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Álgebra Linear Aula 2: Inversa e cálculo de posto de uma matriz Apresentação A determinação da inversa de uma matriz torna-se necessária na simpli�cação de equações matriciais. O conhecimento prévio de algumas de suas propriedades muitas vezes evita cálculos matriciais desnecessários que, em geral, são muito trabalhosos. Por �m, o conceito de posto de matriz terá uma grande in�uência nos nossos estudos futuros de discussão e resolução de sistemas de equações lineares. Objetivos Determinar a inversa de uma matriz por dois tipos de métodos; Conhecer as propriedades da matriz inversa; Escalonar uma matriz e calcular o seu posto; Comparar os métodos de inversão de matrizes com objetivo de utilizar o mais adequado ao seu problema. Matriz Inversível A Inversa de uma matriz possui grande aplicabilidade na simpli�cação de equações matriciais. Em nossos estudos futuros veremos a sua in�uência nos processos de discussão e resolução de sistemas de equações lineares. Diz-se que uma matriz quadrada A de ordem n é inversível se podemos encontrar uma matriz B também de ordem n, de tal modo que : AB = BA = I Onde, I é a matriz identidade de ordem n. Neste caso, a matriz B é dita a inversa da matriz A, em geral, é denotada por B = A - 1. n n Atenção É importante ressaltar que se a matriz B é a inversa de A, então a matriz A será a inversa de B. B = A - 1 ⇔ A = B - 1 A seguir, vamos usar a de�nição para calcular a inversa de uma matriz A genérica de ordem (2 x 2). Seja a matriz A = a b c d , desejamos encontrar uma matriz B = x z y w , tal que: AB = a b c d x z y w = 1 0 0 1 ⇒ ax + bz ay + bw cx + dz cy + dw + 1 0 0 1 Veja os dois sistemas nas variáveis x, z, y e w que precisamos resolver: (I) (II) ax + bz = 1 cx + dz = 0 cx + dz = 0 by + cw = 1 Resolvendo o sistema (I) por substituição de variável, temos: Z = - c d x ⇒ ax + b - c d x = 1 ⇒ adx. bc x = d ⇒ (ad. bc) x = d ⇒ x = d ad . bc ⇒ x = d det A Logo, z = - c d d det A ⇒ z = - c det A Resolvendo o sistema (II) de forma análoga, temos: y = - b det A e w = a det A Por �m, A - 1 = 1 det (A ) d -b -c a Observe a relação existente entre os elementos da matriz A e a sua inversa A ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) { { ( ) ( ) -1 Atividade Sem efetuar muitos cálculos, escreva a inversa da matriz A = 1 2 3 8( ) Em geral, a determinação da inversa de uma matriz de ordem n requer muitos cálculos. É importante ressaltar que somente podemos calcular inversas de matrizes quadradas com determinantes não nulos. Atenção Uma matriz quadrada de ordem n é inversível se, e somente se, o seu determinante for diferente de zero. Para estabelecermos a fórmula geral para cálculo da inversa de uma matriz de ordem n precisamos das de�nições a seguir. Matriz dos cofatores Seja uma matriz quadrada de ordem n. Lembramos que o cofator do elemento genérico a da matriz A é de�nido da seguinte forma: Onde: A é a submatriz obtida de A, retirando-se a linha i e a coluna j. A matriz dos cofatores de A, denotada por A, é formada calculando-se todos os cofatores de A, isto é: Por exemplo, para A = 2 1 0 -3 1 4 1 6 5 os cofatores são dados por: ∆11 = (-1) 1 +1 1 4 6 5 = - 19; ∆12 = (-1) 1 +2 -3 4 1 5 = 19; ∆13 = (-1) 1 +3 -3 1 1 6 = - 19; ∆21 = (-1) 2 +1 1 0 6 5 = - 5; ∆22 = (-1) 2 +2 2 0 1 5 = 10; ∆23 = (-1) 2 +3 2 1 1 6 = 11; ∆31 = (-1) 3 +1 1 0 1 4 = 4; ∆32 = (-1) 3 +2 2 0 -3 4 = - 8; ∆33 = (-1) 3 +3 2 1 -3 1 = 5; Logo, A = -19 19 -19 -5 10 -11 4 -8 5 ij △ij = (-1) i+ j det Aij( ) ij Aˉ = ∆ij( ) ( ) | | | | | | | | | | | | | | | | | | ( ) Matriz adjunta de A No exemplo, Adj = -19 -5 4 19 10 -8 -19 -11 5 Denotada por Adj (A), é de�nida como a transposta da matriz dos cofatores de A, isto é: Adj(A) = (A)t ( ) Matriz inversa de A Após a determinação da matriz adjunta da matriz A, podemos encontrar a inversa de A, usando o seguinte resultado: A - 1 = 1 detA . adj(A) Por �m, a inversa da matriz A do exemplo, será dada por: A - 1 = - 1 19 -19 -5 4 19 10 -8 -19 -11 5 = 1 5 19 - 4 19 -1 - 10 19 8 19 1 11 19 - 5 19 [ ] [ ] Atividade Ache, se possível, a matriz inversa das seguintes matrizes: (1) A = 2 4 0 0 2 1 3 0 2 (2) A = 1 4 2 4 1 2 1 2 1 2 0 0 0 -1 1 2 (3) A = 1 0 x 1 1 x2 2 2 x2 [ ] [ ] [ ] Propriedades da inversa Sejam A e B matrizes quadradas de ordem n inversíveis. 1. A inversa da matriz identidade é a matriz identidade 2. (A ) = A 3. (K. A) - 1 = 1 k A - 1 4. (A ) = (A ) 5. (A.B) = B A 6. det A - 1 = 1 det (A ) -1 -1 t -1 -1 t -1 -1 -1 ( ) Atividade Dadas as matrizes A = 2 3 1 1 e B = 2 0 4 1 , use as propriedades para calcular: 1. (3A) 2. det(A ) 3. (B ) 4. (B ) 5. (AB) [ ] [ ] -1 -1 t -1 -1 -1 -1 Os conceitos que apresentaremos a seguir não só viabilizarão o estudo de um novo processo para o cálculo da inversa de uma matriz como também estarão amplamente presentes nos processos de discussão e resolução de sistemas de equações lineares. Operações elementares com as linhas de uma matriz São três as operações elementares possíveis com as linhas de uma matriz. Clique nos botões para ver as informações. É descrita como uma permuta de duas linhas da matriz, isto é, a linha i troca com a linha j: Li ↔ Lj Exemplo: 1 3 4 2 1 3 L1 ↔ L2 2 1 3 1 3 4 Troca de linhas ( ) [ ]( )[ ] É descrita pela multiplicação de todos os elementos de uma linha por um escalar k diferente de zero Li ↔ KLj Exemplo: 1 -1 1 4 3 5 L2 ↔ 3L2 2 -1 3 12 3 5 Multiplicação de uma linha por um escalar não nulo ( ) [ ]( )[ ] É descrita pela troca de uma linha por ela mesma somada a outra linha que está multiplicada por uma constante K Li → Lj + kLj 2 -1 1 4 3 5 L2 → L2 + 2L1 2 -1 4 7 3 5 Substituição de uma linha por ela própria adicionada por uma outra linha multiplicada por uma escalar ( ) [ ]( )[ ] Matrizes linhas equivalentes Uma matriz B é linha equivalente a uma matriz A se B for obtida de A por um número �nito de operações elementares. Exemplo: A matriz A = 1 2 -1 1 -2 3 é linha equivalente à matriz B = 1 2 -1 0 1 -1 De fato, aplicando-se as operações elementares descritas a seguir à matriz A, obtemos B. 1 2 -1 1 -2 3 L2 →L2 .L1 → 1 2 -1 0 -4 4 L2 → . 1 4 L2 → 1 2 -1 0 1 -1 [ ] [ ] [ ] [ ] ( ) [ ] Forma escalonada de uma matriz Diz-se que uma matriz A de ordem qualquer está na forma escalonada se as seguintes condições forem atendidas simultaneamente: 1. O primeiro elemento não nulo de uma linha não nula for igual a um. 2. Cada coluna que contiver o primeiro elemento não nulo de uma linha deve ter todos os outros elementos iguais a zero. 3. O número de zeros que precede o primeiro elemento não nulo de cada linha deve crescer linha após linha 4. Toda linha nula deve vir abaixo de todas as linhas não nulas. Observe a segui o exemplo de três matrizes que estão na forma escalonada. Tente Veri�car em cada uma delas as quatro condições exigidas pela de�nição. (1) A = 1 0 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 (2) A = 1 0 3 0 5 0 1 4 0 2 0 0 0 1 4 (3) l3 = 1 0 0 0 1 0 0 0 1[ ] [ ] [ ] Atividade Justi�que por que a matriz a seguir não está na forma escalonada (1) A = 1 0 0 0 0 0 1 2 0 0 -1 0[ ] Atenção Toda matriz A é linha equivalente a uma única matriz B reduzida à forma escalonada. Isto é, a matriz B é a matriz obtida de A após o escalonamento. Exemplo: Vamos encontrar a matriz B reduzida à formaescalonada da matriz A: A = 1 2 1 0 1 0 3 5 1 -2 1 1 Observe atentamente a sequência de operações elementares que iremos utilizar: A = 1 2 1 0 1 0 3 5 1 -2 1 1 L2 →L2 .L1 → L3 →L3 .L1 1 2 1 0 0 -2 2 5 0 -4 0 1 L2 → . 1 2 L2 → 1 2 1 0 0 1 -1 - 5 2 0 -4 0 1 L1 →L1 . 2L2 → L3 →L3 + 4L2 1 0 3 5 0 1 -1 5 0 0 -4 -9 L3 → . 1 4 L3 → 1 0 3 5 0 1 -1 - 5 2 0 0 1 9 4 L1 →L1 . 3L3 → L2 →L2 +L3 1 0 0 - 7 4 0 1 0 - 1 4 0 0 1 9 4 = B [ ] [ ] [ ] ( ) [ ] [ ] ( ) [ ] [ ] Posto de uma matriz Seja B a matriz escalonada da matriz A. De�nimos o posto de A como sendo o número de linhas não nulas da matriz B. No exemplo anterior, como o número de linhas não nulas da matriz B é igual a três, então o posto da matriz A é a três. Atividades Calcule o posto das seguintes matrizes: (1) A = 1 0 3 0 1 3 -1 1 0[ ] (2) A = 1 4 2 4 1 2 1 2 1 2 0 0 1 -1 1 2 [ ] Outro procedimento para determinar inversa de uma matriz Como vimos, o cálculo da inversa da matriz por meio da determinação de todos os seus cofatores envolve em geral uma grande quantidade de operações. O método prático que vamos agora apresentar se baseia em dois princípios: 1. A forma escalonada de uma matriz quadrada inversível é sempre a matriz identidade. 2. A mesma sequência de operações elementares que transforma a matriz A na matriz identidade transforma a matriz identidade na matriz inversa de A. Esse método torna-se vantajoso quando a matriz A é formada por números inteiros não muito grandes. A seguir apresentaremos o passo a passo do método. Passo 1 Veri�car de a matriz A é inversível (det A ≠ 0). Exemplo: Seja A = 2 1 1 1 1 1 2 3 2 Vamos calcular sua inversa, se possível. Veri�car se existe inversa de A. Para isso, veri�que que det (A) = -1 ≠ 0. Logo, A é inversível. Passo 2 Formar uma matriz constituída por dois blocos, da seguinte maneira: O primeiro bloco é a matriz A que desejamos inverter, e o segundo bloco é a matriz identidade da mesma ordem de A. Exemplo: Seja A = 2 1 1 1 1 1 2 3 2 , vamos calcular a sua inversa, se possível. Formar a matriz de blocos (A | I ) 2 1 1 1 1 1 2 3 2 1 0 0 0 1 0 0 0 1 Passo 3 Aplicar operações elementares a toda matriz de blocos, de modo a transformar a matriz A na matriz identidade. Quando a matriz A for transformada na matriz identidade, a matriz identidade será transformada na matriz inversa de A. A ln operações elementares → ln l A - 1 A dica para a utilização do método é promover o escalonamento da matriz A na matriz de blocos. Quando a matriz A se transformar na identidade, esta se transformará na inversa de A. [ ] [ ] 3 [ ] ( | ) ( | ) Seja A = 2 1 1 1 1 1 2 3 2 , vamos calcular a sua inversa, se possível. Aplicar operações elementares à matriz de blocos com objetivo de transformar a matriz A em I . Como o primeiro elemento não nulo da primeira linha deve ser igual a 1, vamos trocar a linha 1 com a linha 2. 2 1 1 1 1 1 2 3 2 1 0 0 0 1 0 0 0 1 L2 ↔L1 → 1 1 1 2 1 1 2 3 2 0 1 0 1 0 0 0 0 1 O próximo passo é aplicar operações elementares às linhas dois e três, de modo a zerar todos os elementos da primeira coluna que estão abaixo do novo elemento a = 1. L2 →L2 - 2L1 → L3 →L3 - 2L1 1 1 1 0 -1 -1 0 1 0 0 1 0 1 -2 0 0 -2 1 Como o primeiro elemento não nulo da segunda linha é igual a (-1), devemos transformá-lo em 1 multiplicando toda a linha dois por (-1). L2 → ( - 1 ) L2 → 1 1 1 0 1 0 0 1 1 -1 2 0 0 1 0 0 -2 1 A seguir devemos aplicar operações elementares às linhas um e três, de modo a zerar os elementos da segunda coluna que estão abaixo e acima do novo elemento a = 1. L1 →L1 -L2 → L3 →L3 -L2 1 0 0 0 1 1 0 0 -1 1 -1 0 -1 2 0 0 -4 1 Como o primeiro elemento não nulo da terceira linha é igual a (-1), devemos transformá-lo em 1, multiplicando toda a linha três por (-1). L2 → ( - 1 ) L3 → 1 0 0 0 1 1 0 0 1 1 -1 0 -1 2 0 -1 4 -1 Finalmente, devemos aplicar operações elementares à linha dois, de modo a zerar o elemento não nulo da terceira coluna que está acima do novo elemento a = 1. L2 →L2 - L3 → 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 -1 0 0 -2 1 -1 4 -1 [ ] 3 [ ] [ ] 11 [ ] [ ] 22 [ ] [ ] 33 [ ] Atividades (1) Calcule o posto da seguinte matriz: A = 1 2 3 4[ ] (2) Ache, se possível, a matriz inversa das seguintes matrizes: (a) A = 4 -1 2 -2 3 -1 0 0 2 3 1 0 0 7 1 1 (b) A = 3 0 0 0 0 19 18 0 0 0 -6 π -5 0 0 4 √2 √3 0 0 8 3 5 6 -1 [ ] [ ] Notas Título modal 1 Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Título modal 1 Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Referências KOLMAN, Bernard. Introdução à álgebra linear com aplicações. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2006. LAY, David C. Álgebra linear e suas aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro, LTC; c1999. BOLDRINI, J.L., COSTA, Sueli I. R., FIGUEIREDO, Vera Lucia, Wetzler, Henry G. – Álgebra linear – 3ª edição – Ed. Harbra – São Paulo SP - 1989. Próxima aula Sistemas de equações lineares. Explore mais Pesquise na internet, sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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