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REVISTA DAS ENGENHARIAS DA UNI7 (ISSN 0000-0000) CENTRO UNIVERSITÁRIDE SETEMBRO Fortaleza, v. 0, n. 0, art. 0, mm17, p. 000-000 Disponível em: http://www.uni7setembro.edu.br DIAGNÓSTICO NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE TELHAS DE CONCRETO: APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS DE GESTÃO PARA MELHORIA DO PROCESSO. Ismael Martins Ferrer Graduando Curso de Engenharia de Produção do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7). ismaelferrer95@gmail.com Francisco Adones de Oliveira Filho, M.Sc. Professor do Curso de Engenharia de Produção do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7). RESUMO Este trabalho tem como objetivos desenvolver o fluxo do processo produtivo em uma indústria de telhas de concreto localizada na região metropolitana de Fortaleza – CE, a partir dele, compreender as etapas e identificar, através de ferramentas da qualidade, problemas críticos no tocante às paradas inadequadas na produção. Com base no reconhecimento de tais problemas, foi elaborado um plano de ação sugerindo possíveis soluções estes. A observação do processo de produção e o senso crítico para interpretá-lo foram primordiais para a elaboração das ferramentas deste trabalho, dado que este artigo foi desenvolvido baseado em um diagnóstico independente. PALAVRAS-CHAVE: Diagrama Causa e Efeito, Fluxograma, Matriz, Plano de Ação, 5 Porquês ABSTRACT This work aims to develop the flow of the production process in a concrete roofing industry located in the metropolitan region of Fortaleza - CE, from there, to understand the steps and identify, through quality tools, critical problems regarding the inadequate stops in production. Based on the recognition of such problems, a plan of action was elaborated suggesting possible solutions for them. The observation of the production process and the critical sense to interpret it were primordial for the elaboration of the tools of this work, since this article was developed based on an independent diagnosis. KEYWORDS: Action Plan. Diagram Cause and Effect. Flowchart. Matrix.5 Why 1 1 INTRODUÇÃO Em busca de diminuir cada vez mais os custos de produção e a manutenção no mercado competitivo, as organizações têm adotado posturas mais eficientes no que diz respeito às mudanças internas, focando na melhoria contínua dos seus processos. Atentar-se aos requisitos do mercado e às tendências, acaba sendo essencial para manter a produtividade e consequentemente um maior destaque diante da concorrência. As organizações devem buscar uma direção na qual defina uma produção contínua e otimizada, garantindo assim estabilidade, conformidade e funcionalidade no mercado em que estão inseridas. Para que isto aconteça, as organizações precisam se atentar ao seu público alvo dando mais atenção às suas necessidades, além de ter mais agilidade na adaptação diante das mudanças do ambiente social, político e tecnológico, podendo, desta maneira, atingir mais competitividade no mercado. Em virtude disso, as empresas promovem reformulações em seus processos, aceleração do fluxo produtivo, redução dos custos e promovendo inovações (SOUSA et al., 2017). Alinhado à competitividade, os clientes demandam produtos cada vez mais inovadores e que atendam da melhor maneira as suas necessidades, por isso é imprescindível que as organizações passem a investir em Programas de Qualidade, a fim de obter mais eficiência em seus processos. Os programas de qualidade dispõem, como essência, a satisfação dos clientes, e para que se consiga chegar a este quesito, são utilizadas ferramentas e técnicas que auxiliam na percepção de problemas nos diversos processos produtivos (SILVA, 2017). As ferramentas da qualidade têm a finalidade de definir, medir, analisar e propor soluções e melhorias para os problemas encontrados nos diferentes ambientes fabris. Diante deste benefício, as organizações vêm adotando os Programas de Qualidade independente de seus segmentos de mercado. As ferramentas da qualidade associadas aos estudos de movimentos e tempos, contribuem para as tomadas de decisões por parte dos gestores das organizações (SILVA, 2017). O estudo de tempos e movimentos vem sendo usado para auxiliar na melhoria da produção das empresas, independentemente do segmento, pois ele 2 busca através de análises o melhor método para se executar uma atividade e o tempo padrão utilizado por uma pessoa treinada para executar uma determinada atividade (BARNES, 1977). Além disso, os tempos e movimentos podem ser definidos como um método que possui pontos identificáveis de entrada, transformação e saída, engendrando modelos no intuito de facilitar as tomadas de decisões nas organizações. Deste modo, atua no desenvolvimento do melhor método para ser utilizado na produtividade, diminuindo desperdícios (FELIPPE et al., 2012). É necessário conceituar movimento no processo produtivo, na qual pode-se dividir em desperdício e trabalho. Desperdício é o que realmente é desnecessário e deve ser eliminado para evitar aumento dos custos. Trabalho pode ser sem valor adicionado, que está intrínseco nas atividades e condições do trabalho e para eliminá-los, essas condições devem ser alteradas. Trabalho pode ser também com valor adicionado, que está ligado de fato ao processamento da empresa, agregando valor ao produto (OHNO, 1997). Uma das vantagens que o estudo dos tempos e movimentos proporciona às empresas é a eliminação de movimentos desnecessários que além de consumir tempo, não agregam valor para o processo produtivo. A produção de telhas é um exemplo de atividade que une o trabalho manual e o trabalho mecanizado, buscando uma produção dentro dos padrões estéticos exigíveis e com a qualidade e confiabilidade ideais. Este segmento está diretamente ligado ao mercado da construção civil, seja telha de concreto ou cerâmica. O Ceará é um dos mais importantes estados produtores de cerâmicas do norte e nordeste onde estão instaladas aproximadamente 412 empresas atuantes neste segmento. De acordo com uma pesquisa, 90,5% das indústrias de telhas estão localizadas na zona rural do estado (se destacando as regiões metropolitana e baixo Jaguaribe) e 9,3% na zona urbana, gerando emprego e renda nessas regiões (FREITAS, 2016). A produção de telhas de concreto auxilia nos novos conceitos decorativos da construção civil, pois elas possuem uma vasta cartela de cores, além de serem mais resistentes que as telhas cerâmicas (SILVA; AZEVEDO; MARCELINO, 2015). A facilidade de cores que as telhas de concreto podem ser tingidas, propicia uma economia da energia da edificação. Em localidades mais quentes, é 3 aconselhável o uso de telhas com cores mais claras, para refletir a luz solar e diminuir o calor irradiado por ela. As telhas de concreto são feitas basicamente de cimento e areia, seu tamanho é considerável porque são necessários aproximadamente 10,4 unidades para cobrir um metro quadrado de área. O custo mais elevado pode ser compensado pela qualidade que o produto assegura ao cliente (CREA, 2014). Atualmente, os empresários do setor estão otimista com o mercado, pois a produção de telhas está ligada diretamente à construção civil, que vê um provável crescimento, depois de um grande período de recessão, a partir de 2019 (BARRETO, 2018). Depois da construção civil sofrer a maior queda no Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, cerca de 5%, uma queda na mão de obra de 6,2% e as operações de créditos decrescer 2,2%, os empresários acreditam que em 2019 uma nova política econômica possa melhorar o equilíbrio do mercado imobiliário, trazendo novos investimentos para o desenvolvimento da construção (BARRETO, 2018). O objetivodo trabalho é estudar o sistema produtivo de uma empresa industrial de telhas de concreto por meio da análise do fluxo do processo, aplicando ferramentas de gestão com foco na qualidade. Os objetivos específicos têm como proposta conhecer o processo, através da observação in loco, aplicar ferramentas para análise da situação atual, identificando as oportunidades de melhoria. A partir desse estágio, pode-se chegar ao objetivo principal do trabalho. 2 REVISÃO DE LITERATURA Nessa seção, são estudadas as teorias científicas referentes ao tema em estudo, de forma a orientar e fundamentar atividades apresentadas. 2.1 GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL A gestão da qualidade equivale a uma opção para o melhor gerenciamento das organizações, tendo em vista a alta competitividade do mercado. Seus pontos básicos são: foco no cliente, trabalho em equipe, decisões tomadas tendo como 4 base fatos e dados e a procura ininterrupta pela solução de possíveis problemas, além da diminuição de erros (CARVALHO; PALADINI, 2005). A interpretação da gestão da qualidade como uma estratégia competitiva para a obtenção e continuidade de mercados necessita, essencialmente, do foco no cliente, atingindo constantemente as suas exigências e suas peculiaridades, tendo como base os conceitos de clientes internos e uma visão ampla da cadeia produtiva, além da melhoria contínua de produtos e processos, levando em consideração a tomada de decisões baseada em fatos e dados (CARPINETTI, 2010). A melhoria contínua de produtos e processos pode ser sintetizada com os seguintes passos: identificação dos problemas primaciais, observação e coleta de dados, investigação e busca de possíveis causas, planeamento e execução de ações e apuração de resultados (CARPINETTI, 2010). Para que a melhoria contínua seja executada de maneira eficiente, a gestão da qualidade constitui-se a partir do auxílio de ferramentas da qualidade, pois estas são técnicas utilizadas para o estudo dos problemas achados em um processo, a partir da sua explicação até a sugestão de soluções, podendo assim, definir o bom desempenho dos processos organizacionais (FREITAS et al., 2014). 2.1.1 Diagrama de Causa e Efeito O diagrama de causa e efeito ou espinha de peixe, também chamado de diagrama de Ishikawa, é uma ferramenta fácil e que é bastante utilizada na gestão da qualidade. Foi idealizado por Kaoru Ishikawa em meados de 1943 e ele o utilizava na indústria para analisar a dispersão da qualidade dos produtos e processos. Esta ferramenta possibilita a análise de eventuais causas de variação do processo, tais causas que levam a um efeito e este pode ocasionar prejuízos ao processamento (MAGRI, 2009). Para montar a estrutura da ferramenta, é preciso separar as causas de um problema no formato de uma espinha de peixe, utilizando os 6 M’s, são eles: método, mão de obra, materiais, máquina, meio ambiente e medida. A partir da elaboração do diagrama e consequentemente o seu entendimento, é possível listar as causas do problema e trabalhar com as possíveis soluções para que se tenha uma melhor gestão do processo (MAGRI, 2009). 5 Para construir o diagrama de causa e efeito, é aconselhável que se siga os seguintes passos (MAGRI, 2009): 1) definir o problema a ser estudado juntamente com o que ser quer alcançar; 2) entender o processo em questão por meio de observações, analises e consultas com o pessoal envolvido; 3) fazer encontros com o pessoal envolvido, a fim de obter mais informações e buscar a opinião de todos; 4) organizar as informações em: causas principais, secundária e terciárias para que não sejam expostas informações prescindíveis; 5) montar o diagrama da situação atual; 6) marcar o que é mais importante para que o diagrama fique mais racional. 2.1.2 Matriz GUT Matriz GUT é uma ferramenta que auxilia as empresas a solucionar seus problemas, pois através dela é possível priorizá-los de maneira quantitativa, tendo em vista que é necessário atribuir notas para cada problema, levando em consideração três tópicos fundamentais: Gravidade, Urgência e Tendência. As notas podem ser de 1 até 5 (PESTANA, 2016; PERIARD, 2011). Em relação aos três tópicos, entende-se que (PERIARD, 2011): 1. gravidade: evidencia a influência do problema caso venha a acontecer, explorando seus efeitos a médio e longo prazo se o problema não for solucionado; 2. urgência: evidencia o tempo ou prazo para que se resolva o problema analisado, sendo que o prazo é inversamente proporcional à urgência, haja vista que quanto maior o prazo menor a urgência; 3. tendência: salienta a capacidade de engrandecimento ou redução do problema ao passar do tempo, se não for solucionado. A maneira adequada de desenvolver as notas para a Matriz GUT pode ser sintetizado de acordo com Quadro 2.0. 6 Quadro 2.0 – Matriz GUT Nota Gravidade Urgência Tendência 5 extremamente grave precisa de ação imediata irá piorar rapidamente 4 muito grave é urgente irá piorar em pouco tempo 3 grave o mais rápido possível irá piorar 2 pouco grave pouco urgente irá piorar a longo prazo 1 sem gravidade pode esperar não irá mudar Fonte: Periard, 2011 O resultado é calculado com a multiplicação de cada nota: (G) x (U) x (T), a apartir daí, encontra-se o grau crítico que deve ser sequenciado de forma decrescente, de modo que aqueles que apresentarem maior valor, deverão ser priorizados (PERIARD, 2011). 2.1.3 Método 5 Porquês O método de investigação dos 5 Porquês foi desenvolvido por Sakichi Toyoda para ser utilizado no Sistema Toyota de Produção, com o propósito de se obter melhorias em seus processos. Este método é realizado para que se encontre a causa raiz de um determinado problema, que pode está envolvido, por exemplo, com: mão de obra, falhas nos equipamentos, paradas inadequadas na produção, dentre outros que por ventura cause algum prejuízo no processo de manufatura (BEZERRA et al., 2012). Para a implementação do método é aconselhável a formulação de 5 perguntas sobre o porquê determinado problema está acontecendo, de modo que cada pergunta se refere a resposta anterior. De maneira geral, após a quinta pergunta, encontra-se a causa raiz do problema, porém dependendo da peculiaridade do problema analisado, o número de perguntas pode variar para mais ou para menos até que se identifique a causa raiz (BEZERRA et al., 2012). 2.1.4 Plano de Ação 5W2H O plano de ação 5W2H é uma ferramenta da qualidade que foi introduzida para auxiliar no planejamento e na condução de diversas ações que deverão ser executadas para solucionar determinado problema. Para obtenção de um plano adequado é necessário que sua elaboração seja bem estruturada, para que o 7 reconhecimento dos elementos à implementação aconteça de maneira rápida. Esta ferramenta tem o compromisso de retratar um plano de ação de fácil compreensão para que as pessoas o executem de maneira eficiente (REIS et al., 2016). Este é um método gerencial utilizado para padronizar processos voltados à elaboração de planos de ação. É fácil de ser compreendido, pois evidencia as responsabilidades, prazos, procedimentos e objetivos a serem alcançados a partir da execução das ações que sugeridas para sanar os problemas analisados (MORAIS; COSTA, 2013). O objetivo desta ferramenta é, primeiramente, responder cinto quesitos com iniciais W, são eles (REIS et al., 2016): 1. what (que ação será executada?); 2. who (quem irá executar?); 3. where (onde a ação será executada?); 4. when (quando a ação será executada?);5. why (por que a ação deverá ser executada?). E, em seguida, responder a mais dois quesitos com iniciais H, são eles (REIS et al., 2016): 1. how (como a ação será executada?); 2. how much (quanto custa para executar a ação?). As respostas destes quesitos estão relacionadas, a conclusão que se obtém é um plano de ação bem circunstanciado, em que são determinadas as ações a serem tomadas e quem serão os responsáveis para concluí-las (REIS et al., 2016). 2.2 ESTUDO DOS MOVIMENTOS O estudo dos movimentos tem como objetivo identificar a maneira mais eficiente de se executar a atividade, buscando economia no tempo de execução e descobrindo maneiras mais eficientes para engendrá-la. Frank Gilbreth e sua esposa Lilian Gilbreth, conhecidos como o casal Gilbreth, foram os pioneiros no ramo dos estudos de movimentos. Seus trabalhos se iniciaram na construção civil e incluiram invenções e melhorias na construção civil, estudos sobre fadiga humana, desenvolvimento de técnicas, tais como o fluxo do processo, 8 publicado na obra clássica, Estudo de Movimentos e de Tempos, de Ralph Barnes (BARNES, 1977). Observando a existência de movimentos desnecessários, Frank Gilbreth desenvolveu diversas mudanças na área de trabalho e nas ferramentas, melhorando também a ergonomia no trabalho, de modo que os resultados foram excelentes, levando em conta que a produtividade aumentou consideravelmente. A partir disso, concluiu-se que as atividades manuais poderiam ser reduzidas a movimentos elementares para estabelecer movimentos necessários à diversas tarefas. (BARNES, 1977; CHIAVENATO, 2003). No intuito de diminuir a fadiga humana e eliminar atividades não relacionadas com a tarefa, buscou-se, racionalizar os movimentos efetuados, tendo como base a execução econômica desses movimentos e a seriação apropriada aos movimentos (CHIAVENATO, 2003). O estudo dos movimentos analisa o trabalho de forma coordenada, resultando o desenvolvimento de métodos práticos e mais eficientes, em busca da padronização alinhado ao encontro de melhores meios de se executar a tarefa, a partir disso é possível aplicar métodos mais satisfatórios direcionando a uma maior produtividade (SOUTO, 2002). 2.2.1 Fluxograma de Processos Fluxograma é uma ferramenta que representa, graficamente, a sequência normal de trabalho de qualquer organização. Geralmente são utilizados símbolos que evidenciam a origem, o processamento e o destino da informação e tem como finalidade simplificar a visualização do processo e constatar atividades críticas (TARDIN et al., 2013). O gráfico do fluxo do processo é um meio para se inscrever o processo de maneira compacta, com o propósito de torná-lo mais compreensível e posteriormente, propor melhoria. Além disso, ajuda a mostrar os efeitos que as mudanças, em uma parte do processo, terão em outras fases e poderá auxiliar na descoberta de operações particulares do processo que se sujeitam a uma análise mais assídua (BARNES, 1977). 9 O gráfico do fluxo do processo foi composto por quatro símbolos desenvolvidos pelos Gilbreth, que são intensamente utilizados por satisfazerem às necessidades dos variados tipos de trabalho. Os símbolos ajudam na enumeração rápida das atividades desenvolvidas no processo produtivo. Em 1947, a American Society of Mechanical Engineers (ASME) introduziu mais um símbolo para facilitar ainda mais o entendimento do fluxo (BARNES, 1977). Os cinco símbolos, comentados anteriormente, se encontram no Quadro 1.0. Quadro 1.0 – Símbolos das operações Símbolo Significado Definição do significado Operação É a modificação, processamento, trabalho, transformação de matéria prima dentro do processo. Transporte Ocorre quando há o deslocamento de um objeto de um lugar para o outro. Inspeção É o exame de um objeto em comparação com o padrão de qualidade ou quantidade. Espera Ocorre quando a próxima ação não é efetuada. Armazenamento Ocorre quando um objeto é mantido sob controle. Fonte: Barnes, 1977, p. 47. O fluxograma descreve, através de símbolos, o modelo do fluxo produtivo da organização, mostrando as etapas de entrada de matéria prima, operação, até a saída do produto final que será oferecido ao cliente. O fluxograma torna o processo mais acessível de modo que todos os envolvidos e também os que não conhecem o processo possam compreendê-lo (BOLSSON et al., 2012). 10 2.3 ESTUDO DOS TEMPOS O estudo de tempos constitui em analisar as atividades do processo produtivo medindo os tempos das etapas, a fim de eliminar itens desnecessários que atrasam a produção e propondo melhorias para estes problemas. 2.3.1 Administração Científica Taylor, o fundador da administração científica, foi um dos pioneiros a introduzir o estudo dos tempos e movimentos. Para Taylor, tanto a administração como a organização devem ser estudadas cientificamente, permitindo que a improvisação seja renunciada para dar lugar ao planejamento e o empirismo dê lugar à ciência (CHIAVENATO, 2003). Em seus estudos, Taylor verificou que muitos operários executavam suas tarefas observando a execução por parte de seus companheiros de trabalho. É necessário que haja uma análise científica para identificar se há um método mais eficaz e um instrumento para se executar a atividade e um instrumento mais adequado, desta maneira é possível substituir os métodos empíricos pelos métodos científicos (CHIAVENATO, 2003). Estudo do tempo é uma técnica de medida do trabalho que tem a intenção de assinalar os tempos e também o ritmo de trabalho dos elementos de uma tarefa especializada e averiguar os dados com o propósito de obter o tempo necessário para a realização do trabalho ou eliminar etapas que não assistem à produção, com um nível satisfatório de desempenho (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009). Taylor verificou que uma atividade poderia ser realizada de maneira mais econômica, através da observação do trabalho e da subdivisão dos movimentos necessários para a execução por cada operador. Através desta análise, foi possível simplificar o movimento dos trabalhadores de modo que os movimentos inúteis foram eliminados e os movimentos úteis se tornaram mais eficientes, possibilitando uma economia de tempo no processo (BONOME, 2009). O estudo dos tempos é usado para medir o tempo necessário para uma pessoa qualificada executar uma atividade especificada, em outras palavras, é usado para medir o trabalho. O resultado é o tempo que uma pessoa adaptada à 11 função e bem treinada em um método específico, levará para executar a tarefa em um ritmo normal de produção (BARNES, 1977). 2.3.2 Cronoanálise A cronoanálise funciona como técnica que serve tanto para a medição do tempo para auxiliar as organizações em seus processos, utilizando como um indicador para possíveis melhorias (FELIPPE et al., 2012). Através da cronoanálise é possível indicar o tempo gasto para se executar uma tarefa, tornando possível determinar o método mais rápido para se executar a determinada atividade, prevenindo possíveis falhas e reduzindo desperdícios. A ferramenta mais utilizada para a cronoanálise é o cronômetro, com ele é possível medir os tempos de determinadas tarefas (FIGUEIREDO; OLIVEIRA; SANTOS, 2011). A cronoanálise é uma vertente do estudo dos tempos que se propõe a analisar o tempo em que um trabalhador ou máquina leva para executar uma atividade, compreendendo sua capacidade e determinando o melhor ritmo para cada operação (BARNES, 1977). A utilização da cronoanálise é amplamenteempregada na maioria das empresas, com o intuito de medir e avaliar a performance na operação dos processos fabris (PEINADO; GRAEML, 2007). Além de conceber a melhor forma de trabalho, a cronoanálise e o estudo de tempos contribuem para a determinação da capacidade produtiva da organização, elaboração de métricas estratégicas de programa de produção mais eficientes, identificação de gargalos que prejudicam a produção, dando oportunidade para eliminação de tais gargalos (PEINADO; GRAEML, 2007). Posto que o estudo de tempos é de alta relevância para a engenharia de métodos, justifica-se sua utilização para a análise do fluxo do processo, levando em consideração as particularidades em cada ambiente fabril. 12 3 MÉTODO Este capítulo trata do método utilizado para identificar os problemas e alcançar possíveis soluções. O método pode ser definido como um conjunto de atividades sistemáticas e racionais que permitem alcançar o objetivo, mostrando o caminho a ser trilhado, identificando erros e ajudando nas decisões a serem tomadas pelo cientista de forma a solucionar tais erros (MARCONI; LAKATOS, 2003). 3.1 CARACTERIZAÇÃO E ESTRATÉGIA DA PESQUISA “A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas teóricos ou práticos com o emprego de processos científicos” (CERVO; BERVIAN, 2003, p. 63). Pesquisa também pode ser delineada como um “procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos” (GIL, 2002, p. 17). Existem inúmeros tipos de pesquisa e cada uma delas possui seus próprios procedimentos e suas peculiaridades. Desta maneira, a abordagem deve estar em conformidade com o objeto de estudo, os objetivos, além da qualificação do pesquisador, de modo que se torne viável ao problema em questão (CERVO; BERVIAN, 2003). O intuito da pesquisa é “resolver problemas e solucionar dúvidas, mediante a utilização de procedimentos científicos” (BARROS; LEHFELD, 2000, p. 14). Por isso, na pesquisa em questão, utiliza-se o modo exploratória-descritiva. As pesquisas exploratórias proporcionam mais informações sobre o assunto que será investigado, facilitando a delimitação do tema de pesquisa. Possui um planejamento mais flexível, o que permite o estudo do tema em diversos ângulos e aspectos (PRODANOV; FREITAS, 2013). Nas pesquisas exploratórias é consequência que o pesquisador tenha mais proximidade com o problema em questão, podendo assim auxiliar o pesquisador a deixar o problema mais compreensível. Estas pesquisas têm como principal intenção o aperfeiçoamento de conceitos (GIL, 2002). 13 A pesquisa descritiva registra e descreve os fatos observados, descreve as características de determinada população ou fenômeno. Compreende o uso de técnicas de coleta de dados, tais como: entrevista, formulário, questionário e observação sistemática. Tal pesquisa observa, registra e analisa os dados. Procura descobrir a frequência com que ocorre o fato, sua natureza, suas características, suas causas e relações com o fato (PRODANOV; FREITAS, 2013). No que concerne à investigação, foi feita através de pesquisa bibliográfica e de campo. “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos” (GIL, 2002, p. 44). Na pesquisa bibliográfica é possível explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas. Pode ser feita independentemente ou como parte da pesquisa descritiva. Busca conhecer e analisar as contribuições científicas existentes sobre um determinado assunto ou problema (CERVO; BERVIAN, 2003). A pesquisa de campo é utilizada com o objetivo de conseguir informações acerca de um problema para o qual procuramos uma resposta. Observa os fatos e fenômenos como ocorrem, na coleta de dados referente a eles e no registro de variáveis importantes, para que se possa analisá-los (PRODANOV; FREITAS, 2013). Para estudo em questão, a pesquisa bibliográfica e a de campo são de grande relevância, pois com elas é possível ter o embasamento teórico do assunto e analisar essa teoria na prática. Quanto a natureza da pesquisa, se identifica a qualitativa, pois nela há uma vinculação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, enfatizando a subjetividade do sujeito que não pode ser representado em números. Percebe-se que a interpretação de fenômenos e a atribuição de significados são características da pesquisa qualitativa, de modo que o ambiente natural é a própria fonte de dados e o pesquisador é o instrumento-chave (PRODANOV; FREITAS, 2013). Diante das características da pesquisa qualitativa, esta será aplicada na pesquisa em questão, pois, neste trabalho, a observação do ambiente natural será de imprescindível relevância para o alcance dos resultados. 14 3.2 ESTUDO DE CASO O estudo de caso constitui-se em um estudo aprofundado e exaustivo de um objeto, de maneira que permita seu detalhado conhecimento. Com ele é possível explorar situações de vida real cujos limites não estão claramente definidos, descrever a situação do contexto em que está sendo feita alguma investigação, além de levantar hipóteses ou teorias para explicar as variáveis causais de determinado fenômenos (GIL, 2002). Deste modo utiliza-se o estudo de caso para o levantamento de dados da empresa em questão. Para o desenvolvimento deste trabalho, foram feitas visitas ao local de processo da empresa. A primeira etapa foi observar a operação sem propor nenhuma intervenção, com uma postura isenta, no intuito de compreender o processo e registrar os dados. Para colher as informações necessárias no tocante aos processos da empresa, foi feita entrevista com o diretor administrativo e com o gerente de produção. Com a finalidade de atingir os resultados do trabalho, foi utilizado alguns equipamentos como cronômetro, usado na medição dos tempos, caneta e folha de ofício, trena, para medir as distâncias percorridas pelos operadores nas suas atividades diárias. 3.2.1 Seleção de Amostra A amostra do estudo em questão é não probabilística, de modo intencional “que envolve a escolha de participantes em função de sua disponibilidade para participar do estudo. Os sujeitos são selecionados pela conveniência do pesquisador” (APPOLINÁRIO, 2012, p. 135). Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 99), amostra intencional descende “o tipo mais simples de amostra não probabilística, já que o pesquisador se dirige intencionalmente a grupos de elementos dos quais deseja saber a opinião”. A amostra será realizada com o gerente de produção e com o diretor administrativo. 15 3.3 INSTRUMENTO E TÉCNICA DE COLETA DE DADOS Pode-se definir instrumento de pesquisa “como um procedimento, método ou dispositivo (aparelho) que tenha por finalidade extrair informações de uma determinada realidade, fenômeno ou sujeito de pesquisa” (APPOLINÁRIO, 2012, p. 137). Na primeira etapa do trabalho foi realizado o fluxograma atual do processo de produção de telhas de concreto, constado no Quadro 1.0 do referencial teórico. 3.3.1 Elaboração do Instrumento de Pesquisa O foco da pesquisa qualitativa é compreender e aprofundar os acontecimentos, que são estudados a partir do conhecimento dos participantes, aprofundando em suas experiências, ponto de vista, arbítrios, em geral, a maneira como os participantes percebem subjetivamente sua realidade (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013). Dentro da pesquisa qualitativa, escolheu-se as entrevistas semiestruturadas que, em conformidade com Sampieri, Colladoe Lucio (2013, p. 426), “[...] se baseiam em um roteiro de assuntos ou perguntas e o entrevistador tem a liberdade de fazer outras perguntas para precisar conceitos ou obter mais informações sobre os temas desejados [...].” Desta maneira, foram feitas perguntas ao encarregado da produção e ao diretor administrativo da empresa, com o intuito de compreender todo o processo de produção de telhas e coletar dados. Para este trabalho, não foi necessário fazer um pré-teste, tendo em vista que o método utilizado é validado. 3.3.2 Aplicação do Instrumento de Coleta de Dados Para a aplicação do instrumento de coleta de dados na produção de telhas, foi solicitada a autorização ao diretor da empresa, conforme Apêndice A (p.). 16 3.4 MÉTODO DE COLETA E PROCESSAMENTO DOS DADOS Neste capítulo é apontado o modo da coleta de dados para a pesquisa em questão. 3.4.1 Coleta dos Dados Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 164), é na coleta de dados que “se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos”. Para a coleta de dados foi realizada, nos meses de março e abril de 2019, a pesquisa semiestruturada com o encarregado pela produção e também com o diretor administrativo da empresa em questão, de modo que foi possível o levantamento dos dados qualitativos. 3.4.2 Tabulação dos Dados Para Gil (2008 p. 159), “tabulação é o processo de agrupar e contar os casos que estão nas várias categorias de análise”. Os dados foram digitalizados por meio dos programas Microssoft Office Word e Excel, para que se garanta o adequado armazenamento das informações. 3.4.3 Tratamento dos Dados Para o tratamento dos dados foi utilizada a interpretação e análise dos dados. A análise tem a finalidade de servir aos objetivos da pesquisa e também para defrontar dados e provas para que as conjecturas da pesquisa sejam confirmadas ou rejeitadas. Ao passo que os dados coletados são defrontados com as informações já existentes, é possível que se alcance amplas generalizações e isto torna a análise de conteúdo um importante instrumento para análise (PRODANOV; FREITAS, 2013; GIL, 2008). Através da análise e interpretação é possível obter evidências que, de acordo com a metodologia, o posicionamento do pesquisador e o referencial teórico 17 utilizado, auxiliarão a atingir respostas para o problema de pesquisa (PRODANOV; FREITAS, 2013). Os dados foram tratados a partir da concepção do fluxo do processo, dando ênfase para a identificação das principais dificuldades no processamento. Com base nisto, foi desenvolvido o Diagrama de Causa e Efeito, no intuito de investigar as possíveis causas para a principal objeção existente no processo. 4 RESULTADO DA PESQUISA Nessa seção serão executados os métodos demonstrados no referencial teórico, buscando achar problemas no processo de produção e propor possíveis soluções para os mesmos. 4.1 OBJETOS DO ESTUDO O estudo foi desenvolvido em uma indústria de produção de telhas de concreto, situada na região metropolitana de Fortaleza – CE. Os setores envolvidos na pesquisa foram: a dosagem da areia para a mistura, onde é feita manualmente, preenchimento da massa pronta nas formas, após a massa sair do misturador; a retirada das telhas do molde para estocagem nas estufas, desmolde das telhas prontas que são retiradas das estufas, onde libera formas para o preenchimento para novas telhas; transporte de telhas até o pátio para estocagem. Para o desenvolvimento deste estudo de caso, seguiu-se as seguintes etapas: elaboração do fluxograma do processo, observação de possíveis problemas na produção, elaboração do diagrama causa e efeito, priorização das principais causas de problemas e criação de um plano de ação para solucionar os problemas encontrados. A concepção do gráfico do fluxograma do processo foi efetuada de acordo com o sistema real coletado na empresa. No intuito de compreender o processo de produção da empresa, foi desenvolvido o fluxograma atual como mostra o Quadro 2.0, no Apêndice A deste trabalho. 18 A coleta dos tempos, em segundos, das atividades manuais foram cronometradas. Em relação aos demais tempos, alguns são específicos dos aparelhos utilizados no processo e outros são fixos, intrínsecos ao processo de produção de telhas. Foram feitas 10 cronometragens de cada atividade, calculado o tempo total e, em seguida, foi feito uma média aritmética da medidas. Os valores da médias foram adicionados nas etapas do fluxograma do processo. O Quadro 3.0 mostra as coletas e cálculos dos tempos. 4.1.2 Identificações das Causas É necessário conhecer as possíveis causas dos problemas encontrados no fluxograma, mais precisamente os que propiciam paradas na produção. Para isso, Fonte: O Autor Quadro 3.0 - Coleta e Cálculo dos Tempos 19 foi aplicada a ferramenta Diagrama Causa e Efeito, que expõe as principais causas de um determinado problema. A Figura 2.0 exibe as principais causas de paradas inadequadas na produção, que, na análise do estudo em questão, é a principal objeção no processo fabril da empresa estudada. 4.1.3 Priorizações das causas Após a análise do diagrama Causa e Efeito, utilizou-se a Matriz GUT no intúito de priorizar as causas fundamentais do problema, atribuindo notas para cada uma, sequenciando o grau crítico (gravidade x urgência x tendência) do maior ao menor. O Quadro 4.0 esboça a Matriz GUT. Instalação inadequada da esteira Falta de manutenção preventiva Falta de mão de obra Limitação humana Dosagem de areia ineficiente Transporte manual em longa distância Existência de um fosso abaixo do nível do solo Areia exposta à chuva Clima inadequado Carrinho de mão Cimento de baixa qualidade Distância entre desmolde e pátio Maior densidade da areia molhada dentro da mistura Leiaute inadequado Areia Fonte: O Autor Máquina Método Mão de obra Meio Ambiente Material Medida Parada na Produção Figura 2.0 - Diagrama Causa e Efeito 20 Quadro 4.0 – Matriz GUT Causas influentes Gravidade Urgência Tendência Grau crítico (G) x (U) x (T) A Areia exposta à chuva 5 5 5 125 B Instalação inadequada da esteira 5 5 5 125 C Existência de um fosso abaixo do nível do solo 5 5 5 125 D Cimento de baixa qualidade 5 5 5 125 E Dosagem de areia ineficiente 5 5 5 125 F Transporte manual em longa distância 5 5 5 125 G Maior densidade da areia molhada dentro da mistura 5 5 5 125 H Falta de manutenção preventiva 5 5 3 75 I Limitação humana 4 4 4 64 J Distância entre desmolde e pátio 5 5 2 50 K Falta de mão de obra 5 3 3 45 L Leiaute inadequado 5 5 1 25 M Clima inadequado 5 3 1 15 N Carrinho de mão 5 2 1 10 Fonte: O Autor Após a aplicação da Matriz GUT, foi necessário detalhar as causas do problema e para isso, utilizou-se a ferramenta 5 porquês. Levou-se em consideração as principais causas identificadas através do grau crítico, tendo em vista que as mesmas envolvem também as causas menos críticas. As causas principais, seguindo a sequência encontrada no Quadro 4.0, estão elencadas no Quadro 5.0. Quadro 5.0 - 5 Porquês Causa A Por quê? Motivo Areia exposta à chuva. Falta de local adequado para o acondicionamentoda areia. Falta de local adequado para o acondicionamento da areia. Erro de planejamento das instalações industriais. Causa B Por quê? Motivo Instalação inadequada da esteira. Imperícia em relação às dimensões da esteira. Imperícia em relação às dimensões da esteira. Erro de planejamento das instalações industriais. 21 Causa C Por quê? Motivo Existência de um fosso abaixo do nível do solo. Compensar a imperícia em relação às dimensões da esteira. Compensar a imperícia em relação às dimensões da esteira. A esteira possui uma dimensão superior ao espaço cedido para sua instalação. Causa D Por quê? Motivo Cimento de baixa qualidade. Com o preço alto da matéria prima, optou-se por utilizar outra marca. Com o preço alto da matéria prima, optou-se por utilizar outra marca. Economizar em relação às matérias primas. Causa E Por quê? Motivo Dosagem de areia ineficiente. Dosagem é feita manualmente. Dosagem é feita manualmente. Há certa distância entre a areia e a esteira que está instalada em um fosso abaixo do nível do solo. Há certa distância entre a areia e a esteira que está instalada em um fosso abaixo do nível do solo. Houve um erro no planejamento na instalação. Causa F Por quê? Motivo Transporte manual em longa distância Imprecisão quanto à organização das movimentações no ambiente fabril. Imprecisão quanto à organização das movimentações no ambiente fabril. Falta de adequação ao leiaute para economia nas movimentações. Causa G Por quê? Motivo Maior densidade da areia molhada dentro da mistura. Areia fica exposta à chuva e ao penetrar no fosso em que está instalada a esteira, se junta à água que está acumulada no interior do fosso. Areia fica exposta à chuva e ao penetrar no fosso em que está instalada a esteira, se junta à água que está acumulada no interior do fosso. Não há local apropriado para acondicionar a areia e não há modo sofisticado de dosagem da areia. Não há local apropriado para acondicionar a areia e não há modo sofisticado de dosagem da areia. Erro de planejamento das instalações industriais. 22 Causa H Por quê? Motivo Falta de manutenção preventiva Poucos funcionários e curto tempo para adequação dos equipamentos de produção Poucos funcionários e curto tempo para adequação dos equipamentos de produção Precisa-se começar a produzir cedo para que não faltem produtos em estoque Causa I Por quê? Motivo Limitação humana Todo processo é simultâneo e há escassez de funcionários. Todo processo é simultâneo e há escassez de funcionários. Evitar paradas Fonte: O Autor Diante das respostas obtidas, observou-se que são muitas as causas que podem proporcionar paradas inadequadas na produção. A existência de um fosso abaixo do nível do solo, como mostra a Figura 3.0 no Apêndice B, agregado à falta de acondicionamento adequado para a areia, causam prejuízo à produção, na medida em que a areia molhada trava a correia da esteira e como todo processo é simultâneo, isto para a produção. Há também a quebra de telhas na operação desmolde que bloqueia a esteira, causando paralização no molde e desmolde. O transporte para longa distância pode causar paralização, posto que como há poucos funcionários e havendo demora no trajeto, a falta da mão de obra no desmolde faz com que falte formas para a moldagem, ocasionando paralização em todo processo. 4.1.4 Proposta de soluções Para propor soluções à empresa, foi montado um plano de ação, através da ferramenta 5W2H, seguindo a ordem das causas encontrada no Quadro 5.0. O plano de ação encontra-se no Quadro 6.0. Para este levantamento, não foi apresentado o tópico how much, tendo em vista que os custos das propostas não foram objeto deste estudo. 23 Quadro 6.0 – 5W2H What (O quê) Where When Who Why How How Much (Onde) (Quando) (Quem) (Por que) (Como) (Quanto Custa) A Construir local adequado para o acondicionamento da areia. Na empresa Segundo semestre de 2019 Mão de obra própria Para que não exista areia molhada. Local coberto. - B Mudar o layout da instalação da esteira Na empresa Segundo semestre de 2019 Terceiros Para que se tenha mais eficiência na produção. Promovendo nova instalação para esteira. - C Suprimir a existência do fosso. Na empresa Segundo semestre de 2019 Mão de obra própria e terceiros Para que se tenha mais eficiência na produção. Promovendo nova instalação para esteira. - D Pesquisar no mercado novos tipos de cimento. Usinas de cimento Primeiro semestre de 2019 Auxiliar administrativo Para que se preserve a qualidade do produto. Meios de comunicação e internet. - E Adotar dosagem de areia conforme o peso Na empresa Segundo semestre de 2019 Diretor administrativo Para evitar dosagens irregulares Automatizando o processo de dosagem - F Reduzir a distância percorrida. Na empresa Primeiro semestre de 2019 Gerente de produção Para deixar processo mais rápido. Adequando o layout da empresa - G Construir local coberto para a areia e automatizar o processo de dosagem Na empresa Segundo semestre de 2019 Mão de obra própria e terceiros Deixar areia seca e evitar desperdícios com a dosagem manual. Contratação de empresas especializadas - H Montar equipes de trabalhos com horários diferenciados Na empresa Primeiro semestre de 2019 Diretor administrativo / Gerente de produção Para preparar o ambiente fabril a tempo para o início da produção. Verificando a disponibilidade de horários dos funcionários - I Desenvolver métodos para economia ou eliminação de trabalhos manuais Na empresa Primeiro semestre de 2019 Diretor administrativo / Gerente de produção Para que a mão de obra seja utilizada de maneira mais eficiente. Automatizando determinadas etapas - Fonte: O Autor A partir do método 5W2H, foi apresentado as devidas soluções ao problema primacial encontrado no processo produtivo da empresa em questão. Os pontos a 24 desenvolver na empresa, tendo em consideração a realidade financeira da mesma, são: 1) construir local adequado para o acondicionamento da areia; 2) mudar o layout da instalação da esteira; 3) suprimir a existência do fosso; 4) pesquisar no mercado novos tipos de cimento; 5) adotar dosagem de areia conforme o peso; 6) reduzir a distância percorrida; 7) construir local coberto para a areia e automatizar o processo de dosagem; 8) montar equipes de trabalhos com horários diferenciados; 9) desenvolver métodos para economia ou eliminação de trabalhos manuais. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em um mercado muito competitivo como o atual, é de suma importância que as organizações sempre se atentem sobre as condições em que se encontram o seu processos produtivos, tendo em vista que dificilmente se pode encontrar um processo perfeito. No que concerne a esta situação, salientou-se, neste trabalho, a importância das ferramentas de gestão para o aumento da eficiência do processo fabril da organização, tendo em vista que a aplicação das mesmas propicia a investigação das causas dos problemas encontrados e sugere possíveis soluções para osmesmos. Este artigo ressaltou, também, a importância do estudo do fluxo do processo, com a aplicação da engenharia de métodos, para compreender as etapas e deixar as movimentações do processo mais eficientes. Diante das muitas dificuldades encontradas para o desenvolvimento do estudo em questão, destacou-se a falta de organização no ambiente fabril que acabou gerando problema para o entendimento do processo e para identificar o seu fluxo, posto que as etapas são feitas concomitantemente e por isso, foi necessário realizar um estudo do processo por inteiro. Nessa situação, é imprescindível o olhar crítico e isento durante o acompanhamento, para que se encontre a análise mais perfeita possível. 25 Ficarão para um estudo futuro, dando ênfase a uma análise sempre mais minuciosa do processo, procurando ainda mais melhorias: a coluna how much, encontrada no Quadro 6.0 do capítulo 4 deste artigo, que trata do plano de ação, no intuito de buscar economia financeira para a empresa, além disso, um estudo detalhado a partir da planta baixa da fábrica, analisando os pontos críticos de movimentações internas, e a adequação da frota de caminhões com a utilização de guindastes para evitar retrabalho com carga e descargas de telhas. Logo, o estudo em questão foi muito importante para a empresa, dado que foi possível chegar ao objetivo geral deste trabalho, que foi estudar o sistema produtivo da empresa em questão, por meio da análise do fluxo do processo, imprescindível para identificação dos gargalos existentes no processo, aplicar ferramentas de gestão com foco na qualidade para investigar as razões das quais estes gargalos existem, além de propor sugestões de melhorias no intuito de solucioná-los. A execução das soluções propostas ficará sob responsabilidade da empresa, levando em consideração a própria realidade financeira. REFERÊNCIAS APPOLINÁRIO, F. Metodologia da ciência: filosofia e prática da pesquisa. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. BARNES, Ralph Mosser. Estudo de movimentos e de tempos, projeto e medida de trabalho. 6. ed. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1977. BARRETO, Clarissa. Setor da construção civil vê crescimento no horizonte. Jornal do Comércio, Porto Alegre, 28 set. 2018. 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APÊNDICES Apêndice A – Fluxograma Atual 31 Apêndice B – Fosso Fonte: O Autor Figura 3.0 - Fosso 32 ANEXOS 1 INTRODUÇÃO 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL 2.1.1 Diagrama de Causa e Efeito 2.1.2 Matriz GUT 2.1.3 Método 5 Porquês 2.1.4 Plano de Ação 5W2H 2.2 ESTUDO DOS MOVIMENTOS 2.2.1 Fluxograma de Processos 2.3 ESTUDO DOS TEMPOS 2.3.1 Administração Científica 2.3.2 Cronoanálise 3 MÉTODO 3.1 CARACTERIZAÇÃO E ESTRATÉGIA DA PESQUISA 3.2 ESTUDO DE CASO 3.2.1 Seleção de Amostra 3.3 INSTRUMENTO E TÉCNICA DE COLETA DE DADOS 3.3.1 Elaboração do Instrumento de Pesquisa 3.3.2 Aplicação do Instrumento de Coleta de Dados 3.4 MÉTODO DE COLETA E PROCESSAMENTO DOS DADOS 3.4.1 Coleta dos Dados 3.4.2 Tabulação dos Dados 3.4.3 Tratamento dos Dados 4 RESULTADO DA PESQUISA 4.1 OBJETOS DO ESTUDO 4.1.2 Identificações das Causas 4.1.3 Priorizações das causas 4.1.4 Proposta de soluções Quadro 3.0 - Coleta e Cálculo dos Tempos 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS APÊNDICES Apêndice A – Fluxograma Atual Apêndice B – Fosso ANEXOS
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