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Fisioterapia neurológica

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XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XIII Encontro Latino Americano de Pós-
Graduação e III Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba 
1 
 
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA 
 
Natacha Zemolin
1
, Silvia Luci de Almeida Dias
2 
(Orientadora) 
 
1 
Discente do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Pampa, natacha_zemolin@hotmail.com. 
2 
Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Pampa, silvyadias@gmail.com. 
 
 
Resumo: A Paralisa Facial Periférica (PFP) desencadeia perda de movimentos voluntários e alterações na 
mímica de todos os músculos faciais, ela se divide em central ou periférica. O objetivo deste trabalho é 
apresentar a ficha de avaliação fisioterapêutica da Paralisia Facial Periférica utilizada no Estágio 
Supervisionado em Fisioterapia Neurológica no Adulto da Universidade Federal do Pampa, Campus 
Uruguaiana-RS. Foi desenvolvida uma ficha de avaliação fisioterapêutica da PFP, com base para a 
construção da mesma a Resolução no. 414/2012 do COFFITO, bem como artigos e livros sobre a temática. 
Foi possível observar que é pouco e insatisfatório o que se encontra nas diferentes literaturas, não 
atendendo a toda a complexidade da paralisia facial periférica. Com este modelo de ficha de avaliação 
fisioterapêutica da PFP, espera-se preencher uma lacuna da avaliação para refletir no melhor tratamento e 
restabelecimento dos pacientes com disfunções motoras da mímica facial. 
 
Palavras-chave: Escalas, Fisioterapia, Paralisia Facial Periférica. 
Área do Conhecimento: Ciências da Saúde 
 
Introdução 
 
A expressão facial é um dos meios que 
divulga as emoções vivenciadas por todos os 
indivíduos, dessa forma, é possível identificar até 
mesmo os pensamentos mais profundos de uma 
pessoa (CORRÊ, 2011). 
A Paralisia Facial Periférica (PFP) foi 
descoberta em 1821, por Sir Charles Bell (LOUIS, 
1977). Ela é uma mononeuropatia bastante 
comum em adultos, o quadro clínico é facilmente 
identificado, mas a etiologia é indefinida em 
grande parte dos casos e os tratamentos ainda 
levantam algumas controvérsias (LAZARINI, 
2002). 
A PFP desencadeia perda de movimentos 
voluntários e alterações na mímica de todos os 
músculos faciais, ela se divide em centrais e 
periféricas, uma lesão no sistema nervoso central 
determina uma paralisia classificada, como central 
(LAZARINI, 2002). 
PFP também chamada de Paralisia de Bell 
é causada pelo acometimento do sétimo (VII) 
nervo craniano, de maneira aguda, resultando em 
paralisia completa ou parcial da mímica facial. 
Podendo estar associada a distúrbios da 
gustação, salivação e lacrimejamento. É estimado 
que a incidência da PFP seja de 30 casos para 
100 mil habitantes (VALENÇA, 1999; ADAMS, 
1997). São considerados como fatores de risco a 
hipertensão arterial sistêmica (HAS) e Diabetes 
Mellitus (BRANDENBURG et al., 1997). 
O objetivo deste trabalho é apresentar a 
ficha de avaliação fisioterapêutica da Paralisia 
Facial Periférica utilizada no Estágio 
Supervisionado em Fisioterapia Neurológica no 
Adulto da Universidade Federal do Pampa, 
Campus Uruguaiana-RS. 
 
Metodologia 
 
Foi desenvolvida uma ficha de avaliação 
fisioterapêutica da Paralisia Facial Periférica (PFP) 
para o Estágio Supervisionado em Fisioterapia 
Neurológica no Adulto da Universidade Federal do 
Pampa. Utilizou-se, como norteador para a 
construção da mesma, a Resolução n
o
. 414/2012 
do COFFITO, para as questões sobre os dados de 
identificação, história clínica, exames clínico/físico, 
exames complementares, diagnóstico e 
prognóstico fisioterapêuticos, bem como o plano 
terapêutico (descrição dos procedimentos 
fisioterapêuticos propostos relatando os recursos, 
métodos e técnicas a serem utilizados e o (s) 
objetivo(s) terapêutico(s) a ser(em) alcançado(s), 
bem como o quantitativo provável de atendimento. 
 
Resultados 
 
Para a inspeção e palpação investiga-se: 
sinal de Bell, sinal de Negro, sinal de Chvostek, 
cílios de Barre, lágrimas de crocodilo, epífora, 
sialorréia, lagoftalmia, reflexo corneano, reflexo 
glabelar, hiperacusia, simetria facial, desvio da 
comissura labial, retração muscular, sincinesia 
(variando de nenhum até grave) e espasmo 
hemifacial (criptogênico ou pós-paralítico) 
(CORRÊ, 2011). 
 
XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XIII Encontro Latino Americano de Pós-
Graduação e III Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba 
2 
A ficha apresenta as seguintes escalas: 
escala de pontuação do fechamento da rima 
ocular; escala de graduação da gravidade da 
lesão de acordo com May; escala funcional, 
conceitual e numérica para avaliar a força 
muscular da face; escala de graduação do 
comprometimento do nervo facial de acordo com 
House e Brackmann. 
Avaliação do tônus e da força muscular (o 
tônus variando de: excelente com somente pouca 
flacidez quando cansado até nenhum; e a força 
muscular variando de: excelente movimento com 
pouco desvio, quando fadigado ou sob estresse 
até sem movimento). 
Os músculos selecionados para inspeção 
da face foram: músculo frontal, corrugador do 
supercílio, piramidal, depressor do septo, nasal 
(porção alar), orbicular dos olhos, risório, 
bucinador, zigomático maior, elevador do ângulo 
da boca, depressor do ângulo da boca, elevador 
do lábio superior e asa do nariz, depressor do 
lábio inferior, orbicular da boca, mentoniano, 
platisma, pterigóideo medial e lateral e masseter 
(KENDALL, 2007). 
 
Discussão 
 
Gonçalves (1997) relata três possíveis 
causas da PFP: vascular-isquêmica, viral e auto-
imune. Jannetta (1996) acredita que alguns casos 
de paralisia podem estar associados com 
deslocamento súbito de uma alça vascular sobre o 
sétimo nervo craniano, como justificativa se afirma 
que alguns pacientes sentiram algum incômodo 
anormal na região suboccipital. Assim, 
correlaciona-se a ‘dor’ com uma possível 
compressão de bridas aracnóides, dura-máter, 
arteríolas ou do nervo intermediário. 
Conforme Belec (1989), o surgimento da 
paralisia facial pode estar relacionado com a SIDA 
(Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), seja 
ela em qualquer estágio, sendo no estágio III e IV, 
com declínio da imunidade celular será possível 
encontrar a PFP a partir do herpes zoster. 
Segundo Hageman (1990), casos raros de 
Paralisia de Bell estão relacionados com a origem 
genética familiar, sendo então mais um fator de 
risco, menor que o fator da HAS, mas também 
presente com risco para se adquirir a doença. 
Para Louis (1977) a hipertensão arterial 
sistêmica (HAS) pode estar associada com a 
Paralisia de Bell, em indivíduos internados em 
hospitais é diagnosticado que até 20% delas 
apresentaram PFP, supostamente por hemorragia 
no canal facial ou no próprio nervo. Segundo 
Brandenburg e Annegens (1993), a HAS aumenta 
o risco de 10-20% em mulheres e 50-60% em 
homens, o diabetes mellitus também aumenta o 
risco do acometimento do nervo facial em até duas 
vezes mais. 
 Steiner (1996) salientam a possibilidade 
de haver aumento da PFP durante o terceiro 
trimestre de gestação, em especial nas duas 
semanas que antecedem o parto e duas semanas 
pós-parto. Sawle (1996) afirma que a PFP 
aumenta em gestantes, de 38-45 por 100 mil 
mulheres. 
De acordo com Noya (1997), dependendo 
do local acometido no VII nervo pode haver 
alterações na sensação lacrimal, alterações na 
percepção de sons, perda da sensibilidade 
gustativa e inabilidade para controlar as 
musculaturas da face. 
Foi possível observar que é pouco e 
insatisfatório o que se encontra nas diferentes 
literaturas, não atendendo a toda a complexidade 
da paralisia facial periférica. 
 
Conclusão 
 
Com este novo modelo de ficha avaliação 
fisioterapêuticada Paralisia Facial Periférica 
espera-se preencher uma lacuna na avaliação 
neurofuncional para refletir no melhor tratamento e 
restabelecimento dos pacientes com disfunções 
motoras da mímica facial. 
 
Referências 
 
-KENDALL et al. Músculos: provas e funções, 
5.ed., São Paulo: Manole, 2007 
 
-LAZARINI, P.R. FERNANDES, A.M.F. 
BRASILEIRO, V.S.B. CUSTÓDIO, S.E.V. Paralisia 
Facial Periférica por Comprometimento do Tronco 
Cerebral-A Propósito de Um Caso Clínico. Revista 
Brasileira Otorrinolaringologia V.68, n.1, 140-4 
jan./fev. 2002. 
 
-SANVITO, W. L. Propedêutica neurológica 
básica, 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2010 
. 
-VALENÇA M. M, Valença LPAA. Nervo facial: 
aspectos anatômicos e semiológicos. 
Neurobiologia 1999; 62:77-84. 
 
-VALENÇA, M.M. VALENÇA, L.P.A.A. LIMA, 
M.C.M Paralisia Facial Periférica Idiopática de Bell 
a Propósito de 180 Pacientes. Arqui 
Neuropsiquiatria 2001; 59 3-b): 733-739. 
 
-VIEIRA, S. Paralisia Facial Periférica. Acta 
Medica Portuguesa, 2002; 15: 395-398.

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