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Recreação Professora: Dayna Karina Noda Turma: 1° e 2° Período (Matutino e Noturno) Material de Estudo Resumo: História do Lazer, Novos Paradigmas do Lazer e Conceituação de Lazer e Recreação. HISTÓRIA DO LAZER Antes da Revolução Industrial, o termo Lazer não existia, o tempo livre (livre do trabalho) é uma conquista moderna das classes sindicais, obtida após diversas reivindicações em prol da melhoria da qualidade de vida da classe trabalhadora, à qual eram destinada exaustivas e massacrantes cargas horárias de trabalho, consequentes do advento da Revolução Industrial, e engloba o lazer, que é a forma mais encontrada de ocupação desse tempo livre para ser utilizado de forma espontânea, crítica e reflexiva, abrangendo as mais diversas atividades de lazer em que haja o princípio da busca do prazer. As antigas civilizações chamavam o tempo livre de Ócio Criativo, com a Revolução Industrial, a criatividade passou a ser focada no trabalho e na produção, que com a seguinte super exploração do trabalho ocasionou uma disparidade social cada vez maior. Na Grécia antiga, somente os escravos trabalhavam, homem livre passava seus dias a fio, com atividades para o corpo e para o intelecto, já nos séculos XVII e começo do XVIII, antes da Revolução Industrial, a grande maioria das famílias moravam no campo, produziam para o seu próprio sustento e tinham seus próprios horários de trabalho. Enquanto que nas grandes cidades os pobres sobreviviam do trabalho artesanal em manufaturas, onde trabalhavam jornadas de trabalho exaustivas de 14 a 16 horas/dia e ganhavam quase nada, de acordo com a produção, ou com o que o patrão lhes quisesse pagar. Com a chegada da Revolução Industrial, desencadeou-se o Êxodo Rural, o que gera uma superpopulação das grandes cidades, grande busca de empregos nas fábricas, antigos operários de manufaturas são alocados nas linhas de produção das fábricas, o trabalho passa a ser assalariado, entretanto, ainda se ganhava pouco e se trabalhava demais. O cenário de trabalho da Revolução Industrial desencadeia greves e reivindicações por parte dos trabalhadores, os principais pedidos eram; - Melhores condições de trabalho. - Redução da jornada de trabalho sem redução salarial. A partir destes acontecimentos, começou-se a falar na necessidade de um tempo maior de descanso, tempo livre das obrigações do trabalho, obrigações familiares e sociais para se dedicar a um Fazer Nada, começa aqui a se falar em Lazer. NOVOS PARADIGMAS DO LAZER Quanto à Redução da Jornada de Trabalho As reivindicações de redução da jornada de trabalho, presentes até hoje no nosso cotidiano, gera questões do tipo; queda da produção e do lucro das empresas e o enfraquecimento da economia. Muitas empresas, principalmente empresas de pequeno porte, não se sentem completamente seguras quanto a reduzir a jornada de trabalho dos seus trabalhadores, pois não seriam capazes de se sustentar no mercado se seus lucros diminuíssem. Estas não apresentam uma estrutura capaz de concorrer com as demais que as faça permanecer ativas se mudassem suas rotinas de trabalho. A respeito disso, estudiosos defendem que a redução da jornada, não necessariamente diminuiria o lucro das empresas, visto que, com menos tempo de trabalho, os trabalhadores poderiam passar a produzir mais e melhor, em decorrência do menor estresse gerado pela permanência prolongada no serviço. Outra proposta defendida refere-se ao enfraquecimento da economia, é a de reciclagem da economia, que, mediante a criação de bens e serviços voltados a atender o público em suas horas de lazer, os cofres iriam não só recuperar o lucro perdido como consequência do menor tempo de trabalho, mas também aumentar os ganhos, visto que as pessoas gastam mais quando estão mais felizes e dispostas a continuar se divertindo. Quanto às Politicas Públicas de Lazer Não se sabe de nenhuma sociedade que tenha sistematizado de maneira clara as diretrizes de uma politica de Lazer. A que mais perto chegou foi a França, ao criar o Ministério do Tempo Livre, no entanto, na definiu uma politica sistemática e coerente. O que se sabe é que uma boa politica de lazer deve pautar sobre o Tempo, o Espaço e o Suporte Institucional para as práticas de lazer. O lazer quanto ao tempo, é a pausa do trabalho e demais obrigações no final do dia, semana e nas férias. Quanto ao Espaço de lazer, referimo-nos ao conjunto de interstícios do território urbano e rurais destinados a este fim, praças, parques, cachoeiras, trilhas. Enquanto ao Suporte Institucional, gera-se a questão; a quem cabe organizar e desenvolver as práticas de lazer nestes Espaços? Dentro da nossa tradição parlamentarista, o que se nota é que, cabe ao Estado se responsabilizar por isto. Porem, percebemos que, assim como a iniciativa privada, o Estado deixa à aminguas seus espaços públicos (parques, museus, centros culturais e esportivos) para dar lugar à promoção de eventos lucrativos ou com algum potencial mercadológico. Então, temos que as maiores iniciativas para a promoção e implantação de uma Politica de Lazer, parte do chamado Terceiro Setor, instituições privadas sem fins lucrativos (sindicatos e associações profissionais: SESI, SESC, AABB, ACM...) que promovem cursos, jogos, campeonatos e atividades recreativas diversas. Ainda assim, não podemos esquecer que o lazer é um Direito Garantido pela Constituição Federal, desta forma, no podemos deixar de cobrar dos órgãos responsáveis a elaboração, definição e implantação de uma Politica Pública de Lazer, tanto quanto temos direito à saúde, moradia, educação, transporte, dentre outros, temos direito e exercer nossas práticas de lazer em espaços públicos e sermos bem assistidos nos mesmos. CONCEITOS DE LAZER E RECREAÇÃO LAZER: O conjunto de atividades que o indivíduo desenvolve de livre vontade, seja para repousar, divertir-se, entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua livre capacidade criadora após livrar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais. O momento de lazer é aquele no qual você não se preocupa com o tempo, quantas horas são ou a que horas você vai parar de fazer o que estiver fazendo. (Dumazedier, 1976). RECREAÇÃO: Uma prática lúdica, conduzidas por profissionais ou não, em instituições ou ao ar livre, onde a participação busca ser prazerosa e produzir, no indivíduo ou na sociedade, uma ideia de renovação, um revigorar da mente e/ou do corpo ou ainda um ganho intelectual, social, terapêutico. Nas atividades recreativas temos um tempo estipulado, sabemos quando esta começa e termina, em nosso momento de recreação temos uma preocupação com as horas, pois, para ser uma recreação, entende-se que ainda existem a fazeres, obrigações, para o dia em questão. (SCHWARTZ, 2004). Referências DUMAZEDIER, Joffre. Lazer e cultura popular. São Paulo: Perspectiva, 1976. CAVALLARI, Vania. Recreação em Ação. São Paulo: Ícone, 2006. MALACRIDA, Priscila, MACHADO, Dalmo. Retrospectiva Do Lúdico: Consequências da Revolução Industrial Sobre a Temática Lazer e Trabalho. 2008. SCHWARTZ, Gisele Maria. Recreação e Lazer. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004.
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