alimentação convencional, necessitando de suplementos nutricionais orais. Sonda/ostomia: ocorre em situações clínicas nas quais o paciente não quer, não pode ou não deve receber a alimentação pela via oral normal. Nesses casos, pode ocorrer a insuficiência do consumo de energia e nutrientes, que vai comprometer o estado nutricional do paciente e, assim, retardar ainda mais sua recuperação. Por isso se faz necessária a nutrição enteral por sonda (gástrica/pós-pilórica) ou ostomias. Na Figura 3, você pode ver um paciente utilizando nutrição enteral por meio de sonda nasogástrica. Dietas hospitalares14 Figura 3. Paciente utilizando nutrição enteral por meio de sonda nasogástrica. Fonte: Adaptada de rumruay/Shutterstock.com. A nutrição enteral apresenta vários benefícios, principalmente se iniciada precocemente (até 72 horas). Entre esses benefícios, você pode considerar: redução do estresse metabólico; melhora do balanço nitrogenado e do controle glicêmico; aumento do fluxo sanguíneo visceral, da resistência anastomótica e da síntese de proteínas viscerais; melhora da função da barreira da mucosa intestinal; fornecimento de maior variedade de nutrientes. Para que esses benefícios sejam alcançados, é necessária a seleção adequada da fórmula a ser utilizada. Os critérios para tal seleção incluem a idade e o gasto energético do paciente, as suas necessidades específicas nutricionais, as suas condições metabólicas, a sua capacidade digestiva e absortiva, a oferta adequada de minerais e eletrólitos e o custo-benefício (SILVA; CORRADI; ZAMBERLAN, 2006). As principais indicações de alimentação enteral são: insuficiência respi- ratória, doenças catabólicas (câncer, sepse, grandes queimaduras), doenças neurológicas (anorexia, incoordenação da deglutição, desmielinização), diarreia 15Dietas hospitalares crônica, fibrose cística, doenças inflamatórias intestinais, insuficiência hepática e biliar; condições cirúrgicas (intestino curto, fístulas, preparo para cirurgias). No Quadro 2, a seguir, você pode ver as principais indicações, vantagens e desvantagens de cada método utilizado nas dietas enterais. Via de acesso Indicações Vantagens Desvantagens Sondas naso/ orogástricas Indicadas quando o reflexo de náusea está intacto; na ausência de refluxo gastroesofágico; quando o esvaziamento gástrico e duodenal é normal; quando a doença de base não afeta o estômago. Fácil inserção; técnica menos invasiva (no leito); cuidados mínimos; menor incidência de diarreia, utilização de fórmulas mais osmolares. Maior risco de broncoaspiração; maior risco de infecções respiratórias altas. Sondas naso/ orojejunais Indicadas quando há alto risco de aspiração; em casos de neuropatias; pacientes sob ventilação mecânica em terapia intensiva; distúrbios neuromotores; neurocirurgias; pós-operatório de cirurgias abdominais; gastroparesia ou esvaziamento gástrico lento; refluxo gastroesofágico. Pouco risco de broncoaspiração. Necessidade de passagem por via endoscópica, uma vez que a passagem pelo piloro não é fácil; fácil deslocamento (necessidade de radiografia para verificar posição); maior sensibilidade à hiperosmolaridade. Quadro 2. Principais indicações, vantagens e desvantagens das vias de acesso das dietas enterais (Continua) Dietas hospitalares16 Fonte: Adaptado de Caruso, Simony e Silva (2004). Quadro 2. Principais indicações, vantagens e desvantagens das vias de acesso das dietas enterais Via de acesso Indicações Vantagens Desvantagens Ostomias (gastrostomia/ jejunostomia) Indicadas nos casos de longa permanência da nutrição enteral. Jejunostomias: utilizadas quando há disfunção gástrica por traumatismo ou cirurgia; incapacidade do trato gastrintestinal superior (obstrução, fístulas); em casos de gastroparesia ou esvaziamento lento. Gastrostomias: podem ser cirúrgicas ou endoscópicas. A gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) tem sido cada vez mais utilizada devido à sua segurança e à facilidade de uso. (Continuação) 17Dietas hospitalares Contraindicações da nutrição enteral As razões que contraindicam a nutrição enteral estão descritas no Quadro 3, a seguir. Fonte: Adaptado de Waitzberg (2010). Contraindicações Razões e condições Doença terminal As complicações potenciais superam os benefícios Síndrome do intestino curto Do tipo maciço ou em fase inicial de reabilitação intestinal Obstrução intestinal mecânica ou pseudo-obstrução Ausência de trânsito intestinal total ou localizado Sangramento gastrintestinal Requer intervenção armada, ocasiona náusea, vômito e melena ou entemorragia Vômitos Dificultam a manutenção da sonda nasoenteral Diarreia Avaliar a causa, considerar drogas, perdas hidreletrolíticas Fístulas intestinais Especialmente jejunais e de alto débito Isquemia gastrintestinal Doentes críticos (com sepse, disfunção de múltiplos órgãos, instabilidade cardiopulmonar evidente, síndromes de compressão ou oclusivas crônicas) Íleo paralítico intestinal Peritonites, hemorragia intraperitoneal, perfuração intestinal, de causa sistêmica por uremia, diabetes grave, lesão nervosa central, hipocalemia Inflamação do trato gastrintestinal Enterites graves por moléstia inflamatória grave dos cólons, enterite actínica intensa e por quimioterapia, pancreatite grave Quadro 3. Contraindicações de TNE e suas principais razões e condições Dietas hospitalares18 Para o suporte adequado ao paciente que recebe nutrição enteral, é neces- sário que a equipe de saúde trabalhe em conjunto. As responsabilidades de cada membro da equipe são descritas a seguir (ARAÚJO; SANTOS, 2017): Médico: responsável por indicar, prescrever e acompanhar os pacientes em uso de nutrição enteral. Nutricionista: responsável por realizar todas as operações inerentes à prescrição dietética, a composição e a orientação sobre a preparação da nutrição enteral. Enfermeiro: responsável por realizar a administração da nutrição enteral e orientar sobre a sua administração em âmbito domiciliar. Farmacêutico: responsável por orientar o uso de medicamentos por via enteral. Fonoaudiólogo: responsável por realizar prescrição quanto à segurança da deglutição e à consistência da dieta por via oral. Enfermagem na nutrição enteral A participação da equipe de enfermagem na terapia nutricional é primordial. O enfermeiro é responsávelpor coordenar o atendimento ao paciente, trabalhando em conjunto com o nutricionista e outros membros da equipe de saúde para identificar problemas de nutrição e reforçar a importância das intervenções nutricionais. O enfermeiro também pode fornecer cuidados nutricionais menos complexos, como aconselhamento sobre prevenção de dificuldades de masti- gação e deglutição, ou contribuir para a avaliação nutricional. De acordo com a Resolução RDC nº 63, de 6 de julho de 2000, compete ao enfermeiro (BRASIL, 2000): orientar o paciente, a família ou o responsável legal quanto à utilização e ao controle da terapia de nutrição enteral; preparar o paciente, o material e o local para o acesso enteral; prescrever os cuidados de enfermagem na terapia de nutrição enteral, em nível hospitalar, ambulatorial e domiciliar; proceder ou assegurar a colocação da sonda oro/nasogástrica ou transpilórica; assegurar a manutenção da via de administração; receber a nutrição enteral e assegurar a sua conservação até a completa administração; proceder à inspeção visual da nutrição enteral antes de sua administração; 19Dietas hospitalares avaliar e assegurar a administração da nutrição enteral, observando as informações contidas no rótulo, confrontando-as com a prescrição médica; avaliar e assegurar a administração da nutrição enteral, observando os princípios de assepsia; detectar, registrar e comunicar à equipe de saúde e/ou ao médico res- ponsável pelo paciente as intercorrências de qualquer ordem técnica e/ou administrativa; garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à admi- nistração e à evolução do paciente quanto a: peso, sinais vitais, tolerância digestiva e outros aspectos que se fizerem necessários; garantir a troca do curativo e/ou a fixação da sonda enteral, com base em procedimentos preestabelecidos; participar e promover atividades de treinamento operacional e educação continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores; elaborar e padronizar os procedimentos de enfermagem relacionados à terapia de nutrição enteral; participar do processo de seleção, padronização, licitação e aquisição de equipamentos e materiais utilizados na administração e no controle da terapia de nutrição enteral; zelar pelo perfeito funcionamento das bombas de infusão; assegurar que qualquer outra droga e/ou nutriente prescritos sejam administrados na mesma via de administração da nutrição enteral, conforme procedimentos preestabelecidos. A passagem da sonda enteral e a verificação da sua posição são responsa- bilidades do enfermeiro. Essas sondas, finas e flexíveis são, na maioria das vezes, introduzidas por via nasal e podem estar localizadas no estômago ou no duodeno. O procedimento de introdução da sonda, bem como o controle radiográfico, são responsabilidades do enfermeiro. Os pacientes não estão livres de complicações advindas da nutrição enteral. A complicação mais frequente e grave é a broncoaspiração da dieta, que pode ser prevenida desde que a equipe de enfermagem tenha alguns cuidados. Veja a seguir (DOVERA, 2007). Antes de iniciar a dieta enteral, verificar o posicionamento da sonda através da injeção de ar, que produz som característico ouvido com auxílio do estetoscópio posicionado no estômago do paciente. Mesmo que a sonda esteja no duodeno, o som é ouvido, embora com menor intensidade. Dietas hospitalares20 Verificar o resíduo gástrico antes de administrar a dieta; se for mais de 20% do volume administrado da última vez, não administrar a dieta e comunicar ao nutricionista ou médico. Elevar o decúbito do paciente (30º ou mais) durante a administração da dieta e por mais 40 minutos após. Controlar a velocidade de infusão da dieta. No sistema aberto, iniciar com 15 gotas por minuto. No sistema fechado, a velocidade é controlada por bomba de infusão e segue a prescrição da nutricionista, de acordo com a necessidade nutricional e a tolerabilidade de cada paciente. Ter cuidado ao realizar fisioterapia respiratória após a administração da dieta. No link a seguir, você pode conhecer a RDC nº 63, de 6 de julho de 2000, que aprova o regulamento técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a terapia nutricional enteral. https://goo.gl/EaM24X Indicações da nutrição parenteral Segundo a Portaria nº 272, de 8 de abril de 1998, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a terapia nutricional parenteral (TNP) é uma solução ou emulsão composta basicamente de carboidratos, aminoáci- dos, lipídios, vitaminas e minerais (BRASIL, 1998). É estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambula- torial ou domiciliar, visando à síntese ou à manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. 21Dietas hospitalares Na Figura 4, você pode ver um paciente utilizando nutrição parenteral. Figura 4. Paciente utilizando nutrição parenteral. Fonte: Adaptada de JoulyC/Shutterstock.com. A TNP apresenta como vantagens (WAITZBERG, 2006): fácil fornecimento; sequência no fornecimento; dispensa de função intestinal; manutenção de peso e gordura corporal; restabelecimento do pool de vitaminas e minerais. A TNP é indicada, basicamente, em casos de impossibilidade de utilização do trato gastrintestinal para nutrir um indivíduo, ou de incapacidade de atingir as necessidades nutricionais pela via digestiva. Isso pode estar associado a algum distúrbio disabsortivo, acarretando grandes perdas de água, eletrólitos e nutrientes (TOLEDO; CASTRO, 2015). No Quadro 4, a seguir, você pode ver as principais indicações de TNP. Dietas hospitalares22 Fonte: Adaptado de Toledo e Castro (2015). Indicação Comentários Fístulas digestivas de alto débito Quando em atividade, principalmente nas fístulas digestivas baixas, ineficácia da TNE por causa da perda de água, eletrólitos e nutrientes. Síndrome do intestino curto Má absorção devido à própria doença e oferta insuficiente de nutrientes por via enteral. Doenças inflamatórias intestinais Intolerância à TNE e facilidade na remissão da doença em atividade. Obstrução intestinal Quando não houver indicação imediata de cirurgia. Íleo paralítico Quando não houver previsão de retorno do funcionamento normal em até 5 dias. Vômitos persistentes Impossibilidade de controle com antieméticos. Pancreatites graves Na intolerância à nutrição enteral. Grande queimado A necessidade calórico-proteica é superior à capacidade de ingestão. Pré-operatório Na presença de desnutrição grave, indica-se TNP por 7 a 10 dias antes de cirurgias de grande porte, quando houver incapacidade de receber nutrição total ou parcial pela via digestiva. Câncer Intolerâncias alimentares e toxicidade gastrintestinal devido ao tratamento. Lactentes prematuros e de baixo peso Inadequação ou fracasso da TNE. Quadro 4. Principais indicações de terapia nutricional parenteral Contraindicações da terapia nutricional parenteral A TNP é contraindicada nos seguintes casos (WAITZBERG, 2006): 23Dietas hospitalares pacientes hemodinamicamente instáveis; hipovolemia; choque cardiogênico ou séptico; edema agudo de pulmão; anúria sem diálise; graves distúrbios metabólicos e eletrolíticos; distrofia intestinal; hiperglicemia; imunossupressão; desequilíbrio em aminoácidos e lipídeos; trombose venosa; síndrome da realimentação. No link a seguir, você pode conhecer a Portaria nº 272, de 8 de abril de 1998, que aprova o regulamento técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a terapia de nutrição parenteral. https://goo.gl/prDPdK ARAÚJO, I. S.; SANTOS, H. V. D. Guia multiprofissionalde orientação para pacientes em uso de nutrição enteral domiciliar. Petrolina: HEWAB, 2017. 25 p. Disponível em: <http://www. ebserh.gov.br/documents/220938/2471769/Guia+-+Nutri%C3%A7%C3%A3o+Ente ral+%282%29.pdf/4b7a7f0c-4547-4a2d-b1de-00601bf9245e>. Acesso em: 11 nov. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 272, de 8 de abril de 1998. Ministério da Saúde, Brasília, 8 abr. 1998. Disponível em: <http://bvsms. saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs1/1998/prt0272_08_04_1998.html>. Acesso em: 11 nov. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 63, de 6 de julho de 2000. Ministério da Saúde, Brasília, 5 jul. 2007. Disponível em: <http:// www.saude.mg.gov.br/images/documentos/RDC%2063%20NUTRICaO%20ENTERAL. pdf>. Acesso em: 11 nov. 2018. Dietas hospitalares24 CARUSO, L.; SIMONY, R. F.; SILVA, A. L. N. D. Dietas hospitalares: uma abordagem na prática clínica. São Paulo: Atheneu, 2004. 148 p. CORREIA, M. I. T. D.; PERMAN, M. I.; WAITZBERG, D. L. Hospital malnutrition in Latin America: A systematic review. 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