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PLANEJAMENTO DE CENÁRIOS AULA 1 Prof. Cleverson Luiz Pereira 2 CONVERSA INICIAL É uma satisfação apresentar os conceitos e aplicação de cenários nesta aula. O estudo de cenários provou, ao longo do tempo, que uma gestão estratégica bem aplicada pode produzir ao mundo corporativo resultados elevados e capazes de definir a solidez ou não de um negócio no seu mercado de atuação. As empresas do século XXI vivem o desafio da velocidade da informação e como utilizá-las de forma ágil para estabelecerem seus respectivos modelos de negócio em um mercado cada vez mais competitivo e desafiador. É rotineiro ouvirmos a frase do pensador Lewis Carroll, que se transformou em um ditado, que diz: “se você não sabe para onde quer ir, qualquer caminho serve”, logo, a frase se transforma em uma filosofia de trabalho a ser seguida na administração estratégica de uma organização, pois a essência de uma empresa está no fato de ela demonstrar ao mercado o propósito pelo qual ela foi criada e está ativa. É no projeto de vida das empresas que surgem os cenários, pois eles são capazes de alavancarem estudos de projeções capazes de demonstrar possíveis situações futuros para o negócio da empresa perante o mercado em que atua. No entanto, quando direcionamos nossa linha de estudos para outros horizontes, como um projeto de vida pessoal, perceberemos que a aplicação de cenários é fundamental para a passagem de um estado atual para um desejado, ao qual queremos chegar. Logo, podemos concluir que os cenários são utilizados com frequência no mundo corporativo, mas também podem agregar valor para nossa vida pessoal. CONTEXTUALIZANDO O mundo empresarial convive naturalmente com a palavra estratégia em todos os desenhos de evolução e crescimento da organização no mercado de atuação. Uma forma clara de exemplificar o conceito e a aplicação de estratégia são as reuniões corporativas que acontecem constantemente dentro das empresas com o propósito de alinhar uma estratégia para o dia, semana, mês e até ano. Quando visualizamos a aplicação da estratégia no exemplo anterior, podemos concluir que nos preparamos para enfrentar um futuro próximo ou distante que, no mercado empresarial, é bem conhecido como cenário. 3 A evolução do conceito de estratégia proporcionou às empresas uma forma de reinvenção para com as suas estruturas e modelos de negócios, pois, por meio desta metodologia, planejamentos e ações eram tomados para encarar cenários favoráveis ou desfavoráveis à companhia. A ideia de estratégia teve sua origem na base militar focada em produzir situações de ataque e defesa contra tropas inimigas. No entanto, ganhou proporções de estudos com autores consagrados que escreveram obras que até hoje são usadas por militares e, principalmente, por grandes executivos de empresas na busca de estruturação de suas companhias. Dentre as obras podemos citar: A Arte da guerra, em 500 A.C, de Sun Tzu, e O Príncipe, em 1532, de Maquiavel. Já a palavra estratégia é oriunda de strategia do grego antigo, que significa a qualidade e habilidade do general. O apelo de uma liderança e comando de um general é similar à determinação do presidente de uma organização, que busca de conquista de mercado por meio de situações estratégicas somadas às ações de realização. TEMA 1 – CENÁRIOS: CONCEITOS, OBJETIVOS E FERRAMENTAS O cenário é uma visão de futuro internamente consistente, baseado em suposições plausíveis sobre os importantes temas que podem influenciar um setor (Porter, 1996). A visão do futuro que Porter cita está relacionada aos fatores de mercado, como as ameaças e oportunidades, influências de um cenário político e as tendências como agente externo de mudanças. O motivo pelo qual criamos cenários está no sentido de projetarmos possíveis situações futuras favoráveis ou desfavoráveis ao negócio de uma empresa, a qual constantemente vive está sujeita aos riscos. A empresa, desde sua constituição e durante todo o seu ciclo de vida, passa constantemente por variações em seu estado diretivo, ou seja, certas decisões tomadas por seus controladores podem gerar exposição a riscos em graus elevados. Como não é possível excluir riscos de um negócio, resta buscar um gerenciamento eficaz para reduzi-los. A partir do pensamento relatado, é incluso no planejamento de uma corporação as ideias de estratégia e de construção de cenários. O objetivo de um cenário é demonstrar situações futuras, e não adivinhá- las, portanto, é fundamental a busca por informações corretas e importantes para 4 seu desenvolvimento. As organizações empresariais atuais somente apresentam um cenário de avanço em seus negócios porque, no passado, projetaram cenários próximos ao que estamos vivendo hoje. Vejamos um exemplo. Será que estaríamos tão conectados uns aos outros por aparelhos de celulares com funções capazes de resolver nossas necessidades em segundos, quando no passado demoraríamos horas, dias, semanas, meses e até anos? A Apple, em 2007, fez isso por meio de seu fundador Steve Jobs criando o iphone. O aparelho tinha tecnologia capaz de se conectar à internet, chamava suas funções de aplicativos e era controlado por meio de toques na tela. Mas como Steve Jobs teve essa ideia? No livro Inovação – a arte de Steve Jobs, o autor, Camine Gallo, relata que o visionário Steve pensava em conectar as pessoas do mundo toda por meio de um aparelho celular, que traria mobilidade e constante conexão. Logo, o empreendedor Jobs, anos antes, começou a projetar possíveis cenários com o aparelho nas mãos das pessoas e começou a desenvolver estratégias de desenvolvimento, programação tecnológica e mercadológica, para quando o aparelho fosse lançado, o público comprasse o produto e os conceitos tecnológicos de conexão entre as pessoas se multiplicassem. A Figura 1 demonstra a lógica e entendimento do objetivo pelo qual os cenários são construídos. Figura 1 – Objetivo dos cenários As ferramentas necessárias para o planejamento e a construção dos cenários estão diretamente ligadas às forças motrizes genéricas que darão 5 ênfase fundamental ao entendimento da projeção futura nos fatores de variação do mercado. Os fatores são: econômicos, políticos, sociais e tecnológicos. Outro ponto importante que deve ser avaliado na projeção dos cenários são os elementos associados às trajetórias dependentes. Mas o que seriam essas trajetórias dependentes? O passado, o presente e o futuro estão ligados diretamente na projeção de cenários, em virtude de uma atitude no passado interferir no presente e até mesmo no futuro. Poderíamos citar exemplos de produtos cujo pioneiro lançou uma linha de seguidores ao longo do tempo, como as embalagens dos produtos similares à Coca-Cola. A maioria deles surgiram com nomes diferentes, porém seguindo o velho padrão da cor vermelha na embalagem para destacar o preto do líquido. A possível reforma da previdência no país parte de uma situação de dependência da trajetória, uma vez que nunca passou por atualizações em suas diretrizes no passado e, agora, apresenta situação deficitária e com a previsão futura de inadimplência. Veja, no quadro adaptado de Wilkinson (2010), as fontes e elementos associados à dependência da trajetória. Quadro 1 – Elementos associados à dependência da trajetória Fontes Elementos associados à dependência da trajetória Limitações formais - Leis e intervenções governamentais; - Normas organizacionais. Limitações informais - Valores; - Tradições; - Modelos mentais. Recursos - Competências; - Capacidade tecnológica; - Disponibilidade de recursos. Processos de autorreforço - Intervenções políticas (subsídios); - Acordos entre países; - Acordos entre empresas; - Sustentação social; - Retornos crescentes. Fonte: Adaptado de Wilkinson, 2010.Dica Leia sobre a evolução do conhecimento sobre estratégia: SERRA, F.; FERREIRA, M. P. A evolução histórica do conhecimento em estratégia. Disponível em: <http://globadvantage.ipleiria.pt/files/2012/08/nota-de- aula_evolucao-da-estrategia.pdf>. Acesso em: 28 out. 2010. 6 TEMA 2 – OPORTUNIDADES E AMEAÇAS DE MERCADO O mundo empresarial apresenta um histórico de dependência da análise de SWOT para realizar estudos e práticas de estratégias quando o assunto são as ameaças e oportunidades no mercado de atuação de cada empresa. Uma visão racional demonstra que, ao abrir uma empresa ou desenvolver um novo projeto, sempre haverá a exposição a riscos. Esses riscos estão diretamente ligados aos fatores de ameaças e oportunidades impostos pelo mercado. Logo, precisamos conhecer na íntegra o que é uma oportunidade e o que é uma ameaça, antes de enumerá-las frente ao mercado. O norte-americano Albert Humphrey, entre as décadas de 1960 e 1970, desenvolveu uma pesquisa na Universidade de Stanford usando dados da Fortune 500, uma revista que compõe um ranking das maiores empresas americanas. A pesquisa buscava desenvolver um estudo capaz de analisar os cenários ambientais internos (pontos fortes e fracos) e externos (ameaças e oportunidades) da empresa perante sua cadeia de existência. A pesquisa produziu resultados satisfatórios para a ferramenta SWOT que passou a ser utilizada nas tomadas de decisões das empresas, tanto na gestão quanto no planejamento estratégicos. Com a conclusão do estudo de Humphrey, a análise de SWOT passou a definir as ameaças como os aspectos externos negativos que podem colocar em risco as vantagens competitivas da empresa. Como exemplo, podemos citar concorrência forte com entrantes em condições similares para competirem com o negócios e perda de funcionários-chaves para o mercado. Já as oportunidades são os aspectos externos positivos que elevam a vantagem competitiva da empresa. Como exemplo, mudança de hábitos de consumo de clientes e encerramento das atividades de um concorrente. 7 Figura 2 – Ameaças versus oportunidades de mercado Fonte: shutterstock.com O mercado brasileiro e o mundial obrigam as organizações e as pessoas a serem dinâmicas e ágeis em suas condutas e decisões profissionais. Logo, questiona-se: o que fazer para não se pego de surpresa com as variâncias do mercado? A resposta para essa pergunta está na fase de prevenção, ou seja, preparar-se antes que as variações ocorram. Uma pessoa está ameaçada de perder o seu trabalho de anos em virtude de mudanças tecnológicas estarem substituindo sua tarefa com maior velocidade e menor custo. Se essa pessoa fizesse sua parte antecipadamente, estudando, aperfeiçoando-se antes de se sentir ameaçada, já estaria agindo para não correr o risco de perder seu posto ou, em extremo caso, mudar de função. O exemplo anterior também pode ser aplicado às empresas, uma vez que muitas delas não realizam estudos frequentes sobre ameaças e oportunidades do seu mercado e pagam um preço caro por isso. Para compreender melhor, é válido citar o que aconteceu com a empresa Kodak com o crescimento e a evolução da foto digital pelos aparelhos celulares, tablets, entre outros. Mesmo a Kodak criando uma versão digital de fotografia em 1975, não se preparou de forma avançada para as ameaças que a nova tecnologia trouxe ao mercado. Resumo da história, estava mais focada em seu produto e na crença que ele ditava as regras do mercado do que em estudar as ameaças que a foto digital trouxe para o negócio. 8 Vamos avaliar, a seguir, alguns pontos para levantar as ameaças e oportunidades do mercado. Ameaças • Meu concorrente direto apresenta estrutura para competir em igualdade com minha empresa? • Existe espaço para crescer no mercado? Quantos concorrentes estão na disputa do mercado junto da minha empresa? • A dinâmica atual do mercado pode interferir na manutenção e expansão da minha empresa? • Quais seriam as consequências de uma interferência política no mercado de atuação da empresa? Oportunidades • O público potencial da empresa está aberto para mudança de consumo? • O mercado tem público-alvo segmentado? • Os concorrentes estão consolidados no mercado? • A legislação do mercado de atuação da empresa está consolidada? É importante reforçar que as perguntas abordadas anteriormente, tanto em ameaças quanto em oportunidades, são pontos de partida para levantar possíveis ameaças e oportunidades as quais a empresa possa estar exposta em seu negócio ou possível projeto a ser lançado. Saiba mais Para complementar os estudos do conteúdo sobre ameaças e oportunidades, sugiro a leitura na íntegra do artigo sobre a empresa Kodak: JANSEN, T. Mal na foto: a revolucionária Kodak não soube se reinventar. O Globo, 19 jan. 2012. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/mal-na-foto-revolucionaria- kodak-nao-soube-se-reinventar-3712604>. Acesso em: 28 out. 2017. TEMA 3 – POLÍTICAS, INFLUÊNCIAS E TENDÊNCIAS A política retrata o conjunto de programas e ações tomadas pelo governo com o propósito de assegurar os direitos de cidadania para os diversos grupos da sociedade do país. As tendências são forças que direcionam as variações 9 dos fatores fundamentais de evolução de uma sociedade, tais como: políticos, ambientais, sociais, tecnológicos e econômicos. Um exemplo de política que podemos citar é: a água é concebida na Carta da República como bem de uso comum. Para proteger este bem e regulamentar seu uso múltiplo, foi instituída a Política Nacional de Recursos Hídrico, mediante a Lei Federal n. 9.433. Quando entramos em uma linha de estudos de políticas e pelo atual momento do país devemos enfatizar a política pública. As políticas públicas podem ser formuladas principalmente por iniciativa dos poderes executivo ou legislativo, separada ou conjuntamente, a partir de demandas e propostas da sociedade. A participação da sociedade na formulação, no acompanhamento e na avaliação das políticas públicas, em alguns casos, é assegurada na própria lei que as institui. Assim, no caso da educação e da saúde, a sociedade participa ativamente por meio dos conselhos, em nível municipal, estadual e nacional. Audiências públicas, encontros e conferências setoriais são também instrumentos que vêm se afirmando nos últimos anos como forma de envolver os diversos seguimentos da sociedade em processo de participação e controle social. A Lei Complementar n. 131 (Lei da Transparência), de 27 de maio de 2009, quanto à participação da sociedade, assim determina: I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos. II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público. Assim, de acordo com essa lei, todos os poderes públicos em todas as esferas e níveis da administração pública, estão obrigados a assegurar a participação popular. Uma vez que a política interfere diretamente nos negócios do mercado, ela se torna uma força motriz capaz de alterar situações de cenários futuros em qualquer setor da economia e até mesmo em forças de projetos ambientais, sociais e tecnológicos. Os efeitos de uma política em cenários são visualizados claramente quando o governo interfere diretamente na economia por meio de uma decisão para aumento ou redução na taxa de juros. Isso também ocorre quando há políticas de cortes nos gastos públicos, reduzindo investimentos e geração de oportunidades de emprego. 10 Os fatores de influência em cenários são caracterizados pelo poder de impacto que exercem em certas variáveis ou forçasmotrizes que alteram as condições de resultado da projeção em um cenário. Como linha de estudos, para a compreensão da influência em cenários podemos citar as decisões políticas na economia e no mercado, as rupturas adversas e inesperadas como a corrupção. Os fatores de influência como o político e o econômico fazem um país ficar inerte a geração de riquezas e desenvolvimento econômico. Um exemplo da influência em cenários são legislações criadas e não esperadas que obrigam as empresas a se reestruturarem em suas estratégias para competirem e se manterem vivas no mercado. Outra grande força de alteração na projeção de cenários são as tendências do mercado, como: comportamento de consumo do cliente, inovação tecnológica, mudança de renda per capita entre outras. Vejamos um estudo de tendência que pode mudar o resultado de um cenário futuro, conforme demonstra o estudo divulgado pelo IBGE. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dados recém-divulgados revelam que o cachorro é, de fato, o melhor amigo do homem (e da mulher). Em 44,3% dos domicílios brasileiros, há pelo menos um cachorro, com um total estimado de 52,2 milhões de cães. Já a população de gatos foi avaliada em cerca de 22 milhões. Se considerarmos a escala de crescimento das populações pet citadas, encontramos um cenário otimista para empresas que atuam no mercado pet, no entanto, o cenário para o indicador de natalidade no país pode ser pessimista, uma vez que as famílias estão optando mais em ter cachorros ou gato do que filhos. 11 Figura 3 – Tendências de mercado Fonte: shutterstock.com TEMA 4 – CONJUNTURA: PASSADO, PRESENTE E FUTURO A conjuntura demonstra a combinação de acontecimentos em um determinado momento, seja passado, presente e futuro. Esses acontecimentos são forças motrizes que interferem diretamente nas projeções de cenários. Para melhor compreensão do assunto, faça uma leitura do trecho a seguir, que representa uma parte do painel de conjuntura macroeconômica da escola de negócio ISAE FGV: Atividade Econômica recessão persiste mesmo com leve melhora do consumo das famílias. O PIB do 3º trimestre de 2016 apresentou redução de 0,8% na comparação com o trimestre anterior (gráfico 1) e retração de 2,9% em comparação com o mesmo período de 2015. A Inflação desacelera refletindo os fundamentos da recessão O IPCA- 15 fechou em 0,26% no mês de novembro, abaixo das projeções de mercado. A inflação recuou para 7,64%, ante 8,27% observado em outubro. O Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 13,75% a.a., sem viés. Trata-se da continuidade da série de cortes iniciados em 2016 e prevista para 2017, em ritmo mais lento do que o considerado anteriormente pelo mercado, mas adequado ao momento de incerteza quanto ao rumo da economia americana sob o comando Trump e a aprovação dos ajustes fiscais propostos pelo governo Temer. O Mercado de Trabalho apresenta persistente deterioração O mercado de trabalho está em constante deterioração. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), foram fechados cerca de 75 mil empregos formais de trabalho em outubro. A 12 Balança Comercial Saldo positivo reflete baixa produção industrial e câmbio apreciado. As exportações brasileiras superaram as importações em US$ 4,75 bilhões em novembro conforme dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O Setor Público repatriação melhorou o resultado de outubro O setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 39,6 bilhões em outubro. Porém, excluindo os R$ 45 bilhões arrecadados com receitas da repatriação no mês, o resultado primário seria de déficit de R$ 5,4 bilhões. É fundamental perceber, após a leitura de partes deste boletim, que o mesmo visa demonstrar situações condicionadas nos setores específicos da atividade econômica, como: PIB, inflação, juros, mercado de trabalho, balança comercial, entre outros. Uma ótima dica para entender a conjuntura da política, por exemplo, é estudá-la por partes e, depois, descrever um texto com os principais pontos de conexões de um setor para com o outro. As conjunturas podem ser divididas para estudo da seguinte maneira: • Conjuntura política; • Conjuntura ambiental; • Conjuntura social; • Conjuntura econômica, dividia em linhas de estudos como: micro e macroeconômicas. Entenda que as situações conjunturais são descritas a partir das forças motrizes conhecidas como PASTE – Política Ambiental Social Tecnológica Econômica. Logo, podemos concluir que os cenários mais comuns são os das categorias política e econômicas, no entanto, nada impede de construirmos cenários específicos e gerais das demais categorias. Veja, no quadro a seguir, os principais fatores de alteração da conjuntura das forças motrizes no passado, presente e futuro: Quadro 2 – Fatores de alteração Força Motriz Fatores Fatores políticos - Resultados eleitorais; - Atos legislativos; - Regulações; - Litígios e conflitos. Fatores ambientais - Aquecimento global; - Desmatamento de florestas tropicais; - Legislação sustentável; 13 - Extinção de animais. Fatores sociais - Mobilidade social; - Valores culturais e sociais; - Estilo de vida; - Novas expectativas ou necessidades. Fatores tecnológicos - Impacto de novas tecnologias; - Impacto de redes sociais; - Adoção de tecnologias sustentáveis. Fatores econômicos -Variáveis macroeconômicas; - Movimentos econômicos genéricos; - Nível e padrões de concorrência; - Condições da infraestrutura; - Acordos comerciais com países vizinhos. TEMA 5 – ESTRUTURAS DE MERCADOS E SUAS INFLUÊNCIAS Perante a característica dos bens ou serviços prestados por uma empresa, ela está estruturada no mercado em vários formatos. A estes formatos distintos damos o nome de estruturas de mercados. As estruturas de mercados são importantes para as empresas, uma vez que a partir delas as organizações podem atuar na formação de seus preços, ofertando sua capacidade de produção (quantidade) e também compreender que tipo de concorrência existe no seu setor de atuação. Concorrências são as estruturas de mercado responsáveis por influenciar na concentração de produtores em mercados com poucas empresas para produzir aquele produto ou serviço, gerando monopólio ou várias empresas para ofertar um produto ou serviço gerando oligopólio. As principais estruturas de mercado são concorrência perfeita; oligopólio; monopólio; concorrência monopolística. Vamos conhecê-las. • Concorrência perfeita: nessa estrutura os mercados são competitivos e as empresas maximizam seus lucros. Já os consumidores são racionais, ponderam custo e benefícios, decidem com base em seus interesses individuais. A concorrência perfeita gera como vantagens uma economia eficiente e a concorrência determinará apropriação da renda. • Monopólio: o mercado passa a depender de uma única empresa que gera fortes barreiras de entrada. O volume de capital necessário para entrar no mercado é elevado, existe uma escala mínima de produção, 14 domínio da tecnologia, domínio da patente, controle de matérias-primas básicas e concessões do poder público. • Oligopólio: o número de empresas é reduzido e competem entre si, dificultando a entrada de novos concorrentes. As barreiras de entrada de capital são grandes e o produto homogêneo ou diferenciado. Os acordos fundamentais dessa estrutura estão no nível de produção, preços e mercados (conluio) ou cartel (acordo). • Concorrência monopolista: o produto é diferenciado, mas há substitutos próximos; na embalagem percebe-se estratégia de promoção de vendas e marketing, a marca destaca o produto, como se a empresa conseguisse fazer o consumidor acreditar que não existe outro produto substituto; muitas empresas. As outras estruturas do mercadotambém conhecidas são: • Monopsônio: um só comprador para muitos vendedores; • Oligopsônio: poucos compradores para muitos vendedores; • Monopólio bilateral: um comprador para um vendedor apenas. Leitura obrigatória Realize a leitura do arquivo em PDF que relata a fusão e aquisição na indústria bancária. Este texto auxiliará seus estudos para compreender as estruturas de mercado. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos15/1022295.pdf>. Acesso em: 28 out. 2017. Você sabia? No mercado moderno de hoje, as empresas e grupos corporativos necessitam projetar cenários para alcançar seus resultados e sustentar sua existência? Graças às projeções de cenários, elas podem planejar e executar estratégias capazes de produzir orientações para a conduta do modelo de negócio no mercado. Por isso, procure sempre estudar e criar cenários até mesmo para sua vida pessoal. É um exercício fundamental para um administrado de empresas. Dica Assista ao vídeo em que o economista Ricardo Amorim fala sobre a eficiência em períodos de transformação: RICARDO Amorim. Eficiência em 15 períodos de transformação. Disponível em: <https://youtu.be/ajq43kdbRsU>. Acesso em: 28 out. 2017. TROCANDO IDEIAS É muito importante, quando estamos diante de artigos e reportagens publicados por acadêmicos e mídia respectivamente, tentarmos, por meio dos conhecimentos obtidos nesta aula, identificar as forças motrizes e seus fatores de variação, analisar de que maneira as ameaças e oportunidades podem interferir nas forças e, por fim, estudar o mercado do negócio, descobrindo e compreendendo em que estrutura ela opera para que possamos projetar a real situação da empresa dentro do mercado em que atua. NA PRÁTICA A empresa XZON importadora de veículos decidiu importar carros da Ferrari no último ano. Ela possui conhecimento na área de importados, porém somente trabalhava com Lamborghini e Land Rover. Levando em consideração um cenário futuro para os próximos três e pesquisando mais sobre o mercado de importação de veículos responda: • Quais ameaças e oportunidades a XZON encontrará? • Em uma estrutura de mercado com concorrência perfeita, quais estratégias ela deveria assumir para obter bons resultados no cenário futuro? FINALIZANDO O importante nos estudos (análise) e desenvolvimento (descrição) de cenários é compreender fatores fundamentais para sua constituição, ou seja, as forças motrizes que interferem através de variâncias no estado do cenário. Nos temas tratados, conhecemos um pouco da parte conceitual de cenários, de estudos que devem ser levantados sobre ameaças e oportunidades, análise da conjuntura nos momentos passados, presentes e futuros e, por fim, as estruturas de mercados que influenciam diretamente os modelos de negócios empresariais que ofertam seus produtos ou serviços para economia. 16 REFERÊNCIAS BRASIL. Lei Complementar n. 131 (Lei da Transparência), de 27 de maio de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, 28 maio 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp131.htm>. Acesso em: 28 out. 2017. BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria de Política Econômica. Boletins diários. Disponível em: <http://www.spe.fazenda.gov.br/boletins-de- indicadores>. Acesso em: 30 maio 2017. ESTRUTURAS de Mercado. Disponível em: <http://professor.ufop.br/sites/default/files/paganini/files/aula10_11_12.pdf>. Acesso em: 1 jun. 2017. FERREIRA, P. V. Análise cenários econômicos. Curitiba: InterSaberes, 2015. GONÇALVES, R. R.; TORRES, A. P.; RODRIGUES, M. R. A; ZYGIELSZYPER, N. R. Cenários econômicos e tendências. São Paulo: FGV, 2011. JANSEN, T. Mal na foto: a revolucionária Kodak não soube se reinventar. O Globo, 19 jan. 2012. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/mal-na-foto-revolucionaria- kodak-nao-soube-se-reinventar-3712604>. Acesso em: 28 out. 2017. O QUE são políticas públicas? Disponível em: <http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/coea/pncpr/O_que_sao_Politi casPublicas.pdf>. Acesso em: 30 maio 2016. SERRA, F.; FERREIRA, M. P. A evolução histórica do conhecimento em estratégia. Disponível em: <http://globadvantage.ipleiria.pt/files/2012/08/nota- de-aula_evolucao-da-estrategia.pdf>. Acesso em: 28 out. 2010. 17 RESPOSTAS Estudamos nesta aula que as ameaças e oportunidades estão ligadas diretamente ao mercado de atuação específico e geral, logo, são pontos a serem observados no âmbito externo. Então, para uma importadora de carros, sabemos as ameaças que estão na política de importância da economia com as barreiras alfandegárias, variação da moeda estrangeira e custo alto de investimento no mercado de carros de luxo esportivos. Já as oportunidades estão no fato de existirem poucos concorrentes, em virtude dos investimentos necessários para importar os veículos, margem de ganho atrativa e conquista de público fidelizado. As estratégias seriam: • Condições atrativas de pagamento; • Programa de fidelidade para compras futuras de novos veículos; • Atendimento de qualidade e capacitação técnica dos funcionários. PLANEJAMENTO DE CENÁRIOS AULA 2 Prof. Cleverson Luiz Pereira 2 CONVERSA INICIAL Na construção de um cenário encontramos três parâmetros de forças motrizes capazes de interferir em suas mudanças comportamentais, sendo eles: os indicadores de P.A.S.T.E (Político – Ambiental – Social – Tecnológico – Econômico), os eventos predeterminantes e as forças mercadológicas de Porter como concorrentes, entrantes, clientes, fornecedores e substitutos. Desses indicadores, percebemos claramente que os indicadores de P.A.S.T.E são mensurados e acompanhados em suas volatilidades por meio de variáveis capazes de projetar situações diferentes de acordo com o comportamento do cenário estudado. Por exemplo, em uma projeção de desaceleração do indicador econômico Produto Interno Bruto – PIB – poderemos visualizar um cenário em processo de recessão da economia no que tange à geração de riquezas pelo país. CONTEXTUALIZANDO A história conta que a Bússola foi criada no Século I a.C., na China, pois foi a civilização chinesa a primeira na utilização de propriedades da magnetite para localizar os pontos cardeais. Para a cultura chinesa ter um norte no direcionamento de suas estratégias, sempre era de fundamental importância para o crescimento da civilização daquele país perante o mundo, tanto que o imperador sentava no seu trono em uma localização ao Norte de seu palácio, com vista para o Sul. 3 Figura 1 – Bússola Fonte: Shutterstock Quando trazemos a importância de uma bússola na direção dos objetivos de um país, encontramos os indicadores econômicos, ambientais, sociais, tecnológicos e políticos, além do crescimento e desenvolvimento como seus pontos cardeais na projeção de cenários. No mundo empresarial capitalista deste país acrescentaríamos os indicadores de estudos particulares e regionais do modelo de negócios. O fator de importância dos indicadores no planejamento e construção de cenários está em suas oscilações diante do tempo e das maneiras diferentes que se comportam mediante a ação de forças motrizes que podem, a qualquer momento, interferir nas suas variâncias. TEMA 1 – INDICADORES ECONÔMICOS Na maioria das vezes que pensamos em economia, vem em mente os indicadores, como taxa de juros, taxa de inflação, dólar entre outros. Esses indicadores possuem, por meio do comportamento de suas variações, a capacidade de demonstrar matematicamente a situação econômica do país e a, consequentemente, proporcionar condições para a tomada de decisões e atitudes com relação à gestão e controle de uma empresa. Portanto, os 4 indicadores econômicos são parâmetros variáveis que demonstram, por meiode suas oscilações, comportamentos distintos da economia de um país. Para utilizarmos os indicadores econômicos em construção e avaliação de cenários, precisamos, primeiramente, compreender a funcionalidade dele dentro da economia, para então fazermos as devidas análises e conclusões. O primeiro indicador a ser estudado está diretamente ligado à geração de riquezas da economia de um país, o PIB. Sua importância está no fato de que é por meio dele que se mede a produção de um país num determinado período de tempo. 1.1 Produto Interno Bruto – PIB O PIB representa o somatório da produção final de bens e serviços realizada em território nacional, independentemente da nacionalidade dos agentes econômicos, num determinado período de tempo (normalmente um ano). O PIB leva em conta a produção de três grupos principais: • Agropecuária ou agronegócios: formada por Agricultura, Extrativa Vegetal e Pecuária; • Indústria: que engloba Extrativa Mineral, Transformação, Serviços Industriais de Utilidade Pública e Construção Civil; • Comércio/prestação de serviços: incluem Comércio, Transporte, Comunicação, Serviços da Administração Pública e outros serviços. Para se evitar a dupla contagem na aferição do PIB, os bens e serviços intermediários não são considerados, só valem os bens e serviços finais. Isso significa que a farinha de trigo vendida no supermercado entra na composição do PIB, em função de sua venda, mas o trigo utilizado para fazê-la, não, isto é, o trigo já está somado no PIB agropecuário. O conceito trabalhado anteriormente é o de PIB Produção Agregada. Já o outro conceito, o PIB Consumo Agregado, é calculado a partir dos dados de consumo, investimentos, compras do governo (gasto público) e exportações líquidas (exportações menos importações). Veja a equação do PIB Consumo Agregado: Equação 1 – PIB Consumo Agregado PIB = C + I + G + (Exp – Imp) 5 • C = Consumo • I = Investimento • G = Gasto Público • Exp. = Exportação • Imp. = Importação Conheça também outras definições de PIB: • PIB Nominal: PIB a preços correntes. • PIB a Preços Constantes ou PIB Real: PIB Nominal – INFL • PIB Per Capita: PIB Real / População Figura 2 – Movimentação das riquezas geradas pelo PIB Fonte: Shutterstock 1.2 Índices de inflação Inflação é a alta permanente do nível geral de preços numa economia. Reflete, portanto, o comportamento de centenas de preços de produtos e serviços. Cada um deles tem seu peso específico para compor a média ponderada que constitui o índice de inflação. A elevação do preço de um ou outro produto, isoladamente, não caracteriza inflação, embora possa pressionar um pouco a taxa geral de variação. 6 Dois dos principais índices de inflação utilizados atualmente no Brasil são o IPCA e o IGP-M. 1.3 Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA O Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA – é utilizado pelo Banco Central do Brasil para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas da inflação. É calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE –, sendo que a população-objetivo do IPCA é referente a famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (um) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, residentes nas áreas urbanas das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia. A periodicidade do índice é mensal e o período de coleta estende-se, em geral, do dia 1º ao dia 30 do mês de referência. 1.4 Índice Geral de Preços do Mercado – IGP-M De acordo com o site Índices e Indicadores1, o Índice Geral de Preços do Mercado é um indicador que mostra o movimento dos preços e foi criado justamente para este fim: servir de medida da movimentação dos preços de forma abrangente, ou seja, englobando não apenas tipos diferentes de atividades, mas também as distintas etapas dos processos de produção. Com periodicidade mensal, sua finalidade é registrar o ritmo evolutivo de preços como medida síntese da inflação nacional. O IGP-M é composto pela média ponderada do Índice de Preços no Atacado (60%) – IPA –, Índice de Preços ao Consumidor (30%) – IPC – e Índice Nacional de Custo da Construção (10%) – INCC –, sendo que a coleta de preços é feita entre o dia 21 do mês anterior ao de referência e o dia 20 do mês de referência. 1.5 Taxa de Câmbio “O câmbio está R$ 3,22”. O que significa isso? Quando dizemos que “o câmbio está R$ 3,22”, estamos dizendo que a quantidade de moeda nacional 1 Disponível em: <http://www.indiceseindicadores.com.br/igp-m/>. Acesso em: 26 out. 2017. 7 necessária para que se adquira uma unidade de moeda estrangeira (nesse caso, o dólar americano) é R$ 3,22. A taxa cambial mede o valor externo da moeda, fornecendo uma relação direta entre os preços domésticos e os preços praticados nos demais países. Logo, Taxa de Câmbio é a quantidade necessária de moeda nacional (R$) para adquirir uma moeda estrangeira, por exemplo, 1 dólar americano (US$). Vale lembrar que a Taxa de Câmbio estabelece uma relação entre duas moedas quaisquer. 1.6 Taxa de Juros As taxas de juros também são fundamentais para a economia e para o mercado financeiro. As taxas de juros são de fundamental importância para as decisões de investimento ou de consumo, por isso, é importante que você conheça algumas das taxas de juros do mercado brasileiro. A Taxa de Juros é um preço muito relevante, porque é o preço de uma mercadoria especial: o dinheiro. 1.7 Taxa SELIC A SELIC Meta é a taxa divulgada pelo Comitê de Política Monetária – COPOM –, a cada 45 dias, servindo como parâmetro para a consecução das metas de inflação. É a taxa básica da economia do país. Para o portal Infomoney, A SELIC Over é obtida a partir do financiamento no mercado interbancário lastreado em títulos públicos, sendo calculadas diariamente. São registradas no Serviço Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) na forma de operações compromissadas. 1.8 Certificado de Depósito Interfinanceiro – Taxa CDI O CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro – é um título privado negociado, exclusivamente, entre instituições financeiras em transações fechadas por meio eletrônico e registradas nos computadores das instituições envolvidas e nos terminais da CETIP. A maioria das operações são negociadas por um dia. 8 Portanto, a Taxa CDI, ou Taxa DI, é o resultado da média diária das taxas de juros praticadas nas operações de repasses de recursos entre instituições financeiras, com garantias desses títulos. 1.9 Taxa Referencial – TR A TR foi criada no Plano Collor II com a intenção de ser uma taxa básica referencial dos juros a serem praticados no mês. É utilizado no cálculo do rendimento da Caderneta de Poupança, algum título público, bem como em empréstimos do Sistema Financeiro da Habitação – SFH. Para se calcular a TR, é necessário ter-se calculado antes a Taxa Básica Financeira – TBF, a qual é formada pela média diária das taxas de juros praticadas nas operações de Certificado de Depósito Bancário – CDB – e Recibo de Depósito Bancário – RDB – dos 30 maiores bancos. A base de cálculo da TR é a TBF. No entanto, para o cálculo da TR aplica- se um redutor sobre a TBF. O redutor tem por objetivo descontar a porcentagem equivalente à parte real de juros. Podemos dizer, indiretamente, que a TR advém das taxas praticadas pelos Bancos nas captações via CDBs. Importante O Comitê de Política Monetária – COPOM – foi instituído em 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros. A criação do Comitê buscou proporcionar maior transparência e ritual adequado ao processo decisório.Atualmente, diversas autoridades monetárias em todo o mundo adotam uma prática semelhante, facilitando o processo decisório, a transparência e a comunicação com o público em geral. Desde a implantação do regime de "metas para a inflação" (em 1999) como diretriz de política monetária, as decisões do COPOM passaram a ter como objetivo cumprir as metas para a inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional. Se as metas não forem atingidas, cabe ao presidente do Banco Central divulgar, em Carta Aberta ao Ministro da Fazenda, os motivos do descumprimento, bem como as providências e prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos. Formalmente, os objetivos do COPOM são: • Implementar a política monetária; • Definir a meta da taxa SELIC e seu eventual viés, a cada 45 dias; 9 • Analisar o relatório de inflação. 1.10 Índice Bovespa – Ibovespa Segundo o site da BM&FBovespa, o Ibovespa: É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações constituída em 2/1/1968 (valor-base: 100 pontos), a partir de uma aplicação hipotética. Supõe-se não ter sido efetuado nenhum investimento adicional desde então, considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da distribuição de proventos pelas empresas emissoras tais como: reinversão de dividendos recebidos e do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, além da manutenção em carteira das ações recebidas em bonificação. Dessa forma, o índice reflete não apenas as variações dos preços das ações, mas também o impacto da distribuição dos proventos, sendo considerado um indicador que avalia o retorno total de suas ações componentes. A finalidade básica do Ibovespa é a de servir como indicador médio do comportamento do mercado. A BM&FBovespa calcula seu índice em tempo real, considerando os preços dos últimos negócios efetuados no mercado a vista (lote-padrão) com ações componentes de sua carteira. 1.10.1 Representatividade do Ibovespa Em termos de liquidez, as ações integrantes da carteira teórica do Índice Bovespa respondem por mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro verificados no mercado a vista (lote-padrão) da BM&FBovespa. A participação de cada ação na carteira tem relação direta com a representatividade desse título no mercado de acordo com duas variáveis de mensuração, sendo elas: número de negócios e volume financeiro ajustado ao tamanho da amostra. Essa representatividade é obtida pela seguinte fórmula: 𝐼𝐼𝐼𝐼 = � 𝑛𝑛𝑛𝑛 𝐼𝐼 ∗ 𝑣𝑣𝑛𝑛 𝑉𝑉 Onde: • IN = índice de negociabilidade; • ni = número de negócios com a ação “i” no mercado a vista (lote-padrão); 10 • N = número total de negócios no mercado a vista da BOVESPA (lote- padrão); • vi = volume financeiro gerado pelos negócios com a ação “i” no mercado a vista (lote-padrão); • V = volume financeiro total do mercado a vista da BOVESPA (lote- padrão). 1.10.2 Apuração do Índice Bovespa O Portal da BM&FBovespa explica também que: Índice Bovespa é o somatório dos pesos (quantidade teórica da ação multiplicada pelo último preço da mesma) das ações integrantes de sua carteira teórica. Assim sendo, pode ser apurado, a qualquer momento, por meio da seguinte fórmula: 𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝑣𝑣𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝑎𝑎𝑡𝑡 = �𝑃𝑃𝑛𝑛, 𝑡𝑡 ∗ 𝑄𝑄𝑛𝑛, 𝑡𝑡 𝑛𝑛 𝑖𝑖=1 Onde: • Ibovespa t = Índice Bovespa no instante t; • n = número total de ações componentes da carteira teórica; • P = último preço da ação “i” no instante t; • Q = quantidade teórica da ação “i” na carteira no instante t. Saiba mais Pesquise mais sobre o tema no site: <https://www.insper.edu.br/blogdocpp/artigo-crise-pib-e-salarios/>. Acesso em: 26 out. 2017. TEMA 2 – INDICADORES POLÍTICOS E SOCIAIS Normalmente, muitos leitores, ouvintes ou telespectadores confundem, por meio das mídias, o conceito de político com social. A ação de um está diretamente ligada ao outro, no entanto, precisamos visualizar o indicador político como uma diretriz tomada capaz de mudar o comportamento da administração de um governo no que se refere a suas obrigações como máquina 11 pública. Já o indicador social é o resultado de projetos aplicados e constituídos com o propósito de gerar desenvolvimento e oportunidades igualitárias a toda a sociedade. Um exemplo seria um projeto político que diretamente interferisse na área social, como é caso do PROUNI, que busca potencializar e facilitar o acesso à educação por vias da iniciativa privada. Os principais indicadores políticos estão direcionados a assuntos de desenvolvimento e crescimento de uma nação, como acesso à educação, saúde, saneamento básico, segurança, cultura, lazer entre outros. Um exemplo a seguir é o relatório emitido pelo PNAD e IBGE por meio do artigo disponível em: <http://aplicacoes.mds.gov.br/sagirmps/ferramentas/docs/IDB-portugues.pdf>, que relata a seguinte situação do Brasil no que tange ao crescimento com inclusão social. O relatório do PNAD e IBGE explicam no artigo que: No Período 2001-2012, a economia brasileira foi marcada pela combinação de crescimento econômico e melhoria na distribuição de renda. O PIB per capita real brasileiro aumentou 29% e foi caracterizado por uma evolução mais favorável da renda da população mais pobre. O Coeficiente de Gini, utilizado para avaliar a distribuição das riquezas de um determinado lugar ou região, vem caindo de forma significativa ao longo dos anos 2000, passando de 0,553 para 0,500 entre 2001 e 2012. Gráfico 1 – PIB per capita Real e Coeficiente de Gini 12 Ainda segundo a pesquisa realizada pelo site, foram projetados números importantes quanto a Renda Domiciliar, que obteve aumento e reduziu parcialmente as desigualdades regionais. O crescimento da renda domiciliar per capita – que incorpora todas as fontes de renda, incluindo transferências – ocorreu em todo o País, mas foi mais intenso nas regiões de menor renda. No Nordeste, esse aumento foi de 4,2% ao ano, 45% acima da média nacional. Gráfico 2 – Renda domiciliar per capita por região É importante observar nos indicadores acima que as decisões política podem direcionar o país para geração de riquezas, proporcionar emprego e melhoria de renda às famílias do país que irá gerar qualidade de vida e bem- estar. Vale ressaltar que o período supracitado proporcionou crescimento também nas oportunidades de postos para educação, tanto na área básica do ensino quanto na área acadêmica. Os principais indicadores sociais estão ligados diretamente à taxa de natalidade, taxa de mortalidade infantil, longevidade, distribuição de renda, entre outros. Outro fator importante que devemos mencionar no caso dos indicadores é dependência direta que eles possuem junto às decisões políticas do país. Portanto, quando construímos cenários abordando indicadores políticos e sociais, devemos observar o comportamento histórico dos mesmos, além de estudar possíveis intervenções no cenário dos poderes executivo e legislativo. Os indicadores sociais também são representativos para a avaliação do Brasil perante outros países, pois representam o quanto o pais pode ser 13 desenvolvido, emergente ou subdesenvolvido. Para isso, os órgãos avaliadores de outras nações analisam os seguintes indicadores sociais: • Expectativa de vida: média de anos de vida de uma pessoa em determinado país. • Taxa de mortalidade: número de pessoas que morreram durante o ano em um determinado país. • Taxa de mortalidade infantil: número de crianças que morrem antes de completar 1 ano de vida em um determinado país. • Taxa de analfabetismo: percentual de pessoas que não sabem ler nem escrever. • Renda Nacional Bruta (RNB) per capita: paridade de poder de compra dos habitantes de um país. • Saúde: refere-se a indicador que mede a qualidade da saúde da população. • Alimentação: refere-se à alimentação mínimaque uma pessoa necessita, cerca de 2.500 calorias. • Condições médico-sanitárias: acesso a esgoto, água tratada, pavimentação. • Qualidade de vida e acesso ao consumo: correspondem ao número de carros, de computadores, televisores, celulares, acesso à internet, entre outros. Figura 3 – União social Fonte:Shutterstock 14 TEMA 3 – INDICADORES AMBIENTAIS E TECNOLÓGICOS Os indicadores ambientais e tecnológicos são responsáveis pelo alerta nos cenários quanto aos cuidados que o mundo empresarial precisar observar em seu negócio para com o mercado. Um exemplo é a conferência das partes (COP) que reúne em seus encontros 188 países para debater e desenvolver ações para proteção e preservação da biodiversidade e ambiente produz diversos indicadores que devem ser acompanhados rigorosamente de perto para evitar problemas futuros graves, como é o caso do aquecimento global, falta de água, sustentabilidade, entre outros. Já os indicadores tecnológicos demonstram claramente a falta da tecnologia da informação, que atualmente significa a paralisação do negócio para o mundo corporativo. Por exemplo, hoje as famosas bases de dados conhecidas como big datas são capazes de construir um perfil de consumo das pessoas e estatísticas de comportamento quanto às necessidades de adquirir um produto ou serviço na economia de um país. Para compreendermos a preocupação das autoridades de um país em mensurar os indicadores ambientais, vejamos os métodos mais usados para desenvolver indicadores ambientais, sendo eles: • Método: Pressão – Estado – Resposta (PSR), desenvolvido e adotado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE; • Forças motrizes, Pressão, Estado, Exposição, Impacto, Ações (DPSEEA), desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde – OMS/ONU; • Quantificação do Capital Natural (recursos + sistemas vivos + serviços do ecossistema); • Múltiplas Exposições/Múltiplo Efeitos (MEME); • Enfoque dos Serviços do Ecossistema. Quando falamos em indicadores ambientais podemos estudá-los dentro de projeções de cenários por meio dos seguintes parâmetros: • Emissões atmosféricas: gases do efeito estufa e substâncias destruidoras da camada de Ozônio; • Água: total de água captada e ou reciclada/reutilizada; 15 • Efluentes tratados: volume descartado e destinação e qualidade da água descartada; • Resíduos: compostagem, reciclagem, incineração, aterro sanitário, entre outros; • Áreas contaminadas: áreas contaminadas com e sem processo de remediação e total de áreas com monitoramento preventivo. Esses indicadores terão presença garantida na projeção de cenários futuros, assim como em estudos passados sobre suas variações no que tange ao acompanhamento de suas evoluções em busca de preservar e zelar pelo meio ambiente do país, ou seja, como cuidamos do planeta que fazemos parte. Os setores ambientais também estão diretamente ligados aos controles de extinção de animais. Figura 5 – Importância da prevenção ambiental Fonte:Shutterstock Os indicadores tecnológicos projetam o desenvolvimento do mercado empresarial, que possui o desafio capitalista de vender seus produtos e serviços com maior velocidade e com qualidade. Ao invés de automatizar os velhos e repetitivos processos, a ênfase agora é alcançar novos mercados e melhorar o atendimento ao cliente. O principal cenário de transformação da tecnologia está no fato do consumidor ter um acesso maior às informações e capaz de ser ativo em suas exigências e necessidades. 16 Na projeção de cenários para a iniciativa privada, os indicadores tecnológicos serão referências para a melhoria contínua do modelo de negócio envolvendo desde a sua cadeia de suprimentos até a entrega do produto ou serviço final ao cliente. Já para a gestão pública a tecnologia promove a acessibilidade a serviços ofertados país, estado ou município, a mobilidade e o acesso a informações de identificação da transparência da gestão. Outro ponto importante está no fator pesquisa científica para a produção de capital tecnológico. Vejamos, as operações eletrônicas englobam atividades realizadas por meio eletrônico e compreendem desde as mais básicas – como a simples interação com clientes e fornecedores – até a integração completa da cadeia de valor de uma empresa. Os indicadores âncoras da evolução da tecnologia da informação no mundo empresarial, principalmente no comércio eletrônico, são: e-commerce e o e-business. • E-commerce: descreve os processos de compra, venda, prestação ou troca de produtos ou serviços por meio de redes de computadores, incluindo a internet. • E-business: não se restringe apenas à compra e venda de produtos e serviços, mas também serve clientes, colaborando com parceiros de negócios, prestando serviços de e-learning. Vale reforçar que o e- business não contempla a utilização da internet. O importante no conhecimento dos indicadores ambientais e tecnológicos é saber que eles podem desenhar cenários capazes de projetar situações futuras, baseadas no passado e presente que permitem que a empresa desenvolva suas estratégias para o crescimento e sustentação do modelo de negócio. Da mesma maneira funciona com setor público do nosso país. Saiba mais Saiba mais sobre o tema em: <http://www.ufrgs.br/gianti/files/artigos/2007/2007_220_Amelia_HF_Mudanca_ Rausp.pdf>. e em <http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistaepeqfafibe/sumario/ 3/14042010143117.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. 17 TEMA 4 – INDICADORES REGIONAIS E PARTICULARES Quando falamos em indicadores particulares e regionais, estamos remetendo a estudo microeconômico do cenário, uma vez que os indicadores particulares estão diretamente ligados a um modelo de negócio X, assim como seu posicionamento no mercado de atuação. Logo, entendemos que uma empresa que fabrica sapatos necessitará de um estudo no comportamento dos indicadores de sua rede de fornecimento, preço praticado do produto final no mercado e como o mercado se encontra naquele momento. O mercado aqui citado se trata do mercado de consumo de sapatos que apresenta suas peculiaridades de região para região. O que são indicadores regionais? São aqueles caracterizados por seus comportamentos dentro de um espaço demarcado, ou seja, pode ser um PIB municipal, renda per capita de um Estado, taxa de desemprego de uma região, entre outros. A colaboração principal desses indicadores para o planejamento de cenários está na capacidade que eles demonstram em reproduzir a situação de uma localidade específica por projeções variáveis que permitem às empresas ou governo, compreender e diagnosticar a situação e, por consequência, desenvolver estratégias e ações para adequá-la ao modelo de negócio privado ou público. Um exemplo prático da utilização desses indicadores está no fato de uma indústria que produz remédios estar à procura de um município para instalar uma nova planta fabril. Seus dirigentes irão fazer um estudo de viabilidade e uns dos norteadores deste estudo serão os indicadores econômicos, políticos, ambientais, tecnológicos e sociais da região, uma vez que eles precisarão saber as leis municipais, taxas de impostos, educação da população, preservação ambiental, acesso à tecnologia entre outros pontos. Entenda que todas as vezes que citamos esses indicadores, buscamos estudar seus comportamentos passados e atuais para projetarmos suas possíveis variações futuras. Os indicadores particulares estão diretamente ligados a um modelo de negócio da empresa, como exemplo: legislação que controla o negócio no mercado, margens econômicas e financeiras produzidas pelo negócio, características peculiares da cadeia de suprimentos do negócio, entre outros. 18 Na gestão pública eles representam ao governante a variação para mais ou para menos dos indicadores fundamentaispara a aplicação do plano de governo dentro do mandato. Exemplo: o crescimento do acesso à educação municipal durante o mandato do prefeito eleito. Perceba que o percentual desse crescimento é um indicador particular da gestão do prefeito eleito. TEMA 5 – CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO O motivo principal que levam as empresas a projetar cenários está na oportunidade de desenvolver estratégias capazes de gerar crescimento e desenvolvimento de resultados tanto financeiros quanto de sustentabilidade da bandeira da companhia. Em um país, o crescimento e o desenvolvimento se voltam para área econômica, onde serão canalizados os esforços para geração de riquezas (crescimento econômico x PIB) e o desenvolvimento do bem-estar da sociedade (desenvolvimento social x IDH). Quando estudamos e analisamos índices de crescimento e desenvolvimento em uma empresa, estamos avaliando, no caso de crescimento, os valores de evoluções das receitas, a conquista de mercado, enfim, resultados matemáticos capazes de demonstrar que o negócio foi lucrativo e gerou riquezas. Já no desenvolvimento, nosso foco é avaliar o quanto a empresa capacitou e deu acesso à educação aos seus funcionários, qualidade de vida aos mesmos, o valor que ela agrega à sociedade onde está instalada e assim sucessivamente. Logo, o crescer está ligado a gerar potencial riqueza e o desenvolver está ligado ao potencial evolutivo em capacidade de gerar valores. No caso de uma projeção de cenários para um país, Estado ou município devemos avaliar o comportamento do fator de mensuração de riqueza chamado Produto Interno Bruto (PIB) para avaliar sua capacidade de gerar riqueza por meio da sistemática de cálculo baseada nos três setores: agronegócios, indústria e comércio/ prestação de serviços. Segundo o Portal de Investimentos em renda variável do país, ADVFN, De acordo com a ótica da demanda, o valor do PIB é calculado a partir das despesas em bens e serviços de utilização final, contraídas pelos diversos agentes econômicos. É importante salientar que esse tipo de cálculo exclui todos os bens e serviços intermediários utilizados na produção dos bens e serviços finais. Relembre a sistemática de cálculo: 19 PIB = C + I + G + (Exp – Imp), onde: C = Consumo I = Investimento G = Gasto Público Exp. = Exportação Imp. = Importação Gráfico 3 – PIB Brasileiro Anual Fonte: ADVFN.com Para projetarmos um processo de desenvolvimento em um país, é fundamental observarmos ao longo do tempo a existência de: • Crescimento do bem-estar econômico medito por indicadores, como: Produto Nacional Total e Produto per capita; • Diminuição nos níveis de pobreza, desemprego e desigualdades; • Elevação das condições de saúde, nutrição, educação, moradia etc. O indicador parâmetro para acompanhar o desenvolvimento social de um país é o IDH Índice de Desenvolvimento Humano. O indicador foi criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) “Desde 2010, quando o Relatório de Desenvolvimento Humano completou 20 anos, novas metodologias foram incorporadas para o cálculo do IDH. Atualmente, os três pilares que constituem o IDH (saúde, educação e renda)” são mensurados da seguinte forma: 20 • Uma vida longa e saudável (saúde) é medida pela expectativa de vida; • O acesso ao conhecimento (educação) é medido por: i) média de anos de educação de adultos, que é o número médio de anos de educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos; ii) a expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar, que é o número total de anos de escolaridade que um criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade permanecerem os mesmos durante a vida da criança; • E o padrão de vida (renda) é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa em poder de paridade de compra (PPP) constante, em dólar, tendo 2005 como ano de referência. Gráfico 4 – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) Leitura obrigatória Realizar a leitura do texto “Construção de cenários: apreciação de métodos mais utilizados na administração estratégica”, que o auxiliará na compreensão dos indicadores estudados nesta aula para desenvolver e planejar cenários. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/ESO1387.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. Saiba mais Saiba mais sobre o tema em: <http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2012/artigos/e2012_t00177_pcn50520.pdf >. Acesso em: 26 out. 2017. Aproveite e também assista ao vídeo no qual economistas renomados projetam um perfil da economia do Brasil para os próximos anos: <https://www.youtube.com/watch?v=OKnTDZk2NHg>. Acesso em: 26 out. 2017. Importante 21 É importante, sempre que avaliamos o comportamento dos indicadores estudados nesta aula, observarmos suas evoluções e variações ao longo de dois parâmetros: passado e presente, e, a partir daí, projetarmo-los em cenários futuros. Sempre colocar os indicadores em suas respectivas regiões de mensuração e o impacto que ele causa ao modelo de negócio na iniciativa privada e na gestão pública. TROCANDO IDEIAS Os indicadores de P.A.S.T.E podem ser utilizados por qualquer área do mercado, seja na iniciativa pública seja na iniciativa privada. Lembrando que eles vão caracterizar o comportamento do cenário no futuro por meio de suas variações para mais ou para menos no passado. Quando estiver avaliando um cenário de sua empresa ou de sua cidade, concentre seus estudos nos indicadores citados anteriormente, baseando-se nas características peculiares do município ou do modelo de negócio dependendo da óptica. NA PRÁTICA A empresa Zimbale produz couros para bancos de automóveis a todas as montadoras de veículos do país. Em virtude da queda nas vendas dos veículos nos últimos meses, mediante à crise econômica e política que o país vem atravessando, a empresa reduziu suas receitas em 15% no ano. Baseado nesta situação, responda quais indicadores estudados na aula irão interferir diretamente na melhoria do cenário da Zimbale caso sofram aumentos e melhorias? FINALIZANDO Os cenários possuem forças motrizes que ditam a projeção de seus comportamentos. Dentre essas forças, os indicadores de P.A.S.T.E, particulares e regionais e o crescimento e desenvolvimento econômicos são fundamentais na construção de estratégias capazes de gerar resultados satisfatórios para as companhias. Portanto, os indicadores são variáveis que permitem aos administradores e economistas de mercado observar as oscilações matemáticas 22 capazes de permitir uma tomada de decisão de direcionamento do negócio de forma assertiva. 23 REFERÊNCIAS AMORIM, E. L. C. de. Indicadores de Sustentabilidade Ambiental. Disponível em: <http://www.ctec.ufal.br/professor/elca/Aula%20indicadores%20ambientais%20 AIA2.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. BATISTA, A. D. MEIO AMBIENTE: PRESERVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. Disponível em: <http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistaepeqfafibe/sumario/ 3/14042010143117.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. FERREIRA, P. V. Análise de cenários econômicos. Curitiba: InterSaberes, 2015. FETZNER, M. A. M.; FREITAS, H. Implantação de tecnologia da informação nas organizações: os desafios da mudança. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/gianti/files/artigos/2007/2007_220_Amelia_HF_Mudanca_ Rausp.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. GONÇALVES, R. R.; TORRES, A. P.; RODRIGUES, M. R. A; ZYGIELSZYPER, N. R. Cenários econômicos e tendências. São Paulo: FGV, 2011. IGP-M – Índice Geral de Preço Mercado. Disponível em: <http://www.indiceseindicadores.com.br/igp-m/>.Acesso em: 26 out. 2017. SECRETARIA do Meio Ambiente do Paraná. O que são políticas públicas? Disponível em: <http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/coea/pncpr/O_que_sao_Politi casPublicas.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. INSPER – Instituo de Ensino Superior. A crise, o PIB e os salários. Disponível em: <https://www.insper.edu.br/blogdocpp/artigo-crise-pib-e-salarios/>. Acesso em: 26 out. 2017. 24 GABARITO O primeiro indicador fundamental para empresa seria o crescimento do Produto Interno Bruto – PIB – queda no indicador de Inflação – IPCA –, redução na taxa de desemprego para gerar aumento da renda per capita e consumo das famílias do Brasil. Redução de imposto por parte do governo para atrair o interesse de compra dos consumidores em período de crise. O importante na atividade é perceber que pelo enunciado o problema está caracterizado em virtude de oscilações nos indicadores políticos e econômicos. PLANEJAMENTO DE CENÁRIOS AULA 3 Prof. Cleverson Luiz Pereira 2 CONVERSA INICIAL O planejamento de um cenário precisa trazer às partes interessadas na sua construção uma visão que permita construir estratégias mercadológicas para produzir resultados em diferentes situações do mercado. Um exemplo claro são os parâmetros de estudos propostos para esta aula, como: constantes de mercado, leis e projetos de leis, pesquisas científicas, perfil, tendência e tecnologia e, por fim, a política e a conjuntura. Independentemente do setor de atuação de uma empresa ou pessoa física, elas sempre deverão se preocupar com o comportamento dos parâmetros citados anteriormente, pois em algum momento eles irão interferir em seu comportamento. Por exemplo, caso a reforma da previdência seja aprovada e tornar-se uma lei, as pessoas mudariam suas estratégias de poupar recursos, visando à tranquilidade futura, pois como o tempo para aposentar aumentaria, o foco seria adquirir alternativas paralelas e seguras de investimentos em previdências privadas ou outras fontes para investir serão opções a serem seguidas pelas pessoas físicas e até fundos previdenciários privados. CONTEXTUALIZANDO É notório e claro observar que uma decisão política do governo diante de uma conjuntura influencia no desenvolvimento de pesquisas no país. Entre os efeitos de mudança de cenários futuros após a evasão dos nossos cientistas para outros países, podemos destacar uma desaceleração no crescimento e geração de capital intelectual para a nossa economia e mercado e consequente estacionamento nas evoluções e experiências de pesquisas científicas no Brasil. Vale ressaltar que investir em pesquisa é fundamental para um país se desenvolver como sociedade e geração de riquezas. Com a situação apresentada pelo jornal O Globo, podemos projetar uma situação retroativa para o país em um cenário futuro. Outro fator relevante é a situação causa x efeito que levou o governo a tomar essa decisão que, provavelmente, foi em virtude da conjuntura econômica do momento. Logo, a reportagem que indicamos anteriormente deixar evidente que na organização e estruturação de cenários, parâmetros importantes que interferem no alicerce comportamental das pessoas físicas e jurídicas de um país, podem 3 alterar a projeção e variação de um cenário, seja social, ambiental, político, tecnológico e econômico, no futuro. Leitura obrigatória A reportagem “Cientistas veem retrocessos no cenário das pesquisas”, do jornal O Globo, demonstra a insatisfação de cientistas com o cenário de apoio às pesquisas no Brasil. O texto está disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/cientistas-veem-retrocessos-no- cenario-das-pesquisas-20743035>. Acesso em: 27 out. 2017. TEMA 1 – CONSTANTES DE MERCADO: AS PREDETERMINANTES As constantes de mercado são conhecidas como eventos que apresentam como característica principal a situação de acontecimentos pré-determinada. Como exemplo, podemos citar os eventos ambientais, como aquecimento global, que já acontece atualmente e, com o tempo, tende a ficar pior, caso não sejam tomadas medidas preventivas. A inovação tecnológica também possui caráter pré-determinado a acontecer no futuro de forma diferente do que já acontece atualmente. Hoje, uma boa parte da população do país realiza suas transações financeiras pela internet (internet banking) e, no futuro, esse número tende a crescer mais ainda pelo fato de ser uma constante de mercado, pré-determinado a acontecer no futuro, que pode ser em curto ou em longo prazo. As constantes de mercado também apresentam características, dentro do planejamento de cenários, como força motriz com trajetórias condicionadas ou path dependence. A melhor tradução na prática para path dependence é que o rumo e o ritmo das mudanças ocorridas influenciam e condicionam o rumo e o ritmo das mudanças em cursos. Esse termo também é muito utilizado para descrever a força influente do passado sobre o futuro (Sydow, Schreyögg e Koch, 2009), sendo um processo dinâmico e de grande interesse para os estudos das tendências no mercado. Saiba mais Uma reportagem divulgada pela revista Época demonstra de forma clara um exemplo da dependência da trajetória no caso do aquecimento global. Veja a seguir: <http://epoca.globo.com/ciencia-e-meio-ambiente/blog-do- 4 planeta/noticia/2017/01/o-3-recorde-de-temperatura-seguido-mostra-que-o- clima-do-planeta-nao-esta-normal.html>. Acesso em: 27 out. 2017. O gráfico a seguir, divulgado pela NASA e publicado pela revista Época na reportagem citada anteriormente, “faz a comparação de seis diferentes agências que monitoram o clima do planeta. Todas elas mostram a mesma tendência de aquecimento e recorde em 2016” (Calixto, Revista Época, publicação de 18 jan. 2017). Gráfico 1 – Tendência de aquecimento global Fonte: NASA, citado por Calixto, 2017. A comparação de seis agências de monitoramento do clima do planeta mostra que a temperatura média da Terra está aumentando. O ano de 2016 bateu novo recorde. O gráfico está em grau Fahrenheit (ºF). (Calixto, 2017) 5 Figura 1 – Aquecimento global Fonte: Shutterstock Observe que a pesquisa da NASA apresentada na reportagem demonstra uma característica clara de dependência da trajetória, uma vez que a emissão do gás poluente (CO2) por indústria, carros, vem desde o passado, presente e tende para o futuro a continuar elevando as temperaturas. O constante e pré- determinado aquecimento global pode ser um fator vilão no futuro da temperatura mundial se mantida a emissão de CO2, mas também pode ser reduzida desde que sejam impostas ações para reduzir a emissão do referido poluente. Agora, convertendo o exemplo da reportagem de dependência da trajetória de um evento pré-determinado para o planejamento de cenários, é visível compreender como os cenários nos permitem adotar estratégias para conter ou evoluir certos indicadores que podem ajudar ou prejudicar nosso meio de convivência, seja como pessoa ou empresa. 6 Gonçalves et al. (2011) citam em sua obra Cenários Econômicos e Tendências os exemplos de fontes e elementos associados à dependência da trajetória: • Limitações formais: leis e intervenções governamentais, normas organizacionais; • Limitações informais: valores, tradições e modelos mentais; • Recursos: competências, capacidade tecnológica e disponibilidade de recursos; • Processos de autorreforço: intervenções políticas (subsídios e reservas de mercado), acordos entre países, acordos entre empresas, sustentação social e retornos crescentes. (Adaptado de Wilkinson, 2010, citado por Gonçalves et al., 2011) Saiba mais Para saber mais, leia o texto disponível em: <https://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/v5/pdf-v5/TD_V-a4.pdf>. Acesso em: 27 out. 2017.TEMA 2 – LEIS E PROJETOS DE LEIS As leis são regras justas e permanentes que expressam a vontade imperativa do Estado, a qual todos são submetidos. Em geral, é uma função que recai sobre os legisladores dos congressos nacionais dos países. Já o projeto de lei é um conjunto de normas que deve ser submetido à tramitação no legislativo com o objetivo de se efetivar por meio de uma lei. No Brasil, um projeto de lei pode ter sua tramitação iniciada tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal. Uma vez que, tanto a lei quanto o projeto de lei podem mudar a sistemática de um mercado, também podem alterar situações de cenários futuros. Quais são os tipos de lei? De acordo com a Constituição do Brasil e com a lógica jurídica de aplicação, as leis são classificadas da seguinte maneira: Emendas à Constituição, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas, Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções. • Emendas à Constituição: enquanto proposta, é considerada um ato infraconstitucional sem qualquer normatividade, só ingressando no ordenamento jurídico após sua aprovação, passando, então, a ser preceito constitucional, de mesma hierarquia das normas constitucionais originárias. Em caso de emenda que envolva os preceitos fixados pelo 7 Artigo 60 da Constituição, esta ingressará no ordenamento jurídico com status constitucional, devendo ser compatibilizada com as demais normas originárias. • Leis Complementares: é a espécie normativa sujeita a um processo legislativo especial e com matéria própria. Serve para regular os assuntos que o legislador constituinte entende de importância fundamental. Ao mesmo tempo, o conteúdo da Lei Complementar não pode ser alterado por Lei Ordinária devido aos critérios de aprovação. • Leis Ordinárias: é o ato legislativo típico por excelência, o ato normativo primário que edita normas gerais e abstratas. Caracteriza-se pela generalidade de seu conteúdo, podendo tratar de quase toda matéria. A exceção é a matéria destinada à Lei Complementar e os assuntos do congresso, câmara e do senado (reservados aos decretos legislativos e das resoluções). A diferença entre Lei Ordinária e Lei Complementar reside em dois aspectos: o material e o formal. No aspecto material, temos assuntos que obrigatoriamente devem ser regulamentados por Lei Complementar, como exemplo a LC 101, de 4 de maio de 2000, ou Lei da Responsabilidade Fiscal, por se tratar de parâmetros de diretrizes da administração orçamentária (receitas x despesas) do país. A Lei Ordinária, por sua vez, é residual, pois trata das matérias que a constituição não exige regulamentação por Lei Complementar, Decreto Legislativo ou Resolução. Por exemplo, podemos citar a Lei DOU 13.141, de 30 de junho de 2015, que inscreve o nome de Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon, no livro dos Heróis da Pátria. A segunda distinção é formal e refere-se ao quórum de aprovação da Lei Complementar, que é de maioria absoluta, enquanto o quórum de aprovação da Lei Ordinária é de maioria simples. Na votação por maioria simples, o Projeto de Lei é aprovado se obtiver a maioria dos votos favoráveis dos parlamentares presentes na sessão, por exemplo: a Câmara de Deputados é formada por 513 deputados federais; para iniciar a sessão e ter quórum suficiente, são necessários 257 deputados, logo, para a Lei Ordinária ser aprovada, seria necessária a maioria simples, ou seja, 129 votos a favor do Projeto de Lei dos 257 Deputados presentes. Já a votação por maioria absoluta considera os votos favoráveis da metade mais um do total dos parlamentares, independentemente 8 do número de congressistas presentes naquela sessão. Portanto, se considerarmos o exemplo anterior, seriam necessários 257 deputados votarem a favor da Lei Complementar para ela existir, ou seja, metade 256 + 1. • Leis delegadas: para o portal legislativo do planalto, significa: “Leis editadas pelo Presidente da República, nos limites da autorização conferida pelo Congresso Nacional por Resolução”. (Brasil, disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/legislacao/portal-legis/legislacao-1/leis- delegadas-1>. Acesso em: 27 out. 2017) • Medidas provisórias: de acordo com o site da Câmara dos Deputados Federais, “a Medida Provisória (MP) é um instrumento com força de lei, adotado pelo presidente da República, em casos de relevância e urgência. Produz efeitos imediatos, mas depende de aprovação do Congresso Nacional para transformação definitiva em lei”. (Câmara dos Deputados, disponível em: <http://www2.camara.leg.br/comunicacao/assessoria-de- imprensa/medida-provisoria>. Acesso em: 27 out. 2017) • Decretos legislativos: para o portal do Senado Federal, os Decretos Legislativos “regula[m] matérias de competência exclusiva do Congresso, tais como: ratificar atos internacionais, sustar atos normativos do presidente da República, julgar anualmente as contas prestadas pelo chefe do governo, autorizar o presidente da República e o vice-presidente a se ausentarem do país por mais de 15 dias, apreciar a concessão de emissoras de rádio e televisão, autorizar em terras indígenas a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de recursos minerais”. (Senado, disponível em: <http://www12.senado.leg.br/noticias/glossario-legislativo/decreto- legislativo>. Acesso em: 27 out. 2017) • Resoluções: para Lenza (2008) as resoluções são uma espécie normativa emanada do Poder Legislativo que regula as matérias de competência privativa do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. O que são projetos de lei? Para o portal de justiça do Brasil o projeto de lei é um conjunto de normas que deve se submeter à tramitação no legislativo com o objetivo de se efetivar através de uma lei. No Brasil, um projeto de lei pode ter sua tramitação iniciada tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal. Todo projeto de lei recebe um número específico ou protocolo, que lhe é designado a fim de facilitar a sua identificação e acompanhamento. A discordância do Chefe do Poder Executivo com 9 determinado projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo, gera o veto. Este que poderá ser: Total (veta-se o projeto de lei na íntegra) ou parcial (quando abrange texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea do projeto de lei). O Poder Legislativo, ao ser comunicado do veto, poderá, pela maioria de seus membros, derrubar o veto, devendo o projeto de lei ser reenviado ao Chefe do Executivo para que este faça a promulgação do texto. Art. 66, § 4º, da Constituição Federal. (Jusbrasil, disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/26554390/projetos-de-lei>. Acesso em: 27 out. 2017.) A figura a seguir demonstra de forma clara o processo de um Projeto de Lei: Figura 2 – Fluxograma de um processo de projeto de lei Fonte: Portal da Câmara dos Deputados (Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/busca/?q=projeto+de+lei>. Acesso em: 27 out. 2017) 10 Tanto as leis como os projetos de leis, a qualquer momento, podem interferir no andamento de um cenário de mercado econômico, financeiro, ambiental, social, político e tecnológico. Por isso, quando planejamos cenários é fundamental observarmos como está o trâmite das leis e projetos de leis nas Câmaras dos Deputados e no Senado Federal. A estratégia de uma empresa pode mudar com a aprovação de uma lei trabalhista. Por isso, as leis e os projetos de leis podem mudar o desenho de um cenário futuro, pois são agentes de mudanças em comportamentos da sociedade. Figura 3 – Leis e projetos de leis Fonte: Shutterstock TEMA 3 – PESQUISAS CIENTÍFICAS: BENEFÍCIOS E CONSEQUÊNCIAS As pesquisas científicas são realizadas com o propósito de produzir resultados que demonstrem comportamentos das pessoas na sociedade, assim como a evolução de máquinas e robôs via o canal de tecnologia. Os benefícios
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