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Lidiane Gomes Nutricionista SUPLEMENTAÇÃO NA PRÁTICA ESPORTIVA Introdução Suplementos alimentares são produtos com a finalidade de adicionar à dieta, nutrientes ou substâncias em situações específicas, como suplementos vitamínicos e ou minerais (Portaria n.32/1998) e os Alimentos para Atletas (RDC n.18/2010). São também chamados de recursos ergogênicos (ergo” - trabalho e “gen” – produção, portanto, o termo “recurso ergogênico” quer dizer a aplicação de um recurso ou procedimento capaz de aprimorar a capacidade de trabalho ou desempenho físico). O uso de suplementos não tem efeito ¨milagroso¨, na verdade estes irão ajudar seu organismo a alcançar tal objetivo, mas não tem efeito repentino. Servem para promover hipertrofia e recuperação muscular, disposição para o treino ou até mesmo suprir uma deficiência de algum nutriente, destes suplementos devem ser prescritos por um profissional nutricionista. Glutamina Whey protein Cafeína Creatina SUPLEMENTOS MAIS USADOS NA PRÁTICA ESPORTIVA BCAA Creatina É uma amina, normalmente encontrada em alimentos de origem animal, produzida no fígado, rins e pâncreas a partir dos aminoácidos glicina, arginina e metionina e armazenada nos músculos, coração e em outras células. No músculo é armazenada na forma de creatina fosfato (CP), essa substância serve como uma porção bem pequena de energia, mas suficiente para segundos de ação, ou seja, em atividades que exigem ação brusca e de curta duração. A suplementação com creatina não desenvolve os músculos diretamente, mas promove meios indiretos, onde por sua vez, o individuo consegue se exercitar com mais intensidade. A creatina pode promover retenção hídrica, devido ao aumento da concentração de creatina intracelular, induzindo ao fluxo de líquido para o interior da célula, com isso o indivíduo pode apresentar um ganho de 0,5 a 1 Kg de peso. Doses elevadas de creatina podem ocorrer retenção hídrica, cãibras musculares, podem causar danos ao fígado e aos rins, sendo assim não é indicada para quem já tem doença renal preexistente, mas para pessoas sadias parece não afetar a função renal. Orientasse beber mais água. Principais Fontes Alimentares de Creatina:Principais Fontes Alimentares de Creatina: Alimento Quantidade de Creatina (g/kg) Bacalhau ------------------------- 3 Arenque ---------------------------6,5-10 Linguado---------------------------2 Salmão----------------------------4,5 Carne de boi-----------------------4,5 Carne de porco---------------------5 Leite-------------------------------0,1 FonteFonte : Balson et al., 1994 BCAA Leucina, isoleucina e valina compõem os aminoácidos de cadeia ramificada e precisam ser ingeridos via alimentação, popularmente chamados de BCAA. Estes são armazenados e “quebrados” nos músculos esqueléticos. O consumo antes e após o exercício não propicia melhora do rendimento, mas pode diminuir a fadiga, prevenir a degradação proteica nos músculos e promover a síntese proteica. O objetivo do BCAA é aumentar a tolerância do atleta ao treinamento e não apenas melhorar seu desempenho. Contudo participam de processos bioquímicos que durante o exercício tende a uma demanda maior desses aminoácidos. A fadiga em exercícios de longa duração como de endurance está relacionado à queda dos estoques de glicogênio muscular e hepático. O consumo dos BCAA’s pode se tornar prejudicial, dependendo da dose administrada, devido ao aumento das concentrações sanguíneas e musculares de amônia, que atua como agente de fadiga. O sistema imune diminui no exercício físico intenso ou no período de competições. Sendo assim o BCAA’s podem servir como fonte para a formação da glutamina no tecido muscular. Glutamina É o aminoácido mais abundante no organismo, onde a maior parte é armazenada nos músculos. É a principal fonte para as células imunológicas, poupa proteína, estimula a formação de glicogênio e aumenta a síntese proteica. Contudo, em algumas condições, como trauma, septicemia e câncer, e, eventualmente, no esforço físico extremo, a concentração intracelular e do plasma desse aminoácido diminui em até 50%. O período de recuperação é importantíssimo, pois exercícios prolongados ou treinamento exaustivo alteram os processos de produção e liberação da glutamina pelos músculos esqueléticos, diminuindo a disponibilidade desse aminoácido para as células do sistema imunológico, provocando a queda do sistema imune, tornando os atletas mais suscetíveis a processos infecciosos. Whey Protein é uma proteína que provém do soro do leite (considerado melhor fonte de proteínas), de alto valor biológico, ou seja, apresenta boa absorção e é a mais rica fonte de aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA). Fornece ao corpo o nível perfeito de aminoácidos para a força, recuperação e construção celular. Existem 3 formas de Whey Protein: • ConcentradoConcentrado – Contém até 80% de proteínas, além de carboidratos, vitaminas e minerais. • HidrolisadoHidrolisado – As proteínas se encontram mais hidrolisadas, ou seja, as proteínas passaram por um processo de “quebra”, auxiliando na absorção mais rápida, porém pode conter pouca quantidade de gordura e carboidratos. • IsoladoIsolado – Contém apenas proteína na sua composição, sem gordura e sem lactose. Estudos mostram que há uma queda na concentração de aminoácidos intracelulares e nos músculos após exercícios. Por isso, a ingestão de proteínas ou aminoácidos imediatamente após o exercício, pode promover a síntese de proteínas nos músculo. O Whey Protein é capaz de amenizar o processo de fadiga, que gera estresse oxidativo ao organismo e melhorar o sistema imune. Whey Protein Cafeína A tolerância da cafeína pode variar entre os indivíduos, mas pode apresentar efeitos colaterais, principalmente se o consumo for excessivo pode provocar rubor facial, ansiedade, nervosismo, tremor das mãos, insônia e até mesmo arritmias cardíacas e perda de memória, aumento da produção de calor em repouso, aumentando a temperatura corporal, e isso pode vir a prejudicar a performance de exercícios realizados sob altas temperaturas, além de náuseas e dores de estômago. Por aumentar a diurese, a cafeína teoricamente pode promover desidratação. O ideal que pessoas hipertensas façam a consulta com seu médico antes de iniciar a utilização de cafeína. É uma substância encontrada em vários alimentos e tem como objetivo de aumentar a potência física e mental. Estimula a o Sistema Nervoso Central, diurese, lipólise (quebra de gordura) e secreção de ácido gástrico. A cafeína está presente, principalmente, no café e em outras fontes alimentares, como: chás, refrigerantes à base de cola e chocolate. A cafeína pode ter efeito poupador de glicogênio durante a atividade física, por eleva os níveis de ácidos graxos livres (gordura). Estimula o aumento do estado de alerta, da circulação sanguínea e do funcionamento cardíaco. Pode estimular a liberação de cálcio promovendo a contração muscular. CURIOSIDADE Uma medida do suplemento é eficaz? Não necessariamente uma medida ou uma dose do suplemento irá ser eficaz, isso pode variar conforme a gramatura e dos componentes do produto. O rótulo me orienta consumir uma medida, mas a gramatura varia entre um produto e outro, pode ser que esteja consumindo pouco ou até consumindo em excesso. Por isso o ideal é ser acompanhado por um profissional nutricionista. Nenhum suplemento irá te fornecer a energia que precisa se não houver alimentação e nutrição. O ideal é ser acompanhado por um profissional nutricionista, este está apto para prescrever e orientar quanto ao (s) suplemento (s) mais indicado (s) de acordo com sua modalidade esportiva, horários treinos e rotina, bem como na elaboração de um plano alimentar individualizado, com foco nos objetivos e alcance de metas. Lidiane Gomes Nutricionista+55 21 99483-2880 @nutrilidianegomes Lidiane Gomes Nutricionista ALVES, Letícia Azen. Recursos ergogênicos nutricionais. Revista mineira de educação física, Viçosa, v. 10, n. 1, p. 23-50, 2002. ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. <http://portal.anvisa.gov.br/informacoes-tecnicas13> Acesso em 12 de agosto de 2016. ASBRAN <http://www.asbran.org.br/noticias.php?dsid=1139>. Acesso em 12 de agosto de 2016. BALSOM, Paul D.; SÖDERLUND, Karin; EKBLOM, Björn. Creatine in humans with special reference to creatine supplementation. Sports Medicine, v. 18, n. 4, p. 268-280, 1994. KLEINER, Susan M. Nutrição para o treinamento de força. Manole, 2002. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 18, de 27 de abril de 2010. Aprova o Regulamento Técnico sobre Alimentos para Atletas. Diário Oficial da União, 28 abr. 2010. ROGERO, Marcelo Macedo; TIRAPEGUI, Julio. Aspectos atuais sobre aminoácidos de cadeia ramificada e exercício físico. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 44, n. 4, 2008. TERADA, Lilian Canassa et al. Efeitos metabólicos da suplementação do Whey protein em praticantes de exercícios com pesos. RBNE-Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 3, n. 16, 2012. ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Acesso em 12 de agosto de 2016. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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