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PREPARO DE SOLUÇÕES INTRODUÇÃO: Uma solução, no sentido amplo, é uma dispersão homogênea de duas ou mais substâncias moleculares ou iônicas. No âmbito mais restrito, as dispersões que apresentam as partículas do disperso (soluto) com um diâmetro inferior a 10 Å são denominadas soluções. Quando este diâmetro situa-se entre 10 e 1000 Å, temos dispersões coloidais. Exemplos de dispersões coloidais são gelatina, goma arábica, dispersões de proteínas (como de albumina bovina), fumaça, entre outros. Quando as partículas do disperso possuem diâmetro superior a 1000 Å, temos dispersões grosseiras. Por exemplo, o "leite de magnésia" constitui uma dispersão grosseira de partículas de hidróxido de magnésio (aglomerados de íons Mg2+ e OH-) em água. A principal característica das soluções é serem homogêneas, pois isso significa que o soluto está dissolvido de modo uniforme por toda a sua extensão. Isso é importante porque mostra que as soluções possuem propriedades iguais em todos os seus pontos. Se um técnico colher várias amostras de determinada solução, todas terão as mesmas propriedades, pontos de fusão e ebulição, densidade e composição. Os componentes de uma solução são denominados de soluto e solvente: Soluto: representa a substância dissolvida Solvente: é a substância que dissolve. Geralmente, o soluto de uma solução está presente em menor quantidade que o solvente. O grupo realizou o preparo de 3 soluções contendo princípios ativos diferentes que são: 1° Ácido bórico: O ácido bórico é uma substância adstringente e antisséptica, que age como se fosse um “desinfetante” em infecções que são provocadas por bactérias e fungos. Ele pode ser usado quando as infecções estão localizadas na pele, nos olhos e nos ouvidos. O medicamento quando associado a outras substâncias pode ser comercializado como antisséptico ginecológico ou em forma de colírio. 2° P.VP: O PVP é solúvel em água e outros solventes polares. Em água ele tem a útil propriedade da viscosidade Newtoniana, por ser um polímero capaz de interações intermoleculares, mesmo em soluções aquosas diluídas a diferentes temperaturas, devido interações intermoleculares das próprias cadeias de PVP serem mais fortes que as interações PVP-água através de ligações de hidrogênio. Também forma ligações de hidrogênio com as moléculas de água. Quando seco ele é um pó levemente floculento, o qual absorve até 18% de seu peso em umidade do ar. Em solução, ele apresenta excelentes propriedades de umidificação e facilmente forma filmes (películas). Isto o faz bom como revestimento ou aditivo à revestimentos. 3° Cloreto de cetilpiridínio: Cloreto de cetilpiridínio é um composto químico quaternário de amônio catiônico que faz parte em alguns tipos de enxaguantes bucais, cremes dentais, comprimidos para tosse, sprays para a garganta, sprays para o hálito e sprays nasais. É um antisséptico que mata bactérias e outros micro-organismos. Tem mostrado ser eficiente em prevenir placa dentária e reduzir gengivite. Tem também sido usado como um ingrediente em certos pesticidas. Diferente da clorexidina, esse ingrediente não tem sido associado ao surgimento de manchas marrons entre e na superfície dos dentes. Há relatos de alteração do paladar que acompanham o uso de bochechos de cloreto de cetilpiridínio. OBJETIVO: Preparar soluções utilizando diferentes meios farmacotécnicos. SOLUÇÕES: ÁGUA BORICADA MATERIAIS Quantidade Ácido Bórico 3% Água destilada q.s.p Metilparabeno 0,1% Balança analítica 1 Bastão de vidro 1 Bécher 1 Espátula 3 Funil 1 Papel de filtro 1 Papel para pesagem 2 Cálice 1 Gral e pistilo de porcelana 1 Bico de Bunsen 1 Tela de amianto 1 Pinça de madeira 1 Proveta 1 MÉTODO Solubilização por elevação da temperatura Calculou-se as quantidades a serem utilizadas para a solução: Ácido bórico: 100Ml______________100% X__________________3% X= 3g Metilparabeno: 100Ml______________100% X__________________0,1% X= 0,1g Pulverizou-se o ácido bórico em um gral e transferiu-se para um béquer de 100 mL. Adicionou-se o Metilparabeno e 50 mL de água destilada, verificou-se a solubilidade a frio mexeu-se com o bastão de vidro, verificou-se que a mesma dissolveu-se parcialmente. Aqueceu-se a solução usando um Becker, a tela de amianto e o bico de Bunsen até solubilização total do fármaco, foram cerca de 5 minutos após a ebulição. Aguardou-se o resfriamento monitorando com um termômetro até que a solução estivesse em temperatura ambiente (18°C), transferiu-se a mesma para um cálice. Completou-se com água purificada q.s.p. 100,0 mL e homogeneizou-se a solução. Filtrou-se utilizando o papel filtro e o funil de vidro, e, em seguida descartou- se em local adequado. SOLUÇÃO ALCOÓLICA DE PVPI MATERIAIS Quantidade Iodo 1,0% Iodeto de sódio 3,0% P.V.P 9,0% Glicerina 1,0% Água destilada q.s.p 50,0% Álcool etílico q.s.p 100,0mL Balança analítica 1 Bastão de vidro 1 Becher 1 Espátula 3 Funil 1 Papel de filtro 1 Papel para pesagem 2 Cálice 1 Gral e pistilo de porcelana 1 Pipeta graduada 3 Proveta 1 MÉTODO Solubilização por complexação Calculou-se as quantidades a ser utilizadas para a solução: Iodo: 100Ml______________100% X__________________1% X= 1g Iodeto de sódio: 100Ml______________100% X__________________3% X= 3g P.V.P: 100Ml______________100% X__________________9% X= 9g Glicerina: 100Ml______________100% X__________________1% X= 1mL Água destilada: 100Ml______________100% X__________________50% X= 50mL Com o auxílio de um grau de porcelana (o correto seria de vidro) pulverizou- se o iodo e adicionou-se álcool etílico q.s. Em um béquer solubilizou-se o iodeto de sódio com q.s. de água e transferiu- se para o gral contendo iodo e álcool. (Formou-se o complexo: I2 + I- → I3- íon triiodeto – solúvel). No gral dispersou-se o PVP com q.s. de álcool etílico, glicerina e a água até que o mesmo dissolvesse, mas o mesmo se tornou uma solução viscosa pois a quantidade de P.V.P informada pelo roteiro estava incorreta, o correto seria 0,9% (0,9g) e não 9% (9g). Transferiu-se o conteúdo do gral para um cálice e completou-se com álcool etílico q.s.p. 100,0 mL. Descartou-se a solução, pois não seria possível filtra-la por estar com grumos e extremamente viscosa. ENXAGUATÓRIO BUCAL MATERIAIS Quantidade Cloreto de cetilpiridínio 100,0mg Ácido cítrico 0,10% Polisorbato 80 0,30% Óleo essencial de menta 0,10mL Álcool Etílico 10,0% Sorbitol 20,0% Corante verde q.s Água destilada q.s.p Balança analítica 1 Bastão de vidro 1 Bécher 1 Espátula 3 Funil 1 Papel de filtro 1 Papel para pesagem 2 Cálice 1 Pipeta graduada 3 Proveta 1 MÉTODO Solubilização por meio de tensoativo. Dissolveu-se o cloreto de cetilpiridínio e o ácido cítrico em aproximadamente 60 ml de água purificada. Em um cálice adicionou-se o óleo essencial de menta com o polisorbato e, em seguida adicionou-se o álcool etílico e o mesmo foi homogeneizado. O conteúdo do béquer foi misturado ao conteúdo do cálice, e, em seguida adicionado sorbitol. O corante verde previamente diluído em água, foi adicionado à solução (cerca de 1 gota) e mexido com o bastão de vidro.Completou-se a solução com água (q.s), (cerca de 10mL), a mesma foi homogeneizada e filtrada, e em seguida descartada em local adequado. Resultado e Discussões Solução de Água Boricada Matéria Prima Função Ácido Bórico Princípio Ativo Metilparabeno Conservante Água Purificada q.s.p Veículo Após os procedimentos, pode se observar que a solução de água boricada não se solubiliza em temperatura ambiente. Desta forma foi preciso aquecer a solução para que a solubilização pudesse ocorrer. Embora saiba-se que, o ácido bórico utilizado no procedimento seja solúvel em água, e em temperatura ambiente, o metilparabeno também utilizado na formulação não possui boa solubilidade em água. Sendo assim foi preciso aquecer a solução, para que a solubilidade do metilparabeno pudesse ser alcançada conforme o aumento gradativo da temperatura, sua solubilização total varia de 60 a 100 °C. O resultado foi de uma solução límpida em incolor, que após o processo de aquecimento e resfriamento, foi preciso filtrar a solução com o objetivo de remover total e qualquer resíduo de metilparabeno que não tenha se solubilizado. Solução Alcoólica de PVPI Matéria Prima Função Iodo Princípio ativo (bactericida) Iodeto de Sódio Princípio ativo (bactericida) P.V.P Princípio ativo, formar complexos com o iodo (povidoneiodo2) que age como bactericida. Glicerina Umectante co-solvente Água Purificada Solubilizante e Veículo Álcool Etílico q.s.p Solubilizante e Veículo A solução alcoólica de PVPI, não apresentou bons resultados. Embora na etapa de solubilização entre iodo, iodeto de potássio e álcool tenha ocorrido conforme o esperado. Na etapa seguinte de adição de PVPI e álcool, para solubilização a solução apresentou viscosidade maior que o esperado. Acreditasse que o erro tenha ocorrido, devido as informações de pesagem de PVPI em quantidades acima da quantidade normal, utilizada para a formulação. Com isso o resultado final desta solução não foi alcançado e o produto final precisou ser devidamente descartado. Solução de enxaguante Bucal Matéria Prima Função Cloreto de Cetilpiridínio Princípio ativo Ácido Cítrico Conservante Polisorbato 80 Tensoativo Óleo Essencial de Menta Essência Álcool Etílico Co-solvente Sorbitol Edulcorante Corante Verde Coloração Água Purificada q.s.p Veículo No processo da formulação do enxaguante, pode-se observar que ao adicionar o sorbitol a formulação, o mesmo só pode ser solubilizado devido a presença do polisorbato 80. Esse tem a função de tensoativo, que quando utilizado em baixas concentrações proporciona solubilização em sólidos não solúveis ou pouco solúveis em água, pois diminui a tensão superficial fazendo com que o produto se torne solúvel. Sabendo que o sorbitol apresenta pouca solubilidade em água, a solubilização total só foi possível pela ação do tensoativo polisorbato. O que resultou em uma solução de enxaguante bucal totalmente solubilizada. A constatação da total solubilização, foi possível após o processo de filtragem, no qual não apresentou nenhum resquício dos ingredientes. Por que em algumas soluções foi necessário o aquecimento? O aquecimento foi necessário para que a substancia, que não era solúvel em água em temperatura ambiente, pudesse ser solubilizada, essa solubilização só é possível pelo processo de aquecimento. Qual a importância da pulverização durante a técnica de preparo? É importante para que possa aumentar a superfície de contato, facilitando assim a solubilização do fármaco. No preparo do enxaguatório bucal qual foi a função do polisorbato 80? Ele teve a função de tensoativo, diminuindo a tensão superficial e facilitando a solubilização. Conclusão Concluiu-se com o preparo de solução, que existem diferentes formas farmacotécnicas de se obter a solubilidade de uma solução. Estas diferentes formas de se obter a solubilidade, varia conforme a solução a ser preparada, podendo ser desde um solubilidade por aquecimento, como o caso da água boricada que apresentava em sua composição um composto insolúvel em água sobre temperatura ambiente, dessa forma foi preciso aquecer a solução. Ou pelo processo de solubilização por complexação, que mesmo não sendo alcançado o objetivo, devido ao erro de pesagem. Sabe-se que é possível obter a solubilização por complexação. E por fim o processo de solubilização com adição de um tensoativo, que tem a função de solubilizar compostos pouco ou não solúveis em água, a partir da adição de pequenas concentrações desse tensoativo. BIBLIOGRAFIA COMPRI-NARDY, Mariane B., STELLA, Mércia Breda, OLIVEIRA, Carolina de. Práticas de Laboratório de Bioquímica e Biofísica. Guanabara Koogan, 2009. BRADY, James E.; HUMISTON, Gerard E. Química geral. Tradução por Cristina Maria Pereira dos Santos e Roberto de Barros Faria. 2.ed. Rio de Janeiro : Livros Técnicos e Científicos, 1986. 2v. p.187-188, 347-351. Loyd V. Allen Jr et al. Formas farmacêuticas e sistema de liberação de fármacos. 8ª ed. - Porto Alegre: Artmed, 2007. Ficha técnica do ácido bórico. Disponível em: https://www.oswaldocruz.br/download/fichas/%C3%81cido%20b%C3%B3rico2003.p df. Acessado em 05/09/19. Ficha técnica do metilparabeno. Disponível em: http://www.quimicabrasileira.com.br/site/wp-content/uploads/2018/06/NIPAGIN.pdf. Acessado em 05/09/19. Ficha técnica do polisorbato. Disponível em: http://isofar.com.br/material/FISPQ%20Tween%2080%20Ref%200758.pdf. Acessado em: 05/09/19. Ficha técnica do sorbitol. Disponível em: http://cosmoquimica2.tempsite.ws/waUpload/fispq449-ghs00219112015173735.pdf. Acessado em: 05/09/19.
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