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PLANEJAMENTO DE CENÁRIOS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Cleverson Luiz Pereira 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
É uma satisfação apresentar os conceitos e aplicação de cenários nesta 
aula. O estudo de cenários provou, ao longo do tempo, que uma gestão 
estratégica bem aplicada pode produzir ao mundo corporativo resultados 
elevados e capazes de definir a solidez ou não de um negócio no seu mercado 
de atuação. As empresas do século XXI vivem o desafio da velocidade da 
informação e como utilizá-las de forma ágil para estabelecerem seus respectivos 
modelos de negócio em um mercado cada vez mais competitivo e desafiador. 
É rotineiro ouvirmos a frase do pensador Lewis Carroll, que se 
transformou em um ditado, que diz: “se você não sabe para onde quer ir, 
qualquer caminho serve”, logo, a frase se transforma em uma filosofia de 
trabalho a ser seguida na administração estratégica de uma organização, pois a 
essência de uma empresa está no fato de ela demonstrar ao mercado o 
propósito pelo qual ela foi criada e está ativa. 
É no projeto de vida das empresas que surgem os cenários, pois eles são 
capazes de alavancarem estudos de projeções capazes de demonstrar 
possíveis situações futuros para o negócio da empresa perante o mercado em 
que atua. 
No entanto, quando direcionamos nossa linha de estudos para outros 
horizontes, como um projeto de vida pessoal, perceberemos que a aplicação de 
cenários é fundamental para a passagem de um estado atual para um desejado, 
ao qual queremos chegar. Logo, podemos concluir que os cenários são utilizados 
com frequência no mundo corporativo, mas também podem agregar valor para 
nossa vida pessoal. 
CONTEXTUALIZANDO 
O mundo empresarial convive naturalmente com a palavra estratégia em 
todos os desenhos de evolução e crescimento da organização no mercado de 
atuação. Uma forma clara de exemplificar o conceito e a aplicação de estratégia 
são as reuniões corporativas que acontecem constantemente dentro das 
empresas com o propósito de alinhar uma estratégia para o dia, semana, mês e 
até ano. Quando visualizamos a aplicação da estratégia no exemplo anterior, 
podemos concluir que nos preparamos para enfrentar um futuro próximo ou 
distante que, no mercado empresarial, é bem conhecido como cenário. 
 
 
3 
A evolução do conceito de estratégia proporcionou às empresas uma 
forma de reinvenção para com as suas estruturas e modelos de negócios, pois, 
por meio desta metodologia, planejamentos e ações eram tomados para encarar 
cenários favoráveis ou desfavoráveis à companhia. 
A ideia de estratégia teve sua origem na base militar focada em produzir 
situações de ataque e defesa contra tropas inimigas. No entanto, ganhou 
proporções de estudos com autores consagrados que escreveram obras que até 
hoje são usadas por militares e, principalmente, por grandes executivos de 
empresas na busca de estruturação de suas companhias. Dentre as obras 
podemos citar: A Arte da guerra, em 500 A.C, de Sun Tzu, e O Príncipe, em 
1532, de Maquiavel. 
Já a palavra estratégia é oriunda de strategia do grego antigo, que 
significa a qualidade e habilidade do general. O apelo de uma liderança e 
comando de um general é similar à determinação do presidente de uma 
organização, que busca de conquista de mercado por meio de situações 
estratégicas somadas às ações de realização. 
TEMA 1 – CENÁRIOS: CONCEITOS, OBJETIVOS E FERRAMENTAS 
O cenário é uma visão de futuro internamente consistente, baseado em 
suposições plausíveis sobre os importantes temas que podem influenciar um 
setor (Porter, 1996). A visão do futuro que Porter cita está relacionada aos 
fatores de mercado, como as ameaças e oportunidades, influências de um 
cenário político e as tendências como agente externo de mudanças. O motivo 
pelo qual criamos cenários está no sentido de projetarmos possíveis situações 
futuras favoráveis ou desfavoráveis ao negócio de uma empresa, a qual 
constantemente vive está sujeita aos riscos. 
A empresa, desde sua constituição e durante todo o seu ciclo de vida, 
passa constantemente por variações em seu estado diretivo, ou seja, certas 
decisões tomadas por seus controladores podem gerar exposição a riscos em 
graus elevados. Como não é possível excluir riscos de um negócio, resta buscar 
um gerenciamento eficaz para reduzi-los. A partir do pensamento relatado, é 
incluso no planejamento de uma corporação as ideias de estratégia e de 
construção de cenários. 
O objetivo de um cenário é demonstrar situações futuras, e não adivinhá-
las, portanto, é fundamental a busca por informações corretas e importantes para 
 
 
4 
seu desenvolvimento. As organizações empresariais atuais somente 
apresentam um cenário de avanço em seus negócios porque, no passado, 
projetaram cenários próximos ao que estamos vivendo hoje. Vejamos um 
exemplo. 
Será que estaríamos tão conectados uns aos outros por aparelhos de 
celulares com funções capazes de resolver nossas necessidades em segundos, 
quando no passado demoraríamos horas, dias, semanas, meses e até anos? 
A Apple, em 2007, fez isso por meio de seu fundador Steve Jobs criando 
o iphone. O aparelho tinha tecnologia capaz de se conectar à internet, chamava 
suas funções de aplicativos e era controlado por meio de toques na tela. Mas 
como Steve Jobs teve essa ideia? No livro Inovação – a arte de Steve Jobs, o 
autor, Camine Gallo, relata que o visionário Steve pensava em conectar as 
pessoas do mundo toda por meio de um aparelho celular, que traria mobilidade 
e constante conexão. 
Logo, o empreendedor Jobs, anos antes, começou a projetar possíveis 
cenários com o aparelho nas mãos das pessoas e começou a desenvolver 
estratégias de desenvolvimento, programação tecnológica e mercadológica, 
para quando o aparelho fosse lançado, o público comprasse o produto e os 
conceitos tecnológicos de conexão entre as pessoas se multiplicassem. 
A Figura 1 demonstra a lógica e entendimento do objetivo pelo qual os 
cenários são construídos. 
Figura 1 – Objetivo dos cenários 
 
As ferramentas necessárias para o planejamento e a construção dos 
cenários estão diretamente ligadas às forças motrizes genéricas que darão 
 
 
5 
ênfase fundamental ao entendimento da projeção futura nos fatores de variação 
do mercado. Os fatores são: econômicos, políticos, sociais e tecnológicos. 
Outro ponto importante que deve ser avaliado na projeção dos cenários 
são os elementos associados às trajetórias dependentes. Mas o que seriam 
essas trajetórias dependentes? O passado, o presente e o futuro estão ligados 
diretamente na projeção de cenários, em virtude de uma atitude no passado 
interferir no presente e até mesmo no futuro. Poderíamos citar exemplos de 
produtos cujo pioneiro lançou uma linha de seguidores ao longo do tempo, como 
as embalagens dos produtos similares à Coca-Cola. A maioria deles surgiram 
com nomes diferentes, porém seguindo o velho padrão da cor vermelha na 
embalagem para destacar o preto do líquido. 
A possível reforma da previdência no país parte de uma situação de 
dependência da trajetória, uma vez que nunca passou por atualizações em suas 
diretrizes no passado e, agora, apresenta situação deficitária e com a previsão 
futura de inadimplência. 
Veja, no quadro adaptado de Wilkinson (2010), as fontes e elementos 
associados à dependência da trajetória. 
Quadro 1 – Elementos associados à dependência da trajetória 
Fontes Elementos associados à dependência da 
trajetória 
Limitações formais - Leis e intervenções governamentais; 
- Normas organizacionais. 
Limitações informais - Valores; 
- Tradições; 
- Modelos mentais. 
Recursos - Competências; 
- Capacidade tecnológica; 
- Disponibilidade de recursos. 
Processos de autorreforço - Intervenções políticas (subsídios); 
- Acordos entre países; 
- Acordos entre empresas; 
- Sustentação social; 
- Retornos crescentes. 
Fonte: Adaptado de Wilkinson, 2010.Dica 
Leia sobre a evolução do conhecimento sobre estratégia: SERRA, F.; 
FERREIRA, M. P. A evolução histórica do conhecimento em estratégia. 
Disponível em: <http://globadvantage.ipleiria.pt/files/2012/08/nota-de-
aula_evolucao-da-estrategia.pdf>. Acesso em: 28 out. 2010. 
 
 
6 
TEMA 2 – OPORTUNIDADES E AMEAÇAS DE MERCADO 
O mundo empresarial apresenta um histórico de dependência da análise 
de SWOT para realizar estudos e práticas de estratégias quando o assunto são 
as ameaças e oportunidades no mercado de atuação de cada empresa. 
Uma visão racional demonstra que, ao abrir uma empresa ou 
desenvolver um novo projeto, sempre haverá a exposição a riscos. Esses riscos 
estão diretamente ligados aos fatores de ameaças e oportunidades impostos 
pelo mercado. Logo, precisamos conhecer na íntegra o que é uma oportunidade 
e o que é uma ameaça, antes de enumerá-las frente ao mercado. 
O norte-americano Albert Humphrey, entre as décadas de 1960 e 1970, 
desenvolveu uma pesquisa na Universidade de Stanford usando dados da 
Fortune 500, uma revista que compõe um ranking das maiores empresas 
americanas. A pesquisa buscava desenvolver um estudo capaz de analisar os 
cenários ambientais internos (pontos fortes e fracos) e externos (ameaças e 
oportunidades) da empresa perante sua cadeia de existência. A pesquisa 
produziu resultados satisfatórios para a ferramenta SWOT que passou a ser 
utilizada nas tomadas de decisões das empresas, tanto na gestão quanto no 
planejamento estratégicos. 
Com a conclusão do estudo de Humphrey, a análise de SWOT passou 
a definir as ameaças como os aspectos externos negativos que podem colocar 
em risco as vantagens competitivas da empresa. Como exemplo, podemos citar 
concorrência forte com entrantes em condições similares para competirem com 
o negócios e perda de funcionários-chaves para o mercado. Já as 
oportunidades são os aspectos externos positivos que elevam a vantagem 
competitiva da empresa. Como exemplo, mudança de hábitos de consumo de 
clientes e encerramento das atividades de um concorrente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Figura 2 – Ameaças versus oportunidades de mercado 
 
Fonte: shutterstock.com 
O mercado brasileiro e o mundial obrigam as organizações e as pessoas 
a serem dinâmicas e ágeis em suas condutas e decisões profissionais. Logo, 
questiona-se: o que fazer para não se pego de surpresa com as variâncias do 
mercado? 
A resposta para essa pergunta está na fase de prevenção, ou seja, 
preparar-se antes que as variações ocorram. Uma pessoa está ameaçada de 
perder o seu trabalho de anos em virtude de mudanças tecnológicas estarem 
substituindo sua tarefa com maior velocidade e menor custo. Se essa pessoa 
fizesse sua parte antecipadamente, estudando, aperfeiçoando-se antes de se 
sentir ameaçada, já estaria agindo para não correr o risco de perder seu posto 
ou, em extremo caso, mudar de função. 
O exemplo anterior também pode ser aplicado às empresas, uma vez 
que muitas delas não realizam estudos frequentes sobre ameaças e 
oportunidades do seu mercado e pagam um preço caro por isso. 
Para compreender melhor, é válido citar o que aconteceu com a empresa 
Kodak com o crescimento e a evolução da foto digital pelos aparelhos celulares, 
tablets, entre outros. Mesmo a Kodak criando uma versão digital de fotografia 
em 1975, não se preparou de forma avançada para as ameaças que a nova 
tecnologia trouxe ao mercado. Resumo da história, estava mais focada em seu 
produto e na crença que ele ditava as regras do mercado do que em estudar as 
ameaças que a foto digital trouxe para o negócio. 
 
 
8 
Vamos avaliar, a seguir, alguns pontos para levantar as ameaças e 
oportunidades do mercado. 
Ameaças 
• Meu concorrente direto apresenta estrutura para competir em igualdade 
com minha empresa? 
• Existe espaço para crescer no mercado? Quantos concorrentes estão na 
disputa do mercado junto da minha empresa? 
• A dinâmica atual do mercado pode interferir na manutenção e expansão 
da minha empresa? 
• Quais seriam as consequências de uma interferência política no mercado 
de atuação da empresa? 
Oportunidades 
• O público potencial da empresa está aberto para mudança de consumo? 
• O mercado tem público-alvo segmentado? 
• Os concorrentes estão consolidados no mercado? 
• A legislação do mercado de atuação da empresa está consolidada? 
É importante reforçar que as perguntas abordadas anteriormente, tanto 
em ameaças quanto em oportunidades, são pontos de partida para levantar 
possíveis ameaças e oportunidades as quais a empresa possa estar exposta em 
seu negócio ou possível projeto a ser lançado. 
Saiba mais 
Para complementar os estudos do conteúdo sobre ameaças e 
oportunidades, sugiro a leitura na íntegra do artigo sobre a empresa Kodak: 
JANSEN, T. Mal na foto: a revolucionária Kodak não soube se reinventar. O 
Globo, 19 jan. 2012. Disponível em: 
<https://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/mal-na-foto-revolucionaria-
kodak-nao-soube-se-reinventar-3712604>. Acesso em: 28 out. 2017. 
TEMA 3 – POLÍTICAS, INFLUÊNCIAS E TENDÊNCIAS 
A política retrata o conjunto de programas e ações tomadas pelo governo 
com o propósito de assegurar os direitos de cidadania para os diversos grupos 
da sociedade do país. As tendências são forças que direcionam as variações 
 
 
9 
dos fatores fundamentais de evolução de uma sociedade, tais como: políticos, 
ambientais, sociais, tecnológicos e econômicos. 
Um exemplo de política que podemos citar é: a água é concebida na 
Carta da República como bem de uso comum. Para proteger este bem e 
regulamentar seu uso múltiplo, foi instituída a Política Nacional de Recursos 
Hídrico, mediante a Lei Federal n. 9.433. Quando entramos em uma linha de 
estudos de políticas e pelo atual momento do país devemos enfatizar a política 
pública. As políticas públicas podem ser formuladas principalmente por iniciativa 
dos poderes executivo ou legislativo, separada ou conjuntamente, a partir de 
demandas e propostas da sociedade. 
A participação da sociedade na formulação, no acompanhamento e na 
avaliação das políticas públicas, em alguns casos, é assegurada na própria lei 
que as institui. Assim, no caso da educação e da saúde, a sociedade participa 
ativamente por meio dos conselhos, em nível municipal, estadual e nacional. 
Audiências públicas, encontros e conferências setoriais são também 
instrumentos que vêm se afirmando nos últimos anos como forma de envolver 
os diversos seguimentos da sociedade em processo de participação e controle 
social. A Lei Complementar n. 131 (Lei da Transparência), de 27 de maio de 
2009, quanto à participação da sociedade, assim determina: 
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, 
durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de 
diretrizes orçamentárias e orçamentos. 
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da 
sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a 
execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso 
público. 
Assim, de acordo com essa lei, todos os poderes públicos em todas as 
esferas e níveis da administração pública, estão obrigados a assegurar a 
participação popular. 
Uma vez que a política interfere diretamente nos negócios do mercado, 
ela se torna uma força motriz capaz de alterar situações de cenários futuros em 
qualquer setor da economia e até mesmo em forças de projetos ambientais, 
sociais e tecnológicos. Os efeitos de uma política em cenários são visualizados 
claramente quando o governo interfere diretamente na economia por meio de 
uma decisão para aumento ou redução na taxa de juros. Isso também ocorre 
quando há políticas de cortes nos gastos públicos, reduzindo investimentos e 
geração de oportunidades de emprego. 
 
 
10 
Os fatores de influência em cenários são caracterizados pelo poder de 
impacto que exercem em certas variáveis ou forçasmotrizes que alteram as 
condições de resultado da projeção em um cenário. 
Como linha de estudos, para a compreensão da influência em cenários 
podemos citar as decisões políticas na economia e no mercado, as rupturas 
adversas e inesperadas como a corrupção. Os fatores de influência como o 
político e o econômico fazem um país ficar inerte a geração de riquezas e 
desenvolvimento econômico. 
Um exemplo da influência em cenários são legislações criadas e não 
esperadas que obrigam as empresas a se reestruturarem em suas estratégias 
para competirem e se manterem vivas no mercado. 
Outra grande força de alteração na projeção de cenários são as 
tendências do mercado, como: comportamento de consumo do cliente, inovação 
tecnológica, mudança de renda per capita entre outras. 
Vejamos um estudo de tendência que pode mudar o resultado de um 
cenário futuro, conforme demonstra o estudo divulgado pelo IBGE. Segundo o 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dados recém-divulgados revelam 
que o cachorro é, de fato, o melhor amigo do homem (e da mulher). Em 44,3% 
dos domicílios brasileiros, há pelo menos um cachorro, com um total estimado 
de 52,2 milhões de cães. Já a população de gatos foi avaliada em cerca de 22 
milhões. 
Se considerarmos a escala de crescimento das populações pet citadas, 
encontramos um cenário otimista para empresas que atuam no mercado pet, no 
entanto, o cenário para o indicador de natalidade no país pode ser pessimista, 
uma vez que as famílias estão optando mais em ter cachorros ou gato do que 
filhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
Figura 3 – Tendências de mercado 
 
Fonte: shutterstock.com 
TEMA 4 – CONJUNTURA: PASSADO, PRESENTE E FUTURO 
A conjuntura demonstra a combinação de acontecimentos em um 
determinado momento, seja passado, presente e futuro. Esses acontecimentos 
são forças motrizes que interferem diretamente nas projeções de cenários. Para 
melhor compreensão do assunto, faça uma leitura do trecho a seguir, que 
representa uma parte do painel de conjuntura macroeconômica da escola de 
negócio ISAE FGV: 
Atividade Econômica recessão persiste mesmo com leve melhora do 
consumo das famílias. O PIB do 3º trimestre de 2016 apresentou 
redução de 0,8% na comparação com o trimestre anterior (gráfico 1) e 
retração de 2,9% em comparação com o mesmo período de 2015. A 
Inflação desacelera refletindo os fundamentos da recessão O IPCA-
15 fechou em 0,26% no mês de novembro, abaixo das projeções de 
mercado. A inflação recuou para 7,64%, ante 8,27% observado em 
outubro. O Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 13,75% a.a., sem 
viés. Trata-se da continuidade da série de cortes iniciados em 2016 e 
prevista para 2017, em ritmo mais lento do que o considerado 
anteriormente pelo mercado, mas adequado ao momento de incerteza 
quanto ao rumo da economia americana sob o comando Trump e a 
aprovação dos ajustes fiscais propostos pelo governo Temer. O 
Mercado de Trabalho apresenta persistente deterioração O mercado 
de trabalho está em constante deterioração. De acordo com os dados 
do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), foram 
fechados cerca de 75 mil empregos formais de trabalho em outubro. A 
 
 
12 
Balança Comercial Saldo positivo reflete baixa produção industrial e 
câmbio apreciado. As exportações brasileiras superaram as 
importações em US$ 4,75 bilhões em novembro conforme dados do 
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O Setor Público 
repatriação melhorou o resultado de outubro O setor público 
consolidado registrou superávit primário de R$ 39,6 bilhões em 
outubro. Porém, excluindo os R$ 45 bilhões arrecadados com receitas 
da repatriação no mês, o resultado primário seria de déficit de R$ 5,4 
bilhões. 
É fundamental perceber, após a leitura de partes deste boletim, que o 
mesmo visa demonstrar situações condicionadas nos setores específicos da 
atividade econômica, como: PIB, inflação, juros, mercado de trabalho, balança 
comercial, entre outros. 
Uma ótima dica para entender a conjuntura da política, por exemplo, é 
estudá-la por partes e, depois, descrever um texto com os principais pontos de 
conexões de um setor para com o outro. 
As conjunturas podem ser divididas para estudo da seguinte maneira: 
• Conjuntura política; 
• Conjuntura ambiental; 
• Conjuntura social; 
• Conjuntura econômica, dividia em linhas de estudos como: micro e 
macroeconômicas. 
Entenda que as situações conjunturais são descritas a partir das forças 
motrizes conhecidas como PASTE – Política Ambiental Social Tecnológica 
Econômica. Logo, podemos concluir que os cenários mais comuns são os das 
categorias política e econômicas, no entanto, nada impede de construirmos 
cenários específicos e gerais das demais categorias. 
Veja, no quadro a seguir, os principais fatores de alteração da conjuntura 
das forças motrizes no passado, presente e futuro: 
Quadro 2 – Fatores de alteração 
Força Motriz Fatores 
Fatores políticos 
 
- Resultados eleitorais; 
- Atos legislativos; 
- Regulações; 
- Litígios e conflitos. 
Fatores ambientais 
 
 
- Aquecimento global; 
- Desmatamento de florestas tropicais; 
- Legislação sustentável; 
 
 
13 
- Extinção de animais. 
Fatores sociais 
 
- Mobilidade social; 
- Valores culturais e sociais; 
- Estilo de vida; 
- Novas expectativas ou necessidades. 
Fatores tecnológicos 
 
- Impacto de novas tecnologias; 
- Impacto de redes sociais; 
- Adoção de tecnologias sustentáveis. 
Fatores econômicos 
 
-Variáveis macroeconômicas; 
- Movimentos econômicos genéricos; 
- Nível e padrões de concorrência; 
- Condições da infraestrutura; 
- Acordos comerciais com países vizinhos. 
TEMA 5 – ESTRUTURAS DE MERCADOS E SUAS INFLUÊNCIAS 
Perante a característica dos bens ou serviços prestados por uma 
empresa, ela está estruturada no mercado em vários formatos. A estes formatos 
distintos damos o nome de estruturas de mercados. As estruturas de mercados 
são importantes para as empresas, uma vez que a partir delas as organizações 
podem atuar na formação de seus preços, ofertando sua capacidade de 
produção (quantidade) e também compreender que tipo de concorrência existe 
no seu setor de atuação. Concorrências são as estruturas de mercado 
responsáveis por influenciar na concentração de produtores em mercados com 
poucas empresas para produzir aquele produto ou serviço, gerando monopólio 
ou várias empresas para ofertar um produto ou serviço gerando oligopólio. 
As principais estruturas de mercado são concorrência perfeita; 
oligopólio; monopólio; concorrência monopolística. Vamos conhecê-las. 
• Concorrência perfeita: nessa estrutura os mercados são competitivos e 
as empresas maximizam seus lucros. Já os consumidores são racionais, 
ponderam custo e benefícios, decidem com base em seus interesses 
individuais. A concorrência perfeita gera como vantagens uma economia 
eficiente e a concorrência determinará apropriação da renda. 
• Monopólio: o mercado passa a depender de uma única empresa que 
gera fortes barreiras de entrada. O volume de capital necessário para 
entrar no mercado é elevado, existe uma escala mínima de produção, 
 
 
14 
domínio da tecnologia, domínio da patente, controle de matérias-primas 
básicas e concessões do poder público. 
• Oligopólio: o número de empresas é reduzido e competem entre si, 
dificultando a entrada de novos concorrentes. As barreiras de entrada de 
capital são grandes e o produto homogêneo ou diferenciado. Os acordos 
fundamentais dessa estrutura estão no nível de produção, preços e 
mercados (conluio) ou cartel (acordo). 
• Concorrência monopolista: o produto é diferenciado, mas há substitutos 
próximos; na embalagem percebe-se estratégia de promoção de vendas 
e marketing, a marca destaca o produto, como se a empresa conseguisse 
fazer o consumidor acreditar que não existe outro produto substituto; 
muitas empresas. 
As outras estruturas do mercadotambém conhecidas são: 
• Monopsônio: um só comprador para muitos vendedores; 
• Oligopsônio: poucos compradores para muitos vendedores; 
• Monopólio bilateral: um comprador para um vendedor apenas. 
Leitura obrigatória 
Realize a leitura do arquivo em PDF que relata a fusão e aquisição na 
indústria bancária. Este texto auxiliará seus estudos para compreender as 
estruturas de mercado. Disponível em: 
<http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos15/1022295.pdf>. Acesso em: 28 out. 
2017. 
Você sabia? 
No mercado moderno de hoje, as empresas e grupos corporativos 
necessitam projetar cenários para alcançar seus resultados e sustentar sua 
existência? Graças às projeções de cenários, elas podem planejar e executar 
estratégias capazes de produzir orientações para a conduta do modelo de 
negócio no mercado. Por isso, procure sempre estudar e criar cenários até 
mesmo para sua vida pessoal. É um exercício fundamental para um administrado 
de empresas. 
Dica 
Assista ao vídeo em que o economista Ricardo Amorim fala sobre a 
eficiência em períodos de transformação: RICARDO Amorim. Eficiência em 
 
 
15 
períodos de transformação. Disponível em: <https://youtu.be/ajq43kdbRsU>. 
Acesso em: 28 out. 2017. 
 
TROCANDO IDEIAS 
É muito importante, quando estamos diante de artigos e reportagens 
publicados por acadêmicos e mídia respectivamente, tentarmos, por meio dos 
conhecimentos obtidos nesta aula, identificar as forças motrizes e seus fatores 
de variação, analisar de que maneira as ameaças e oportunidades podem 
interferir nas forças e, por fim, estudar o mercado do negócio, descobrindo e 
compreendendo em que estrutura ela opera para que possamos projetar a real 
situação da empresa dentro do mercado em que atua. 
NA PRÁTICA 
A empresa XZON importadora de veículos decidiu importar carros da 
Ferrari no último ano. Ela possui conhecimento na área de importados, porém 
somente trabalhava com Lamborghini e Land Rover. Levando em consideração 
um cenário futuro para os próximos três e pesquisando mais sobre o mercado 
de importação de veículos responda: 
• Quais ameaças e oportunidades a XZON encontrará? 
• Em uma estrutura de mercado com concorrência perfeita, quais 
estratégias ela deveria assumir para obter bons resultados no cenário 
futuro? 
FINALIZANDO 
O importante nos estudos (análise) e desenvolvimento (descrição) de 
cenários é compreender fatores fundamentais para sua constituição, ou seja, as 
forças motrizes que interferem através de variâncias no estado do cenário. Nos 
temas tratados, conhecemos um pouco da parte conceitual de cenários, de 
estudos que devem ser levantados sobre ameaças e oportunidades, análise da 
conjuntura nos momentos passados, presentes e futuros e, por fim, as estruturas 
de mercados que influenciam diretamente os modelos de negócios empresariais 
que ofertam seus produtos ou serviços para economia. 
16 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei Complementar n. 131 (Lei da Transparência), de 27 de maio de 
2009. Diário Oficial da União, Brasília, 28 maio 2009. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp131.htm>. Acesso em: 28 out. 
2017. 
BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria de Política Econômica. Boletins 
diários. Disponível em: <http://www.spe.fazenda.gov.br/boletins-de-
indicadores>. Acesso em: 30 maio 2017. 
ESTRUTURAS de Mercado. Disponível em:
<http://professor.ufop.br/sites/default/files/paganini/files/aula10_11_12.pdf>. 
Acesso em: 1 jun. 2017. 
FERREIRA, P. V. Análise cenários econômicos. Curitiba: InterSaberes, 2015. 
GONÇALVES, R. R.; TORRES, A. P.; RODRIGUES, M. R. A; ZYGIELSZYPER, 
N. R. Cenários econômicos e tendências. São Paulo: FGV, 2011. 
JANSEN, T. Mal na foto: a revolucionária Kodak não soube se reinventar. O 
Globo, 19 jan. 2012. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/mal-na-foto-revolucionaria-
kodak-nao-soube-se-reinventar-3712604>. Acesso em: 28 out. 2017. 
O QUE são políticas públicas? Disponível em: 
<http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/coea/pncpr/O_que_sao_Politi
casPublicas.pdf>. Acesso em: 30 maio 2016. 
SERRA, F.; FERREIRA, M. P. A evolução histórica do conhecimento em 
estratégia. Disponível em: <http://globadvantage.ipleiria.pt/files/2012/08/nota-
de-aula_evolucao-da-estrategia.pdf>. Acesso em: 28 out. 2010. 
17 
RESPOSTAS 
Estudamos nesta aula que as ameaças e oportunidades estão ligadas 
diretamente ao mercado de atuação específico e geral, logo, são pontos a serem 
observados no âmbito externo. Então, para uma importadora de carros, sabemos 
as ameaças que estão na política de importância da economia com as barreiras 
alfandegárias, variação da moeda estrangeira e custo alto de investimento no 
mercado de carros de luxo esportivos. Já as oportunidades estão no fato de 
existirem poucos concorrentes, em virtude dos investimentos necessários para 
importar os veículos, margem de ganho atrativa e conquista de público fidelizado. 
As estratégias seriam: 
• Condições atrativas de pagamento;
• Programa de fidelidade para compras futuras de novos veículos;
• Atendimento de qualidade e capacitação técnica dos funcionários.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO DE CENÁRIOS 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Cleverson Luiz Pereira 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Na construção de um cenário encontramos três parâmetros de forças 
motrizes capazes de interferir em suas mudanças comportamentais, sendo eles: 
os indicadores de P.A.S.T.E (Político – Ambiental – Social – Tecnológico – 
Econômico), os eventos predeterminantes e as forças mercadológicas de Porter 
como concorrentes, entrantes, clientes, fornecedores e substitutos. Desses 
indicadores, percebemos claramente que os indicadores de P.A.S.T.E são 
mensurados e acompanhados em suas volatilidades por meio de variáveis 
capazes de projetar situações diferentes de acordo com o comportamento do 
cenário estudado. Por exemplo, em uma projeção de desaceleração do indicador 
econômico Produto Interno Bruto – PIB – poderemos visualizar um cenário em 
processo de recessão da economia no que tange à geração de riquezas pelo 
país. 
CONTEXTUALIZANDO 
A história conta que a Bússola foi criada no Século I a.C., na China, pois 
foi a civilização chinesa a primeira na utilização de propriedades da magnetite 
para localizar os pontos cardeais. Para a cultura chinesa ter um norte no 
direcionamento de suas estratégias, sempre era de fundamental importância 
para o crescimento da civilização daquele país perante o mundo, tanto que o 
imperador sentava no seu trono em uma localização ao Norte de seu palácio, 
com vista para o Sul. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
Figura 1 – Bússola 
 
Fonte: Shutterstock 
Quando trazemos a importância de uma bússola na direção dos objetivos 
de um país, encontramos os indicadores econômicos, ambientais, sociais, 
tecnológicos e políticos, além do crescimento e desenvolvimento como seus 
pontos cardeais na projeção de cenários. 
No mundo empresarial capitalista deste país acrescentaríamos os 
indicadores de estudos particulares e regionais do modelo de negócios. 
O fator de importância dos indicadores no planejamento e construção de 
cenários está em suas oscilações diante do tempo e das maneiras diferentes 
que se comportam mediante a ação de forças motrizes que podem, a qualquer 
momento, interferir nas suas variâncias. 
TEMA 1 – INDICADORES ECONÔMICOS 
Na maioria das vezes que pensamos em economia, vem em mente os 
indicadores, como taxa de juros, taxa de inflação, dólar entre outros. Esses 
indicadores possuem, por meio do comportamento de suas variações, a 
capacidade de demonstrar matematicamente a situação econômica do país e a, 
consequentemente, proporcionar condições para a tomada de decisões e 
atitudes com relação à gestão e controle de uma empresa. Portanto, os 
 
 
4 
indicadores econômicos são parâmetros variáveis que demonstram, por meiode 
suas oscilações, comportamentos distintos da economia de um país. 
Para utilizarmos os indicadores econômicos em construção e avaliação 
de cenários, precisamos, primeiramente, compreender a funcionalidade dele 
dentro da economia, para então fazermos as devidas análises e conclusões. O 
primeiro indicador a ser estudado está diretamente ligado à geração de riquezas 
da economia de um país, o PIB. Sua importância está no fato de que é por meio 
dele que se mede a produção de um país num determinado período de tempo. 
1.1 Produto Interno Bruto – PIB 
O PIB representa o somatório da produção final de bens e serviços 
realizada em território nacional, independentemente da nacionalidade dos 
agentes econômicos, num determinado período de tempo (normalmente um 
ano). 
O PIB leva em conta a produção de três grupos principais: 
• Agropecuária ou agronegócios: formada por Agricultura, Extrativa 
Vegetal e Pecuária; 
• Indústria: que engloba Extrativa Mineral, Transformação, Serviços 
Industriais de Utilidade Pública e Construção Civil; 
• Comércio/prestação de serviços: incluem Comércio, Transporte, 
Comunicação, Serviços da Administração Pública e outros serviços. 
Para se evitar a dupla contagem na aferição do PIB, os bens e serviços 
intermediários não são considerados, só valem os bens e serviços finais. Isso 
significa que a farinha de trigo vendida no supermercado entra na composição 
do PIB, em função de sua venda, mas o trigo utilizado para fazê-la, não, isto é, 
o trigo já está somado no PIB agropecuário. O conceito trabalhado anteriormente 
é o de PIB Produção Agregada. 
Já o outro conceito, o PIB Consumo Agregado, é calculado a partir dos 
dados de consumo, investimentos, compras do governo (gasto público) e 
exportações líquidas (exportações menos importações). 
Veja a equação do PIB Consumo Agregado: 
Equação 1 – PIB Consumo Agregado 
PIB = C + I + G + (Exp – Imp) 
 
 
5 
• C = Consumo 
• I = Investimento 
• G = Gasto Público 
• Exp. = Exportação 
• Imp. = Importação 
Conheça também outras definições de PIB: 
• PIB Nominal: PIB a preços correntes. 
• PIB a Preços Constantes ou PIB Real: PIB Nominal – INFL 
• PIB Per Capita: PIB Real / População 
Figura 2 – Movimentação das riquezas geradas pelo PIB 
 
Fonte: Shutterstock 
1.2 Índices de inflação 
Inflação é a alta permanente do nível geral de preços numa economia. 
Reflete, portanto, o comportamento de centenas de preços de produtos e 
serviços. Cada um deles tem seu peso específico para compor a média 
ponderada que constitui o índice de inflação. A elevação do preço de um ou outro 
produto, isoladamente, não caracteriza inflação, embora possa pressionar um 
pouco a taxa geral de variação. 
 
 
6 
Dois dos principais índices de inflação utilizados atualmente no Brasil são 
o IPCA e o IGP-M. 
1.3 Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA 
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA – é utilizado pelo Banco 
Central do Brasil para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no 
sistema de metas da inflação. É calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística – IBGE –, sendo que a população-objetivo do IPCA é referente a 
famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (um) e 40 (quarenta) 
salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, residentes nas 
áreas urbanas das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo 
Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do 
Distrito Federal e do município de Goiânia. 
A periodicidade do índice é mensal e o período de coleta estende-se, em 
geral, do dia 1º ao dia 30 do mês de referência. 
1.4 Índice Geral de Preços do Mercado – IGP-M 
De acordo com o site Índices e Indicadores1, o Índice Geral de Preços do 
Mercado é um indicador que mostra o movimento dos preços e foi criado 
justamente para este fim: servir de medida da movimentação dos preços de 
forma abrangente, ou seja, englobando não apenas tipos diferentes de 
atividades, mas também as distintas etapas dos processos de produção. Com 
periodicidade mensal, sua finalidade é registrar o ritmo evolutivo de preços como 
medida síntese da inflação nacional. O IGP-M é composto pela média ponderada 
do Índice de Preços no Atacado (60%) – IPA –, Índice de Preços ao Consumidor 
(30%) – IPC – e Índice Nacional de Custo da Construção (10%) – INCC –, sendo 
que a coleta de preços é feita entre o dia 21 do mês anterior ao de referência e 
o dia 20 do mês de referência. 
1.5 Taxa de Câmbio 
“O câmbio está R$ 3,22”. O que significa isso? Quando dizemos que “o 
câmbio está R$ 3,22”, estamos dizendo que a quantidade de moeda nacional 
 
1 Disponível em: <http://www.indiceseindicadores.com.br/igp-m/>. Acesso em: 26 out. 2017. 
 
 
7 
necessária para que se adquira uma unidade de moeda estrangeira (nesse caso, 
o dólar americano) é R$ 3,22. A taxa cambial mede o valor externo da moeda, 
fornecendo uma relação direta entre os preços domésticos e os preços 
praticados nos demais países. 
Logo, Taxa de Câmbio é a quantidade necessária de moeda nacional (R$) 
para adquirir uma moeda estrangeira, por exemplo, 1 dólar americano (US$). 
Vale lembrar que a Taxa de Câmbio estabelece uma relação entre duas moedas 
quaisquer. 
1.6 Taxa de Juros 
As taxas de juros também são fundamentais para a economia e para o 
mercado financeiro. As taxas de juros são de fundamental importância para as 
decisões de investimento ou de consumo, por isso, é importante que você 
conheça algumas das taxas de juros do mercado brasileiro. A Taxa de Juros é 
um preço muito relevante, porque é o preço de uma mercadoria especial: o 
dinheiro. 
1.7 Taxa SELIC 
A SELIC Meta é a taxa divulgada pelo Comitê de Política Monetária –
COPOM –, a cada 45 dias, servindo como parâmetro para a consecução das 
metas de inflação. É a taxa básica da economia do país. 
Para o portal Infomoney, A SELIC Over é obtida a partir do financiamento 
no mercado interbancário lastreado em títulos públicos, sendo calculadas 
diariamente. São registradas no Serviço Especial de Liquidação e Custódia 
(SELIC) na forma de operações compromissadas. 
1.8 Certificado de Depósito Interfinanceiro – Taxa CDI 
O CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro – é um título privado 
negociado, exclusivamente, entre instituições financeiras em transações 
fechadas por meio eletrônico e registradas nos computadores das instituições 
envolvidas e nos terminais da CETIP. A maioria das operações são negociadas 
por um dia. 
 
 
8 
Portanto, a Taxa CDI, ou Taxa DI, é o resultado da média diária das taxas 
de juros praticadas nas operações de repasses de recursos entre instituições 
financeiras, com garantias desses títulos. 
1.9 Taxa Referencial – TR 
A TR foi criada no Plano Collor II com a intenção de ser uma taxa básica 
referencial dos juros a serem praticados no mês. É utilizado no cálculo do 
rendimento da Caderneta de Poupança, algum título público, bem como em 
empréstimos do Sistema Financeiro da Habitação – SFH. 
Para se calcular a TR, é necessário ter-se calculado antes a Taxa Básica 
Financeira – TBF, a qual é formada pela média diária das taxas de juros 
praticadas nas operações de Certificado de Depósito Bancário – CDB – e Recibo 
de Depósito Bancário – RDB – dos 30 maiores bancos. 
A base de cálculo da TR é a TBF. No entanto, para o cálculo da TR aplica-
se um redutor sobre a TBF. O redutor tem por objetivo descontar a porcentagem 
equivalente à parte real de juros. Podemos dizer, indiretamente, que a TR advém 
das taxas praticadas pelos Bancos nas captações via CDBs. 
Importante 
O Comitê de Política Monetária – COPOM – foi instituído em 1996, com o 
objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de 
juros. A criação do Comitê buscou proporcionar maior transparência e ritual 
adequado ao processo decisório.Atualmente, diversas autoridades monetárias 
em todo o mundo adotam uma prática semelhante, facilitando o processo 
decisório, a transparência e a comunicação com o público em geral. 
Desde a implantação do regime de "metas para a inflação" (em 1999) 
como diretriz de política monetária, as decisões do COPOM passaram a ter como 
objetivo cumprir as metas para a inflação definidas pelo Conselho Monetário 
Nacional. Se as metas não forem atingidas, cabe ao presidente do Banco Central 
divulgar, em Carta Aberta ao Ministro da Fazenda, os motivos do 
descumprimento, bem como as providências e prazo para o retorno da taxa de 
inflação aos limites estabelecidos. 
Formalmente, os objetivos do COPOM são: 
• Implementar a política monetária; 
• Definir a meta da taxa SELIC e seu eventual viés, a cada 45 dias; 
 
 
9 
• Analisar o relatório de inflação. 
1.10 Índice Bovespa – Ibovespa 
Segundo o site da BM&FBovespa, o Ibovespa: 
É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações 
constituída em 2/1/1968 (valor-base: 100 pontos), a partir de uma 
aplicação hipotética. Supõe-se não ter sido efetuado nenhum 
investimento adicional desde então, considerando-se somente os 
ajustes efetuados em decorrência da distribuição de proventos pelas 
empresas emissoras tais como: reinversão de dividendos recebidos e 
do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, além da 
manutenção em carteira das ações recebidas em bonificação. 
Dessa forma, o índice reflete não apenas as variações dos preços das 
ações, mas também o impacto da distribuição dos proventos, sendo 
considerado um indicador que avalia o retorno total de suas ações 
componentes. 
A finalidade básica do Ibovespa é a de servir como indicador médio do 
comportamento do mercado. 
A BM&FBovespa calcula seu índice em tempo real, considerando os 
preços dos últimos negócios efetuados no mercado a vista (lote-padrão) com 
ações componentes de sua carteira. 
1.10.1 Representatividade do Ibovespa 
Em termos de liquidez, as ações integrantes da carteira teórica do Índice 
Bovespa respondem por mais de 80% do número de negócios e do volume 
financeiro verificados no mercado a vista (lote-padrão) da BM&FBovespa. 
A participação de cada ação na carteira tem relação direta com a 
representatividade desse título no mercado de acordo com duas variáveis de 
mensuração, sendo elas: número de negócios e volume financeiro ajustado ao 
tamanho da amostra. 
Essa representatividade é obtida pela seguinte fórmula: 
𝐼𝐼𝐼𝐼 = �
𝑛𝑛𝑛𝑛
𝐼𝐼
∗ 
𝑣𝑣𝑛𝑛
𝑉𝑉
 
 
Onde: 
• IN = índice de negociabilidade; 
• ni = número de negócios com a ação “i” no mercado a vista (lote-padrão); 
 
 
10 
• N = número total de negócios no mercado a vista da BOVESPA (lote-
padrão); 
• vi = volume financeiro gerado pelos negócios com a ação “i” no mercado 
a vista (lote-padrão); 
• V = volume financeiro total do mercado a vista da BOVESPA (lote-
padrão). 
1.10.2 Apuração do Índice Bovespa 
O Portal da BM&FBovespa explica também que: 
Índice Bovespa é o somatório dos pesos (quantidade teórica da ação 
multiplicada pelo último preço da mesma) das ações integrantes de sua 
carteira teórica. Assim sendo, pode ser apurado, a qualquer momento, 
por meio da seguinte fórmula: 
𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝑣𝑣𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝑎𝑎𝑡𝑡 = �𝑃𝑃𝑛𝑛, 𝑡𝑡 ∗ 𝑄𝑄𝑛𝑛, 𝑡𝑡
𝑛𝑛
𝑖𝑖=1
 
 
Onde: 
• Ibovespa t = Índice Bovespa no instante t; 
• n = número total de ações componentes da carteira teórica; 
• P = último preço da ação “i” no instante t; 
• Q = quantidade teórica da ação “i” na carteira no instante t. 
Saiba mais 
 Pesquise mais sobre o tema no site: 
<https://www.insper.edu.br/blogdocpp/artigo-crise-pib-e-salarios/>. Acesso em: 
26 out. 2017. 
TEMA 2 – INDICADORES POLÍTICOS E SOCIAIS 
Normalmente, muitos leitores, ouvintes ou telespectadores confundem, 
por meio das mídias, o conceito de político com social. A ação de um está 
diretamente ligada ao outro, no entanto, precisamos visualizar o indicador 
político como uma diretriz tomada capaz de mudar o comportamento da 
administração de um governo no que se refere a suas obrigações como máquina 
 
 
11 
pública. Já o indicador social é o resultado de projetos aplicados e constituídos 
com o propósito de gerar desenvolvimento e oportunidades igualitárias a toda a 
sociedade. Um exemplo seria um projeto político que diretamente interferisse na 
área social, como é caso do PROUNI, que busca potencializar e facilitar o acesso 
à educação por vias da iniciativa privada. 
Os principais indicadores políticos estão direcionados a assuntos de 
desenvolvimento e crescimento de uma nação, como acesso à educação, saúde, 
saneamento básico, segurança, cultura, lazer entre outros. 
Um exemplo a seguir é o relatório emitido pelo PNAD e IBGE por meio do 
artigo disponível em: 
<http://aplicacoes.mds.gov.br/sagirmps/ferramentas/docs/IDB-portugues.pdf>, 
que relata a seguinte situação do Brasil no que tange ao crescimento com 
inclusão social. 
O relatório do PNAD e IBGE explicam no artigo que: 
No Período 2001-2012, a economia brasileira foi marcada pela 
combinação de crescimento econômico e melhoria na distribuição de 
renda. O PIB per capita real brasileiro aumentou 29% e foi 
caracterizado por uma evolução mais favorável da renda da população 
mais pobre. O Coeficiente de Gini, utilizado para avaliar a distribuição 
das riquezas de um determinado lugar ou região, vem caindo de forma 
significativa ao longo dos anos 2000, passando de 0,553 para 0,500 
entre 2001 e 2012. 
Gráfico 1 – PIB per capita Real e Coeficiente de Gini 
 
 
 
12 
Ainda segundo a pesquisa realizada pelo site, foram projetados números 
importantes quanto a Renda Domiciliar, que obteve aumento e reduziu 
parcialmente as desigualdades regionais. 
O crescimento da renda domiciliar per capita – que incorpora todas as 
fontes de renda, incluindo transferências – ocorreu em todo o País, mas foi mais 
intenso nas regiões de menor renda. No Nordeste, esse aumento foi de 4,2% ao 
ano, 45% acima da média nacional. 
Gráfico 2 – Renda domiciliar per capita por região 
 
É importante observar nos indicadores acima que as decisões política 
podem direcionar o país para geração de riquezas, proporcionar emprego e 
melhoria de renda às famílias do país que irá gerar qualidade de vida e bem-
estar. Vale ressaltar que o período supracitado proporcionou crescimento 
também nas oportunidades de postos para educação, tanto na área básica do 
ensino quanto na área acadêmica. 
Os principais indicadores sociais estão ligados diretamente à taxa de 
natalidade, taxa de mortalidade infantil, longevidade, distribuição de renda, entre 
outros. Outro fator importante que devemos mencionar no caso dos indicadores 
é dependência direta que eles possuem junto às decisões políticas do país. 
Portanto, quando construímos cenários abordando indicadores políticos e 
sociais, devemos observar o comportamento histórico dos mesmos, além de 
estudar possíveis intervenções no cenário dos poderes executivo e legislativo. 
Os indicadores sociais também são representativos para a avaliação do 
Brasil perante outros países, pois representam o quanto o pais pode ser 
 
 
13 
desenvolvido, emergente ou subdesenvolvido. Para isso, os órgãos avaliadores 
de outras nações analisam os seguintes indicadores sociais: 
• Expectativa de vida: média de anos de vida de uma pessoa em 
determinado país. 
• Taxa de mortalidade: número de pessoas que morreram durante o ano 
em um determinado país. 
• Taxa de mortalidade infantil: número de crianças que morrem antes de 
completar 1 ano de vida em um determinado país. 
• Taxa de analfabetismo: percentual de pessoas que não sabem ler nem 
escrever. 
• Renda Nacional Bruta (RNB) per capita: paridade de poder de compra 
dos habitantes de um país. 
• Saúde: refere-se a indicador que mede a qualidade da saúde da 
população. 
• Alimentação: refere-se à alimentação mínimaque uma pessoa 
necessita, cerca de 2.500 calorias. 
• Condições médico-sanitárias: acesso a esgoto, água tratada, 
pavimentação. 
• Qualidade de vida e acesso ao consumo: correspondem ao número de 
carros, de computadores, televisores, celulares, acesso à internet, entre 
outros. 
Figura 3 – União social 
 
Fonte:Shutterstock 
 
 
14 
TEMA 3 – INDICADORES AMBIENTAIS E TECNOLÓGICOS 
Os indicadores ambientais e tecnológicos são responsáveis pelo alerta 
nos cenários quanto aos cuidados que o mundo empresarial precisar observar 
em seu negócio para com o mercado. Um exemplo é a conferência das partes 
(COP) que reúne em seus encontros 188 países para debater e desenvolver 
ações para proteção e preservação da biodiversidade e ambiente produz 
diversos indicadores que devem ser acompanhados rigorosamente de perto para 
evitar problemas futuros graves, como é o caso do aquecimento global, falta de 
água, sustentabilidade, entre outros. Já os indicadores tecnológicos demonstram 
claramente a falta da tecnologia da informação, que atualmente significa a 
paralisação do negócio para o mundo corporativo. Por exemplo, hoje as famosas 
bases de dados conhecidas como big datas são capazes de construir um perfil 
de consumo das pessoas e estatísticas de comportamento quanto às 
necessidades de adquirir um produto ou serviço na economia de um país. 
Para compreendermos a preocupação das autoridades de um país em 
mensurar os indicadores ambientais, vejamos os métodos mais usados para 
desenvolver indicadores ambientais, sendo eles: 
• Método: Pressão – Estado – Resposta (PSR), desenvolvido e adotado 
pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – 
OCDE; 
• Forças motrizes, Pressão, Estado, Exposição, Impacto, Ações 
(DPSEEA), desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde –
OMS/ONU; 
• Quantificação do Capital Natural (recursos + sistemas vivos + serviços 
do ecossistema); 
• Múltiplas Exposições/Múltiplo Efeitos (MEME); 
• Enfoque dos Serviços do Ecossistema. 
Quando falamos em indicadores ambientais podemos estudá-los dentro 
de projeções de cenários por meio dos seguintes parâmetros: 
• Emissões atmosféricas: gases do efeito estufa e substâncias 
destruidoras da camada de Ozônio; 
• Água: total de água captada e ou reciclada/reutilizada; 
 
 
15 
• Efluentes tratados: volume descartado e destinação e qualidade da água 
descartada; 
• Resíduos: compostagem, reciclagem, incineração, aterro sanitário, entre 
outros; 
• Áreas contaminadas: áreas contaminadas com e sem processo de 
remediação e total de áreas com monitoramento preventivo. 
Esses indicadores terão presença garantida na projeção de cenários 
futuros, assim como em estudos passados sobre suas variações no que tange 
ao acompanhamento de suas evoluções em busca de preservar e zelar pelo 
meio ambiente do país, ou seja, como cuidamos do planeta que fazemos parte. 
Os setores ambientais também estão diretamente ligados aos controles de 
extinção de animais. 
Figura 5 – Importância da prevenção ambiental 
 
Fonte:Shutterstock 
Os indicadores tecnológicos projetam o desenvolvimento do mercado 
empresarial, que possui o desafio capitalista de vender seus produtos e serviços 
com maior velocidade e com qualidade. Ao invés de automatizar os velhos e 
repetitivos processos, a ênfase agora é alcançar novos mercados e melhorar o 
atendimento ao cliente. O principal cenário de transformação da tecnologia está 
no fato do consumidor ter um acesso maior às informações e capaz de ser ativo 
em suas exigências e necessidades. 
 
 
16 
Na projeção de cenários para a iniciativa privada, os indicadores 
tecnológicos serão referências para a melhoria contínua do modelo de negócio 
envolvendo desde a sua cadeia de suprimentos até a entrega do produto ou 
serviço final ao cliente. Já para a gestão pública a tecnologia promove a 
acessibilidade a serviços ofertados país, estado ou município, a mobilidade e o 
acesso a informações de identificação da transparência da gestão. Outro ponto 
importante está no fator pesquisa científica para a produção de capital 
tecnológico. 
Vejamos, as operações eletrônicas englobam atividades realizadas por 
meio eletrônico e compreendem desde as mais básicas – como a simples 
interação com clientes e fornecedores – até a integração completa da cadeia de 
valor de uma empresa. 
Os indicadores âncoras da evolução da tecnologia da informação no 
mundo empresarial, principalmente no comércio eletrônico, são: e-commerce e 
o e-business. 
• E-commerce: descreve os processos de compra, venda, prestação ou 
troca de produtos ou serviços por meio de redes de computadores, 
incluindo a internet. 
• E-business: não se restringe apenas à compra e venda de produtos e 
serviços, mas também serve clientes, colaborando com parceiros de 
negócios, prestando serviços de e-learning. Vale reforçar que o e-
business não contempla a utilização da internet. 
O importante no conhecimento dos indicadores ambientais e tecnológicos 
é saber que eles podem desenhar cenários capazes de projetar situações 
futuras, baseadas no passado e presente que permitem que a empresa 
desenvolva suas estratégias para o crescimento e sustentação do modelo de 
negócio. Da mesma maneira funciona com setor público do nosso país. 
Saiba mais 
Saiba mais sobre o tema em: 
<http://www.ufrgs.br/gianti/files/artigos/2007/2007_220_Amelia_HF_Mudanca_
Rausp.pdf>. e em 
<http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistaepeqfafibe/sumario/
3/14042010143117.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. 
 
 
17 
TEMA 4 – INDICADORES REGIONAIS E PARTICULARES 
Quando falamos em indicadores particulares e regionais, estamos 
remetendo a estudo microeconômico do cenário, uma vez que os indicadores 
particulares estão diretamente ligados a um modelo de negócio X, assim como 
seu posicionamento no mercado de atuação. Logo, entendemos que uma 
empresa que fabrica sapatos necessitará de um estudo no comportamento dos 
indicadores de sua rede de fornecimento, preço praticado do produto final no 
mercado e como o mercado se encontra naquele momento. O mercado aqui 
citado se trata do mercado de consumo de sapatos que apresenta suas 
peculiaridades de região para região. 
O que são indicadores regionais? São aqueles caracterizados por seus 
comportamentos dentro de um espaço demarcado, ou seja, pode ser um PIB 
municipal, renda per capita de um Estado, taxa de desemprego de uma região, 
entre outros. A colaboração principal desses indicadores para o planejamento de 
cenários está na capacidade que eles demonstram em reproduzir a situação de 
uma localidade específica por projeções variáveis que permitem às empresas ou 
governo, compreender e diagnosticar a situação e, por consequência, 
desenvolver estratégias e ações para adequá-la ao modelo de negócio privado 
ou público. 
Um exemplo prático da utilização desses indicadores está no fato de uma 
indústria que produz remédios estar à procura de um município para instalar uma 
nova planta fabril. Seus dirigentes irão fazer um estudo de viabilidade e uns dos 
norteadores deste estudo serão os indicadores econômicos, políticos, 
ambientais, tecnológicos e sociais da região, uma vez que eles precisarão saber 
as leis municipais, taxas de impostos, educação da população, preservação 
ambiental, acesso à tecnologia entre outros pontos. 
Entenda que todas as vezes que citamos esses indicadores, buscamos 
estudar seus comportamentos passados e atuais para projetarmos suas 
possíveis variações futuras. 
Os indicadores particulares estão diretamente ligados a um modelo de 
negócio da empresa, como exemplo: legislação que controla o negócio no 
mercado, margens econômicas e financeiras produzidas pelo negócio, 
características peculiares da cadeia de suprimentos do negócio, entre outros. 
 
 
18 
Na gestão pública eles representam ao governante a variação para mais 
ou para menos dos indicadores fundamentaispara a aplicação do plano de 
governo dentro do mandato. Exemplo: o crescimento do acesso à educação 
municipal durante o mandato do prefeito eleito. 
Perceba que o percentual desse crescimento é um indicador particular da 
gestão do prefeito eleito. 
TEMA 5 – CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
O motivo principal que levam as empresas a projetar cenários está na 
oportunidade de desenvolver estratégias capazes de gerar crescimento e 
desenvolvimento de resultados tanto financeiros quanto de sustentabilidade da 
bandeira da companhia. Em um país, o crescimento e o desenvolvimento se 
voltam para área econômica, onde serão canalizados os esforços para geração 
de riquezas (crescimento econômico x PIB) e o desenvolvimento do bem-estar 
da sociedade (desenvolvimento social x IDH). 
Quando estudamos e analisamos índices de crescimento e 
desenvolvimento em uma empresa, estamos avaliando, no caso de crescimento, 
os valores de evoluções das receitas, a conquista de mercado, enfim, resultados 
matemáticos capazes de demonstrar que o negócio foi lucrativo e gerou 
riquezas. Já no desenvolvimento, nosso foco é avaliar o quanto a empresa 
capacitou e deu acesso à educação aos seus funcionários, qualidade de vida 
aos mesmos, o valor que ela agrega à sociedade onde está instalada e assim 
sucessivamente. 
Logo, o crescer está ligado a gerar potencial riqueza e o desenvolver está 
ligado ao potencial evolutivo em capacidade de gerar valores. 
No caso de uma projeção de cenários para um país, Estado ou município 
devemos avaliar o comportamento do fator de mensuração de riqueza chamado 
Produto Interno Bruto (PIB) para avaliar sua capacidade de gerar riqueza por 
meio da sistemática de cálculo baseada nos três setores: agronegócios, indústria 
e comércio/ prestação de serviços. 
Segundo o Portal de Investimentos em renda variável do país, ADVFN, 
De acordo com a ótica da demanda, o valor do PIB é calculado a partir 
das despesas em bens e serviços de utilização final, contraídas pelos 
diversos agentes econômicos. É importante salientar que esse tipo de 
cálculo exclui todos os bens e serviços intermediários utilizados na 
produção dos bens e serviços finais. Relembre a sistemática de 
cálculo: 
 
 
19 
PIB = C + I + G + (Exp – Imp), onde: 
C = Consumo 
I = Investimento 
G = Gasto Público 
Exp. = Exportação 
Imp. = Importação 
 
Gráfico 3 – PIB Brasileiro Anual 
 
Fonte: ADVFN.com 
Para projetarmos um processo de desenvolvimento em um país, é 
fundamental observarmos ao longo do tempo a existência de: 
• Crescimento do bem-estar econômico medito por indicadores, como: 
Produto Nacional Total e Produto per capita; 
• Diminuição nos níveis de pobreza, desemprego e desigualdades; 
• Elevação das condições de saúde, nutrição, educação, moradia etc. 
O indicador parâmetro para acompanhar o desenvolvimento social de um 
país é o IDH Índice de Desenvolvimento Humano. O indicador foi criado por 
Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, 
ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998. 
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
(PNUD) “Desde 2010, quando o Relatório de Desenvolvimento Humano 
completou 20 anos, novas metodologias foram incorporadas para o cálculo do 
IDH. Atualmente, os três pilares que constituem o IDH (saúde, educação e 
renda)” são mensurados da seguinte forma: 
 
 
20 
• Uma vida longa e saudável (saúde) é medida pela expectativa de 
vida; 
• O acesso ao conhecimento (educação) é medido por: 
i) média de anos de educação de adultos, que é o número médio de 
anos de educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 
25 anos; 
ii) a expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de 
iniciar a vida escolar, que é o número total de anos de escolaridade 
que um criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar 
receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas 
específicas por idade permanecerem os mesmos durante a vida da 
criança; 
• E o padrão de vida (renda) é medido pela Renda Nacional Bruta 
(RNB) per capita expressa em poder de paridade de compra (PPP) 
constante, em dólar, tendo 2005 como ano de referência. 
Gráfico 4 – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro 
 
Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) 
 Leitura obrigatória 
Realizar a leitura do texto “Construção de cenários: apreciação de 
métodos mais utilizados na administração estratégica”, que o auxiliará na 
compreensão dos indicadores estudados nesta aula para desenvolver e planejar 
cenários. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/ESO1387.pdf>. 
Acesso em: 26 out. 2017. 
Saiba mais 
Saiba mais sobre o tema em: 
<http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2012/artigos/e2012_t00177_pcn50520.pdf
>. Acesso em: 26 out. 2017. Aproveite e também assista ao vídeo no qual 
economistas renomados projetam um perfil da economia do Brasil para os 
próximos anos: <https://www.youtube.com/watch?v=OKnTDZk2NHg>. Acesso 
em: 26 out. 2017. 
Importante 
 
 
21 
É importante, sempre que avaliamos o comportamento dos indicadores 
estudados nesta aula, observarmos suas evoluções e variações ao longo de dois 
parâmetros: passado e presente, e, a partir daí, projetarmo-los em cenários 
futuros. Sempre colocar os indicadores em suas respectivas regiões de 
mensuração e o impacto que ele causa ao modelo de negócio na iniciativa 
privada e na gestão pública. 
TROCANDO IDEIAS 
Os indicadores de P.A.S.T.E podem ser utilizados por qualquer área do 
mercado, seja na iniciativa pública seja na iniciativa privada. Lembrando que eles 
vão caracterizar o comportamento do cenário no futuro por meio de suas 
variações para mais ou para menos no passado. 
Quando estiver avaliando um cenário de sua empresa ou de sua cidade, 
concentre seus estudos nos indicadores citados anteriormente, baseando-se nas 
características peculiares do município ou do modelo de negócio dependendo 
da óptica. 
NA PRÁTICA 
A empresa Zimbale produz couros para bancos de automóveis a todas as 
montadoras de veículos do país. Em virtude da queda nas vendas dos veículos 
nos últimos meses, mediante à crise econômica e política que o país vem 
atravessando, a empresa reduziu suas receitas em 15% no ano. Baseado nesta 
situação, responda quais indicadores estudados na aula irão interferir 
diretamente na melhoria do cenário da Zimbale caso sofram aumentos e 
melhorias? 
FINALIZANDO 
Os cenários possuem forças motrizes que ditam a projeção de seus 
comportamentos. Dentre essas forças, os indicadores de P.A.S.T.E, particulares 
e regionais e o crescimento e desenvolvimento econômicos são fundamentais 
na construção de estratégias capazes de gerar resultados satisfatórios para as 
companhias. Portanto, os indicadores são variáveis que permitem aos 
administradores e economistas de mercado observar as oscilações matemáticas 
 
 
22 
capazes de permitir uma tomada de decisão de direcionamento do negócio de 
forma assertiva. 
 
 
 
23 
REFERÊNCIAS 
AMORIM, E. L. C. de. Indicadores de Sustentabilidade Ambiental. Disponível 
em: 
<http://www.ctec.ufal.br/professor/elca/Aula%20indicadores%20ambientais%20
AIA2.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. 
BATISTA, A. D. MEIO AMBIENTE: PRESERVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. 
Disponível em: 
<http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistaepeqfafibe/sumario/
3/14042010143117.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. 
FERREIRA, P. V. Análise de cenários econômicos. Curitiba: InterSaberes, 
2015. 
FETZNER, M. A. M.; FREITAS, H. Implantação de tecnologia da informação 
nas organizações: os desafios da mudança. Disponível em: 
<http://www.ufrgs.br/gianti/files/artigos/2007/2007_220_Amelia_HF_Mudanca_
Rausp.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. 
GONÇALVES, R. R.; TORRES, A. P.; RODRIGUES, M. R. A; ZYGIELSZYPER, 
N. R. Cenários econômicos e tendências. São Paulo: FGV, 2011. 
IGP-M – Índice Geral de Preço Mercado. Disponível em: 
<http://www.indiceseindicadores.com.br/igp-m/>.Acesso em: 26 out. 2017. 
SECRETARIA do Meio Ambiente do Paraná. O que são políticas públicas? 
Disponível em: 
<http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/coea/pncpr/O_que_sao_Politi
casPublicas.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017. 
INSPER – Instituo de Ensino Superior. A crise, o PIB e os salários. Disponível 
em: <https://www.insper.edu.br/blogdocpp/artigo-crise-pib-e-salarios/>. Acesso 
em: 26 out. 2017. 
 
 
 
24 
GABARITO 
O primeiro indicador fundamental para empresa seria o crescimento do 
Produto Interno Bruto – PIB – queda no indicador de Inflação – IPCA –, redução 
na taxa de desemprego para gerar aumento da renda per capita e consumo das 
famílias do Brasil. Redução de imposto por parte do governo para atrair o 
interesse de compra dos consumidores em período de crise. 
O importante na atividade é perceber que pelo enunciado o problema está 
caracterizado em virtude de oscilações nos indicadores políticos e econômicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO DE CENÁRIOS 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Cleverson Luiz Pereira 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
O planejamento de um cenário precisa trazer às partes interessadas na 
sua construção uma visão que permita construir estratégias mercadológicas para 
produzir resultados em diferentes situações do mercado. Um exemplo claro são 
os parâmetros de estudos propostos para esta aula, como: constantes de 
mercado, leis e projetos de leis, pesquisas científicas, perfil, tendência e 
tecnologia e, por fim, a política e a conjuntura. 
Independentemente do setor de atuação de uma empresa ou pessoa 
física, elas sempre deverão se preocupar com o comportamento dos parâmetros 
citados anteriormente, pois em algum momento eles irão interferir em seu 
comportamento. Por exemplo, caso a reforma da previdência seja aprovada e 
tornar-se uma lei, as pessoas mudariam suas estratégias de poupar recursos, 
visando à tranquilidade futura, pois como o tempo para aposentar aumentaria, o 
foco seria adquirir alternativas paralelas e seguras de investimentos em 
previdências privadas ou outras fontes para investir serão opções a serem 
seguidas pelas pessoas físicas e até fundos previdenciários privados. 
CONTEXTUALIZANDO 
É notório e claro observar que uma decisão política do governo diante de 
uma conjuntura influencia no desenvolvimento de pesquisas no país. Entre os 
efeitos de mudança de cenários futuros após a evasão dos nossos cientistas 
para outros países, podemos destacar uma desaceleração no crescimento e 
geração de capital intelectual para a nossa economia e mercado e consequente 
estacionamento nas evoluções e experiências de pesquisas científicas no Brasil. 
Vale ressaltar que investir em pesquisa é fundamental para um país se 
desenvolver como sociedade e geração de riquezas. Com a situação 
apresentada pelo jornal O Globo, podemos projetar uma situação retroativa para 
o país em um cenário futuro. Outro fator relevante é a situação causa x efeito 
que levou o governo a tomar essa decisão que, provavelmente, foi em virtude da 
conjuntura econômica do momento. 
Logo, a reportagem que indicamos anteriormente deixar evidente que na 
organização e estruturação de cenários, parâmetros importantes que interferem 
no alicerce comportamental das pessoas físicas e jurídicas de um país, podem 
 
 
3 
alterar a projeção e variação de um cenário, seja social, ambiental, político, 
tecnológico e econômico, no futuro. 
Leitura obrigatória 
A reportagem “Cientistas veem retrocessos no cenário das pesquisas”, do 
jornal O Globo, demonstra a insatisfação de cientistas com o cenário de apoio 
às pesquisas no Brasil. O texto está disponível em: 
<https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/cientistas-veem-retrocessos-no-
cenario-das-pesquisas-20743035>. Acesso em: 27 out. 2017. 
TEMA 1 – CONSTANTES DE MERCADO: AS PREDETERMINANTES 
As constantes de mercado são conhecidas como eventos que apresentam 
como característica principal a situação de acontecimentos pré-determinada. 
Como exemplo, podemos citar os eventos ambientais, como aquecimento global, 
que já acontece atualmente e, com o tempo, tende a ficar pior, caso não sejam 
tomadas medidas preventivas. A inovação tecnológica também possui caráter 
pré-determinado a acontecer no futuro de forma diferente do que já acontece 
atualmente. Hoje, uma boa parte da população do país realiza suas transações 
financeiras pela internet (internet banking) e, no futuro, esse número tende a 
crescer mais ainda pelo fato de ser uma constante de mercado, pré-determinado 
a acontecer no futuro, que pode ser em curto ou em longo prazo. 
As constantes de mercado também apresentam características, dentro do 
planejamento de cenários, como força motriz com trajetórias condicionadas ou 
path dependence. 
A melhor tradução na prática para path dependence é que o rumo e o 
ritmo das mudanças ocorridas influenciam e condicionam o rumo e o ritmo das 
mudanças em cursos. Esse termo também é muito utilizado para descrever a 
força influente do passado sobre o futuro (Sydow, Schreyögg e Koch, 2009), 
sendo um processo dinâmico e de grande interesse para os estudos das 
tendências no mercado. 
Saiba mais 
Uma reportagem divulgada pela revista Época demonstra de forma clara 
um exemplo da dependência da trajetória no caso do aquecimento global. Veja 
a seguir: <http://epoca.globo.com/ciencia-e-meio-ambiente/blog-do-
 
 
4 
planeta/noticia/2017/01/o-3-recorde-de-temperatura-seguido-mostra-que-o-
clima-do-planeta-nao-esta-normal.html>. Acesso em: 27 out. 2017. 
O gráfico a seguir, divulgado pela NASA e publicado pela revista Época 
na reportagem citada anteriormente, “faz a comparação de seis diferentes 
agências que monitoram o clima do planeta. Todas elas mostram a mesma 
tendência de aquecimento e recorde em 2016” (Calixto, Revista Época, 
publicação de 18 jan. 2017). 
Gráfico 1 – Tendência de aquecimento global 
 
Fonte: NASA, citado por Calixto, 2017. 
A comparação de seis agências de monitoramento do clima do planeta 
mostra que a temperatura média da Terra está aumentando. O ano de 
2016 bateu novo recorde. O gráfico está em grau Fahrenheit (ºF). 
(Calixto, 2017) 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Figura 1 – Aquecimento global 
 
Fonte: Shutterstock 
Observe que a pesquisa da NASA apresentada na reportagem demonstra 
uma característica clara de dependência da trajetória, uma vez que a emissão 
do gás poluente (CO2) por indústria, carros, vem desde o passado, presente e 
tende para o futuro a continuar elevando as temperaturas. O constante e pré-
determinado aquecimento global pode ser um fator vilão no futuro da 
temperatura mundial se mantida a emissão de CO2, mas também pode ser 
reduzida desde que sejam impostas ações para reduzir a emissão do referido 
poluente. 
Agora, convertendo o exemplo da reportagem de dependência da 
trajetória de um evento pré-determinado para o planejamento de cenários, é 
visível compreender como os cenários nos permitem adotar estratégias para 
conter ou evoluir certos indicadores que podem ajudar ou prejudicar nosso meio 
de convivência, seja como pessoa ou empresa. 
 
 
6 
Gonçalves et al. (2011) citam em sua obra Cenários Econômicos e 
Tendências os exemplos de fontes e elementos associados à dependência da 
trajetória: 
• Limitações formais: leis e intervenções governamentais, normas 
organizacionais; 
• Limitações informais: valores, tradições e modelos mentais; 
• Recursos: competências, capacidade tecnológica e disponibilidade 
de recursos; 
• Processos de autorreforço: intervenções políticas (subsídios e 
reservas de mercado), acordos entre países, acordos entre 
empresas, sustentação social e retornos crescentes. (Adaptado de 
Wilkinson, 2010, citado por Gonçalves et al., 2011) 
Saiba mais 
 Para saber mais, leia o texto disponível em: 
<https://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/v5/pdf-v5/TD_V-a4.pdf>. Acesso 
em: 27 out. 2017.TEMA 2 – LEIS E PROJETOS DE LEIS 
As leis são regras justas e permanentes que expressam a vontade 
imperativa do Estado, a qual todos são submetidos. Em geral, é uma função que 
recai sobre os legisladores dos congressos nacionais dos países. Já o projeto 
de lei é um conjunto de normas que deve ser submetido à tramitação no 
legislativo com o objetivo de se efetivar por meio de uma lei. No Brasil, um projeto 
de lei pode ter sua tramitação iniciada tanto na Câmara dos Deputados como no 
Senado Federal. Uma vez que, tanto a lei quanto o projeto de lei podem mudar 
a sistemática de um mercado, também podem alterar situações de cenários 
futuros. 
Quais são os tipos de lei? 
De acordo com a Constituição do Brasil e com a lógica jurídica de 
aplicação, as leis são classificadas da seguinte maneira: Emendas à 
Constituição, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas, Medidas 
Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções. 
• Emendas à Constituição: enquanto proposta, é considerada um ato 
infraconstitucional sem qualquer normatividade, só ingressando no 
ordenamento jurídico após sua aprovação, passando, então, a ser 
preceito constitucional, de mesma hierarquia das normas constitucionais 
originárias. Em caso de emenda que envolva os preceitos fixados pelo 
 
 
7 
Artigo 60 da Constituição, esta ingressará no ordenamento jurídico com 
status constitucional, devendo ser compatibilizada com as demais normas 
originárias. 
• Leis Complementares: é a espécie normativa sujeita a um processo 
legislativo especial e com matéria própria. Serve para regular os assuntos 
que o legislador constituinte entende de importância fundamental. Ao 
mesmo tempo, o conteúdo da Lei Complementar não pode ser alterado 
por Lei Ordinária devido aos critérios de aprovação. 
• Leis Ordinárias: é o ato legislativo típico por excelência, o ato normativo 
primário que edita normas gerais e abstratas. Caracteriza-se pela 
generalidade de seu conteúdo, podendo tratar de quase toda matéria. A 
exceção é a matéria destinada à Lei Complementar e os assuntos do 
congresso, câmara e do senado (reservados aos decretos legislativos e 
das resoluções). 
A diferença entre Lei Ordinária e Lei Complementar reside em dois 
aspectos: o material e o formal. 
No aspecto material, temos assuntos que obrigatoriamente devem ser 
regulamentados por Lei Complementar, como exemplo a LC 101, de 4 de maio 
de 2000, ou Lei da Responsabilidade Fiscal, por se tratar de parâmetros de 
diretrizes da administração orçamentária (receitas x despesas) do país. A Lei 
Ordinária, por sua vez, é residual, pois trata das matérias que a constituição não 
exige regulamentação por Lei Complementar, Decreto Legislativo ou Resolução. 
Por exemplo, podemos citar a Lei DOU 13.141, de 30 de junho de 2015, que 
inscreve o nome de Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon, no 
livro dos Heróis da Pátria. 
 A segunda distinção é formal e refere-se ao quórum de aprovação da Lei 
Complementar, que é de maioria absoluta, enquanto o quórum de aprovação da 
Lei Ordinária é de maioria simples. Na votação por maioria simples, o Projeto de 
Lei é aprovado se obtiver a maioria dos votos favoráveis dos parlamentares 
presentes na sessão, por exemplo: a Câmara de Deputados é formada por 513 
deputados federais; para iniciar a sessão e ter quórum suficiente, são 
necessários 257 deputados, logo, para a Lei Ordinária ser aprovada, seria 
necessária a maioria simples, ou seja, 129 votos a favor do Projeto de Lei dos 
257 Deputados presentes. Já a votação por maioria absoluta considera os votos 
favoráveis da metade mais um do total dos parlamentares, independentemente 
 
 
8 
do número de congressistas presentes naquela sessão. Portanto, se 
considerarmos o exemplo anterior, seriam necessários 257 deputados votarem 
a favor da Lei Complementar para ela existir, ou seja, metade 256 + 1. 
• Leis delegadas: para o portal legislativo do planalto, significa: “Leis 
editadas pelo Presidente da República, nos limites da autorização 
conferida pelo Congresso Nacional por Resolução”. (Brasil, disponível em: 
<http://www4.planalto.gov.br/legislacao/portal-legis/legislacao-1/leis-
delegadas-1>. Acesso em: 27 out. 2017) 
• Medidas provisórias: de acordo com o site da Câmara dos Deputados 
Federais, “a Medida Provisória (MP) é um instrumento com força de lei, 
adotado pelo presidente da República, em casos de relevância e urgência. 
Produz efeitos imediatos, mas depende de aprovação do Congresso 
Nacional para transformação definitiva em lei”. (Câmara dos Deputados, 
disponível em: <http://www2.camara.leg.br/comunicacao/assessoria-de-
imprensa/medida-provisoria>. Acesso em: 27 out. 2017) 
• Decretos legislativos: para o portal do Senado Federal, os Decretos 
Legislativos “regula[m] matérias de competência exclusiva do Congresso, 
tais como: ratificar atos internacionais, sustar atos normativos do 
presidente da República, julgar anualmente as contas prestadas pelo 
chefe do governo, autorizar o presidente da República e o vice-presidente 
a se ausentarem do país por mais de 15 dias, apreciar a concessão de 
emissoras de rádio e televisão, autorizar em terras indígenas a exploração 
e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de recursos 
minerais”. (Senado, disponível em: 
<http://www12.senado.leg.br/noticias/glossario-legislativo/decreto-
legislativo>. Acesso em: 27 out. 2017) 
• Resoluções: para Lenza (2008) as resoluções são uma espécie 
normativa emanada do Poder Legislativo que regula as matérias de 
competência privativa do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. 
O que são projetos de lei? 
Para o portal de justiça do Brasil o projeto de lei é um conjunto de 
normas que deve se submeter à tramitação no legislativo com o 
objetivo de se efetivar através de uma lei. No Brasil, um projeto de lei 
pode ter sua tramitação iniciada tanto na Câmara dos Deputados como 
no Senado Federal. Todo projeto de lei recebe um número específico 
ou protocolo, que lhe é designado a fim de facilitar a sua identificação 
e acompanhamento. A discordância do Chefe do Poder Executivo com 
 
 
9 
determinado projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo, gera o 
veto. Este que poderá ser: Total (veta-se o projeto de lei na íntegra) ou 
parcial (quando abrange texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou 
alínea do projeto de lei). O Poder Legislativo, ao ser comunicado do 
veto, poderá, pela maioria de seus membros, derrubar o veto, devendo 
o projeto de lei ser reenviado ao Chefe do Executivo para que este faça 
a promulgação do texto. Art. 66, § 4º, da Constituição Federal. 
(Jusbrasil, disponível em: 
<https://www.jusbrasil.com.br/topicos/26554390/projetos-de-lei>. 
Acesso em: 27 out. 2017.) 
A figura a seguir demonstra de forma clara o processo de um Projeto de 
Lei: 
Figura 2 – Fluxograma de um processo de projeto de lei 
 
Fonte: Portal da Câmara dos Deputados (Disponível em: 
<http://www2.camara.leg.br/busca/?q=projeto+de+lei>. Acesso em: 27 out. 2017) 
 
 
10 
Tanto as leis como os projetos de leis, a qualquer momento, podem 
interferir no andamento de um cenário de mercado econômico, financeiro, 
ambiental, social, político e tecnológico. Por isso, quando planejamos cenários é 
fundamental observarmos como está o trâmite das leis e projetos de leis nas 
Câmaras dos Deputados e no Senado Federal. A estratégia de uma empresa 
pode mudar com a aprovação de uma lei trabalhista. 
Por isso, as leis e os projetos de leis podem mudar o desenho de um 
cenário futuro, pois são agentes de mudanças em comportamentos da 
sociedade. 
Figura 3 – Leis e projetos de leis 
 
Fonte: Shutterstock 
TEMA 3 – PESQUISAS CIENTÍFICAS: BENEFÍCIOS E CONSEQUÊNCIAS 
As pesquisas científicas são realizadas com o propósito de produzir 
resultados que demonstrem comportamentos das pessoas na sociedade, assim 
como a evolução de máquinas e robôs via o canal de tecnologia. Os benefícios

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