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Bloco 4 - Instrumentos para o engajamento e a preparação de sucessores Correr alguns riscos faz parte da vida de todo gestor: a questão está em gerenciar os riscos que se corre. Neste bloco, a conversa aborda os pers prossionais e o envolvimento estratégico de recursos engajados nas ações de suporte à gestão. São apresentadas, ainda, reexões e ideias a respeito do trabalho da liderança para o desenvolvimento estruturado de seus recursos e a formação dos futuros líderes, levando em conta fatores como a noção de protagonismo e o nível de maturidade de cada prossional. Eduardo A grande diferença entre o engajado e o desengajado é que, enquanto o engajado está sempre pensando com uma mente de solução e ele está sempre se antecipando aos problemas e à complexidade e ele quer, de qualquer forma, entregar o comprometido, aquilo com que ele se comprometeu, o desengajado está fazendo sempre o mínimo possível e ele está fazendo só aquilo que deve ser feito. Então, por que é que eu posso ser um engajado? Porque, de uma certa forma, ele tem uma grande vantagem, que ele começa naturalmente, a partir desses atributos, a ter uma posição de destaque. Sidnei E chama atenção! Eduardo Chama atenção! A gente quer ter o engajado. Sidnei Então, Du, sabe uma coisa que eu penso? Não é só o processo produtivo, porque, quando a gente fala do engajado, a gente pensa, num primeiro momento, na produção: como é que eu vou entregar mais, aquele que entrega mais rápido, com melhor qualidade, eventualmente até inovando, mas você sabe que, para o gestor, para o líder, o engajado tem um papel estratégico adicional. Como você disse, ele chama mais atenção e, provavelmente, nessa hora em que nós estamos dedicando maiores desaos para o engajado, quer dizer, a gente está colocando mais no caminhãozinho dele, esse prossional está crescendo mais rapidamente, ele está amadurecendo de forma mais intensa, ou seja, ele começa a ter sinais de preparação para ele suceder, de alguma maneira, seja o líder, seja a sucessão em outras áreas da empresa ou em outros desaos, ou seja, ele recebe desaos de maior relevância, e isso de alguma maneira prepara ele para a condição de sucessor, e esse é o movimento mais legal, e eu diria que é um segundo movimento de vantagem para a gente pensar no engajamento das nossas equipes. Eduardo O engajamento gera, nesse sentido, um grande destaque na sua própria carreira justamente por essa essência da protagonização, o protagonismo, ali, no sentido – protagonista é aquele que se põe como primeiro na construção do seu próprio desenvolvimento. Você começa a perceber uma mudança drástica na qualidade do relacionamento entre o talento e a equipe, ou seja, cada vez mais você vai perceber que cuidar da sua carreira, cuidar do seu próprio desenvolvimento não está mais na mão da empresa, está na mão do próprio engajado. Sidnei Eu gosto muito daquele esquema do maturidade/con- trole. Quanto menos maturidade o prossional demonstra, mais necessidade de controle pre- cisa ser exercida sobre ele – quem exerce esse controle são os processos, os sistemas, mas, principalmente, o líder. Quanto mais maturidade, menos controle, ou seja, esse prossional ganha mais autonomia, ele consegue resolver de maneira protagonizada os desaos que são colocados para ele e aqueles desaos a que, muitas vezes, o líder nem teve tempo de se dedicar para fazer um direcionamento. Assim, o problema acon- teceu, o líder não estava próximo, quem toma a dianteira? Esse prossional que está acostumado a receber maior carga de desao – a carga de desao que exige maior maturidade –, esse prossional, provavelmente, é aquele primeiro a entrar no processo. A gente faz uma leitura desse prossional como o prossional denitivamente engaja- do. Quando eu começo a pensar no papel do líder no engajamento, uma das coisas que mais me chamam a atenção é a precisão que o líder poderia ter para, justamente, elevar a maturidade da sua equipe, e aí vem o truque: como é que eu elevo a maturi- dade da minha equipe? Dando desaos, ou seja, o líder precisa aprender a correr um pouco de risco para a sua equipe, com os seus prossionais. Inclusive, com o não engajado, eu diria que, nesse seu processo engajado, não engaja- do e desengajado, o primeiro alvo seria o não engajado, aquele que entrega o espera- do, e, eventualmente, ele pode estar no seu senso de justiça esperando uma chance de car com o frio na barriga, de receber um desao, de receber aquele momento assim: “Pô, o chefe não está, o engajado – aquele cara que o chefe sempre entrega para ele – também não está, e agora é comigo!”, então esse daí pode ser um gancho para o líder começar a trabalhar o engajamento de maneira estruturada, usando o próprio desao – evidentemente, o líder tem que ter uma segurança, porque é um risco entregar para alguém mais novato –, usar o próprio desao como instrumento de engajamento. O que é que você pensa? Eduardo Nessa linha de usar os desaos e ter um pouco de risco, o que a gente descobriu é que, por exemplo, num projeto de dez etapas, quando você dá esse novo projeto, esse novo desao para o engajado, então o líder dá o desao na etapa 1, e o engajado, naturalmente, corre mais rápido, então você vai ver o engajado na etapa 1, depois você vai ver o engajado na etapa 8. É, ele já tem, ele já é autotélico. A grande sacada é que, para o engajado, você dá na 1, depois vai ver a 8; para o não engajado, você trabalha com ele na 1, na 2, na 3, na 4, porque você percebe que ele tem um pouco mais de diculdade; e, para o desen- gajado, você também está um pouco mais próximo. Então, a grande diferença, aí, a dica é que você já vai perceber que esse talento está engajado e será um bom talento justamente porque ele tem uma aprendizagem autodirigida, ele aprende mais rápido e assume as responsabilidades mais rápido, mas não se engane, não dá para fazer isso com todos. Para o não engajado e para o desengajado, você precisa ter um trabalho mais de e de coaching mentoring para ajudar nessa jornada de crescimento, tendo a certeza de que, você fazendo tratativas diferenciadas para sua equipe, você vai con- quistar um fator inédito, que é a capacidade de, você como líder, fazer o engajamento e todos possam crescer e todos possam atingir um nível superior de engajamento. Sidnei Ou seja, o líder tem que escolher e arriscar. Eduardo E acompanhar... Sidnei E acompanhar a partir disso.
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