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DIREITO EMPRESARIAL 
Prof.: ADV. Lázaro P. Dourado 
Nome/Espécies 
 
1 
 
 
3.1. Direito Empresarial 
• Objeto 
 Para que a empresa possa ser exercida, serão necessários dois elementos obrigatórios, pois 
não há atividade empresária sem um estabelecimento e nem sem nome empresarial. O primeiro 
é o elemento objetivo que representa o investimento realizado para a criação do negócio e o segundo 
é o elemento identificador do sujeito da atividade empresária. 
 Além disso, com a empresa esta terá determinadas obrigações, as principais são o registro e a 
escrituração contábil. A primeira terá o caráter de dar publicidade a determinados atos em virtude do 
interesse público que a atividade empresária envolve e a segunda obrigação tem um precípuo 
fiscalizatório, principalmente no que diz respeito ao recolhimento dos tributos. 
 Outro elemento que faz parte da atividade empresária, mas não é obrigatório. É a propriedade 
industrial. Esta envolve a proteção dos bens imateriais que serão, na maioria das vezes, utilizados no 
cerne da atividade empresária. 
3.1.1. O Estabelecimento: é o complexo organizado de bens, estruturado para o exercício da 
empresa, por empresário ou sociedade empresária. É uma universalidade de bens que possui uma 
única destinação: a realização de atividade empresária. 
 No art. 1142 do Código Civil diz: 
 Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, 
por empresário, ou por sociedade empresária. 
 O Estabelecimento é um bem (móvel, imóvel, material ou até imaterial). 
 O art. 1143 do CC: 
 Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou 
constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. 
 O estabelecimento pode ser objeto de relações jurídicas próprias. Ele pode ser alienado como 
um todo ou em parte, pode ser locado ou cedido. O regime irá depender do negócio jurídico que o 
estabelecimento estiver envolvido. 
 Importante lembrar que o estabelecimento não compreende apenas o local onde a atividade é 
exercida. 
ATIVIDADE: 
1) Imagine uma atividade exercida por uma EIRELI: Condução escolar, quais bens farão parte do 
estabelecimento? 
R. 3.1.2. Aviamento: está disposta na Teoria do Aviamento que é o subjetivo quando ligado às 
qualidades pessoais do empresário ou se chamando de objetivo quando ligado aos bens componentes 
DIREITO EMPRESARIAL 
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Nome/Espécies 
 
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do estabelecimento na sua organização. De uma forma ou de outra, o aviamento é a aptidão da 
empresa para produzir lucros, decorrente da qualidade e da melhor perfeição de sua organização. 
 Como exemplo: duas lanchonetes que sirvam produtos parecidos, possuindo os mesmos 
materiais (freezers, balcões, mesas) e localizado em uma mesma região. Apesar de toda semelhança 
da questão estativa, a lucratividade dessas duas lanchonetes certamente não é a mesma, pois o 
empresário responsável por uma delas possui uma estratégia, uma organização que é diferente do 
outro. Um dispõe de bens de uma forma que atrai melhor a clientela, por exemplo, ou então pratica 
políticas de preços diferentes que também faz com que a lucratividade aumente. 
3.1.3. O contrato de trespasse: para que a venda do ponto comercial seja formalizada, 
indispensável à observação de diversos requisitos legais. Com isso, avançamos em nosso estudo 
para cuidar da alienação, usufruto ou arrendamento do estabelecimento. 
 O tema é regulado pelo Código Civil nos artigos 1.144 e seguintes, os quais serão abaixo 
examinados, um a um: 
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do 
estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da 
inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas 
Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. 
 Como visto acima, para que tenha validade perante terceiros, o trespasse, arrendamento ou 
usufruto do estabelecimento deve estar devidamente registrado perante os órgãos competentes, 
bem como, é imperioso que se dê publicidade ao negócio realizado, através da publicação na 
imprensa oficial. 
 Na hipótese do vendedor necessitar da anuência dos credores (o que será tratado 
especificamente adiante), é indispensável, que sejam esses comunicados por meio hábil para que 
não se alegue ignorância posteriormente, em razão do credor não ter acesso à imprensa oficial. 
 Consequência lógica, é que os contratos de trespasse, arrendamento ou usufruto do 
estabelecimento, somente terão efeito perante terceiros se observados tais requisitos, a saber, 
registro no órgão competente e publicação na imprensa oficial. É bem verdade que a lei não 
impõe prazo para que tais atos sejam aperfeiçoados, não obstante, a recomendação é no sentido 
inverso, qual seja, que tais fatos sejam praticados com a maior brevidade possível, pois os prazos 
que implicam em desoneração de responsabilidade passam a fluir da publicação da imprensa 
oficial. 
 Necessário ainda destacar que à observância dos requisitos mencionados (registro e 
publicação), em alguns casos, não é suficiente para que o negócio tenha validade jurídica. Aos 
contratantes, impõe-se ainda o dever de observar o quanto disposto no artigo 1.145 do Código 
Civil: 
 Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a 
eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do 
consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação. 
 
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 O dispositivo supra transcrito é de maior relevância para proteção dos credores já tão 
fragilizados pelo ordenamento jurídico nacional. Destaque-se a gravidade da norma na hipótese de 
não restarem bens suficientes ao alienante para solver suas obrigações: a eficácia da alienação do 
estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de 
modo expresso ou tácito. 
 Isso implica dizer que, se o empresário devedor não dispor de patrimônio suficiente 
para garantir suas pendências frente aos seus credores, o trespasse, arrendamento ou usufruto 
apenas terá eficácia na hipótese de pagamento de todos os credores, a menos que esses consintam 
com o negócio de modo expresso ou tácito. 
 É importante ter em vista que o estabelecimento pode ser o único patrimônio da 
empresa, de tal sorte que eventuais execuções recairão exclusivamente sobre esse bem, o que 
justifica à forma prescrita em lei para formalização do negócio. 
 O ilustre Silvio de Salvo Venosa, ao comentar o artigo 1.145 do Código Civil, leciona 
no seguinte sentido: 
 “A alienação do estabelecimento até a criação da regra inserta no art. 1.145 era um 
expediente utilizado por empresários que se encontravam em dificuldades ou mesmo até por má-
fé, como forma de exonerarem-se das obrigações. Alienavam o estabelecimento, recebiam o 
preço, não ficando responsáveis pelo passivo. 
 
 O legislador agiu bem ao criar a regra desse artigo condicionando a alienação ao 
pagamento de todos os credores ou sua anuência, quando não restarem outros bens suficientes. 
Se o empresário tiver outros bens e outros estabelecimentos, poderá continuar solvente. Importa 
examinar a situação concreta.” 
 Importante ainda tecer considerações acerca da eventual oposição do credor. Como 
verificamos no artigo em análise, os credores serão notificados para manifestarem sua 
concordância ou não a respeito do trespasse no prazo de 30 (trinta) dias. A lei é suficientemente 
claraem asseverar que a concordância pode ser expressa ou tácita, o que implica dizer que o 
silêncio será tido como anuência. Desse modo, após a publicação pela imprensa oficial ou 
notificação, os credores que não concordarem devem manifestar sua discordância por instrumento 
hábil no prazo de trinta dias, pois do contrário, a inércia será reputada por aceitação. 
 Por outro lado, no que diz respeito à forma, é de bom tom destacar que a não 
observação da forma prescrita em lei acarreta a invalidade do negócio jurídico, nos exatos termos 
do artigo 104 do Código Civil: 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
 Logo, a inobservância dos procedimentos mencionados, poderá implicar na nulidade 
do negócio jurídico celebrado, o qual não produzirá qualquer efeito perante terceiros. 
 Contudo, a inobservância do referido artigo 1.145, tem consequência ainda mais 
grave, com expressa previsão na Lei 11.101/05 – Lei de Recuperação de Empresas e Falência: 
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Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de 
recuperação judicial: 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos 
os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; 
 Isso implica dizer que a venda do estabelecimento comercial sem o consentimento de 
todos os credores e, desde que, inexistam bens suficientes para garantir as obrigações assumidas, 
poderá ensejar na falência da empresa. Desnecessário verter maiores argumentos para comprovar 
quão gravosa é uma falência. 
 Mas não é só. Note-se o que dispõe o artigo 129 da lei 11.101/05: 
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante 
conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não 
intenção deste fraudar credores: 
VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso 
ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao 
devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) 
dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, 
judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos; 
 
 
 O trespasse, usufruto ou arrendamento realizado nas condições acima, não tem qualquer 
efeito em relação à massa falida, o que implica dizer que o estabelecimento poderá ser arrecadado 
na falência e convertido em ativo para pagamento dos credores. Observe-se a ressalva prevista no 
inciso VI: salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem 
devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial de registro de títulos e documentos. 
 
 Assim, se os envolvidos no negócio observarem o procedimento legal e promoverem à 
notificação de todos os credores, não incorrerão nesse risco, sendo certo dizer que, se houver 
oposição de um credor, ao menos em tese, o negócio não deve prosseguir, pois restará fragilizado. 
 Logo, é certo que a inobservância dos requisitos anteriormente destacados tornará o 
negócio sem validade jurídica, não surtindo efeito algum contra terceiros, podendo ainda, ser 
motivo de quebra da empresa. 
 Passemos agora à análise do artigo 1.446 do Código Civil: 
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos 
anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o 
devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos 
créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. 
 
 A lei é mais do que clara em estender ao adquirente à responsabilidade integral pelo 
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que tais pendências estejam todas 
escrituradas. Porém, em alguns casos, eventual passivo oculto não poderá ser refutado pelo 
adquirente, notadamente, quando se tratar de débito fiscal e decorrente de relação trabalhista. 
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Nessa hipótese, restará assegurado ao adquirente o regresso contra o alienante caso honre as 
obrigações não escrituradas. 
 Vale reforçar. Se os credores do alienante (devedor) anuírem com a venda do 
estabelecimento comercial e, desde que as obrigações estejam devidamente adimplidas. 
 O citado artigo 1.146 acima transcrito, ainda traz outra garantia ao credor, a saber, a 
responsabilidade solidária do alienante e adquirente pelo prazo de um ano. Logo, concluída a 
venda, arrendamento ou usufruto do estabelecimento comercial, o alienante permanecerá 
responsável solidariamente pelas obrigações por até um ano. Esse prazo, começará a correr, para 
as obrigações vencidas, a partir da publicação que informar a realização do negócio, e para as 
obrigações vincendas (já existentes à época do negócio), a partir do vencimento de cada obrigação 
respectiva. 
 Prossigamos. 
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não 
pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. 
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a 
proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato. 
 O dispositivo acima faculta aos contratantes a vedação à concorrência do alienante 
com o adquirente, pelo prazo de 5 anos. A regra é pela proibição da concorrência, porém, o 
adquirente poderá autorizar de forma expressa que o alienante permaneça no mesmo ramo de 
negócio. 
 Adiante, trataremos do artigo 1.148 do Código Civil. 
 Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub- rogação do 
adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não 
tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a 
contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, 
a responsabilidade do alienante. 
 
 Em outras palavras, o citado artigo dispõe que a alienação do estabelecimento 
compreende todos os bens e todos os negócios jurídicos, ativos e passivos, que dele façam parte, à 
exceção dos contratos pessoais ou expressa disposição 
contratual. Entende-se por contrato de cunho pessoal, aqueles em que há algum tipo de qualidade 
ou habilidade do contratante e que se eleva a causa determinante para a existência da avença, 
como, por exemplo, os contratos de serviços de advogado ou de pintura artística. 
 
 Por fim, examinaremos o artigo 1.149 do Estatuto Civil. 
Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em 
relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o 
devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente. 
 Como verificado, todos os créditos do estabelecimento transferem-se com a realização 
do negócio, a menos que exista expressa disposição em contrário. Logo, a partir da publicação 
mencionada no art. 1.144, os devedores do estabelecimento deverão honrar seus compromissos 
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perante o adquirente. Porém, a norma exonera de responsabilidade o devedor que, de boa-fé, 
efetuar o pagamento ao alienante. 
 Ainda se faz necessário destacar expediente comum em nosso país, qual seja, o 
encerramento irregular de uma empresa com a transferência do estabelecimentopara terceiro. De 
pronto, frise-se que o encerramento irregular da empresa acarreta várias consequências aos sócios 
perante seus credores, dentre elas, a desconstituição da personalidade jurídica da empresa, o que 
fará com que os sócios respondam pelos débitos da empresa com seu patrimônio pessoal. 
 Porém, a pergunta que se quer responder é se a empresa que assume a posição daquela 
encerrada irregularmente, responderá pelo passivo de sua antecessora. Como vimos, se houver 
trespasse, arrendamento ou usufruto, a resposta é positiva nas condições acima mencionadas. 
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO MONITÓRIA. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. 
SUCESSÃO DE EMPRESAS. IDENTIDADE DE OBJETO SOCIAL, ENDEREÇO E 
ATIVIDADE ECONÔMICA EXPLORADA. PRESUNÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA. DESVIO DE FINALIDADE CARACTERIZADO. 
INTELIGÊNCIA DO ART. 50 DO CÓDIGO CIVIL. 
- A moderna doutrina e jurisprudência pátrias têm entendido que, além dos casos 
expressamente previstos em lei, a sucessão empresarial, excepcionalmente, pode ser 
presumida quando a sucessora, tendo o mesmo objeto social e o mesmo endereço, 
prossegue explorando idêntica atividade da empresa sucedida. (grifo nosso) 
 
- A desconsideração da personalidade jurídica de uma empresa, prevista no art. 50 do 
CC/02, não obstante se trate de medida excepcional, pode ser efetivada quando 
comprovada a ocorrência de confusão patrimonial, desvio de finalidade ou gestão 
fraudulenta. 
- Recurso improvido. Maioria." 
Importa destacar que as disposições negociais entre as partes que estabeleçam em 
sentido diverso quanto à assunção solidária das dívidas da empresa sucedida não 
produz efeitos contra terceiros. A empresa sucessora, se lhe convir, poderá exercer o 
direito de regresso contra a empresa sucedida por obrigação não assumida 
contratualmente. 
Confira-se o seguinte precedente: 
"CIVIL E PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO. OBRIGAÇÃO DE FAZER. PRELIMINAR. 
AGRAVO RETIDO. NÃO PRODUÇÃO DE PROVA ORAL. CERCEAMENTO DE 
DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. PONTO COMERCIAL. ALIENAÇÃO. SUCESSÃO DE 
EMPRESAS. RESPONSABILIDADE DA ADQUIRENTE E DA SUCEDIDA. 
SOLIDÁRIA PERANTE TERCEIROS. CONTRATUAL ENTRE AS PARTES. 
(...) 
Demonstrado que a empresa adquirente comprou o fundo de comércio e prosseguiu 
na exploração do mesmo objeto social, da mesma atividade econômica e no mesmo 
endereço, herdando, inclusive, a clientela já consolidada pela empresa sucedida, a 
presunção da sucessão empresarial se mostra incontroversa, devendo a adquirente 
responder solidariamente pelo adimplemento das obrigações contraídas pela empresa 
sucedida antes do trespasse. A solidariedade trazida pela sucessão empresarial 
refere-se somente à responsabilidade da pessoa jurídica perante terceiros, em razão 
da proteção aos direitos de eventuais credores daquela sociedade empresária 
garantida pelo Código Civil. No que tange à responsabilidade das partes para com 
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elas mesmas, quanto ao negócio entre elas entabulado, prevalece o que restou 
estipulado no contrato. (...) 
Quando há sucessão empresarial, cabe aos adquirentes exigir dos alienantes a 
correta contabilização de todos os débitos anteriores à transferência do fundo de 
comércio. Se pretendiam os adquirentes se resguardarem totalmente de quaisquer 
dívidas anteriores, cabia a eles iniciarem por conta própria suas atividades 
comerciais ao invés de adquirir o ponto comercial de outra empresa. Recurso 
conhecido e parcialmente provido." 
Contudo, consoante a documentação acostada (fls. 225), ao entabularem o negócio 
jurídico de transferência do estabelecimento, as próprias partes estabeleceram a 
retenção de parte do pagamento por eventual responsabilização por sucessão (item 
3.3, alínea "e" – fls. 225), razão pela qual a pretensão da agravante de afastar a sua 
responsabilidade pelos débitos da empresa sucedida não pode prosperar. A decisão 
agravada é irreprochável. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. É como 
voto.” 
 Logo, admite-se a presunção da sucessão empresarial se as evidências verificadas no 
caso concreto apontarem nesse sentido. Até porque, ou a empresa sucessora comprou o 
estabelecimento ou o recebeu por doação e, no primeiro caso, a empresa adquirente responderia 
pelos débitos e, no segundo caso, haveria fraude contra credores se o patrimônio do empresário 
anterior fosse insuficiente para garantir suas obrigações, nos termos do artigo 158 e seguintes do 
Código Civil. 
 Assim, diante de todos os argumentos acima deduzidos, conclui-se que à observância 
estrita da norma é requisito indispensável para celebração de contrato de trespasse, posto que, do 
contrário, esse não terá qualquer segurança para os contratantes, o que poderá resultar em sérios 
prejuízos para os envolvidos. 
3.1.4. Nome 
 O segundo elemento obrigatório para a prática da atividade empresária é o nome 
empresarial que se caracterizará como sendo o elemento de identificação do empresário individual, 
da EIRELI ou da sociedade empresária. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação 
adotada para o exercício de empresa. 
 
 Não se pode confundir o nome empresarial com o que se denomina de “nome fantasia”. 
 
 Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. 
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o 
permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor. 
 Art. 1.162. A sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação. 
 
 As duas situações do direito da personalidade do nome empresarial. Vale lembrar que 
uma sociedade em conta de participação não terá empresarial, por se tratar de sociedade não 
personificada. 
 
 Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das 
sociedades simples, associações e fundações. 
 
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FIRMA 
 
 O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, 
aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. 
 
 A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na 
qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles 
a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas 
obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da 
sociedade de responsabilidade ilimitada. 
 
Sociedade Limitada 
 
 Pode a Sociedade Limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final 
"limitada" ou a sua abreviatura. 
 
 A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de 
modo indicativo da relação social. 
A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou 
mais sócios. 
 A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos 
administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade. 
 
Cooperativa 
 
 A Sociedade Cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo 
"cooperativa". 
 
Sociedade Anônima 
 
 A Sociedade Anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada 
pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente. 
Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o 
bom êxito da formação da empresa.Sociedade em Comandita por Ações 
 
 A Sociedade em Comandita por Ações pode, em lugar de firma, adotar denominação 
designativa do objeto social, aditada da expressão "comandita por ações". 
Sociedade em Conta de Participação 
 
 A Sociedade em Conta de Participação não pode ter firma ou denominação. 
 
DISTINÇÃO 
 
 O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo 
registro. 
Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o 
distinga. 
 
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VEDAÇÃO À ALIENAÇÃO 
 
 O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. 
 
 O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar 
o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor. 
 
 
SÓCIO FALECIDO, EXCLUSO OU RETIRANTE 
 
 O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado 
na firma social. 
 
EXCLUSIVIDADE DE USO DA FIRMA 
 
 A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as 
respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do 
respectivo Estado. 
 
 O uso previsto estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei 
especial. 
Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com 
violação da lei ou do contrato. 
 
CANCELAMENTO 
 
 A inscrição do nome empresarial será cancelada, a requerimento de qualquer 
interessado, quando cessar o exercício da atividade para que foi adotado, ou quando ultimar-se a 
liquidação da sociedade que o inscreveu. 
Base: artigos 1.155 a 1.168 do Código Civil. 
 
Atividades: 
1. Com relação à Sociedade não personificada, nos termos do Código Civil, afirma-se: 
 
I- Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em 
organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem 
compatíveis, as normas da sociedade simples. 
II- Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, podem provar a existência da sociedade, por 
documento escrito ou acordo tácito, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo. 
III- Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. 
IV- Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto 
expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva 
conhecer. 
V- Todos os sócios respondem subsidiária, solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, admitido 
o benefício de ordem, previsto. 
Assinale a alternativa que indica as informações certas. 
A) I, III e IV. 
B) II, IV e V. 
C) II, III e IV. 
D) I, III e V. 
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E) III, IV e V. 
 
2. Com relação à Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, nos termos do Código Civil, é 
correto afirmar. 
A) O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "ERELI" após a firma ou a 
denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. 
B) A empresa individual de responsabilidade limitada não poderá resultar da concentração das quotas de 
outra modalidade societária num único sócio. 
C) Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as 
sociedades simples. 
D) A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa, titular da 
totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a cem vezes o maior salário-
mínimo vigente no País. 
E) A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar 
em duas empresas dessa modalidade. 
 
3. Com relação à sociedade em comandita simples, nos termos do Código Civil, é correto afirmar. 
A) Somente após a data de assinatura, a modificação do contrato produz efeito quanto a terceiros, e ocorre a 
diminuição da quota do comanditado, em consequência de ter sido reduzido o capital social, sempre sem 
prejuízo dos credores preexistentes. 
B) Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditários, pessoas 
físicas responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditados, obrigados 
somente pelo valor de sua quota. 
C) À sociedade em comandita simples aplicam-se as normas da sociedade limitada, no que forem 
compatíveis com as regras pertinentes a própria sociedade em comandita simples. 
D) O contrato deve discriminar somente os sócios comanditados. 
E) O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o 
balanço. 
4) Jorge, José e Pedro constituem, com pacto expresso limitativo de poderes, pequena empresa para 
prestação de serviços de marcenaria, sem levar seus atos constitutivos ao competente registro. Pedro, 
em nome da sociedade, celebra contrato com Maria para fornecimento e montagem de uma cozinha 
planejada, recebendo adiantado os valores correspondentes aos serviços e produtos contratados. Maria 
desconhece a existência de tal pacto limitativo. Inadimplido o contrato, Maria poderá ter seu crédito 
satisfeito com a excussão dos bens 
A) sociais, considerando a existência de pacto limitativo de poderes, sem possibilidade de invasão dos bens 
particulares dos sócios. 
B) particulares dos sócios, já que estes respondem solidária e ilimitadamente pelas dívidas contraídas em 
nome da sociedade, sem possibilidade de excussão dos bens da sociedade, por se tratar de sociedade em 
comum, com pacto limitativo de poderes. 
C) particulares de Pedro, por desconhecer a existência de pacto limitativo de poderes e considerando ter ele 
celebrado o contrato em nome da sociedade em comum, sem possibilidade de excussão dos bens sociais ou 
dos demais sócios. 
D) sociais e particulares dos sócios, devendo exaurir os bens sociais para invasão do patrimônio dos sócios, 
exceto para Pedro, cujos bens particulares poderão ser executados concomitantemente com os bens sociais. 
E) sociais e particulares de Pedro, sem possibilidade de acionar os demais sócios, já que estes não 
participaram da avença, prevalecendo o pacto limitativo de poderes. 
 
5) Nas sociedades empresárias 
A) o sócio participa dos lucros e das perdas salvo estipulação em contrário, na proporção das respectivas 
quotas, mas aquele cuja contribuição consiste em serviço não participa dos lucros, só recebendo salário. 
B) os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e 
aquele que deixar de fazê-las, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante 
esta pelo dano emergente da mora. 
DIREITO EMPRESARIAL 
Prof.: ADV. Lázaro P. Dourado 
Nome/Espécies 
 
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C) a distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta responsabilidade solidária dos administradores que a 
realizarem, mas não dos sócios que os receberem, suportando em lugar deles a própria sociedade. 
D) é válida a estipulação contratual que exclua algum sócio de participar dos lucros e perdas, mas será 
ineficaz em relação aos credores desse sócio. 
E) as obrigações dos sócios começam imediatamente após o registro do contrato social e terminam com a 
dissolução da sociedade.

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