Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PLANEJAMENTO DE CENÁRIOS AULA 2 Prof. Cleverson Luiz Pereira 2 CONVERSA INICIAL Na construção de um cenário encontramos três parâmetros de forças motrizes capazes de interferir em suas mudanças comportamentais, sendo eles: os indicadores de P.A.S.T.E (Político – Ambiental – Social – Tecnológico – Econômico), os eventos predeterminantes e as forças mercadológicas de Porter como concorrentes, entrantes, clientes, fornecedores e substitutos. Desses indicadores, percebemos claramente que os indicadores de P.A.S.T.E são mensurados e acompanhados em suas volatilidades por meio de variáveis capazes de projetar situações diferentes de acordo com o comportamento do cenário estudado. Por exemplo, em uma projeção de desaceleração do indicador econômico Produto Interno Bruto – PIB – poderemos visualizar um cenário em processo de recessão da economia no que tange à geração de riquezas pelo país. CONTEXTUALIZANDO A história conta que a Bússola foi criada no Século I a.C., na China, pois foi a civilização chinesa a primeira na utilização de propriedades da magnetite para localizar os pontos cardeais. Para a cultura chinesa ter um norte no direcionamento de suas estratégias, sempre era de fundamental importância para o crescimento da civilização daquele país perante o mundo, tanto que o imperador sentava no seu trono em uma localização ao Norte de seu palácio, com vista para o Sul. 3 Figura 1 – Bússola Fonte: Shutterstock Quando trazemos a importância de uma bússola na direção dos objetivos de um país, encontramos os indicadores econômicos, ambientais, sociais, tecnológicos e políticos, além do crescimento e desenvolvimento como seus pontos cardeais na projeção de cenários. No mundo empresarial capitalista deste país acrescentaríamos os indicadores de estudos particulares e regionais do modelo de negócios. O fator de importância dos indicadores no planejamento e construção de cenários está em suas oscilações diante do tempo e das maneiras diferentes que se comportam mediante a ação de forças motrizes que podem, a qualquer momento, interferir nas suas variâncias. TEMA 1 – INDICADORES ECONÔMICOS Na maioria das vezes que pensamos em economia, vem em mente os indicadores, como taxa de juros, taxa de inflação, dólar entre outros. Esses indicadores possuem, por meio do comportamento de suas variações, a capacidade de demonstrar matematicamente a situação econômica do país e a, consequentemente, proporcionar condições para a tomada de decisões e atitudes com relação à gestão e controle de uma empresa. Portanto, os 4 indicadores econômicos são parâmetros variáveis que demonstram, por meio de suas oscilações, comportamentos distintos da economia de um país. Para utilizarmos os indicadores econômicos em construção e avaliação de cenários, precisamos, primeiramente, compreender a funcionalidade dele dentro da economia, para então fazermos as devidas análises e conclusões. O primeiro indicador a ser estudado está diretamente ligado à geração de riquezas da economia de um país, o PIB. Sua importância está no fato de que é por meio dele que se mede a produção de um país num determinado período de tempo. 1.1 Produto Interno Bruto – PIB O PIB representa o somatório da produção final de bens e serviços realizada em território nacional, independentemente da nacionalidade dos agentes econômicos, num determinado período de tempo (normalmente um ano). O PIB leva em conta a produção de três grupos principais: • Agropecuária ou agronegócios: formada por Agricultura, Extrativa Vegetal e Pecuária; • Indústria: que engloba Extrativa Mineral, Transformação, Serviços Industriais de Utilidade Pública e Construção Civil; • Comércio/prestação de serviços: incluem Comércio, Transporte, Comunicação, Serviços da Administração Pública e outros serviços. Para se evitar a dupla contagem na aferição do PIB, os bens e serviços intermediários não são considerados, só valem os bens e serviços finais. Isso significa que a farinha de trigo vendida no supermercado entra na composição do PIB, em função de sua venda, mas o trigo utilizado para fazê-la, não, isto é, o trigo já está somado no PIB agropecuário. O conceito trabalhado anteriormente é o de PIB Produção Agregada. Já o outro conceito, o PIB Consumo Agregado, é calculado a partir dos dados de consumo, investimentos, compras do governo (gasto público) e exportações líquidas (exportações menos importações). Veja a equação do PIB Consumo Agregado: Equação 1 – PIB Consumo Agregado PIB = C + I + G + (Exp – Imp) 5 • C = Consumo • I = Investimento • G = Gasto Público • Exp. = Exportação • Imp. = Importação Conheça também outras definições de PIB: • PIB Nominal: PIB a preços correntes. • PIB a Preços Constantes ou PIB Real: PIB Nominal – INFL • PIB Per Capita: PIB Real / População Figura 2 – Movimentação das riquezas geradas pelo PIB Fonte: Shutterstock 1.2 Índices de inflação Inflação é a alta permanente do nível geral de preços numa economia. Reflete, portanto, o comportamento de centenas de preços de produtos e serviços. Cada um deles tem seu peso específico para compor a média ponderada que constitui o índice de inflação. A elevação do preço de um ou outro produto, isoladamente, não caracteriza inflação, embora possa pressionar um pouco a taxa geral de variação. 6 Dois dos principais índices de inflação utilizados atualmente no Brasil são o IPCA e o IGP-M. 1.3 Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA O Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA – é utilizado pelo Banco Central do Brasil para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas da inflação. É calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE –, sendo que a população-objetivo do IPCA é referente a famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (um) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, residentes nas áreas urbanas das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia. A periodicidade do índice é mensal e o período de coleta estende-se, em geral, do dia 1º ao dia 30 do mês de referência. 1.4 Índice Geral de Preços do Mercado – IGP-M De acordo com o site Índices e Indicadores1, o Índice Geral de Preços do Mercado é um indicador que mostra o movimento dos preços e foi criado justamente para este fim: servir de medida da movimentação dos preços de forma abrangente, ou seja, englobando não apenas tipos diferentes de atividades, mas também as distintas etapas dos processos de produção. Com periodicidade mensal, sua finalidade é registrar o ritmo evolutivo de preços como medida síntese da inflação nacional. O IGP-M é composto pela média ponderada do Índice de Preços no Atacado (60%) – IPA –, Índice de Preços ao Consumidor (30%) – IPC – e Índice Nacional de Custo da Construção (10%) – INCC –, sendo que a coleta de preços é feita entre o dia 21 do mês anterior ao de referência e o dia 20 do mês de referência. 1.5 Taxa de Câmbio “O câmbio está R$ 3,22”. O que significa isso? Quando dizemos que “o câmbio está R$ 3,22”, estamos dizendo que a quantidade de moeda nacional 1 Disponível em: <http://www.indiceseindicadores.com.br/igp-m/>. Acesso em: 26 out. 2017. 7 necessária para quese adquira uma unidade de moeda estrangeira (nesse caso, o dólar americano) é R$ 3,22. A taxa cambial mede o valor externo da moeda, fornecendo uma relação direta entre os preços domésticos e os preços praticados nos demais países. Logo, Taxa de Câmbio é a quantidade necessária de moeda nacional (R$) para adquirir uma moeda estrangeira, por exemplo, 1 dólar americano (US$). Vale lembrar que a Taxa de Câmbio estabelece uma relação entre duas moedas quaisquer. 1.6 Taxa de Juros As taxas de juros também são fundamentais para a economia e para o mercado financeiro. As taxas de juros são de fundamental importância para as decisões de investimento ou de consumo, por isso, é importante que você conheça algumas das taxas de juros do mercado brasileiro. A Taxa de Juros é um preço muito relevante, porque é o preço de uma mercadoria especial: o dinheiro. 1.7 Taxa SELIC A SELIC Meta é a taxa divulgada pelo Comitê de Política Monetária – COPOM –, a cada 45 dias, servindo como parâmetro para a consecução das metas de inflação. É a taxa básica da economia do país. Para o portal Infomoney, A SELIC Over é obtida a partir do financiamento no mercado interbancário lastreado em títulos públicos, sendo calculadas diariamente. São registradas no Serviço Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) na forma de operações compromissadas. 1.8 Certificado de Depósito Interfinanceiro – Taxa CDI O CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro – é um título privado negociado, exclusivamente, entre instituições financeiras em transações fechadas por meio eletrônico e registradas nos computadores das instituições envolvidas e nos terminais da CETIP. A maioria das operações são negociadas por um dia. 8 Portanto, a Taxa CDI, ou Taxa DI, é o resultado da média diária das taxas de juros praticadas nas operações de repasses de recursos entre instituições financeiras, com garantias desses títulos. 1.9 Taxa Referencial – TR A TR foi criada no Plano Collor II com a intenção de ser uma taxa básica referencial dos juros a serem praticados no mês. É utilizado no cálculo do rendimento da Caderneta de Poupança, algum título público, bem como em empréstimos do Sistema Financeiro da Habitação – SFH. Para se calcular a TR, é necessário ter-se calculado antes a Taxa Básica Financeira – TBF, a qual é formada pela média diária das taxas de juros praticadas nas operações de Certificado de Depósito Bancário – CDB – e Recibo de Depósito Bancário – RDB – dos 30 maiores bancos. A base de cálculo da TR é a TBF. No entanto, para o cálculo da TR aplica- se um redutor sobre a TBF. O redutor tem por objetivo descontar a porcentagem equivalente à parte real de juros. Podemos dizer, indiretamente, que a TR advém das taxas praticadas pelos Bancos nas captações via CDBs. Importante O Comitê de Política Monetária – COPOM – foi instituído em 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros. A criação do Comitê buscou proporcionar maior transparência e ritual adequado ao processo decisório. Atualmente, diversas autoridades monetárias em todo o mundo adotam uma prática semelhante, facilitando o processo decisório, a transparência e a comunicação com o público em geral. Desde a implantação do regime de "metas para a inflação" (em 1999) como diretriz de política monetária, as decisões do COPOM passaram a ter como objetivo cumprir as metas para a inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional. Se as metas não forem atingidas, cabe ao presidente do Banco Central divulgar, em Carta Aberta ao Ministro da Fazenda, os motivos do descumprimento, bem como as providências e prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos. Formalmente, os objetivos do COPOM são: • Implementar a política monetária; • Definir a meta da taxa SELIC e seu eventual viés, a cada 45 dias; 9 • Analisar o relatório de inflação. 1.10 Índice Bovespa – Ibovespa Segundo o site da BM&FBovespa, o Ibovespa: É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações constituída em 2/1/1968 (valor-base: 100 pontos), a partir de uma aplicação hipotética. Supõe-se não ter sido efetuado nenhum investimento adicional desde então, considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da distribuição de proventos pelas empresas emissoras tais como: reinversão de dividendos recebidos e do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, além da manutenção em carteira das ações recebidas em bonificação. Dessa forma, o índice reflete não apenas as variações dos preços das ações, mas também o impacto da distribuição dos proventos, sendo considerado um indicador que avalia o retorno total de suas ações componentes. A finalidade básica do Ibovespa é a de servir como indicador médio do comportamento do mercado. A BM&FBovespa calcula seu índice em tempo real, considerando os preços dos últimos negócios efetuados no mercado a vista (lote-padrão) com ações componentes de sua carteira. 1.10.1 Representatividade do Ibovespa Em termos de liquidez, as ações integrantes da carteira teórica do Índice Bovespa respondem por mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro verificados no mercado a vista (lote-padrão) da BM&FBovespa. A participação de cada ação na carteira tem relação direta com a representatividade desse título no mercado de acordo com duas variáveis de mensuração, sendo elas: número de negócios e volume financeiro ajustado ao tamanho da amostra. Essa representatividade é obtida pela seguinte fórmula: 𝐼𝐼𝐼𝐼 = �𝑛𝑛𝑛𝑛 𝐼𝐼 ∗ 𝑣𝑣𝑛𝑛 𝑉𝑉 Onde: • IN = índice de negociabilidade; • ni = número de negócios com a ação “i” no mercado a vista (lote-padrão); 10 • N = número total de negócios no mercado a vista da BOVESPA (lote- padrão); • vi = volume financeiro gerado pelos negócios com a ação “i” no mercado a vista (lote-padrão); • V = volume financeiro total do mercado a vista da BOVESPA (lote- padrão). 1.10.2 Apuração do Índice Bovespa O Portal da BM&FBovespa explica também que: Índice Bovespa é o somatório dos pesos (quantidade teórica da ação multiplicada pelo último preço da mesma) das ações integrantes de sua carteira teórica. Assim sendo, pode ser apurado, a qualquer momento, por meio da seguinte fórmula: 𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝑣𝑣𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝑎𝑎𝑡𝑡 = �𝑃𝑃𝑛𝑛, 𝑡𝑡 ∗ 𝑄𝑄𝑛𝑛, 𝑡𝑡𝑛𝑛 𝑖𝑖=1 Onde: • Ibovespa t = Índice Bovespa no instante t; • n = número total de ações componentes da carteira teórica; • P = último preço da ação “i” no instante t; • Q = quantidade teórica da ação “i” na carteira no instante t. Saiba mais Pesquise mais sobre o tema no site: <https://www.insper.edu.br/blogdocpp/artigo-crise-pib-e-salarios/>. Acesso em: 26 out. 2017. TEMA 2 – INDICADORES POLÍTICOS E SOCIAIS Normalmente, muitos leitores, ouvintes ou telespectadores confundem, por meio das mídias, o conceito de político com social. A ação de um está diretamente ligada ao outro, no entanto, precisamos visualizar o indicador político como uma diretriz tomada capaz de mudar o comportamento da administração de um governo no que se refere a suas obrigações como máquina 11 pública. Já o indicador social é o resultado de projetos aplicados e constituídos com o propósito de gerar desenvolvimento e oportunidades igualitárias a toda a sociedade. Um exemplo seria um projeto político que diretamente interferisse na área social, como é caso do PROUNI, que busca potencializar e facilitar o acesso à educação por vias da iniciativa privada. Os principais indicadores políticos estão direcionados a assuntosde desenvolvimento e crescimento de uma nação, como acesso à educação, saúde, saneamento básico, segurança, cultura, lazer entre outros. Um exemplo a seguir é o relatório emitido pelo PNAD e IBGE por meio do artigo disponível em: <http://aplicacoes.mds.gov.br/sagirmps/ferramentas/docs/IDB-portugues.pdf>, que relata a seguinte situação do Brasil no que tange ao crescimento com inclusão social. O relatório do PNAD e IBGE explicam no artigo que: No Período 2001-2012, a economia brasileira foi marcada pela combinação de crescimento econômico e melhoria na distribuição de renda. O PIB per capita real brasileiro aumentou 29% e foi caracterizado por uma evolução mais favorável da renda da população mais pobre. O Coeficiente de Gini, utilizado para avaliar a distribuição das riquezas de um determinado lugar ou região, vem caindo de forma significativa ao longo dos anos 2000, passando de 0,553 para 0,500 entre 2001 e 2012. Gráfico 1 – PIB per capita Real e Coeficiente de Gini 12 Ainda segundo a pesquisa realizada pelo site, foram projetados números importantes quanto a Renda Domiciliar, que obteve aumento e reduziu parcialmente as desigualdades regionais. O crescimento da renda domiciliar per capita – que incorpora todas as fontes de renda, incluindo transferências – ocorreu em todo o País, mas foi mais intenso nas regiões de menor renda. No Nordeste, esse aumento foi de 4,2% ao ano, 45% acima da média nacional. Gráfico 2 – Renda domiciliar per capita por região É importante observar nos indicadores acima que as decisões política podem direcionar o país para geração de riquezas, proporcionar emprego e melhoria de renda às famílias do país que irá gerar qualidade de vida e bem- estar. Vale ressaltar que o período supracitado proporcionou crescimento também nas oportunidades de postos para educação, tanto na área básica do ensino quanto na área acadêmica. Os principais indicadores sociais estão ligados diretamente à taxa de natalidade, taxa de mortalidade infantil, longevidade, distribuição de renda, entre outros. Outro fator importante que devemos mencionar no caso dos indicadores é dependência direta que eles possuem junto às decisões políticas do país. Portanto, quando construímos cenários abordando indicadores políticos e sociais, devemos observar o comportamento histórico dos mesmos, além de estudar possíveis intervenções no cenário dos poderes executivo e legislativo. Os indicadores sociais também são representativos para a avaliação do Brasil perante outros países, pois representam o quanto o pais pode ser 13 desenvolvido, emergente ou subdesenvolvido. Para isso, os órgãos avaliadores de outras nações analisam os seguintes indicadores sociais: • Expectativa de vida: média de anos de vida de uma pessoa em determinado país. • Taxa de mortalidade: número de pessoas que morreram durante o ano em um determinado país. • Taxa de mortalidade infantil: número de crianças que morrem antes de completar 1 ano de vida em um determinado país. • Taxa de analfabetismo: percentual de pessoas que não sabem ler nem escrever. • Renda Nacional Bruta (RNB) per capita: paridade de poder de compra dos habitantes de um país. • Saúde: refere-se a indicador que mede a qualidade da saúde da população. • Alimentação: refere-se à alimentação mínima que uma pessoa necessita, cerca de 2.500 calorias. • Condições médico-sanitárias: acesso a esgoto, água tratada, pavimentação. • Qualidade de vida e acesso ao consumo: correspondem ao número de carros, de computadores, televisores, celulares, acesso à internet, entre outros. Figura 3 – União social Fonte:Shutterstock 14 TEMA 3 – INDICADORES AMBIENTAIS E TECNOLÓGICOS Os indicadores ambientais e tecnológicos são responsáveis pelo alerta nos cenários quanto aos cuidados que o mundo empresarial precisar observar em seu negócio para com o mercado. Um exemplo é a conferência das partes (COP) que reúne em seus encontros 188 países para debater e desenvolver ações para proteção e preservação da biodiversidade e ambiente produz diversos indicadores que devem ser acompanhados rigorosamente de perto para evitar problemas futuros graves, como é o caso do aquecimento global, falta de água, sustentabilidade, entre outros. Já os indicadores tecnológicos demonstram claramente a falta da tecnologia da informação, que atualmente significa a paralisação do negócio para o mundo corporativo. Por exemplo, hoje as famosas bases de dados conhecidas como big datas são capazes de construir um perfil de consumo das pessoas e estatísticas de comportamento quanto às necessidades de adquirir um produto ou serviço na economia de um país. Para compreendermos a preocupação das autoridades de um país em mensurar os indicadores ambientais, vejamos os métodos mais usados para desenvolver indicadores ambientais, sendo eles: • Método: Pressão – Estado – Resposta (PSR), desenvolvido e adotado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE; • Forças motrizes, Pressão, Estado, Exposição, Impacto, Ações (DPSEEA), desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde – OMS/ONU; • Quantificação do Capital Natural (recursos + sistemas vivos + serviços do ecossistema); • Múltiplas Exposições/Múltiplo Efeitos (MEME); • Enfoque dos Serviços do Ecossistema. Quando falamos em indicadores ambientais podemos estudá-los dentro de projeções de cenários por meio dos seguintes parâmetros: • Emissões atmosféricas: gases do efeito estufa e substâncias destruidoras da camada de Ozônio; • Água: total de água captada e ou reciclada/reutilizada; 15 • Efluentes tratados: volume descartado e destinação e qualidade da água descartada; • Resíduos: compostagem, reciclagem, incineração, aterro sanitário, entre outros; • Áreas contaminadas: áreas contaminadas com e sem processo de remediação e total de áreas com monitoramento preventivo. Esses indicadores terão presença garantida na projeção de cenários futuros, assim como em estudos passados sobre suas variações no que tange ao acompanhamento de suas evoluções em busca de preservar e zelar pelo meio ambiente do país, ou seja, como cuidamos do planeta que fazemos parte. Os setores ambientais também estão diretamente ligados aos controles de extinção de animais. Figura 5 – Importância da prevenção ambiental Fonte:Shutterstock Os indicadores tecnológicos projetam o desenvolvimento do mercado empresarial, que possui o desafio capitalista de vender seus produtos e serviços com maior velocidade e com qualidade. Ao invés de automatizar os velhos e repetitivos processos, a ênfase agora é alcançar novos mercados e melhorar o atendimento ao cliente. O principal cenário de transformação da tecnologia está no fato do consumidor ter um acesso maior às informações e capaz de ser ativo em suas exigências e necessidades. 16 Na projeção de cenários para a iniciativa privada, os indicadores tecnológicos serão referências para a melhoria contínua do modelo de negócio envolvendo desde a sua cadeia de suprimentos até a entrega do produto ou serviço final ao cliente. Já para a gestão pública a tecnologia promove a acessibilidade a serviços ofertados país, estado ou município, a mobilidade e o acesso a informações de identificação da transparência da gestão. Outro ponto importante está no fator pesquisa científica para a produção de capital tecnológico. Vejamos, as operações eletrônicas englobam atividades realizadas por meio eletrônico e compreendem desde as mais básicas – como a simples interação com clientes e fornecedores – até a integração completa dacadeia de valor de uma empresa. Os indicadores âncoras da evolução da tecnologia da informação no mundo empresarial, principalmente no comércio eletrônico, são: e-commerce e o e-business. • E-commerce: descreve os processos de compra, venda, prestação ou troca de produtos ou serviços por meio de redes de computadores, incluindo a internet. • E-business: não se restringe apenas à compra e venda de produtos e serviços, mas também serve clientes, colaborando com parceiros de negócios, prestando serviços de e-learning. Vale reforçar que o e- business não contempla a utilização da internet. O importante no conhecimento dos indicadores ambientais e tecnológicos é saber que eles podem desenhar cenários capazes de projetar situações futuras, baseadas no passado e presente que permitem que a empresa desenvolva suas estratégias para o crescimento e sustentação do modelo de negócio. Da mesma maneira funciona com setor público do nosso país. Saiba mais Saiba mais sobre o tema em: <http://www.ufrgs.br/gianti/files/artigos/2007/2007_220_Amelia_HF_Mudanca_ Rausp.pdf>. e em <http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistaepeqfafibe/sumario/ 3/14042010143117.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. 17 TEMA 4 – INDICADORES REGIONAIS E PARTICULARES Quando falamos em indicadores particulares e regionais, estamos remetendo a estudo microeconômico do cenário, uma vez que os indicadores particulares estão diretamente ligados a um modelo de negócio X, assim como seu posicionamento no mercado de atuação. Logo, entendemos que uma empresa que fabrica sapatos necessitará de um estudo no comportamento dos indicadores de sua rede de fornecimento, preço praticado do produto final no mercado e como o mercado se encontra naquele momento. O mercado aqui citado se trata do mercado de consumo de sapatos que apresenta suas peculiaridades de região para região. O que são indicadores regionais? São aqueles caracterizados por seus comportamentos dentro de um espaço demarcado, ou seja, pode ser um PIB municipal, renda per capita de um Estado, taxa de desemprego de uma região, entre outros. A colaboração principal desses indicadores para o planejamento de cenários está na capacidade que eles demonstram em reproduzir a situação de uma localidade específica por projeções variáveis que permitem às empresas ou governo, compreender e diagnosticar a situação e, por consequência, desenvolver estratégias e ações para adequá-la ao modelo de negócio privado ou público. Um exemplo prático da utilização desses indicadores está no fato de uma indústria que produz remédios estar à procura de um município para instalar uma nova planta fabril. Seus dirigentes irão fazer um estudo de viabilidade e uns dos norteadores deste estudo serão os indicadores econômicos, políticos, ambientais, tecnológicos e sociais da região, uma vez que eles precisarão saber as leis municipais, taxas de impostos, educação da população, preservação ambiental, acesso à tecnologia entre outros pontos. Entenda que todas as vezes que citamos esses indicadores, buscamos estudar seus comportamentos passados e atuais para projetarmos suas possíveis variações futuras. Os indicadores particulares estão diretamente ligados a um modelo de negócio da empresa, como exemplo: legislação que controla o negócio no mercado, margens econômicas e financeiras produzidas pelo negócio, características peculiares da cadeia de suprimentos do negócio, entre outros. 18 Na gestão pública eles representam ao governante a variação para mais ou para menos dos indicadores fundamentais para a aplicação do plano de governo dentro do mandato. Exemplo: o crescimento do acesso à educação municipal durante o mandato do prefeito eleito. Perceba que o percentual desse crescimento é um indicador particular da gestão do prefeito eleito. TEMA 5 – CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO O motivo principal que levam as empresas a projetar cenários está na oportunidade de desenvolver estratégias capazes de gerar crescimento e desenvolvimento de resultados tanto financeiros quanto de sustentabilidade da bandeira da companhia. Em um país, o crescimento e o desenvolvimento se voltam para área econômica, onde serão canalizados os esforços para geração de riquezas (crescimento econômico x PIB) e o desenvolvimento do bem-estar da sociedade (desenvolvimento social x IDH). Quando estudamos e analisamos índices de crescimento e desenvolvimento em uma empresa, estamos avaliando, no caso de crescimento, os valores de evoluções das receitas, a conquista de mercado, enfim, resultados matemáticos capazes de demonstrar que o negócio foi lucrativo e gerou riquezas. Já no desenvolvimento, nosso foco é avaliar o quanto a empresa capacitou e deu acesso à educação aos seus funcionários, qualidade de vida aos mesmos, o valor que ela agrega à sociedade onde está instalada e assim sucessivamente. Logo, o crescer está ligado a gerar potencial riqueza e o desenvolver está ligado ao potencial evolutivo em capacidade de gerar valores. No caso de uma projeção de cenários para um país, Estado ou município devemos avaliar o comportamento do fator de mensuração de riqueza chamado Produto Interno Bruto (PIB) para avaliar sua capacidade de gerar riqueza por meio da sistemática de cálculo baseada nos três setores: agronegócios, indústria e comércio/ prestação de serviços. Segundo o Portal de Investimentos em renda variável do país, ADVFN, De acordo com a ótica da demanda, o valor do PIB é calculado a partir das despesas em bens e serviços de utilização final, contraídas pelos diversos agentes econômicos. É importante salientar que esse tipo de cálculo exclui todos os bens e serviços intermediários utilizados na produção dos bens e serviços finais. Relembre a sistemática de cálculo: 19 PIB = C + I + G + (Exp – Imp), onde: C = Consumo I = Investimento G = Gasto Público Exp. = Exportação Imp. = Importação Gráfico 3 – PIB Brasileiro Anual Fonte: ADVFN.com Para projetarmos um processo de desenvolvimento em um país, é fundamental observarmos ao longo do tempo a existência de: • Crescimento do bem-estar econômico medito por indicadores, como: Produto Nacional Total e Produto per capita; • Diminuição nos níveis de pobreza, desemprego e desigualdades; • Elevação das condições de saúde, nutrição, educação, moradia etc. O indicador parâmetro para acompanhar o desenvolvimento social de um país é o IDH Índice de Desenvolvimento Humano. O indicador foi criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) “Desde 2010, quando o Relatório de Desenvolvimento Humano completou 20 anos, novas metodologias foram incorporadas para o cálculo do IDH. Atualmente, os três pilares que constituem o IDH (saúde, educação e renda)” são mensurados da seguinte forma: 20 • Uma vida longa e saudável (saúde) é medida pela expectativa de vida; • O acesso ao conhecimento (educação) é medido por: i) média de anos de educação de adultos, que é o número médio de anos de educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos; ii) a expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar, que é o número total de anos de escolaridade que um criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade permanecerem os mesmos durante a vida da criança; • E o padrão de vida (renda) é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB)per capita expressa em poder de paridade de compra (PPP) constante, em dólar, tendo 2005 como ano de referência. Gráfico 4 – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) Leitura obrigatória Realizar a leitura do texto “Construção de cenários: apreciação de métodos mais utilizados na administração estratégica”, que o auxiliará na compreensão dos indicadores estudados nesta aula para desenvolver e planejar cenários. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/ESO1387.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. Saiba mais Saiba mais sobre o tema em: <http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2012/artigos/e2012_t00177_pcn50520.pdf >. Acesso em: 26 out. 2017. Aproveite e também assista ao vídeo no qual economistas renomados projetam um perfil da economia do Brasil para os próximos anos: <https://www.youtube.com/watch?v=OKnTDZk2NHg>. Acesso em: 26 out. 2017. Importante 21 É importante, sempre que avaliamos o comportamento dos indicadores estudados nesta aula, observarmos suas evoluções e variações ao longo de dois parâmetros: passado e presente, e, a partir daí, projetarmo-los em cenários futuros. Sempre colocar os indicadores em suas respectivas regiões de mensuração e o impacto que ele causa ao modelo de negócio na iniciativa privada e na gestão pública. TROCANDO IDEIAS Os indicadores de P.A.S.T.E podem ser utilizados por qualquer área do mercado, seja na iniciativa pública seja na iniciativa privada. Lembrando que eles vão caracterizar o comportamento do cenário no futuro por meio de suas variações para mais ou para menos no passado. Quando estiver avaliando um cenário de sua empresa ou de sua cidade, concentre seus estudos nos indicadores citados anteriormente, baseando-se nas características peculiares do município ou do modelo de negócio dependendo da óptica. NA PRÁTICA A empresa Zimbale produz couros para bancos de automóveis a todas as montadoras de veículos do país. Em virtude da queda nas vendas dos veículos nos últimos meses, mediante à crise econômica e política que o país vem atravessando, a empresa reduziu suas receitas em 15% no ano. Baseado nesta situação, responda quais indicadores estudados na aula irão interferir diretamente na melhoria do cenário da Zimbale caso sofram aumentos e melhorias? FINALIZANDO Os cenários possuem forças motrizes que ditam a projeção de seus comportamentos. Dentre essas forças, os indicadores de P.A.S.T.E, particulares e regionais e o crescimento e desenvolvimento econômicos são fundamentais na construção de estratégias capazes de gerar resultados satisfatórios para as companhias. Portanto, os indicadores são variáveis que permitem aos administradores e economistas de mercado observar as oscilações matemáticas 22 capazes de permitir uma tomada de decisão de direcionamento do negócio de forma assertiva. 23 REFERÊNCIAS AMORIM, E. L. C. de. Indicadores de Sustentabilidade Ambiental. Disponível em: <http://www.ctec.ufal.br/professor/elca/Aula%20indicadores%20ambientais%20 AIA2.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. BATISTA, A. D. MEIO AMBIENTE: PRESERVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. Disponível em: <http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistaepeqfafibe/sumario/ 3/14042010143117.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. FERREIRA, P. V. Análise de cenários econômicos. Curitiba: InterSaberes, 2015. FETZNER, M. A. M.; FREITAS, H. Implantação de tecnologia da informação nas organizações: os desafios da mudança. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/gianti/files/artigos/2007/2007_220_Amelia_HF_Mudanca_ Rausp.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. GONÇALVES, R. R.; TORRES, A. P.; RODRIGUES, M. R. A; ZYGIELSZYPER, N. R. Cenários econômicos e tendências. São Paulo: FGV, 2011. IGP-M – Índice Geral de Preço Mercado. Disponível em: <http://www.indiceseindicadores.com.br/igp-m/>. Acesso em: 26 out. 2017. SECRETARIA do Meio Ambiente do Paraná. O que são políticas públicas? Disponível em: <http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/coea/pncpr/O_que_sao_Politi casPublicas.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. INSPER – Instituo de Ensino Superior. A crise, o PIB e os salários. Disponível em: <https://www.insper.edu.br/blogdocpp/artigo-crise-pib-e-salarios/>. Acesso em: 26 out. 2017. 24 GABARITO O primeiro indicador fundamental para empresa seria o crescimento do Produto Interno Bruto – PIB – queda no indicador de Inflação – IPCA –, redução na taxa de desemprego para gerar aumento da renda per capita e consumo das famílias do Brasil. Redução de imposto por parte do governo para atrair o interesse de compra dos consumidores em período de crise. O importante na atividade é perceber que pelo enunciado o problema está caracterizado em virtude de oscilações nos indicadores políticos e econômicos. Conversa inicial Contextualizando Trocando ideias Na prática FINALIZANDO REFERÊNCIAS GABARITO
Compartilhar