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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 2 2 TERAPIA NUTRICIONAL ................................................................................ 3 3 TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL (TNE) .................................................... 4 Indicações ................................................................................................. 7 Contraindicações ....................................................................................... 8 Complicações ............................................................................................ 9 5 CATEGORIAS DE FÓRMULAS NUTRICIONAIS .......................................... 14 Fórmula padrão para nutrição enteral ..................................................... 15 Módulos nutricionais ................................................................................ 15 Fórmulas nutricionais com alimentos (fórmulas artesanais) .................... 16 Fórmulas nutricionais mistas ................................................................... 17 Suplementos nutricionais orais ................................................................ 19 6 TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL DOMICILIAR (TNED) .......................... 22 7 COMO PREPARAR A DIETA ENTERAL? .................................................... 24 Ao utilizar a dieta caseira ou artesanal .................................................... 25 Ao utilizar a dieta industrializada em pó .................................................. 25 Ao utilizar a dieta industrializada líquida.................................................. 26 8 TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL (TNP) ........................................... 27 Classificação ........................................................................................... 28 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 29 10 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ............................................................ 38 2 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 3 2 TERAPIA NUTRICIONAL Fonte: Pixabay.com A terapia nutricional (TN) é a oferta de nutrientes pelas vias oral, enteral e/ou parenteral, de acordo com as condições clínicas de cada paciente, tendo em vista a oferta terapêutica de proteínas, energia, minerais, vitaminas e água, adequadas aos pacientes, que, por algum motivo, não possam receber suas necessidades pela via oral, fisiológica. A nutrição oral é definida como a principal via de alimentação e é o meio preferencial para a ingestão de alimentos. Outra forma de terapia nutricional pode ser realizada quando os indivíduos não forem capazes de atingir suas necessidades nutricionais ou quando não podem e não devem alimentar-se pelo método convencional. A via alternativa tem como objetivo substituir ou complementar a alimentação por via oral (PEIXOTO 2015 apud UENO et al 2018). A terapia nutricional tem como principais objetivos prevenir e tratar o processo de desnutrição, preparar o indivíduo para o procedimento cirúrgico e clínico, melhorar a resposta imunológica e cicatricial, modular a resposta orgânica ao tratamento clínico e cirúrgico, prevenir e tratar as complicações infecciosas e não infecciosas decorrentes do tratamento e da doença, melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzir o tempo de internação hospitalar, reduzir a mortalidade e, consequentemente, reduzir custos hospitalares. 4 A desnutrição pode se instalar rapidamente no doente hospitalizado devido ao estado de hipercatabolismo que acompanha as enfermidades, traumatismos e infecções em resposta ao estresse metabólico que ocorre nestas condições, principalmente quando a ingestão nutricional é insuficiente (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2016 apud VARGAS et al 2018). Os passos para terapia nutricional são os seguintes: • Triagem nutricional; • Avaliação nutricional dos pacientes em risco nutricional ou desnutridos; • Cálculo das necessidades nutricionais; • Indicação da terapia nutricional a ser instituída; • Monitoramento/acompanhamento nutricional; • Aplicação dos indicadores de qualidade na terapia nutricional. A necessidade de nutrientes de um indivíduo varia de acordo com seu estado nutricional atual e passado, idade, sexo, peso, estatura, atividade física, composição corporal e condição fisiológica (COPPINI e COLABORADORES, 2011 apud VARGAS et al 2018). 3 TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL (TNE) Fonte: youtube.com Em 1617, Fabricius e Aquapendente administraram soluções de nutrientes na faringe e no esôfago superior por um pequeno tubo de prata introduzido através do nariz em pacientes com tétano, salvando algumas vidas. Em 1646, Van 5 Helmont substituiu esses tubos por cateteres de couro flexíveis, que eram suficientemente longos para atingirem o interior do esôfago (VASSILYADI et al, 2013 apud HOLANDA et al 2018). A nutrição enteral pode ser definida como um alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializada ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em usuário desnutrido ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. A TNE visa oferecer os macronutrientes necessários para o crescimento tecidual e celular, além de promover a manutenção do sistema imune e reduzir o estresse fisiológico, tendo em vista que a mesma é destinada aos indivíduos que apresentam trato gastrointestinal funcionante com ingestão oral parcial ou comprometida, necessitando, portanto, da introdução precoce da TNE para atender as necessidades do paciente conforme a prescrição dietética, possibilitando uma assistência nutricional segura (LUZ et al 2015; VALLEJO et al 2017 apud DA SILVA ASSUNÇÃO 2019). É indicada para indivíduos impossibilitados de ingerir alimentos pela via oral, seja por patologias do trato gastrointestinal alto, por intubação orotraqueal, por distúrbios neurológicos com comprometimento do nível de consciência ou dos movimentos mastigatórios. Também é indicada para pacientes com baixa ingesta via oral e anorexia de diversas causas. A administração de nutrição por sonda enteral não contraindica a alimentação oral, se esta não implicar em riscos para o paciente (pacientes com nível de consciência rebaixado ou disfágicos). A nutrição enteral não está isenta de complicações e deve ser monitorada com cautela para minimizar os riscos detectando-os precocemente. As complicações relacionadas podem ser de natureza gastrintestinal (diarreia, distensão abdominal, náuseas, vômitos,constipação), mecânicas (obstrução da sonda), metabólicas (distúrbios hidroeletrolíticos, hiperglicemia, disfunção hepática), respiratórias (pneumonia de aspiração) e psicológicas (depressão, ansiedade) (STEFANELLO et al 2014 apud HOLANDA et al 2018). A nutrição enteral, ao contrário da parenteral, ajuda a preservar e recuperar a estrutura e a função do trato gastrointestinal (TGI), além de ser economicamente mais viável. 6 A regra é: se o trato gastrointestinal funciona, mesmo que parcialmente, use-o. A qualidade da terapia de nutrição enteral depende da boa execução dos procedimentos necessários ao seu funcionamento. As etapas determinantes incluem a avaliação inicial do paciente, indicação da nutrição enteral, seleção da via de acesso, prescrição correta da dieta, ratificação da necessidade do procedimento; seleção, fabricação, dispensação e preparação dos produtos necessários bem como a administração dos mesmos; e por fim a monitorização e reavaliação do paciente, corrigindo as eventuais intercorrências que podem ocorrer durante o processo (BOULLATA et al 2017 apud FRANCO et al 2019). A Figura 1 a seguir traz um fluxograma para realização da avaliação nutricional e indicação da TNE. Figura 1: Fluxograma para avaliação nutricional e indicação da TNE. Fonte: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH, 2018. 7 A terapia nutricional enteral (TNE) é a estratégia mais comumente utilizada para prevenir ou tratar a desnutrição por ingestão oral insuficiente e/ou aumento das necessidades calórico-proteicas (ISIDRO & LIMA, 2012 apud VARGAS et al 2018). Indicações Existem duas situações em que se indica a TNE. A primeira é quando houver risco de desnutrição, ou seja, quando a ingestão oral for inadequada para prover de 2/3 a 3/4 das necessidades diárias nutricionais. A outra situação em que se faz necessária a indicação de TNE é quando o trato digestório estiver total ou parcialmente funcionante. Em certas situações, o tubo digestório está íntegro, mas o indivíduo não quer, não pode ou não deve alimentar-se pela boca. Embora sejam múltiplas, as indicações podem ser agrupadas, genericamente, em quatro grupos, apresentados no Quadro 1. A terapia nutricional enteral (TNE) é reconhecida como uma terapêutica essencial para a recuperação e/ou manutenção do estado nutricional, desempenhando importante função fisiológica e contribuindo para a preservação da massa magra corporal, manutenção do equilíbrio imunológico, preservação da barreira, trofismo intestinal e diminuição das complicações metabólicas. Esta terapia deve ser iniciada apenas em pacientes hemodinamicamente estáveis e o ideal é que as necessidades energéticas totais sejam alcançadas entre o terceiro e o sétimo dia desta terapia (STEFANELLO et al 2014; SOCIETY OF CRITICAL CARE MEDICINE 2009 apud DE SOUZA et al 2018). Quadro 1: Indicações para TNE. Pacientes que não podem se alimentar Inconsciência Anorexia nervosa Lesões orais Acidentes vasculares encefálicos Neoplasias Doenças desmielinizantes Pacientes com ingestão oral insuficiente Trauma Septicemia Alcoolismo crônico Depressão grave 8 Queimaduras Pacientes nos quais a alimentação comum produz dor e/ou desconforto Doença de Crohn Colite ulcerativa Carcinoma do TGI Pancreatite Quimioterapia Radioterapia Pacientes com disfunção do trato gastrintestinal Síndrome de má absorção Fístula Síndrome do intestino curto (SIC) Fonte: Guia de nutrição clínica no adulto, página 530. A TNE surge como uma possibilidade terapêutica de manutenção ou recuperação do estado nutricional, naqueles indivíduos que apresentarem o trato gastrintestinal íntegro para o processo digestório, mas com a ingestão oral parcial ou totalmente comprometida. A TNE precoce pode ser um importante fator na promoção da saúde, diminuição do estresse fisiológico e manutenção da imunidade. Nesse cenário, a escolha e a prescrição da Nutrição Enteral (NE) é complexa e implica conhecimento clínico e nutricional. Por isso, tão importante quanto à prescrição da TNE adequada às necessidades do paciente, é a certeza de que o paciente efetivamente receberá o volume prescrito (ASSIS et al., 2010 apud SCHODER et al 2019). Contraindicações As contraindicações em TNE em geral são relativas ou temporárias em vez de serem definitivamente absolutas. No quadro 2, podem ser observadas algumas das contraindicações mais frequentes. Quadro 2: Contrandicações de terapia nutricional enteral. Disfunção do TGI ou condições que requerem repouso intestinal Obstrução mecânica do TGI Refluxo gastroesofágico intenso Íleo paralítico 9 Hemorragia no TGI severa Vômitos e diarreia severa Fístula no TGI de alto débito (> 500 mL/dia) Enterocolite severa Pancreatite aguda grave Doença terminal Expectativa de utilizar a TNE em período inferior a 5 a 7 dias para pacientes desnutridos ou 7 a 9 dias para pacientes bem nutridos Fonte: Guia de nutrição clínica no adulto, página 531. A nutrição enteral é importante na manutenção da integridade da mucosa do TGI, melhorando o sistema imunológico, reduzindo o estresse oxidativo, o hipermetabolismo e o catabolismo associado a resposta inflamatória sistêmica, podendo alterar a gravidade da doença crítica, assim como o curso da hospitalização (SANTANA et al 2016; MORENO et al 2005 apud VIEIRA 2019). Complicações As complicações da TNE podem ser classificadas em: gastrintestinais, metabólicas, mecânicas, infecciosas, respiratórias e psicológicas, como mostrado na Tabela 3. Tabela 3: Classificação das complicações da TNE. Gastrintestinais Náuseas Vômitos Estase gástrica Refluxo gastroesofágico Distensão abdominal, cólicas, empachamento, flatulência Diarreia/obstipação Metabólicas Hiperidratação/desidratação Hiperglicemia/hipoglicemia Anormalidades de eletrólitos e elementos-traços 10 Alterações da função hepática Mecânicas Erosão nasal e necrose Abscesso septonasal Sinusite aguda, rouquidão, otite Faringite Esofagite, ulceração esofágica, estenose Fístula traqueoesofágica Ruptura de varizes esofágicas Obstrução da sonda Saída ou migração acidental da sonda Infecciosas Gastroenterocolites por contaminação microbiana no preparo, nos utensílios e na administração da fórmula Respiratórias Aspiração pulmonar com síndrome de Mendelson (pneumonia química) ou pneumonia infecciosa Psicológicas Ansiedade Depressão Falta de estímulo ao paladar Monotonia alimentar Insociabilidade Inatividade Fonte: Guia de nutrição clínica no adulto, página 546. As complicações mecânicas associadas à própria sonda variam de acordo com seu tipo e localização. O desconforto nasofaríngeo decorrente da intubação prolongada, junto com sinusite ou otite, é um problema comum quando são utilizadas sondas calibrosas de plástico ou borracha. O tratamento com pedaços de gelo, anestésicos locais e descongestionantes minimiza esses efeitos colaterais. A obstrução pode ser causada por resíduos alimentares ou acúmulo de medicamentos administrados pela sonda. As sondas têm de ser lavadas com água após a administração da dieta em intervalos regulares, para evitar esse problema. As erosões da mucosa esofágica ou gástrica raramente são graves desde o advento das sondas nasoentéricas flexíveis. 11 Incidentes relacionados à Terapia Nutricional Enteral (TNE) podem estar diretamente ligados à inserção e manutenção da Sonda Nasoentérica (SNE), bem como pela administração de terapêutica (ANZILIERO et al 2017; CERVO et al 2014 apud CORRÊA et al 2020). As complicações mais frequentes da alimentação enteral são as gastrintestinais. Quando se utilizam técnicas de administração adequadas, as distensões abdominais e as náuseas aparecem com pouca frequência. A diarreia é a complicaçãomais usualmente atribuída à dieta. Osmolalidade e presença de lactose são as causas mais citadas. É preciso lembrar, no entanto, que a antibioticoterapia associada à terapia enteral é a principal responsável pela referida complicação. A diminuição da velocidade de infusão ou a diluição da fórmula é necessária para pacientes que recebem dietas hiperosmolares e apresentam efeitos colaterais gastrintestinais. A regurgitação e a aspiração pulmonar são as complicações mais temidas. Hipercalemia, hiperglicemia, hipofosfatemia são as complicações metabólicas mais frequentemente descritas na terapia enteral. Hipocalemia, hipomagnesemia e hipozinquemia também são relatadas. A prevenção dessas complicações é feita com seguimento clínico e laboratorial do paciente. A desidratação hipertônica ocorre quando preparações nutritivas hiperosmolares fazem o líquido extracelular sair da mucosa do intestino delgado para a luz. Como efeito, há a desidratação intracelular, com as consequências metabólicas associadas. Intolerância à glicose pode ocorrer com dietas que utilizam carboidratos como fonte básica de calorias. Coma hiperglicêmico hiperosmolar não cetósico pode advir durante a alimentação enteral. O controle meticuloso da bioquímica urinária e sanguínea, associado à vigilância clínica, evita essa perigosa complicação. O principal efeito da complicação infecciosa é a gastroenterocolite por contaminação microbiana no preparo, nos utensílios e na administração da fórmula. A Resolução RCD nº 63 estabelece orientações gerais para aplicação nas operações de preparação da nutrição enteral, bem como critérios para aquisição de insumos, materiais de embalagem e nutrição enteral industrializada, orientações sobre validação do processo e treinamento de todo o pessoal envolvido no trabalho, com o objetivo de garantir a qualidade do produto. 12 A pneumonia aspirativa é considerada a complicação de maior gravidade na TNE, podendo ocorrer a partir de oferta exagerada de dieta, retardo do esvaziamento gástrico e íleo paralítico, comum, sobretudo, em pacientes com afecção neurológica. Desconforto pela presença de sonda enteral, sede e boca seca levam à falta de estímulo ao paladar. Os horários fixos das refeições favorecem a monotonia alimentar e a autoimagem prejudicada interfere na sociabilidade e inatividade do paciente, deixando- o deprimido e ansioso. Diversos fatores podem contribuir para um suporte nutricional inadequado, como a intolerância individual do paciente à dieta, sub ou superestimação das necessidades diárias, manejo inadequado, dentre outros, apontando, assim, a importância de um acompanhamento contínuo do profissional nutricionista desde a internação hospitalar até a assistência ofertada durante a alta hospitalar para aqueles que farão uso desta terapia em ambiente domiciliar, sendo este último um desafio ao profissional de saúde (STEFANELLO; POLL, 2014 apud BOTO et al 2019). 4 COMPOSIÇÃO E ESCOLHA DA FÓRMULA ENTERAL Fonte: Pixabay.com Há no comércio uma grande variedade de produtos para alimentação enteral. A alimentação enteral modular é preparada combinando-se fontes nutritivas diferentes ou modificando-se fórmulas já existentes. Para que o alimento seja estéril, é mais vantajoso utilizar os produtos comerciais padronizados e evitar o uso de vários aditivos ou 13 fármacos. Quanto menos os produtos forem manipulados, mais seguros eles serão para o paciente. As fórmulas enterais podem ser classificadas em (1) fórmula polimérica padrão; (2) elementar, pré-digerida ou quimicamente definida; ou (3) especializada. Existem várias fórmulas para cada uma dessas categorias. Os hospitais e outras instituições da área da saúde geralmente têm um formulário de produtos que determina quais produtos podem ser utilizados naquele serviço. A adequação de uma fórmula enteral para um paciente específico deve estar baseada no funcionamento do sistema GI, no estado clínico do paciente e nas necessidades nutricionais desse paciente. Em algumas situações, o custo da fórmula também é um fator importante. No passado, a osmolalidade era considerada um fator importante para a tolerância do paciente, e a meta era fornecer alimentos que tivessem a mesma osmolalidade dos líquidos corporais (290mOsm/kg). Contudo, estudos realizados na metade da década de 1980 mostraram que os pacientes conseguem tolerar alimentos com osmolaridades bastante diferentes. As fórmulas são classificadas de vários modos, geralmente com base no teor de proteínas ou de macronutrientes totais. A maioria dos pacientes com condições clínicas diversas tolera as fórmulas padronizadas destinadas a suprir as necessidades nutricionais das populações gerais de pacientes. As fórmulas não contêm lactose, têm 1 a 1,2 kcal/mL e são utilizadas como suplementos orais e fórmulas para alimentação por sonda, vendidos sem prescrição médica. Algumas fórmulas padronizadas são mais concentradas e fornecem 1,5 a 2 kcal/mL; são utilizadas nos casos em que é necessário restringir a ingestão de líquidos, como ocorre nos pacientes com insuficiência cardiopulmonar, renal e hepática ou nos pacientes que têm dificuldade para tolerar uma alimentação com volume elevado. As fórmulas destinadas ao uso como suplementos para dietas orais são aromatizadas e contêm açúcares simples para maior palatabilidade. A Nutrição Enteral (NE) tem em sua composição alimentos para fins especiais, quantidade controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, ou seja, nutrientes e calorias fornecidos em quantidade e qualidade adequada. É indicada quando a ingestão oral de alimentos é inadequada ou insuficiente para manter o estado nutricional, de modo a prevenir o paciente do processo de desnutrição, realizada por meio de sondas nasoentéricas, nasogástricas ou estomias. Normalmente, pacientes hospitalizados em uso de NE recebem além da alimentação a administração de 14 medicamentos pelo mesmo tubo (FERREIRA SILVA; NOVAES, 2014; SILVA; LISBOA, 2011 apud NASCIMENTO JÚNIOR 2019). 5 CATEGORIAS DE FÓRMULAS NUTRICIONAIS Fonte: jornalperspectiva.com.br Existem diferentes categorias de fórmulas nutricionais disponíveis para a utilização de indivíduos com necessidades alimentares especiais. Basicamente, elas diferem entre si por serem produzidas com alimentos (artesanal) ou serem industrializadas, à base de nutrientes isolados, fabricadas pela indústria (poliméricas, oligoméricas e elementares e contendo componentes específicos, como imunomoduladores) e mistas (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2000). As fórmulas nutricionais podem ser administradas de forma exclusiva ou complementar na alimentação de indivíduos com capacidade limitada de ingerir, digerir, absorver ou metabolizar alimentos preparados convencionalmente ou de indivíduos que possuem necessidades nutricionais específicas determinadas por sua condição clínica. De modo geral, as fórmulas nutricionais oferecem quantidades adequadas de micronutrientes, quando os volumes consumidos são capazes de atender à necessidade nutricional de acordo com as recomendações nutricionais do Institute of Medicine (IOM) ou da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a idade e sexo ou de acordo com protocolos clínicos de recomendações nutricionais (INSTITUTE OF MEDICINE, 2000). 15 São consideradas fórmulas nutricionais hipocalóricas aquelas com 0,6 a 0,8 Kcal/ml, normocalóricas com 0,9 a 1,2 kcal/ml e hipercalóricas as fórmulas nutricionais com 1,3 a 1,5 Kcal/ml. Tanto as fórmulas nutricionais com alimentos quanto as industrializadas estão sujeitas à contaminação microbiológica quando manipuladas incorretamente. As dietas enterais industrializadas apresentam-se sob três formas: em pó para reconstituição, semiprontas para uso e prontas para uso (WAITZBERG 2009 apud COSTA 2014). Fórmula padrãopara nutrição enteral São fórmulas para nutrição enteral que atendem aos requisitos de composição para macro e micronutrientes estabelecidos com base nas recomendações para população. Podem ser apresentadas na forma líquida ou em pó, em sistema aberto ou fechado e destinadas para adultos e crianças. As fórmulas nutricionais padrão são as mais utilizadas por indivíduos que necessitam de suplementação nutricional via oral ou nutrição por sonda/ostomias. Sua composição de nutrientes é recomendada para indivíduos clinicamente estáveis e com função do sistema digestório pouco alterada ou inalterada. Possuem proteínas intactas na sua composição e contêm quantidades equilibradas de macronutrientes. Podem atender às exigências nutricionais com menor custo, quando comparadas às fórmulas nutricionais especializadas (SCHIEFERDECKER et al., 2013). Módulos nutricionais São módulos para nutrição enteral compostos por um dos principais grupos de nutrientes: carboidratos, lipídios, proteínas, fibras alimentares ou micronutrientes (vitaminas e minerais) e são recomendados para a suplementação da alimentação via oral e enteral ou na elaboração de fórmula nutricional enteral (WAITZBERG, 2006). Nesse grupo ainda existem os flavorizantes e os espessantes. A nutrição enteral (NE) consiste no método preferido para suprir as necessidades nutricionais quando o trato gastrointestinal do paciente está em funcionamento 16 normal, ou seja, caracteriza uma estratégia importante para viabilizar suporte nutricional fisiológico, seguro e econômico, que proporciona resultados eficazes nos pacientes críticos (DA SILVA et al 2015 apud SILVA et al 2016). Fórmulas nutricionais com alimentos (fórmulas artesanais) São fórmulas nutricionais preparadas com alimentos (cereais, leguminosas, carnes, vegetais, frutas, laticínios, ovos, açúcares e óleos) e necessitam de uma adequada combinação de alimentos para que seja completa e equilibrada nutricionalmente (CUNHA et al 2007; DREYER et al 2011). São preparações usadas em situações em que o sistema digestório encontra-se com capacidade de digestão e de absorção fisiológicas e podem variar quanto à sua composição e características, em função da forma com que os alimentos são empregados e processados. Os alimentos contêm compostos bioativos, flavonóides e outros fenólicos. Os compostos bioativos possuem propriedades antioxidantes, moduladoras da resposta imunológica e já estão amplamente estudados como fatores que diminuem o risco de mortalidade de doenças crônicas não transmissíveis. Este fato é relevante, considerando que o uso crônico dessas fórmulas pode ser necessário. As fórmulas nutricionais com alimentos podem ser indicadas para indivíduos estáveis clinicamente e nutricionalmente, com doenças crônicas ou em tratamento paliativo. Não há evidências científicas que mostrem prejuízo na absorção de nutrientes provenientes de fórmula nutricional com alimentos na inexistência de disfunções absortivas no sistema digestório e de doenças que demandam necessidades especiais de nutrientes (ADA, 2009). Na presença de disfunção absortiva e necessidades especiais de algum tipo de nutriente, a fórmula nutricional industrializada deve ser recomendada para atender as demandas específicas. Nas orientações de elaboração de fórmulas nutricionais com alimentos, os nutricionistas devem trabalhar com os diferentes atributos do conceito de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Portanto, as orientações devem respeitar as condições socioeconômicas, a possibilidade 17 de acesso aos alimentos, os aspectos qualitativos e quantitativos da alimentação (que atendam às necessidades nutricionais do indivíduo) e os hábitos alimentares da família do usuário. É possível distinguir dois tipos de formulações enterais que podem ser preparadas de forma artesanal, ou seja, em uma cozinha doméstica, envolvendo manipulação de seus produtos, com ou sem cocção. A primeira é a composta de alimentos em sua forma natural (leguminosas, carnes, cereais, vegetais, frutas). A segunda é preparada a partir módulos de nutrientes, ou dieta modular. Apesar de os produtos serem processados, como farinhas, óleo, suplementos proteicos, também são manipulados de forma doméstica (BORELLI et al., 2014; MITNE, 2000; BRASIL, 2015 apud BESPALHOK & PAULA 2016). Fórmulas nutricionais mistas As fórmulas nutricionais mistas podem ser preparadas com alimentos e nelas adicionados os módulos nutricionais ou formulações industrializadas. Ainda pode ser considerada como fórmula nutricional mista, a alternância entre a administração de fórmulas nutricionais com alimentos e de fórmulas nutricionais industrializadas ao longo do dia. A descrição de cada tipo de fórmula nutricional utilizada na terapia nutricional consta no Quadro 3. Quadro 3 – Descrição das Fórmulas Nutricionais Orais e Enterais. Tipo da Fórmula Nutricional Descrição Fórmula nutricional com alimentos • Preparadas à base de alimentos, produtos alimentícios e/ou módulos de nutrientes; • Variam quanto à sua composição e características, em função da forma com que os alimentos são empregados e processados. Fórmulas nutricionais poliméricas • Proteínas: sob a forma intacta. Varia entre normoproteica e hiperproteica; • Carboidratos: parcialmente hidrolisados; 18 • Lipídios: Triglicerídeos de Cadeia Longa (TCL) e/ou Triglicerídeos de Cadeia Média (TCM); • Densidade energética: varia entre normocalórica e hipercalórica (1,0 a 2,4Kcal/mL); • Hipotônicas, isotônicas ou hipertônicas; • Podem conter fibras; • Raramente contém lactose e glúten. Fórmulas nutricionais oligoméricas • Compostas por nutrientes hidrolisados em diferentes graus; • Proteínas: sob a forma de peptídeo ou aminoácido. Varia entre normoprotéica e hiperprotéica; • Carboidratos: parcialmente hidrolisados, como maltodextrina; • Lipídios: TCM e/ou TCL; • Geralmente, possuem osmolaridade maior que as fórmulas poliméricas; • Densidade energética: varia entre normocalórica e hipercalórica (1,0 a 1,5Kcal/mL); • Pobre em resíduos; • Isentas de lactose e glúten. Fórmulas nutricionais com imunomoduladores • Destinadas a condições metabólicas especiais em que há necessidade de modulação da atividade imune; • São considerados imunonutrientes: ácidos graxos poliinsaturados, sobretudo ômega-3, RNA, glutamina e arginina. Módulos • Módulos de carboidrato, proteínas, lipídios, aminoácidos isolados, fibras, eletrólitos, minerais, aromatizantes e espessantes. Fonte: (OLREE et al.,1998; SILK, 1999; OLIVEIRA et al., 2000; MITNE, 2006; BANKHEAD et al., 2009; ZADÁK;, 2009 KENT-SMITH, 2009; DUDRICK; PALESTSY, 2011; SCHIEFERDECKER et al., 2013b). Nos últimos anos a alimentação enteral teve um aumento importante na sua utilização. Isso se deve, principalmente ao fato de o procedimento da passagem da sonda no TGI ser considerado simples e de baixo risco, em especial nos casos de gastrostomia e jejunostomia; bem como, observa-se uma grande variedade comercial de produtos, com vários nutrientes, garantindo a possibilidade de 19 melhor escolha de formulações para os pacientes que apresentam limitações no TGI e/ou que necessitam de nutrição especial (VASCONCELOS, 2014; MARTINS et al 2017 apud OPSFELDER et al 2019). Suplementos nutricionais orais Os suplementos nutricionais orais são classificados como alimentos para fins especiais e são definidos como alimentos especialmente formulados ou processados, nos quais são introduzidas modificações no conteúdo de nutrientes, adequados à utilização em dietas diferenciadas e/ou opcionais, atendendo às necessidades de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 1998). A terapia nutricionalcom uso de suplementos nutricionais orais está indicada a todos os indivíduos cuja dieta oral convencional seja incapaz de satisfazer as necessidades nutricionais. No entanto, para que apresente êxito ela deve ser feita após avaliação nutricional e análise de indicação. Para determinação do tipo e da quantidade do suplemento nutricional a ser utilizado devem ser considerados diversos aspectos como a doença de base e doenças associadas, alterações laboratoriais, utilização de fármacos, função digestiva, estado nutricional, ingestão alimentar, necessidades nutricionais e de nutrientes específicos e aceitação do suplemento nutricional oral (PINHEIRO; BENARROZ; REIS, 2013). As fórmulas enterais também são classificadas de acordo com os critérios especificados pela RDC 21, de 13 de maio de 2015, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que dispõe sobre o regulamento técnico de fórmulas para nutrição enteral. A tabela 1 a seguir mostra essa classificação. Tabela 1 – Classificação das formulações enterais. Quanto à Tipos Definição Forma de preparo Caseiras Produzidas manualmente preparadas à base de alimentos in natura, minimamente 20 Industrializadas processados e/ou processados ou mistura desses com produtos industrializados. Produzidas industrialmente. Apresentação (fórmulas industrializadas) Pó para reconstituição (sistema aberto) Líquidas semiprontas (sistema aberto) Líquidas prontas para uso (sistema fechado) Necessitam de água ou outro diluente para serem reconstituídas. Reconstituídas industrialmente, mas exigem manipulação prévia à administração. Envasadas e mantidas em bolsas ou frascos, necessitando apenas serem conectadas ao equipo Indicação (fórmulas industrializadas) Fórmulas padrão Fórmulas modificadas Módulos de nutrientes Atende aos requisitos de composição para macro e micronutrientes estabelecidos com base nas recomendações para população saudável. Sofreu alteração em relação aos requisitos de composição estabelecidos para fórmula padrão para nutrição enteral, que implique ausência, redução ou aumento dos nutrientes, adição de substâncias não previstas ou de proteínas hidrolisadas. Composta por um dos principais grupos de nutrientes: carboidratos, lipídios, proteínas, fibras alimentares ou micronutrientes (vitaminas e minerais). 21 Suprimento de calorias Hipocalóricas Normocalóricas Hipercalóricas Densidade calórica inferior a 0,9kcal/mL. Densidade calórica maior ou igual a 0,9kcal/mL e menor ou igual a 1,2kcal/mL. Densidade calórica superior a 1,2kcal/mL. Complexidade de nutrientes Poliméricas Oligoméricas/Semielementa res Hidrolisadas/Elementares Macronutrientes encontram-se sob sua forma inalterada. Macronutrientes encontram-se sob sua forma parcialmente hidrolisada. Macronutrientes encontram-se sob sua forma totalmente hidrolisada Presença de elementos específicos Lácteas ou isentas de lactose Com fibras ou isentas de fibras Módulos de nutrientes - - - Quantidade de proteínas Hipoproteica Normoproteica Hiperproteica Quantidade de proteínas inferior a 10% do valor energético total. Quantidade de proteínas maior ou igual a 10% e menor que 20% do valor energético total. Quantidade de proteínas igual ou superior a 20% do valor energético total. 22 Osmolalidade Hipotônica Isotônica Levemente hipertônica Hipertônica Acentuadamente hipertônica 280-300mOsm/kg de água 300-350mOsm/kg de água 350-550mOsm/kg de água 550-750mOsm/kg de água >750mOsm/kg de água Fontes: Waitzberg e ANVISA 6 TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL DOMICILIAR (TNED) Fonte: Pixabay.com A terapia nutricional (TN) pode ser entendida como um conjunto de procedimentos terapêuticos com o objetivo de manter ou recuperar o estado nutricional e clínico do paciente por meio da nutrição enteral (NE) ou nutrição parenteral. Dentro dessa perspectiva, a NE, que pode ser exclusiva ou parcial, utiliza fórmulas, industrializadas ou artesanais, especialmente desenvolvidas para o uso em sondas. A NE ofertada em ambiente domiciliar caracteriza a terapia de nutrição enteral domiciliar (TNED). 23 O uso da TNED facilita a recuperação do estado de saúde do indivíduo, pois diminui o risco de infecções; contribui para a melhora do estado nutricional; melhora a resposta terapêutica; reduz a incidência de complicações; humaniza o cuidado, reintegrando o paciente ao convívio social; e ainda, apresenta menor custo quando comparada à nutrição enteral hospitalar. A TNED é indicada para pacientes que iniciam o uso de via alternativa de alimentação em ambiente hospitalar ou ambulatorial e necessitarão continuar alimentando-se por esta via em domicílio (ZABAN 2009 apud FRANCA et al 2018). A nutrição enteral domiciliar, quando prescrita corretamente, traz benefícios clínicos ao indivíduo, com redução do tempo de hospitalização e da incidência de complicações, bem como uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes e na assistência prestada, gerando maior disponibilidade de leitos hospitalares e menores gastos com a saúde. Na prática clínica, no entanto, percebe-se que os pacientes e familiares possuem dificuldades para executar os procedimentos relacionados à nutrição enteral de maneira adequada, o que infelizmente acaba por promover complicações que dificultam a recuperação do paciente e podem contribuir para o abandono do tratamento. Além disso, muitos usuários não dispõem de recursos financeiros, nem contam com apoio do Estado para adquirir as fórmulas enterais industrializadas para manter a TNED. Nesse caso, manipulam em seu domicílio a dieta artesanal, na maioria das vezes sem orientações, gerando risco de contaminação e perdas significativas de nutrientes. Atualmente, existem diversas fórmulas enterais industrializadas, em sistema aberto ou fechado, disponíveis no mercado para atender a população com necessidades nutricionais específicas. Essas fórmulas oferecem a vantagem de reduzir a necessidade de manipulação, minimizando o risco de contaminação microbiológica, além de apresentarem composição nutricional quimicamente definida. No entanto, elas são de alto custo, inviabilizando o seu uso em tratamento domiciliar continuado por famílias de baixa renda (SOUSA; FERREIRA; SCHIEFERDECKER, 2014; SILVIA, 2007 apud BESPALHOK & PAULA 2016). Para cuidado da TN no domicílio, os profissionais de saúde devem observar os aspectos relacionados no Quadro 4 a seguir. 24 Quadro 4: Condicionantes para indicação da Terapia Nutricional no ambiente domicíliar. Condições referentes ao indivíduo Condições referentes ao domicílio • Estabilidade hemodinâmica; • Estabilidade metabólica; • Condições que afetam a absorção intestinal. • Condições adequadas de higiene; • Área adequada para manipulação da fórmula nutricional industrializada ou com alimentos; • Área adequada para armazenagem da fórmula nutricional industrializada ou com alimentos; • Água tratada; • Luz elétrica; • Refrigeração adequada; • Contato telefônico de referência. Fonte: BENTO; JORDÃO; GARCIA, 2011; DREYER et al., 2011; VAN AANHOLT et al., 2011, adaptado. 7 COMO PREPARAR A DIETA ENTERAL? Fonte: Pixabay.com 25 O preparo adequado da nutrição enteral é um dos passos primordiais para o sucesso da terapia nutricional. Ao utilizar a dieta caseira ou artesanal • Preparar apenas a quantidade que será utilizada no dia; • O local de preparo deve estar limpo; • Lavar bem as mãos com água e sabão; • Separar todos os ingredientes e materiaisque serão utilizados para o preparo da dieta; • Verificar se os ingredientes estão dentro do prazo de validade e se as embalagens não estão danificadas; • Lavar, com água corrente e detergente, todos os utensílios que serão utilizados no preparo da dieta e, após, passar água fervente; • Lavar as embalagens dos ingredientes antes de abri-las; • Medir corretamente os ingredientes, de acordo com a orientação nutricional entregue pelo nutricionista; • Bater todos os ingredientes em liquidificador, com água filtrada e fervida fria; • Coar em peneira limpa; • Conservar a dieta na geladeira em recipiente tampado, de preferência vidro ou louça; • Retirar da geladeira apenas o volume a ser administrado, 15 a 30 minutos antes do horário da administração; • Não aquecer a dieta; • Utilizar a dieta apenas no dia do preparo. Sobras devem ser desprezadas. Ao utilizar a dieta industrializada em pó • Verificar se a embalagem está dentro do prazo de validade e se não está danificada; 26 • Lavar a embalagem com água e sabão antes de abri-la; • Utilizar a quantidade de dieta em pó prescrita pelo nutricionista; • Utilizar a quantidade de água filtrada, fervida e fria recomendada; • Bater bem a dieta em pó com a água, no liquidificador; • Preparar apenas a quantidade que será utilizada imediatamente; • Seguir as recomendações da embalagem sobre o tempo de validade e conservação. Ao utilizar a dieta industrializada líquida • Verificar, no rótulo, se está dentro do prazo de validade; • Verificar se a embalagem não está danificada; • Lavar bem a embalagem com água e sabão; • Agitar bem antes de abrir; • Medir a quantidade prescrita pelo nutricionista em cada horário; • As embalagens fechadas devem ser conservadas em local limpo e seco; • As embalagens do tipo longa vida abertas devem ser guardadas em geladeira e utilizadas nas 24 horas após a abertura. Existe uma grande variedade de dietas enterais no mercado e suas composições variam bastante – algumas se aplicam à nutrição padrão e outras às condições metabólicas ou clínicas específicas (SHILS et al 2009; LIMA et al 2015 apud DIAS et al 2019). 27 8 TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL (TNP) Fonte: nutriente.com.br A nutrição parenteral (NP) é a infusão intravenosa de nutrientes diretamente na circulação sistêmica, ultrapassando o trato gastrointestinal (TGI). É recomendada quando há uma alteração parcial ou total do trato gastrointestinal, sendo indicada também em outros casos como o pré-operatório ou subnutrição, além disso, pode ser utilizada como complemento quando a dieta enteral ou oral não alcançarem as necessidades nutricionais do paciente. Na escolha da via para acesso nutricional deve-se optar primeiramente pela nutrição enteral (NE), sendo a nutrição parenteral (NP) indicada na impossibilidade de NE ou quando esta não é suficiente para suprir as necessidades nutricionais (CARUSO et al 2014 apud UENO et al 2018). Os primeiros estudos bem sucedidos de infusão de uma alimentação artificial parenteral foram desenvolvidos por DUDRICK & COLABORADORES, somente na década de 1960, o que demonstra o quanto esta prática tem se desenvolvido e se aperfeiçoado, nos últimos tempos. A decisão sobre qual paciente será submetido a NP envolve aspectos relacionados com a doença de base e a experiência clínica da equipe de suporte nutricional sendo a primeira etapa considerar se o processo mórbido em si será influenciado pelo suporte 28 nutricional parenteral, se a doença ou o tratamento vai piorar o apetite, alterar a digestão/absorção e qual sua duração. O suporte nutricional artificial é considerado uma medida terapêutica primária na prevenção de deteriorização metabólica e perda de massa corporal magra com o objetivo de melhorar o prognóstico de pacientes críticos (ELKE et al 2016, apud FRANCO et al 2019). Classificação • Nutrição parenteral periférica: Nutrição parenteral periférica (NPP) é um meio de terapia nutricional em que uma solução parenteral é administrada diretamente em uma veia periférica. É usualmente indicada para períodos curtos (7 a 10 dias) porque, em geral, não atinge as necessidades nutricionais do paciente. O valor energético alcançado costuma ficar em torno de 1.000 a 1.500 kcal/dia. A osmolaridade da NPP deve ser menor que 900 mOsm/L, para evitar flebite. • Nutrição parenteral total: Nutrição parenteral total (NPT) é um meio de terapia nutricional em que uma solução parenteral é administrada diretamente em uma veia central (em geral, veia cava superior). É indicada para uso superior a 7 a 10 dias e oferece aporte energético e proteico total a um paciente que não possa tolerar ingestão via oral ou enteral. A osmolaridade da NPT é geralmente superior a 1.000 mOsm/L. 29 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (Brasil). Resolução RDC n.º 63, de 6 de julho de 2000. Aprova o Regulamento Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Seção 1, 7 jul. 2000. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (BRASIL). Portaria n° 29, de 13 de janeiro de 1998. 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