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Universidade Estácio de Sá Curso: Pedagogia História da Educação Aluno(a): Ivonete Pereira da Silva Resumo: Pontuar históricamente como aconteceu a história da Educação no Brasil, antigamente até os dias de hoje. 1. Início da Colônia: Ensino com catecismo As primeiras salas de aula foram criadas pelos jesuítas com o objetivo de evangelizar os índios. Inicialmente os curumins (filhos dos índios) e órfãos portugueses. Mais tarde os filhos dos proprietários das fazendas de gado, dos engenhos de cana-de-açúcar e também dos escravos. Em todos os casos eram apenas meninos. Esses foram os primeiros alunos da Educação Brasileira, e os padres Jesuítas os primeiros professores. De 1549, quando o padre Manoel da Nóbrega chegou ao nosso território na caravela do governador Tomé de Souza, até 1759 quando Sebastião José de Carvalho (Marquês de Pombal), expulsou a Companhia de Jesus, a catequização e o ensino se misturaram. Outras ordens religiosas e os Franciscanos, realizaram algumas tentativas de ensino, mas foram os jesuítas que lograram a constituição de uma rede educacional. Os primeiros passos foram dados nas confrarias de meninos. Após o desembarque, imediatamente os jesuítas iniciaram a conversão dos índios ao cristianismo, ensinando-os a ler e escrever, numa missão evangelizadora que alcançaria, depois as línguas tupis e o português. O objetivo da Igreja Católica era catequizar, pois se sentia ameaçada pela Reforma Protestante. Segundo um relato e Anchieta, os índios entregavam seus filhos de boa vontade para serem ensinados, e ao voltarem para seus pais, elas colaboravam disseminando os ensinamentos católicos entre os adultos. Não havia formação especializada para os padres chegarem a professor, bastava ser um bom cristão, quanto mais fiel aos ensinamentos, mais apto estava. Outro marco significativo da época foi o uso do teatro e da poesia nos ensinamentos. Para catequizar e educar, os cânticos e poesias dos próprios nativos eram utilizados. Nas cenas os hábitos indígenas eram readaptados a uma vida mais cristã e os costumes como nudez e bigamia eram criticados. Os jesuítas também fundaram escolas na Europa, Ásia e outros países da América. Diante dos fatos, a ordem regulamentou suas ações educativas, e o fez com o Ratio Studiorum, promulgado em 1599, com mais de 400 regras, reafirmando estatutos anteriores e integrando educação e religião. 2. Fim da colônia e Império O ensino se torna estatal e os professores passam a ser pouco recompensados e passam por muitas cobranças. O Marquês de Pombal criou as aulas Régias, mas demorou nas seleções dos professores. Foi iniciada uma reforma na Educação com objetivo de modernizar o reino de Dom José I. Com a criação das aulas régias, os padres foram substituídos, mas os efeitos de tal mudança só foram sentidos alguns anos mais tarde. Em 1960, foi realizado o primeiro concurso para professores públicos, em Recife, mas com a demora nas nomeações, as aulas só foram iniciadas em 1771, no rio de Janeiro. Com a morte de Dom José I, em 1777, dona Maria I assumiu o poder. Logo surgiram a Imprensa Régia, alguns jornais impressos, o Jardim Botânico no Rio de Janeiro e o museu Real. A constituição de 1824, estabeleceu que a educação deveria ser gratuita para todos os cidadãos. Para cumprir a determinação, deputados e senadores aprovaram uma lei em 15 de outubro de 1827 que marcou o dia do professor, e indicou que fossem criadas as escolas de primeiras letras. Como modelo para ensino secundário, foi fundado em 1837 o colégio Pedro II no rio de Janeiro. As aulas abordavam temas como leituras, escritas, operações matemáticas e o método lancasteriano criado na Inglaterra e inspirado pelo sistema fabril. Quem desejava ser professor no período imperial tinha que atender a muitas exigências, os conteúdos eram tantos que algumas vezes foi difícil encontrar quem passasse nas provas, e o estado era obrigado a aceitar docentes sem habilitação e que recebessem salário menor. 3. Primeira República: Um período de reformas Surgem os grupos escolares e os ideais escolanovistas ganham força. Benjamin Constant foi ministro da Instrução Pública, Correios e Telégrafos. Nos grupos escolares estudavam muitos alunos, divididos por série e idade. Com a Proclamação da República o Brasil adotou o federalismo e o poder. O período foi marcado pelo desenvolvimento da indústria, pela reestruturação da força de trabalho - não mais escrava- , pelas greves operárias e pela Semana de Arte Moderna. O positivismo ganha força com a reforma de 1890, organizada por Benjamin Constant. Adepto da filosofia de Comte propôs mudanças no ensino primário (7 a 13 anos) e secundário (13 a 15 anos), priorizando disciplinas científicas como Matemática e Física em detrimento das humanas- que foram o foco das escolas de primeiras letras, criadas no império. A Elite da Igreja Católica impediu o avanço do projeto, mas ele expandiu para outras propostas. A Reforma Paulistana obteve maior êxito e foi implementada de 1892 a 1896. Como relata Demerval Saviani no livro de história das Idéias Pedagógicas do Brasil, esse modelo foi replicado na maioria dos estados. Com a intenção de abrir mais escolas, houve a necessidade de formar mais professores, gerando novas relações de poder foi criado o cargo de Diretor Escolar. 4. Era Vargas: Profusão de idéias A proposta de escola nova de Paulo Freire ganha força, mas não chega à sala de aula. Anísio Teixeira foi um dos defensores da escola nova. A defesa da Educação pública, gratuita e laica ganhou força em 1932. Em 1930 Getúlio Vargas se tornou chefe do governo, e no mesmo ano foi cria do o Ministério da Educação e saúde pública. As leis orgânicas do ensino foram promulgadas a partir de 1942, com isso o ensino fundamental passou ater quatro anos e o médio três, também foi criado o supletivo de dois anos para os adultos. 5. Ditadura Militar: Aulas para o trabalho O regime militar fez do ensino uma ferramenta de controle e se apoiou em ideais tecnicistas. O Mobral ampliou a escolarização dos adultos, mas gerou analfabetos funcionais. Paulo Freire foi exilado no Chile, as propostas de educação democrática foram abandonadas e o governo se preocupava com o crescimento industrial e o foco era formar um povo literalmente braçal e inculto. As idéias de Freire deram lugar a u modelo assistencialista por meio do Movimento brasileiro de alfabetização (Mobral), a leitura foi descontextualizada. O ensino universitário vivia um momento crítico, e a revolta por falta de vagas ganhou força com manifestações, que foram reprimidas pela promulgação do ato Institucional pelo General Artur da Costa e Silva (presidente em 1968). Muitos estudantes foram presos e torturados por se oporem ao governo. Em julho de 1971, o ministro da educação Jarbas Passarinho oficializou o vestibular classificatório nas universidades, algo que perdura até hoje. 6. Pós Ditadura: Qualidade pra todos Ensino universal, piso para professores e avaliações externas. A LDB incluiu a Educação Infantil na Educação Básica. Em 5 de outubro de 1988 a nova constituição foi a provada, e o direito a educação que os escolanovistas haviam propagado foi conquistado. Fernando Collor de Mello na presidência criou o Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania (Pnac), no lugar do antigo Mobral, mas a iniciativa durou apenas um ano. Fernando Henrique Cardoso assumiu em 1995, nesse instante foi promulgada Lei de Diretrizes e Bases na Educação (LDB), municipalizando o ensino fundamental e estipulando a formação dos docentes em nívelsuperior. Para financiar novos projetos foi criado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino fundamental e valorização do Magistério. 1º e 2º graus foram tornados em fundamental e médio, e os estudantes com necessidades especiais passaram a ser atendidos preferencialmente na rede regular. FHC emendou um segundo mandato e incluiu o Brasil no Programa Internacional de avaliação de Alunos (Pisa). Na mesma época foi criado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que em 2009 passaria a ser considerado em substituição ao vestibular. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI) também nasceram nesse período. Depois de dois anos Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência e levou Cristovam Buarque para o Ministério da Educação (MEC), e no lugar da Alfabetização Solidária de FHC em 1997, foi lançado o Brasil Alfabetizado para o combate ao analfabetismo. O esforço contínuo levou a diminuição da taxa de analfabetismo de quem tinha 15 anos ou mais, mas em 2012 a queda progressiva foi interrompida por razões desconhecidas. Conclusão Diante dos fatos apresentados, faz-se mister salientar que desde o período imperial, a Educação trava grandes batalhas para chegar a um “estado de graça”. Com as melhorias e novas leis promulgadas, direitos adquiridos com o tempo, houveram melhoras significativas no que pertence a Educação Brasileira, mas, com o decorrer dos anos, novas lideranças no poder com ideais diferenciados, conclui-se que a luta por uma Educação de qualidade está longe de chegar ao fim. Ivonete Pereira Biografia escolanova.org https://novaescola.org.br/conteudo/3432/educacao-pos-ditadura-qualidade-para-todos https://novaescola.org.br/conteudo/1910/serie-especial-historia-da-educacao-no-brasil https://novaescola.org.br/conteudo/3433/ensino-com-catecismo https://novaescola.org.br/conteudo/3442/mestres-quase-nobres https://novaescola.org.br/conteudo/3434/era-vargas-profusao-de-ideias
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