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Universidade Federal do Amazonas Instituto de Ciências Exatas Departamento de Física 1. Conceitos relacionados Frequência, Período, ondas senoidais, interferência. 2. Objetivos ●Estudar as características das ondas estacionárias através da ressonância em cordas vibrantes. 3. Teoria Em uma corda onde duas ondas senoidais com a mesma amplitude e o mesmo comprimento de onda se propagam em sentidos opostos, a interferência mútua produz uma onda estacionária Uma onda estacionária é caracterizada por ter uma forma que não se move, ou seja, ela tem uma forma estática, pois devido a interferência os pontos de máximo e mínimo não variam no tempo. Outra característica desse tipo de onda é a existência de pontos chamado de nós, os quais ficam constantemente imóveis, enquanto isso o ponto médio entre dois nós é chamado de antinós, onde a onda tem amplitude é máxima. A equação de descrever uma onda estacionária é dada por: Equação 1 Sendo que essa equação é obtida somando a equação de duas ondas iguais que se propagam numa corda em sentidos contrários, assim as grandezas a seguir são iguais para as essas duas ondas: amplitude máxima frequência angular ω, número de onda k, período T, e velocidade v.ym As relações entres essas grandezas são descritas pelas seguintes equações: Equação 2 Equação 3 1 Equação 4 Equação 5 Com τ sendo a tensão aplicada na corda com densidade linear μ. Diferente de um onda senoidal progressiva, em um onda estacionária a amplitude varia com a posição. Na onda da equação 1, a amplitude é zero para valores de kx tais que sen(kx) = 0. Esses valores são dados pela relação: Equação 6 com n=0,1,2,3,4,.... Utilizando a equação 3: Equação 7 com n=0,1,2,3,4,.... Sendo o número de nós. Quando uma onda estacionária é gerada existe uma ressonância em que a corda ressoa numa dada frequência, essas frequências em que a corda ressoa são conhecidas como frequências de ressonância, se a corda for posta para oscila numa frequência que não seja uma frequência de ressonância a corda não formará uma onda estacionária. Em uma corda de comprimento L que possui extremidades fixas, terá as frequências de ressonância calculadas por: Equação 8 com n=0,1,2,3,4,.... Quando n=1, é obtida menor frequência de oscilação a qual é chamada de modo fundamental ou primeiro harmônico, quando n=2 o modo de oscilação é chamado de segundo harmônico, e assim por diante. 4. Material 1 motor vibrador, 1 porta peso, 3 massas, 1 polia, 1 barbante, 1 régua milimétrica com dois cursores, 2 grampos duplos, 1 haste de 1m, 1 tripés e 4 grampos. 2 5. Esquema de montagem experimental Imagem 1 6. Procedimento 6.1 – Prenda a polia na haste a aproximadamente 60 cm acima da mesa. 6.2 – Determine o comprimento e a massa do barbante, e anote. 6.3 – Coloque uma das massas no porta peso é meça na balança, anote a massa total, e coloque o porta peso com a massa no barbante como mostra o esquema. 6.4 – Ligue o motor vibrador, aumentando a frequência até achar uma onda estacionária. 6.5 – Meça a distância entre os dois nós, e anote. 6.6 – Acrescente mais uma massa e repita os procedimentos a partir do passo 6.3. 7. Tratamento de dados A partir dos dados obtidos começamos calculando a densidade linear da corda cujo o comprimento é 2,26m e massa de 3,3g (0,0033 kg). μ ≅0, 0146 kg/mμ = l m = 2,26 m 0,0033 kg 0 Com restante dos dados foi criado uma tabela para cada uma das massas: Tabela 1 Massa 1 (g) Número de ventres Comprimento de um ventre(cm) 30,4 2 83,5 3 52,7 3 5 35 Tabela 2 Massa 2 (g) Número de ventres Comprimento de um ventre(cm) 50,7 2 87,1 3 60,3 5 36,4 Tabela 3 Massa 3 (g) Número de ventres Comprimento de um ventre(cm) 71,1 2 86,9 3 58,6 4 44,2 Considerando a aceleração da gravidade como 9,8 m/s², foi calculando a força peso das massas, ou seja, a força de tensão aplicada no barbante por cada massa. Equação 9 Massa 1 = 0,0304*9,8 = 0,29792 Nτ Massa 2 = 0,0507*9,8 = 0,49686 Nτ Massa 3 = 0,0711*9,8 = 0,69678 Nτ Tendo a densidade linear e tensão aplicada na corda, calculamos a velocidade de propagação da onda usando a equação 5. Massa 1 ≅14, m/s v = √ 0,29792 N0,00146kg/m 3 Massa 2 ≅18, m/s v = √ 0,49686 N0,00146 kg/m 4 Massa 3 ≅21, m/s v = √ 0,69678 N0,00146 kg/m 8 Sabendo a velocidade de propagação da onda e que um ventre é 𝜆/2, calculamos a frequência usando a equação 4 e os dados das tabelas 1,2, e 3 convertidos para o S.I. Equação 10 Para a massa 1 temos: , 5 Hz f 3, 5 Hz f 0, 1 Hzf 1 = 1,67m 14,3m/s = 8 5 2 = 1,054m 14,3m/s = 1 5 3 = 0,7m 14,3m/s = 2 4 Para a massa 2 temos: 0, 9 Hz f 5, 0 Hz f 5, 4 Hzf 1 = 1,742m 18,4m/s = 1 5 2 = 1,206m 18,4m/s = 1 3 3 = 0,728m 18,4m/s = 2 3 Para a massa 3 temos: 4 2, 7 Hz f 8, 4Hz f 4, 1 Hzf 1 = 1,738m 21,8m/s = 1 5 2 = 1,172m 21,8m/s = 1 6 3 = 0,884m 21,8m/s = 2 7 Resumindo os dados obtidos em uma única tabela obtemos: Tabela 4 Velocidade 1 (m/s) Massa 1 (kg) Número de ventres Comprimento de um ventre(m) Comprimento de onda (m) Frequência (Hz) 14,283909 0,0304 2 0,835 1,67 8,55 Tesão 1 (N) 3 0,527 1,054 13,55 0,29792 5 0,35 0,7 20,41 Velocidade 2 (m/s) Massa 2 (kg) Número de ventres Comprimento de um ventre(m) Comprimento de onda (m) Frequência (Hz) 18,446512 0,0507 2 0,871 1,742 10,59 Tesão 2 (N) 3 0,603 1,206 15,30 0,49686 5 0,364 0,728 25,34 Velocidade 3 (m/s) Massa 3 (kg) Número de ventres Comprimento de um ventre(m) Comprimento de onda (m) Frequência (Hz) 21,84465 0,0711 2 0,869 1,738 12,57 Tesão 3 (N) 3 0,586 1,172 18,64 0,69678 4 0,442 0,884 24,71 Utilizando a equação 8 verificamos como calcular o primeiro harmônico, para isso calculamos a frequência de ressonância para n=2,3,4, e depois calculamos a diferença entre elas: f 2 = 2 * v 2L = v L f 3 = 3 * v 2L = 2 3 * vL f 4 = 4 * v 2L = 2 * v L ( ) =f 3 − f 2 = 2 3 * vL − v L = v L 2 3 − 1 = v2L f 1 (2 ) =f 4 − f 3 = 2 * v L − 2 3 * vL = v L − 2 3 = v2L f 1 Assim como a diferença de duas frequências harmônicas consecutivas resulta no harmônico fundamental, podemos determinar o primeiro harmônico para a massa 1, 2, 3, utilizando os dados da tabela 4. Para a massa 1: 3, 5 , 5 Hz f 1 = f 3 − f 2 = 1 5 − 8 5 = 5 Para a massa 2: 5, 0 0, 9 , 1 Hz f 1 = f 3 − f 2 = 1 3 − 1 5 = 4 7 Para a massa 3: 8, 4 2, 7 , 7 Hz f 1 = f 3 − f 2 = 1 6 − 1 5 = 6 0 5 4, 1 8, 4 , 7 Hz f 1 = f 4 − f 3 = 2 7 − 1 6 = 6 0 8. Discussão e conclusão Com base nos dados da tabela 4, observamos que quanto maior for o número de ventres da onda, maior será a frequência, e menor será o comprimento de onda. E que para um dado número de ventres, seaumentamos a tensão, aumentaremos a velocidade e frequência proporcionalmente. Isso porque como vimos na equação 4 e 5, a frequência é diretamente proporcional a velocidade de propagação da onda, que por sua vez é diretamente proporcional a raiz quadrada da tensão. E como vimos na equação 8 as frequências são múltiplos inteiros da frequência do primeiro harmônico, isso pode ser observado na massa 3, onde a diferença entre o quarto e o terceiro harmônico, é igual a diferença entre o terceiro e o segundo harmônico, que é igual ao primeiro harmônico 6,07 Hz. Assim como a diferença de duas frequências harmônicas consecutivas resulta no harmônico fundamental temos que o primeiro harmônico da massa 1 é 5 Hz e da massa 2 é 4,75 Hz. Logo observamos que existe algum erro nos dados da massa 1, pois a frequência do seu primeiro harmônico é maior do que o da massa 2, o que é um absurdo pois ao observarmos a equação 8 temos que para o primeiro harmônico: /2Lf 1 = v Vemos que para um dado L, se aumentamos a velocidade a frequência do primeiro harmônico deve aumentar. Assim como a velocidade da onda para a massa 1 é menor do que a da massa 2, era de se espera que a frequência do primeiro harmônico da massa 1 fosse menor do que a da massa 2. Para confirmar isso utilizamos o fato de que as frequências ressonantes são múltiplos inteiros da frequência do primeiro harmônico. Assim multiplicando o primeiro harmônico da massa 1 por 5, devemos ter o quinto harmônico, mas obtemos o valor de 25 Hz, ou seja, obtemos um desvio de 22,5%, repetindo o mesmo processo para o cálculo dos outros harmônicos e também aplicando as outras massas obtemos as seguintes tabelas. Tabela 5 Massa 1 Múltiplos do 1ª harmônico (Hz) Desvio percentual (%) 2 harmônico 10 16,91 3 harmônico 15 10,68 5 harmônico 25 22,52 Tabela 6 Massa 2 Múltiplos do 1ª harmônico (Hz) Desvio percentual (%) 2 harmônico 9,42 11,04 3 harmônico 14,13 7,62 5 harmônico 23,55 7,06 6 Tabela 7 Massa 3 Múltiplos do 1ª harmônico (Hz) Desvio percentual (%) 2 harmônico 12,14 3,41 3 harmônico 18,21 2,30 4 harmônico 24,28 1,74 O motivo mais plausível para essa incoerência nos dados da massa 1, e consequentemente no resultados dos cálculos, é que ocorreu algum erro durante a medição do ventre da onda, provavelmente foi algum erro de paralaxe. 7 9. Material de apoio Halliday, David; Resnick, Robert; Walker, Jearl. Fundamentos de física, volume 2: Gravitação, Ondas e Termodinâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2016. 4ª ed. ISBN 85-216-1070-x. Lima Junior, P. et al. O laboratório de Mecânica: subsídios para o ensino de Física experimental. Apêndice A: Método numérico para propagação da incerteza, p. 87-93. Porto Alegre: IF-UFRGS, 2013. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/cref/labmecanica/Lima_Jr_et_al_2013.pdf. Acesso em 26 mar. 2017 Nussenzveig, Herch Moysès. Curso de Física Básica – vol.2. São Paulo: Blucher,2014. 5ª ed. ISBN 978-85-212-0747-4. 8
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