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Aulas Teoria Geral do Estado I Professora Lucimara Main e-mail: lucimaramain@uni9.pro.br https://goo.gl/ByCSeH BEM VINDOS!!! QUE TODOS TENHAM UM EXCELENTE SEMESTRE BREVES CONCEITOS GERAIS SOBRE ESTADO E POLÍTICA 1 - ESTADO (escrita com letra inicial maiúscula) a) Surgimento do Estado I - Origem familial ou patriarcal. “Estas teorias situam o núcleo social fundamental na família. Segundo essa explicação, defendida principalmente por ROBERT FILMER, cada família primitiva se ampliou e deu origem a um Estado” (DALLARI, 1998, p. 22). II - Origem em atos de força, de violência ou de conquista . “Com pequenas variantes, essas teorias sustentam, em síntese, que a superioridade de força de um grupo social permitiu-lhe submeter um grupo mais fraco, nascendo o Estado dessa conjunção de dominantes e dominados” (DALLARI, 1998, p. 22). III - Origem em causas econômicas ou patrimoniais. “Há quem pretenda que essa tenha sido a origem indicada por PLATÃO, quando nos "Diálogos", no Livro II de "A República", assim se expressa: "Um Estado nasce das necessidades dos homens; ninguém basta a si mesmo, mas todos nós precisamos de muitas coisas" (DALLARI, 1998, p. 21). a) Uso da Palavra “Estado” “A denominação Estado (do latim status estar firme), significando situação permanente de convivência e ligada à sociedade política, aparece pela primeira vez em "O Príncipe" de MAQUIAVEL, escrito em 1513, passando a ser usada pelos italianos sempre ligada ao nome de uma cidade independente, como, por exemplo, stato di Firenze. Durante os séculos XVI e XVII a expressão foi sendo admitida em escritos franceses, ingleses e alemães. Na Espanha, até o século XVIII, aplicava-se também a denominação de estados a grandes propriedades rurais de domínio particular, cujos proprietários tinham poder jurisdicional” (DALLARI, 1998, p. 21). 2 - ELEMENTOS DO ESTADO a) Povo: É constituído somente por aquelas pessoas efetivamente ligadas ao Estado. Os nacionais daquele lugar. Não se confunde com "população" que é qualquer um que esteja no território. b) Território: O território é o limite para o exercício do poder de um Estado. c) Governo: é a autoridade governante de uma nação ou unidade política, que tem como finalidade regrar e organizar a sociedade . d) Soberania: o poder supremo, não se sujeitando a nenhum outro e que permita que o Estado seja independente de outros na esfera internacional. Observação: SURGIMENTO DO TERMO SOBERANIA “A primeira obra teórica a desenvolver o conceito de soberania foi "Les Six Livres de la République", de JEAN BODIN. (...) Soberania é o poder absoluto e perpétuo de uma República, palavra que se usa tanto em relação aos particulares quanto em relação aos que manipulam todos os negócios de estado de uma República. Como se vê, a expressão República equivale ao moderno significado de Estado. havendo inúmeras fontes que apontam o ano de 1576 como o do aparecimento dessa obra” (DALLARI, 1998, p. 32). Exemplos de soberania?????? 3 – CARACTERÍSTICAS DA SOBERANIA I - Unicidade - Ela é apenas uma, não pode haver mais de um Poder Soberano dentro do Estado, senão, não será mais soberano. II - Indivisível - Não se pode permitir que haja conflitos ou fracionamentos criando interesses diversos daquele que é o real interesse do povo e rompendo a unicidade. III - Indelegabilidade (ou inalienável) - O povo não pode abrir mão de seu poder. Embora haja representantes, estes sempre agem em nome do seu povo. IV - Imprescritibilidade - Este poder é permanente, não se acaba com o tempo. 4 – NAÇÃO A Nação é um conceito sociológico, refere-se a uma ideia de união em comunidade, um vínculo que o povo adquire por diversos fatores como etnia, religião, costumes etc. http://pt.slideshare.net/markoabreu/conceitos-de-geopoltica Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-t2ffj2oB2 SA/UYfV7jetjUI/AAAAAAAAV9I/1QyL IF_uujk/s1600/601001_3825537318 63281_390041589_n%255B1%255D. jpg Fonte: http://geradormemes.com/media/created/ggug7i.jpg Fonte: http://geradormemes.com/media/created/ggug7i.jpg Fonte: http://m.memegen.com/hq6kb2.jpg ATIVIDADE DE FIXAÇÃO https://goo.gl/JSTTVY Ciência Política I AULA 02 https://goo.gl/ByCSeH 1 - anulada 2 - Gabarito: Errado. Dentro de um Estado pode haver várias nações (vários grupos vinculados), ou mesmo, esta nação pode estar espalhada por vários Estados. 3 - Gabarito: Letra E (O erro está na letra E), já que a soberania é indivisível e inalienável 4 - É um erro falar que a administração pública corresponde à atividade que estabelece objetivos do Estado, conduzindo politicamente os negócios públicos, já que este seria o conceito de "governo". Gabarito: Errado. 5 - GABARITO: Letra B. A letra A está errada. O correto seria a contenção do Estado e não dos cidadãos. A letra B é a correta. A letra C é incorreta já que os elementos tradicionais seriam: povo, território e governo (soberano). A letra D errou, pois a globalização e integração enfraqueceram a soberania. A letra E é incorreta, nação não pode ser considerada nem como povo nem como Estado. 6 - Segundo a melhor doutrina, a soberania, em sua concepção contemporânea, constitui um atributo do Estado, manifestando-se, no campo interno, como o poder supremo de que dispõe o Estado para subordinar as demais vontades e excluir a competição de qualquer outro poder similar. Gabarito: Correto. 7 - No caso brasileiro, a titularidade da soberania, por expressa previsão constitucional, é do Estado brasileiro. Gabarito: Errado. Comentários: O titular da soberania é o Povo http://www.portalconscienciapolitica.com.br/ci%C3%AAncia-politica/ O Pensamento Político Clássico e Medieval 1 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO a) ESTADO ANTIGO | ORIENTAL | TEOCRÁTICO I – Forte concepção teocrática de governo unipessoal (governante é considerado quase sempre como a própria divindade). II – Unitário - sem fronteiras interiores “Com a designação de Estado Antigo, Oriental ou Teocrático, os autores se referem às formas de Estado mais recuadas no que apenas começavam a definir-se entre as antigas civilizações do Oriente propriamente dito ou do Mediterrâneo. (...) Em consequência, não se distingue o pensamento político da religião, da moral, da filosofia ou das doutrinas econômicas” (DALLARI, 1998, p. 25). “Há, entretanto, duas marcas fundamentais, características do Estado desse período: a natureza unitária e a religiosidade. Quanto à primeira, verifica-se que o Estado Antigo sempre aparece como uma unidade geral, não admitindo qualquer divisão interior, nem territorial, nem de funções. A ideia da natureza unitária é permanente, persistindo durante toda a evolução política da Antiguidade. Quanto à presença do fator religioso, é tão marcante que muitos autores entendem que o Estado desse período pode ser qualificado como Estado Teocrático” (DALLARI, 1998, p. 25). b) ESTADO GREGO I – Estabelecido em cidade-Estado: unidade política, econômica e social geograficamente delimitada, que tinha como núcleo uma cidade e onde a soberania era exercida por cidadãos livres, os quais determinavam a forma de governo (aristocracia, oligarquia, democracia). II – Sociedade política - “polis”: era o modelo das antigas cidades gregas, desde o período arcaico até o período clássico, vindo a perder importância a partir do domínio romano. As poleis, definindo um modo de vida urbano que seria a base da civilização ocidental, mostraram-se um elemento fundamental na constituição da cultura grega, a ponto de se dizer que o homem é um "animal politico".III – Pouca preocupação com a expansão do território: A vida na pólis dividia-se em duas esferas: a privada, que dizia respeito a seu patrimônio, ao casamento, à sua família e expressa pela sua casa e a esfera pública, expressa pelo espaço público urbano (ou político, pois era o espaço da polis) e suas instituições. De uma forma geral, ambas as esferas eram soberanas em si mesmas: assuntos privados não diziam respeito às discussões públicas, e vice-versa, com pouco interesse de avançar para territórios vizinhos. 2 . A POLÍTICA NA GRÉCIA ANTIGA A organização política da Grécia era dada pelas condições geográficas e econômicas, pois ela era dividida em pequenas unidades econômicas, assim não foi capaz de criar grandes sistemas políticos. Para se proteger de ataques, constroem refúgios fortificados no topo das colinas, e o começo das cidades, que logo se tornam o centro da vida religiosa, social e política, morada dos reis e dos sacerdotes. Aristocracia: Nessas cidades-estado, o poder político passa das mãos do rei do clã para as famílias importantes ligadas ao antigo rei. Democracia: Em seguida o poder política passa das mãos das famílias importantes para os proprietários rurais e, finalmente para os cidadãos. No início a cidade grega verá muito rapidamente a diminuição do poder dos reis e um controle reforçado dos nobres sobre o conjunto social e político. Inicia o monopólio dos nobres sobre os assuntos coletivos, com o controle da justiça e da religião, a base do poder dos nobres era o controle da terra, em sua maior parte a produção nos campos assegurava o ajuste das massas rurais. As lutas políticas se desenvolviam no interior destes grupos, cujo poder era garantido pela força da sua ideologia. No entanto certas forças vão levar à mudança, a exigência de justiça serviu para que o povo ficasse mais consciente na luta por maiores direitos. As lutas nas classes aristocráticas já não se resolviam no interior da sua camada, o clima tenso obrigou os aristocratas a aceitar legisladores que colocassem ordem nos assuntos coletivos e trouxessem a paz, através de medidas que quase sempre contrariavam seus interesses, como o perdão das dívidas. Os gregos inventaram a política, o fato de a política ser central na vida do ser humano era algo tão claro para eles, que é isso o que os faz distinguir o homem dos deuses e dos animais. O homem é um animal político, está, portanto destinado a viver em sociedade (Aristóteles filósofo grego 384-348 a.C). Na Grécia Antiga o que vai prevalecer é a divisão entre os que possuem o direito de participar e os que não possuem nenhum direito. Somente os homens livres, de pai e mãe ateniense, maiores de 18 anos e nascidos na cidade eram considerados cidadãos. As mulheres, escravos e estrangeiros não desfrutavam de nenhum tipo de participação política. Dessa forma, a democracia ateniense era excludente na medida em que somente um décimo da população participava do mundo político ateniense. O QUE É PODER POLÍTICO NA GRÉCIA??? Uma elite ("cidadãos") dominava os assuntos políticos, excluindo a massa de indivíduos das decisões, ainda quando o governo fosse tido por democrático. A característica fundamental é a cidade-Estado, ou seja, a pólis, como a sociedade política de maior expressão. O ideal visado era a auto-suficiência, dizendo ARISTÓTELES que a sociedade constituída por diversos pequenos burgos forma uma cidade completa, com todos os meios de se abastecer por si, tendo atingido, por assim dizer, o fim a que se propôs. Essa noção de auto-suficiência teve muita importância na preservação do caráter de cidade-Estado, fazendo com que, mesmo quando esses Estados efetuaram conquistas e dominaram outros povos, não se efetivasse expansão territorial e não se procurasse a integração de vencedores e vencidos numa ordem comum” (DALLARI, 1998, p. 26). ESTADO MODERNO (período da tomada de Constantinopla em 1.453 até a Revolução Francesa em 1789): I - Difere do Estado medieval pela "unidade e soberania". II - Houve a retomada da unidade territorial. III - Ocorreu também a retomada da unidade política, com a existência de um poder soberano sobre o território. IV - A igreja perde força e deixa de ser uma das bases do Estado. V - A instabilidade intensa, política, econômica e social, foi o principal ponto que gerou o surgimento do Estado Moderno, pois havia a necessidade, principalmente da burguesia, de possuir um poder central forte, de forma a dar proteger seus interesses. VI - Os senhores feudais também estavam descontente com a carga tributária excessiva para custear os luxos das famílias reais e guerras. Atividade em grupo Cada grupo deverá formular 3 questões com as respostas sobre: 1)Democracia na Grécia 2)Aristocracia na Grécia 3)Poder Político na Grécia Ciência Política I AULA 03 https://goo.gl/ByCSeH Regime de Governo conforme Aristóteles I - Monarquia ou Realeza: o governo é exercido por um só, visando o bem comum. a) – Conceito: “Monarquia - cuja definição pode ser dada como o sistema político em que o cargo de chefe do Poder Executivo é vitalício, hereditário e sem responsabilidade. A definição comumente utilizada coloca que monarquia é o sistema de governo em que o poder político está concentrado nas mãos de uma só pessoa, o qual é exercido por ela ou por delegação dela.” Regime de Governo conforme Aristóteles Desvirtuação da Monarquia: Tirania ou Despotia “Se o governo é exercido por um só, mas no próprio interesse, oprimindo os governados, é a tirania ou despotia, que, como se observa, é a forma corrupta ou anônima da monarquia”. (Fernando Mendes Passaes, Ivani Ribeiro da Silva, José Juarez Tavares Lima, Maria Eliane da Costa Limer, Manoel Fernando Passaes, Mônica Machado Alonso. Poderes do estado, formas de Estado e formas de governo. In: Revista Científica Don. 5a ed., p. 8-9). Regime de Governo conforme Aristóteles II - Aristocracia Aristocracia ocorre quando o governo é exercido por uma minoria privilegiada, ou seja, pela nobreza, em beneficio de todos os governados. Desvirtuação da Aristocracia: Oligarquia “Se o governo for exercido por essa minoria mas em proveito próprio, temos a forma corrupta ou degenerada da aristocracia, denominada oligarquia” Regime de Governo conforme Aristóteles III - Democracia: Se o governo é ou pode ser exercido por todos os cidadãos, visando o bem comum, é a democracia. Desvirtuação da Democracia: Demagogia “Se o governo é exercido pelas multidões revoltadas, ou se estas influenciam diretamente os governantes, oprimindo os governados, temos a forma impura da democracia, que é denominada demagogia.” (Fernando Mendes Passaes, Ivani Ribeiro da Silva, José Juarez Tavares Lima, Maria Eliane da Costa Limer, Manoel Fernando Passaes, Mônica Machado Alonso. Revista Científica Don. 5ª ed., p. 8). Regime de Governo introduzida por outros autores Quarta forma de governo introduzida por alguns autores. Regimes de Governos | Formas Representativas de Governo I – Monarquia Parlamentar A Inglaterra tem o exemplo mais contemporâneo deste tipo de governo, já que se divide em: a) coroa (pois existe a família real) b) Câmara alta aristocrata (composto por cidadãos da nobreza) c) Câmara baixa (composta por cidadãos comuns) Forma de Governo República República - forma de governo em que o Estado se constitui de modo a atender o interesse geral dos cidadãos. A República (do latim res publica, "coisa pública") é uma estrutura política de Estado ou forma de Governo em que, segundo Cícero, são necessárias três condições fundamentais para caracterizá-la: um número razoável de pessoas (multitude); uma comunidadede interesses e de fins (communio); e um consenso do direito (consensus iuris). Sistemas de governo: O sistema de governo é a maneira pela qual o poder político é dividido e exercido no âmbito de um Estado. O sistema de governo vai de acordo com o grau de separação dos poderes. O sistema de governo adotado por um Estado não deve ser confundido com a sua forma de Estado (Estado unitário ou federal) ou com a sua sistema de governo (monarquia, aristocracia, democracia ). Sistema de governo Sistema parlamentarista, sistema parlamentar ou simplesmente parlamentarismo é um regime de governo democrático. Em um sistema parlamentarista, o chefe de Estado é normalmente uma pessoa diferente do chefe de governo. a) Os países com sistemas parlamentares podem ser monarquias parlamentares, onde um monarca é o chefe de Estado, enquanto o chefe de governo é quase sempre um membro da legislatura (como no Reino Unido,Suécia e Japão), b) ou uma república parlamentarista, onde um, normalmente o presidente cerimonial, é o chefe de Estado, enquanto o chefe de governo é regularmente da legislatura (como na Irlanda, Alemanha,Índia e Itália). c) Em algumas repúblicas parlamentares, como Botsuana, África do Sul e Suriname, bem como em estados alemães, o chefe de governo também é o chefe de Estado, mas é eleito pelo parlamento Sistema de governo: Presidencialismo: é um sistema de governo em que um chefe de governo também é o chefe de Estado e lidera o poder executivo O Presidente da República é escolhido por um prazo determinado. “O Presidente é escolhido para governar por um prazo fixo e determinado; existem, porém, alguns países em que a escolha é feita por disposição constitucional: um colégio eleitoral que o faz” (Fernando Mendes Passaes, Ivani Ribeiro da Silva, José Juarez Tavares Lima, Maria Eliane da Costa Limer, Manoel Fernando Passaes, Mônica Machado Alonso. Revista Científica Don. 5ª ed., p. 11) Sistema de governo presidencialista O Presidente da República é escolhido pelo povo. Quem escolhe o Presidente da República, de forma direta é o povo, temos a eleição direta, em que o povo vota diretamente para a escolha do Presidente. Ou de forma indireta, quando ocorre a eleição indireta, em que se atribui a um colégio eleitoral a competência para eleger o Presidente da Republica em nome do povo. (Fernando Mendes Passaes, Ivani Ribeiro da Silva, José Juarez Tavares Lima, Maria Eliane da Costa Limer, Manoel Fernando Passaes, Mônica Machado Alonso. Revista Científica Don. 5ª ed., p. 11). Sistema de governo presidencialista A chefia do Executivo é exercida de forma unipessoal. Quem fixa as diretrizes do Poder Executivo é o Presidente da República, que pode lançar mão de um corpo de auxiliares diretos, os Ministros, que não são responsabilizadas pelos atos de governo, sendo demissíveis a qualquer momento. Mesmo o Vice-presidente não recebe qualquer atribuição, só tomando ciência dos atos de governo quando estes são públicos ou quando o Presidente da República permitir. (Fernando Mendes Passaes, Ivani Ribeiro da Silva, José Juarez Tavares Lima, Maria Eliane da Costa Limer, Manoel Fernando Passaes, Mônica Machado Alonso. Revista Científica Don. 5ª ed., p. 12) Sistema de governo presidencialista O Presidente da República assume a chefia do Estado e do Governo. Exerce o papel de vínculo moral do Estado e de representação conjuntamente com as funções executivas, exercendo, inclusive, atribuições políticas de grande envergadura, caracterizando a chefia de governo. (Fernando Mendes Passaes, Ivani Ribeiro da Silva, José Juarez Tavares Lima, Maria Eliane da Costa Limer, Manoel Fernando Passaes, Mônica Machado Alonso. Revista Científica Don. 5ª ed., p. 12) Forma de governo: REPÚBLICA Forma de Estado: FEDERAÇÃO Sistema de governo: PRESIDENCIALISMO Regime de governo: DEMOCRÁTICO CF/88 - Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. CF/88 - Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. CF/88 - Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. Atividade de fixação 01) A República, Federação e Presidencialismo são, para a Constituição de 1988, respectivamente: a) Forma de Governo, Forma de Estado, Sistema de Governo. b) Forma de Estado, Sistema de Governo, Regime de Governo. c) Sistema de Governo, Regime de Governo, Forma de Estado. d) Forma de Estado, Regime de Governo, Sistema de Governo. e) Sistema de Governo, Forma de Estado, Sistema de Estado. 02) A República Federativa do Brasil tem como forma de Estado: a) Estado Democrático de Direito; b) Estado Federal; c) Estado Unitário; d) Estado Republicano. 3) São fundamentos da República Federativa do Brasil: a) A soberania, a autodeterminação dos povos, a cidadania, a igualdade entre os Estados. b) A cidadania, a dignidade da pessoa humana, a solução pacífica dos conflitos, a soberania. c) A soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e a livre iniciativa e o pluralismo político. d) A soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e a livre iniciativa e o pluripartidarismo. e) Todas as respostas anteriores estão corretas. Ciência Política I AULA 04 https://goo.gl/ByCSeH UNIDADE II - O Pensamento Político Moderno e Formação do Estado Moderno. Autonomia da política e a teoria Política de Nicolau Maquiavel O realismo na Política e o duelo entre a fortuna e a virtú. Manutenção do poder; os dilemas da política moderna • Constituição e manutenção da ordem pública; • Contrato social; • Demarcação das esferas pública e privada; • Separação de poderes; Neste tópico, são estudados os autores considerados clássicos (para alguns, modernos) para a Ciência Política; Serão analisadas a ideias principais de: • Nicolau Maquiavel (1469-1527), • T. Hobbes (1588-1679), • John Locke (1632-1704), • Jean-Jacques Rousseau (1712-1778); • Immanuel Kant (1724-1804) e, • do Barão de Montesquieu (1689-1750). Maquiavel – Florença 1469 -1527 Uma das condições fundamentais da política é a aparência de ser. A natureza dos homens faz com que eles se maravilhem com o que vêem, mesmo que estejam sendo enganados, e geralmente estão sendo, pois "os homens, em geral, julgam mais pelos olhos do que pelas mãos, pois todos podem ver, mas poucos são os que sabem sentir”. Maquiavel, ao descrever os fatos e interpretá-los, fugiu do "cinismo'". Ele vai na direção oposta aos hábitos estabelecidos no mundo erudito de vangloriar e impor normas, partindo do princípio de que os homens são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ambiciosos de dinheiro imagem da internet Nicolau Maquiavel • Primeiro autor a utilizar a palavra Estado com o significado contemporâneo. Objetividade: • O foco principal é o Estado e a política como sãode fato (verità effetuale), sua preocupação é com o que é, e não com o dever ser; • Inovador: contra o direito divino = racionalização; • A favor da separação: religião, moral e ética x política (arte de conquista e manter o poder, fins para os quais são legítimos todos os meios). Função do Estado •A preocupação é com o Estado capaz de impor a ordem, pois a desordem leva os homens à barbárie. •Em meio a uma Itália perdida em constantes revoluções e reviravolta dos governos, qual seria o Estado capaz de instaurar a ordem de maneira estável? •A natureza da política nunca permitirá, contudo, uma ordem definitiva, sempre dependerá da fortuna e, principalmente da virtú do príncipe. O objetivo de seu estudo é contribuir para a conquista e manutenção do poder pelo soberano. Maquiavel Conceitos fundamentais • Virtú: é a habilidade, a vontade e a energia do indivíduo voltada para fazer política. • Fortuna: é a sorte do indivíduo (boa ou má) que dita as circunstância em que ele deve atuar. É um fator do acaso, sem controle. • O homem sem virtú de boa fortuna cai, mas o que tem virtú pode seduzir a fortuna. Natureza Humana •Naturalmente má, os homens são: ingratos, volúveis, mentirosos, covardes e gananciosos. Por isso a sociedade tem uma tendência tão forte para a anarquia. Importância da História •Para governar, é fundamental o estudo do passado, porque (1) a natureza humana é imutável (natureza má, ingrata); • (2) esse estudo possibilita compreender o que sucedeu aos governantes do passado e quais os meios que foram utilizados para enfrentar as diversas situações, dessa maneira, será possível encontrar, por analogia, lições para o presente. Maquiavel: Algumas Máximas • Melhor ser amado que odiado, não sendo possível, seja temido; • Faça o mal de uma única vez e de modo irreparável. • O bem faça aos poucos. Maquiavel • Os tipos de governo 1. República: são típicas de sociedades onde há equilíbrio de poder. a corrupção é controlada e os homens não têm liberdade de buscar inescrupulosamente seus interesses gananciosos. 2. Principados: ... QUANTOS SÃO OS TIPOS DE PRINCIPADOS E COMO CONQUISTÁ-LOS (p. 05) Todos os governos e Estados que possuíram ou possuem autoridade sobre homens, foram repúblicas ou principados. CAPÍTULO II: DOS PRINCIPADOS HEREDITÁRIOS (p. 06) a) A preservação dos Estados hereditários possui menos dificuldades, pois já estão habituados a linguagem de um príncipe; b) É necessário que se possua um príncipe dotado de extraordinária capacidade, pois mesmo que uma força o destitua este volta a conquistá-lo. DOS PRINCIPADOS MISTOS (p. 07-17) a) Estados conquistados ou anexos a um Estado antigo, ou pertencem a mesma província, ou a mesma língua, ou não pertencem a ele. b) Quando pertencem é fácil mantê-lo, quando não o pertencem surgem dificuldades e é preciso que haja boa sorte e habilidade para mantê-los. É necessário que se instale colônias em um ou em dois pontos. Regra geral que nunca ou raramente falha: “quem é causa do poderio de alguém arruina-se, porque este poder resulta ou da astúcia ou da força e ambas são suspeitas para aquele que se torna poderoso”. POR QUE O REINO DE DARIO, OCUPADO POR ALEXANDRE, NÃO SE REBELOU CONTRA SEUS SUCESSORES APÓS A MORTE DESTE (p. 18-21) Os principados que se conservam memória eram governados de duas formas, ou por um príncipe ou por um príncipe e por barões. Os barões possuíam Estados e súditos próprios que os reconheciam por senhores e dedicavam afeição. Os principados que eram governados por um príncipe e servos, o tinham como maior autoridade, pois em toda sua província apenas ele era reconhecido como chefe e seus súditos caso dedicassem obediência a outro, era feito devido sua posição e não por amor. DE QUE MODO DEVE-SE GOVERNAR AS CIDADES OU OS PRINCIPADOS QUE, ANTERIORMENTE À SUA OCUPAÇÃO, VIVIAM NO RESPEITO ÀS PRÓPRIAS LEIS (p. 22-23) Os Estados conquistados já se encontram habituados a viver com suas próprias leis e sem liberdade, então há três formas de conservá-los. • Primeiramente pode-se arruina-los, • segundo ir habitá-los, • terceiro deixá-los viver com suas leis, arrecadando tributos e criando um governos de poucos para que se tornem amigos. Preservar uma cidade acostumada a viver livre só é possível conservá-la por intermédio de seus cidadãos. Na verdade não existe meio seguro de conservar uma conquista que não seja com destruição. Caso quem conquiste uma cidade e não a destrua estará esperando para ser destruído por ela. Quando as cidades encontram-se a costumadas a viver sob a dinastia de um príncipe e esta é extinta, torna-se difícil um acordo para a escolha de um novo príncipe pois os cidadãos não sabem viver em liberdade, sendo assim, facilmente poderá um príncipe apoderar-se delas. DOS NOVOS PRINCIPADOS CONQUISTADOS MERCÊ DAS PRÓPRIAS ARMAS OU DA VIRTUDE (p. 24-28) Em um principado completamente novo encontra-se maior ou menor dificuldade para mantê-lo, pelo fato de ser mais ou menos virtuoso quem o conquiste. Para tornar-se príncipe é preciso de vírtu e fortuna. Quanto menos apoiar-se na sorte mais seguramente se manterá no poder. Se o príncipe não possuir outros Estados, mais facilmente se manterá no poder. Aqueles que tornam-se príncipes por possuir virtu conquistam com dificuldades o principado, porém facilmente o conservam. Os obstáculos que poderão se apresentar ao conquistar um principado decorrem das novas disposições e sistemas de governo que são introduzidos para formar o Estado e estabelecer sua segurança. Não existe coisa mais difícil de cuidar, nem mais duvidosa de conseguir, nem mais perigosa de manejar que tornar-se chefe e introduzir ordens novas. Portanto é preciso estar preparado para que quando não mais acreditem se possa fazer com que creiam pela força, do contrário encontrarão grandes dificuldades em conduzir os perigos que surgirão em seu caminho, sendo que aqueles que os superam com valor pessoal, quando começam a ser venerados ficam poderosos, seguros, honrados e felizes. DOS NOVOS PRINCIPADOS CONQUISTADOS PELAS ARMAS DE OUTREM E PELA FORTUNA (p. 29-38) Aqueles que se tornam príncipes somente por fortuna, apenas com muito esforço se mantêm. “...não encontram nenhuma dificuldade pelo caminho porque atingem o posto a vôo; mas toda sorte de dificuldades nasce depois que aí estão”. Eles estão submetidos à vontade e à fortuna dos que lhe concederam o Estado. Os príncipes que possuírem virtu e que saibam desde logo preparar-se para conservar seu principado, formarão posteriormente as bases que os outros estabeleceram antes de se tornarem príncipes. Há quem julgue necessário, em um novo principado, assegurar-se contra os inimigos, adquirir novos amigos, eliminar aqueles que podem ou tem razões para ofender (os homens ofendem por medo ou por ódio), vencer ou pela fraude ou pela força, fazer-se amar e temer pelo povo, ordenar por novos modos as antigas instituições, manter a amizade dos reis e dos príncipes de modo a beneficiar de boa vontade ou ofender com temor. DOS QUE SE FIZERAM PRÍNCIPES MERCÊ DAS SUAS ATROCIDADES (p. 39-44) O conquistador de um Estado deve exercer todas aquelas ofensas que forem necessárias, visando ofender menos, fazendo-as todas de um só vez para que não seja necessário renová-las e assim dar segurança, os homens e conquistá-los com benefícios, estes devem ser feitos aos poucos para que sejam melhor apreciados. Um príncipe deve viver com seus súditos de forma que nenhum acidente, bom ou mal, aconteça, pois surgindo a necessidade, não terás tempo de fazer o mal, eo bem que fizeres não será útil. DO PRINCIPADO CIVIL (p. 45-49) O principado é constituído pelo povo ou pelos grandes, quando os grandes não podem resistir ao povo começam a passar prestígio a um deles e o tornam príncipe para que possam a sua sombra governar. O povo quando não pode resistir aos poderosos volta a estima a um cidadão e o torna príncipe para estar sendo defendido pela autoridade dele. O pior que pode acontecer a um príncipe é ser abandonado pelo povo ou que este se volte contra ele. Alguém que se torne príncipe com o favor do povo, conservá-lo amigo torna-se fácil, visto que esse só não deseja ser oprimido. Por outro lado alguém que se torne príncipe em favor dos grandes e consequentemente contra o povo, deverá antes de tudo procurar ganhá-lo, o que se torna fácil se este lhes der proteção. DE QUE MODO DEVEMOS MEDIR AS FORÇAS DE TODOS OS PRINCIPADOS (p. 50-52) Ou um príncipe possui um Estado tão forte e grande que possa manter-se por si mesmo, por possuírem uma abundância de homens, de dinheiro e por possuírem um exército a altura do perigo, ou sempre haverá a necessidade da defesa de outros. Um príncipe que possui uma cidade forte e não se faz odiado pelo povo, não pode ser atacado, e se alguém o fizer, se retirará com vergonha. DOS PRINCIPADOS ECLESIÁSTICOS (p. 53-56) Principados eclesiásticos são aqueles onde todas as dificuldades existem. Sem uma e outra se conservam, pois são sustentados por ordens estabelecida pela religião, que tornam-se tão fortes que mantêm os seus príncipes no poder. DOS VÁRIOS TIPOS DE EXÉRCITOS E DOS SOLDADOS MERCENÁRIOS (p. 57-63) As tropas mercenárias e as auxiliares são inúteis e perigosas, e se alguém apoia seu Estados nelas, jamais estará firme e seguro, pois elas são desunidas, ambiciosas, infiéis, indisciplinadas. Defendem o Estado que melhor pagar pelos seus serviços. DAS ATRIBUIÇÕES DO PRÍNCIPE EM MATÉRIA MILITAR (p. 69-72) 72). Um príncipe não deve ter outro objetivo que não seja a guerra e sua organização e disciplina, sendo esta a única arte que compete a quem comanda. Os príncipes perdem seus Estados quando pensam mais nas delicadezas do que nas armas. A primeira causa que o leva a perder o Estado é a negligência dessa arte. Entre um príncipe armado e um desarmado, não existe proporção alguma, uma vez que não há como quem esteja armado obedecer a alguém desprovido de armas. DAS COISAS PELAS QUAIS OS HOMENS E SOBRETUDO OS PRÍNCIPES SÃO LOUVADOS OU INJURIADOS (p. 73-74) É essencial a um príncipe que queira se manter no poder, aprender a não ser bom e usar ou não da bondade, segundo suas necessidades. O príncipe precisa ser prudente para saber fugir da infâmia daqueles vícios que o fariam perder o poder, cuidando evitar até aqueles que não chegariam a pôr em risco seu posto. Não podendo evitar é preciso que os tolere, sem que mantenha o devido respeito. Não deve evitar de incorrer daqueles vícios, pois sem eles, é difícil que volte a salvar o Estado. DA CRUELDADE E DA PIEDADE; SE É MELHOR SER AMADO QUE TEMIDO, OU CONTRÁRIO (p. 79-82). É melhor ser amado que temido, mas como é difícil reuni-las é mais seguro ser temido do que amado. Os homens tem menos escrúpulos em ofender a alguém que se faça amar do que a quem se faz temer, pois uma amizade é mantida por um vínculo de obrigação, o qual é quebrado a cada oportunidade que lhes convenha e isso se deve ao fato de os homens serem maus. Quando ele está a frente de seus exércitos é imprescindível não se importar com a fama de cruel, sem ela jamais conservará o exército unido e disposto a alguma empresa. COMO DEVEM OS PRÍNCIPES HONRAR A SUA PALAVRA (p. 84-87) Pode-se combater de duas formas, uma com as leis (próprio do homem) e outra com a força (próprio dos animais). Pelo fato do primeiro caso as vezes não ser suficiente, convém recorrer ao segundo, pois uma sem a outra não é durável.. Jamais faltará a um príncipe razões para justificar a quebra da palavra. “...aquele que engana sempre encontrará quem se deixe enganar”. Para manter o Estado, um príncipe é obrigado a agir contra a fé, a caridade, a humanidade, contra a religião, mas é preciso não apartar-se do bem porém sabendo entrar no mal quando necessário. “Todos vêem o que tu aparentas, poucos sentem aquilo que tu és”. SUBTRAINDO-SE AO DESPREZO E AO ÓDIO (p. 88- 100) O príncipe deve manter-se forte para que ninguém possa pensar em enganá-lo ou traí-lo. O príncipe que é assaz, reputado e, contra quem é reputado, só com muita dificuldade se conspira, dificilmente é atacado. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO http://goo.gl/K3fnLB Ciência Política I AULA 04 https://goo.gl/ByCSeH Estado absolutista Jean-Jacques Rosseau O contrato social imagem da internet Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) • Estado de natureza é bom (mito do ‘bom selvagem’) um estado amoral (não há bem nem mal) – figura do Jardim Éden; • • A posse da propriedade privada degenera o estado de natureza para sociedade civil corrupta (é como o homem se encontra “hoje"); • Propriedade = desigualdade. • E o primeiro contrato social, é feito entre desiguais, para a exploração de um grupo por outro; A sociedade civil não é um acordo entre iguais, mas um golpe dos ricos e poderosos para lhes garantir: ● Proteção; ● Legitimidade; ● Ordem. Assim, o Estado aparece como obra dos ricos para preservar a desigualdade. O Estado é símbolo então da desigualdade social e política. Torna-se necessário um novo contrato social. Rousseau: um novo contrato social • Um novo contrato social seria oportunidade de construir um Estado justo e igualitário; • O fonte do poder reside no povo (= Locke) que renuncia à sua liberdade em favor de um estado que seja guiado pela vontade geral; • Vontade geral = suprema direção da sociedade. ≠ do ∑ das vontades individuais; Perde a liberdade natural e ganha a liberdade civil, calcada na limitação; O Estado, por representar a Vontade Geral, trata todos como iguais. O ideal é cada homem representar a si mesmo, não representação, mas não aprofunda o argumento. Rousseau: não tão democrático • Nem todos os cidadãos são iguais, não existem classes sociais, mas existem classes de cidadãos (classes abstratas nas quais os homens se colocam por mérito); • Na sociedade civil, a propriedade privada é sagrada, mas o Estado deve evitar os extremos de pobreza e riqueza; • Estado=interventor Classes econômicas são conflituosas, o Estado deve evitar o conflito. Alto valor à educação; Deveriam ser criados mecanismo anticorrupção; Não funcionando a educação e a vontade racional geral, a tirania ocorre. Ciência Política I AULA 05 https://goo.gl/ByCSeH Principal obra política: O Leviatã (publicado em 1651) Racionalização do direito absoluto (absolutismo) Individualista (≠ concepção orgânica de indivíduo e sociedade = idade média); Comportamento individual que pode levar a morte Thomas Hobbes 1588-1679 - Inglaterra Matemático, Teórico Político e Filósofo imagem da internet Estado de natureza = caótico, anti-social, irracional e não-político. (O homem é lobo do homem) O indivíduo se vê diante de duas opções: A.Liberdade = medo e morte B.Renúncia de poder em favor de um soberano (leviatã = ente fictício que pode ser 1 ou + indivíduos) e tem segurança (preocupação central); B é a escolha racional, feita pelo Contrato, que é celebrado um única vez. A RENÚNCIA É COMPLETA, O SOBERANO TORNA-SE O TITULAR DOS DIREITOS E DO PODER POLÍTICO. O Leviatã Da sensação A obra tem como ponto de partida uma análise da SENSAÇÃO. Segundo Thomas Hobbes, a sensação éa origem de todas as aparências e o resto deriva desta origem. A sensação é a aparência ou ilusão do que vemos e ouvimos, é o que nos causam os corpos exteriores. Segundo a definição do autor: “...a sensação nada mais é do que a ilusão originária causada pela pressão, isto é, pelo movimento das coisas exteriores nos nossos olhos, ouvidos e outros órgãos para tal destinados” Hobbes argumenta que o conhecimento que o homem tem do mundo é proveniente de “entidades externas” que causam pressões em nosso aparelho sensorial. Da imaginação Quando um determinado objeto nos causa uma sensação, mesmo após o desaparecimento deste conservamos ainda a imagem dele. Isso é o que conhecemos como imaginação. Ao afastarmos algo que nos causou uma sensação dos nossos olhos, ainda que a impressão causada permaneça, novas impressões de coisas presentes de forma mais imediata agem sobre nós e a imaginação do passado fica obscurecida e enfraquecida, e quanto mais tempo decorre mais fraca fica. Isso é uma sensação em declínio que Hobbes denomina imaginação e quando queremos exprimir o declínio e mostrar que a imagem é antiga e passada, denomina-se memória. A memória de muitas coisas, ou muita memória, chama-se experiência, e a sensação. Da linguagem A linguagem serve para o homem versar os seus pensamentos, é a criação mais nobre dele. Ela pode ser utilizada de diversas formas. A primeira delas é para se fazer um registro de todos os pensamentos; a segunda, procura mostrar aos outros o conhecimento que se tem desse conjunto de pensamentos com uma diversidade de intenções; estas podem ser agradar, ajudar, persuadir e compartilhar. O verdadeiro e o falso encontram-se nas palavras e não nas coisas, portanto onde não há a linguagem não existe a distinção de certo ou errado. As significações atribuídas às palavras chamam-se definições. Os erros dessas definições levam o homem a cometer absurdos. Da razão e da ciência O raciocínio da pessoa é a “conta matemática” de seus pensamentos e idéias (soma subtração, etc.). Por ser considerada como um cálculo a razão permite enganar e inferir falsas conclusões do homem. Quando alguém realiza o “cálculo” sem a devida atenção à organização das idéias, isso pode induzir ao erro. O filósofo coloca as crianças como seres não possuidores de razão, mas os considera seres racionais pelo fato de terem o atributo de, um dia, com o aprendizado da linguagem, adquirir razão e, conseqüentemente, ter conhecimento das ciências. A palavra fora do “cálculo” leva à disputa, à sedição e à desobediência, por isso deve-se confiar na razão calculada, pensada, formulada. O homem necessita da ciência como guia, caso contrário, encontrar-se-á em estado de loucura. Dos fins ou resoluções do discurso Thomas Hobbes escreve que todo discurso sempre tem um fim, seja ele a favor de conseguir ou evitar alguma coisa. Este último pode ser mental, ou ser exprimido através da linguagem, tendo como atributos o conhecimento das palavras, a ciência, e a junção destes aspectos inserida na conclusão. Quando o discurso é iniciado por uma contemplação de si próprio e não por uma cadeia de definições, ele é considerado uma opinião. Das virtudes intelectuais e dos defeitos Neste capítulo dedica-se às virtudes vulgarmente chamadas intelectuais e aos defeitos contrários a elas. Para o autor, virtudes intelectuais são as capacidades do espírito que os homens valorizam, elogiam e desejam possuir. Elas podem ser de dois tipos: o primeiro é chamado de natural, o segundo de adquirida. No primeiro caso, o homem não nasce com a virtude e, sim, adquire por meio de experiência e prática, sem interferência alguma da cultura ou de algum método. Dos diferentes objetos do conhecimento O autor disserta sobre os diferentes objetos do conhecimento. Diz existir dois tipos de conhecimento: o primeiro é o conhecimento dos fatos, que está limitado aos sentidos e à memória, e o segundo é o conhecimento das conseqüências de uma afirmação para a outra, que é uma ciência, é o conhecimento necessário para um filósofo, para alguém que pretende raciocinar. Esses conhecimentos precisam ser “arquivados” de alguma forma, e esse arquivo chama-se história, e igualmente ao conhecimento, possui duas espécies: a história natural, que independe da vontade do homem, e a história civil, que é uma ação voluntária dele. Do poder e merecimento O autor, no capítulo décimo, versa sobre o poder, o valor, a dignidade, a honra e o merecimento. O poder é considerado o meio pelo qual se dispõe à obtenção de bens futuros; ele pode ser instrumental ou, original. O instrumental é adquirido, como exemplo, amigos, reputação, etc, enquanto o outro é uma faculdade do corpo. O maior poder dos homens é a união de todos os poderes, o que se reflete no Estado. O valor de um homem é o seu preço, e depende da necessidade e julgamento de outrem. A manifestação desse valor é chamada de honra. Religião e Estado Nesse aspecto Hobbes afirma que grande parte dos dogmas dizia respeito não à entrada no reino dos céus, mas a disputas pela “soberania humana”, ao “ganho e ao lucro” e à “glória de espíritos engenhosos”. O cidadão não precisava acreditar internamente em todos os dogmas da Igreja, mas, se o quisesse, poderia afirmar aceitá-los publicamente, sem necessariamente neles crer. Hobbes afirma ainda que “a discussão sobre a propriedade da Igreja é uma discussão sobre o direito de soberania”. É perigoso que o homem não obedeça o Estado, mas obedeça a igreja, pois este fará o que o soberano da igreja disser. E, se isso for contra o Estado, o homem retorna ao estado natural. Pensamento central O Estado surge simplesmente para garantir a segurança. Bem diferente do estado de natureza, pois neste todos são livres e podem fazer qualquer coisa para defender seus interesses. Então o Estado pode deter a soberania e daria segurança para todos. O cidadão não tem mais direito a fazer nada sem autorização do Estado. Para ele a soberania do Estado tem que ser absoluta, defende o Estado Absolutista. Se um homem tiver algum poder, vai concorrer com o Estado, e este poderia voltar ao estado de natureza. Para T. Hobbes é dever do Estado absolutista, garantir: 1) Segurança (esta é a principal) 2) Liberdade 3) Igualdade 4) Educação pública 5) Propriedade material Se o Estado não garantir a segurança volta ao estado de natureza. Homem racional o Estado pode controlar Homem passional tem que temer o Estado (Leviatã) imagem da internet Imagem do Leviatã 1. A Coroa representa o sistema político defendido por Thomas Hobbes em sua obra, a Monarquia. Neste caso, a coroa é usada também para fazer alusão ao líder político deste sistema, o Rei ou Monarca; 2. A Espada, à mão direita do rei, simboliza uma das mais fortes justificativas para a formação do Absolutismo, a segurança (o exército nacional). Em O Leviatã, Hobbes diz que “O Povo renuncia tudo em troca do grande dom da segurança”; 3. O Cetro, à mão esquerda, simboliza o poder soberano do monarca. Diante desta observação, é válido lembrar que o monarca absolutista acumulava os poderes políticos (executivo, legislativo e judiciário) e econômico (através das medidas mercantilistas) e através destes, somado ao apoio concedido pela Igreja, exercia um forte controle social; 4. Ao observarmos com um pouco mais de atenção o corpo do rei, perceberemos que o mesmo é formado por pessoas. Neste caso, a imagem é uma perfeita ilustração da origem do poder real, pois segundo Hobbes: “O governo absoluto havia sido estabelecido pelo próprio povo”; 5. A proporção (tamanho) destinada à figura do rei,deve ser atribuída ao poder real. Na figura acima, fica a sensação de que a autoridade monárquica alcança facilmente todo o território nacional, ou seja, nos é passado a ideia de um controle estabelecido que podemos chamar de governo. http://historiaporimagem.blogspot.com.br/2011/01/o-monarca-de-o-leviata.html Atividade sobre Thomas Hobbes https://goo.gl/zqH5XU CONTRATUALISMO DE JOHN LOCKE A liberdade individual no liberalismo burguês Absolutismo monárquico X Liberalismo político Na obra o Segundo Tratado sobre o Governo Locke justificou a revolução gloriosa. Na época era o mais completo trabalho sobre o Estado Liberal. O Estado tem limites do poder de governar. No estado de natureza o homem vive em relativa paz. Neste estado de natureza o homem tem: vida, liberdade, propriedade e felicidade. O homem é dono de sua própria pessoa e de seu trabalho (aquisição da propriedade) No contrato social: Para que criar o Estado? Resolver os conflitos imparcialmente Preservar os direitos naturais Proteger a sociedade (interna e externamente) Maquiavel = Estado absolutista Hobbes = Estado absolutista Locke = Estado liberal Rosseau = Estado democrático (liberal) Maquiavel = O homem é mau, egoísta. O Príncipe tem que se preocupar com a manutenção no poder. Hobbes = O homem é lobo do homem. Precisa do Estado (o leviatã) para cuidar de todos, caso contrário, os homens serão levados a barbárie. O Estado fica com a liberdade o homem, que passa todos os seus direitos de liberdade natural, ficando com a segurança do Estado. Locke= O homem é uma tábua rasa. É a experiência da vida que vai formar seu caráter. No estado de natureza, o homem vive bem, tem propriedade, trabalha, respeita os outros indivíduos. Ele só precisa do Estado para intervir de forma mínima e, gerir alguns conflitos. Sistema político misto Monarquia (rei) Câmara dos Lordes (burguesia) Câmara dos comuns (democracia, povo) O Estado garante: Liberdade de pensamento Liberdade de expressão Liberdade de culto religioso Livre atividade econômica John Locke (1632-1704) • Principal obra política: Segundo Tratado sobre o Governo Civil; • Pressupostos fundamentais: • (1)os homens sequer se possuem, são obra e propriedade de Deus sequer, daí todos serem livres e iguais, acima somente Deus. (2) A liberdade, porém, não é absoluta, pois “onde não há leis, não há liberdade”. A lei natural (de)limita a liberdade natural. Essa lei é uma expressão da vontade de Deus, que é conhecida pelos homens por meio da razão =“voz de deus no homem”. Logo, A razão promulga a lei de natureza e, também, faz-nos livres. Ao mesmo tempo em que razão = lei natural, a qual tem soberania sobre as ações humanas. • Locke valoriza bastante a razão = é a qualidade do ser humano. • A razão é o modo de cooperação entre os homens, que nos permite viver junto em sociedade e solidariedade. • O indivíduo que age irracionalmente é um animal e, como tal, deve ser tratado. Agir irracionalmente inclui dizer que está acima de alguém sem ser Deus (neste caso o animal é selvagem e nocivo). Locke e o Estado de Natureza Estado de natureza: • Sendo todos iguais, livres e racionais, é inicialmente bom. • É a condição na qual o poder executivo da lei natural (da razão) ainda está exclusivamente nas mãos dos indivíduos, não se fez comunal. Se alguém transgredi-la, qualquer pessoa pode puni-lo. • O direito de governar é um direito natural e individual, além disso, é “judicial” porque é a execução da lei natural. Porém, não há nada quem diga que a aplicação da lei é feita adequadamente e proporcionalmente correta. Tudo está nas mentes dos indivíduos, os quais são, +ou-, legisladores. Assim, torna-se difícil convencer uma pessoa errada de que fere a lei natural. O erro pode vir das paixões ou de interesses pessoais que geram incidentes indesejáveis, daí a o governo comunal. • O estado de natureza já é social e político. Mas os homens sempre evoluem para o estado civil. Essa afirmação é sustentada pela inovação conceitual de propriedade (logo, quem não tem propriedade está fora! Pressupõe uma sociedade sem classes, justa e igualitária). OBRA: ENSAIO SOBRE O ENTENDIMENTO HUMANO (1690) Empirismo: tudo que temos acesso é porque já vivenciamos. Não acredita que nossas impressões são inatas (critica Descartes), ou seja, já nascemos com elas. SEMPRE recebemos percepções. é primordial, diferencial da experiência sensível, dividir os objetos em qualidade primárias (forma, extensão e volume), secundárias (cor, odor, textura). Nesse segundo as percepções podem mudar. Porque as pessoas interpretam diferente? (azul, azul escuro e azul verde). Locke e o Conceito de Propriedade • O direito aos produtos da natureza é concessão divina . Porém, cada homem tem uma propriedade em sua própria pessoa, de modo que, o trabalho de seu corpo e a obra de suas mãos são seus (surge a propriedade privada). Que deve servir ao consumo de família, sem desperdícios, e não pode ser usada para subordinar a outrem. • Evolução: • A propriedade individual não se originou do consenso, o que levou a comportamentos não cooperativos e irracionais. Por isso, os homens abandonaram o estado de natureza em busca de uma organização social e política fonte de poder capaz de regulamentar e preservar a propriedade. • Apesar de Locke partir da concepção segundo a qual a propriedade privada é originária do trabalho, para explicar a finalidade da união dos homens em comunidade, ele amplia o conceito de propriedade para abarcar “as vidas, as liberdades e as posses”. Locke e a Constituição do Governo Civil • A constituição do corpo político é feita pela união consensual dos homens (não é por direito divino ≠ Filmer, não é pela sua maioria, não pode ser por conquista ≠ Hobbes). Legitimidade. • Assim a monarquia absoluta não pode ser legítima, pois não faz sentido homens iguais e livres se colocarem em situação pior que aquela do estado de natureza. • Para instituir o governo civil, os homens precisam abrir mãos de dois poder: o de legislar e o de executar a lei. • O supremo poder é o legislativo, o que torna o parlamento soberano. Contudo, o legislador não pode prever nem prover todas as situações, logo, é necessário deixar algumas resoluções para a discrição de quem tem o poder executivo, i.e., a prerrogativa real. Alem disso, o legislativo não precisa está sempre reunido. • Todavia, tanto o poder do legislativo quanto o executivo não podem ultrapassar os limites do bem público e os estabelecidos pela lei natural – vigor mesmo após a instituição do governo civil. • Os detentores do pode são depositários da confiança do povo, caso não cumpram seus mandatos adequadamente, cabe ao povo julgá-los. Contra a força “sem autoridade” o povo pode empregar a força (= direito de insurreição ). • O direito à insurreição não pode gerar perpétua anarquia. Mover-se apenas quando a situação se tornar insuportável. • LOCKE = INDIVIDUALISTA = LIBERALISMO POLÍTICO. O POVO JAMAIS PERDE SEUS DIREITOS E PODERES, APENAS DELEGA-OS A OUTROS. 1.1. GUERRA CIVIL NA INGLATERRA: Absolutismo e Liberalismo a) Disputa pelo poder: Coroa e Parlamento O século XVII foi marcado pelo antagonismo entre a Coroa e o Parlamento, controlados, respectivamente, pela dinastia Stuart, defensora do absolutismo, e a burguesia ascendente, partidária do liberalismo. b) Disputa religiosa: Esse conflito assumiu também conotações religiosas e se mesclou com as lutas sectárias entre católicos, anglicanos, puritanos e presbiterianos. Finalmente, a crise político-religiosa foi agravada pela rivalidade econômica entre os beneficiários dos privilégios e monopólios mercantilistas concedidos pelo Estadoe os setores que advogavam a liberdade de comércio e de produção. I - Pré-reforma na Alemanha – Lutero Lutero não queria ser um líder político, ele dizia que Igreja e Estado tinham papéis diferentes, a Igreja era o “Reino da Mão Direita” e o Estado era o “Reino da mão Esquerda” e por isso os que cuidavam dos assuntos religiosos não deveriam se aplicar a gerenciar as decisões dos que cuidavam dos assuntos do Estado. Assim, quanto a Liberdade Cristã do crente que deveria ser livre das imposições de doutrinas e costumes dos homens, agindo para o bem em liberdade, não por medo ou coação. Principais contratualista quadro I Hobbes Locke Rousseau Estado de natureza Caos e violência Bom → caos Bom Sociedade civil/política Boa Boa Ruim → boa soberano 1 ou + permanentes 1 ou + Estado Estado Forte Juiz do direito natural Vontade geral Fonte do poder Povo Povo Povo Titularidade do poder na Sociedade civil soberano Povo Povo Charles-Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu, conhecido como Montesquieu (castelo de La Brède, próximo a Bordéus, 18 de Janeiro de 1689 — Paris, 10 de Fevereiro de 1755), foi um político, filósofo e escritor francês Montesquieu Montesquieu • Iluminista Francês • Principal trabalho: “O Espírito das Leis”, no qual trata da teoria da separação dos poderes, da formas de governo e influência do clima no comportamento humano. • Tenta construir um esquema rigoroso de interpretação do mundo histórico, social e político. • A busca fundamental de Montesquieu tem caráter de natureza liberal. Para ele, todo governo deve ser baseado em leis. • A lei deve ser vista como a encarnação da razão. Racionalista, mas, diferentemente de Maquiavel, não adota um método elaborado no empirismo. • Apesar de entender a necessidade de leis, é que o Barão se mostrava bastante cético com as leis em função da imperfeição dos legisladores que as construíam. Portanto, não se deve extrapolar a justiça das leis, pois nem sempre refletem a realidade que os cidadãos julgariam a mais justa para eles. • Mas e as leis, o que são? Montesquieu assume certo determinismo para tratar dessa questão: para ele, as coisas têm natureza própria e as leis devem ser relações necessárias que derivam dessa natureza intrínseca das coisas, mas não bastam para explicar um país. As leis formam um sistema de relações onde o ‘espírito das leis’ consiste nas varias relações que as leis podem ter com outras variáveis (clima, constituição, costumes). • Assim as leis de uma sociedade são resultado de sua realidade complexas e sua essência deve ser buscada na natureza das coisas que cercam essa sociedade e que influenciam seus fatos sociais. • Todavia, Montesquieu faz uma advertência, para ele, as instituições políticas sempre devem estar em harmonia com condições físicas e sociais das nações a que servem. Do contrário, sofrerão de irremediável fragilidade. • Para Montesquieu as leis não devem promover a igualdade absoluta, pois isso não passa de uma utopia. Além disso, o poder não pode cair nas mãos do baixo povo, inapto para exercer o poder político. DOUTRINA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES • Fundamento = idéia dos pesos e contrapesos, a qual consiste na proposição de que o poder, em um sistema político-social, deve ser dividido entre as instituições e que estas devem controlar umas às outras. • A divisão na apresentação original: • Poder legislativo: responsável pela elaboração e correção das leis; • Poder executivo das coisas que dependem do direito das gentes: faz paz ou guerra, envia e recebe embaixadas, estabelece a ordem, prevê invasões, etc. (seria o nosso Executivo); • Poder executivo das coisas que dependem do direito civil: pune crimes e julga dissídios dos particulares – poder de julgar e de dizer o direito (seria o nosso judiciário). Sistema Político e Solução de Conflitos em Montesquieu • Noção de moderação: preocupação com a solução dos conflitos e a manutenção da estabilidade = elemento essencial para o funcionamento estável dos governos. • A teoria dos poderes sociais elaborada por ele pressupõe que a equipotência entre os diferentes poderes (forças sociais) seria uma condição de estabilidade porque asseguraria a existência de um equilíbrio entre os poderes através da possibilidade de contraposição mútua entre eles. • Essa divisão dos poderes sociais não pressupõe uma divisão de funções. • As instituições e as leis deveriam evitar que uma força prevalecesse entre as demais e que os conflitos de interesses minassem a estabilidade do governo. A despersonalização da estrutura de poder através da criação de instituições garantiria que o governo fosse menos vulnerável à ação de um indivíduo ou grupo. Sistema Político e Solução de Conflitos em Montesquieu • Seu modelo baseia-se na monarquia constitucional inglesa e busca através de um regime misto equilibrar as posições da monarquia, da aristocracia e do povo através da representação balanceada dos interesses desses grupos. • O povo deveria ser o detentor do poder legislativo. (mas deveria ser composto por representantes eleitos) • Como representantes do corpo do povo, os deputados devem prestar contas aos representados, elaborar leis e observar se essas leis estão sendo implementadas. • A participação popular é restrita à escolha dos representantes através do voto. Todos teriam direito a dar seu voto para escolher os representantes, no entanto, Montesquieu exclui o caso em que os cidadãos “sejam de condição tão baixa que se considera que não possuem vontade própria”. • Outra distinção feita por Montesquieu diz respeito à separação do Legislativo em duas casas (representantes do povo e da nobreza) como forma complementar de controle sobre os representantes do povo. REVOLUÇÃO FRANCESA fonte:http://pt.slideshare.net/edna2/revolfrancesa • Foi o conjunto de eventos que, de 1789 a 1799, alterou o quadro político, econômico e social da França. • Antes da revolução, a França era caracterizada pelo Antigo Regime, ou seja, o absolutismo monárquico, o mercantilismo e a sociedade estamental. • A revolução rompeu com o antigo regime, que dominava a Europa desde o século XV. Tornou-se, assim, um importante marco histórico, iniciando a Idade Contemporânea. • A Revolução Francesa inspirou reformas em outros países, além de ter influenciado na independência das colônias espanholas e na proclamação da independência do Brasil. Introdução • Embora seja uma revolução burguesa, houve forte participação popular; • Representa o momento em que a burguesia, já detentora do poder econômico, atinge o PODER POLÍTICO. Causas • Dentre as principais causas da Revolução Francesa, podemos destacar o custo da monarquia, pois o rei Luís XVI e a sua corte gastavam enormes quantias para sustentar seus privilégios. • As ideias iluministas também influenciaram o desejo por reformas políticas e econômicas. Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade acabaram estampados nas cores da bandeira e também no hino da França. • O gasto com guerras pesou na economia do país. A França participou da Guerra da Independência dos Estados Unidos e perdeu a Guerra dos Sete Anos, contra a Inglaterra. Causas • Além disso, o quadro econômico na França era péssimo e a fome ameaçava a população. Secas prejudicavam a agricultura e acentuavam a miséria. Havia escassez de alimentos, o que aumentava ainda mais a revolta da população. • A divisão da sociedade francesa também pode ser considerada causa da revolução, pois não havia mobilidade e a posição social dependia do nascimento. Causas • No século XVIII, a burguesia se sentia prejudicada pela intervenção do Estado na economia (Mercantilismo)• Politicamente, o reinado de Luís XVI caracterizava uma monarquia absolutista (poder ilimitado e de origem divina). Divisão da sociedade • A sociedade francesa era estamental, dividida em três estados ou ordens. sem mobilidade social, que mantinha os privilégios de nascimento da nobreza. • Primeiro estado: CLERO • Segundo estado: NOBREZA • Terceiro estado: POVO ALTO - Bispos, abades (origem nobre) BAIXO - Padres (origem popular) DE SANGUE (herdeiros da nobreza feudal) DE TOGA (Burgueses que compravam ou ganhavam títulos de nobreza) BURGUESIA: Alta, Média e Pequena. POBRES – Camponeses, trabalhadores urbanos e desempregados. Divisão da sociedade • Obs.: O primeiro e o segundo estados tinham isenção de impostos, logo o Estado francês era sustentado pelo terceiro estado (burguesia). No início da década de 1780, a França se encontrava em uma grave crise econômico-financeira . Suas principais causas foram: • Guerra dos Sete Anos (1756-63), contra a Inglaterra: muitas despesas militares e perda de regiões coloniais; • Guerra de Independência dos EUA: empobreceu os cofres públicos em mais de dois bilhões de libras; • Tratado comercial de 1786, assinado com a Inglaterra (vinhos franceses em troca de tecidos ingleses) levou à falência de indústrias francesas e aumentou o descontentamento burguês. • Fenômenos climáticos prejudicaram as colheitas e aumentaram o preço do trigo e do pão, causando fome e aumentando a insatisfação popular; • Os gastos da nobreza parasitária e o luxo das festas da corte francesa no Palácio de Versalhes eram bancados pelos impostos pagos pela burguesia. • A INSATISFAÇÃO da maioria esmagadora da população contra a monarquia fazia da França um terreno fértil para os ideais iluministas de “ Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. A Liberdade guiando o povo, de Eugène Delacroix Etapas da Revolução. Assembleia dos Estados Gerais (1789): • Para resolver a questão dos impostos, o rei convoca a Assembleia dos Estados Gerais, com representantes dos três estados; • Cada estado tinha direito a um voto, mas a burguesia queria uma votação por indivíduo, o que levou a violentas discussões; • Diante da impossibilidade de resolver a questão, o terceiro estado se separou dos demais, declarando-se ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE. 1ª fase: Assembleia Nacional Constituinte (1789-91) • A Constituição representaria o fim do absolutismo monárquico na França; • Em Paris, o povo invadiu a antiga prisão da Bastilha, num momento que representou, simbolicamente, o fim do Antigo Regime; • Na zona rural, os camponeses invadiram castelos, incendiaram plantações e massacraram membros da nobreza e do clero (o Grande Medo ). • A Tomada da Bastilha, 14 de julho de 1789. Decisões da Assembleia Nacional Constituinte: • Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (todos têm direito à liberdade e à defesa da propriedade privada); • Extinção dos privilégios feudais da nobreza; • Aprovação da Constituição Civil do Clero : confisco das terras da Igreja e subordinação de seus membros ao Estado francês; • Promulgação da Constituição de 1791 , que estabelecia o voto censitário e a tripartição dos poderes . Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Monarquia constitucional (1791-92) • Luís XVI aceitou a Constituição, mas foi pego ao tentar fugir com sua família para a Áustria e preso no Palácio das Tulherias; • As monarquias absolutistas da Europa começaram a organizar uma ofensiva contra a França e, diante da invasão prussiana, a Assembleia convocou todos os cidadãos à guerra; Às armas cidadãos! Formai vossos batalhões! Marchemos, marchemos! Nossa terra do sangue impuro se saciará! • A multidão, enfurecida, invadiu o local onde o rei estava preso, considerando-o um traidor. Os revolucionários aboliram a monarquia e proclamaram a República . Invasão ao Palácio das Tulherias, 10 de agosto de 1792. 2ª FASE: A Convenção (1792-93) • Girondinos – sentavam-se à direita na Assembleia e representavam a alta burguesia; • Jacobinos – sentavam-se à esquerda, na parte mais alta da Assembleia e defendiam os interesses da pequena burguesia e dos sans-culottes; • Planície ou Pântano – sem posição política definida, sentava-se ao centro da Assembleia, na parte mais baixa. ❖ Seus membros foram escolhidos por sufrágio universal Masculino e pertenciam aos seguintes partidos políticos: 2ª fase: A Convenção (1792-93) • A Convenção decidiu, por votação, mandar o rei deposto (Cidadão Luís XVI ) à guilhotina; (21.01.1793) • A execução do rei levou as nações absolutistas – Áustria, Prússia, Espanha, reinos italianos, Países Baixos – e a Inglaterra a formar a Primeira Coligação, contra a França; • Dentro da França, houve levantes antirrevolucionários de camponeses, instigados por padres reacionários e pela pequena nobreza (Vendeia). Sans-culotte parisiense. • Em junho de 1793, tem início a REPÚBLICA JACOBINA (“o Terror”), quando os sans-culotes e os jacobinos, invadiram a Convenção e prenderam os líderes girondinos. República Jacobina (junho de 1793 – julho de 1794) • Criação do Tribunal Revolucionário, que julgava os opositores da Revolução e condenava-os à morte na guilhotina; • Houve a criação do ensino público e gratuito, abolição da escravidão nas colônias, tabelamento dos preços dos alimentos e a instituição do sufrágio universal masculino; • Os jacobinos perderam popularidade graças à carnificina das execuções, o que levou à volta dos girondinos ao poder no Golpe do 9 Termidor . Reação termidoriana (1794-95) • Execução de Robespierre na guilhotina e anulação das medidas populares tomadas pelos jacobinos; • Restabelecimento da liberdade de preços e promulgação de uma nova Constituição, que estabelecia que o Poder Executivo seria exercido pelo Diretório, além do retorno do voto censitário . 3ª fase: O Diretório (1795-99) • Após a queda de Robespierre, a alta burguesia voltou ao poder disposta a consolidar suas conquistas. • Em agosto de 1795, foi criado o Diretório, no qual cinco membros – chamados de diretores – exerciam o Poder Executivo. Esta fase encerrou em 799. • A crise econômica agravava-se a cada dia, a corrupção aumentava e faltavam alimentos. Com o passar do tempo, o governo do Diretório foi ficando cada vez mais enfraquecido. • Com a França imersa no caos, e sob a ameaça de ataques internos e externos, a burguesia articulou entregar o poder a alguém influente e poderoso. • Esse alguém foi o jovem general Napoleão Bonaparte, que, a partir de 1799, começou a governar a França. O Diretório (1795-99) • Teve maioria girondina e sofria oposição dos jacobinos e dos monarquistas; • Enfrentou tentativas de golpes dos dois grupos, como a Conspiração dos Iguais , cujo líder jacobino foi preso e guilhotinado pelos girondinos. “Graco” Babeuf. • Externamente, a França ainda enfrentava, com sucesso, os países absolutistas e começou a se destacar o gênio militar de Napoleão Bonaparte; • Para consolidar sua República burguesa, os girondinos apoiaram o Golpe do 18 Brumário (Bonaparte derrubou o Diretório e instituiu o Consulado. Napoleão Bonaparte Fontes: História Digital, google imagens, http://pt.slideshare.net/edna2/revolfrancesa Não precisou esperar quase nada: rapidamente, depois de ter conquistado a confiança do povo, Napoleão instalou um novo regime político chamado Consulado — uma ditadura disfarçada, com a qual rapidamente instaurou um novo conjunto de leis: o Código Napoleônico, extremamente benéfico para o desenvolvimento da alta burguesia francesa. Para o povo, fazia propaganda de seu governodizendo que iria dar continuidade à Revolução Francesa. Estava clara a estratégia de Napoleão Bonaparte, em sua aliança com a alta burguesia francesa: na verdade, ele iria dominar outros países não tanto para “difundir a Revolução Francesa”, como anunciava para o povo e sim para conquistar novos mercados de consumo para o alto empresariado francês! A Inglaterra costumava distribuir seus produtos por mar. Um grande navio de carga levava os produtos até Portugal, que era uma nação aliada, e de lá, os produtos saíam para todos os portos da Europa reembarcados em várias pequenas caravelas. Para tirar do caminho das exportações francesas concorrência dos produtos ingleses, que se espalhavam por toda a Europa a preço baixo, Napoleão começou a dominar todos os países que tinham portos, e assim que os dominava, proibia o desembarque de novos produtos ingleses. Chamava essa estratégia de “Bloqueio Continental”. No governo bonapartista não havia eleições — ele estava no poder para ficar. Havia uma Constituição para assegurar certos direitos — mas promulgada por ele próprio. Na prática, tratava-se de um retorno à monarquia, e do ponto de vista estritamente político (deixando de lado o perfil econômico mais avançado desse governo e sua base social burguesa), seus únicos traços mais progressistas eram a presença de uma Constituição e sua postura laica. Napoleão foi derrubado, ironicamente, pelo contraste entre sua própria eficiência militar e o desenvolvimento menor da burguesia empresarial francesa, que não conseguiu dar conta de produzir o suficiente para alimentar com seus produtos todo aquele imenso mercado de consumo que Napoleão havia tomado para ela dos ingleses. A falta de produtos franceses nas regiões mais distantes do império napoleônico, combinada com o impedimento de importar produtos ingleses e com os entraves a uma produção local independente que pudesse concorrer com a francesa, gerou uma crise de produtos de necessidade básica nessas regiões. E isso foi o estopim de rebeliões que Napoleão não pôde conter. A Rússia Ocidental era a mais distante dessas regiões, sem produtos, rebelou-se. Napoleão, em represália, invadiu a região com seus exércitos, mas não conhecia o terrível inverno russo. A França, então, politicamente voltou quase à estaca zero. A monarquia com base social na nobreza foi restaurada, e o código napoleônico foi abandonado. Havia uma nova Constituição, mas imposta pelos restauradores da monarquia, e sem os elementos necessários para atender às necessidades do Terceiro Estado. O rei Luís XVIII estava agora no poder. Era o ano de 1814.
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