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Bloco 2 - A comunicação ecaz e a performance das equipes Atualmente, cabe ao bom líder gerir a troca de informação entre os membros de sua equipe: é preciso assumir o papel de tradutor da comunicação entre as frentes, garantindo a clareza e o acompanhamento dos direcionamentos e a eciência na execução das atividades delegadas. Neste vídeo, nossos convidados falam a respeito de como lidar com esse cenário, repleto de novos canais e ferramentas de comunicação, com funções e características especícas, que podem potencializar ou reduzir a credibilidade da mensagem. Eduardo Na gestão do engajamento ecaz, o líder tem um papel fundamental que é a comunicação. Sidnei, como é que você tem visto a capacidade de comunicação dos líderes? Sidnei Eles estão em pânico! Tanto que o que está acontecendo é que o pessoal está cando cada vez mais conec- tado a isto aqui - o smartphone - e está perdendo a referência. O prossional de hoje, ele começa a perceber que só se comunica se ele estiver conectado, então ele come- ça a se aventurar dentro de e-mail, WhatsApp , grupos, ele entra em redes sociais; a ideia é: “Eu preciso de muita informação.” Eu não posso ter a informação, mas isso está tão intoxicado, que o prossional, muitas vezes, gasta mais energia buscando a informação para uma comunicação ecaz do que, realmente, fazendo a própria tarefa. Ele se esforça demais buscando dados, buscando informação, buscando, buscando, buscando – ele vai inchando, inando –, e ele não consegue, efetivamente, fazer o que ele tem que fazer, decepcionando, principalmente, o gestor nessa hora – o gestor tem uma percepção de que a pessoa pesquisa demais, mas faz de menos. Eduardo Mas você acha que o gestor está com capacidade para gerenciar toda essa comple- xidade de canais, de ferramentas? Tem um autor chamado Kaplan, do BSC, que dizia que o sucesso da mudança é a gente comunicar sete vezes, de sete formas diferentes. Você acha que o gestor está com essa bola toda no que se refere à comunicação? Sidnei Eu acho que não. Eu acho que falta um pouco de resiliência por parte do gestor e entender que os canais de comunicação são uidos e eles estão se transformando, estão em transformação constante. Se, até um tempo atrás, e-mail, fóruns, memorandos eram processos de co- municação com a sua equipe, hoje nós estamos trabalhando com outras comunicações – é muito complexo você pensar em não participar da transição de comunicação –, e o mais sutil: cada ferramenta tem uma linguagem própria. Se nós estamos falando que no passado existia aquela história – os prossionais mais veteranos vão lembrar – que os líderes faziam bilhetinhos, viravam a folha, escreviam e mandavam o bilhetinho, e isso caminhava pela estrutura da empresa dando ordem – aqueles bilhetinhos tinham um poder de mudança e de mobilização do prossional. Hoje, nós estamos falando de uma mobilização um pouco mais uida e eletrônica, ou seja, teve alguns momentos nessa transição do bilhetinho para o e-mail que é aquele e-mail “com cópia para”, e aí você manda cópia oculta, tem aquele processo de transferir informação – “Não quero que o outro que sabendo...” –, ou então “Eu vou mandar cópia oculta como se eu tirasse toda a responsabilidade de mim, eu mandei e-mail ...” Esse processo está se transformando, agora, nos grupos de redes sociais, ou seja, dentro de grupos de What- sApp, dentro de grupos de redes sociais, em que as pessoas colocam a informação lá e há um processo mais colaborativo, e aí tem uma sacada legal: o gestor, o líder pode fazer uso desse novo método, dessa nova linguagem de comunicação para conseguir o engajamento da sua equipe. Eduardo Eu acho que tem uma dissonância entre ferramenta e valor do conteúdo. Eu, por outro lado, acho que a gente está cada vez mais aumentando as ferramen- tas, mas eu percebo que, por parte da equipe, a equipe ainda não tem clareza, por exemplo, de qual meta atingir. Então, eu tenho uma ambiguidade de projetos, eu estou numa empresa matricial – isso é cada vez maior, porque eu não sei a quem obedecer primeiro –, e, no momento de turbulência, a gente tem percebido muito essa diculdade do talento, e é por isso que ele se desengaja, porque ele não sabe prioridade, ele não tem frequência de comunicação, então você mandou um trabalho para ele e você só vai cobrar isso daqui a dois meses – então, não sabe se é verdadeiro ou não... Como é que você tem visto a questão da criação de um signicado, de um sense making, da forma pela qual o líder tem clareza na sua comunicação, tanto de direção quanto de execução? Sidnei Como nós estamos vivendo um tempo de muita informação e a uidez da informação é muito rápida, eu diria que uma parte da qualidade da informação ela perde, nós estamos trabalhando com prossionais cada vez mais superciais, ou seja, eu pego fragmento de uma informação – você falou do líder passar e alinhar as suas expecta- tivas para conseguir engajar a equipe –, e aí esse líder passa o fragmento de uma in- formação, pego de outro fragmento; o prossional da equipe pega outro fragmento, e, assim, a gente começa a trabalhar com fragmentos, e isso diminui não a importância, mas diminui o valor e a credibilidade da informação. A tendência do indivíduo é, quando ele tem menos credibilidade, ele paralisa, ele não se envolve completamente por conta da credibilidade. Eduardo Eu acho que a dica para a gente é o líder não pensar mais em apenas comunicar, mas ser o tradutor da comunicação: enquanto a equipe não conseguir compreender exata- mente o que precisa ser feito, ele vai trabalhando de forma consistente, cada vez mais clara, até que a equipe tenha rmeza sobre o direcionamento e sobre como executar de maneira ecaz o trabalho que precisa ser feito.
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